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PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
1. Direitos humanos: conjunto de normas e princípios que protegem a integridade física, psíquica e moral do indivíduo - são direitos que a nossa ordem jurídica eleva à categoria de clausulas pétreas (ver art.60.§ 4º), limites ao Poder do Estado sobre o indivíduo. 
2. Direitos fundamentais do homem:
 Por questão de técnica utilizam-se essas expressões nos respectivos âmbitos:
• Direitos Humanos: No âmbito internacional
• Direitos Fundamentais: No âmbito interno
2.1 José Afonso da Silva – Conceito: direitos fundamentais do homem são prerrogativas e instituições que o direito positivo concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas.
São fundamentais porque sem eles não há vida. São direitos essenciais à vida humana digna (independente, igual, livre). 
No aspecto subjetivo: Consiste numa relação jurídica obrigacional porque estamos falando em direitos. Temos então: a) um credor: que é o cidadão; b) um objeto: prestação ligada (algo) a dignidade da pessoa humana; c) o devedor: o estado como garante e devedor de conceder esses direitos.
2.2 Classificação dos direitos fundamentais em materiais e formais:
• Materialmente fundamental – são inerentes à dignidade da pessoa humana – art. 1º, inc. III, da CF
• Os demais que não estão inseridos neste contexto são os formalmente fundamentais. Segundo parte da doutrina, estes, a exemplo do rol do art. 5º não estariam inseridos nas cláusulas pétreas- seriam cláusulas pétreas somente os materialmente fundamentais.
2.3 Classificação em direitos fundamentais e garantias (esta divisão é doutrinária)
- O que são direitos e garantias? 
R: Direitos são declaratórios e as Garantias são assecuratórios. 	(ver Sampaio Dória)
 
3. Evolução histórica dos direitos fundamentais:
 Âmbito Geral:
1.Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão – (1789- França) é marcada pela Universalidade - liberdade, igualdade, fraternidade - no seu art.16 traz a separação de poderes e garantia de direitos em toda a sociedade – se faltar isso é uma sociedade sem Constituição.
 2. Declaração Universal dos Direitos do Homem – ONU - (1948): normas substantivas, não obrigatórias juridicamente – princípios de inspiração para os documentos legislativos subseqüentes. 
 2.1 Qual a natureza jurídica dessa Declaração? É uma recomendação – esse é um documento internacional. Estabelece princípios básicos para a dignidade humana. Tecnicamente é uma recomendação, mas pelos princípios que consagra tem caráter de obrigatoriedade.
 3. Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966). Brasil aderiu em 1992 – Decreto nº 592 e Dec. Legislativo 226.
4. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966). Brasil – Dec. 591. – Brasil aderiu em 06/12/1992
5. Declaração e Programa de Ação de Viena de 1993.
Incluir pg 75 do livro de Accioli
Regional – Convenção Americana sobre Direitos Humanos (OEA) – Costa Rica – 1969 – O Brasil – aderiu a essa convenção mediante aprovação pelo Decreto 678/92 e Decreto Legislativo n.89/1998, onde o Brasil aceitou a competência obrigatória da Corte Interamericana de Proteção dos Direitos Humanos. 
- Convenção Européia para Proteção dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais – Roma – 1950 – (União Européia)
3.1 Âmbito Interno dos paises:
Magna Carta libertatum (1215) Inglaterra- João sem Terra
Declaração Inglesa – 1684
Peticion of Rights (1628)
Habeas Corpus Ammendment (1679)
 Entre outras Bill of Rights (1689) – 1º documento legislativo de limitação do poder.
 Declaração dos direitos do bom povo de Virgínia (1776)
Declaração Norte-americana da Independência (1778)
3.2 Qual a 1ª Constituição que surgiu a racionalizar os direitos Fundamentais?
R: Brasil – 1824 (art.179)
Bélgica – 1831
 Estados Unidos – (1791) – dez primeiras emendas
Essas são as três teorias doutrinarias vigentes, cada uma atribuindo a cada dessas como sendo primeira a positivar tais direitos.
A Magna Carta é o primeiro documento escrito onde o Monarca reconhece que seus poderes são limitados (João sem Terra). Foi concebida para durar três meses e até hoje esta em vigor na forma que ela integra a Constituição Inglesa.
A nossa Constituição traz alguns princípios consagrados já no Magna Carta:
Princípio da legalidade
Princípio da razoabilidade e da proporcionalidade
Princípio da publicidade
Limites à penhorabilidade de bens
Desapropriação – necessidade de pagamento prévio
Art.39 da Carta Magna é o coração da Magna Carta – princípio do devido processo legal
Art.40 da Carta Magna – princípio da celeridade – só hoje foi inserido na CF, no inc.LXXVIII, da CF/88 pela Emenda Constitucional nº 45.
Art.41 – regra básica da globalização – livre circulação de bens, mercadorias e serviços.
Art.42 – princípio da reciprocidade nas relações internacionais
Art.45
4. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
 Os Direitos Humanos, tecnicamente considerados como direitos humanos fundamentais, ditos de primeira geração, investidos do caráter internacional, encontram-se elencados na “Declaração Universal dos Direitos Humanos” e gozam de destacada posição na hierarquia do ordenamento jurídico, apresentando características que elevam seu poder e seu âmbito de atuação, quais sejam: a imprescritibilidade7, a inalienabilidade8, a irrenunciabilidade9, a inviolabilidade10, a universalidade; a efetividade12 a interdependência3 e a complementaridade11. 
 “Quanto aos princípios estruturais dos direitos humanos, eles são de duas espécies: a irrevogabilidade e a complementaridade solidária. 
 (Fábio Konder Comparato — A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos) 
4.1 Na visão de Alexandre de Morais (op. cit., pág. 41), os Direitos Humanos seriam: imprescritíveis, inalienáveis, irrenunciáveis, invioláveis, universais, interdependentes, complementares e que buscam uma efetividade máxima dentro do ordenamento jurídico.
As principais características atribuídas aos Direitos Humanos fundamentais, pela doutrina são: 
(1) Historicidade. São históricos como qualquer direito. Nascem, modificam-se e desaparecem. Eles apareceram com a revolução burguesa e evoluem, ampliam-se, com o correr dos tempos; o que se entende por direito fundamental depende dos fatos históricos e da evolução da sociedade; 
(2) Inalienabilidade. São direitos intransferíveis, inegociáveis, porque não são de conteúdo econômico-patrimonial. Se a ordem constitucional os confere a todos, deles não se pode desfazer, porque são indisponíveis; não tem conteúdo econômico patrimonial; 
(3) Imprescritibilidade. O exercício de boa parte dos direitos fundamentais ocorre só no fato de existirem reconhecidos na ordem jurídica (...).São sempre exercíveis e exercidos, não há intercorrência temporal de não exercício que fundamente a perda da exigibilidade pela prescrição; : isto é, são exigíveis – não é porque você não os exercita é que eles deixam de existir; 
(4) Irrenunciabilidade. Não se renunciam direitos fundamentais. Alguns deles podem até não ser exercidos, pode-se deixar de exercê-los, mas não se admite sejam renunciados.”; você pode não exercê-los, mas não renunciá-los
(José Afonso da Silva — Curso de Direito Constitucional Positivo)
(5) São abertos: variaram no tempo;
(6) São dinâmicos: variam no espaço;
(7) São personalíssimos – inerentes à personalidade humana
(8) Acumulabilidade ou concorrência – você pode acumular o exercício de direitos fundamentais. Ex: jornalista ao apresentar o jornal exerce o direito de comunicação, imagem e opinião.
