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TRABALHO TCC CLENEI COUTO

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE RONDÔNIA – IESUR
FACULDADES ASSOCIADAS DE ARIQUEMES – FAAr
CLENEI SOARES COUTO
VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE NO ESTADO DE RONDÔNIA
Ariquemes - RO
2017
CLENEI SOARES COUTO
VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE NO ESTADO DE RONDÔNIA
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Instituto de Ensino Superior de Rondônia – IESUR; como requisito parcial para a obtenção de título de Bacharel em Administração.
Orientador Prof. Mestre, Carlos Roberto Neves
Ariquemes - RO
2017
CLENEI SOARES COUTO
VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE NO ESTADO DE RONDÔNIA
Trabalho de conclusão de Curso de graduação apresentado ao Instituto de Ensino Superior de Rondônia – IESUR; como requisito parcial para a obtenção de título de Bacharel em Administração.
Defendida em: ____ de _______ de 2.017.
BANCA EXAMINADORA
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Nome do professor - instituição 
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Nome do professor - instituição 
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Nome do professor - instituição (orientador)
DEDICATÓRIA
A Deus, por ser extremamente paciente e piedoso comigo, fazendo de mim, filho e me protegendo de todo mal. A minha Mãe, meu Pai e minha querida esposa que foram meus fieis companheiros nas horas mais difíceis da minha vida, bem como meus avós.
AGRADECIMENTOS
Ao senhor Pai por ter me dado saúde e força para superar todas as adversidades, bem como pela proteção de todos os dias em minha futura profissão que exercerei com tanto amor. 
A esta instituição de ensino, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e ética aqui presentes.
A meu orientador Prof. Mestre. Carlos Roberto Neves pelo suporte e dedicação, no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos.
A minha Mãe, esposa e amigos (as) pelo carinho, incentivo e apoio incondicional, em especial nos momentos em que eu mais precisei.
E a todos desse magnifica Instituição de ensino que participaram de formas diversas e contribuíram para minha formação, o meu muito obrigado.
RESUMO
A proposta deste trabalho baseia-se num estudo crítico da pecuária, considerando a viabilidade da produção do gado de corte, tendo como estudo de caso o Estado de Rondônia. A atividade pecuária é muito importante para economia brasileira, estando hoje presente em todas as regiões do país e não tão diferente dentro do nosso estado. A pecuária foi à atividade do setor primário que mais se desenvolveu nos últimos anos no Estado, especialmente a bovina, que hoje se mostra com uma relevância capaz de satisfazer o consumo interno e ainda oferecer excedentes de exportação. A pecuária de corte possui um nível tecnológico bem elevado e tem evoluído mais rapidamente junto com o crescimento das áreas de pastagens. E com o objetivo de identificar a análise da viabilidade de produção, o método a ser utilizado será com pesquisa de campo, constituída de pesquisa bibliográficas em livros, artigos, direcionados ao tema proposto, além de pesquisas documentais. 
Palavras-chave: Gado de corte. Viabilidade – Produção. Pecuária. 
.
ABSTRACT
The proposal of this work is based on a critical study of livestock, considering the viability of the production of beef cattle, having as a case study the State of Rondônia. Livestock activity is very important for the Brazilian economy, being present today in all regions of the country and not so different within our state. Livestock was the activity of the primary sector that has developed most in recent years in the State, especially cattle, which today shows a relevance capable of satisfying domestic consumption and still offer surplus exports. Cutting livestock has a very high technological level and has evolved more rapidly along with the growth of pasture areas. In order to identify the feasibility analysis of the production, the method to be used will be field research, consisting of bibliographical research in books, articles, directed to the proposed theme, as well as documentary research.
Keywords: Cutting cattle. Feasibility - Production. Livestock.
INTRODUÇÃO
As propriedades rurais mesmo que por muitos não sejam consideradas, são empresas, que como toda pessoa, seja ela física ou jurídica, com exceção daquelas sem fins lucrativos, tem por objetivo gerar lucros, maximizando seus resultados, seu patrimônio e suas riquezas.
Para Crepaldi (2005, p.25) a empresa rural “é a unidade de produção em que são exercidas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com a finalidade de obtenção de renda”. Quando se refere à atividade da pecuária ou criação de gado logo vem em mente o gado vacum (bois e vacas), entretanto elas se referem à criação de gado em geral como, por exemplo, bois, vacas, búfalos, carneiros ovelhas e aves.
No Brasil o rebanho bovino é explorado com a finalidade do leite e do corte, sendo em primeiro lugar a produção do leite e após a venda dos bezerros para a recria e engorda como gado de corte (CREPALDI, 2005). 
Pecuária desenvolve-se através de animais criados e tratados no campo, utilizados para abate, consumo doméstico, serviços na lavoura, para fins de industrialização e comercialização (MARION, 2007).
Nesse sentido, estudar a bovinocultura de corte e desenvolver ferramentas que auxiliem o proprietário a tomar decisões, como por exemplo, um melhor planejamento do sistema de produção com análise de probabilidade do retorno e do risco, ou uma análise dos custos envolvidos na atividade, podem melhorar ainda mais os resultados dessa atividade. 
O propósito da atividade de bovinocultura de corte é que o gado ganhe o maior peso possível no menor espaço de tempo, utilizando a menor quantidade de recursos. O ganho de peso durante o processo de crescimento do animal e a relação com os custos de produção é o que determina a eficiência e rentabilidade do negócio (MENDES et.al, 2009). 
Para Marion (1996) conhecer o custo real de cada cabeça, de cada lote ou rebanho a qualquer momento é uma informação imprescindível à gerência, não só para se apurar a rentabilidade após a venda, bem como, não manter o gado quando os custos passam a ser maiores que o ganho de peso. 
Uma das dificuldades encontradas pelos pecuaristas são os gastos e a dificuldade operacional para se coletar informação sobre custos. Muitas vezes controlar os custos operacionais se torna caro demais, e por vezes acaba sendo desprezado, admitindo-se que o resultado final será positivo independentemente desse controle (MENDES et. al, 2009). 
Este trabalho tem por finalidade principal levantar e analisar os custos em relação à atividade de bovinocultura de corte bem como a sua viabilidade econômica para que o pecuarista tenha uma visão mais clara a respeito da mesma, assim tomando decisões acertadas se realmente vale à pena investir nesta atividade. 
Essa empresa rural está localizada na cidade de Bom Sucesso do Sul, sendo classificada como de médio porte e atua em dois ramos de atividades rurais, a saber: agrícola e zootecnia. 
É administrada pelos familiares, os quais atuam diretamente nesta área e por estarem iniciando na atividade apresentam a necessidade de contar com o auxílio de apenas um colaborador fixo na atividade da bovinocultura de corte. 
O trabalho foi organizado da seguinte forma: O primeiro capítulo traz a introdução, apresentando o tema da pesquisa, juntamente com sua delimitação, o problema de pesquisa, o objetivo geral e os objetivos específicos, e as justificativas. 
O segundo capítulo apresenta a revisão da literatura, abordando basicamente os temas voltados para contabilidade rural, contabilidade gerencial e contabilidadede custos. O terceiro capítulo apresenta os procedimentos metodológicos utilizados; quanto à problemática, quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos. Também relata os tipos de coleta, análise e como ocorreu a interpretação de dados. O quarto capítulo apresenta a análise da viabilidade econômica da bovinocultura de corte. O quinto capítulo apresenta as considerações finais a serem feitas. Ao final do trabalho serão apresentadas as referências utilizadas.
O estado de Rondônia possui uma população estimada em 1.749 milhão de habitantes e um rebanho bovino estimado em 13.397.970 cabeças (IBGE, 2015), a proporção de unidades de animais em relação à população está a cima dos níveis aceitáveis. Este índice de unidade animal por habitante, considera-se ótimo dos níveis ideias que são de quatro unidades animal por habitante, colocando o estado em 2º lugar no efetivo de rebanhos da Região Norte com 28%. (IBGE, 2015).
A pecuária foi a atividade do setor primário que mais se expandiu nos últimos anos no Estado, especialmente a bovina, que hoje se apresenta como plenamente capaz de satisfazer o consumo interno e ainda oferecer excedentes exportáveis. A pecuária de corte possui nível tecnológico mais elevado que a pecuária de leite e tem evoluído mais rapidamente junto com a expansão das áreas de pastagens, contra uma estagnação, até mesmo redução de áreas de lavoura, segundo FIERO, (1999).
A proposta deste trabalho baseia-se em um estudo crítico do setor primário. Instigando a produção atual da pecuária bovina de corte. Tendo como estrutura uma apresentação introdutória incluindo os objetivos do trabalho e os procedimentos utilizado para a coleta de dados. 
Nos itens subsequentes será apresentado itens relevantes à viabilidade da produção de gado de corte, conceituando e desenvolvendo o embasamento teórico. 
Seguido de análise da coleta de dados, obtidos pelo questionário desenvolvido para a presente pesquisa, a análise e discursão dos resultados produz o caminho para o qual será realizado o estudo dos requisitos desenvolvido na pesquisa bem como visa apontar o resultado obtido e relatado no 
1. DEFINIÇÃO DE PECUÁRIA
Ferreira (1991), define pecuária como sendo a arte e indústria do tratamento e criação de gado.
