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TCC NAS NORMAS

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Banca examinadora
Aprovada em: / / .
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Banca examinadora
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Banca examinadora
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Giselle Monique Soares da Silva Costa
agradecimentos
	Agradeço a Deus, por ser essencial em minha vida, pois ele é autor do meu destino e guia, é ele que me dar capacidade física, psíquica e coragem para questionar realidades e propor um novo mundo de possibilidades, me fortalecendo e encorajando para enfrentar a caminhada da vida, fazendo superar os obstáculos e concluir a minha graduação.
	Agradeço aos meus pais (in memory) por todo apoio, dedicação, compreensão, força e encorajamento que me deram na caminhada da vida, porem infelizmente não puderam estar presente nesse momento tão esperado.
	Agradeço as minhas filhas que foram meu maior incentivo para buscar e finalizar esse curso, se tornando fundamentais no processo de ensino e aprendizagem, iluminando de maneira especial os meus pensamentos, fazendo assim a busca incessante de conhecimento.
	Agradeço ao meu esposo que de forma especial e carinhosa sempre me encoraja e apoia nos momentos de alegrias e dificuldades, pois nunca mediu esforços para que chegasse a essa etapa da minha vida. Você é meu alicerce.
	Agradeço as minhas amadas irmãs, pelo companheirismo, incentivo e apoio, vocês são formidáveis, são meu asilo nos momentos de tristeza.
	Agradeço ao meu sobrinho Jadson pela paciência e disponibilidade no uso do seu escritório como local para fortalecimento dos meus estudos.
	Agradeço as minhas primas e sobrinhos pela ajuda ao tirar minhas dúvidas em alguns trabalhos acadêmicos. 
	Agradeço a todos os meus familiares e amigos que direta ou indiretamente me ajudaram e ficam felizes com minhas conquistas.
	Аоs meus amigos e colegas de faculdade, em especial a Roselaine da Hora e Maria Adriana, pеlаs alegrias, tristezas е dores compartilhadas. Com vocês, аs pausas entre υm parágrafo е outro dе produção melhora tudo о qυе tenho produzido nа vida, pois com vocês vivo em uma troca constante de conhecimentos e solidariedade.
	À Betejane gestora da GRE, e toda equipe do NAS, em especial a Rubia, Carmen e Juliana, pois fоі lá onde aprendi а refletir е duvidar е nunca encarar а realidade como pronta. Lá aprendi а vеr а vida dе um jeito diferente.
	A minha cunhada Nazaré, e Rosilda pela indicação de estágio e ajuda no processo.
	A minha tia Marluce, por todas as motivações.
	Agradeço a orientadora Rubia por toda ajuda e conhecimentos a mim direcionados para realização deste sonho.
	Agradeço a todos os professores e as tutoras, Gisele, Val e Alexsandra que contribuíram com seus conhecimentos para minha aprendizagem. A todos, meu muito obrigada!
PEREIRA, Mucileide dos Santos C. O Assistente Social frente aos desafios da educação inclusiva. 2017. 56 total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Serviço Social – Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do Paraná, Caruaru, 2017.
RESUMO
Este Trabalho de Conclusão de Curso, visa discursar sobre a educação inclusiva, pois entende-se por educação inclusiva a pratica das políticas vivenciadas nas escolas de maneira que as mesmas contemplem à diversidade dos alunos, sendo um modo de trabalho humanístico e democrático, que percebe o aluno como um sujeito e suas singularidades, fazendo assim a inserção social de todos. Sendo assim, o Serviço Social escolar é sem dúvida um desafio para o Assistente Social, pois se configura ainda como um campo a ser explorado e efetivado, e é um dos meios ao qual o assistente social tem de buscar a efetivação do direito de uma educação inclusiva. Diante do exposto, temos como objetivo fazer um levantamento bibliográfico de natureza qualificativa, visando mostrar a atuação do serviço social junto a uma escola que visa trabalhar a pratica inclusiva numa perspectiva de educação de qualidade, democrática que vise o bem-estar do convívio social.
Palavras-chave: Educação Inclusiva. Sociabilidade. Políticas Públicas.
PEREIRA, Mucileide dos Santos C. O Assistente Social frente aos desafios da educação inclusiva. 2017. 56 total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Serviço Social – Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do Paraná, Caruaru, 2017.
ABSTRACT
The present research project aims to address inclusive education, since inclusive education is understood as the practice of policies experienced in schools so that they contemplate the diversity of the students, being a humanistic and democratic way of working, that the student perceives subject and its singularities, thus making the social insertion of all. Thus, School Social Work is undoubtedly a challenge for the Social Worker, since it is still a field to be explored and implemented, and is one of the means to which the social worker has to seek the realization of the right to an education Inclusive. In view of the above, we aim to make a bibliographical survey of a qualifying nature, aiming to show the social service performance together with a school that aims to work inclusive practice in a perspective of quality, democratic education that aims at the welfare of social life
Key-words: Inclusive Education. Sociability. Public policy.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	ABNT
CRAS
	Associação Brasileira de Normas Técnicas
Centro de referência de assistência Social
	LDB
LOAS
PNE
PCN
UNOPAR
	Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Lei Orgânica da Assistência Social
Plano Nacional de educação 
Parâmetros Curriculares Nacional 
Universidade Norte do Paraná 
	
	
	
	
	
	
SUMÁRIO
11 INTRODUÇÃO	�3
12 CAPITULO I – CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL................................................................................�6
2.1 1930, o início de uma longa trajetória..................................................................17
2.2 Assistência social X Assistencialismo..................................................................20
2.3 Regulamentação do trabalho do assistente social...............................................21
3 CAPITULO II - EDUCAÇÃO, UM DIREITO DE TODOS........................................23
3.1 O direito a educação nas constituições brasileiras..............................................23
3.2 A Constituição de 1988 e o direito a educação....................................................23
3.3 O estatuto da criança e do adolescente e o direito a educação..........................29
3.4 A lei de diretrizes e bases – LDB.........................................................................35
3.5 A politica publica de educação.............................................................................38
3.6 Educação Inclusiva...............................................................................................40
	3.6.1 O cenário da educação inclusiva no Brasil.............................................41
4 CAPITULO III- SERVIÇO SOCIAL NAS ESCOLAS..............................................43
4.1 a importância da inclusão dos assistentes sociais nas escolas...........................43
4.2 Desafios do assistente social dentro do ambiente escolar...................................45
4.3 O assistente social como mediador para uma educação inclusiva......................47
5 CAPITULO IV - REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO
ASSISTENTE SOCIAL PARA A EFETIVAÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA......................49
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................52
REFERÊNCIAS..........................................................................................................55
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INTRODUÇÃO
	A Educação Inclusiva tem sido tema de reflexão e ansiedade para educadores e educadoras em todos os níveis de ensino, pois pressupõe mudanças de representações sobre os sujeitos a serem incluídos e das identidades de todos os envolvidos no processo.
	Sendo assim, o Serviço Social escolar é sem dúvida um desafio para o Assistente Social, pois se configura ainda como um campo a ser explorado e efetivado, e é um dos meios ao qual o assistente social tem de buscar a efetivação do direito de uma educação inclusiva. Percebe-se ainda que as políticas implementadas não são suficientes para garantir uma atuação de qualidade que valorize as habilidades, competências e atribuições do Assistente Social, assim se faz necessário essa busca ativa para a efetivação da pratica inclusiva no âmbito escolar.
	É comum que a educação inclusiva seja confundida com a educação especial, muito embora contemple, porem a educação especial seja segundo Almeida (2012) “educação especial é uma modalidade de ensino que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de necessidades especiais, condutas típicas ou altas habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino.”
	Diante do exposto, o papel do assistente social é garantir diante da educação inclusiva não somente que o usuário com deficiência ou superdotação tenha acesso a escola e sim que mesmo tenha qualidade de ensino, como também esse ensino traga um metodologia diferente, que o faça aceitar sua deficiência e saber que o mesmo é importante para o mundo a sua volta, sendo que o papel do assistente social seja de acordo com todos os princípios do código de ética da profissão, atrelado com os princípios de equidade, contra a descriminação e preconceito, mostrando sempre que o convívio humano tem que estar pautado no respeito, dignidade e liberdade.