(9) São relativos/limitados não são absolutos: ex: suicídio (ato de disposição da vida) – pode haver um choque de direitos fundamentais. Deve-se harmonizar, preponderar o que protege as questões fáticas envolvidas.
(10) Universalidade transnacionalidade / relatividade: a) Existem varias correntes doutrinarias e teorias, segundo parte da doutrina entende que são Universais, onde houver uma pessoa humanadeve-se garantir os direitos básicos do indivíduo, direitos, que devem ser assegurados pelo Estado. O que defender a Universalidade não consideram as diversidades entre homem e mulher é diferenciada pelas diversas culturas. b) Relativismo Cultural: não é universal deve-se respeitar as características e concepções culturais, sociológicas entre homem e mulher é diferenciada pelas diversas formas culturais.
(Fábio Konder Comparato — A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos)
Encerrando o Capítulo, cabe enfatizar que os Estados, exatamente os incumbidos de assegurar a proteção e garantir a eficácia dos Direitos Humanos, são, via de regra, os maiores violadores dos Direitos Humanos em todo lugar, em todos os tempos. 
“É incontestável, entretanto, que a incapacidade dos Estados para a promoção dos direitos humanos contemplados em seus textos constitucionais conduziu á internacionalização desses mesmos direitos.” 
(Nilmário Miranda — Direitos Humanos, Soberania e Desafios da Nacionalidade para o Terceiro Milênio) 
6.3. Proibição de Retrocesso: os direitos fundamentais conquistados não podem ser retirados – clausulas pétreas, VIDE ART. 60, § 4º, inc. II da C.F.
Perspectivas: subjetivas (direitos); objetivistas (valores)
• Do ponto de vista subjetivo: os direitos fundamentais são direitos que o cidadão exige do Estado (relação jurídica obrigacional)
• Do ponto de vista objetivo: são entendidos não como direitos, mas como valores mais importantes de uma sociedade. Ex: a vida é o valor mais importante de uma sociedade.
O Estado deve garantir esse valor independentemente da relação jurídica obrigacional. Ex: obrigatoriedade do cinto de segurança.
Eficácia
No plano vertical – o Estado deve assegurar os valores e direitos (exigível do Estado).
No plano horizontal – entre particulares devem também ser respeitados.
Ex: maio ambiente ecologicamente equilibrado. Educação é o direito de todos dever do Estado e da família (art.205 da CF). art. 3º inc. IV.
Funções: 
• De defesa/de liberdade – obrigação de não fazer do Estado. Ex: não legislar sobre pena de morte; não prender sem o devido processo legal;
• Da prestação: obrigação de fazer: garantir a liberdade, independência, saúde, educação;
• Proteção perante terceiro – o Estado tem função de garantir que o particular garanta os meus direitos fundamentais: Policia, Poder Judiciário.
O direito fundamental à efetiva tutela penal: direito que o Estado o protege contra terceiros e para isso o estado tem um amparo para protege-lo da violação perpetrada por terceiros (direito à segurança) – repressão penal adequada. O Estado deve efetivamente dar a repouso, também garantindo os direitos fundamentais do réu.
• Função de não discriminação: proteção contra as desigualdades.
5. Tratamento: de forma global, justa, eqüitativa – justiça globalizada – institucionalizada por um Tribunal.
Efeitos: gera obrigações e responsabilidade quanto às pessoas sujeitas a sua jurisdição
 “Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar dos direitos humanos globalmente, de modo justo e eqüitativo, com o mesmo fundamento e a mesma ênfase. Levando em conta a importância das particularidades nacionais e regionais, bem como os diferentes elementos de base históricos, culturais e religiosos, é dever dos Estados. independentemente de seus sistemas políticos, econômicos e culturais, promover e proteger todos os direitos humanos e as liberdades fundamentais’.” 
(Fábio Konder Comparato — A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos) 
CATEGORIAS/GERAÇÃO/DIMENSÃO DOS DIREITOS HUMANOS
A)Direitos Humanos de 1ª geração (arts. 4º a 21º da Declaração Universal) : direitos civis e políticos : direito à vida, (art. 5º da CF – à liberdade (liberdade de pensamento, opinião e crença religiosa), à segurança e à igualdade, propriedade . São direitos do indivíduo em relação ao Estado. – Surgiram com a queda da monarquia francesa - Direitos do ser humano que devem ser preservados pelo Estado, visando também proteger seu patrimônio.
 B) Os direitos humanos de 2ª geração: sociais, econômicos e culturais (art. 1º, III) (art. 6º a 11 da CF) (igualdade) – surgem após a 
I Guerra Mundial e aguçam na II Guerra . 
Direito ao trabalho, à previdência e seguridade social, à igualdade salarial e de iguais condições de trabalho, à educação, à saúde, à cultura, aos benefícios da ciência, à vida cultural da comunidade. São direitos que o indivíduo tem como membro de uma sociedade. 
Os governos desta época são marcados pelo nacionalismo e corporativismo, década de 40 e 50. No Brasil, Getulismo, na Argentina Peronismo.
Nesse, período os sindicatos ganham força por influência do Estado, são outorgados direitos aos trabalhadores/direitos sociais. 
C) Os direitos humanos de 3ª geração: - aqueles referentes ao plano do desenvolvimento econômico; direitos da coletividade, direitos societários (art. 5º, inc. XXXII, art. 225 e § 1º da CF) (fraternidade)
Direitos que pertencem à coletividade; proteção dos interesses difusos e coletivos: meio ambiente, consumidor e patrimônio cultural e social da humanidade; direito à paz.
São também chamados direitos da personalidade surgidos por ocasião da II guerra que visam assegurar um mínimo de dignidade ao homem – direitos de personalidade, moral, integridade física, direito ao corpo, intimidade, privacidade, imagem (art. 5º)
D) Os direitos humanos de 4º geração
Ex: patrimônio genético do ser humano, tecnologia cibernética – desenvolvimento tecnológico e científico. 
Hoje é contínuo, consiste num processo crescente a incidência de novas gerações de Direitos Humanos, acompanhando os fatos históricos e sócio-culturais.
10. Particularidade no sistema brasileiro quanto à incorporação dos tratados internacionais que versem sobre direitos humanos:
Art. 5º, § 1º - Aplicabilidade dos direitos fundamentais – Aplicação imediata. Em Regra, são normas de eficácia plena e contida, isso é, são normas que não precisam do legislador ordinário, por isso que se diz que são de aplicação imediata; (sempre que possível e contra sua desobediência cabe mandado de segurança ou, mandado de injunção) e se fizer necessário o habeas corpus – para suprir a omissão do legislador. Mas, essa aplicação imediata é relativa – nos casos de normas de eficácia contida. Ex: art. 5º, inc. XIII. Há outros casos que surgem dúvidas quanto a aplicabilidade imediata – Ver art. 5º, inc. XXXII, “na forma da Lei”, como no caso do CDC.
Posição de parte doutrina: atribui às normas contidas em tratados internacionais de proteção dos direitos humanos (art. 5º, § 2º da CF) – status de normas de natureza Constitucional - seus direitos e garantias, têm condição de cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, IV da CF); a aplicação imediata e efeito aditivo – conforme monismo internacionalista Kelsiano.
Posição do STF – considera lei ordinária (art. 102, III, b, da Carta Magna de 1988) – entende que deve prevalecer a Constituição no caso da Prisão Civil do depositário infiel..