Visando obter couro, leite, carne e esterco para suas lavouras, o ser humano começou a criar animais, e, dentre eles, o boi tornou-se o maior fornecedor de carne entre os que foram domesticados, e, acredita-se, assim, o homem deixou de ter características nômades em decorrência de sua permanência em um dado local devido a necessidade de manejo dos rebanhos.
De acordo com Fausto (1996, p. 84):
[...] a criação de gado no Brasil começou nas proximidades dos engenhos, mas a tendência de ocupação das terras mais férteis para o cultivo da cana foi empurrando os criadores para o interior. Em 1701, a administração portuguesa proibiu a criação numa faixa de 80 km da costa para o interior. A pecuária foi responsável pelo desbravamento do “grande sertão”. Os criadores entraram no Piauí, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceara, e, a partir da área do Rio São Francisco chegaram aos Rios Tocantins e Araguaia. Mais do que litoral, foram essas regiões que se caracterizaram por imensos latifúndios, onde o gado se esparramava a perder de vista.
A atividade pecuária de corte, conforme Marion (2002, p. 106), “existe em três fases distintas, pelas quais passa o animal que se destina ao abate, no caso, cria, recria e engorda.”
Existem produtores especializados em apenas uma dessas fases, como existem que trabalham com duas, e aqueles que participam da atividade com todas as fases inseridas na produção da propriedade pecuarista. 
De acordo com Torres (1979, p. 19):
[...] O próprio criador tem que se adaptar às condições da fazenda e natureza da criação. O tipo de exploração tem que ser adaptado aos recursos financeiros do criador e à sua competência como selecionador ou produtor industrial – segundo seja o caso – à capacidade da mão-de-obra, às facilidades de transporte ou proximidades dos mercados, etc.
Barros (2004, p. 68) cita que “diante das inúmeras variáveis, é natural que em um ambiente de ampla diversidade surja a dúvida quanto ao retorno e aos riscos associados a cada nível de intensificação.”
Conforme o tipo de escolha, a gestão da propriedade terá características peculiares como, quantidade e nível de qualidade da mão-de-obra, quantidade de fêmeas e machos no rebanho, qualidade das pastagens e plantas forrageiras, tamanho da área e quantidades de divisões de pastagens, idade e raça dos animais, exigência de suplementação e ou ração, entre outros fatores preponderantes para o nível de gestão do empreendimento.
Para uma gestão eficaz de qualquer negócio precisa de um planejamento e um gerenciamento correto e para uma propriedade lucrar é de suma importância um planejamento e um controle de custos, por levar ao proprietário informações necessárias, sobre lucro e prejuízos, que podem ser levados com a produção.
Então constatasse a importância da gestão de custo, onde segundo Martins (2003) afirma que as informações que serão tratadas no gerenciamento dos custos se tornam parte fundamental para que o produtor possa se embasar e fazer um bom uso de sua gestão sem se perder em gastos e ganhos. 
As empresas estão cada vez mais buscando novos desafios para alcançarem e permanecerem na liderança, e um desses meios é desenvolver recursos humanos capazes de analisar todo processo produtivo das organizações, desde a aquisição da matéria-prima até a entrega do produto final e ou serviços ao cliente (GOTARDO, 2008).
Para que um estudo tenha caráter cientifico, torna-se necessário sua fundamentação através de pesquisa bibliográfica. Vários são os conceitos a serem analisados ao se propor a elaboração de análise de viabilidade econômica da atividade de bovinocultura de corte. Através da análise econômica, objetiva-se a obtenção de informações que sejam úteis ao gestor na administração da mesma, portanto, o referencial teórico a ser estudado volta-se para a contabilidade rural, gerencial e de custos.
2. ORIGEM DA CONTABILIDADE 
A contabilidade nasceu da necessidade que o homem tinha em organizar e controlar o aumento de seus bens. Dessa maneira a contabilidade contribui muito para a evolução e o crescimento do homem e da sociedade. 
Ludícibus (2000) descreve que a contabilidade é tão antiga quanto à origem do homem pensante. 
Desde as épocas mais antigas o homem já se preocupava em organizar e controlar seus pertences praticava atos de comércio através da troca de bens e mercadorias. A origem da contabilidade está ligada à necessidade de registros do comércio, pois à medida que o homem começava a possuir maior quantidade de seus bens e valores, precisava saber quanto isso poderia render e quais as formas para aumentar a sua situação patrimonial. Como tais informações eram cada vez mais numerosas e de difícil memorização, surgiu à necessidade dos registros, gerando os primeiros esboços para os estudos voltados para a contabilidade (MAUSS et al, 2007).
2.1 CONCEITO E OBJETIVO DA CONTABILIDADE 
O termo contabilidade é definido de várias maneiras por muitos autores dentre eles Calderelli (2003, p.170) afirma que a contabilidade “é o conjunto das leis normas e princípios, com a finalidade de estudar e registrar todos os atos e fatos ligados a uma empresa administrada”. 
A contabilidade certamente vai estar sempre ligada à análise de um patrimônio seja ele de uma pessoa física ou jurídica. 
A Contabilidade tem como objetivo informar, avaliar as demonstrações e fazer análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, direcionada à entidade objeto de contabilização, com a função de auxiliar os seus usuários (IUDÍCIBUS, 2000). 
Já para Hoss et al. (2008, p.12) o objetivo da contabilidade pode ser estabelecido como sendo o de “gerar e fornecer informações contábeis a respeito dos patrimônios das entidades de forma útil e relevante para que seus usuários possam tomar decisões”.Portanto, entende-se que a contabilidade pode ser classificada como uma ciência que estuda, registra, analisa e informa a riqueza e a real situação patrimonial da empresa. Ela baseia-se nas normas, nos princípios, nos postulados, nas convenções e nas teorias contábeis, a mesma também apresenta uma aplicabilidade em áreas como a indústria, comércio, prestação de serviços, entre outras.
2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL 
Para Cardoso (2007) A contabilidade gerencial é o ramo do conhecimento da contabilidade que gera informações sobre o consumo de recursos no processo produtivo (seja na produção de bens ou serviços). 
Ainda para o mesmo autor a contabilidade gerencial é o ramo do conhecimento da contabilidade que gera informações sobre o desempenho da firma ou de suas partes, incluindo, mas não se limitando à informação de custos, a ser utilizada pelos gestores no processo decisório, com o propósito de auxiliar os gestores nas mais diferentes situações como: análise de lucratividade de produtos, determinação do mix de produtos, determinação do preço de venda, análise e elaboração de planos orçamentários, avaliação de desempenho de subunidades (centros de responsabilidades). 
Este assunto não será aprofundado, apenas citamos a contabilidade gerencial por ela englobar custos sendo esse um ramo do conhecimento contábil gerencial.
2.3 CONTABILIDADE RURAL, SUA FINALIDADE E SEUS ASPECTOS
Sabe-se que a atividade rural existe desde o início da civilização, quando o homem se utilizava de pedrinhas e rabiscos nas paredes para controlar o seu rebanho. Dessa forma é percebido que toda empresa até mesmo as rurais através do controle, avejão o lucro e o aumento de seu patrimônio. 
A contabilidade rural está embasada sobre linhas conceituais, assim como toda e qualquer contabilidade. 
Para Marion (2004), a contabilidade é o instrumento que fornece informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa, sendo muito antiga e serve para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Tem como objetivo estudar, registrar e controlar o patrimônio, fazendo a mensuração das demonstrações contábeis, capaz de gerar informações confiáveis ao Produtor Rural, seja ele pessoa física ou jurídica, necessárias para auxiliar o desempenho da sua propriedade, as quais poderão ser utilizadas tanto pelo próprio produtor, como administrador ou responsável técnico, auxiliando em seus objetivos e tomada de decisões, como: Planejamento correto; Orientar nas operações agrícolas e pecuárias; Desempenho financeiro e econômico; O Retorno dos investimentos; Auxiliar no processo de tomadas de decisões seguras e corretas. 
Com o auxílio da contabilidade e dos relatórios que a mesma proporciona o produtor pode ter uma visão mais abrangente de seus negócios podendo investir mais e com maior segurança. 
Já Crepaldi (2005, p.85) define contabilidade rural como sendo “um método universal utilizado para registrar todas as transações de uma empresa rural que possam ser expressas em termos monetários”. 
Para o mesmo a contabilidade rural é sem dúvida uma ferramenta pouco utilizada pelos produtores, pois é vista como uma técnica complexa, com baixo retorno na prática, ela é conhecida apenas para a Declaração do Imposto de Renda, e os produtores não demonstram interesse na sua aplicação gerencial. Dentre outros fatores, vale ressaltar que tem contribuído para isso a deficiência dos sistemas contábeis, responsáveis em retratar as características da atividade agropecuária, bem como, a falta de profissionais capacitados na transmissão de tecnologias administrativas aos produtores rurais, daí a não inclusão da Contabilidade Rural como instrumento de políticas governamentais. 