	O trabalho aqui apresentado busca compreender os desafios que o assistente social possa enfrentar no desenvolvimento do trabalho dentro da comunidade escolar, como também conhecer a trajetória histórica da inclusão do assistente social no âmbito escolar para o fortalecimento de uma educação inclusiva. Para que assim se possa mostrar a importância do assistente social dentro das escolas para a efetivação de uma escola inclusiva; discutir o contexto histórico do trabalho do assistente social dentro do âmbito escolar; refletir sobre a importância do assistente social para a efetivação de uma educação inclusiva; apontar os direitos a educação garantidos por lei.
	Nessa perspectiva, ao explorar as características da política de educação no Brasil vimos que, o reflexo da desigualdade social é alarmante. Todo movimento no cotidiano escolar e fora dele é diferente, cada ser tem seu ritmo corporal e cognitivo, sendo assim a pratica inclusiva dentro do ambiente escola nos mostra a importância de valorizar cada diferença dessa, a escola hoje se vê com o desafio de lidar com especificidades que existem a muito tempo, porém antes ficavam camufladas, vindo a emergir num contexto de abertura e do novo discurso de uma escola inclusiva e democrática que contemple os diversos atores que nela se inserem, os alunos, os pais, os professores e demais funcionários. Tal analise, nos remete a refletir a importância do assistente social dentro do âmbito escolar, partindo assim do pressuposto que o assistente social trabalha para a garantia dos direitos dos marginalizados, sendo assim partindo da identificação de demandas provenientes das refrações da questão social, A presença do assistente social no âmbito escolar facilita, sobretudo aos filhos de famílias mais carentes, e mesmo a estas, ao acesso aos serviços sociais e assistenciais, através de programas, informações e encaminhamentos realizados a partir da própria instituição que frequentam cotidianamente, para que assim se possam efetivar de fato uma escola inclusiva com uma educação que fomente a necessidade de todos os alunos para que assim possam de fato estudarem em uma escola inclusiva.
	Para tanto, usamos como metodologia uma pesquisa de natureza bibliográfica qualificativa, onde utilizaremos de sites, blogs, revistas periódicas, monografias, trabalho de conclusão de curso e livros para o desenvolvimento da pesquisa. Sendo que, a fundamentação teórica estará embasa em autores que contribuíram para o desenvolvimento do assunto como também para a discussão no meio educacional sobre a importância de tornar a educação inclusiva com o trabalho do assistente social, assim nos basearemos em autores como Paulo Freire, Maria Tereza Mantoan , Ney Luiz Teixeira de Almeida, Andreia Leticia Margarezi, como também farei uso do Código de Ética do Assistente Social, a Lei de Diretrizes e Bases da educação, os PCN’s, a constituição de 1988, a declaração de Salamanca, entre outras.
2. CAPITULO I - CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
	O Surgimento o serviço social remete muita a história da igreja católica romana. Como afirma alguns estudiosos, o surgimento do serviço social no Brasil data da década de 30, Pillizzer (2008, pag. 14) afirma que serviço social nasce no Brasil, na terceira década do século XX, em resposta à evolução do capitalismo, sob a influência europeia (em especial sob o influxo belga, francês e alemão), como fruto direto de vários setores particulares da burguesia fortemente respaldados pela Igreja Católica. Ao reassumir o presidente Getúlio Vargas tinha uma opção pelo crescimento urbano industrial, com isso fez surgir a questão social, pois era época de grandes questionamentos em relação as grandes transformações no plano social, influenciados por Durkheim, Darwin, Marx, Freud e outros.
	Resumindo, o Serviço Social, nasceu por influência direta da Igreja Católica, em âmbito de formação, prática e discurso de seus agentes. Em sua primeira fase, intervém no aparecimento da Questão Social, produzida pela relação de trabalho em moldes capitalistas, com o surgimento do trabalho livre profundamente marcado pela escravidão, seu passado recente. (PELLIZZER, 2008, p. 17)
	No decorrer da história muitos fatos marcantes e significativos ocorreram e foram responsáveis por mudanças relevantes no Serviço Social. A partir dos anos 80 o Serviço Social continuo enfrentando lutas para quebrar paradigmas de compreensão da sociedade, discutindo questões políticas – teóricas. Conforme Iamamoto e Carvalho (2007), gênese do Serviço Social foi marcada por uma formação teórico-metodológica conservadora.
Tem sua gênese no caráter coletivo da produção, contraposto à apropriação privada da própria atividade humana - o trabalho – das condições necessárias à sua realização, assim como de seus frutos. [...] expressa, portanto, disparidades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas por relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais, colocando em causa as relações entre amplos segmentos da sociedade civil e o poder estatal (IAMAMOTO, 2008, p. 16-17).
	Como estratégia de ajustar a falta de entrosamento e defeito do indivíduo nas relações sociais, o trabalho social tinha papel imprescindível de corrigir os abusos e atenuar as rebeliões no intuito de aliviar o sofrimento e melhorar a situação de milhares de seres humanos, ao tentar realizar essa tarefa o trabalhador social tinha uma visão ingênua e maniqueísta: “Ingênua porque pressupunha a solução dos problemas globais partindo de cada um deles isoladamente. Maniqueísta porque dividia o mundo entre bons e maus, abusadores e não-abusadores, rebeldes e integrados” (FALEIROS, 2001, p. 89).
	Nessa conjuntura, Freire e Cândido (2013), colocam que não existia
a profissão de Serviço Social, ou seja, a profissão não era regulamentada, mas das damas de caridades “assistentes sociais” contribuíam voluntariamente para realizar atividades solicitadas pelas igrejas. Assim, com a ampliação do modo de trabalho capitalista, foi aumentando as expressões da questão social, porem a burguesia tinha que manter a ordem para dar continuidade a seu poder. Sendo assim,
[...] a origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis que a ele estão subjacentes – alienação, contradição, antagonismo –, pois foi nesse vasto caudal que ele foi engendrado e desenvolvido (MARTINELLI, 2005, p. 66).
	Analisando assim a discussão, Freire e Cândido (2013) coloca que se percebe uma contradição na operacionalização de sua prática profissional, percebemos o seguinte: enquanto são contratados por uma classe (burguesa), suas ações são dirigidas para outra classe (subalterna), uma vez que a intervenção profissional responde demandas sociais, com objetivo de mediar os conflitos sociais e legitimar os interesses da classe capitalista.
[...] a história da profissão só pode ser entendida no contexto das relações de classe, onde se expressa seu compromisso social. Historicamente, o Serviço Social tem evidenciado seu compromisso com os interesses das classes do bloco hegemônico do poder, confrontando-se, contraditoriamente, com a clientela que tem se constituído no sujeito de sua ação cotidiana (IAMAMOTO & RAUL apud SILVA, 1995, p. 36).
2.1 1930, o início de uma longa trajetória.
	Freire e Cândido (2013) no diz que em 1930, o Brasil vivia um governo provisório (1930-1934), que se instituiu na pessoa de Getúlio Vargas, ele por sua vez, como presidente gozava poderes quase que ilimitados, se apoderando desses poderes, começou com uma política de modernização no país, criando novos ministérios, nomeado também interventores nos estados.
	Entre 1930 e 1937 o país viveu um período de grandes agitações políticas, devido à amplitude e a organização de movimentos políticos. Relativo à mobilização, essa atingiu vários estados da federação, inclusive a capital da Republica, além de envolver vários grupos sociais como: operários, classe média, militares, oligarquias e industriais. Quanto à organização, cresce o número de sindicatos, associações e surgem diversos partidos políticos (Freire e Candido, 2013).
	Contudo, Carvalho (2006), nos diz: “A fase propriamente revolucionária durou até 1934, quando a assembleia constituinte votou nova Constituição e elegeu Vargas como presidente”. Foi nesse período também que o país viveu um período de grandes agitações políticas, concernente à mobilização, essa atingiu as classes trabalhadoras, a classe média, a classe dos militares, a classe dos burgueses, entre outras, frente a essa mobilização cresce as organizações, os sindicatos e surge diversos partidos políticos. Com o Estado Novo então instituído, defronta-se com duas demandas emergentes: absorver e controlar os setores urbanos emergentes e buscar, nesses mesmos setores, legitimação política. Para isso, adota-se uma política de massa, incorporando parte das reivindicações da população, porém controlando a autonomia dos movimentos reivindicatórios do proletariado emergente, por meio de canais institucionais, absorvendo-os na estrutura corporativista do Estado (SILVA e SILVA, 1995).
