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JURISCESPE LEGISLAÇÃO ESPECIAL

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JurisCESPE 
 
 
 
 
 Instagram @manualcaseiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 uris 
 
Organizado por Natália Oliveira 
Idealizadora do @manualcaseiro. 
 
 
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
 
 
Tema 01: Lei de Drogas – Lei nº 11.343/2006 
 
 Decisão que reconhece detração penal analógica virtual não serve 
para fins de reincidência 
 
É inviável o reconhecimento de reincidência com base em único 
processo anterior em desfavor do réu, no qual - após desclassificar 
o delito de tráfico para porte de substância entorpecente para 
consumo próprio - o juízo extinguiu a punibilidade por considerar 
que o tempo da prisão provisória seria mais que suficiente para 
compensar eventual condenação. Situação concreta: João foi preso 
em flagrante por tráfico de drogas (art. 33 da LD). Após 6 meses 
preso cautelarmente, ele foi julgado. O juiz proferiu sentença 
desclassificando o delito de tráfico para o art. 28 da LD. Na própria 
sentença, o magistrado declarou a extinção da punibilidade do réu 
alegando que o art. 28 não prevê pena privativa de liberdade e que 
o condenado já ficou 6 meses preso. Logo, na visão do juiz, deve 
ser aplicada a detração penal analógica virtual, pois qualquer pena 
que seria aplicável ao caso em tela estaria fatalmente cumprida, 
nem havendo justa causa ou interesse processual para o 
prosseguimento do feito. Essa sentença não vale para fins de 
reincidência. Isso significa que, se João cometer um segundo 
delito, esse primeiro processo não poderá ser considerado para 
caracterização de reincidência. STJ. 6ª Turma. HC 390.038-SP, 
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 06/02/2018 (Info 619). 
 
 Nova Súmula do STJ – Lei de Drogas 
 
Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas 
(art. 40, I, da Lei 11.343/06) se configura com a prova da 
destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a 
transposição de fronteiras. 
 
 Nova Súmula do STJ – Lei de Drogas 
 
Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no 
artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva 
transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo 
suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o 
tráfico interestadual. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/09/2017, 
DJe 18/09/2017. (Info 610). 
 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
 Instagram @manualcaseiro 
 
Uma vez 
caracterizado o 
tráfico entre 
Estados da 
Federação ou entre 
estes e o Distrito 
Federal, haverá 
uma causa de 
aumento de pena. 
(Art. 40, V, Lei 
11.343/06) 
STJ decidiu que, 
 
 
É DESNECESSÁRIA 
A EFETIVA 
TRANSPOSIÇÃO DE 
FRONTEIRAS 
 
 
Sendo suficiente a 
demonstração 
inequívoca da 
intenção de realizar 
o tráfico 
interestadual. 
 
As causas de aumento previstas na Lei nº 11.343/2006. Vejamos: 
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são 
aumentadas de um sexto a dois terços, se: 
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto 
apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a 
transnacionalidade do delito; 
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou 
no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou 
vigilância; 
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações 
de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes 
de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, 
ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se 
realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de 
serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção 
social, de unidades militares ou policiais ou em transportes 
públicos; 
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, 
emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação 
difusa ou coletiva; 
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre 
estes e o Distrito Federal; 
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente 
ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a 
capacidade de entendimento e determinação; 
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. 
 
 O interrogatório, na Lei de Drogas, é o último ato da instrução 
 
O art. 400 do CPP prevê que o interrogatório deverá ser realizado 
como último ato da instrução criminal. Essa regra deve ser 
aplicada: 
• nos processos penais militares; 
• nos processos penais eleitorais e 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
 Instagram @manualcaseiro 
 
• em todos os procedimentos penais regidos por legislação especial 
(ex: lei de drogas). 
 
Essa tese acima exposta (interrogatório como último ato da 
instrução em todos os procedimentos penais) só se tornou 
obrigatória a partir da data de publicação da ata de julgamento do 
HC 127900/AM pelo STF, ou seja, do dia 11/03/2016 em diante. 
Os interrogatórios realizados nos processos penais militares, 
eleitorais e da lei de drogas até o dia 10/03/2016 são válidos 
mesmo que tenham sido efetivados como o primeiro ato da 
instrução. STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, 
julgado em 3/3/2016 (Info 816). STJ. 6ª Turma. HC 397382-SC, 
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3/8/2017 (Info 
609). 
 
 
Interrogatório do 
acusado 
 
como último ato da 
instrução criminal 
Também passou a 
ser aplicado no 
âmbito da Lei de 
Drogas. 
Esse entendimento só se tornou obrigatória a partir da data de 
publicação da ata de julgamento do HC 127900/AM pelo STF, ou 
seja, do dia 11/03/2016 em diante. 
 
 Mera intuição de que está havendo tráfico de drogas na casa não 
autoriza o ingresso sem mandado judicial ou consentimento do 
morador 
 
O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização 
judicial, em caso de flagrante delito, para que seja válido, necessita 
que haja fundadas razões (justa causa) que sinalizem a ocorrência 
de crime no interior da residência. A mera intuição acerca de 
eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse 
autorizar abordagem policial em via pública para averiguação, não 
configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu 
domicílio, sem o seu consentimento e sem determinação judicial. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.574.681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti 
Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606). 
 
Estou com intuição 
de que naquela 
casa, está havendo 
tráfico de drogas... 
POSSO ingressar 
sem mandado 
judicial ou 
autorização do 
morador? 
NÃO. STJ decidiu 
que a mera intuição 
não autoriza o 
ingresso sem 
mandado judicial ou 
consentimento do 
morador. 
 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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 É possível aplicar o § 4º do art. 33 da LD às “mulas” 
 
O fato de o agente transportar droga, por si só, não é suficiente 
para afirmar que ele integre a organização criminosa. A simples 
condição de “mula” não induz automaticamente à conclusão 
de que o agente integre organização criminosa, sendo 
imprescindível, para tanto, prova inequívoca do seu envolvimento 
estável e permanente com o grupo criminoso. Portanto, a exclusão 
da causa de diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei 
nº 11.343/2006 somente se justifica quando indicados 
expressamente os fatos concretos que comprovem quea “mula” 
integra a organização criminosa. STF. 1ª Turma. HC 124107, Rel. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 04/11/2014. STF. 2ª Turma. HC 
131795, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 03/05/2016. STJ. 5ª 
Turma. HC 387.077-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 
6/4/2017 (Info 602). 
 
 
É possível aplicar 
o § 4º do art. 33 
da LD (causa de 
diminuição de 
pena) às “mulas”. 
 
 
Isso se justifica 
pelo fato de que... 
A simples condição 
de “mula” não induz 
automaticamente à 
conclusão de que o 
agente integre 
organização 
criminosa. 
 
 A grande quantidade de droga, isoladamente, não constitui 
fundamento idôneo para afastar a causa de diminuição de pena do 
art. 33, § 4º da LD 
 
Se o réu é primário e possui bons antecedentes, o juiz pode, mesmo 
assim, negar o benefício do art. 33, § 4º da LD argumentando que a 
quantidade de drogas encontrada com ele foi muito elevada? 
O tema é polêmico. 
1ª Turma do STF 2ª Turma do STF 
1ª Turma do STF: encontramos 
precedentes afirmando que a 
grande quantidade de droga 
pode ser utilizada como 
circunstância para afastar o 
benefício. Nesse sentido: não é 
crível que o réu, surpreendido 
com mais de 500 kg de 
maconha, não esteja integrado, 
de alguma forma, a organização 
criminosa, circunstância que 
justifica o afastamento da 
causa de diminuição prevista 
2ª Turma do STF: a quantidade 
de drogas encontrada não 
constitui, isoladamente, 
fundamento idôneo para negar 
o benefício da redução da pena 
previsto no art. 33, § 4º, da Lei 
nº 11.343/2006 (RHC 
138715/MS, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgado em 
23/5/2017. Info 866). 
STF. 2ª Turma. RHC 
138715/MS, Rel. Min. Ricardo 
 
 
@@ 
 
 
 
 
 
 
 
JurisCESPE 
 
 
 
 
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no art. 33, §4º, da Lei de Drogas 
(HC 130981/MS, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgado em 
18/10/2016. Info 844). 
Lewandowski, julgado em 
23/5/2017 (Info 866). 
 
Obs: o tema acima não deveria ser cobrado em uma prova objetiva, 
mas caso seja perguntado, penso que a 2ª corrente é majoritária. 
 
 O confisco de bens apreendidos em decorrência do tráfico pode 
ocorrer ainda que o bem não fosse utilizado de forma habitual e 
mesmo que ele não tenha sido alterado 
 
É possível o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico 
apreendido em decorrência do tráfico de drogas, sem a necessidade 
de se perquirir a habitualidade, reiteração do uso do bem para tal 
finalidade, a sua modificação para dificultar a descoberta do local 
do acondicionamento da droga ou qualquer outro requisito além 
daqueles previstos expressamente no art. 243, parágrafo único, da 
Constituição Federal. STF. Plenário. RE 638491/PR, Rel. Min. Luiz 
Fux, julgado em 17/5/2017 (repercussão geral) (Info 865). 
 