No entanto, Marion (1996) comenta que a Contabilidade Rural aplicada ao ambiente rural está vinculada às normas e conceitos contábeis. As pessoas físicas, tidas como grandes produtores, são equiparadas às pessoas jurídicas, devendo manter a escrituração regular, por intermédio de um profissional contábil, utilizando o método das partidas dobradas. Embora, os pequenos e médios produtores rurais estejam dispensados, para fins de Imposto de Renda, de utilizarem-se da contabilidade Rural, muitas vezes, penas um livro caixa é disponibilizado para efetuar uma escrituração simplificada, mas isto não os impede de adotá-la. 
Crepaldi (2005) defende que contabilidade rural é um instrumento da função administrativa que tem como finalidade controlar o patrimônio das entidades rurais, apurar o resultado das entidades rurais, prestar informações sobre o patrimônio e sobre o resultado das entidades rurais aos diversos usuários das informações contábeis. Ele diz ainda que, uma entidade rural, é toda e qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um patrimônio. Sendo uma pessoa física um ser humano, um indivíduo e uma pessoa jurídica um indivíduo de existência abstrata, que nasce da reunião de duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas, que associam em com um determinado fim. 
De acordo com a Lei nº 4.504. de 30 de novembro de 1964 Art.4º. a empresa rural, vejamos: 
[...] é o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que explore econômica e racionalmente imóvel rural, dentro de condição de rendimento econômico da região em que se situe e que explore área mínima agricultável do imóvel segundo padrões fixados, pública e previamente, pelo Poder Executivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as pastagens, as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias.
Toda empresa rural deve trabalhar em conjunto com as informações geradas pela contabilidade desta maneira podendo investir mais ou até em novas atividades com maior segurança.
2.4 CONTABILIDADE DA PECUÁRIA
A contabilidade da pecuária, pode-se dizer que é um dos capítulos da contabilidade rural, porém voltada para animais que apresentem fins industriais e comerciais. 
Marion (2004) considera a pecuária como a “arte de criar e tratar gado” e Gados “são animais geralmente criados no campo, para serviços de lavoura, consumo doméstico ou para fins industriais e comerciais”.
Na contabilidade existem três fases pelas quais os animas que se destinam a pecuária de corte passa para chegar ao abate: 
Cria: Seria a produção e venda de bezerros após o desmame 
Recria: produção e venda do novilho magro para engorda
Engorda: Seria a partir do novilho magro adquirido, a produção e a venda do novilho gordo. 
Também o Produtor Rural pode utilizar-se da técnica de processo de cria passando direto ao processo de engorda, utilizando-se de um ciclo operacional de produção reduzido e não em longo prazo como de costume, através de um sistema de produção adequado. 
O sistema adequado a ser utilizado pelo Produtor Rural depende do que ele possui e também da região onde atua. 
Basicamente são três os sistemas de Produção, que de acordo com Santos (2008) dividem-se em: 
- Sistema Extensivo: Os animais são geralmente mantidos em pastos nativos (campos, cerrados, capins naturais), sem alimentação suplementar (ração, silagem etc). Esses animais ocupam grande área de terra, cujo rendimento é normalmente baixo; 
- Sistema Semi-Intensivo: por meio dele se consegue alta produtividade por hectare e aumento da capacidade de cab/há, mantendo o gado no pasto (orgânico) com elevado ganho de peso. A tecnologia usada para esse sistema baseia-se na implantação de cerca elétrica e adubação constante do capim e irrigação no período de seca. 
- Sistema Intensivo: faz-se com aumento do numero de animais em pequena área útil, com o objetivo de conseguir bons rendimentos (ganho de peso) e maior rentabilidade, buscando o aprimoramento técnico, as vendas são realizadas em períodos de escassez de mercado.
As pastagens segundo Marion (2004) é o lugar onde pasta ou pode pastar o gado. É uma das partes mais importantes do planejamento agropecuário e podem ser classificadas em: 
- Pastagem Natural: é o pasto nativo; são áreas não cultiváveis as quais utilizam o potencial natural (capins naturais...);
- Pastagem Artificial:é formada por pastos cultivados. Ex: gramíneas, leguminosas, cactáceas e outras como a silagem de milho considerada alimentação suplementar.
O gado normalmente alimenta-se no pasto através do pastoreio contínuo (gado permanece no pasto com lotação o ano todo) ou rotativo (em determinado tempo interrompe-se o pastoreio para manter o pasto em repouso). 
2.5 CONTABILIDADE DE CUSTOS
A Contabilidade de Custos surge juntamente com as indústrias, com finalidade era calcular os custos dos produtos fabricados bem como avaliar os estoques. 
De acordo com Horngren (2004) contadores definem custos como um recurso sacrificado ou renunciado para conseguir um objetivo específico. Um custo é normalmente medido como a quantia monetária que precisa ser paga para adquirir bens ou serviços.
 A Contabilidade de Custos cuida dos custos da empresa. Crepaldi (2004, p.13), define a contabilidade como “uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e/ou serviços” conforme o mesmo autor tem a função de gerar informações úteis á administração quanto a tomada de decisões, voltando para a análise de gastos em determinadas atividades. 
Segundo Martins (2003) seus princípios derivam dessa finalidade primeira e, por isso, nem sempre conseguem atender a suas outras duas mais recente e provavelmente mais importantes tarefas: controle e decisão. Esses novos campos deram horizontes mais amplos à contabilidade de custos”. 
Ainda Martins afirma que devido ao crescimento das empresas, com o consequente aumento da distância entre administrador e ativos e pessoas administradas, passou a contabilidade de custos a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho dessa nova missão, a gerencial. 
Dessa maneira ficando claro que além de a contabilidade de custos preocupar-se com o controle de custos ela também está voltada para a tomada de decisão. 
Martins (2003, p.15) afirma que: 
[...] a contabilidade de custos tem duas funções relevantes: o auxilio ao controle e a ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos. 
Cada empresa tem um tipo de necessidade em especial a ser analisada, portanto para se ter um bom controle é preciso escolher um método que se seja adequado com as necessidades da empresa e que se adaptem também com as necessidades de seus gestores. 
Na agropecuária, a contabilidade de custos apresenta formas de mensuração do resultado gerado no desenvolvimento de cada atividade, permitindo que as despesas incorridas sejam consideradas custo da atividade que a gerou. Permitindo conhecer o resultado real de cada atividade, tomar decisões importantes, inerentes às mesmas.
3. AGRICULTURA EM GERAL 
O Brasil é um país privilegiado no que tange a agricultura com a industrialização ocorrida nos últimos anos no Brasil ocorreu um aumento de população nas cidades e consequentemente a redução da população rural. Mesmo assim a agricultura continua desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento do país, ou seja, ela garante os principais produtos de exportação sendo eles o café, o açúcar, e a soja (CREPALDI, 2005). 
Crepaldi (2005) conceitua a agricultura como sendo uma atividade de exploração da terra, seja ela o cultivo de lavouras e florestas ou a criação de animais, com vistas à obtenção de produtos que venham a satisfazer as necessidades humanas. 
Com o desenvolvimento tecnológico, a agricultura vem se desenvolvendo e produzindo cada vez mais, reduzindo os custos, gerando renda e criando empregos, fornecendo, dessa forma, as bases para a implantação de indústrias (BORILLI et al.2005). 
Portanto a contabilidade gerencial apresenta grande importância na atividade rural e pecuária, é através dessa ferramenta que o produtor pode planejar controlar e tomar as melhores decisões. Um bom acompanhamento financeiro e gerencial, o acompanhamento dos custos, e a comparação de resultados são as ferramentas necessárias para a transformação e evolução de toda e qualquer propriedade rural. 
Apesar dos pontos e características positivas que a atividade rural apresenta percebe-se que ela é dependente do que acontece na economia mundial pois a mesma sofre mudanças decorrentes de ação do estado e de 18 políticas públicas bem como o deve estar atenta ao novas tendências e tecnologias de mercado para se manter lucrativa e com qualidade. 
3.1 ATIVIDADES RURAIS
Valle (1987) define Atividade Rural como, um conjunto de bens e de pessoas, com finalidades lucrativas, que combina, para tanto, os vários elementos produtivos (a terra, o trabalho e o capital), a fim de obter os produtos da natureza, aplicando para isso meios apropriados, que lhe permitem obtê-los em maior quantidade e mais economicamente. 
Segundo Marion (2003, p.22), “empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo através do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”. 
Marion (2007) ressalta que a atividade rural se divide como: Agrícola, Zootécnica, Agroindustrial e Pecuária, e que em cada uma dessas atividades existem subdivisões de acordo com suas características ou seja: 
Na atividade Agrícola trabalha-se com as plantas em suas diversas fases, em que podemos encontrar as culturas temporária e permanente, nas quais: 
Temporária: que se renova a cada ciclo operacional, sendo inferior a um ano, como por exemplo: produção de hortaliças, verduras, feijão, milho e soja; 
Permanente: que se explora por diversos períodos ou superior a um ano, como por exemplo: cafezais, laranjais, vinhedos e reflorestamentos que utilizam eucalipto, pinheiros e pinus. 
Na atividade Agroindustrial exploram-se os benefícios dos produtos rurais in natura, através da industrialização, como por exemplo: a pasteurização do leite, a produção de queijo, iogurte e a produção de álcool. 
A atividade Zootécnica consiste-se na criação de animais, como: abelhas, coelhos, peixes, rãs e bicho-da-seda. 