	Nessa direção, Freire e Cândido (2013) nos diz que na operacionalização de sua intervenção os assistentes sociais recém-formados em 1936, atuariam na mudança de hábitos das famílias e pessoas, na perspectiva de melhorar os comportamentos, condições de higiene, à moral e à sua inserção na ordem social. Portanto, a intervenção do assistente social tinha um forte traço moralizador, que se travestia de “educador”; tratava-se de uma verdadeira “reforma moral”.
	
[...] Exemplos dessa articulação, na prática, podem ser vistos através das atividades das assistentes sociais subindo os morros das favelas para levar as pessoas a regularizarem suas relações de casal por uma certidão de casamento ou certidão de nascimento dos filhos e a evitar relações consideradas promíscuas ou perigosas: era a ordem moral e social para harmonizar classes sociais e edificar a “boa família”, o “bom operário”, o “homem e a mulher sadia” (FALEIROS, 2005 p.13).
	Com as colocações de FALEIROS, percebemos que a ação profissional de assistente social foi colocada como uma conduta que zelava pela moral, a higiene e a boa conduta da classe trabalhadora, que naquele momento encontrava-se em uma situação miserável, e o assistente social tentava conter as pressões oriundas da classe trabalhadora. Vale registrar aqui, que para responder as demandas apresentadas pela população nesse período, o Serviço Social no Brasil utilizava-se dos clássicos do “Serviço Social de Grupo” e “Serviço Social e de Comunidade” (ESTEVÃO, 1985) advindos dos Estados Unidos, objetivando tornar a comunidade organizada, com líder que buscasse melhorar os meios e as condições imediatas numa perspectiva de prevenir doenças, conscientizar gestantes e articular obras sociais, condições de habitação e a questão sanitária (FALEIROS, 2005).
Com o surgimento das grandes instituições, o mercado de trabalho se amplia para o Serviço Social e este rompe com o estreito quadro de sua origem para se tornar uma atividade institucionalizada e legitimada pelo Estado e pelo conjunto das classes dominantes (IAMAMOTO, 2004, p. 93).
	Portanto, foi implantado o trabalho de agentes sociais para atuarem no controle social dos que só tinham a sua força de trabalho para vender. O surgimento do Serviço Social está diretamente relacionado ao modo Capitalista de Produção. Modo sustentado na exploração, na desigualdade, e que deixa de forma patente e gritante a Questão Social. O Serviço Social surge como uma ferramenta da classe burguesa, para controle do proletariado que já se mobiliza em prol de melhores condições de existência. (Freire e Cândido, 2013)
	Ao se pensar na inserção do Serviço Social junto à classe trabalhadora, percebe-se que os profissionais passam a analisar criticamente suas intervenções, pois a aproximação com os movimentos sociais na luta por seus direitos, criou-se a possibilidade de reflexão crítica de sua atuação despertando a busca de um referencial teórico que construísse uma ideologia de transformação social, ideias essas que já eram discutidas na Europa por Karl Marx (FREIRE e CÂNDIDO, 2017).
	É partir desse pensamento crítico, em relação a ação profissional do assistente social, que a classe começa a pensar em uma forma de intervenção social, focada na emancipação do indivíduo, e não tão somente no assistencialismo, pautando suas vertentes no socialismo de Marx, então começa uma longa trajetória para a regulamentação da profissão, e para que ela possa ser voltada para o desenvolvimento da sociedade e do indivíduo que ne habita.
 Assistência social X Assistencialismo 
	Historicamente a assistência social é vista como assistencialismo, uma vez que o surgimento dela partiu do pressuposto de ajudar o proletariado dentro do regime capitalista, e consequência na atualidade determinados segmentos da sociedade veem a assistência social como um meio de ajuda, porem para melhor entendermos devemos perceber que o assistencialismo é uma doutrina, sistema ou prática que organiza e presta assistência às comunidades socialmente excluídas. Entretanto, não há uma política para tirá-las da condição de carência. É a ação de pessoas, organizações governamentais ou entidades da sociedade civil, junto às comunidades menos favorecidas, com o objetivo de apoiar ou ajudar de forma pontual, mas sem transformar a realidade social.
O histórico da Assistência Social, antes de se tornar uma política pública, é caracterizado pelo assistencialismo, pelo clientelismo, pela caridade, pelo voluntariado e estes sentidos ainda estão presentes no cotidiano desta política (PESTANO, 2006). 
	O assistencialismo
é, portanto, uma prática de dominação e, quando se torna vitorioso, produz a manipulação. Pelo valor da, entre aspas, gratidão, os assistidos se vinculam ao titular das ações de caráter assistencialista. Trata-se de uma prática que estimula a subserviência e a troca de favores.
As ações da política de assistência social são organizadas para promover o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, a capacidade de proteção da família, a autonomia e o protagonismo dos indivíduos, famílias e comunidades. (GUIA MDS, pág. 35) 
	Por isso, no caso da assistência social propriamente dita tem como objetivo a emancipação das famílias e do indivíduo. Visa atender as necessidades das comunidades marginalizadas, atendendo seus problemas emergentes ou permanentes, através de projetos que procuram prevenir exclusões sociais, riscos e vulnerabilidades.
	Freire e Cândido (2013) coloca que na assistência social, procura-se garantir àqueles que se encontram em situação de fragilidade, as condições para que alcancem seus direitos, a começar pelo direito ao amparo. A premissa é de que os segmentos desfavorecidos são igualmente titulares de direitos, que lhe têm sido sonegados. Entra, então, a construção de políticas públicas voltadas à recuperação de sua dignidade e autoestima.
Um exemplo digno de nota foi a inclusão, no texto constitucional, da assistência social como um componente da Seguridade Social, ao lado da Saúde e da Previdência, e, portanto, como um direito de cidadania social. Tal fato ganha maior relevância quando se constata que esta inclusão inaugura, na tradição constitucional brasileira, uma atenção particular para com os mais pobres …efetivamente, embora desde 1934 as Constituições Federais venham disciplinando direitos e relações de trabalho, como forma de regular a economia e o mercado, só em 1988 os destituídos, inclusive de condições de trabalho, foram legalmente amparados no seu direito de proteção gratuita e desmercadorizável pelos poderes públicos. (POTYARA, 1996, pg. 66) 
	Portanto, mesmo a profissão sendo surgida na década de 1930, a constituição de 1934 já vinha se mostrando a favor da proteção do direito do trabalhador, porem só foi na constituição de 1988 que a Assistência Social foi devidamente legislada, com suas normas preceituadas na Constituição da República Federativa do Brasil, nos artigos 203 e 204.
	E assim podemos ver no parágrafo único do artigo 204, que: “ A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais. (Brasil, 1988).
	A assistência social pode ser considerada como uma estratégia para responder à questão das necessidades sociais e enfrentamento da pobreza. Assistência enquanto direito e dever do Estado, assumindo status de política pública no tripé do projeto de seguridade social, sendo assim, por fim, o assistente social trabalha na perspectiva do direito do indivíduo, diante de um código de ética comprometido com a sociedade, na defesa de um projeto ético-político estruturado, leva a cabo a defesa irredutível dos direitos de seu usuário.
 Regulamentação do trabalho do assistente social
	Ao decorrer da história de nosso país foram promulgadas diversas constituições, a primeira constituição que tenha no seu texto o termo “assistência púbica” foi a constituição de 1934, ela dizia que: “Art. 10. Compete concorrentemente à União e aos Estados: [...] II. Cuidar da saúde e assistência públicas; ” (Brasil, 1934 apud Mesquita, 2012). 
	A constituição de 1937, promulgada no então chamado “Estado Novo”, estado esse que promoveu diversas arbitrariedade e restrições, mais em todo caso manteve a assistência social, porem de forma bastante reduzida. 
	Logo após a segunda guerra mundial e a queda do Estado Novo, em 18 de setembro de 1946 foi promulgada mais uma constituição, na qual em alguns artigos dessa constituição aparece a assistência social.
Art. 31. À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedado: 
[...] 
V – Lançar imposto sobre: 
[...] 
b) templos de qualquer culto, bens e serviços de partidos políticos, instituições de educação e de assistência social, desde que as suas rendas sejam aplicadas integralmente no país para os respectivos fins;
Art. 164 - É obrigatória, em todo o território nacional, a assistência à maternidade, à infância e à adolescência. A lei instituirá o amparo de famílias de prole numerosa. 
