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Profa Jane Marlei Boeira Bioquimica II 18/09/2012 1 METABOLISMO DOS LIPÍDEOS: -Oxidação BIOQUÍMICA II Profa. Jane Marlei Boeira 08/10/2014 2 Oxidação de Ácidos Graxos Roteiro da aula o Introdução o Captação e mobilização dos lipídios da dieta o Local da oxidação o Ativação e transporte dos AG para a matriz mitocondrial o Beta-oxidação de AG de número par de carbonos o Regulação da oxidação dos ácidos graxos oMetabolismo de corpos cetônicos Introdução Os lipídios apresentam várias funções: o Função Energética o Termogênese o Transdução de Sinal o Hormonal o Antioxidante o Estrutural (membranas celulares) o Proliferação e Diferenciação Celular o Isolamento Térmico oMetabolismo do Cálcio o Coagulação Sangüínea08/10/2014 3 08/10/2014 4 Triacilgliceróis dos Adipócitos Lipídios da Dieta Alimentar Biossíntese a partir de Glicose e Aminoácidos Fontes de Ácidos Graxos para a Oxidação 08/10/2014 5 Tipos de Oxidação Sofridas Pelos Ácidos Graxos HOOC - CH2 - CH2 - (CH2)n - CH3 C1 a-oxidação Ca C -oxidação w-oxidação Cw Local da Oxidação dos AG A -oxidação e a a- oxidação dos AG de cadeia muito longa e de cadeia ramificada ocorrem nos peroxissomos* * Peroxissomos – vesículas membranosas cujas enzimas catalisam reações de oxidação do peróxido de hidrogênio (H2O2) A w-oxidação de AG ocorre no retículo endoplasmático Profa Jane Marlei Boeira Bioquimica II 18/09/2012 2 7 Local da Oxidação dos AG 08/10/2014 A -oxidação de AG de cadeia curta, média e longa ocorre na matriz mitocondrial • 1948: EP Kennedy e A. Lehninger: – enzimas da -oxidação: matriz mitocondrial 08/10/2014 8 Estados metabólicos em que ocorre oxidação: • Estado alimentado • Jejum • Inanição • Exercício físico • Diabetes Utilização dos ácidos graxos para produção de energia 08/10/2014 9 A utilização dos AG como fonte de energia necessita de 3 estágios: o Mobilização dos lipídeos o Ativação e transporte do ácido graxo para dentro da mitocôndria o Degradação até Acetil-CoA que é processada pelo Ciclo do Ácido Cítrico β-Oxidação Mitocondrial Mobilização dos AG 08/10/2014 10 Os lipídeos armazenados no tecido adiposo podem ser degradados para fornecer reservas energéticas Para isto os lipídios têm de ser mobilizados: os TAG são degrados a AG e Glicerol e são liberados do tecido adiposo e transportados aos tecidos que precisam de energia 08/10/2014 11 08/10/2014 A degradação dos TAG ocorre por uma lipase controlada por glucagon e epinefrina. Estes hormônios disparam receptores que ativam a adenilato ciclase que aumenta os níveis de AMPc a qual estimula uma protéina quinase e, esta por sua vez, ativa a lipase que degrada os TAG Hormônios induzem lipólise (degradação de TAG) nos adipócitos 12 Profa Jane Marlei Boeira Bioquimica II 18/09/2012 3 Degradação dos TAG A lipase hidrolisa triacilgliceróis a ácidos graxos livres (AG) 08/10/2014 13 Os AG liberados não são solúveis no plasma e a albumina liga-se à eles e os transporta Degradação dos TAG 08/10/2014 14 O glicerol é absorvido pelo fígado, fosforilado e oxidado à dihidroxiacetona- fosfato e convertido em Gliceraldeído 3- P, intermediário da glicólise e gliconeogênese Ativação dos Ácidos Graxos A ativação ocorre no citosol Para seguir a rota oxidativa, os ácidos graxos precisam ser ativados, formando os acil-CoA graxos. Neste processo há o acoplamento de duas reações e o consumo de duas ligações ricas em energia (= gasto de 2ATP) 08/10/2014 15 16 As Acil-CoA sintetases promovem ativação dos AG Local da enzima: membrana mitocondrial externa 08/10/2014 17 Transporte através da membrana mitocondrial interna • Uma Acil-CoA