Buscar

EDUCAÇAO FISICA

Prévia do material em texto

A globalização é um fenômeno produzido historicamente e tem estreita relação com o mundo do trabalho. Seus primeiros sinais puderam ser identificados, em alguns países, já no final dos anos 1960.
O economista da USP Eduardo Gianotti da Fonseca afirma que a globalização é “a síntese das transformações radicais pelas quais vem passando a economia mundial desde o início dos anos de 1980”
A partir dessa época, os efeitos deste fenômeno já podiam ser identificados em praticamente todo o planeta, determinando os diversos campos das relações humanas, dirigindo seus efeitos sobre nossa vida diária e que, deste modo, não podem ser ignorados.
Se por um lado a globalização diminui as distâncias entre os povos, facilitando o comércio e a circulação de mercadorias em suas múltiplas expressões, de outro aprofunda a distância entre ricos e pobres, gerando condições de vida cada vez mais inseguras
Uma das dimensões da globalização é a crescente desigualdade entre as pessoas. As estatísticas internacionais indicam que, em 1960, os vinte por cento de pessoas mais ricas do mundo tinham renda trinta vezes maior do que os vinte por cento de pessoas mais pobres; quatro décadas depois, por volta do ano 2000, os vinte por cento mais ricos tinham renda oitenta vezes maior do que os vinte por cento mais pobres. Em suma, a era da globalização é a era da incerteza e da desigualdade crescentes (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECAD, op. cit., 2007).
Tais circunstâncias, reforçando o que já fora dito acima, se estabelecem na medida em que favorecem o surgimento de mecanismos que insistem em desconhecer, por um lado, as especificidades culturais e históricas do homem e, por outro, em negar aquilo que é inerente a sua própria condição de Ser Humano:
a perpetuação da vida social pela emancipação e para a liberdade. Diante do contexto ora exposto, parece relevante as seguintes problematizações:
Até que ponto a  globalização capitalista tem atuado sobre o processo  de alienação do homem, fragmentando-o entre corpo e mente?
Em que medida tem sido útil ao avanço técnico-científico dos mercados globalizados a implementação de uma pedagogia que privilegie a educação de Corpos Humanos treinados, adestrados e dóceis, que se adaptem às exigências de um mundo cada vez mais veloz e submisso ao Deus mercado?
Em primeiro lugar, superar a ideia de uma Educação Física serviçal da concepção tecnicista de formação humana, que ainda se faz presente na ação pedagógica dos trabalhadores deste campo de conhecimento.
Ao romper com tal perspectiva, faz-se urgente o resgate de uma práxis pautada no âmbito das pedagogias críticas, que buscam explicar a Educação Física para além da realidade imediata.
Significa, portanto, desempenhar uma ação pedagógica fundamentada pela reflexão crítica do Corpo histórico e de suas reais possibilidades no mundo.
Mas, sobretudo, significa educar para a conscientização deste Corpo, destacando a sua relevância enquanto condutor da história.
EXPLICAÇÃO
A Educação Física, enquanto campo de conhecimento que tem por objeto de estudo a “Cultura Corporal do Movimento” (COLETIVO DE AUTORES, 1992), constitui-se como um conjunto de saberes capazes de dar contribuições à formação de um Ser Humano em busca da produção de sua emancipação. Ser Humano este que, ao tomar consciência do significado de sua intervenção nos rumos da história, possa optar por sua efetiva participação no processo de libertação de toda humanidade.
Fazer um breve resgate de aspectos da Europa do século XIX parece bastante elucidativo. Segundo Soares (2002), foi neste período que a “ginástica científica” afirmava-se como “parte significativa dos novos códigos da civilidade”.
EXPLICAÇÃO
Identifica-se no século XIX, “de um modo mais preciso que em outros momentos da história do homem ocidental”, aquilo que Soares identificou como “uma pedagogia do gesto e da vontade”. Ainda, para esta autora, resultou destas circunstâncias uma 'educação do corpo', já reconhecida à época como de extrema importância (Ibid.).
A ginástica, enquanto saber que ganha o status e a legitimidade científica, passa a enquadrar-se nesta pedagogia fazendo-se, deste modo, representante de normas, regras e preceitos básicos, indispensáveis à formação do corpo do novo homem, para uma nova sociedade industrializada.
Os corpos que se desviam dos padrões de uma normalidade utilitária não interessam. 
Desde a infância, ou melhor, sobretudo nela, deve iniciar uma educação que privilegie a retidão corporal, (…) que mantenha em verticalidade. 
O corpo reto e porte rígido comparecem nas instruções dos estudos sobre a ginástica no século XIX.
Estes estudos, carregados de descrições detalhadas de exercícios físicos que podem moldar e adestrar o corpo, imprimindo-lhe este porte, reivindicam com insistência seus vínculos com a ciência e se julgam capazes de instaurar uma ordem coletiva. 
Com estes indícios, a ginástica assegura, neste momento, o seu lugar na sociedade burguesa (Ibid., p. 18. Grifos nossos).
É importante dar atenção ao século XIX quando se tem por objetivo compreender o homem (que só existe por se constituir como corpo e mente) e a sociedade ocidental moderna. A Europa consolidou-se, portanto, como o “lugar de formação de um novo homem e de uma nova sociedade regida por um 'espírito capitalista' que passa a dominar quase exclusivamente aquele presente” (Ibid.)
A ciência deste período dirige um certo tipo de esquadrinhamento da vida em todas as suas dimensões, pretendendo estabelecer uma  ordem lógica nas atividades e um adequado aproveitamento do tempo ou, mais precisamente, uma economia de energias.
A ginástica é constitutiva desta mentalidade. Destaca-se pelo seu caráter ordenativo, disciplinador e metódico. 
É possível afirmar que, ao longo do século XIX, surgem inúmeras tentativas de estender sua prática ao conjunto da população urbana.  Havia várias vantagens na aplicação da ginástica: a suposta aquisição e preservação da saúde, compreendida já como conquista/responsabilidade individual, podia ocorrer como decorrência de sua prática sistemática, afirmavam higienistas e pedagogos, como críticos dos 'excessos do corpo' vividos por acrobatas e funâmbolos (Ibid., p. 19).
Segundo o geógrafo David Harvey, vive-se o que pode-se classificar como “compressão do espaço-tempo”. 
A transmissão de informações via satélite faz com que, em um segundo, nós saibamos das coisas que estão acontecendo do outro lado do mundo. 
Os avanços científicos e tecnológicos também contribuem para que possamos fazer as coisas de forma mais rápida, produzindo mais e mais. 
Embora as máquinas nos ajudem a trabalhar com uma velocidade cada vez maior, isso não significa, necessariamente, que tenhamos mais tempo para nós mesmos, para nos dedicarmos ao lazer, para gozar o que Paul Lafargue chamava de “o direito à preguiça”.
FORUM DE DISCURSÃO
Deve-se tomar cuidado para não desprezar o potencial de aprendizagem da criança nem subestimar sua capacidade para realizar determinados movimentos ou proezas corporais. No período da educação infantil, a 
aprendizagem das crianças se baseia na observação e no reconhecimento visual do movimento. Ela é capaz de repetir, da sua maneira, o movimento realizado pelo professor ou por outros colegas, mesmo sem saber 
exatamente o que faz. Considerando a influência da Educação Física na educação infantil, como o Profissional de Educação Física deverá contextualizar as suas aulas. 
Compare com a sua resposta: O Profissional de Educação Física na educação física infantil deve proporcionar oportunidades diversificadas de movimentos às crianças, evitando-se a especialização precoce dos movimentos, ou seja, é preciso incentivar, sem exigir.
Que compreensão de corpo é evidenciada nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física
Compare com a sua resposta: O corpo é compreendido não como um amontoado de partes e aparelhos, mas sim como o próprio ser humano, sendo um organismo integrado, como um corpo vivo, que interage com o meio físico e cultural, que sentedor, prazer, alegria, medo etc. 
Cultivam muito o trabalho com a capacidade motora da criança, mas a idéia básica e central, é levar a criança à independência em relação ao corpo, respeitando individualidades e valores na construção da cidadania 
Em uma perspectiva atual, o que deverá comtemplar a Educação Física Escolar como componente curricular?
Compare com a sua resposta: Deverá contemplar propostas que envolvam práticas cooperativas, afirmando as 
tendências educativo-pedagógicas, fundadas em práticas de produção coletiva e comprometidas com a contextualização dos conteúdo.
Nas aulas de educação física escolar, quais conteúdos de conhecimentos corporais devem ser 
utilizados para que sejam significativos para os alunos ?
 