Art. 198. Na execução do plano de defesa contra os efeitos da denominada seca do Nordeste, a União despenderá, anualmente, com as obras e os serviços de assistência econômica e social, quantia nunca inferior a três por centro da sua renda tributária. (Brasil, 1934 apud Mesquita, 2012). 
	Sobre tudo, na Constituição de 1967, época em que o Brasil é caracterizado pela Ditadura Militar a assistência social, continua aparecendo, porem de uma forma muito discreta. Ainda sobre a época da Ditadura Militar foi promulgado em 1969 uma emenda constitucional, que para alguns juristas coloca ela como uma nova constituição. Nela houve a exclusão da assistência prevista no § 4º, do art. 167 e manteve a do art. 169 (modificado apenas o número do artigo para 177, § 2º), acrescentada a assistência e educação aos excepcionais. (Mesquita, 2012).
	Ao longo destas seis Constituições Federais brasileiras (1824, 1891, 1937, 1946, 1967 e EC 1969), a assistência social só não foi contemplada na de 1891. Nas outras, seja de forma mais contida (1824) ou com vários dispositivos (1934), houve a preocupação do constituinte de inseri-la, porém é na constituição de 1988, após longos 97 anos da primeira constituição que os constituintes, colocaram a assistência social em diversos artigos, comtemplando assim os anseios da sociedade em garantir os direitos que lhe foram negados desde a descoberta do Brasil em 1500, assim a Assistência Social é mencionada nos seguintes momentos da constituição de 1988:
art. 150, VI, “c” ao tratar da imunidade tributária das instituições de assistência social relativa aos impostos; 
art. 194 e 195, que trata da seguridade social e § 7º, também ao tratar da imunidade, agora relativa às contribuições sociais, respectivamente;
art. 203 e 204 que cuidam da definição, alcance, objetivos, responsabilidades e fonte de custeio.
	Nesse sentido, de acordo com o art. 194 a obrigação de prestar assistência social é do Poder Público e da sociedade.
Busca a CF (art. 203) a proteção à família, à maternidade, à infância à adolescência e à velhice, a promoção da integração ao mercado de trabalho, a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária, o amparo às crianças e adolescentes, bem como a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.(Mesquita, 2012).
	Contudo, foi em 1993 que a profissão de assistente social no Brasil e as instâncias de controle, fiscalização, sistematização e normatização da profissão foram regulamentadas pela Lei n° 8662/93, sancionada em 7 de junho de 1993. A lei é conhecida como lei de Regulamentação da Profissão.
Art. 1º É livre o exercício da profissão de Assistente Social em todo o território nacional, observadas as condições estabelecidas nesta lei.
Art. 2º Somente poderão exercer a profissão de Assistente Social:
I - Os possuidores de diploma em curso de graduação em Serviço Social, oficialmente reconhecido, expedido por estabelecimento de ensino superior existente no País, devidamente registrado no órgão competente;
II - Os possuidores de diploma de curso superior em Serviço Social, em nível de graduação ou equivalente, expedido por estabelecimento de ensino sediado em países estrangeiros, conveniado ou não com o governo brasileiro, desde
que devidamente revalidado e registrado em órgão competente no Brasil;
III - os agentes sociais, qualquer que seja sua denominação com funções nos vários órgãos públicos, segundo o disposto no art. 14 e seu parágrafo único da Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953.
Parágrafo único. O exercício da profissão de Assistente Social requer prévio registro nos Conselhos Regionais que tenham jurisdição sobre a área de atuação do interessado nos termos desta lei.
3 CAPITULO II – EDUCAÇÃO, UM DIREITO DE TODOS
3.1 O direito a educação nas constituições brasileiras.
	O Brasil teve nove constituições a contar com a constituição de 1822, a constituição que ficou conhecida como a Luso-brasileira e foi um tanto fracassada, essa constituição era uma continuação da Constituição Portuguesa de 1822. Ela foi fracassada devido à complexidade do processo de independência do Brasil, pois ela foi discutida até o dia 23 de setembro. Para entendermos melhor, para a constituição de Portugal foram dois delegados brasileiros, os quais estavam presentes também na constituição brasileira, porem existiam muitas divergências entres as províncias brasileira, pois alguns delegados não aceitavam a proclamação da república, algumas províncias continuavam leais a Portugal.
	AMARILIO (2010) nos diz que, há que se destacar ainda que o caráter elitista e excludente da educação brasileira não se alterou com a independência política alcançada em 1822.
	Sendo assim, é necessário saber que o processo de educação no Brasil começou no ano de 1500, sendo a educação religiosa pelos jesuítas com o intuito de catequisar os índios, vale ressaltar que ao tentarem catequisar os índios não tiveram muito sucesso, pois os mesmo já tinha sua cultura, sua crença religiosa e seus costumes, então começaram a catequisar os curumins (crianças), pois segundo eles os mesmo eram mais fácil de catequisar porque não tinha sido “contaminados” totalmente pelos costumes da sua tribo. E assim temos o início do processo de educação no Brasil.
	Contudo, no contexto daquela sociedade agravia, burguesa e escravocrata, um grande contingente da população, sendo os menos abastados de riquezas eram excluídos do processo educacional. 
	Segundo Amarilio (2010), ele coloca o processo educacional antes da constituição de 1824, da seguinte forma: 
A primeira coisa a ser dita é a seguinte: estabeleceu-se uma dicotomia inconciliável entre as chamadas artes liberais (educação para a política) e as artes mecânicas (instrução para o trabalho). Entretanto, no contexto das relações escravistas de produção não havia propriamente uma “instrução para o trabalho”, já que os escravos eram adestrados por meio do exercício diário que executavam em suas tarefas, além de estarem submetidos ao uso indiscriminado da violência, ou seja, eles realizavam o trabalho repetitivo baseado exclusivamente na força física (o que explica a necessidade constante do tráfico negreiro). Quanto às artes liberais, o processo de educação clássica era aquele que formava os bacharéis 35 em Direito ou em Medicina. Eram cursos de sólida formação humanística que, para além das especificidades profissionais, estavam ancorados na filosofia e na retórica. Assim, a aristocracia agrária, a classe dominante brasileira desde a colônia, se caracterizava também por outro traço distintivo: muitos dos seus membros eram portadores do título de “doutor”, de preferência em Direito.
	Porem nossa indignação se detém na estruturação da educação após a constituição de 1824, quando o Brasil se torna independente politicamente de Portugal.
o Brasil permaneceu como uma economia agrária mantida pelo trabalho escravo e, por conseguinte, com uma estrutura social rigidamente constituída: a massa de escravos desafricanizados, de um lado, e as elites agrárias regionalizadas, do outro. Assim, o Brasil continuou sendo um país periférico, economicamente dependente em relação aos centros metropolitanos europeus, cujo capitalismo avançava rapidamente para a plena era industrial. (Amarilio, 2010 p. 36)
	Porém, o império criou em 1827, dois cursos que visavam o ensino jurídico, sendo esses cursos em Recife e em São Paulo.
o regime monárquico, que as elites agrárias implantaram com a Constituição de 1824, estabelecia a vigilância ideológica não só por meio do controle que exercia sobre o currículo, mas também sobre outros aspectos da vida pedagógica dos cursos de Direito, tais como: o método de ensino, a nomeação de professores, os programas das disciplinas e os livros indicados nas bibliografias. (Amarilio, 2010 p. 36)
	Porém, a Constituição de 1824 desconsiderou a educação como tratamento restritivo.
Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis e Políticos dos cidadãos brasileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual e a propriedade, são garantidas pela Constituição do Império, pela maneira seguinte: 
[...] XXXII – A instrução primária é gratuita a todos os cidadãos. XXXIII – Colégio e universidades onde serão ensinados os elementos das Ciências, Belas-Artes e Letras (BRASIL, 2001a, p. 103).
	Assim entendemos que a educação era para todos os brasileiros, porem fica a indagação de qual forma era o acesso à educação, será que os pobres e negros tinha como acessar essa educação, ou até mesmo se era deixado eles terem acesso?
	Segundo, Vieira (2007) ele detalhe que “a presença desses dois únicos dispositivos sobre o tema no texto de 1824 é um indicador da pequena preocupação suscitada pela matéria educativa naquele momento político.”