Enfim o STJ, colocando fim a uma divergência de decisões entre duas de suas Turmas, reunido em Corte Especial, ao dar provimento aos Embargos de Divergência 149518/GO (acórdão publicado no Diário da Justiça de 28-2-2000), sendo relator o eminente Ministro Ruy Rosado de Aguiar, fixou a norma de que “não cabe prisão civil do devedor que descumpri contrato garantido por alienação fiduciária”.
Art. 5º, § 3º da CF – Disciplina o ingresso dos Tratados de Direitos Humanos no nosso ordenamento. Porém, o alcance da norma depende da análise.
§ 3º: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
Há quem diga, como Flávia Piovesan que esses tratados são é de incorporação automática, por conta do §2º, art. 5º.
A Emenda Constitucional nº45, §3ª- Para Flávia Piovesan que defende a incorporação automática essa norma é inconstitucional.
O enunciado da Emenda Constitucional 45 ainda está sendo discutido pela doutrina e não há posição do STF sobre o assunto, em face da retroatividade.
Outros defensores da posição do STF, entendem que esse § é um avanço. Pois permitem a incorporação como norma constitucional.
Algumas perguntas surgem por exemplo? Se o tratado não atingiu o quorum do § 3º mas atingiu a maioria, ele ingressa como Lei ordinária? Não há resposta temos que ver as futuras decisões do STF.
 
Competência da Justiça Federal em 1ª Instância: Análise do art. 109 e incisos do STJ
Matéria: cível, federal – art. 109, X, CF.
Competência da Justiça federal CF/88 – art. 109 – inc III – a matéria decorre do tratado.Só se aplica quando o direito versado na causa é exclusivamente regulado pelos tratados internacionais – Competência da Justiça Federal.
Atenção: Se o Direito foi Regulado por tratados internacionais e norma do direito interno é competente a Justiça Estadual. Ex: alimentos internacionais – quando o credor é devedor estão em países diversos. Ação de alimentos nesse caso proposto pelo credor brasileiro deve ser proposta na Justiça Estadual.
 
Súmula 053 - questões de família - Justiça Estadual. Ex: alimentos internacional – Justiça Estadual – Súmula nº 053 de 08-10-1980 – Compete à justiça Estadual processar e julgar questões pertinentes ao direito de família, ainda que estas objetivem reivindicação de benefícios previdenciários
• Convenção de Varsóvia – 1929 – no Brasil foi recepcionada pelo Dec. 20.704-31, emendada pelo Protocolo de Haia de 1955 e de Montreal, de 1998, regula os transportes aéreos internacionais, o transporte aéreo interno é regulado pela Lei 7.565/86 (Código Brasileiro de Aeronáutica) que cuida das ações contra as transportadoras aéreas internacionais. Atualmente as ações são propostas na justiça comum, estadual e nos juizados especiais cíveis – com base no CDC. Há ainda a possibilidade de pedido de danos morais – hoje, a jurisprudência dominante defende a aplicação do CDC.
CF/88, inc V – A – As causas relativas a violação dos Direitos Humanos (ilícito civil ou penal) – art. 109, inc. V.A + § 5º do art. 109 – (incluídos pela emenda constitucional 45) – O Procurador Geral da República pode pedir a modificação da competência - (caso de deslocamento de competência) para a Justiça Federal. Quem examinará isso é o STJ à requerimento da PGR.
Art.109, inc X – todas as causas envolvendo nacionalidade, naturalização, opção e crimes de ingresso ou permanência de estrangeiro no Brasil, cartas rogatórias após o “exequatur” e de sentença estrangeira após a homologação é competência da Justiça Federal - hipótese de jurisdição voluntária. Ver art. 88 do CPC. 
Mas o do art. 109, inc.IV se refere ao estrangeiro é que violou a lei daqui (lei de segurança nacional). Recurso Ordinário para STJ (art. 102, II, “b”). 
7. Diferença entre Direito Humano e Direito Humanitário:
Direitos humanos: conjunto de normas e princípios que protegem a integridade física, psíquica e moral do indivíduo - são direitos que a nossa ordem jurídica eleva à categoria de clausulas pétreas (ver art.60.§ 4º), limites ao Poder do Estado sobre o indivíduo. 
Direito Humanitário: conjunto de regras e princípios que incidem nos conflitos, protegendo os indivíduos das conseqüências e das atrocidades da guerra.
O direito de Genebra: o imperativo humanitário – está expresso nas convenções de Genebra de 1864, 1925, (4) 1969 – a) soldados feridos; b) soldados prisioneiros; c) pessoal de socorro; d) população civil.
De 1977 são duas – I – pessoas e bens; II – conflitos internos (guerra civil)
Princípios: neutralidade (assistência humanitária)
- Não discriminação 
- Responsabilidade do Estado 
8. PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
1. Direito Internacional dos Direitos Humanos têm por objetivo “estipular os direitos fundamentais do ser humano e garantir seu exercício, geralmente tendo o Estado como obrigado”.
Direito Internacional dos Direitos Humanos têm por objetivo “estipular os direitos fundamentais do ser humano e garantir seu exercício, geralmente tendo o Estado como obrigado”.
O emergente Direito Internacional dos Direito Humanos, como explica Louis Kenkin:
“Institui obrigação aos Estados para com todas as pessoas humanas, e não apenas para com estrangeiros. Este Direito reflete a aceitação geral de que todo indivíduo deve ter direitos, os quais todos os Estados devem respeitar e proteger. Logo, a observância dos direitos humanos é não apenas um assunto de interesse particular do Estado (e relacionado à jurisdição doméstica), mas é matéria de interesse internacional e objeto próprio de regulação do Direito Internacional”.
2. Os direitos humanos como regra jus cogens:
Os direitos humanos fundamentais, como o direito à vida, o direito ao reconhecimento da personalidade jurídica, as normas contra a tortura, a escravidão e a servidão, o direito à integridade pessoal, o princípio da legalidade e da retroatividade, a liberdade de consciência e de religião, a proteção da família, o direito ao nome, os direitos da criança, o direito à nacionalidade, os direitos políticos, bem como as garantias indispensáveis à proteção de tais direitos, estão, conforme o art. 27 (2) da convenção Americana sobre Direitos Humanos, incluídos no rol das normas imperativas de Direito Internacional, que obrigam todos os Estados, possuem eficácia normativa erga omnes e são, portanto, regras que não podem ser derrogadas, mesmo em situações excepcionais vividas pelo Estado. A tudo isso podemos ainda aduzir o dispositivo no Pacto de Direitos Civis e Políticos, que proíbe a suspensão do direito de a pessoa não ser presa por não cumprir obrigação contratual e, da mesma forma, reafirma o princípio de quem ninguém poderá ser privado de sua liberdade, “salvo pelos motivos previstos em lei e em conformidade com os procedimentos nela contidos.” ( Hildebrando Accioly, Manual de Direito Internacional Público, pág 74 e 75). 
Outras normas são apontadas como jus cogens: o princípio da autodeterminação dos povos, a igualdade jurídica dos Estados, o princípio da não-intervenção, os princípios que regulam a liberdade dos mares e os direitos fundamentais do homem. 
Tratados sobre os direitos humanos: 
I- Pacto das Nações Unidas sobre Direitos Civis, Políticos, Econômicos e Sociais (1966), cujo desdobramento é o Pacto de São José da Costa Rica aberto a adesão de todos os Estados membros da OEA (Convenção Americana sobre Direitos Humanos – 1969). Brasil – 1992. 
