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Ectoscopia O exame físico é realizado em duas etapas: Semiotécnica: inspeção e palpação. Sistematização: “organização” – segue a numeração abaixo. Avaliação do Estado Geral Avaliação subjetiva com base no conjunto de dados exibidos pelo paciente. É o que aparenta o paciente, visto em sua totalidade. Classificado em: bom, regular ou péssimo estado geral.(BEG, REG, E PEG). Serve para se compreender até que ponto a doença atingiu o organismo visto como um todo. É interpretado de acordo com a experiência de cada um. Alteração do nível de consciência(lucidez ou coma). Nesse ponto já teremos avaliado a inteligência do paciente. Implicam aspectos de avaliação neurológica e psiquiátrica definidos através dos dados abaixo. - Perceptividade: capacidade de responder a perguntas simples (ex: “Como vai?”) ou informar aspectos corriqueiros, como nome de familiares e endereço.+informar coisas corriqueiras (nome, endereço, data etc) - Reatividade: capacidade de reagir a estímulos inespecíficos, como por exemplo desviar os olhos e a cabeça para um ponto no qual é provocado barulho. Avalia-se também em relação à dor.(normalmente são estímulos sonoros; mas pode ser dor ou qualquer outro). - Deglutição: capacidade de levar os alimentos à boca e os deglutir.(ver o comportamento do paciente ao ser oferecido um copo d’agua). – tendinosos, patelar, pupilares, cutâneos. - Reflexos: resposta às manobras de algum reflexo tendinoso (ex: patelar) Com isso, classifica-se o nível de consciência de cinco maneiras diferentes. - Estado de vigília: percepção consciente do mundo exterior e de si mesmo.Todos os aspectos conservados - Coma grau I: é aquela no qual o comprometimento da consciência é leve, com leve queda da perceptividade e da reatividade (verbal ou em resposta à dor).– a deglutição é normal - Coma grau II: a perda da consciência é quase total, estando o paciente com sua perceptividade bastante reduzida. Responde apenas à estimulação dolorosa enérgica, e o faz desapropriadamente. Deglutição torna-se árdua e os reflexos são preservados. - responde apenas a estímulos dolorosos, deglutição com dificuldade. - Coma grau III: perda completa da consciência, perceptividade e deglutição nulas e nenhum estímulo doloroso é capaz de provocar reações. Apresenta arreflexia, relaxamento completo da musculatura e incontinência esfinctérica.– ainda tem atividade cerebral OBS.: desligamento de aparelhos já leva a morte. - Coma grau IV: além dos elementos referidos no grau III, há comprometimento das funções vitais, ou seja, perda da atividade cerebral. Fala a linguagem É bem relacionado à doenças neurológicas. A fala depende de mecanismos bastante complexos que compreendem o órgão fonador, os músculos da fonação e a elaboração. Os aspectos listados abaixo são considerados alterações da fala. Disfonia: é uma alteração do timbre da voz causado por algum problema no órgão fonador. A voz torna-se rouca, bitonal ou fanhosa. Dislalia: termo que designa alterações menores na fala, como troca de letras (“tasa” por “casa”). Disritmolalia: compreende distúrbios no ritmo da fala, tais como a gagueira e a taquilalia. Disartria: decorre de alterações nos músculos da fonação, incoordenação cerebral (voz arrastada) ou hipertonia no parkinsonismo (voz baixa, monótona e lenta). Disfasia: depende de alguma perturbação na elaboração cortical da fala, variando de alterações mínimas a perda total da fala. Pode ser de recepção, de expressão ou mista.– Problema neurológico: não consegue articular a fala. “O que é isso? – Mostra um objeto. A pessoa sabe o que é, mas não consegue falar” Disgrafia: perda da capacidade de escrever. Dislexia: perda da capacidade de ler. Avaliação do estado de hidratação “Balanço hídrico – o quanto ingeriu/eliminou”. Controle de eletrólitos É avaliado através dos seguintes parâmetros: - Alteração abrupta do peso - Alterações da pele quanto a umidade, elasticidade e turgor(“pele mais fina”) - Alterações das mucosas quanto à umidade(olha principalmente a língua e os olhos) - Fontanelas (no caso de crianças) – parte do crânio que ainda não fechou. Se estiver desidratada ele fica abaixada; o contrário fica abaulado. - Alterações oculares – profundos? - Estado geral Um paciente estará normalmente hidratado quando a oferta de líquidos e eletrólitos estiver de acordo com as necessidades do organismo. A desidratação é caracterizada pelos seguintes elementos: - Sede - Diminuição abrupta do peso - Pele e mucosas secas - Olhos afundados e hipotônicos - Fontanelas deprimidas no caso de crianças - Estado geral comprometido - Excitação ou abatimento psíquico - Oligúria(débito urinário entre 100 e 400 ml/dia) Sua classificação quanto a intensidade baseia-se na perda de peso: - Leve: perda de até 5% do peso - Moderada: perda de até 10% do peso - Grave: perda de mais de 10% do peso Sua classificação quanto a osmolaridadepega como elemento-guia o nível sanguíneo de sódio: - Isotônica: concentração de sódio está entre 130 a 150 mEq/l - Hipotônica: concentração abaixo de 130 mEq/l - Hipertônica: concentração acima de 150 mEq/l Altura e outras medidas antropométricas A única medida rotineira é a planta-vértice, ou seja, a altura total do indivíduo, que vai da planta dos pés ao vértice da cabeça. Envergadura: é a distância compreendida entre os extremos dos membros superiores, estando o indivíduo com os braços abertos, em abdução de 90º. Normalmente, a envergadura é equivalente à altura. Distância pubovértice: corresponde à distância entre a sínfise púbica