A atividade Pecuária consiste-se na criação de animais no campo em geral, como: bovinos, aves, suínos e caprinos; e a exploração de produtos obtidos 21 do animal vivo, como (ovos, leite, lã) e de outros que dependem do abate do animal para se obter a carne, o couro.
3.2 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
A margem de contribuição é uma importante ferramenta gerencial que auxilia o gestor na tomada de decisão, e associa-se ao uso do custeio variável.
Martins (2003, pg. 179) define a margem de contribuição como sendo “a diferença entre o preço de venda e o custo variável de cada produto, é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre a sua receita e o custo 33 que de fato provocou”, portanto, a Margem é o valor com que cada unidade contribui, desconsiderando os custos fixos.
3.3 PONTO DE EQUILÍBRIO
Para se encontrar o ponto de equilíbrio basta descobrir a quantidade ou o valor de venda que cubra o custo das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas fixas, ou seja, o ponto de equilíbrio é o estado em que a empresa alcança quando consegue cobrir todos os gastos (custos e despesas) em relação às quantidades produzidas, e acima desse ponto é que a empresa começa a contabilizar os lucros. 
Para Padoveze (2006) o ponto de equilíbrio é o volume que a empresa precisa produzir ou vender para que consiga pagar todos os seus custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar e vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros. Podendo ser encontrada utilizando a seguinte fórmula. 
Ponto de Equilíbrio = Custos + Despesas Fixas / Margem de Contribuição 
É de posse do resultado fornecido pelo ponto de equilíbrio que o produtor poderá planejarcomo terá de trabalhar para gerar lucro em sua atividade.
 
3.4 CUSTO DE OPORTUNIDADE
O custo de oportunidade é uma forma comparar dois investimentos diferentes é o recurso no seu melhor uso alternativo. 
Para Bornia (2002) os custos de oportunidade “São custos que não representam o consumo dos insumos pela empresa, mas o quanto alguém deixou de ganhar pelo fato de ter optado por um investimento ao invés de outro”.
3.5 MERCADO DA PECUÁRIA DE CORTE
A pecuária brasileira começou a ser grandemente desenvolvida no final da década de 60 e, se consolidou ao longo da década de 70, e hoje ostenta um dos maiores rebanhos do mundo. 
Segundo o Ministério da Agricultura (2011), o Brasil é dono do segundo maior rebanho efetivo do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças, superando em 2010 um recorde histórico nas exportações de carnes. A receita das exportações de carnes (aves, suínos e bovinos) aumentou 6,4%, passando de US$ 1,139 bilhão em outubro/2009 para US$ 1,213 bilhão em outubro/2010, mas o destaque foi a carne bovina in natura sendo 20,6% superior. 
O Brasil consegue uma boa produção de carne bovina por se beneficiar de boas condições climáticas e ambientais, também apresenta um alto volume de produção e um melhor aproveitamento do boi dessa forma se sobressaindo perante alguns países concorrentes.
4. PECUÁRIA EM RONDÔNIA
O incremento da pecuária bovina em Rondônia foi simultâneo à abertura da BR-364 (Cuiabá MT - Porto Velho RO), mediante incentivando a formação da pastagem. Em 1980, a extensão de pastagens lavradas era de 68%, o que facultava a criação de gado de finalidade mista (carne e leite) com animais de cria, recria e engorda. Nesta época, em razão da carência de espécies forrageiras adaptadas às diversas condições climáticas da região, a bovinocultura do tipo tradicional caracterizava-se por uma baixa capacidade de suporte das pastagens (Seapes RO)7.
O deslocamento e fixação da pecuária na parte Sul do estado processou-se a partir de 1980, tendo como um dos principais pontos de partida os sistemas de criação em estabelecimentos de médio porte localizados originariamente em áreas do município de Ji-Paraná, incluindo partes da Gleba de Corumbiara e de Espigão do Oeste. Esta região pode ser considerada como o embrião dos empreendimentos pecuários de médio porte no Estado, uma vez que os lotes licitados pelo INCRA foram fixados em 2.000 hectares. Para a época, essa área configurava o tamanho ideal do lote por unidade familiar para o desenvolvimento da bovinocultura (Seapes RO).
A pecuária é a atividade do setor primário que mais se expandiu nos últimos anos no Estado, especialmente a bovina, que hoje satisfaz plenamente o consumo interno e ainda oferece excedentes exportáveis.
A pecuária de corte, aliás, tem evoluído mais rapidamente do que as outras, junto com a expansão das áreas de pastagens, contra uma estagnação ou até mesmo redução de áreas de la desenvolveu mais nas áreas de pequenas e médias propriedades, como fator de agregação de renda aos agricultores tradicionais.
Para a erradicação da Febre Aftosa no Estado, além da criação e estruturação da Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia – IDARON, foram efetivadas parcerias com o setor privado, merecendo destaque aquela realizada através do Fundo Emergencial de Febre Aftosa “FEFA”, demonstrando eficácia para contornar as dificuldades orçamentárias do setor público, culminando com a reclassificação do Estado de Rondônia, como “Área Livre com Vacinação” reconhecida e declarada oficialmente pelaOrganização Internacional de Epizootias (OIE), o que libera Rondônia para a comercialização da carne bovina e de animais para todas as Regiões do país e para o mercado internacional (IDARON).8
É importante ressaltar a dimensão do rebanho bovino rondoniense que registra em 2007 um total de 10.971.554 milhões de animais, dos quais cerca de 70% são bovinos de corte (IDARON).
Não obstante o sucesso do Programa de Controle da Febre Aftosa, a cargo da Delegacia Federal da Agricultura do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária - DFA/MARA, Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia – IDARON, Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social – SEAPES e o Fundo Emergencial para Erradicação da Febre Aftosa - FEFA, as vacinações do rebanho contra brucelose, raiva bovina, carbúnculo sintomático e pneumoenterite ainda são implementadas de modo deficiente (IDARON).
As perspectivas de estabilização da economia nacional favorecem os investimentos na produção bovina em níveis suficientes para garantir a manutenção do crescimento do rebanho de forma a manter-se compatível com o nível de produção de carne para atender a demanda interna e aumentar o nível das exportações.
5. SANIDADE ANIMAL E BOAS PRÁTICAS NA PRODUÇÃO E ABATE GARANTEM EXPORTAÇÃO DA CARNE DE RONDÔNIA.
Desde que foi certificado internacionalmente pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa com vacinação, em 2003, Rondônia vem conquistando mercados internacionais para a venda de carne bovina e derivados.
Com o sexto maior rebanho do país, o estado de Rondônia em 2016 bateu recorde no abate de bovinos, garantindo a quarta posição no ranking nacional. Foram abatidos 2.784.801 animais inspecionados pelo Mapa e Idaron.  Esse número representa mais de 11% que em 2015, com 2.508.240.
“Com o certificado internacional, começamos a atrair compradores da nossa carne. A gente vem recebendo várias missões internacionais e de auditorias externas, que chancelaram e que deram credibilidade a todas as ações executadas pela Agência Idaron. Já recebemos a Indonésia, o Chile, os Estados Unidos, a União Européia, entre outros”, conta Fabiano Alexandre dos Santos, gerente de Defesa Animal da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron).
Atualmente, o estado exporta para mais de 40 países, sendo Hong Kong, Rússia e Egito os principais importadores, correspondendo a mais de 70% de toda carne bovina rondoniense exportada.
A cadeia da carne no estado de Rondônia é responsável por mais da metade da pauta de exportações. No ano de 2016 foram exportadas mais de 133.854 toneladas de produtos da cadeia produtiva da carne. Esse volume representou 53,20% das exportações, gerando uma receita de mais U$$ 466.605 milhões.
“Nossos pecuaristas vêm intensificando a produtividade das propriedades com adoção de tecnologias de integração, manejos socioambientais e sanitários, garantindo ao mercado um animal com qualidade”, explica o secretário de Estado da Agricultura (Seagri) Evandro Padovani.
A partir da criação da Idaron, em 1999, a instituição buscou e tem obtido resultados relevantes quanto à sanidade do rebanho rondoniense, em consonância com as normas e diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e órgãos internacionais.
Fabiano Alexandre lembra que devido à participação do poder público, dos produtores rurais e setor privado, Rondônia conseguiu em apenas três anos o certificado nacional de área de livre de febre aftosa com vacinação, concedido pelo Mapa em 2002. “Desde então a Agência vem buscando aprimorar o seu sistema e a defesa agropecuária, avançando em outros programas, como a brucelose e tuberculose, na estruturação, na capacitação de servidores”.
Em 1999, o rebanho bovino de Rondônia era de seis milhões e apresentou um salto de cinco milhões em apenas seis anos, o que representou um aumento de 79% no número de cabeças. Já a partir de 2005, o crescimento foi mais lento, chegando a 13,6 milhões de bovinos em 2016.
6. NORMAS TERRITORIAIS, EXPANSÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO DA PECUÁRIA BOVINA EM RONDÔNIA 
Em Rondônia, a pecuária é atividade praticada por um conjunto expressivo de pequenos produtores rurais. A atividade voltada para a produção de leite, praticada por assentados e pequenos produtores desde a década de 1970, ganha novo ímpeto no final dos anos 1990, quando é criado o Programa de Desenvolvimento da PecuáriaLeiteira do Estado de Rondônia, que ficou conhecido como PROLEITE.