II- Convenção Européia para Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais (1950) – Europa Comunitária – Corte Européia dos Direitos do Homem (Estrasburgo)
9.1.TUTELA PRÉ-JURISDICIONAL – Comissão Interamericana de Direitos Humanos – que atua contra um Estado – parte; 
Porém, figuram como autores no âmbito da Comissão: a) Qualquer pessoa ou grupo; b) Entidade não-governamental; c) Outro Estado-parte.
• Papel das Comissões – hoje: função própria de guardião da aplicação correta e justa da convenção.
- Requisito: o Estado para estar submetido a Corte deve ter reconhecido a competência da Corte.
9.2. Tutela jurisdicional – Jurisdição Internacional – criação do sistema internacional de proteção dos direitos humanos. Corte Interamericana dos Direitos Humanos (São José da Costa Rica), Corte Européia sobre os Direitos do Homem (Estrasburgo – 1994), Tribunal Penal Internacional (2002), Corte Internacional de Justiça; esses órgãos proferem sentenças definitivas e inapeláveis, porém, nesse caso executáveis: ordena restauração do direito violado e o pagamento de indenização às vítimas. 
 Corte Interamericana dos Direitos Humanos – tem como função promover a observância e a defesa / garantia dos direitos humanos proclamados e reconhecidos pelos Estados (Convenções) 
Órgão judiciário: a Corte é Instituição Judicial autônoma – é órgãojudiciário, que garante a aplicação da Convenção Americana de Direitos Humanos. Profere sentença definitiva e inapelável, porém executável no país que foi condenado: através do processo interno vigente para execução de sentença contra o Estado (entre nós, CPC, arts. 730 e 731) – determina restauração do direito ou pagamento de indenização. Vide sistema de Homologação de sentença estrangeira pelo STJ.
È necessária a presença na Corte de um juiz nacional do Estado – parte que está sendo julgado.
9.3 O indivíduo como sujeito do direito internacional público
“O Lócus Standi dos Indivíduos nos Procedimentos perante os Tribunais Internacionais de Direitos humanos
Uma das grandes conquistas da proteção internacional dos direitos humanos, em perspectiva histórica, é sem duvida o acesso dos indivíduos às instâncias internacionais de proteção e o reconhecimento de sua legitimidade processual e internacional em casos de violações aos direitos humanos.” ( Leonardo Nemer Caldeira Brant , IN: O Brasil e os novos desafios do direito internacional, pág.241)
“A par da construção de sua personalidade jurídica internacional, o acesso dos indivíduos aos tribunais internacionais contemporâneos para a proteção de seus direitos revela uma renovação do Direito Internacional – no sentido de sua já assinalada humanização, abrindo uma grande brecha na doutrina tradicional do domínio reservado aos Estados (ou competência nacional exclusiva), definitivamente ultrapassada: o indivíduo é elevado a sujeito do Direito Internacional. Em última analise, todo o Direito existe para o ser humano, e o direito das gentes não faz exceção a isto, garantindo ao indivíduo seus direitos e o respeito da sociedade.” ( Leonardo Nemer Caldeira Brant , IN: O Brasil e os novos desafios do direito internacional, pág. 226.) 
→Argumentos em favor do direito da petição individual.
a)reconhecimento de direitos no plano nacional como internacional;
b)jurisdicionalização, respeito ao contraditório;
c)se confere direitos é razoável que exista a capacidade processual para reivindicá-los
d)garantia do direito de livre expressão das vitimas (respeito ao devido processo legal)
e)equidade e transparência do processo 
f)igualdade entre as partes
g)violações – as próprias vítimas (os seus parentes ou herdeiros) devem ser a parte demandante perante a Corte devendo estar presente no inicio, durante e no fim do processo.
Quanto a imputabilidade à pessoa humana de fatos ilícitos internacionais, e seu direitos próprio a um acesso a contenciosos internacionais, é necessário rever o posicionamento tradicional, à vista da extraordinária emergência de normas de proteção a pessoa humana.
Semelhantes procedimentos encontram-se instituídos em dois instrumentos internacionais dos quais o Brasil è parte: a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial de 1965 (promulgada pelo Decreto nº 65.810, de 8-12-1969), em seu art. 14, a Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, de 1984 (promulgação do Decreto nº 40 de 15-02-1991) em seu art. 22.
Portanto ao nosso ver, na atualidade, é indiscutível haver clara atribuição da personalidade de direito internacional à pessoa humana, com as restrições factuais e os condicionamentos legais que a norma internacional pode estabelecer (como, de fato, estabelece, para qualquer outra pessoa de Direito Internacional, que não seja um Estado, reconhecido como tal, por este Direito, inclusive as organizações intergovernamentais constituídas pelos Estados). 
 
A princípio, somente quem poderia provocar o julgamento do Estado pela Corte era um Estado – parte ou por Comissão Interamericana através de seu relatório, obtido através do desempenho de sua função (semelhante ao Inquérito Policial que temos no nosso Código de Processo Penal). Somente estão submetidos a esta Corte os Estados – partes que admitiram sua competência – o indivíduo também, devido aos avanços.
A Jurisprudência das cortes acima têm conferido o direito de petição individual que tem constituído num meio eficaz não só de enfrentar casos individuais como também violações maciças dos direitos humanos (Vide art. 44 da Convenção Americana sobre direitos humanos); pode ser direta, sem participação das comissões.
→ direito de petição individual – é mais dinâmico ao atribuir a iniciativa de ação ao próprio indivíduo – verdadeiro sujeito e com plena capacidade jurídica.
Trata-se de uma conquista histórica – reconhecimento da capacidade processual do indivíduo nas Cortes internacionais, no caso de violações dos Direitos Humanos.
Corte Européia – Protocolo nº 11/1998 – avanço em 2000 
No âmbito da Convenção Européia, aplica-se a tutela pré-jurisdicional acima descrita para a Corte Interamericana.
E numa perspectiva mais radical, pode-se concluir que o Estado, pela simples razão de ser Estado, enfrenta o paradoxo de, simultaneamente, desempenhar um duplo papel, de defensor e de violador dos Direitos Humanos. 
“Seríamos tentados a dizer que ocorreu uma inversão radical da fórmula de Hobbes, todos os Estados são bons (o Estado é bom pelo simples fato de ser Estado), enquanto hoje todos os Estados são maus (o Estado é mau, essencialmente, pelo simples fato de ser Estado).” (Norberto Bobbio - A Era dos Direitos) 
Tal paradoxo tem gerado o reconhecimento da imperatividade da internacionalização dos Direitos Humanos de modo a sobrepor-se a todos os demais, uma vez que sua efetiva garantia não pode flutuar ao sabor da consciência de determinado governante de plantão, ou mesmo de uma única sociedade, isto porque baseada em valores culturais comuns, muitas vezes extremamente arraigados e impermeáveis á pluralidade preconizada pelos princípios da “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. 
DIREITOS HUMANOS
Existem 2 tipos de proteção dos direitos humanos
1- Sistema Geral (ONU): é o único, pois só tem um!
a) Carta da ONU (1945)
b) Declaração Universal dos Direitos Humanos (1945)
c) Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966)
d) Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Coletivos (1966)
2- Sistemas Regionais: são 4
a) Sistema Europeu
b) Sistema Africano
c) Sistema Asiático
d) Sistema Interamericano
1- Diferenças Conceituais
- Direitos do homem
- Direitos fundamentais
- Direitos humanos
-Direitos do Homem: é uma expressão de cunho jusnaturalista que conota aqueles direitos não ainda positivados, quer nos textos constitucionalistas, quer nas legislações internas dos países, quer no plano internacional (no âmbito dos tratados).
