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Parvovirose Canina: Doença Altamente Contagiosa

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Parvovirose
Doença infectocontagiosa, agente viral é o Parvovirus Canino Tipo II, da família Parvoviridae, tem tropismo por canídeo. Também é conhecida como Gastroenterite Viral, Síndrome de Gastroenterite, Gastroenterite Sanguinolenta. Animais jovens são mais susceptíveis, mas o vírus também infecta animais adultos. É uma doença altamente contagiosa, e com cepas cada vez mais virulentas. Causa prejuízo aos criadores de cães, facilita infecções secundárias e causa distúrbios digestivos e cardíacos. Doença endêmica e de distribuição mundial.
Se dispersa facilmente entre os animais e a transmissão se dá por via oro fecal – fezes contaminadas por vírus do portador convalescente, que acaba por contaminar a água e alimentos. Os reservatórios incluem os cães enfermos, saudáveis e silvestres, solo, água e alimentos. É de alta letalidade e o prognóstico é ruim.
O vírus é sensível a qualquer desinfetante por não ser envelopado. É inativado a 80ºC, em 15 minutos. Conserva-se bem a 4ºC- 10ºC durante seis meses, duas semanas a 37ºC, congelado e/ou liofilizado resiste durante anos e dura vários anos em fezes caninas. Deve-se limpar antes de desinfetar com Hipoclorito, por exemplo. Animais vacinados podem se infectar e manifestar doença, o que depende do estado imunológico, vacina e outros fatores. A vacina é a principal forma de prevenção nos primeiros meses (45-60 dias), dependendo da imunização passiva do filhote. 
O vírus entra no organismo por via oral e se replica no tecido linfoide local, segue para o tecido linfoide sistêmico e pode seguir dois caminhos: resposta imune humoral e celular (recuperação) ou medula óssea e tecido linfopoiético, se estabelece principalmente no trato digestório, mas também segue para o sistema cardiovascular, causando as sintomatologia que é a diarreia sanguinolenta. Por fim, pode causar morte súbita por miocardite em casos raros ou ainda recuperação. Tem tropismo pelas vilosidades intestinais, e se a produção de AC for baixa o tecido vai replicar mais em epitélio intestinal. O cão tem regeneração parcial das vilosidades destruídas, o que futuramente vai interferir na absorção de nutrientes e na formação de bolo fecal. Os achados de necropsia incluem: quadro hemorrágico instalado principalmente no intestino delgado, aumento das placas de Peyer e edemaciação em formato circular. A ação do vírus na camada basal – que é vascularizada – das vilosidades intestinais, o que explica a diarreia sanguinolenta.
Fatores contribuintes para a instalação da doença: estresse, outras enfermidades e ausência de AC materno. O principal sinal clinico é a diarreia sanguinolenta que é progressiva com aparência de sangue vivo no estágio final, mas também tem vomito como quadro inicial, apatia, prostração, inapetência, hipertermia, anorexia, letargia ou ausência de sintomas; diarreia sanguinolenta, desidratação, conjuntiva congesta e miocardite em filhotes. Diagnostico diferencial: cinomose, verminose e coronavirose. O prognostico é reservado e na doença avançada é desfavorável. 
O hemograma de animais com parvovirose se apresenta com anemia, leucopenia e trombocitopenia. O vírus faz imunossupressão no animal ao realizar replicação na placa de Peyer, baço, timo e medula óssea, e se instala quadro de desidratação marcada e depressão da medula óssea. 
O diagnostico clinico é feito pela epidemiologia e os sinais clínicos característicos da doença, e através de exames como ELISA e PCR, e também imunofluorescência. Os achados de necropsia incluem lesões intestinais com hemorragia disseminada ou local, congestão gástrica e duodeno impregnado por bile, hepatomegalia e hemorragia. A histopatologia revela edema e infiltrado linfocitário com necrose de epitélio. 
O tratamento realizado é de suporte. A antibioticoterapia é um protocolo a fim de evitar infecções secundarias que podem ser desencadeadas pela enterite. É feita a reidratação com hidroeletrolíticos como a solução de Ringer e a administração de complexos vitamínicos (vitamina A, complexo B e vitamina K). É uma doença endêmica no Brasil, nova e descoberta recentemente. Em outras espécies, é da esfera reprodutiva e causa abortamentos.

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