 Se o réu, não reincidente, for condenado a pena superior a 4 anos 
e que não exceda a 8 anos, e se as circunstâncias judiciais forem 
favoráveis, o juiz deverá fixar o regime semiaberto 
 
O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e 
não exceda a 8 anos, tem o direito de cumprir a pena corporal em 
regime semiaberto (art. 33, § 2°, b, do CP), caso as circunstâncias 
judiciais do art. 59 lhe forem favoráveis. Obs: não importa que a 
condenação tenha sido por tráfico de drogas. A imposição de regime 
de cumprimento de pena mais gravoso deve ser fundamentada, 
atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e 
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima 
(art. 33, § 3°, do CP) A gravidade em abstrato do crime não constitui 
motivação idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso. 
STF. 2ª Turma. HC 140441/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 28/3/2017 (Info 859). 
 
 
Réu NÃO 
reincidente 
Condenado 
em pena 
SUPERIOR a 
4 mas que 
não excede 8 
anos. 
 
Possuindo 
circunstâncias 
judiciais 
favoráveis 
 
Deverá o juiz 
fixar o 
REGIME 
SEMIABERTO. 
 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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 Ocorrendo o tráfico de drogas nas imediações de presídio, incidirá 
a causa de aumento do art. 40, III, da LD, não importando quem 
seja o comprador 
 
Se o agente vende a droga nas imediações de um presídio, mas o 
comprador não era um dos detentos nem qualquer pessoa que 
estava frequentando o presídio, ainda assim deverá incidir a causa 
de aumento do art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006? 
SIM. A aplicação da causa de aumento prevista no art. 40, III, da 
Lei nº 11.343/2006 se justifica quando constatada a 
comercialização de drogas nas dependências ou imediações de 
estabelecimentos prisionais, sendo irrelevante se o agente 
infrator visa ou não aos frequentadores daquele local. Assim, se 
o tráfico de drogas ocorrer nas imediações de um estabelecimento 
prisional, incidirá a causa de aumento, não importando quem seja 
o comprador do entorpecente. STF. 2ª Turma. HC 138944/SC, Rel. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 21/3/2017 (Info 858). 
 
Conforme o Art. 40. As penas 
previstas nos arts. 33 a 37 
desta Lei são aumentadas de 
um sexto a dois terços, se: 
III - a infração tiver sido 
cometida nas dependências ou 
imediações de estabelecimentos 
prisionais, de ensino ou 
hospitalares, de sedes de 
entidades estudantis, sociais, 
culturais, recreativas, 
esportivas, ou beneficentes, de 
locais de trabalho coletivo, de 
recintos onde se realizem 
espetáculos ou diversões de 
qualquer natureza, de serviços 
de tratamento de dependentes 
de drogas ou de reinserção 
social, de unidades militares ou 
policiais ou em transportes 
públicos; 
 
 
 
 
Essa causa de aumento 
incidirá mesmo nos casos 
em que o comprador não era 
um dos detentos nem 
qualquer pessoa que estava 
frequentando o presídio. 
 
 É possível aplicar o § 4º do art. 33 da lei de drogas às “mulas” 
 
Segundo o entendimento que prevalece no STF é possível aplicar o 
§ 4º do art. 33 da LD às “mulas”. STF. 1ª Turma. RHC 118008/SP, 
rel. Min. Rosa Weber, julgado em 24/9/2013 (Info 721). STF. 1ª 
Turma. HC 124107/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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4/11/2014 (Info 766). STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 606.431/SP, 
Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 01/06/2017. 
 
 A grande quantidade de droga, isoladamente, não constitui 
fundamento idôneo para afastar a causa de diminuição de pena do 
art. 33, § 4º da LD 
 
Se o réu é primário e possui bons antecedentes, o juiz pode, mesmo 
assim, negar o benefício do art. 33, § 4º da LD argumentando que a 
quantidade de drogas encontrada com ele foi muito elevada? 
 
O tema é polêmico. 
 
1ª Turma do STF 2ª Turma do STF 
1ª Turma do STF: encontramos 
precedentes afirmando que a 
grande quantidade de droga 
pode ser utilizada como 
circunstância para afastar o 
benefício. Nesse sentido: não é 
crível que o réu, surpreendido 
com mais de 500 kg de 
maconha, não esteja integrado, 
de alguma forma, a 
organização criminosa, 
circunstância que justifica o 
afastamento da causa de 
diminuição prevista no art. 33, 
§4º, da Lei de Drogas (HC 
130981/MS, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 
18/10/2016. Info 844). 
2ª Turma do STF: a quantidade 
de drogas encontrada não 
constitui, isoladamente, 
fundamento idôneo para negar 
o benefício da redução da pena 
previsto no art. 33, § 4º, da Lei 
nº 11.343/2006 (HC 
138138/SP, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgado em 
29/11/2016. Info 849). STF. 2ª 
Turma. HC 138138/SP, Rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 29/11/2016 (Info 
849). 
 
 
 
 
 Regime inicial para condenado não reincidente a pena de até 4 anos 
com circunstâncias judiciais favoráveis 
 
Se o réu, não reincidente,for condenado, por tráfico de drogas, a 
pena de até 4 anos, e se as circunstâncias judiciais do art. 59 do 
CP forem positivas (favoráveis), o juiz deverá fixar o regime 
aberto e deverá conceder a substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos, preenchidos os requisitos 
do art. 44 do CP. A gravidade em abstrato do crime não constitui 
motivação idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso. 
STF. 1ª Turma. HC 129714/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado 
em 11/10/2016 (Info 843). STF. 1ª Turma. HC 130411/SP, red. p/ 
 
 
@@ 
 
 
 
 
 
 
 
JurisCESPE 
 
 
 
 
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o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 12/4/2016 (Info 821). 
STF. 2ª Turma. HC 133028/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado 
em 12/4/2016 (Info 821). 
 
 
Condenado por 
tráfico de 
drogas, não 
reincidente, 
pena de ATÉ 4 
anos 
 
Possuindo 
circunstâncias 
judiciais 
favoráveis 
Juiz deverá: 
1. fixar o regime aberto; 
2. conceder a substituição da 
pena privativa de liberdade 
por restritiva de direitos, 
preenchidos os requisitos do 
art. 44 do CP. 
 
CESPE já cobrou o entendimento desse Informativo. Delegado 
PE/2016. Vejamos: 
O ordenamento penal brasileiro adotou a sistemática bipartida de 
infração penal — crimes e contravenções penais —, cominando 
suas respectivas penas, por força do princípio da legalidade. Acerca 
das infrações penais e suas respectivas reprimendas, assinale a 
opção correta. 
b) No crime de tráfico de entorpecente, é cabível a substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, bem como a 
fixação de regime aberto, quando preenchidos os requisitos legais. 
A alternativa B foi considerada correta pela banca examinadora. 
 
 Tráfico privilegiado não é hediondo (cancelamento da Súmula 512-
STJ) 
 
O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei 
nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve ser considerado crime 
equiparado a hediondo. STF. Plenário. HC 118533/MS, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 23/6/2016 (Info 831). O tráfico ilícito 
de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei nº 
11.343/2006) não é crime equiparado a hediondo e, por 
conseguinte, deve ser cancelado o Enunciado 512 da Súmula do 
Superior Tribunal de Justiça. STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF, Rel. 
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 23/11/2016 
(recurso repetitivo) (Info 595). O que dizia a Súmula 512-STJ: "A 
aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, 
da Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez do crime de tráfico 
de drogas." 
 
O tráfico 
privilegiado (art. 33, 
§4º da Lei nº 
11.343/06) 
 
NÃO é considerado 
crime equipado a 
hediondo. 
A súmula 512 do 
STJ foi cancelada. 
 
 
 
@@ 
 
 
 
 
 
 
 
JurisCESPE 
 
 
 
 
 Instagram @manualcaseiro 
 
 
CESPE já cobrou o teor desse Informativo – TJ PR 2017. Vejamos: 
 
Considerando a jurisprudência do STJ a respeito dos crimes 
hediondos, do tráfico de entorpecentes, do Estatuto do 
Desarmamento e do ECA, assinale a opção correta. 
d) Não é hediondo o crime de tráfico de entorpecentes praticado por 
agente primário, de bons antecedentes e que não se dedique a 
atividades criminosas nem integre organização criminosa. 
A letra D foi considerado o gabarito correto. 
 
 Tráfico privilegiado não é hediondo (cancelamento da Súmula 512-
STJ) 
 
O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei 
nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve ser considerado crime 
equiparado a hediondo. STF. Plenário. HC 118533/MS, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 23/6/2016 (Info 831). O tráfico ilícito 
de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei nº 
11.343/2006) não é crime equiparado a hediondo e, por 
conseguinte, deve ser cancelado o Enunciado 512 da Súmula do 
Superior Tribunal de Justiça. STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF, Rel. 
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 23/11/2016 
(recurso repetitivo) (Info 595). O que dizia a Súmula 512-STJ: "A 
aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, 
da Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez do crime de tráfico 
de drogas." 
 
 Regime inicial para condenado não reincidente a pena de até 4 anos 
com circunstâncias judiciais favoráveis 
 
Se o réu, não reincidente, for condenado, por tráfico de drogas, a 
pena de até 4 anos, e se as circunstâncias judiciais do art. 59 do 
CP forem positivas (favoráveis), o juiz deverá fixar o regime aberto 
e deverá conceder a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos, preenchidos os requisitos do art. 44 do CP. A 
gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea 
para justificar a fixação do regime mais gravoso. STF. 1ª Turma. 
HC 130411/SP, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min. 
Edson Fachin, julgado em 12/4/2016 (Info 821). 
 