- Direitos Fundamentais: é uma expressão que conota direito doméstico, de cunho constitucional são dos direitos não positivados nos tratados e convenções, pois só são direitos positivados na Constituição. É direito constitucionalizado. Direitos Humanos são apenas previstos nos tratados, mas é possível dizer/utilizar aos “direitos humanos constitucionalizados”.
Qual direito é menos e mais amplo?
R: Direitos fundamentais são menos amplos, ou seja, podem ser restringidos, é o exemplo do direito de votar, no qual os analfabetos e não são obrigados a votar; estrangeiro pode ser extraditado.
O art. 5º, § 1º e §3º, CF/88 deu show de técnica, por ter utilizado expressões corretas. (§ 3º tratado é de direitos humanos).
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS
1- Historicidade: os direitos humanos são construídos pela consciência coletiva, que teve e origem nos direitos civis e políticos (1ª geração), se desenvolveram como direitos econômicos, sociais e culturais (2ª geração) e chegaram ao seu ápice na institucionalização das garantias coletivas (século XX).
2- Universalidade: os direitos humanos são universais porque pertencem ao universo de todas as pessoas. Basta a condição de ser pessoa/ser humano para invocá-lo, tanto no plano internacional ou interno. É decorrência do princípio da universalidade do reconhecimento da personalidade jurídica.
3- essencialidade: são essenciaisporque sem eles não há vida digna. São formalmente essenciais porque estão previstos na CF. Antes do título que cuida da organização do Estado.
* Explique a essencialidade dos direitos humanos, no aspecto formal e no aspecto material.
R: São formalmente essenciais porque estão previstos na CF/88 antes do título que fala da organização do Estado.
- São materialmente essenciais porque a vida física não se completa em sua inteireza em dignidade.
4- irrenunciáveis- diferentemente dos direitos subjetivos em geral que são renunciáveis, o direito humano é irrenunciáveis, ou seja, mesmo a autorização do seu titular não justifica a sua violação.
5- inalienáveis – são porque não permitem a desinvestidura por parte de seu titular, não podendo ser cedido gratuito ou onerosamente a outrem.
6- inexauribilidade: são inesgotáveis. A cada direito novo agregam-se aos demais.
Pergunta-se: Existe na nossa ordem uma cláusula de inexauribilidade? (art. 5º, § 2º) chamado de cláusula de inexauribilidade: não excluem. Portanto, a classificação em categorias ou dimensões, não é aplicada pois as gerações podem ser resgatadas, a qualquer momento.
7- são imprescritíveis: podem ser exigidos a qualquer tempo.
Caso Herzog: a juíza federal entendeu que não é um crime contra os direitos humanos, é crime contra a humanidade.
8- princípio da vedação de retrocesso ou proibição de regresso. (O que é efeito cliquet?)
Os direitos humanos não podem retroceder. O Estado não pode proteger conceder menos, sempre mais.
O efeito cliquet é a vedação ao retrocesso, significa aderência, para cima, subir a escala.
Critérios de interpretação (procedimento formal de aplicação das leis) – mais forte – hierárquico / médio – especialidade / fraco – cronológico.
Se houver contempla uma antinomia em matéria de direitos humanos, você pode aplicar a lei formalmente revogada, se esta contempla mais direitos humanos que a outra, como base no princípio “pro-homine”. Ex. prisão civil do depositário infiel.
Observação: os critérios clássicos de solução de antinomias não servem para solucionar com justiça as questões que envolvem os direitos humanos, pelos princípios da proibição o retrocesso (que afasta o princípio cronológico) e o princípio internacional (pro-homine), afasta os critérios da especialidade e hierárquico)
Cláudia Lima Marques: fala sobre o critério da monossolução. (Ela é professora de direito internacional privado no Rio Grande do Sul)
Gerações de Direitos Humanos: teoricamente são 3, mas doutrinariamente já elencam 5.
1ª geração – direito de cunho liberal (liberdade) são os chamados direitos civis e políticos. (são direitos constitucionalistas do século XVIII – fim da monarquia, ascenção da democracia e da república.
São direitos de cunho individual.
2ª geração – direitos da igualdade: constituem em direitos econômicos, sociais e culturais; são direitos de cunho coletivo (sec. XIX)
3ª geração – direitos da fraternidade, que são os direitos dos grupos e ou coletividades: difusos e coletivos. (sec. XX)
4ª geração – Paulo Bonavides (do Ceará) – direitos da globalidade: direitos à informação, à democracia, direito à paz.
Esta classificação é criticada pelos juristas internacionalistas, vejamos:
* Críticas: se historicamente elas assim se desenvolveram, a sua origem não segue esta ordem. Vejamos.
1ª crítica: os direitos humanos no plano internacional, historicamente não se desenvolveram nesta ordem liberdade, igualdade, fraternidade (Rêne Cansés) – ele que os criou. O direito internacional não aponta a sucessão dos direitos internacionais mas sim para a concomitância desses direitos.
Em 1919, a OIT, já instituía os direitos sociais dos trabalhadores no plano internacional, ao passo que estes os direitos civis e políticos só foram implementados no plano internacional pelo Pacto de São José da Costa Rica, em 1966. (inversão histórica)
2ª crítica: Carlos Weiss – relacionar direitos é justificar políticas públicas que não reconhecem a indivisibilidade da dignidade humana. Para ele os direitos humanos são indivisíveis.
GÊNESES DOS DIREITOS HUMANOS
Precedentes históricos do processo de internacionalização dos diretos humanos: são 3:
1º - Direito Humanitário: é o direito aplicável aos casos de conflitos armados internacionais. (Proteção humanitária aos prisioneiros, náufragos, militares, força de combate, população civil em geral, vilas, cidades, em especial mulheres e crianças).
O direito humanitário é regido por convenção por tratados.
O Comitê da Cruz Vermelha é o gestor do direito humanitário internacional.
A Cruz Vermelha nasceu de um suíço, Henri Dunant, que perdeu os pais na barbárie dos sofrimentos, na Itália. A Cruz Vermelha não é uma organização internacional é uma organização intergovernamental, pois foi criada por um particular (Henri) e não por Estados.
É regida pelo art. 15 e SS do Código Civil Suíço. É a organização intergovernamental. Importante.
2- Liga ou sociedade das Nações – porque foi a 2ª vez que os Estados consentiram em relativizar sua soberania em prol do bem internacional. Ainda que ela não tenha conseguido impedir a 2ª guerra ela tentou impedir.
Importante questão: (art. 49 da CF) – competência do STF para referendar tratados e para denunciar?
O STF na Adin 1625 de 97, entende ser inconstitucional a denúncia de tratado sem o referendo do congresso / último voto Joaquim Barbosa (maio 2010) vista com a ministra Helen Gracie.
3- OIT - mais contribuição – aqui os sujeito de direito é identificável.
Contribuições destes precedentes:
1- flexibilizou o conceito tradicional de soberania absoluta.
2- colocou os indivíduos na condição de sujeitos de direito internacional público
3- mudança na agenda externa dos Estados: compromissos internacionais 
Até então o Estado se voltava para questões políticas, econômicas, comerciais, financeiras. Hoje a agenda cuida 80% de compromissos voltados aos direitos humanos.
O DIREITO HUMANO NO PLANO INTERNACIONAL OU O DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS.