	Sendo assim, anos mais tarde foi aprovado uma lei que ficou conhecida como ato adicional, 
O § 2o do Artigo 10 do Ato Adicional, de agosto de 1834, estabelecia o que se segue: Art. 10. Compete às Assembleias legislar: [...] § 2o Sobre a instrução pública e estabelecimentos próprios a promovê-la, não compreendendo as faculdades de Medicina, os Cursos Jurídicos, Academias atualmente existentes e outros quaisquer estabelecimentos de instrução que para o futuro forem criados por lei geral (BRASIL, 2001a, p. 108 apud Amarilio 2010, p. 39).
	Assim esse ato adicional de 1834 revogou o inciso 32 do artigo 179, colocando a pratica e o financiamento da educação gratuita para as províncias. Desse modo, a política educacional do Império, depois da aprovação do Ato Adicional de 1834, ficou marcada por uma contradição estrutural; no que concernia ao financiamento, pautou-se pela descentralização, isto é, o poder central transferiu para as províncias a responsabilidade pelo provimento das despesas com a instrução elementar. (Amarilio 2010, p. 40).
	O que era ensinado nessas escolas?
A política educacional do Império, depois da aprovação do Ato Adicional de 1834, ficou marcada por uma contradição estrutural; no que concernia ao financiamento, pautou-se pela descentralização, isto é, o poder central transferiu para as províncias a responsabilidade pelo provimento das despesas com a instrução elementar.
[...]A Lei de 1827 estabelecia que o currículo fosse restrito aos meninos.
[...]em outras palavras, as relações agrárias de produção sempre engendraram, historicamente, organizações societárias baseadas no predomínio dos homens sobre as mulheres, que assim ficavam relegadas ao cotidiano familiar, responsáveis exclusivamente pela reprodução e educação dos filhos. (Amarilio 2010, p. 42).
	Assim, vemos a educação na constituição de 1824 como um meio para perpetuar a dominância do homem branco e rico, sobre as pessoas marginalizadas e as mulheres.
	A constituição de 1891 apresenta um maior número de dispositivos sobre a educação, porém não chega a ser satisfatória e que abranja toda a sociedade.
	Segundo Fernandes, 1966, p. 75 coloca que a exigência da instrução primária obrigatória, universal e gratuita ficou no papel e os problemas da educação popular não foram resolvidos (nem mesmo enfrentados) através das escolas primárias.
Caracterizada pela separação entre Estado e Igreja, a nova Carta traz como grande inovação
a laicidade do ensino, ao dispor que seria "leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos" (art. 72, § 6º). Também este artigo introduz uma temática que estará presente ao longo da história, assinalando a diferença entre católicos e liberais, questão que se aprofundará no curso da República. (VIEIRA, 2007, p. 296)
	Na Constituição de 1934 dedicou-se significativamente à educação, no capitulo dois dedicou 11 art. específicos sobre o tema, sendo os acontecimentos econômicos e políticos que marcaram o final da década de 1920 significaram um ponto de inflexão na revolução burguesa no Brasil. (Amarilio, 2010, p. 61)
	Assim, para que a educação tivesse essa dedicação significativa na Constituição de 1934, houve uma grande mobilização no Rio de janeiro que ficou conhecido como “O manifesto dos Pioneiros”, assim em 1932 o manifesto acrescentou que:
a laicidade, gratuidade, obrigatoriedade e coeducação são outros tantos princípios em que assenta a escola unificada e que decorrem tanto da subordinação à finalidade biológica da educação de todos os fins particulares e parciais (de classes, grupos ou crenças), como do reconhecimento do direito biológico que cada ser humano tem à educação. A laicidade, que coloca o ambiente escolar acima de crenças e disputas religiosas, alheio a todo o dogmatismo sectário, subtrai o educando, respeitando-lhe a integridade da personalidade em formação, à pressão perturbadora da escola quando utilizada como instrumento de propaganda de seitas e doutrinas. A gratuidade extensiva a todas as instituições oficiais de educação é um princípio igualitário que torna a educação, em qualquer dos seus graus, acessível não a uma minoria, por privilégio econômico, mas a todos os cidadãos que tenham vontade e estejam em condições de recebê-la. Aliás, o Estado não pode tornar o ensino obrigatório sem torná-lo gratuito. A obrigatoriedade que, por falta de escola, ainda não passou do papel, nem em relação ao ensino primário, e se deve estender progressivamente até uma idade conciliável com o trabalho produtivo, isto é, até aos 18, é mais necessária ainda “na sociedade moderna em que o industrialismo e o desejo de exploração humana sacrificam e violentam a criança e o jovem”, cuja educação é freqüentemente impedida ou mutilada pela ignorância dos pais ou responsáveis e pelas contingências econômicas (AZEVEDO et al., 1960b, p. 115).
	Já Dermeval Saviani, na edição comemorativa da obra Escola e democracia, editada em 2008, vai além ao afirmar que:
Reconhece o caráter progressista do movimento Escola Nova, em especial na formulação contida no “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” que, sob alguns aspectos, chegou mesmo a ultrapassar a concepção liberal burguesa de educação, incorporando propostas que se inserem na tradição pedagógica socialista (SAVIANI, 2008, p. 81).
	Na constituição de 1937, a educação continua sendo tratada com orientação oposta ao texto liberal de 1934, O dever do Estado para com a educação é colocado em segundo plano, no mesmo dia da promulgação da constituição Getúlio Vargas deu um golpe e começa uma época que ficou conhecida como o Estado Novo, sendo assim durante o Estado Novo teve a implementação de um conjunto de reformas educacionais que ficaram conhecidas como “Leis Orgânicas do Ensino”. 
	Essa Leis dava continuidade ao ensino básico, porem ele continuava sendo elitista, eram para poucos, porque eram a antessala dos cursos universitário. Ou como afirmou Anísio Teixeira (1976):
 a escola primária e a Escola Normal prosperavam, mas como escolas de classe média; a escola acadêmica e o ensino superior ficavam ainda mais restritos, destinando-se dominantemente a grupos da classe superior alta. Abaixo dessas classes médias e superiores, dormitava, esquecido, o povo (TEIXEIRA, 1976, p. 273).
	A constituição de 1946 teve um conflito ideológico estabeleceu-se novamente porque o projeto de lei enviado ao Congresso Nacional pelo ministro da educação Clemente Mariani, em 1948, tinha um caráter laicista-liberal. (Amarilio 2010, p. 88)
	E assim começaram as discussões acerca da construção da Lei de diretrizes de Base da Educação, foi aprovada no ano de 1961 e entrou em vigor no ano seguinte.
Não se pode dizer que a Lei de Diretrizes e Bases, ora aprovada pelo Congresso, seja uma lei à altura das circunstâncias em que se acha o país em sua evolução para constituir-se a grande nação moderna que todos esperamos. Se isto não é, não deixa, por outro lado, de ser um retrato das perplexidades e contradições em que nos lança esse próprio desenvolvimento do Brasil. Afinal, é na escola que se trava a última batalha contra as resistências de um país à mudança (TEIXEIRA, 1962, p. 222).
	Porem era notória a inadequação do sistema escolar, Paulo Freire coloca que: 
A inadequacidade de nossa escola primária consiste na sua verbosidade, no exagero da memorização, na sonoridade da palavra, com que, fugindo à realidade em que se situa, se superpõe a ela. [...] é uma escola que não infunde esperança. Além da reprovação em massa [...] a milhares de meninos cedo antecipados em homens [...] se dão leituras em que se fala de viagens à “fazenda do tio Mário, onde vamos passar as férias”, viajando de trem e de barco e em cujo percurso “mamãe e papai conversam, Ângela e Cármen lêem revistas infantis. E eu estou na janela gozando a viagem” (1961, p. 21-24).
	Ao falar de Paulo Freire não podemos deixar de mencionar o movimento de educação popular e o método de alfabetização de adultos de Paulo Freire, o Brasil em plena ditadura militar, momento de direitos negados, a restauração de velhos elementos econômicas da sociedade agraria.
	Amarilio (2010), comenta:
Foi nesse contexto de transformações econômicas e crises políticas que o pernambucano Paulo Freire desenvolveu a sua “pedagogia do oprimido”. Para ele, a transição de uma “sociedade fechada” (agrária) para uma “sociedade aberta” (urbano-industrial) demandava, necessariamente, a erradicação do analfabetismo, pois a condição de existência do analfabeto implicava a manifestação de uma consciência ingênua em relação ao mundo circundante e, por conseguinte, reprodutora do velho status quo societário agrário.
	Porém, a data de 31 de março de 1964 representa a mudança institucional mais grave da história do Brasil na segunda metade do século XX, a Ditadura Militar, ela mudou radicalmente o curso do processo político da redemocratização que o Brasil vivia desde 1945.