Compare com a sua resposta: 
Os que façam referência à história de vida ou ao contexto sociocultural no qual os alunos estão inseridos, que 
sejam vivenciados de forma ativa e tragam prazer e satisfação para os alunos, que guardem correspondência 
direta com experiências concretas dos alunos e que estejam vinculados a cultura corporal do aluno. 
O que significa dizer que a Educação Física deve ser de corpo inteiro, onde mente e corpo não podem ser pensados separadamente.? 
Compare com a sua resposta: R: Significa dizer que não se separa o fazer do compreender. Para nós, não tem 
sentido qualquer forma de educação que não dê ao aluno o direito de compreender aquilo que faz. Todo nosso desenvolvimento é socialmente e culturalmente aprendido, significado.
A ginástica científica afirmava-se como parte significativa dos novos códigos da civilidade. De acordo com os 
estudos de Soares (2002) o corpo foi milimetricamente reformado. Como o corpo foi ajustado por um novo 
padrão de sociedade emergente?
Resposta: Através da globalização. As mídias, vem oferecendo para a sociedade um padrão específico de corpo 
a ser alcançado, causando varios riscos para o individuo na busca do corpo perfeito
Com base nos indicadores estruturantes que orientam a pedagogia do movimento e seu desdobramento prático, 
considera-se a partir de Freire & Scaglia (2003) que a escolha dos conteúdos que farão parte dos planos 
pedagógicos deverá ser coerente e envolver, entre outros, princípios elementares que desenvolvam uma prática 
pedagógica de qualidade. Quais são os princípios propostos por esses autores
Gabarito: Os planos pedagógicos devem valorizar as atividades lúdicas e o exercício corporal como atividades do 
presente que não se dirige a um futuro previsível, devem contemplar as manifestações de jogo que tenham sido 
incorporadas a essa área de conhecimento ou possam vir a sê-lo, devem levar em conta os pressupostos 
teóricos que embasam as atividades desafiadoras como o jogo, que não tem de se conformar a algo 
predeterminado e devem estar relacionados ao exercício corporal, um conjunto de tecnologias que objetivam 
fortalecer, corrigir, prevenir e aperfeiçoar as capacidades e habilidades corporais

Continue navegando