Conceito: José Antonio Rivera Santivans (boliviano) é a disciplina encarregada de estudar o conjunto de normas internacionais (convencionais ou consuetudinárias, nas quais são estipulados comportamento e os benefícios que as pessoas ou grupos de pessoas podem esperar sejam exigidos dos governos. Tem por objetivo o conjunto de normas previstas pelas Declarações, Tratados ou Convenções Internacionais de Direitos Humanos adotados pela sociedade internacional em nível universal ou regional, aquelas normas internacionais que criam sistemas supranacionais de proteção desses direitos, assim como as que regulam os procedimentos possíveis de serem levados ante ditos organismos para julgamento e eventual condenação do Estado. 
* Nasceu após a 2ª guerra mundial.
1º passo concreto: criação das Nações Unidas em 1945.
2º criação do Tribunal de Nuremberg: que julgou os colaboradores e executores da doutrina nazista.
Sistema global (Carta da ONU de 1945)
Instrumento: Atenção: a Carta Internacional de Direitos Humanos (CIDH) é a junção dos 4 instrumentos universais.
	SISTEMA GLOBAL
	SISTEMA INTERAMERICANO
	1- Carta da ONU (1945) e suas emendas (fala em direitos humanos em mais de 10 artigos
	1- Carta da OEA (1945)
	2- Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948, set.) previu os direitos e garantias do cidadão. Só tem normas de direito material, teve que ser completada.
	2- Declaração Americana / Interamericana dos Direitos e Deveres do Homem 1948, out.
	3- Pacto Internacional de Direitos Humanos Civis e Políticos (1966) – (PIDCP)
	3- Pacto de San José da Costa Rica (1969) - (PDCP)
OBS: só cuida de direitos civis e políticos (Ex. direitos à vida, locomoção, direitos do art. 5º da CF/88
	4- Pacto Internacional dos Direitos Sociais, Econômicos e Culturais (1966). (PIDESC) – São chamados de Pactos de Nova York de 1966.
	4- Protocolo de San Salvador, que completou o de San José com Direitos Econômicos, Sociaise Culturais
A partir da instituição da ONU em 1945 começou a idéia dos direitos humanos, foi proteger direitos humanos e liberdades fundamentais.
A ONU veio em substituição à Liga das Nações.
Órgãos das Nações Unidas
1- Assembléia Geral
2- Conselho de Segurança
3- Corte internacional de Justiça
4- Conselho de Tutela
5- Secretariado
6- Conselho Econômico e Social
1- Assembléia Geral – é o órgão administrativo máximo das Nações Unidas, ao qual compete decidir sobre todas as questões ou todos os problemas relativos à Carta, menos (salvo) o problema de segurança que compete ao CONSELHO DE SEGURANÇA. É composta por 194 membros.
2- Conselho de Segurança – tem por finalidade zelar pela paz e segurança
É composto por apenas 15 membros. Desses 15 membros existem 2 categorias: 5 membros são permanentes (EUA, França, Reino Unido, Rússia e China – tem mandato de 2 anos e são escolhidos de acordo com a posição geográfica) e 10 membros não permanentes.
O Brasil já foi 8 vezes membro do conselho não permanente.
Um Estado consegue (pode) vetar uma resolução. É o poder de veto, o qual ocorre quando um Estado membro do conselho PERMANENTE vota contrariamente a uma resolução.
Basta um Estado apenas membro do conselho permanente votar contra a resolução.
3- Corte Internacional de Justiça – tem sede em Haia. É composta por 15 juntas de notório conhecimento internacional (já faz parte Francisco Rezek e agora faz parte Antonio Cançado Trindade)
A Corte Internacional de justiça é o judiciário da ONU, que resolve todos os litígios entre Estados. Somente Estados podem ser parte da Corte Internacional de Justiça.
Cláusula facultativa de jurisdição obrigatória – é uma cláusula internacional inventada pelo brasileiro Raul Fernandes. É a cláusula Raul Fernandes.
4- Conselho de Tutela – foi criado para tutelar o espírito de independência. Praticamente não existe mais desde 1994. O último caso tutelado foi do Timor Leste.
5- Secretariado (ou secretaria) – é o órgão operacional da ONU que tem várias funções: função de registro, proceder ao registro dos tratados internacionais.
6- Conselho Econômico e Social – É o conselho dos direitos humanos econômicos, sociais e culturais. Existem 2 sub-órgãos:
a) Conselho de Direitos Humanos
b) Comissão de Direito Internacional Público
Art. 55, alínea “c” da Carta da ONU – direitos humanos e liberdades fundamentais. Foi a primeira vez que utilizou esta expressão.
O único erro foi não dizer quais direitos compõem os direitos humanos. Previu o direito, mas não trouxe a definição nuclear ou material desses mesmos direitos. Isso só foi possível 3 anos depois quando se proclamou em (1ª de dezembro de 1948) a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
O art. XXX é cláusula do diálogo, pois permite relação entre os demais tratados.
Foi trazida pela Resolução 217 da ONU. Teve por propósito trazer um novo paradigma de proteção. A partir da declaração se humaniza, é o evento inaugural da nova concepção internacional.
A Declaração rompe com o paradigma WESTFALIANO (1648), pois os tratos Westfalianos colocaram fim à Guerra dos 30 anos. A partir de 1648 é que nascem os chamados Estados modernos! (povo, território, poder, soberania, a partir daí). Deixar que regular apenas relações interestatais para regular relação estatal com os indivíduos.
1- estrutura: a Declaração Universal tem estrutura BIPARTITE (ou bifronte) pois é dividida em duas partes simétricas.
- na 1ª parte ela versa sobre direitos civis e políticos (direitos de 1ª geração)
- na 2ª parte ela versa sobre direitos econômicos, sociais e culturais (direitos da 2ª geração)
É bipartite (ou bifronte) porque dentro de um mesmo texto regula tanto os direitos civis e políticos (art. 1 ao art. 21) quanto os direitos econômicos sociais e culturais (art. 22 ao art. 30). Dessa união de direitos de duas categorias diferentes, nasce o princípio da indivisibilidade dos direitos humanos, segundo o qual os direitos humanos não se sucedem em gerações, mas ao contrário se cumulam, se fortalecem e se fortificam. Em outras palavras, ao unir o discurso liberal da cidadania (do Século XIX) a Declaração Universal demonstra que os direitos humanos não podem ser entendidos de forma compartimentalizada, mas apenas de forma conjugada. A Declaração é composta de 30 artigos, procedidos de um preâmbulo.
2- natureza jurídica – No ponto de vista formal a Declaração Universal é uma Resolução de Assembléia Geral da ONU. Não é tratado, pois:
- não passou pelo procedimento pelo qual nascem os tratados
- foi apenas assumida pelos Estados já pronta (não teve negociação)
- não teve referendo congressual como ocorre com os tratados
- não há ratificação do presidente da república
- é uma mera recomendação
No ponto de vista material, a Declaração Universal representa “normas de jus cogens” internacional. Jus cogens é o direito cogente imperativo, aceito pelos Estados como um todo e nenhuma derrogação é permitida
Convenção de Viena de 1969 – a) art. 53 – conflito entre tratado e nome de jus cogens anterior
 b) art. 64 – conflito entre tratado e norma de jus cogens posterior, o tratado será nulo, pois prevalece norma de jus cogens.
Em ambas as situações, o jus cogens viu prevalecer quer seja o tratado posterior ou anterior ao jus cogens.
“É nulo o tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional Geral”. 
Só pode ser modificada por norma anterior de Direito Internacional Geral da mesma natureza.