Assim, o sistema nacional de educação engendrado pelas reformas educacionais da ditadura militar (Reforma Universitária de 1968 e reforma da escola de educação básica) pode ser sumariado da seguinte forma: 1) Ensino de 1o grau de oito séries obrigatórias (reunião das antigas quatro séries obrigatórias com as quatro séries do antigo curso ginasial): cumprimento da obrigatoriedade escolar na faixa etária de 7 a 14 anos, nas capitais e nos grandes centros urbanos (“Operação Escola”); assistência ao educando (alimentação, serviços de saúde, material escolar, etc.). 2) Ensino de 2o grau (educação escolar facultativa de três séries): a reformulação do ensino ginasial, de modo que ele viesse a constituir com o nível primário um sistema fundamental contínuo, capaz de atender à elevação dos padrões qualitativos, assegurando formação básica ao educando para atuar nas atividades da indústria, agricultura e serviços, após treinamento intensivo e rápido 99 para o trabalho. Elevação do nível do pessoal docente, técnico e administrativo, notadamente nas áreas do ensino mais relacionado com o desenvolvimento. 3) Educação Superior: ampliação das matrículas, especialmente nas modalidades profissionais consideradas prioritárias pelo seu caráter social e interesse no processo de desenvolvimento econômico nacional (“Operação-Produtividade”). Intensificação da pós-graduação, em nível de mestrado e doutorado, a fim de formar pessoal docente para o próprio ensino superior, bem como proporcionar recursos humanos com alto nível de
qualificação para atender os interesses econômicos das empresas públicas e privadas. (Amarilio 2010, p. 98)
	Contudo, essas mudanças no ensino não foram bem aceitas pela sociedade e pelos estudantes, era uma formação profissional inadequada e a sociedade não gozava de prestigio nenhum, porque se proletarizou a economia e cultura. 
	Segundo Amarilio (2010), para reivindicar condições dignas de vida e de trabalho, os professores organizaram-se em associações e faziam greves por reajustes nos salários, que eram sistematicamente corroídos pela inflação.
	Existiam também o movimento estudantil e as organizações revolucionárias de esquerda que praticaram a luta armada como forma de combate à ditadura militar (1964-1985) tornou-se mais orgânica depois da aprovação da Reforma Universitária de 1968.
Os projetos educacionais implantados pelas oposições na primeira metade da década de 1980, quando a ditadura militar chegava ao fim, resultaram basicamente da conjugação entre duas tendências pedagógicas. A corrente hegemônica era influenciada, particularmente, pelos pensamentos de Paulo Freire e Jean Piaget, e o resultado era uma pedagogia que combinava o “construtivismo genético” com a educação centrada no ativismo dos alunos. (Amarilio, 2010, p. 107).
	A constatação que temos é que o Brasil chegou ao final do século XX, depois do fim da ditadura militar (1985) e da promulgação da Constituição de 1988, sem ter conseguido resolver a questão da escola pública para todos e com boa qualidade de ensino.
3.2 A Constituição de 1988 e o direito a educação.
	A Constituição Federal Brasileira, promulgada em 1988, foi a primeira das constituições brasileiras a inserir os direitos sociais no título dedicado aos direitos e garantias, vindo a representar um passo decisivo na passagem do garantismo individual ao garantismo social. (FIGUEIREDO, 1988, p. 104).
A constituição Federal de 1988, diz em seu texto:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.    
	Com isso vemos que o art. 6º estabelece que a educação é um direito de todas e todos e, ainda, que condições para acesso e permanência escolar devem ser garantidas pelo Estado. (Brasil, 1988)
	O que pode ser facilmente demonstrado ao frisarmos que a constituição de 1988 reafirmou a educação como sendo direito de todos e dever do Estado, em conformidade com o Art. 205 de seu texto legal, diz que; Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Brasil1988)
	No art. 6º, a constituição especifica que;
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
	Diante disso Oliveira (1998), informa que a Constituição Federal de 1988 inova-se a formulação da gratuidade, assegurando-a em todos os níveis na rede pública, ampliando-a para o ensino médio, tratada nas Constituições anteriores como exceção e, para o ensino superior, nunca contemplada em Cartas anteriores.
	Com isso, temos ainda o art. 208 que detalha o direito a educação formulado nos seguintes termos: 
O dever do Estado para com a educação4 será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;5 III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequada às condições do educando; VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
	Sobre esse art. E os incisos Oliveira (1998, p. 62), diz:
A primeira novidade aparece no inciso I, ao precisar que o dever do Estado para com o ensino estende-se mesmo aos que “a ele não tiveram acesso na idade própria”. Este texto aperfeiçoa os de 1967/69, que especificavam a gratuidade e a obrigatoriedade dos 7 aos 14 anos, criando a possibilidade de se restringir o atendimento aos indivíduos fora desta faixa etária. Avança, também, ao especificar o atendimento dos que não mais se encontram na idade considerada “ideal” para o ensino fundamental.
	Contudo cabe ressaltar a importância do inciso III, onde diz que se deve ter “atendimento especializado a portadores de deficiência e preferencialmente na rede regular de ensino”. Assim vemos a preocupação dos constituintes em ofertar a equidade dentro do processo de ensino e aprendizagem.
	Assim Oliveira (1998, p. 63), nos conta que os principais mecanismos destinados a detalhar e reforçar a importância da declaração do Direito à Educação na Carta Magna são os três parágrafos do artigo 208.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
	Tendo em vista o aperfeiçoamento do texto de 1988 em relação aos anteriores, tanto no que diz respeito à precisão de redação quanto ao detalhamento da declaração do Direito à Educação, podemos afirmar que a Constituição Federal de 1988, trouxe para a sociedade garantias de direitos, como fica explicito nos art. citados, porem sabemos que o Brasil é um país de desigualdades e fica nossa indagação em relação a efetivação do direito a educação básica, e superior de qualidade. E as nossas crianças e adolescentes será que tem um ensino de qualidade na educação infantil, como a efetivação a esse direito é feita?
3.3 O estatuto da criança e do adolescente e o direito a educação.
Dia a dia nega-se às crianças o direito de ser criança. Os fatos, que zombam desse direito, ostentam seus ensinamentos na vida cotidiana. O mundo trata os meninos ricos como se fossem dinheiro, para que se acostumem a atuar como o dinheiro atua. O mundo trata os meninos pobres como se fossem lixo, para que se transformem em lixo. E os do meio, os que não são ricos e nem pobres, conserva os atados à mesa do televisor, para que aceitem desde de cedo, o destino, a vida prisioneira. Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem ser crianças. (Eduardo Galeano)
	Em resumo, vamos citar o início do processo de criança do estatuto da criança e do adolescente – ECA, sendo que ele é o conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que tem como objetivo a proteção integral da criança e do adolescente, aplicando medidas e expedindo encaminhamentos para o juiz. É o marco legal e regulatório dos direitos humanos de crianças e adolescentes.
	O ECA foi criado pela Lei 8.069, ele presenta um marco jurídico que instaurou a proteção integral e uma carta de direitos fundamentais à infância e à juventude considerando criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade.
	Porém, esse não foram os primeiros mecanismos de leis
voltados para a criança e ao adolescente, anterior a 1988 o Brasil tinha o código de menores, O ECA foi criado após a promulgação da Carta Magna, a constituição Federal de 1988.
	Em 1989 houve a Convenção sobre os Direitos da Criança pela Assembleia Geral das Nações Unidas – ONU, ocasião em que foram discutidos compromissos internacionais que abriram caminho para as discussões do ECA no ano de 1990. O Brasil, então, tornou-se o primeiro país a adequar a legislação interna aos princípios consagrados pela Convenção. Ao longo dos anos, o Estatuto teve alterações introduzidas em mim texto.
	O ECA é considerado um dos melhores do mundo, uma referência internacional em legislação para essa faixa etária e inspirou legislações semelhantes em vários países. Apesar disso, ainda hoje suas leis são desconhecidas pela maioria da população brasileira e em muitos municípios sua aplicação prática é descumprida.
	De acordo com Di Giacomo & Amorim:
 O Art.4º do ECA, dispositivo, que praticamente reproduz a primeira parte do enunciado do art. 227, caput, da CF, procura deixar claro que a defesa dos direitos fundamentais assegurados à criança e ao adolescente, não é tarefa de apenas um órgão ou entidade, mas deve ocorrer a partir de uma ação conjunta e articulada entre família, sociedade/comunidade e Poder Público. (2011, p. 18).