 
Condenado por 
tráfico de 
drogas, não 
reincidente, 
 
Possuindo 
circunstâncias 
judiciais 
favoráveis 
Juiz deverá: 
1. fixar o regime aberto; 
2. conceder a substituição da 
pena privativa de liberdade 
por restritiva de direitos, 
 
 
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pena de ATÉ 4 
anos 
preenchidos os requisitos do 
art. 44 do CP. 
 
 Regime inicial para condenado não reincidente a pena de até 4 anos 
com circunstâncias judiciais negativas (influência da natureza e 
quantidade da droga) 
 
É legítima a fixação de regime inicial semiaberto, tendo em 
conta a quantidade e a natureza do entorpecente, na hipótese em 
que ao condenado por tráfico de entorpecentes tenha sido aplicada 
pena inferior a 4 anos de reclusão. A valoração negativa da 
quantidade e da natureza da droga representa fator suficiente para 
a fixação de regime inicial mais gravoso. STF. 2ª Turma. HC 
133308/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 29/3/2016 (Info 
819). 
 
 
Condenado por 
tráfico de 
drogas com 
pena INFERIOR 
a 4 anos 
 
Porém, com 
circunstâncias 
judiciais 
NEGATIVAS 
É legítima a fixação de 
regime inicial semiaberto, 
tendo em conta a quantidade 
e a natureza do entorpecente 
 
 
 Pureza da droga é irrelevante na dosimetria da pena 
 
O grau de pureza da droga é irrelevante para fins de dosimetria 
da pena. De acordo com a Lei nº 11.343/2006, preponderam 
apenas a natureza e a quantidade da droga apreendida para o 
cálculo da dosimetria da pena. STF. 2ª Turma. HC 132909/SP, Rel. 
Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2016 (Info 818). 
 
Grau de pureza da droga É IRRELEVANTE para fins de 
dosimetria da pena. 
 
 Inquéritos policiais e ações penais em cursos podem ser utilizados 
para afastar o benefício do tráfico privilegiado 
 
É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em 
curso para formação da convicção de que o réu se dedica a 
atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto 
no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006. STJ. 3ª Seção. EREsp 
1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 
(Info 596). 
 
 Agente que pratica delitos da Lei de Drogas envolvendo criança ou 
adolescente responde também por corrupção de menores? 
 
 
 
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1ª Situação 2ª Situação 
Caso o delito praticado pelo 
agente e pelo menor de 18 anos 
não esteja previsto nos arts. 33 
a 37 da Lei de Drogas, o réu 
responderá pelo crime da Lei de 
Drogas e também pelo delito do 
art. 244-B do ECA (corrupção 
de menores). 
Caso o delito praticado pelo 
agente e pelo menor de 18 anos 
seja o art. 33, 34, 35, 36 ou 37 
da Lei nº 11.343/2006: ele 
responderá apenas pelo crime 
da Lei de Drogas com a causa 
de aumentode pena do art. 40, 
VI. Não será punido pelo art. 
244-B do ECA para evitar bis in 
idem. 
Assim, temos que: 
Na hipótese de o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 
anos não estar previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu 
poderá ser condenado pelo crime de corrupção de menores, 
porém, se a conduta estiver tipificada em um desses artigos (33 
a 37), não será possível a condenação por aquele delito, mas 
apenas a majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da Lei 
nº 11.343/2006. STJ. 6ª Turma. REsp 1.622.781-MT, Rel. Min. 
Sebastião Reis Júnior, julgado em 22/11/2016 (Info 595). 
 
As causas de aumento previstas na Lei nº 11.343/2006. Vejamos: 
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são 
aumentadas de um sexto a dois terços, se: 
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente 
ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a 
capacidade de entendimento e determinação. 
 
 Só poderá incidir a interestadualidade se ficar demonstrado que a 
intenção do agente era pulverizar a droga em mais de um Estado-
membro 
 
Se o agente importa a droga com objetivo de vendê-la em 
determinado Estado da Federação, mas, para chegar até o seu 
destino, ele tem que passar por outros Estados, incidirá, neste 
caso, apenas a causa de aumento da transnacionalidade (art. 40, 
I), não devendo ser aplicada a majorante da interestadualidade 
(art. 40, V) se a intenção do agente não era a de comercializar 
o entorpecente em mais de um Estado da Federação. As causas 
especiais de aumento da pena relativas à transnacionalidade e à 
interestadualidade do delito, previstas, respectivamente, nos 
incisos I e V do art. 40 da Lei de Drogas, até podem ser aplicadas 
simultaneamente, desde que demonstrada que a intenção do 
acusado que importou a substância era a de pulverizar a droga em 
mais de um Estado do território nacional. Se isso não ficar provado, 
incide apenas a transnacionalidade. Assim, é inadmissível a 
aplicação simultânea das causas de aumento da 
 
 
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transnacionalidade (art. 40, I) e da interestadualidade (art. 40, V) 
quando não ficar comprovada a intenção do importador da droga 
de difundi-la em mais de um Estado-membro. O fato de o agente, 
por motivos de ordem geográfica, ter que passar por mais de um 
Estado para chegar ao seu destino final não é suficiente para 
caracterizar a interestadualidade. STJ. 6ª Turma. HC 214.942-MT, 
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/6/2016 (Info 586). 
 
Se o agente importa 
a droga com objetivo 
de vendê-la em 
determinado Estado 
da Federação, mas, 
para chegar até o 
seu destino, ele tem 
que passar por 
outros Estados 
 
incidirá, neste caso, 
apenas a causa de 
aumento da 
transnacionalidade 
(art. 40, I): 
 
NÃO DEVENDO 
ser aplicada a 
majorante da 
interestadualidade 
(art. 40, V) 
 
As causas de aumento previstas na Lei nº 11.343/2006. Vejamos: 
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são 
aumentadas de um sexto a dois terços, se: 
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre 
estes e o Distrito Federal. 
 
 Tráfico cometido nas dependências de estabelecimento prisional e 
bis in idem 
 
A circunstância de o crime ter sido cometido nas dependências de 
estabelecimento prisional não pode ser utilizada como fator 
negativo para fundamentar uma pequena redução da pena na 
aplicação da minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 
11.343/2006 e, ao mesmo tempo, ser empregada para aumentar 
a pena como majorante do inciso III do art. 40. Utilizar duas vezes 
essa circunstância configura indevido bis in idem. Desse modo, 
neste caso, esta circunstância deverá ser utilizada apenas como 
causa de aumento do art. 40, III, não sendo valorada negativamente 
na análise do § 4º do art. 33. STJ. 5ª Turma. HC 313.677-RS, Rel. 
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 21/6/2016 (Info 
586). 
 
O crime da Lei nº 11.343/06 foi cometido nas dependências de 
estabelecimento prisional. 
Sendo essa circunstância empregada 
como fator negativo para 
fundamentar uma pequena redução 
da pena na aplicação da minorante 
prevista no § 4º do art. 33 da Lei 
E utilizada também 
para aumentar a pena 
como majorante do 
inciso III do art. 40. 
 
 
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Essa utilização dupla da circunstância NÃO É POSSÍVEL, pois 
configura bis in idem. 
Assim, esta circunstância deverá ser utilizada apenas como causa 
de aumento do art. 40, III, não sendo valorada negativamente na 
análise do § 4º do art. 33. STJ. 
 
 O fato de o réu ter ocupação lícita não significa que terá direito, 
necessariamente, à minorante do § 4º do art. 33 da LD 
 
Ainda que o réu comprove o exercício de atividade profissional 
lícita, se, de forma concomitante, ele se dedicava a atividades 
criminosas, não terá direito à causa especial de diminuição de pena 
prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). O 
tráfico de drogas praticado por intermédio de adolescente que, em 
troca da mercancia, recebia comissão, evidencia (demonstra) que o 
acusado se dedicava a atividades criminosas, circunstância apta a 
afastar a incidência da causa especial de diminuição de pena 
prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006. STJ. 6ª Turma. 
REsp 1.380.741-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 
12/4/2016 (Info 582). 
 
Réu possui 
Ocupação/atividade 
profissional lícita 
Porém, isso não significa que 
terá, necessariamente, direito à 
minorante do §4º do art. 33. 
se de forma concomitante à atividade lícita, o acusado se 
dedicava a atividades criminosas, ele não terá direito à causa 
especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei 
nº 11.343/2006. 
 
 Presença de canabinoides na substância é suficiente para ser 
classificada como maconha, ainda que não haja THC 
 
Classifica-se como "droga", para fins da Lei nº 11.343/2006 (Lei de 
Drogas), a substância apreendida que possua "canabinoides" 
(característica da espécie vegetal Cannabis sativa), ainda que 
naquela não haja tetrahidrocanabinol (THC). STJ. 6ª Turma. REsp 
1.444.537-RS,Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 
12/4/2016 (Info 582). 
 