O incentivo à atividade leiteira constituiu numa redução de 35% do valor do imposto devido pelas saídas interestaduais de produtos lácteos, no entanto, teve em contrapartida das indústrias participantes, a criação de um fundo de reservas para o desenvolvimento do setor, a partir de depósitos de 1% do faturamento bruto para manutenção de um programa de investimento para o desenvolvimento do agronegócio em Rondônia (PAES E SOUZA et. al., 2009, p. 14). 
Essa primeira norma territorial que garante a isenção fiscal resultou no maior interesse de empresários do ramo em fomentar a atividade industrial no estado, refletindo em aumento da produção no campo.
Uma segunda geração de normas visando a viabilização dos investimentos privados a partir de renúncia fiscal ocorreu no 2000, quando foi criado o Programa de Incentivo Tributário do Estado de Rondônia, voltado agora para qualquer atividade. Em 2005 o programa é readequado com a criação da lei de Incentivos Tributários do Governo de Rondônia (nº1558/2005), que prevê a isenção de 60 a 95% do imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS) por um período de até quinze anos para empresas de qualquer natureza, sendo a atividade industrial a que mais recebe incentivo (isenção de até 95% do imposto) (PEREIRA, 2011, p.114).Esta foi a condição para que a indústria leiteira e também a da pecuária de corte encontrassem em Rondônia um território viável à expansão destas atividades na Amazônia brasileira.
No ano de 2006, o Censo Agropecuário Brasileiro indicou a existência de mais de trinta mil estabelecimentos agropecuários produtores de leite no estado. Dois municípios em Rondônia (Jaru e Ouro Preto do Oeste) figuravam no final dos anos 2000 entre os vinte maiores produtores de leite do país (COELHO, 2007).
Um importante número de pequenas e médias empresas se dedica ao beneficiamento e produção de derivados de leite, ainda que o volume de produção se concentre em alguns empreendimentos maiores. Alguns grandes laticínios existentes no território rondoniense destacam-se pela quantidade de leite processada e pela distribuição da produção, que hoje alcança outros estados do país. É o caso do Laticínio Tradição (que recebe 800 mil l. de leite diariamente, entregues por 9 mil produtores do estado) e também do Leite Primalat, dois dos maiores empreendimentos do estado de Rondônia, ambos localizados no município de Ji-Paraná, que contam com apoio do Programa de Incentivo Tributário (PIT) do Estado. O Grupo Parmalat adquire em 1994 uma das maiores plantas industriais do estado, no município de Ouro Preto do Oeste. Esta produção é também realizada por empresas de menor porte, como é o caso, por exemplo, das empresas Laticínios Rolim de Moura (com a marca Miraella) em Rolim de Moura, e do Laticínios Santa Luzia (marca Tradição) no município de Santa Luzia. 
Além dos incentivos tributários, o Estado de Rondônia investiu em ciência e tecnologia para viabilizar e tornar competitiva a pecuária leiteira. A Seapes (Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social do Estado de Rondônia) em parceria com a Emater (Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia) desenvolvem o Programa de Melhoria da Qualidade do Leite (Pró-Leite) e o Projeto Inseminar, que, implantado em 2004, já realizou inseminação artificial em mais de 23 mil matrizes (RONDÔNIA, 2007), visando melhoramento genético do rebanho leiteiro do estado, assegurando melhora do produto e aumento da produtividade, já que as empresas recém instaladas necessitam de ofertas territorialmente próximas da matéria-prima. 
Exigente de um movimento ainda mais rápido no que se refere ao transporte de insumos e mesmo do produto já pronto para a comercialização, os laticínios rondonienses encontram-se de certo modo bem distribuídos no território, em função de uma produção de leite também dispersa, ainda que o eixo da rodovia BR-364 apareça como fator organizador da localização destes empreendimentos, pela facilidade de transporte que a rodovia proporciona.
A quantidade destes laticínios é maior quando comparada ao número de frigoríficos, sendo grande parte destes empreendimentos de pequeno porte e organizados sob a forma de cooperativas que recolhem a produção de pequenos e médios produtores. 
Ainda que a pecuária leiteira ganhe importância como atividade econômica em Rondônia, é a pecuária de corte que conhece uma maior instrumentalização e modernização recentes.
Também a partir da década de 1970, produtores de médio e grande porte praticam atividades voltadas para a criação do gado de corte em Rondônia, que, num primeiro momento, é iniciada em função de interesses de pecuaristas que visavam alcançar os mercados de outras regiões do país (especialmente a região Sudeste, onde se concentrava o mercado consumidor). No entanto, e por conta das dificuldades de transporte em algumas áreas (nos anos 1970 e 1980), esta produção se volta para um mercado próximo, localizado na própria região.
A partir do final da década de 1990, a melhora nas condições de tráfego (adequação da rodovia BR- 364), o preço mais baixo da terra para a formação de fazendas, o status de área livre de doenças sanitárias, conquistado a partir do ano de 2003 (especialmente para a febre aftosa, o que possibilitou a exportação para mercados da Europa), somados aos fartos incentivos tributários, figuraram como condições muito propícias ao fortalecimento da atividade, fatores estes que viabilizaram a instalação de grandes frigoríficos no estado, já no início dos anos 2000.
No entanto, para a compreensão desta transformação recente da pecuária rondoniense, é preciso principalmente levar em conta o papel desempenhado pelos novos arranjos normativos que garantem a viabilidade das atividades. A maior parte dos grandes empreendimentos de industrialização da carne em Rondônia desfruta de amplos incentivos territoriais que tornam a atividade muito lucrativa no território rondoniense. O programa estadual de isenção de impostos - Programa de Incentivos Tributários do Estado de Rondônia (PIT); que isenta até 95% do pagamento de ICMS (por um período de até 180 meses) das empresas instaladas a partir do ano 2000, aparece definitivamente como o principal mecanismo que garante o crescimento da atividade pecuária e da indústria da carne no território, ainda que as custas, muitas vezes, de um rearranjo da produção no território, que inclui fábricas sendo desativadas ou a redução significativa da atividade em tradicionais regiões produtoras. No entanto, tal crescimento foi comemorado em Rondônia pelo governo do Estado como verdadeira solução para o crescimento econômico, conforme afirmação de Marco A. Petisco, titular da Secretaria de Agricultura, Produção e Desenvolvimento Econômico e Social (SEAPES) de Rondônia, e então responsável pelo Programa de Incentivo Tributário do Estado:
Estes números (os da adesão ao Programa de Incentivo Tributário) ajudam a explicar, entre outras coisas, porque, no consolidado do primeiro trimestre de 2008, em comparação a igual período do ano passado, enquanto as exportações de carne de Minas Gerais caíram 26,88%, as exportações do Rio Grande do Sul diminuíram 47,55% e as de São Paulo foram reduzidas em 9,88%, a nossa balança comercial cresceu, somente neste item (carne), exatos 121,36% (RONDÔNIA, 2008b).
É todo um conjunto de esforços empreendidos pelo poder público estadual de Rondônia visando o crescimento da atividade pecuária, que é eleita como uma das principais vias de crescimento econômico do estado. Em que pese a condição de integrar a chamada Amazônia Legal, e todo um aparato jurídico normativo que prevê a preservação de recursos naturais (especialmente a cobertura florestal), os dados disponíveis no último Censo Agropecuário (2006) indicam não só o aumento das áreas de lavoura, mas principalmente um aumento tanto das áreas destinadas à pastagem quanto do número de bovinos de corte. Dados mais recentes indicamque o rebanho bovino do estado atualmente ultrapassa 12 milhões de cabeças (tanto animais voltados para o corte como os de aptidão leiteira) (IBGE, 2012).
O número de bovinos cresce proporcionalmente mais do que a área de pastagem (Quadro 1 e Figura 3), dado este que indica o aumento da produtividade da pecuária de corte, realizada agora com base em insumos técnicos e científicos próprios do período atual.
O efetivo dos bovinos de corte em 2006 aumenta em cerca de oito vezes o total do efetivo de 1985, e é mais do que o dobro daquele encontrado em 1995, situação esta viabilizada pela transformação e incremento dos sistemas de objetos, de ações e de normas mobilizados para dinamizar a atividade pecuária em Rondônia a partir do ano 2000, quando entra em vigor o Programa de Incentivo Tributário do Estado.
Inegavelmente, são tais normas territoriais que atuam de modo mais incisivo para a atração de investimentos privados.
Técnica e normativamente preparado para acolher tais atividades, no ano de 2012 o estado de Rondônia torna-se o quarto maior estado brasileiro em número de bovinos abatidos (foram mais 1,9 milhões animais abatidos em Rondônia, de um total de 23,4 milhões de animais abatidos no Brasil). No ano 2000, Rondônia ocupava a 10ª posição em número de abates no país (com pouco mais de 400 mil cabeças abatidas) (IBGE, 2013).