	O contexto geral da sociedade é por muitas vezes negligente nhoque diz respeito a efetivação do direito da criança e do adolescente, e isso acorre não apenas por parte da sociedade em geral, e sim por parte da família e do próprio estado. 
	Contudo, o art.4º ECA, garante que: 
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos à vida, à saúde, à alimentação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
	E o art.5º do ECA, ainda coloca que: 
Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
	Nessa perspectiva, entendemos que o estado, a sociedade e a família devem zelar pelo bem-estar físico e mental da criança e do adolescente, pois são pessoa que necessitam muito de fatores de proteção durante o seu desenvolvimento.
	Sobre tudo, além da família a escola deve fazer parte dessa rede de proteção à criança e ao adolescente, podendo ser um agente de reprodução de valores humanos, acolhendo as famílias trabalhando assim em conjunto com toda a comunidade escolar.
A escola como equipamento social; e a educação, com o objetivo de elevar o conhecimento cientifico historicamente acumulado, não pode deixar de cumprir o papel que lhe é atribuído de proteção da criança e do adolescente contra toda e qualquer forma de exploração, violência e descaso. Portanto, a escola deve promover os direitos da criança e do adolescente, fornecendo uma educação de qualidade, não só nós índices da Educação Básica, mas na formação do cidadão. (VIEIRA, 2007. p. 11)
	Com isso, é necessário que toda a comunidade escolar receba formação em relação aos direitos da criança e do adolescente para que se saiba quando esses direitos estão sendo violados, pois é importante para o desenvolvimento de uma oferta de educação de qualidade pois assim pode-se fazer o controle social.
	Sendo assim, se faz necessário mencionar a frase de Pitágoras “Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.”
	Com isso o capitulo VI do ECA coloca: 
ART.53 - A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparando para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. 
	Este artigo assegura: 
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - Direito de ser respeitado por seus educadores; 
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; 
IV - Direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo Único - É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
	Assim, é de extrema urgência que a escola ocupe o lugar que já deveria ter ocupado, logo que a CF de 1988 foi promulgada, pois já trazia no Art. 227 a exigência de que ela seja solidaria com os outros responsáveis pela educação para garantir esses direitos de nossas crianças e adolescentes. Muitos profissionais da Educação nunca tiveram contato ou fizeram leitura do ECA, não por negligência, mas, por que essa não é uma formação que é oferecida de maneira efetiva nos cursos de formação. (VIEIRA, 2007, p. 21)
	Nessa perspectiva é indispensável mencionar os artigos que existem no ECA referente a educação:
ART. 54 - É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. § 1° - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2° - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. § 3° - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola. 
ART. 55 - Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. 
ART. 56 - Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I - maus-tratos envolvendo seus alunos; II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III - elevados níveis de repetência. 
ART. 57 - O Poder Público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, serração, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório. 
ART. 58 - No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura. 
ART. 59 - Os Municípios, com apoio dos Estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.
	Com isso, é necessário destacar no art. 53 o inciso III, que garante o direito educacional e o atendimento especial a portadores de deficiência, e que vise o pleno desenvolvimento da pessoa, assim para que a escola seja feita dessa forma é necessário a tornar uma escola inclusiva.
	Nesse sentido Di Giorgio (2001:147) afirma:
 A Escola deve avançar no sentido de ser, legitimamente, institucionalmente e no imaginário social, uma entidade que cumpra socialmente sua função de dinamizadora cultural e social do seu entorno e é a partir do cumprimento da função mais ampla que ela poderá efetivamente atuar eficazmente no sentido de não mais instruir, mas educar crianças,
jovens, adolescentes e também adultos.
	Se a escola tem a função social de emancipar os cidadãos, não pode deixar de trabalhar dentro de uma educação em direitos humanos.
	Contudo, o ECA apenas procurou tornar possível à norma constitucional quanto ao direito à educação.
3.4 A lei de diretrizes e bases – LDB
	A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, lei de nº 9.394/96. ela é uma legislação com a função de organizar a estrutura da educação brasileira, influencia diretamente na formação escolar e acadêmica. Assim a LDB traz em seu texto um rumo que a educação Brasileira deve seguir. Com o advento da LDB, inúmeras transformações foram introduzidas causando mudanças e ampliando o conceito de Educação. Isso porque a LDB tomou forma com o debate de questões acadêmicas e sociais das últimas décadas.
	A LDB também caracterizou a educação como dever do estado e da família, apesar das inovações propostas pela LDB, o Brasil não consegui proporcionar o acesso a uma educação de qualidade a uma parcela expressiva da população que fica excluída também de outros processos sociais; não consegui acabar como analfabetismo.
	Desse modo frisamos o art. 1º, que diz:
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
	Sendo assim, o mero fato de constar em Lei, não significará muito se as ações ensejadas para a inclusão das pessoas com deficiência não sejam planejadas e estruturadas de modo que elas tenham seus direitos plenamente respeitados.
	Por isso a importância de pensar em educação inclusiva, pois a educação inclusiva aponta para a transformação da sociedade, pois a escola sendo inclusiva ela se amplia para a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular.
	Assim, não podemos confundir a educação especial com o ensino inclusivo, muito embora a educação inclusiva contemple o ensino especial. Sendo assim, a educação é inclusiva quando; Reconhece que todas as crianças podem aprender; Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde (i.e. HIV, TB, hemofilia, Hidrocefalia ou qualquer outra condição); Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam às necessidades de todas as crianças; Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma sociedade inclusiva; É um processo dinâmico que está em evolução constante; Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas nem por falta de recursos materiais.
	Contudo, a educação inclusiva visa a aceitação do aluno conforme suas particularidades, lhe dando apoio e caminhos para que ele desenvolva o ensino e aprendizagem de forma satisfatória.
	Nesse contexto podemos apontar a importância da LDB para o desenvolvimento da Educação inclusiva brasileira, muita embora não se uso esse termo na LDB, mas a mesma garante a educação especial dentro do ensino regular, sendo assim entendemos que a educação especial já é um passo dado para a educação inclusiva. De uma forma geral pode-se dizer que as tendências que se apresentaram desde sua promulgação afetaram diretamente a legislação educacional causando vários desdobramentos e acarretando consequências imediatas para o país. 
	Sendo o art. 58 da Lei nº 9394/96, mostra:
Art. 58. Entende-se por educação especial, para efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio, especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela da educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
	Por essa razão, a Educação atual, como determinada na LDB, tem que ser prioridade nacional. Ela deve ocupar, juntamente com a política econômica, da ciência e da tecnologia, um lugar importante e articulado na definição das políticas públicas.
	Portanto, nunca é demais lembrar que ainda falta muito a caminhar para que todos tenham acesso à Educação, para que todos tenham uma Educação de qualidade, que todos os profissionais sejam valorizados, que a sociedade participe cada vez mais, que as políticas públicas sejam mais direcionadas e efetivas na construção de uma sociedade mais justa, igualitária e humana.
3.5 A política publica de educação 
	Educação é tudo aquilo que o ser humano aprende com os seres humanos para o desenvolvimento de sua própria vida, por isso é importante uma boa educação.
	Sabemos que a educação é um direito de todos, sendo o dever do estado e da família com o incentivo e promoção da colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação profissional.
	Nesse sentido, podemos dizer que a educação está em todas as partes e que ela se desenvolve no meio familiar, na educação formal, na educação social e na educação política.
	Nesse contexto, precisamos entender o que é uma apolítica publica, assim Souza coloca:
Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações e ou entender por que o como as ações tomaram certo rumo em lugar de outro (variável dependente). Em outras palavras, o processo de formulação de política pública é aquele através do qual os governos traduzem seus propósitos em programas e ações, que produzirão resultados ou as mudanças desejadas no mundo real (2003, p. 13).
	Partindo da ideia que política pública é tudo aquilo que o governo faz ou deixa fazer, logo política pública de educação é tudo aquilo que o governo faz ou deixa de fazer. Porém, educação é um conceito muito amplo para se tratar das políticas educacionais. Isso quer dizer que políticas publica de educação é um foco mais específico do tratamento da educação, que em geral se aplica às questões escolares. Em outras palavras, pode-se dizer que políticas públicas educacionais dizem respeito à educação escolar.