 Causa de aumento do inciso V do art. 40 não exige a efetiva 
transposição da fronteira 
 
O art. 40, V, da Lei de Drogas prevê que a pena do tráfico e de 
outros delitos deverá ser aumentada se ficar "caracterizado o 
tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito 
Federal". Para que incida essa causa de aumento não se exige a 
 
 
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efetiva transposição da fronteira interestadual pelo agente, sendo 
suficiente a comprovação de que a substância tinha como destino 
localidade em outro Estado da Federação. Ex: João pegou um 
ônibus em Campo Grande (MS) com destino a São Paulo (SP); 
algumas horas depois, antes que o ônibus cruzasse a fronteira 
entre os dois Estados, houve uma blitz da polícia no interior do 
coletivo, tendo sido encontrados 10kg de cocaína na mochila de 
João, que confessou que iria levá-la para um traficante de São 
Paulo. STF. 1ª Turma. HC 122791/MS, Rel. Min. Dias Toffoli, 
julgado em 17/11/2015 (Info 808). 
 
CESPE já cobrou o teor desse Informativo. Delegado GO/2017. 
Vejamos: 
Considerando o disposto na Lei n.º 11.343/2006 e o 
posicionamento jurisprudencial e doutrinário dominantes sobre a 
matéria regida por essa lei, assinale a opção correta. 
d) Para a configuração da transnacionalidade do delito de tráfico 
ilícito de drogas, não se exige a efetiva transposição de fronteiras 
nem efetiva coautoria ou participação de agentesde estados 
diversos. 
A alternativa D foi considerada a correta. 
 
Obs.: O estudo das causas de aumento da pena da Lei de Drogas 
são de alta relevância, sugiro a leitura atenciosa do dispositivo 
legal. 
 
 Aplicação da causa de aumento de pena do art. 40, VI a mais de 
um crime e em patamar acima do mínimo 
 
Pedro convidou Lucas (15 anos) para auxiliá-lo, de forma estável e 
permanente, na prática do tráfico de drogas. Como contrapartida, 
prometeu "pagar" pelo serviço dando 100g de cocaína por semana 
para que ele consumisse. Foram presos quando estavam vendendo 
droga. Pedro foi denunciado por tráfico de drogas (art. 33) e 
associação para o tráfico (art. 35), com a causa de aumento do art. 
40, VI. Em uma situação assemelhada a esta, o STJ concluiu que: 
I — A causa de aumento de pena do art. 40, VI, da Lei nº 
11.343/2006 pode ser aplicada tanto para agravar o crime de 
tráfico de drogas (art. 33) quanto para agravar o de associação para 
o tráfico (art. 35) praticados no mesmo contexto. Não há bis in idem 
porque são delitos diversos e totalmente autônomos, com 
motivação e finalidades distintas. II — O fato de o agente ter 
envolvido um menor na prática do tráfico e, ainda, tê-lo retribuído 
com drogas, para incentivá-lo à traficância ou ao consumo e 
dependência, justifica a aplicação, em patamar superior ao 
mínimo, da causa de aumento de pena do art. 40, VI, da Lei nº 
 
 
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11.343/2006, ainda que haja fixação de pena-base no mínimo 
legal. A aplicação da causa de aumento em patamar acima do 
mínimo é plenamente válida, desde que fundamentada na 
gravidade concreta do delito. STJ. 6ª Turma. HC 250.455-RJ, Rel. 
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015 (Info 576). 
 
A causa de aumento de pena do art. 40, VI, da Lei nº 
11.343/2006: VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança 
ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída 
ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; 
PODE SER UTILIZADA para: 
agravar o crime de tráfico de 
drogas (art. 33) 
agravar o de associação para 
o tráfico (art. 35) “quando” 
praticados no mesmo contexto. 
 
 Aplicação de causa de aumento de pena do inciso VI ao crime de 
associação para o tráfico de drogas com criança ou adolescente 
 
A participação do menor pode ser considerada para configurar o 
crime de associação para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, 
para agravar a pena como causa de aumento do art. 40, VI, da Lei 
nº 11.343/2006. 
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de 
praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos 
arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: 
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são 
aumentadas de um sexto a dois terços, se: VI — sua prática 
envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, 
por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de 
entendimento e determinação. STJ. 6ª Turma. HC 250.455-RJ, Rel. 
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015 (Info 576). 
 
Participação do menor no tráfico 
pode ser considerada para 
configurar o crime de 
associação para o tráfico 
(art. 35). 
E pode ser utilizada para 
agravar a pena como causa 
de aumento (art. 40, VI), 
simultaneamente. 
 
 Hipótese de inocorrência de ação controlada 
 
Ação controlada é uma técnica especial de investigação por meio 
da qual a autoridade policial ou administrativa (ex: Receita Federal, 
corregedorias), mesmo percebendo que existem indícios da prática 
de um ato ilícito em curso, retarda (atrasa, adia, posterga) a 
intervenção neste crime para um momento posterior, com o 
objetivo de conseguir coletar mais provas, descobrir coautores e 
 
 
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partícipes da empreitada criminosa, recuperar o produto ou 
proveito da infração ou resgatar, com segurança, eventuais 
vítimas. 
Imagine que a Polícia recebeu informações de que determinado 
indivíduo estaria praticando tráfico de drogas. A partir daí, passou 
a vigiá-lo, seguindo seu carro, tirando fotografias e verificando onde 
ele morava. Em uma dessas oportunidades, houve certeza de que 
ele estava praticando crime e foi realizada a sua prisão em flagrante. 
A defesa do réu alegou que a Polícia realizou "ação controlada" e 
que, pelo fato de não ter havido autorização judicial prévia, ela teria 
sido ilegal, o que contaminaria toda prova colhida. A tese da defesa 
foi aceita pelo STJ? 
NÃO. A investigação policial que tem como única finalidade obter 
informações mais concretas acerca de conduta e de paradeiro de 
determinado traficante, sem pretensão de identificar outros 
suspeitos, não configura a ação controlada do art. 53, II, da Lei nº 
11.343/2006, sendo dispensável a autorização judicial para a sua 
realização. STJ. 6ª Turma. RHC 60.251-SC, Rel. Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 17/9/2015 (Info 570). 
 
 Consumação do crime de tráfico de drogas na modalidade adquirir 
pelo simples fato de a droga ter sido negociada por telefone 
 
A conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de 
droga e também disponibilizar o veículo que seria utilizado para o 
transporte do entorpecente configura o crime de tráfico de drogas 
em sua forma consumada (e não tentada), ainda que a polícia, com 
base em indícios obtidos por interceptações telefônicas, tenha 
efetivado a apreensão do material entorpecente antes que o 
investigado efetivamente o recebesse. Para que configure a conduta 
de "adquirir", prevista no art. 33 da Lei nº 11.343/2006, não é 
necessária a tradição do entorpecente e o pagamento do preço, 
bastando que tenha havido o ajuste. Assim, não é indispensável 
que a droga tenha sido entregue ao comprador e o dinheiro pago 
ao vendedor, bastando que tenha havido a combinação da venda. 
STJ. 6ª Turma. HC 212.528-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado 
em 1º/9/2015 (Info 569). 
 
CESPE já cobrou o teor desse Informativo. Delegado PE 2016. 
Vejamos a assertiva considerada correta pela banca. 
 
Na análise das classificações e dos momentos de consumação, 
busca-se, por meio da doutrina e da jurisprudência pátria, 
enquadrar consumação e tentativa nos diversos tipos penais. A 
esse respeito, assinale a opção correta. 
 
 
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e) Segundo o STJ, configura crime consumado de tráfico de 
drogas a conduta consistente em negociar, por telefone, a 
aquisição de entorpecente e disponibilizar veículo para o seu 
transporte, ainda que o agente não receba a mercadoria, em 
decorrência de apreensão do material pela polícia, com o 
auxílio de interceptação telefônica. 
 
 Livramento condicional no caso de associação para o tráfico (art. 
35) 
 
O art. 83 do CP prevê que o condenado por crime hediondo ou 
equiparado que não for reincidente específico poderá obter 
livramento condicional após cumprir 2/3 da pena. 
Os condenados por crimes não hediondos ou equiparados terão 
direito ao benefício se cumprirem mais de 1/3 da pena (não sendo 
reincidentes em crimes dolosos) ou se cumprirem mais de 1/2 da 
pena (se forem reincidentes em crimes dolosos). O crime de 
associação para o tráfico de drogas, previsto no art. 35 da Lei 
11.343/2006, não é hediondo nem equiparado. No entanto, mesmo 
assim, o prazo para se obter o livramento condicional é de 2/3 
porque este requisito é exigido pelo parágrafo único do art. 44 da 
Lei de Drogas. Dessa forma, aplica-se ao crime do art. 35 da LD o 
requisito objetivo de 2/3 não por força do art. 83, V, do CP, mas 
sim em razão do art. 44, parágrafo único, da LD. Vale ressaltar que, 
no caso do crime de associação para o tráfico, o art. 44, parágrafo 
único, da LD prevalece emdetrimento da regra do art. 83, V, do CP 
em virtude de ser dispositivo específico para os crimes relacionados 
com drogas (critério da especialidade), além de ser norma posterior 
(critério cronológico). Uma última observação: se o réu estiver 
cumprindo pena pela prática do crime de associação para o tráfico 
(art. 35), o requisito objetivo para que ele possa obter progressão 
de regime será de 1/6 da pena (quantidade de tempo exigida para 
os "crimes comuns"). Os condenados por crimes hediondos ou 
equiparados só têm direito de progredir depois de cumpridos 2/5 
(se primário) ou 3/5 (se reincidente). STJ. 5ª Turma. HC 311.656-
RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 25/8/2015 (Info 568). 
 