A pecuária de corte é voltada para a produção do chamado “boi verde”, no mais das vezes o gado nelore (zebuíno) criado de forma extensiva, em pastagens plantadas em áreas que normalmente aparecem como degradadas (pela prática agrícola ou mesmo resultantes de pastos pouco produtivos). O destino da produção também demonstra quanto a atividade pecuária está voltada para o mercado externo. Desde 2004, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), acompanhado do crescimento da produção, Rondônia também participa, pari passu, da lógica do trabalho e da produção voltados para a exportação, alcançando a quinta colocação entre os estados exportadores de carne do país.
Os dados revelam que, ao passo em que Rondônia alcança, ano a ano, novas colocações entre os maiores estados exportadores, o volume de carne exportada aumenta em mais de dez vezes. No entanto, se o discurso do desenvolvimento econômico sustenta as políticas de incentivo fiscal, tanto a criação de animais quanto a industrialização da produção não ocorrem de forma homogênea no território e a riqueza produzida não se reverte em vantagens nem para a maior parte dos municípios e nem mesmo para as empresas locais.
Esta é também uma “novidade” do período – a produção moderna e industrializada de carne é realizada por algumas poucas empresas (em sua maioria de capital externo à região) e destinada aos mercados do exterior e sobretudo da Região Concentrada do país (SANTOS; RIBEIRO, 1979; SANTOS; SILVEIRA, 2001), onde a renda se realiza e é apropriada.
Os grandes grupos que se dedicam à indústria da carne recém instalados em Rondônia praticam topologias que alcançam praticamente todo o território nacional (muitos dos quais com forte ligação com capitais e grupos estrangeiros). Estes grupos são os mais beneficiados pela farta política de incentivos do estado e acabam assim por centralizar a maior parte da produção, ao mesmo tempo em que operam uma acumulação ampliada e concentrada do capital.
O Grupo JBS, um gigante do setor com unidades de produção em mais de dez países e explorando mercados em todo o mundo, destaca-se como um dos principais agentes que controlam o circuito produtivo da carne no Brasil, é o maior produtor e exportador de carne no estado de Rondônia (presente desde o ano de 2003, quando adquiriu o grupo nacional Friboi), com unidades localizadas nos municípios de Vilhena, Cacoal (onde funcionam duas unidades), São Miguel do Guaporé e Porto Velho. Além de atuar na produção para o mercado interno, o Grupo JBS-Friboi é um dos maiores exportadores de carnes do Brasil. Há também destaque para uma unidade do Grupo Marfrig (sede em São Paulo, explorando mercados em várias partes do mundo), com um frigorífico localizado no município de Chupinguaia; e ainda para o frigorífico do Grupo Minerva (sede em Barretos-SP), instalado em 2005 no município de Rolim de Moura.
As principais empresas exportadoras de carne que possuem unidades de produção (frigoríficos) no território rondoniense também são, em sua maioria, oriundas de outros estados do país e ligadas a grupos estrangeiros.
A maioria destes grandes frigoríficos localizados em Rondônia está habilitada a exportar carne bovina para os seguintes países: África do Sul, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Hong Kong, Israel, Paraguai, Peru, Ucrânia, Uruguai, Venezuela.
Os primeiros anos do século XXI consolidam uma nova produtividade espacial para a atividade pecuária em Rondônia e a produção industrial de carnes utiliza-se da rodovia BR-364 como condição de produção (essencial ao transporte de animais e para o escoamento das carnes processadas). Daí a concentração de grande parte destes equipamentos produtivos (no mais das vezes localizados às margens da BR-364).
A moderna produção de carne é exigente de uma logística que requer condições plenas de movimento e fluidez, desde o local de abate dos animais até os portos por onde a produção é exportada. Como observam Ojima e Bezerra:
Para os frigoríficos, a logística começa desde a chegada do gado até a sua descarga para o abate e posterior desossa. Envolve etapas referentes aos cortes (que pode variar de acordo com cada comprador), à embalagem da carne, à conferência do produto e à expedição da carga nas carretas para ser distribuída, tendo como destino o mercado interno ou o externo. (...) os grandes frigoríficos migraram de região, passando a alocar o seu complexo industrial próximo às unidades produtoras, onde recolhem os animais para o abate num raio de 200 quilômetros. Quanto mais próximo do abatedouro estiver o produtor, menor é o estresse sofrido pelo gado, além de diminuir a incidência de lotes com grande número de cabeças com contusões (OJIMA; BEZERRA, 2008:1).
O crescimento da produção de bovinos no estado é assim acompanhado da introdução de novas unidades de produção (frigoríficos). Após o abate, a produção é escoada pela BR-364 até os mercados consumidores localizados sobretudo na Região Concentrada do país, enquanto que a exportação ocorre através dos portos da região Sudeste, de onde as cargas seguem até os seus destinos finais. Em que pese a distância considerável do local de produção até os portos que finalizam a exportação, ao que tudo indica, os grupos que instalam novas unidades produtivas em Rondônia, isentas de boa parte dos impostos, encontram possibilidades de inserção (no mercado interno e externo), de uma produção competitiva, redefinindo a logística e fluxos da produção de carnes no território brasileiro.
Para além das vantagens obtidas pelas empresas com o Programa de Incentivo Tributário, o território mais uma vez acaba acolhendo uma atividade que se presta mais às necessidades externas à região. No que se refere à exportação, há ainda de se levar em conta a grande dependência de normas e de situações econômico-produtivas advindas diretamente do exterior, como foi o caso, por exemplo, dos problemas de exportação da carne brasileira evidenciados em janeiro de 2008 pelas constantes ameaças da União Européia, justificando a suspensão temporária das exportações devido à suposta precariedade das condições sanitárias no abate, industrialização e comercialização do produto nacional, o que torna de certa forma a atividade de exportação instável. Este problema é uma das nítidas manifestações de um território que mais uma vez se afirma como espaço derivado (SANTOS, 1978), ou seja, um espaço que se organiza em função de uma produção muito dependente de um mercado e de um comando externos, ainda que o governo e o empresariado do setor afirmem ser a pecuária uma das possibilidades mais viáveis de desenvolvimento e crescimento econômico em Rondônia.
7. A RASTREABILIDADE BOVINACOMO FERRAMENTA DE GERENCIAMENTO DA PROPRIEDADE RURAL 
A identificação individual e o registro de todas as ocorrências e das práticas de manejo utilizadas, durante a vida do animal, são procedimentos essenciais para possibilitar a avaliação do desempenho do rebanho bovino, bem como a tomada de decisões administrativas (VALLE et. al., 2011). Grande parte desses procedimentos é promovido no estabelecimento rural pelo sistema de rastreabilidade bovina, o qual, ganha uma maior importância referente à gestão rural quando implementado em propriedades rurais onde não há esses controles ou são realizados de forma incompleta ou ineficiente.
Segundo Dubois et al. (2002), o produtor com ERAS deve manter um sistema auditável, informatizado ou não, para acompanhar e registrar todas as atividades, manejos e eventos realizados na propriedade como um todo e, particularmente, com cada animal. A coleta, os registros e os arquivos destes dados são de responsabilidade do proprietário dos animais e devem ser preferencialmente realizados em cada propriedade.
Deve permanecer no ERAS, de acordo com a Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006), além de um Protocolo Declaratório de Produção e um Documento do Inventário dos Animais (Anexo B), um Livro de Registros constando o controle de eventos zoossanitários, fitossanitários e dos insumos utilizados na produção.
De acordo com Fernandes (2004), a identificação individual exigida pelo sistema de rastreabilidade permite um controle zootécnico e administrativo dos animais e da fazenda, ocorrendo melhorias no controle sanitário e na qualificação da mão-de-obra.
Scalco et al. (2008), afirmam que a rastreabilidade pode ser considerada uma ferramenta de controle e administração, sendo possível controlar a produção, reprodução, nutrição, pastagens, sanidade e potencial genético do rebanho.
O rastreamento de animais, segundo Martins e Lopes (2003), requer a intensificação do manejo nas propriedades rurais e controle rígido dos animais com a identificação individual correta e rápida.
Essa maior intensificação de manejo e controle dos animais requer competência administrativa, pois, conforme afirma Franco (2002), montar um sistema de rastreabilidade exige organização, trabalho consistente, interesse dos pecuaristas e eliminação de dificuldades técnicas.
De acordo com Neto (2006), as funções básicas na administração rural são: planejamento, organização, direção e controle. A função de controle compreende a anotação ou registro das principais atividades da propriedade, a fim de verificar se as ações executadas ou os resultados obtidos estão de acordo com o planejado. É uma tarefa contínua, que observa o desempenho de cada ação e permite as devidas correções em tempo hábil.
Os controles nutricional e sanitário dos animais pecuários, conforme Sepulcri (2004), são gargalos existentes no processo produtivo, que uma vez executados de forma incorreta, prejudicam significamente os resultados esperados e são, por esse motivo, considerados pelo autor, pontos críticos de controle na administração rural. Esses controles foram os objetos de estudo neste trabalho no que se refere à gestão rural promovida pela rastreabilidade bovina.
7.1 CONTROLE NUTRICIONAL 
Considerando que a alimentação é um dos principais fatores que afeta o desempenho animal, além de ser, dentro da propriedade rural, conforme Valadares Filho et. al. (2006), o item que mais onera o custo de produção, é fundamental para o sucesso de um criatório de bovinos de corte que se estabeleça um eficiente controle nutricional.