Havendo conflito, prevalece norma “de jus cogens” anterior”! (não utiliza critério cronológico para solução)
O argumento pode ser utilizado para defender a tese da natureza vinculante da Declaração Universal é que é Jus Cogens.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos
Questão: Os direitos humanos, para a Declaração Universal dos DH de 1948 são Universais ou Relativos? Universalismo X relativismo cultural
1ª corrente: Há corrente que entende os direitos humanos como RELATIVOS, pois devem ceder perante determinadas práticas alternativas por ex: a cultura, a melhor expressão da vida de determinado povo.
Ex: a mutilação do clitóris para não ter prazer seria produto de cultura (essa prática cultural deve ceder aos direitos humanos)
2ª corrente: Universalismo. Devem ser respeitadas as práticas culturais, as quais particularismos não podem ultrapassar a concepção positiva dos direitos humanos. Significa respeitar a cultura até que ela não ultrapasse a proteção dos direitos humanos.
Venceu o Universalismo!
O § 5º da Declaração e o Programa da Ação de Viena de 1993 fez a opção pelo Universalismo cultural em detrimento da concepção relativista.Compreende-se, finalmente que a diversidade cultural (relativista) não pode ser invocada para justificar violações aos direitos humanos.
Desse § 5 é que nasce os quatros princípios contemporâneos dos Direitos Humanos, (Viena 1993) 
- universalidade
- indivisibilidade
- interdependência
- interrelacionariedade
Novos princípios de direitos humanos à luz da Declaração e Programa de Ação de Viena de 1993.
- princípio da universalidade – dizer que os direitos humanos são universais significa que basta a condição de ser humano/pessoa para que se possa vindicar/reclamar tanto numa instância quanto num foro internacional a proteção desses mesmos direitos. Em outras palavras, a universalidade dos direitos humanos significa que não há outra qualquer condição para se vindicar um direito se não a de ser pessoa humana.
- princípio da indivisibilidade – (é a teoria contrária das Gerações de Direitos). São indivisíveis porque os direitos de 1ª geração (ou dimensão) não serão plenos sem a configuração e positivação dos direitos econômicos, sociais e culturais. Os direitos de uma geração não sobrevivem sem os direitos de outra geração, pois nisso os direitos se conjugam, se acumulam (um direito nãoanula o outro), não sendo estanques.
- princípios da interdependência - significa que um direito depende do outro. Os direitos devem ser somados/cumulados, e a vítima pode escolher o melhor direito para o seu caso concreto. É a possibilidade que se tem de usar vários direitos concomitantemente em detrimento da exclusão de um pelo outro.
- princípio da interrelacionariedade – significa que os sistemas de proteção dos direitos humanos podem ser utilizados indistintamente. Em outras palavras, quer dizer que a vítima pode escolher o sistema regional de proteção que melhor lhe ampare.
Os sistemas regionais de direitos humanos não se preocupam com a nacionalidade da vítima. Tendo ocorrida violação dos direitos humanos em alguns dos 3 continentes (africano, europeu, interamericano) pode a vítima ir ao tribunal respectivo para salvaguardar a proteção desse seu direito.
Os 3 sistemas regionais de direitos humanos atualmente existentes contam com seus Tribunais respectivos (Corte Européia, Corte Interamericana, Corte Africana).
Porém, atualmente, apenas a Corte Européia de direitos humanos (reformada pelo Protocolo n. 11 de 1998) é que pode receber diretamente as petições, queixas ou comunicações de violação aos direitos humanos (os quais terão seu juízo de admissibilidade feito por uma turma de juízes, cinco juízes, convocados para tal). Isto não acontece nos sistemas interamericanos e africanos que ainda contam com uma comissão regional de direitos humanos estabelecida para esse mister.
Se essa comissão entender deve a petição não ser aceita, o procedimento não vai à Corte (o processo / procedimento morre)
Impacto da Declamação Universal de 1948 no:
a) plano internacional: um primeiro impacto internacional seria a citação da Declaração Universal em todos os instrumentos de proteção aos direitos humanos, quer globais quer regionais.
b) no plano interno: o grande impacto da Declaração Universal é o fato de ela ter sido copiada por várias constituições, leis infraconstitucionais. Isso mostra o impacto que ela causa aos diversos ordenamentos jurídicos.
PACTOS DE NOVA YORK DE 1966.
INTRODUÇÃO:
Engloba: 
1- Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos - PIDCP
2- Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais-PIDES
Tem por finalidade dar operacionalidade prática à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Prevê mecanismos de monitoramento – são mecanismos por meio dos quais a ONU confere como está a proteção dos Direitos Humanos dentro de determinados Estados e aplica as soluções possíveis.
O Brasil já ratificou esses dois pactos.
A finalidade estes pactos é complementar a Declaração Universal dando a ela juridicidade.
Segundo Lindgren Alves a decisão contrária a elaboração de um instrumento único insistia nas diferentes gerações de direitos sobre o seguinte e principal argumento: “.... enquanto a proteção dos direitos civis e políticos (1º geração) é de realização imediata, a dos direitos econômicos sociais e culturais é de realização progressiva ou não imediata.
Outro argumento para realização de dois pactos foi a dificuldade de estabelecimento de mecanismos comuns de monitoramento aos dois pactos.
* Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966)
Ele regulamenta a primeira parte da Declaração Universal dos Direitos Humanos e foi mais amplo que aquele, além do que melhor detalha os artigos.
O Brasil é parte do PIDCP (Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos) desde 1992
Observação: PIDCP, no art. 1º não fez referência a Estado nem países, mas sim fez referência a povos, territórios não autônomos, sob tutela, estados clientes, vassalos e protetorados.
MECANISMOS DE MONITORAMENTO
PIDCP (1966)= COMITÊ
1- Relatório
2- Queixas interestatais 
3- Queixas Individuais – protocolo – o Brasil ainda não ratificou o protocolo facultativo, portanto não está sujeito à sua jurisdição deste Comitê.
As queixas individuais não foram previstas pelo PIDCP.
Protocolo facultativo – prevê as queixas individuais, mas o Brasil ainda não ratificou este protocolo facultativo das queixas individuais.
O Brasil só ratificou os relatórios e queixas interestatais desde 1992 . 
Dec. 311, 16/6/2009
1) Relatório – por meio desse sistema o Estados são obrigados a uma vez por ano relatar suas violações de Direitos Humanos para as Nações Unidas
Crítica: os relatórios não retratam a verdade, na realidade são fantasiosos.
2) Queixas interestatais – é o método por meio do qual os Estados podem delatar-se entre si, queixando-se uns dos outros. Qualquer Estado do mundo que for parte do PIDCP.
Observação: Desde a instituição dos Pactos em 1966, esse mecanismo de queixa/relatório nunca foi utilizado, pois os Estados têm acordo tácito para não se queixarem um dos outros, não obstante esse mecanismo tenha sido pioneiro em ralação aos demais mecanismos de proteção aos Direito Humanos atualmente.
O Comitê de Direitos Humanos não pode receber denúncia de violação de Direitos Humanos do Brasil, pois o Brasil não é parte deste protocolo.
Requisitos (art. 5, § 2º do Protocolo) das queixas individuais, previstos no protocolo facultativo do PIDCP para ingressar no Comitê:
- para que a parte possa ir ao comitê ela tem que ter esgotado todos os recursos internos, chamado de princípio do esgotamento prévio dos recursos internos disponíveis.
- na conhecer a petição se ela for: anônima, quando nela estiver abuso de direito, nem violar dispositivo do pacto.
 Ver arts. 3º e 5º do Protocolo.