graxo de cadeia longa não pode atravessar a MMI • Porção acil- é primeiramente transferida à Carnitina 08/10/2014 18 Fontes de Carnitina Profa Jane Marlei Boeira Bioquimica II 18/09/2012 4 08/10/2014 19 Mecanismo de entrada do AG no interior da mitocôndria 08/10/2014 20 A -oxidação ocorre na matriz mitocondrial, pela quebra de unidades de 2 carbonos O acetil-CoA formado em cada volta entra no ciclo de Krebs para ser oxidado, ou acumula na mitocôndria, levando à formação de corpos cetônicos. Os carbonos dos AG são convertidos em acetil-CoA e durante este processo ocorre a formação de NAD e FAD reduzidos 08/10/2014 21 A -oxidação do acil-CoA graxo pela ocorre em 4 reações: a a 1 2 3 4 2. Hidratação da ligação dupla pela enoil-CoA-hidratase 3. Desidrogenação dependente de NAD + do -hidroxiacil-CoA pela 3-L- hidroxiacil- CoA-desidrogenase, formando um -cetoacil-CoA 1. Formação de uma dupla ligação trans a - por meio da desidrogenação, pela flavoenzima acil-CoA-desidrogenase 4. Clivagem da ligação Ca -C em reação de tiólise com CoA, catalisada pela -cetoacil-CoA- tiolase, formando acetil-CoA e um novo acil-CoA com 2 C a menos 08/10/2014 22 1. Desidrogenação 2. Hidratação 08/10/2014 23 3. Desidrogenação 4. Clivagem 08/10/2014 24 Profa Jane Marlei Boeira Bioquimica II 18/09/2012 5 08/10/2014 25 Acetil-CoA é o produto final da - Oxidação dos AG com no par de C Ác Palmítico = 16 C 8 unidades de Acetil- CoA em 7 ciclos Ác Esteárico = 18 C 9 unidades de Acetil- CoA em 8 ciclos 08/10/2014 26 Outras Rotas -Oxidação Destinos da Acetil-CoA Acetil-CoA Ciclo de Krebs Corpos Cetônicos O destino metabólico da acetil-CoA originada da oxidação de ácidos graxos depende do momento metabólico e do tecido. 08/10/2014 27 -Oxidação Os eritrócitos não possuem mitocôndria, logo não podem oxidar ácidos graxos via β-oxidação O cérebro não utiliza os ácidos graxos como combustível energético, pois estes não passam com eficiência a barreira hemato-encefálica Tecidos que Não Utilizam a -Oxidação Os adipócitos não oxidam ácidos graxos para obtenção de energia 08/10/2014 28 Palmitato (16 C) Rendimento energético Ativação - 2 ATP oxidação 8 acetil-CoA 8 voltas do ciclo de Krebs 7 NADH 7 FADH2 21 ATP 14 ATP 24 NADH 8 FADH2 72 ATP 16 ATP 8 GTP 8 ATP TOTAL: 129 ATP Considerando que a fosforilação oxidativa mitocondrial produz 2 ATP por FADH2; 3 ATP p/ NADH e 1GTP = 1ATP Acil-CoA desidr. -Hidroxiacil-CoA desidr. (3)Isocitr.; (4)a-Cetoglut.; (8) Malato desidr. (6) Succinato desidr. (5)Succinil-CoA sintet. Acil-CoA sintetase 08/10/2014 29 No adipócito, a adrenalina (exercício) e o glucagon (jejum, inanição, diabete não tratado) ativam, via AMPc, uma lipase hormônio-sensível, que catalisa a hidrólise de triacilgliceróis. Os ácidos graxos são transportados pela albumina sérica aos tecidos, onde são oxidados. O glicerol fará gliconeogênese no hepatócito. Regulação da Oxidação - Hormonal - Regulação da oxidação dos AG 08/10/2014 30 Fator limitante na regulação da oxidação: – suprimento de glicose (carboidratos) Necessidade de síntese de AG [Malonil-CoA] inibem a carnitina acil-transferase I Oxidação AG Profa Jane Marlei Boeira Bioquimica II 18/09/2012 6 Oxidação dos AG insaturados • Ligas duplas em configuração cis não sofrem ação da enoil-CoA hidratase • O problema é contornado por 2 outras enzimas: isomerase e redutase -oxidação de um AG monoinsaturado As duplas ligações do AG insaturado está na configuração cis e NÃO podem sofrer aação da enoil-CoA hidratase. Converte a ligação dupla cis-3 em trans-2, resultando num substrato para enoil-CoA-hidratase 3 2 Problema 1: Ligação dupla Problema 2: Ligação dupla 