Independentemente do sistema de produção, foram identificados os controles exigidos pelo SISBOV, expostos a seguir, que auxiliam no controle nutricional dos criatórios bovinos.
7.2 REGISTRO DE INSUMOS 
Conforme Dubois et al. (2002) no sistema de rastreabilidade bovina o produtor deve registrar o tipo, a origem, características e período de uso dos volumosos. Registrar os tratos culturais, incluindo todas as características, identificações e maneira de aplicação dos produtos utilizados, bem como, as datas e períodos de uso. Arquivar as características, especificações e identificação dos produtos utilizados: nome comercial, principio ativo, fabricante, lote ou partida, posologia, data de fabricação e validade e período de carência.
Segundo o trabalho desenvolvido por Cócaro e Jesus (2007) com empresas rurais dos Estados de Minas Gerais e Goiás, foi constatado, após a implementação do sistema de rastreabilidade, que o registro da compra e da utilização de insumos teve um impacto positivo na gestão das fazendas. Os autores salientaram ainda, que a prática de registro de insumos é incomum em empresas pecuárias de corte que não possuem sistema de rastreabilidade. No Anexo C podemos visualizar o formulário para o registro dos insumos utilizados na produção, pertencente ao livro de registros do ERAS, conforme a Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006).
7.3 CONTROLE DA EVOLUÇÃO DO REBANHO
A realização do inventário dos animais e o constante registro de nascimentos, mortes, entrada e saída dos bovinos e bubalinos na propriedade rural são exigidos pelo SISBOV, conforme a Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006). No que se refere ao controle nutricional, esses registros auxiliam no controle da evolução do rebanho, permitindo ao administrador rural programar-se quanto à disponibilidade de alimento para os animais ao longo do ano.
Segundo o Centro de Produções Técnicas (2010), é possível planejar o tamanho do rebanho ao final do ano considerando o estoque inicial de vacas e de touros, os nascimentos e compras no ano, as mortes ocorridas, os índices zootécnicos alcançados ou esperados e as vendas do ano. Com esse controle é possível ao pecuarista fazer previsões mais adequadas, para se programar quanto à disponibilidade de pasto e volumosos conservados, por exemplo.
Os formulários descritos na Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006) para inventário e registros de entrada e registros de saída dos animais na propriedade rural, bem como o formulário de comunicado de mortes, encontram-se, respectivamente, nos Anexos B, D, E, e F deste trabalho.
7.4 PESAGEM DOS ANIMAIS
No trabalho desenvolvido por Cócaro e Jesus (2007), os autores verificaram o controle mais detalhado do rebanho nos estabelecimentos rurais após a implantação do sistema de rastreabilidade bovina. Isso deveu-se a identificação individual do sistema, facilitando o controle de pesagem, que indiretamente permitiu avaliar os manejos de nutrição dos animais.
Na avaliação da certificadora responsável pelas fazendas que participaram da pesquisa, a forma de pesagem foi a principal mudança que a identificação individual permitiu, principalmente para aquelas empresas que antes da rastreabilidade realizavam a identificação por lotes. A obrigatoriedade da identificação individual permitiu que o peso, a variável mais consultada para avaliar os efeitos do manejo no rebanho, fosse explorado individualmente.
Esta avaliação permitiu, nos estabelecimentos rurais pesquisados, a execução de manejos diferenciados em animais de baixo ganho, como castrações, mudanças de animais de lote (faixa de peso) e mudanças na dieta.
Há um dispositivo eletrônico desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), com vistas à rastreabilidade bovina, que permite a identificação dos animais por radiofreqüência. Segundo Pires (2002), nesse sistema, implantes eletrônicos acionados a distância emitem um sinal eletromagnético com a numeração do animal, facilitando a identificação dos bovinos. Com essa identificação automática, as pesagens diárias são feitas a campo sem a interferência dos campeiros. Os animais quando passam para os cochos de arraçoamento são pesados automaticamente. Assim, pode-se conhecer o desempenho de cada animal com maior rapidez e confiança permitindo tomada de decisões que culminem no aumento da produção.
É importante ressaltar que o controle da pesagem dos animais não é exigido pelo SISBOV na propriedade rural, porém, o sistema de rastreabilidadepossibilita a otimização dessa prática. 
7.5 MANEJO DE PASTAGENS 
Conforme Oliveira et al. (2006), em geral, as propriedades com um bom sistema administrativo mantêm registros zootécnicos, como datas de nascimento, cobertura, desmama, controle de ganho de peso, controle do escore corporal das matrizes, problemas sanitários, entre outros. Contudo, raríssimas são as anotações referentes ao manejo e à utilização das pastagens. Daí a dificuldade em se fazer qualquer avaliação do desempenho de pastagens nativas ou melhoradas, quando o objetivo é intensificar sua participação na dieta dos rebanhos, devido ser mais econômico o animal colher o pasto do que o homem ter que fornecê-lo.
Segundo Dubois et al. (2002), no sistema de rastreabilidade bovina o produtor deve registrar a identificação das pastagens, os tipos de capim, tratos culturais e período de pastejo do animal. Deve registrar e identificar todos os pastos, incluindo tipo de gramíneas e suas características e arquivar todos os tratos culturais aplicados incluindo as características, identificação e manuseio dos produtos utilizados.
7.6 MANEJO DA ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR 
Os registros da alimentação suplementar, como os concentrados, com as suas respectivas datas de entrada e períodos de uso, segundo Dubois et al. (2002), são deveres do produtor rural no sistema de rastreabilidade bovina. Bem como as características, especificações e identificações dos produtos utilizados: nome comercial, fabricante, lote ou partida, data de fabricação e validade e período de carência.
Esses registros permitem ao administrador rural um controle mais efetivo desses insumos, ajudando a evitar possíveis desordens alimentares, gastos desnecessários e eventuais desperdícios de alimento. Além disso, o produtor recebe orientações e supervisão da certificadora credenciada ao SISBOV referente aos suplementos alimentares que podem ser utilizados na propriedade, ficando, assim, em conformidade com a legislação sanitária específica do país e garantindo uma maior segurança ao seu rebanho.
Segundo Schüller e Lopes (2011), na auditoria técnica do sistema de rastreabilidade bovina, realizada pelos fiscais do MAPA no estabelecimento rural, vistoria-se o local de armazenagem de rações, suplementos e sal mineral, verificando a presença de alimentos de uso proibidos. É proibida a utilização de suplementos que contenham proteínas ou gorduras de origem animal, tais como: farinha de carne, farinha de ossos, farinha de penas, cama de frango, sebo bovino e outros, conforme a Instrução Normativa nº 08 do Mapa, de 25 de março de 2004 (BRASIL, 2004).
É proibido também o uso de antibióticos como aditivo alimentar. Alguns ionóforos (promotores de crescimento à base de antibióticos) são permitidos e regulamentados pelo órgão federal competente. No entanto, alguns países importadores proíbem o uso desses promotores. O uso de hormônios ou promotores de crescimento de efeito anabólico também é proibido.
7.8 CONTROLE SANITÁRIO 
Os programas de controle sanitário envolvem medidas preventivas, vacinações para determinadas doenças e exame de rotina dos animais, associadas a outras práticas de manejo, como alimentação e reprodução. Segundo Costa ([200_?]), os registros individuais dos animais são essenciais para se identificar e caracterizar eventuais problemas e a sua natureza. Avaliações rotineiras permitem o diagnóstico de doenças clínicas e subclínicas, e o seu registro viabiliza o monitoramento e análise dos problemas de saúde do rebanho.
Dentro desse contexto, o sistema de rastreabilidade bovina cumpre uma função importante para a sanidade dos rebanhos bovinos e bubalinos implementando controles sanitários e garantindo a manutenção dos mesmos nas propriedades rurais através da supervisão das certificadoras e das auditorias do MAPA.
No trabalho desenvolvido por Sánchez (2010) com produtores de bovinos de corte do Chile, país onde a rastreabilidade bovina é obrigatória, foi constatado que a percepção dos pecuaristas sobre a influência da rastreabilidade no controle sanitário da propriedade rural é bastante significativa, onde 85,7% dos entrevistados percebem um nível alto de influência do sistema de rastreabilidade no controle sanitário da propriedade rural.
Foram identificados os controles implementados no estabelecimento rural através do sistema de rastreabilidade bovina, expostos a seguir, que auxiliam no controle sanitário do estabelecimento rural.
7.9 CONTROLE DA MOVIMENTAÇÃO DOS ANIMAIS 
O registro das movimentações de entrada e saída de animais na propriedade rural, com o arquivamento de cópias das respectivas GTAs, é um procedimento obrigatório no ERAS conforme a Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006), e é uma operação de significativa importância referente ao controle de doenças para o estabelecimento rural e para os órgãos executores de sanidade animal.
No Brasil, como há grande movimentação de animais, o arquivamento dos documentos referentes às movimentações do rebanho, associados aos registros sanitários, indica a rastreabilidade, segundo Cócaro e Jesus (2008), como um caminho seguro para a melhoria da defesa sanitária, uma vez que, para a emissão da GTA pelo escritório de defesa sanitária animal local, é necessária a apresentação dos números do SISBOV dos animais rastreados.