Quando o Comitê não examina nenhuma comunicação quando a questão está pendente de julgamento por outro tribunal, ou seja, é a inexistência de litispendência internacional. (ver art. 2 do protocolo). Não vai ser examinadoa a questão se houver litispendência (em instância de inquérito ou decisão)
O particular esgotou todos os recursos internos disponíveis. Esta regra não se aplica se os processos de recursos excederem prazos razoáveis. No caso do Brasil o Comitê aceita todos as petições vindas do Brasil, pois demoram anos para julgar recurso.
2) Pacto de Direito Econômicos, Sociais e Culturais
PIDESC
1- complementou a Declaração
2- foi mais amplo
3- seus direitos compõem aquilo que José Afonso da Silva chamou de normas programáticos, aquelas que estabelecem um programa de ação social e devem ser complementadas pelo legislador.
A principal diferença entre o PIDESC e PIDCP, diz respeito as obrigações jurídicas de 1 e outro:
- enquanto a PIDCP traz aos Estados obrigações jurídicas imediatas o PIDESC traz obrigações jurídicas mediatas, mas traz obrigações jurídicas. Em outras palavras o PIDCP tem auto-aplicabilidade e o 2º tem aplicabilidade progressiva.
A partir de 2006 não é mais Comissão de Direitos Humanos e sim Conselho de Direitos Humanos.
ATENÇÃO: o Conselho Econômico e Social, tem como sub-organização um Conselho de Direitos humanos, ou seja, este é vinculado ao Conselho Econômico e Social.
Sistema Regional Interamericano
1- Carta do ECA (1948)
2- Declaração Americana de Direito e deveres do homem 1948
3- Pacto de San José (1969)
4- Protocolo de San Salvador (1988)
INTRODUÇÃO: CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
a) comissão interamericana
b) corte interamericana
c) processamento do Estado perante o sistema interamericano
1) Foi assinada em São José da Costa Rica, em 1969, mas só entrou em vigor em 18 de julho de 1978, quando atingiu o quorum mínimo de ratificação (11 paises) 
Cronologia:
- 1969 – assinatura
- 1978 – entrada em vigor internacional
- 1992 – ratificação brasileira
- 1998 – a partir de 98 é que o Brasil aceitou a competência contenciosa da Corte, através da Dec. Legislativo 89/98 – adesão à competência contenciosa.
2- Princípio da coadjuvância ou da complementaridade da Convenção
3- Estrutura da Convenção Americana / Pacto de São José da Costa Rica
Tem 3 partes: preâmbulo, parte dispositiva e disposições finais e transitórias.
Mas, na verdade consideram-seduas grandes partes:
na primeira são elencados os direitos civis e políticos dos cidadãos do continente americano: à vida, à liberdade, crença, nome, nacionalidade. (correspondente ao artigo 5º da Constituição).
Esta convenção americana, ou seja, o Pacto de São José da Costa Rica não traz nenhum direito econômico e social como saúde, trabalho, ambiente, lazer, segurança, previdência social ela não traz (só traz direitos civis e políticos. Art. 26)
ATENÇÃO o capítulo 3 art. 26 – fala em direitos econômicos e sociais, mas não traz nenhum.
Estes foram implementados pelo Protocolo de San Salvador .
Para proteção desses direitos, criou-se dois grandes órgãos de monitoramento: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
- a Comissão tem sede em Washington
- a Corte tem sede em San José da Costa Rica
- a Comissão iniciou-se seu funcionamento em 1960, como órgão da OEA, já existia antes do Pacto. Após o Pacto ela foi encampada por ele. Existe um desdobramento funcional como órgão do OEA e como órgão da Convenção.
Composição: sete membros eleitos a título pessoal pela Assembléia Geral da OEA. São membros as pessoas e não Estados.
Representa todos os Estados da OEA.
Funções: art. 41
Comissão – em Washington
O indivíduo que teve seus direitos violados, envia sua queixa para a Comissão. Se ela entender que houve a violação (juízo de admissibilidade), ela encaminha a petição à Corte (em São José). A Corte fará o Juízo de mérito. Se esta entender que houve violação, ela condena o Estado que vai ter que pagar uma indenização à vítima. Ex: Caso Maria da Penha.
Na verdade a vítima propõe uma ação de responsabilidade civil do Estado, é um verdadeiro processo civil – geralmente o objeto é uma indenização, ou uma reparação – uma retratação à memória da vítima.
2- A Corte interamericana de Direitos Humanos – a Corte diferentemente da Comissão, é órgão apenas da Convenção Americana.
Nasceu em 1978, quando a Convenção entrou em vigor e está sediada em San José da Costa Rica. Só funcionou em 1980 – quando julgou o 1º caso que não foi julgamento e sim um parecer consultivo e sete anos mais tarde, em 87 a 1ª sentença.
É composta por sete juízes de nacionalidade de um dos Estados-parte da OEA: Atenção não precisa ser juiz de Estado-parte da convenção, basta ser parte da OEA.
Ela tem duas competência: uma contenciosa e outra consultiva
a) contenciosa – tem que ser aceito expresso pelo Estado de aceitação. O Brasil desde (1998) aceita esta jurisdição.
b) consultiva – é imediata, a partir da ratificação (o Brasil desde 1992). É aquela que a corte tem de responder consultas, dúvidas ou indagações no que tange à interpretação da convenção. Não tem caráter jurídico vinculante, mas vincula sobre o aspecto moral, de fato.
A corte admite juiz ad hoc, desde que não seja do Estado parte de onde provem a queixa individual. Só se admite consulta sobre dispositivos da convenção.
Competência contenciosa: emite sentença jurisdicional, ou seja, não é “sentença estrangeira”, na expressão do art. 105 da C, pois sentença dos tribunais internacionais não são passíveis de homologação.Serão executadas na Justiça Federal
As condenações do Brasil foram pagas com recurso do Fundo de Direitos Humanos e são pagas à vítima.
 PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA É CHAMADA DE ENDOSSO
Ex.
1- Caso Nottebohn (1945)
Alemanha não ofereceu proteção diplomática à Nottebohn que vai à Diechtenstein e lá se naturaliza, oferecendo-lhe proteção diplomática contra a GUATEMALA. A Corte Internacional julgou improcedente.
2- Haya de La Torre (1950). Neste caso Haya entre na Colômbia e lá requer proteção diplomática (ele não era nacional do país.
3- Rafael Canevaro (1918)
Era filho de italiano e viveu no Peru praticando atos ilícitos e enriqueceu. Como ele tinha duas nacionalidades, ele escolheu uma para se proteger. Logo ele correu para Itália e pediu proteção, pois Peru estava lhe tirando os bens. Sim pode escolher qual país vai proteger, desde que esteja em um terceiro Estado. A pessoa que tem dupla nacionalidade pode escolher um país para lhe proteger.
Condições para a concessão da proteção diplomática: (ENDOSSO é a proteção diplomática) ser a vítima pessoa física ou jurídica, nacional do Estado reclamante. (Em caso de dupla nacionalidade a vítima pode escolher o Estado que lhe concederá o endosso, a menos que esse Estado lhe proteja contra outro Estado do qual a vítima também é nacional, ou não pode jogar um país contra o outro.
Ter a vítima esgotado os recursos de jurisdição interna ou os atos processuais necessários para levar o seu caso ao último grau de jurisdição nacional. No caso do Brasil, dependendo do caso será STF ou STJ (é o esgotamento prévio dos recursos internos).
OBSERVAÇÃO: No Pacto São José da Costa Rica este requisito é mitigado!
Exemplo é o art. 46 do Pacto São José da Costa Rica

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