	Entendemos como educação escolar o direito a educação formal, e ela se realiza através de várias políticas públicas, que reunidas constituem a política nacional de educação, onde está dividida em quatro partes principais e quatro complementares-essenciais.
	As essenciais são a educação infantil, o ensino fundamenta universal e obrigatórios, o ensino médio e o superior, e as quatro partes complementares-essenciais é a Educação de Jovens e Adultos – EJA, a educação especial, a educação indígena e a educação do campo.
	Resumindo todo este trajeto, esclarece a autora que: 
Políticas públicas resultam, portanto, da atividade política, envolvem mais de uma decisão política e requerem várias ações estratégicas destinadas a implementar objetivos desejados. Constituem um conjunto articulado de ações, decisões e incentivos que buscam alterar uma realidade em resposta a demandas e interesses envolvidos. Políticas públicas são ações de Governo, portanto, são revestidas da autoridade soberana do poder público. Dispõem sobre “o que fazer” (ações), “aonde chegar” (metas ou objetivos relacionados ao estado de coisas que se pretende alterar) e “como fazer” (estratégias de ação) (RODRIGUES, 2010,
p. 52/53).
	Para que as políticas públicas educacionais ocorram de forma satisfatória, é preciso que a política pública de educação garanta, nas salas de aula, além do ensino das letras, matemática, da ciência e da geografia, o ensino dos direitos humanos, da igualdade de direitos entre homens e mulheres e de uma história efetivamente crítica sobre o tipo de sociedade, que o patriarcado e a escravidão das pessoas africanas e indígenas produziram em nosso pais.
	Produziram um a sociedade desigual, injusta, violenta, com muitas pessoas muito pobres e poucas pessoas muito rica, onde até hoje discriminam as pessoas.
	Nesse contexto é que entra as políticas públicas educacionais, onde elas podem ser efetivas, de prevenção ou reparados.
... a construção de uma nova cultura escolar, com outras práticas, normas e concepções, não depende apenas de mudanças legais, mas, sobretudo, da criação de condições efetivas para tal, o que incide em alterações das condições de trabalho oferecidas ao professor, estrutura da escola e preparo técnico e pedagógico aos docentes” (DELGADO, 2011, p. 3).
	Sendo assim, a educação pode mudar toda a sociedade, pois é ela que forma as pessoas. Assim, quanto mais as pessoas estiverem se formando, seja por uma família amora, ou por uma escola crítica, ou por uma comunidade igualitária ou por práticas políticas democráticas, mais teremos condições de construir uma cultura de respeito, de oportunidades iguais, de valorização das diferenças, garantindo assim o acesso ao conhecimento de qualidade e inclusivo.
3.6 Educação Inclusiva
	A Educação Inclusiva tem sido tema de reflexão e ansiedade para educadores e educadoras em todos os níveis de ensino, pois pressupõe mudanças de representações sobre os sujeitos a serem incluídos e das identidades de todos os envolvidos no processo.
A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade, através de transformações pequenas e grandes, nos ambientes físicos (espaços interno e externo, equipamentos, aparelho e utensílio, mobiliário e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, portanto do próprio portador de necessidades especiais. (SASSAKI, 1997, p.42)
	Contudo a educação inclusiva vem com o intuito de trazer uma contribuição para sociedade no sentido de que a mesma possibilita um ensino voltado para a equidade sem preconceitos, assim se faz necessário o papel do assistente social. Porém, um fator determinante para que se efetive a proposta de inclusão, não necessariamente parte apenas da mudança de visão da população, ou da postura da pessoa com deficiência, mas sim de políticas públicas que supram as lacunas eminentes neste processo. O direito da pessoa à educação é resguardado pela Política Nacional de Educação independente de gênero, etnia idade ou classe social.” (Carta Magna, Constituição/1988).
	A inclusão escolar constitui uma proposta politicamente correta que representa valores simbólicos importantes, condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades educacionais para todos, em um ambiente educacional favorável.
	Frente a esse novo paradigma educativo, a escola deve ser definida como instituição social que tem por obrigação atender todas as crianças, sem exceção. A escola deve ser aberta, pluralista, democrática e de qualidade. Portanto, devem manter as suas portas abertas às pessoas com necessidades educativas especiais.
	Sendo assim, Cristina Delou em seu artigo “A Educação Especial e a Educação Inclusiva no cenário brasileiro: contextualização do problema” afirma que:
No Brasil, existem muitas controvérsias quanto à lógica de implantação da Educação Inclusiva nas escolas de ensino público e particular. Uma diversidade social contraditória que tem evidenciado desinformação, preconceitos e a produção de novos tipos de exclusão. Na verdade, o que a nova legislação brasileira propõe é uma Educação Especial com ênfase na inclusão, dando margem para que os sujeitos com necessidades educacionais especiais possam escolher entre serem encaminhados à escola regular ou às instituições especializadas, agora com a oferta de escolarização, conforme suas necessidades e desejo.
	Entendemos que a educação inclusiva é um a pratica inovadora que está enfatizando a qualidade de ensino para todos os alunos, mostrando que a escola precisa de modernização e que a pratica pedagógica da ação docente seja aperfeiçoada, para poder tornar-se de fato a educação inclusiva.
	Nessa perspectiva a educação inclusiva coloca como meta para a escola, o sucesso de todas as crianças, independentemente do nível de desempenho que cada sujeito seja capaz de alcançar. O importante é a qualidade sobre o que se ensina e um currículo competente deve ser elaborado a partir do conhecimento do alunado.
3.6.1 O cenário da educação inclusiva no Brasil
	No Brasil, existem muitas controvérsias quanto à lógica de implantação da Educação Inclusiva nas escolas de ensino público e particular. Uma diversidade social contraditória que tem evidenciado desinformação, preconceitos e a produção de novos tipos de exclusão. (ROSA, et. al. 2003)
	A Educação Inclusiva é uma prática inovadora que está enfatizando a qualidade de ensino para todos os alunos, exigindo que a escola se modernize e que os professores aperfeiçoem suas práticas pedagógicas.
Se realmente desejamos uma sociedade justa e igualitária, em que todas as pessoas tenham valor igual e direitos iguais, precisamos reavaliar a maneira como operamos em nossas escolas, para proporcionar aos alunos com deficiências as oportunidades e as habilidades para participar da nova sociedade que está surgindo. (Stainback e Stainback, 1999, p. 29)
A escola hoje é um sistema hierárquico que coloca nas mãos do diretor o poder de decisão, astutamente mantida pelo Estado, confere um caráter autoritário ao diretor, na medida em que estabelece uma hierarquia entre ele e a comunidade escolar, onde sua figura é de chefe, contribuindo para uma Imagem negativa da pessoa do diretor, que é confundida com o próprio cargo. O que se espera da gestão democrática é que seja mais igualitária, que prepare os professores para trabalhar democraticamente, para que assim quando eles possam está no cargo de diretor, seja os primeiros a transformar a escola tradicional, em escola democrática, a transformação da escola tem que vir de todos os lados, toda a comunidade escolar tem que estar presente para poder distribuir tarefas que inclua decisão para todos.
E a transformação dessa escola passa necessariamente por sua apropriação por parte das camadas trabalhadoras. É nesse sentido que precisam ser transformados o sistema de autoridade e a distribuição do próprio trabalho no interior da escola. (PARO, 2001, p. 10) 
	Precisamos, então, investir com seriedade na formação inicial e continuada dos profissionais da educação e, de forma mais específica, na formação do magistério para todos os níveis e modalidades educacionais. Esta formação, em todas as instâncias, precisa concordar com a política educacional brasileira vigente que prevê a inclusão/integração dos alunos com necessidades especiais no ensino regular e, também, com a oferta de serviços de Educação Especial para atender às necessidades educativas especiais. (GOFFREDO, 1999, p. 68)
	González (2002) defende que os processos de formação inicial sejam capazes de contribuir para que os professores se formem como pessoas, que cheguem a compreender a sua responsabilidade no desenvolvimento da escola e que adquiram uma atitude reflexiva acerca de seu ensino. Para que isso aconteça aponta que:
Será necessário prestar uma maior atenção no contexto social, político e cultural da escola, com a finalidade de fazer o professor em formação compreender que a tolerância e a flexibilidade, diante das diferenças individuais, sejam do tipo que forem, deve ser uma forma de comportamento habitual na sala de aula, fortalecendo uma formação capaz de enfrentar os desafios

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