Obs.: Crime de Associação para o tráfico NÃO É crime hediondo ou 
equiparado. 
 
 Utilização da natureza e quantidade da droga na dosimetria na 
pena 
 
A natureza e a quantidade da droga NÃO podem ser utilizadas para 
aumentar a pena-base do réu e também para afastar o tráfico 
privilegiado (art. 33, § 4º) ou para, reconhecendo-se o direito ao 
 
 
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benefício, conceder ao réu uma menor redução de pena. Haveria, 
nesse caso, bis in idem. As circunstâncias da natureza e da 
quantidade da droga apreendida devem ser levadas em 
consideração apenas em uma das fases do cálculo da pena, sob 
pena de bis in idem. STJ. 5ª Turma. HC 329.744/MS, Rel. Min. 
Ribeiro Dantas, julgado em 19/11/2015. STF. Plenário. ARE 
666334 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 03/04/2014 
(repercussão geral). 
 
 Quantidade e natureza da droga e parâmetros para o tráfico 
privilegiado 
 
A quantidade e a natureza da droga podem fundamentar o 
indeferimento do benefício previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº 
11.343/2006, desde que não implique bis in idem. STJ. 6ª Turma. 
AgRg no AREsp 580.590/RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 
julgado em 05/03/2015. 
 
 De Olho na Súmula 
 
Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei 
11.343/06, desde que o resultado da incidência das suas 
disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo 
da aplicação da Lei 6.368/76, sendo vedada a combinação de leis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
 
 
Tema 02: Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/2006 
 
 Descumprimento de Medida Protetiva 
 
A Lei nº 13.641/2018 incluiu na Lei Maria da Penha (Lei nº 
11.340/2006) um tipo penal específico para essa conduta 
“DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA”. 
Veja: 
 
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas 
protetivas de urgência previstas nesta Lei: Pena – detenção, de 3 
(três) meses a 2 (dois) anos. 
 
 Dispensabilidade de coabitação entre autor e vítima 
 
Súmula 600-STJ: Para a configuração da violência doméstica e 
familiar prevista no artigo 5º da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da 
Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima. STJ. 3ª 
Seção. Aprovada em 22/11/2017, DJe 27/11/2017. 
 
 Impossibilidade de pena restritiva de direitos em caso de 
contravenção penal envolvendo violência doméstica contra a 
mulher 
 
Cabe substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos em caso de 
contravenção penal envolvendo violência doméstica contra a 
mulher? 
NÃO. Posição majoritária do STF e Súmula 588 do STJ. 
SIM. Existe um precedente da 2ª Turma do STF (HC 131160, Rel. 
Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016). 
STF. 1ª Turma. HC 137888/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 
31/10/2017 (Info 884). 
 
 Não se aplica o princípio da insignificância 
 
Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos 
crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no 
âmbito das relações domésticas. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 
13/09/2017, DJe 18/09/2017. 
 
Princípio da insignificância 
É INAPLICÁVEL 
 
 
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 Instagram @manualcaseiro 
 
CRIMES Contravenções penais 
Praticadas no âmbito das relações domesticas. 
 
 Não cabe pena restritiva de direitos nos crimes ou contravenções 
penais cometidos contra a mulher com violência ou grave ameaça 
no ambiente doméstico 
 
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra 
a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico 
impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos. Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017. 
 
A prática de 
CRIMES Contravenções penais 
no ambiente doméstico 
impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos. 
 
 Lei Maria da Penha, não se exige a coabitação entre autor e vítima 
 
Súmula 600-STJ: Para configuração da violência doméstica e 
familiar prevista no artigo 5º da Lei 11.340/2006, Lei Maria da 
Penha, não se exige a coabitação entre autor e vítima. STJ. 3ª 
Seção. Aprovada em 22/11/2017. 
 
NÃO SE EXIGE coabitação 
entre autor e vítima do delito 
Para que reste configurada a 
violência doméstica e familiar. 
 
 Impossibilidade de pena restritiva de direitos em caso de 
contravenção penal envolvendo violência doméstica contra a 
mulher 
 
Cabe substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos em caso de contravenção penal envolvendo violência 
doméstica contra a mulher? 
 
STJ STF 
NÃO. Posição majoritária do 
STF e Súmula 588 do STJ. 
 
Súmula 588-STJ: A prática de crime 
ou contravenção penal contra a 
mulher com violência ou grave 
ameaça no ambiente doméstico 
impossibilita a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de 
direitos. 
SIM. Existe um precedente da 
2ª Turma do STF (HC 131160, 
Rel. Min. Teori Zavascki, 
julgado em 18/10/2016). STF. 
1ª Turma. HC 137888/MS, Rel. 
Min. Rosa Weber, julgado em 
31/10/2017 (Info 884). 
 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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 Lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher 
é crime de ação pública incondicionada 
 
A ação penal nos crimes de lesão corporal leve cometidos em 
detrimento da mulher, no âmbito doméstico e familiar, é pública 
incondicionada. STJ. 3ª Seção. Pet 11.805-DF, Rel. Min. Rogerio 
Schietti Cruz, julgado em 10/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 604). 
 
Cuidado! Conforme explica o professor Márcio André 
(#DizeroDireito), é errado dizer que todos os crimes praticados 
contra a mulher, em sede de violência doméstica, serão de ação 
penal incondicionada. Continuam existindo crimes praticados contra 
a mulher (em violência doméstica) que são de ação penal 
condicionada, desde que a exigência de representação esteja 
prevista no Código Penal ou em outras leis, que não a Lei n. 
9.099/95. Assim, por exemplo, a ameaça praticada pelo marido 
contra a mulher continua sendo de ação pública condicionada 
porque tal exigência consta do parágrafo único do art. 147 do CP. O 
que a Súmula nº 542-STJ afirma é que o delito de LESÃO CORPORAL 
praticado com violência doméstica contra a mulher, é sempre de 
ação penal incondicionada porque o art. 88 da Lei nº 9.099/95 não 
pode ser aplicado aos casos da Lei Maria da Penha. 
 
 Ação Penal 
 
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal 
resultante de violência doméstica contra a mulher é pública 
incondicionada. 
 
 Presunção legal da hipossuficiência da mulher vítima de violência 
doméstica 
 
Apesar de haver decisões em sentido contrário, prevalece o 
entendimento de que a hipossuficiência e a vulnerabilidade, 
necessárias à caracterização da violência doméstica e familiar 
contra a mulher, são presumidas pela Lei nº 11.340/2006. A 
mulher possuina Lei Maria da Penha uma proteção decorrente de 
direito convencional de proteção ao gênero (tratados 
internacionais), que o Brasil incorporou em seu ordenamento, 
proteção essa que não depende da demonstração de concreta 
fragilidade, física, emocional ou financeira. Ex: agressão feita por 
um homem contra a sua namorada, uma Procuradora da AGU, que 
possuía autonomia financeira e ganhava mais que ele. STJ. 5ª 
Turma. AgRg no AREsp 620.058/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, 
julgado em 14/03/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg no RHC 74.107/SP, 
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 15/09/2016. 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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 Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados 
em violência doméstica 
 
Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados 
em situação de violência doméstica. Os delitos praticados com 
violência contra a mulher, devido à expressiva ofensividade, 
periculosidade social, reprovabilidade do comportamento e lesão 
jurídica causada, perdem a característica da bagatela e devem 
submeter-se ao direito penal. O STJ e o STF não admitem a 
aplicação dos princípios da insignificância e da bagatela imprópria 
aos crimes e contravenções praticados com violência ou grave 
ameaça contra a mulher, no âmbito das relações domésticas, dada 
a relevância penal da conduta. Vale ressaltar que o fato de o casal 
ter se reconciliado não significa atipicidade material da conduta ou 
desnecessidade de pena. STJ. 5ª Turma. HC 333.195/MS, Rel. 
Min. Ribeiro Dantas, julgado em 12/04/2016. STJ. 6ª Turma. 
AgRg no HC 318.849/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado 
em 27/10/2015. STF. 2ª Turma. RHC 133043/MT, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 10/5/2016 (Info 825). 
 
Princípio da 
insignificância 
 
NÃO SE APLICA 
Nos casos de 
violência doméstica 
e familiar 
 
 Impossibilidade de penas restritivas de direito 
 
Não é possível a substituição de pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos ao condenado pela prática do crime de lesão 
corporal praticado em ambiente doméstico (art. 129, § 9º do CP). 
STF. 2ª Turma. HC 129446/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado 
em 20/10/2015 (Info 804). 
 
 Cabimento de HC para questionar a legalidade de medida protetiva 
da Lei Maria da Penha 
 
Cabe habeas corpus para apurar eventual ilegalidade na fixação de 
medida protetiva de urgência consistente na proibição de 
aproximar-se de vítima de violência doméstica e familiar. STJ. 5ª 
Turma. HC 298.499-AL, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 
julgado em 1º/12/2015 (Info 574). 
 
CABE 
Habeas 
Corpus 
p/ questionar eventual 
ilegalidade de medida 
protetiva de urgência 
...de proibição de 
aproximar-se da vítima 
de violência doméstica. 
 