4 2,4-dienoil-CoA -oxidação de um AG poli-insaturado -oxidação (3 ciclos) -oxidação (um ciclo e primeira oxidação do segundo ciclo 2,4-dienoil-CoA Ligação dupla entre C3-C4inibe a enoil- CoA-hidratase -oxidação (4 ciclos) Oxidação de AG de cadeia ímpar rendem várias moléculas de acetil-CoA e, na última etapa, uma molécula de propionil-CoA, o qual é convertido em succinil- CoA p/ entrar no CK Requer o grupo prostético Biotina e ATP Utiliza Vitamina B12 08/10/2014 36 Comparação entre a - oxidação na mitocôndria e nos peroxissomos O sistema peroxissomo difere do sistema mitocondrial: 1. Os elétrons passam diretamente para o O2 gerando H2O2; 2. NADH formado no 2º passo oxidativo não pode ser reoxidado no peroxissomo, então os equivalentes redutores são exportados ao citosol e daí para as mitocôndrias; 3. Acetil-CoA produzido nos peroxissomos também é exportado à mitocôndria Profa Jane Marlei Boeira Bioquimica II 18/09/2012 7 08/10/2014 37 Triacilgliceróis como fonte de glicose nas sementes (via glioxilato) A -oxidação é um estágio em uma via que converte os estoques de triacilgliceróis em glicose nas sementes em germinação (via do glioxilato) 08/10/2014 38 A w-oxidação de AG no retículo endoplasmático Para AG de cadeia média; Via alternativa de oxidação Ácido Láurico 08/10/2014 39 Formação de corpos cetônicos Acetil-CoA produzida pela -oxidação de AG é oxidada no Ciclo de Krebs, mas uma fração significativa é convertida em corpos cetônicos nas mitocôndrias do fígado 08/10/2014 40 Formação de corpos cetônicos: formados em 3 etapas 08/10/2014 41 Formação de corpos cetônicos (cetogênese) 1. Condensação 2. Condensação 08/10/2014 42 3. Clivagem Profa Jane Marlei Boeira Bioquimica II 18/09/2012 8 08/10/2014 43 Conversão dos corpos cetônicos em Acetil-CoA O fígado libera acetoacetato e β-hidroxibutirato que são transportados pelo sangue aos tecidos periféricos Lá esses produtos são convertidos em 2 Acetil-CoA O succinil-CoA (Ciclo de Krebs) atua como doador de CoA 08/10/2014 44 Formação de corpos cetônicos e exportação a partir do fígado As condições que promovem a gliconeogênese (diabetes não tratado, redução da ingesta de alimento) desaceleram o CK (consumo de oxaloacetato) e aumentam a conversão de acetil-CoA em acetoacetato. A CoA liberada permite a - oxidação de AG 45 Quase todos os tecidos e células, com exceção do fígado e dos eritrócitos, utilizam corpos cetônicos como fonte de energia Corpos Cetônicos Falta a -acetoacilCoA- transferase (necessária na degradação ) Não possui mitocôndria 08/10/2014 46 Após 2 a 3 dias de jejum, o cérebro pode utilizar os corpos cetônicos como combustível energético Corpos Cetônicos 08/10/2014 47 O adipócito, NÃO utiliza os ácidos graxos como fonte de energia. Utiliza glicose e corpos cetônicos. Corpos Cetônicos 08/10/2014 48 Cetoacidose Hipercetonemia pH sangüíneo Extrema acidose pode levar ao coma e à morte [corpos cetônicos] no sangue Hipercetonúria [corpos cetônicos] na urina Cetonemia + Cetonúria = Cetose Cetose Diabética Profa Jane Marlei Boeira Bioquimica II 18/09/2012 9 08/10/2014 49 ReferênciasReferências BERG, J.J.; TYMOCZKO, J.L; STRYER, L. Bioquímica. 6ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 CAMPBELL, M.K. Bioquímica. 3ª ed. ARTMED, 2000. DEVLIN, T. M. Manual de bioquímica com correlações clínicas.São Paulo: Edgar Blücher Ltda, 2008. NELSON, D.L. e COX,M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger, 5ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2011 VOET, DONALD; JUDITH G; CHARLOTTE W. Fundamentos de bioquímica. Porto Alegre: Artmed, 2008.
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