O produtor rural deve informar todas as movimentações de entrada de animais à certificadora e ao escritório local do órgão executor da sanidade animal em, no máximo, 30 dias do vencimento da GTA correspondente, utilizando um formulário (Anexo D) referente às movimentações de entrada de bovinos e bubalinos (BRASIL, 2006).
Conforme a Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006), o responsável pelo ERAS preencherá a Comunicação de Saída de Bovinos e Bubalinos, conforme Anexo E, ou providenciará os respectivos DIA's, que acompanharão as demais informações fiscais e sanitárias destinadas ao estabelecimento de abate com SIF, habilitado para atender mercados que exijam rastreabilidade. O abatedouro-frigorífico realizará a baixa dos bovinos e bubalinos na BND e manterá arquivado os elementos de identificação e as correspondentes GTAs pelo período de 5 anos.
Quando os animais forem destinados para abate em frigoríficos com inspeção estadual ou municipal, o ERAS deve comunicar a movimentação de saída à certificadora e ao órgão executor da sanidade animal, em no máximo 30 dias, utilizando o formulário de saída (Anexo E) (BRASIL, 2006). Os bovinos e bubalinos que são transferidos de um ERAS para um estabelecimento não aprovado no SISBOV perdem a condição de rastreabilidade e devem ser comunicados pelo produtor à Certificadora no prazo de 15 dias, e esta deve dar a baixa na BND em 3 dias úteis após a informação (BRASIL, 2007).
O animal manterá a condição de rastreabilidade, com as devidas atualizações, quando transferido de um ERAS para outro ERAS. O produtor deve comunicar a movimentação destes animais à sua certificadora em, no máximo, 30 dias. A certificadora fará a atualização na BND em até 3 dias úteis (Brasil, 2006).
Os bovinos e bubalinos precedentes de estabelecimentos rurais não aprovados no SISBOV devem ser identificados imediatamente na chegada ao ERAS, serem informados à certificadora e cumprir os prazos de permanência mínimos no último estabelecimento e na área habilitada para o abate para mercados que exijam rastreabilidade, conforme a Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006).
7.10 REGISTRO DOS EVENTOS SANITÁRIOS 
Conforme a Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006) deve ser realizado no ERAS o registro das vacinações, dos testes e outros eventos sanitários ocorridos, obrigatórios ou não, a que foram submetidos os bovinos e bubalinos. A empresa certificadora é responsável pelos dados fornecidos pelo produtor e monitora essas informações.
O registro de todas as atividades executadas e produtos utilizados no controle preventivo de deficiências alimentares, parasitoses e doenças, conforme Dubois et al. (2002), é um dos mais importantes elementos do sistema de rastreabilidade bovina. Osregistros devem incluir o tipo de atividade, datas e/ou períodos de aplicação. Bem como, as características, especificações e identificação dos produtos utilizados: nome comercial, princípio ativo, fabricante, lote ou partida, data de fabricação, validade e período de carência. 
No Anexo C podemos visualizar o formulário para os registros dos eventos sanitários, pertencente ao livro de registros do ERAS, conforme a Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006). 
7.11 MANEJO SANITÁRIO CURATIVO 
Segundo Dubois et al. (2002), o produtor deverá descrever todas as medidas adotadas, a cronologia e os produtos usados para o tratamento de doenças nos animais, além de arquivar as características, especificações e identificação dos produtos utilizados: nome comercial, princípio ativo, fabricante, lote ou partida, posologia, data de fabricação, validade e período de carência.
Conforme Radostits e Blood (1986), podem servir como auxílio aos diagnósticos das enfermidades, os registros da entrada do animal na propriedade e/ou em determinado piquete, a composição do alimento, e a natureza de qualquer mudança recente nas práticas nutricionais. Nesse sentido, considerando que esses registros são realizados no ERAS, o sistema de rastreabilidade contribui significamente para o controle de doenças nos criatórios bovinos.
7.12 REGISTRO DAS MORTES DOS ANIMAIS 
Conforme a Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006), o ERAS deve registrar e informar à certificadora as mortes dos bovinos e bubalinos que ocorrerem na propriedade com as suas prováveis causas. Esse registro é um importante dado de vigilância epidemiológica, pois conforme Braga e Werneck (2011), são indicadores de gravidade, e particularmente, das doenças de maior letalidade.
O formulário para o registro das mortes de bovinos e bubalinos ocorridas no ERAS, pertencente à Instrução Normativa n° 17 (BRASIL, 2006),
CONCLUSÃO
O aumento extraordinário que a produção pecuária conhece neste início de século no Brasil e no estado de Rondônia pode em muito ser explicado a partir da idéia de “produtividade espacial” proposta por Milton Santos (1999). Conforme avalia o autor: 
Dentro de um certo tipo de economia hegemônica há espaços que são mais produtivos do que outros, e assim, ter-se-ia que medir, ou ao menos considerar, produtividades espaciais diferentes segundo lugares, o que tornaria possível participações diferentes no processo global (SANTOS, 1999, p. 17). 
Ainda que as condições territoriais e o efeito de custos com distância figurem até hoje como fatores locacionais importantes, o peso das normas territoriais, especialmente as voltadas à isenção ou renúncia fiscal aparecem como um elemento determinante, cuja análise é indispensável quando avaliamos as estratégias de uso do território. Localizado na Amazônia brasileira, região que não detém os principais mercados consumidores, distante mais de dois mil quilômetros dos principais portos exportadores e com uma infraestrutura de transportes de certo modo ainda incipiente, as normas territoriais viabilizadas a partir do ano 2000 tornam o estado de Rondônia um dos principais e mais competitivos produtores de carne bovina. 
A partir de um novo conjunto de normas e da declarada opção do Estado pela chamada “Guerra Fiscal”, foram criadas as condições normativas para que a atividade pecuária, sobretudo aquela voltada para a produção industrial moderna, se estabelecesse com vantagens nesta porção do território brasileiro, visando inclusive a inserção da produção em mercados no exterior e garantindo uma maiorprodutividade espacial à atividade, que torna o território rondoniense atrativo aos grandes grupos nacionais e estrangeiros. 
Milton Santos (1999) reconhece que esta produtividade espacial precisa ser desvendada em termos políticos-ideológicos, ou seja, quais as suas razões últimas? Qual o projeto de desenvolvimento almejado pelos lugares? Quem o coordena? Quais intenções presidem as ações que garantem este tipo de crescimento? Entendemos que a idéia de crescimento econômico prevalece frente à idéia de um desenvolvimento social que atenda aos interesses de todos, inclusive porque tais práticas normativas – a chamada “Guerra Fiscal”, que configura uma verdadeira “guerra de lugares” (SANTOS, 2002), acirram as unidades da federação e disseminam uma alienação dos lugares (CATAIA, 2003), desviando propostas e projetos autônomos, visto que privilegia interesses corporativos. 
É o que ocorre em Rondônia quando a estrutura que dá suporte ao crescimento econômico e ao fomento da indústria da carne tem como base uma política que privilegia, com a concessão de fartos incentivos territoriais, agentes externos que encontram, no lugar, oportunidades muito mais vantajosas e facilitadas de acumulação. 
Estas posturas que valorizam um crescimento a qualquer custo (que de fato não se reverte em desenvolvimento social), somadas aos mecanismos políticos normativos típicos deste período atual (normas territoriais), asseguram a existência de um efeito aparente de modernização no estado de Rondônia, já que as infraestruturas produtivas se efetivam e os números recentes da produção conhecem um crescimento extraordinário, ainda que a riqueza gerada não seja apropriada e não se reverta em benefício da maioria, já que a maior parte das empresas pertence ou está ligada a grandes grupos externos à região. Assim, ao investir em territórios com tal normatização, grandes grupos e empresas praticam uma espécie de acumulação prévia, com retorno de certo modo garantido do investimento, uma forma a mais de ganho do capital que, nos parece, acaba por ser eleita como uma política fácil de “desenvolvimento” no Brasil.
Amplia-se, deste modo, a inserção dos nexos capitalistas no lugar, enquanto as transformações prestam-se muito mais àquela busca por um crescimento econômico que, no mais das vezes, pouco contribui para a melhora das condições materiais de vida da maioria da população, ao mesmo tempo em que se produz mais fragmentação do território, haja vista que as atividades modernas tiram a força da economia tradicional, concentrando, com privilégio, a atenção e os recursos das políticas públicas. 
Tais condições de viabilidade e de competitividade (SILVEIRA, 2003) são criadas a partir de esforços públicos, ainda que a renda gerada pela produção seja apropriada de modo concentrado, e, agora, sobretudo por grandes empresas cujo comando e capital são intimamente ligados às demandas e interesses externos ao próprio país. Faz-se necessário pensarmos outras formas de uso do território e uma outra política, para que as normas sejam produzidas sejam endereçadas aos interesses da maioria de seus agentes.
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BARROS, A. L. M. Intensificação em pecuária de corte. Piracicaba, SP: FEALQ, 2004. 
DALFOVO, M. S. Métodos quantitativos e qualitativos: um resgate teórico. Revista Interdisciplinar Cientifica Aplicada, Blumenau, v. 2, n. 4, p. 01-13, 2008.

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