 
 
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 De Olho na Súmula 
 
Súmula 600 do STJ: “Para configuração da violência doméstica e 
familiar prevista no artigo 5º da lei 11.340/2006, Lei Maria da 
Penha, não se exige a coabitação entre autor e vítima”. 
 
 De Olho na Súmula 
 
Súmula 589 do STJ: É inaplicável o princípio da insignificância 
nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no 
âmbito das relações domésticas. 
 De Olho na Súmula 
 
Súmula 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção penal 
contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente 
doméstico impossibilita a substituição de pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos. 
 De Olho na Súmula 
 
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal 
resultante de violência doméstica contra a mulher é pública 
incondicionada. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 26/8/2015, DJe 
31/8/2015. 
 
 De Olho na Súmula 
 
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a 
transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao 
rito da Lei Maria da Penha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
 
 
Tema 03: Estatuto do Desarmamento 
 
Atenção candidatos com pretensão de ser Delegado de Polícia, os 
informativos a seguir possuem pertinência temática com a carreira! 
 Portar granada de gás lacrimogêneo ou de pimenta não configura 
crime do Estatuto do Desarmamento 
 
A conduta de portar granada de gás lacrimogêneo ou granada de 
gás de pimenta não se subsome (amolda) ao delito previsto no art. 
16, parágrafo único, III, da Lei nº 10.826/2003. Isso porque elas 
não se enquadram no conceito de artefatos explosivos. STJ. 6ª 
Turma. REsp 1627028/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis 
Moura, julgado em 21/02/2017 (Info 599). 
 
Portar granada de gás 
lacrimogêneo; 
não se enquadra ao delito 
previsto no art. 16, parágrafo 
único, III, da Lei nº 
10.826/2003. 
Portar granada de gás de 
pimenta. 
 
 Delegado de Polícia que mantém arma em sua casa sem registro no 
órgão competente pratica crime de posse irregular de arma de fogo 
 
Atenção candidato com pretensão de ser Delegado de Polícia. 
 
É típica e antijurídica a conduta de policial civil que, mesmo 
autorizado a portar ou possuir arma de fogo, não observa as 
imposições legais previstas no Estatuto do Desarmamento, que 
impõem registro das armas no órgão competente. STJ. 6ª Turma. 
RHC 70.141-RJ, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 
7/2/2017 (Info 597). 
 
 
O Delegado de Polícia que 
mantém arma em sua casa 
sem registro no órgão 
competente. 
Pratica o crime de posse 
irregular de arma de fogo, 
sendo típica e antijurídica 
sua conduta, mesmo 
autorizado a portar ou possuir 
arma de fogo. 
 
 Posse ou porte apenas da munição configura crime 
 
A posse (art. 12 da Lei nº 10.826/2003) ou o porte (art. 14) de 
arma de fogo configura crime mesmo que ela esteja 
desmuniciada. Da mesma forma, a posse ou o porte apenas da 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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munição (ou seja, desacompanhada da arma) configura crime. Isso 
porque tal conduta consiste em crime de perigo abstrato, para cuja 
caracterização não importa o resultado concreto da ação. STF. 1ª 
Turma. HC 131771/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
18/10/2016 (Info 844). 
 
Posse ou porte de arma de 
fogo configura crime 
MESMO QUE esteja 
DESMUNICIADA. 
Posse ou porte APENAS de 
munição 
Configura CRIME. 
Fundamento: trata-se de crime de perigo abstrato. 
 
 Uso de munição como pingente e aplicação do princípio da 
insignificância 
 
ATENÇÃO na Exceção! 
 
É atípica a conduta daquele que porta, na forma de pingente, 
munição desacompanhada de arma. 
Obs: vale ressaltar que, em regra, a jurisprudência não aplica o 
princípio da insignificância aos crimes de posse ou porte de arma 
ou munição. STF. 2ª Turma. HC 133984/MG, Rel. Min. Cármen 
Lúcia, julgado em 17/5/2016 (Info 826). 
 
Uso de 
munição 
Porém, na FORMA DE 
PINGENTE, 
desacompanhada de arma 
APLICAÇÃO do 
Princípio da 
Insignificância: 
possibilidade. 
 
 Porte de arma de fogo por vigia após o horário de expediente 
 
O fato de o empregador obrigar seu empregado a portar arma de 
fogo durante o exercício das atribuições de vigia não caracteriza 
coação moral irresistível (art. 22 do CP) capaz de excluir a 
culpabilidade do crime de "porte ilegal de arma de fogo de uso 
permitido" (art. 14 da Lei nº 10.826/2003) atribuído ao empregado 
que tenha sido flagrado portando, em via pública, arma de fogo, 
após o término do expediente laboral, no percurso entre o trabalho 
e a sua residência. STJ. 5ª Turma. REsp 1.456.633-RS, Rel. Min. 
Reynaldo Soares da Fonseca,julgado em 5/4/2016 (Info 581). 
 
 O porte ilegal de arma de fogo deve ser absorvido pelo crime de 
homicídio? 
 
Se o agente, utilizando arma de fogo, atira e mata alguém, haverá 
homicídio e porte de arma de fogo ou apenas homicídio? Se uma 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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pessoa pratica homicídio com arma de fogo, a acusação por porte 
deverá ser absorvida? 
Aplica-se o princípio da consunção? 
Depende da situação: 
 
1ª Situação 2ª Situação 
Situação 1: NÃO. O crime de 
porte não será absorvido se 
ficar provado nos autos que o 
agente portava ilegalmente a 
arma de fogo em outras 
oportunidades antes ou depois 
do homicídio e que ele não se 
utilizou da arma tão somente 
para praticar o assassinato. Ex: 
a instrução demonstrou que 
João adquiriu a arma de fogo 
três meses antes de matar 
Pedro e não a comprou com a 
exclusiva finalidade de ceifar a 
vida da vítima. 
Situação 2: SIM. Se não houver 
provas de que o réu já portava 
a arma antes do homicídio ou 
se ficar provado que ele a 
utilizou somente para matar a 
vítima. Ex: o agente compra a 
arma de fogo e, em seguida, 
dirige-se até a casa da vítima, e 
contra ela desfere dois tiros, 
matando-a. No caso concreto 
julgado pelo STF, ficou provado 
que o réu havia comprado a 
arma 3 meses antes da morte 
da vítima. Além disso, também 
se demonstrou pelas 
testemunhas que o acusado, 
várias vezes antes do crime, 
passou na frente da casa da 
vítima, mostrando 
ostensivamente o revólver 
utilizado no crime. Desse modo, 
restou provado que os tipos 
penais consumaram-se em 
momentos distintos e que 
tinham desígnios autônomos, 
razão pela qual não se pode 
reconhecer o princípio da 
consunção entre o homicídio e 
o porte ilegal de arma de fogo. 
STF. 1ª Turma. HC 
120678/PR, rel. orig. Min. Luiz 
Fux, red. p/ o acórdão Min. 
Marco Aurélio, julgado em 
24/2/2015 (Info 775). 
 
CESPE já cobrou o entendimento desse Informativo. TJ AM/2016. 
Vejamos: 
 
Júlio foi denunciado em razão de haver disparado tiros de revólver, dentro da 
própria casa, contra Laura, sua companheira, porque ela escondera a arma, 
adquirida dois meses atrás. Ele não tinha licença expedida por autoridade 
competente para possuir tal arma, e a mulher tratou de escondê-la porque viu 
Júlio discutindo asperamente com um vizinho e temia que ele pudesse usá-la 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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contra esse desafeto. Raivoso, Júlio adentrou a casa, procurou em vão o revólver 
e, não o achando, ameaçou Laura, constrangendo-a a devolver-lhe a arma. Uma 
vez na sua posse, ele disparou vários tiros contra Laura, ferindo-a gravemente e 
também atingindo o filho comum, com nove anos de idade, por erro de pontaria, 
matando-o instantaneamente. Laura só sobreviveu em razão de pronto e eficaz 
atendimento médico de urgência. 
Ainda com referência à situação hipotética descrita no texto 
anterior e a aspectos legais a ela pertinentes, assinale a opção 
correta com respaldo na jurisprudência do STJ. 
a) Além dos crimes de homicídio, Júlio responderá em concurso 
material pelo crime de posse irregular de arma de fogo, uma vez 
que, ao mantê-la guardada em sua residência durante mais de dois 
meses, já havia consumado esse crime. 
A alternativa A foi a considerada correta e se enquadra na 2ª 
situação descrita no Informativo acima! 
 
 Atipicidade da conduta de posse ilegal de arma de fogo de uso 
permitido com registro vencido 
 
Não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da 
Lei nº 10.826/2003) a conduta do agente que mantém sob guarda, 
no interior de sua residência, arma de fogo de uso permitido com 
registro vencido. Se o agente já procedeu ao registro da arma, a 
expiração do prazo é mera irregularidade administrativa que 
autoriza a apreensão do artefato e aplicação de multa. A conduta, 
no entanto, não caracteriza ilícito penal. Ex: a Polícia, ao realizar 
busca e apreensão na casa de João, lá encontrou um revólver, de 
uso permitido. João apresentou o registro da arma de fogo 
localizada, porém ele estava vencido há mais de um ano. João não 
praticou crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da Lei nº 
10.826/2003). STJ. Corte Especial. APn 686-AP, Rel. Min. João 
Otávio de Noronha, julgado em 21/10/2015 (Info 572). STJ. 5ª 
Turma. HC 294.078/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado 
em 26/08/2014. 
 
 
Arma de fogo de 
uso permitido com 
registro vencido 
Não configura o 
crime de posse 
ilegal de arma de 
fogo (art. 12 da Lei 
nº 10.826/2003) 
Considera-se mera 
irregularidade 
administrativa que 
autoriza a apreensão 
do artefato e 
aplicação de multa 
 
 Magistrado que mantém sob sua guarda arma ou munição de uso 
restrito não comete crime 
 
O Conselheiro do Tribunal de Contas Estadual que mantém sob 
sua guarda arma ou munição de uso restrito não comete o crime 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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do art. 16 da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). Os 
Conselheiros dos Tribunais de Contas são equiparados a 
magistrados e o art. 33, V, da LC 35/79 (LOMAN) garante aos 
magistrados o direito ao porte de arma de fogo. STJ. Corte Especial. 
APn 657-PB, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 
21/10/2015 (Info 572). 
 
 Atipicidade da conduta de posse/porte ilegal de arma de fogo 
ineficaz 
 
Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte NÃO é 
necessário que a arma de fogo tenha sido apreendida e 
periciada. Assim, é irrelevante a realização de exame pericial para 
a comprovação da potencialidade lesiva do artefato. Isso porque os 
crimes previstos no arts. 12, 14 e 16 da Lei 10.826/2003 são de 
mera conduta ou de perigo abstrato, cujo objeto jurídico imediato 
é a segurança coletiva. NO ENTANTO, se a perícia for realizada 
na arma e o laudo constatar que a arma não tem nenhuma 
condição de efetuar disparos não haverá crime. Para o STJ, não 
está caracterizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quando 
o instrumento apreendido sequer pode ser enquadrado no conceito 
técnico de arma de fogo, por estar quebrado e, de acordo com laudo 
pericial, totalmente inapto para realizar disparos. Assim, 
demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma de fogo e 
das munições apreendidas, deve ser reconhecida a atipicidade da 
conduta do agente que detinha a posse do referido artefato e das 
aludidas munições de uso proibido, sem autorização e em 
desacordo com a determinação legal/regulamentar. STJ. 5ª Turma. 
AgRg no AREsp 397.473/DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
julgado em 19/08/2014 (Info 544). STJ. 6ª Turma. REsp 
1.451.397-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado 
em 15/9/2015 (Info 570). 
 
 Policiais civis aposentados não têm porte de arma 
 
Atenção candidato com pretensão de ser Delegado de Polícia! 
 
O porte de arma de fogo a que têm direito os policiais civis não se 
estende aos policiais aposentados. Isso porque, de acordo com o 
art. 33 do Decreto 5.123/2004, que regulamentou o art. 6º da Lei 
10.826/2003, o porte de arma de fogo está condicionado ao efetivo 
exercício das funções institucionais por parte dos policiais, motivo 
pelo qual não se estende aos aposentados. STJ. 5ª Turma. HC 
267.058-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/12/2014 (Info 
554). 
 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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Os Policiais Civis TÊM direito 
ao porte de arma de fogo 
Esse direito NÃO SE ESTENDE 
aos policiais APOSENTADOS. 
 
 Transporte de arma de fogo por praticante de tiro desportivo 
 
Pratica o crime do art. 14 da Lei nº 10.826/2003 o praticante de 
tiro desportivo que transporta, municiada, arma de fogode uso 
permitido em desacordo com os termos de sua guia de tráfego, a 
qual autorizava apenas o transporte de arma desmuniciada. STJ. 
6ª Turma. RHC 34.579-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis 
Moura, julgado em 24/4/2014 (Info 540). 
 
Esse Informativo já foi cobrado no Concurso de Delegado do 
Pará/2016; Banca Funcab. Vejamos. 
Sobre os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, assinale 
a resposta correta. 
c) Comete o crime do art. 14 do Estatuto o praticante de tiro 
esportivo que transporta arma de fogo municiada, quando a guia 
de tráfego autoriza apenas o transporte de arma desmuniciada. 
A Alternativa C foi considerada correta. 
 Posse/porte de arma de fogo é desnecessidade de perícia 
 
Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte é 
necessário que a arma de fogo tenha sido apreendida e periciada? 
NÃO. É irrelevante (desnecessária) a realização de exame 
pericial para a comprovação da potencialidade lesiva do 
artefato, pois basta o simples porte de arma de fogo, ainda que 
desmuniciada, em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, para a incidência do tipo penal. Isso porque os 
crimes previstos no arts. 12, 14 e 16 da Lei 10.826/03 são de perigo 
abstrato, cujo objeto jurídico imediato é a segurança coletiva. STJ. 
5ª Turma. AgRg no REsp 1294551/GO, Rel. Min. Jorge Mussi, 
julgado em 07/08/2014. 
 
É desnecessária a realização 
de exame pericial para a 
comprovação da potencialidade 
lesiva do artefato. 
Sendo suficiente o simples 
porte de arma de fogo, ainda 
que desmuniciada, em 
desacordo com determinação 
legal ou regulamentar, para a 
incidência do tipo penal. 
 
 Porte/posse apenas da munição 
 
A posse ou porte apenas da munição configura crime? 
SIM. A posse ou o porte apenas da munição (ou seja, 
desacompanhada da arma) configura crime. Isso porque tal 
 
 
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JurisCESPE 
 
 
 
 
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conduta consiste em crime de perigo abstrato, para cuja 
caracterização não importa o resultado concreto da ação. O objetivo 
do legislador foi o de antecipar a punição de fatos que apresentam 
potencial lesivo à população, prevenindo a prática de crimes. STF. 
2ª Turma. HC 119154, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 
26/11/2013. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1442152/MG, Min. 
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 07/08/2014. 
 
 Porte/posse de arma desmuniciada 
 
O porte de arma de fogo desmuniciada configura crime? SIM. O 
porte de arma de fogo (art. 14, Lei 10.826/03) configura crime, 
mesmo que esteja desmuniciada. Trata-se,atualmente, de posição 
pacífica tanto no STF como no STJ. Para a jurisprudência, o 
simples porte de arma, munição ou acessório de uso permitido — 
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar — configura o crime previsto no art. 14 da Lei nº 
10.826/2003, por ser delito de perigo abstrato, de forma a ser 
irrelevante o fato de a arma apreendida estar desacompanhada de 
munição, porquanto o bem jurídico tutelado é a segurança pública 
e a paz social. STJ. 3ª Seção. AgRg nos EAREsp 260.556/SC, Rel. 
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/03/2014. STF. 2ª 
Turma. HC 95073/MS, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 
19/3/2013 (Info 699). 
 
 Arma de fogo encontrada em caminhão configura porte de arma de 
fogo (e não posse) 
 
Se a arma de fogo é encontrada no interior do caminhão dirigido 
por motorista profissional, trata-se de crime de porte de arma de 
fogo (art. 14 do Estatuto do Desarmamento). O veículo utilizado 
profissionalmente NÃO pode ser considerado “local de trabalho” 
para tipificar a conduta como posse de arma de fogo de uso 
permitido (art. 12). STJ. 6ª Turma. REsp 1219901-MG, Rel. Min. 
Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/4/2012.. 
 
 De Olho na Súmula 
 
Súmula 513-STJ: A abolitio criminis temporária prevista na Lei nº 
10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de arma de fogo de uso 
permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de 
identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente 
até 23/10/2005. {Abolitio criminis temporária}. 
 
 
 
 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
 
 
Tema 04: Lavagem de Capitais 
 
 Condenação por lavagem no “caso Maluf” 
 
Pratica o crime de lavagem de dinheiro o Deputado Federal que 
encobre (oculta) o dinheiro recebido decorrente de corrupção 
passiva, utilizando-se, para tanto, de contas bancárias e fundos de 
investimentos situados na Ilha de Jersey, abertos em nome de 
empresas “offshores”, com o objetivo de encobrir a verdadeira 
origem, natureza e propriedade dos referidos aportes financeiros. 
STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
23/5/2017 (Info 866). 
 
 Lavagem de dinheiro, na modalidade “ocultar”, é crime permanente 
 
O delito de lavagem de bens, direitos ou valores (“lavagem de 
dinheiro”), previsto no art. 1º da Lei nº 9.613/98, quando praticado 
na modalidade de ocultação, tem natureza de crime permanente. 
A característica básica dos delitos permanentes está na 
circunstância de que a execução desses crimes não se dá em um 
momento definido e específico, mas em um alongar temporal. 
Quem oculta e mantém oculto algo, prolonga a ação até que o fato 
se torne conhecido. Assim, o prazo prescricional somente tem início 
quando as autoridades tomam conhecimento da conduta do 
agente. STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, 
julgado em 23/5/2017 (Info 866). 
 
O crime de lavagem de 
dinheiro, praticado na 
modalidade “OCULTAR” 
É considerado 
CRIME PERMANENTE. 
 
 Culpabilidade de parlamentar que exerce mandato há muitos anos 
é mais intensa 
 
Na primeira fase da dosimetria em caso de condenação por lavagem 
de dinheiro, o órgão julgador poderá aumentar a pena-base do 
Deputado Federal que exerce mandato há muitos anos, sob o 
argumento de que sua culpabilidade é mais intensa. A 
transgressão da lei por parte de quem usualmente é depositário da 
confiança popular para o exercício do poder enseja juízo de 
reprovação muito mais intenso do que seria cabível em se tratando 
de um cidadão comum. STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. 
Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866). 
 
 
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 Reprovabilidade do crime cometido por “homem público” é maior 
 
Se um Deputado Federal que exerce mandato há muitos anos é 
condenado, o órgão julgador poderá aumentar a pena-base 
atribuindo destaque negativo para a “reprovabilidade”. A 
circunstância de o réu ser homem de longa vida pública, 
acostumado com regras jurídicas, enseja uma maior 
reprovabilidade em sua conduta considerando a sua capacidade 
acentuada de conhecer e compreender a necessidade de observar 
as normas. STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, 
julgado em 23/5/2017 (Info 866). 
 
 Pena pode ser aumentada se a lavagem de dinheiro ocorreu por 
meio de várias transações financeiras envolvendo diversos países 
 
A pena-base pode ser aumentada, no que tange às “circunstâncias 
do crime”, se a lavagem de dinheiro ocorreu num contexto de 
múltiplas transações financeiras e de múltipla transnacionalidade, 
o que interfere na ordem jurídica de mais de um Estado soberano. 
STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
23/5/2017 (Info 866). 
 
 Pena pode ser aumentada se o crime de lavagem envolveu grandes 
somas de valores 
 
Se a lavagem de dinheiro envolveu valores vultosos, a pena-base 
poderá ser aumentada (“consequências do crime”) tendo em vista 
que, neste caso, considera-se que o delito violou o bem jurídico 
tutelado de forma muito mais intensa do que o usual. STF. 1ª 
Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
23/5/2017 (Info866). 
 
Lavagem de 
dinheiro 
envolvendo valores 
vultuosos 
 
Poderá ter sua 
pena-base 
aumentada 
Fundamento: delito 
violou o bem jurídico 
tutelado de forma 
muito mais intensa 
do que o usual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tema 05: Lei de Organização Criminosa – Lei nº 12.850/13 
 
 Descumprimento de colaboração premiada não justifica, por si só, 
prisão preventiva 
 
O descumprimento de acordo de delação premiada ou a frustração 
na sua realização, isoladamente, não autoriza a imposição da 
segregação cautelar. Não se pode decretar a prisão preventiva do 
acusado pelo simples fato de ele ter descumprido acordo de 
colaboração premiada. Não há, sob o ponto de vista jurídico, 
relação direta entre a prisão preventiva e o acordo de colaboração 
premiada. Tampouco há previsão de que, em decorrência do 
descumprimento do acordo, seja restabelecida prisão preventiva 
anteriormente revogada. Por essa razão, o descumprimento do que 
foi acordado não justifica a decretação de nova custódia cautelar. 
É necessário verificar, no caso concreto, a presença dos requisitos 
da prisão preventiva, não podendo o decreto prisional ter como 
fundamento apenas a quebra do acordo. STJ. 6ª Turma. HC 
396.658-SP, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 
27/6/2017 (Info 609). STF. 2ª Turma. HC 138207/PR, Rel. Min. 
Edson Fachin, julgado em 25/4/2017 (Info 862). 
 
O simples 
descumprimento de 
acordo de 
colaboração premiada 
 
 
NÃO AUTORIZA, 
por si só, 
 
a decretação da 
prisão preventiva 
 
 O § 3º do art. 7º da Lei nº 12.850/2013 prevê um limite máximo 
de duração do sigilo, sendo possível que ele seja retirado antes do 
recebimento da denúncia 
 
O sigilo sobre o conteúdo de colaboração premiada deve perdurar, 
no máximo, até o recebimento da denúncia (art. 7º, § 3º da Lei nº 
12.850/2013). 
Esse dispositivo não traz uma regra de observância absoluta, mas 
sim um termo final máximo. 
Para que o sigilo seja mantido até o recebimento da denúncia, deve-
se demonstrar a existência de uma necessidade concreta. Não 
havendo essa necessidade, deve-se garantir a publicidade do 
acordo. STF. 1ª Turma. Inq 4435 AgR/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 12/9/2017 (Info 877). 
 
 
 
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Conforme o art. 7º. 
§ 3º, da Lei nº 
12.85, o acordo de 
colaboração 
premiada deixa de 
ser sigiloso assim 
que recebida a 
denúncia, 
observado o 
disposto no art. 5º. 
 
 
Essa regra 
não é de 
natureza absoluta. 
 
 
 
ASSIM, é possível 
que esse sigilo seja 
retirado antes do 
recebimento da 
denúncia. 
 
 
- Aprofundamento: Diversos aspectos relacionados com a 
homologação do acordo 
Qual seria a natureza jurídica do acordo de colaboração premiada? 
A colaboração premiada é um negócio jurídico processual entre o 
Ministério Público e o colaborador, sendo vedada a participação 
do magistrado na celebração do ajuste entre as partes. 
Papel do Poder Judiciário no acordo de colaboração premiada 
A colaboração é um meio de obtenção de prova cuja iniciativa não 
se submete à reserva de jurisdição (não exige autorização judicial), 
diferentemente do que ocorre nas interceptações telefônicas ou na 
quebra de sigilo bancário ou fiscal. Nesse sentido, as tratativas e a 
celebração da avença são mantidas exclusivamente entre o 
Ministério Público e o pretenso colaborador. 
O Poder Judiciário é convocado ao final dos atos negociais apenas 
para aferir os requisitos legais de existência e validade, com a 
indispensável homologação. 
Natureza da decisão que homologa o acordo de colaboração 
premiada 
A decisão do magistrado que homologa o acordo de colaboração 
premiada não julga o mérito da pretensão acusatória, mas apenas 
resolve uma questão incidente. Por isso, esta decisão tem natureza 
meramente homologatória, limitando-se ao pronunciamento 
sobre a regularidade, legalidade e voluntariedade do acordo (art. 
4º, § 7º, da Lei nº 12.850/2013). O juiz, ao homologar o acordo de 
colaboração, não emite juízo de valor a respeito das declarações 
eventualmente prestadas pelo colaborador à autoridade policial ou 
ao Ministério Público, nem confere o signo da idoneidade a seus 
depoimentos posteriores. A análise se as declarações do 
colaborador são verdadeiras ou se elas se confirmaram com as 
provas produzidas será feita apenas no momento do julgamento do 
processo, ou seja, na sentença (ou acórdão), conforme previsto no 
 
 
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§ 11 do art. 4º da Lei. Na decisão homologatória, magistrado 
examina se as cláusulas contratuais ofendem manifestamente o 
ordenamento jurídico No ato de homologação da colaboração 
premiada, não cabe ao magistrado, de forma antecipada e 
extemporânea, tecer juízo de valor sobre o conteúdo das cláusulas 
avençadas, exceto nos casos de flagrante ofensa ao ordenamento 
jurídico vigente. Ex: o Relator poderá excluir ao acordo a cláusula 
que limite o acesso à justiça, por violar o art. 5º, XXXV, da CF/88. 
Neste momento, o Relator não realiza qualquer controle de mérito, 
limitando-se aos aspectos formais e legais do acordo. 
Em caso colaboração premiada envolvendo investigados ou réus com 
foro no Tribunal, qual é o papel do Relator? 
É atribuição do Relator homologar, monocraticamente, o acordo de 
colaboração premiada, analisando apenas a sua regularidade, 
legalidade e voluntariedade, nos termos do art. 4º, § 7º da Lei nº 
12.850/2013: § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo 
termo, acompanhado das declarações do colaborador e de cópia da 
investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual 
deverá verificar sua regularidade, legalidade e voluntariedade, 
podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na 
presença de seu defensor. 
Não há qualquer óbice à homologação do respectivo acordo 
mediante decisão monocrática. O art. 21, I e II, do RISTF confere 
ao Ministro Relator no STF poderes instrutórios para ordenar, de 
forma singular, a realização de quaisquer meios de obtenção de 
provas. 
Em caso colaboração premiada envolvendo investigados ou réus com 
foro no Tribunal, qual é o papel do órgão colegiado? 
Compete ao órgão colegiado, em decisão final de mérito, avaliar o 
cumprimento dos termos do acordo homologado e a sua eficácia, 
conforme previsto no art. 4º, § 11 da Lei nº 12.850/2013: § 11. A 
sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia. 
Assim, é possível que o órgão julgador, no momento da sentença 
ou acórdão, ou seja, após a conclusão da instrução probatória, 
avalie se os termos da colaboração foram cumpridos e se os 
resultados concretos foram atingidos, o que definirá a sua eficácia. 
Acordo de colaboração homologado pelo Relator deve, em regra, 
produzir seus efeitos, salvo se presente hipótese de anulabilidade 
O acordo de colaboração devidamente homologado individualmente 
pelo relator deve, em regra, produzir seus efeitos diante do 
cumprimento dos deveres assumidos pelo colaborador. Vale 
ressaltar, no entanto, que o órgão colegiado detém a possibilidade 
de analisar fatos supervenientes ou de conhecimento posterior que 
 
 
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firam a legalidade do acordo, nos termos do § 4º do art. 966do 
CPC/2015: § 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas 
partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo 
juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da 
execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.

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