e o ponto mais alto da cabeça. Distância puboplantar: corresponde à distância entre a sínfise púbica e a planta dos pés. As medidas acima citadas são importantes para avaliar o desenvolvimento físico. Envergadura: normalmente é proporcional ao tamanho do corpo. Peso Peso ideal: Através da regra de Broca, o peso ideal se aproxima do número de centímetros que excede um metro de altura e se expressa em kg, ou seja, se uma pessoa mede 1,70cm, seu peso ideal é de 70kg. Para a mulher, no entanto, pega o valor excedente em centímetros e subtrai 5% deste. Peso máximo normal: somam-se de 5 a 10% do peso ideal. Peso mínimo ideal: subtraem-se de 5 a 10% do peso ideal. O uso do IMC é mais disseminado pela facilidade de cálculo e de interpretação, além de ser aplicável à maioria dos pacientes adultos para se avaliar o estado nutricional. - Baixo peso: IMC menor que 19,9 - Normal: 20 < IMC < 25. - Sobrepeso: 25 < IMC < 29,9 - Obesidade I: 30 < IMC < 34,9 - Obesidade II: 35 < IMC < 39,9 - Obesidade mórbida: IMC acima de 40. A medida da circunferência abdominal logo acima da crista ilíaca é um procedimento simples e útil na avaliação de risco de doença mesmo com peso corporal normal. - Homens: até 102cm - Mulheres: até 88cm A medida da circunferência da cintura se dá pelo ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela. É usada para fazer a relação cintura-quadril, dividindo-se a medida da cintura pela do quadril. - Homens: RCQ < 0,9. - Mulheres: RCQ < 0,8 O peso pode variar em uma faixa ampla. - Magreza: significa apenas que o paciente está abaixo do peso mínimo normal. Pode ser constitucional (sem relação com enfermidade e é um traço genético) ou patológica. - Caquexia: designação dada ao estado de extrema magreza com comprometimento do estado geral do paciente. - Obesidade: distingue-se pela distribuição do tecido adiposo no organismo, podendo ser androide (gordura concentrada no tórax e no abdome) ou ginecoide (gordura se deposita nas coxas, nádegas e regiões próximas à pelve). Avaliação do estado de nutrição Deve ser sistematicamente avaliado de acordo com os seguintes parâmetros: - Peso - Musculatura - Panículo adiposo - Desenvolvimento físico - Estado geral - Pele, pelos e olhos No estado de nutrição normal, os elementos antes referidos se encontram nos limites normais (THANK YOU CAPTAIN OBVIOUS). Hiponutrição ou desnutrição é uma condição na qual o peso está abaixo dos valores mínimos normais,a musculatura é hipotrófica e o panículo adiposo escasso. Constatado esse estado, é necessário aprofundar sua análise de modo a classifica-la de acordo com o critério de Gomez. - Desnutrição grau I: déficit de peso superior a 10% - Desnutrição grau II: déficit de peso superior a 25% - Desnutrição grau III: déficit de peso superior a 40% Marasmo e Kwashorkor. Desenvolvimento físico É suficiente uma avaliação simplificada, levando-se em conta a idade e o sexo. Para isso, tomam-se como elementos básicos a altura e a estrutura somática. A altura deve ser comparada a medidas constantes das tabelas de valores normais. Já a estrutura somática não dispõe de tabelas. Deve-se avalia-la pela inspeção global, acrescida de informações a respeito do desenvolvimento osteomuscular. Outro aspecto relevante a se observar é a proporcionalidade entre os diversos segmentos do corpo. Hábito grácil: constituição corporal frágil e delgada. Apresenta ossatura fina, musculatura pouco desenvolvida junto de peso e altura abaixo do normal. Infantilismo: persistência anormal das características infantis na idade adulta. Hiperdesenvolvimento: sinônimo de gigantismo. Hipodesenvolvimento: sinônimo de nanismo. Fácies É o conjunto de dados exibidos na face do paciente. Normal ou atípica: aquela que não apresenta traço anatômico ou expressão fisionômica típicas de uma doença. Hipocrática: olhos fundos, parados e inexpressivos. Nariz afilado e lábios adelgaçados. Palidez cutânea e uma discreta cianose labial. Renal: edema predominante ao redor dos olhos e palidez cutânea. Leonina: pele espessa e com grande número de lepromas. Supercílios caem, nariz se espessa e alarga. Lábios grossos e proeminentes. Barba desaparece. Adenoidiana: nariz pequeno e afilado, boca sempre entreaberta. Parkinsoniana: cabeça inclina-se para frente e permanece imóvel nesta posição. Olhar fixo, supercílios elevados e a fronte enrugada conferem aspecto de espanto. Basedowiana: seu traço mais característico reside nos olhos pra fora e brilhantes, destacando-se no rosto magro. Indica hipertireoidismo. Mixedematosa: rosto arredondado, pele seca, nariz e lábios grossos, acentuação dos sulcos. Pálpebras infiltradas e enrugadas. Cabelos secos e sem brilho. Destaca-se uma expressão fisionômica indicativa de desânimo e apatia. Acromegálica: proeminência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento do maxilar inferior, além do aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas. Cushingoide ou de lua cheia: arredondamento do rosto, atenuação dos traços faciais. Apresenta secundariamente o aparecimento de acne. Mongoloide: apresenta uma prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro, lembrando o tipo de olhos dos chineses. Acessoriamente, nota-se um rosto arredondado, boca quase sempre entreaberta e uma expressão fisionômica de pouca inteligência. Depressão: cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante. Olhar muitas vezes permanece voltado para o chão. Pseudobulbar: tem como principal característica súbitas crises de choro e riso involuntárias, mas conscientes, dando um aspecto espasmódico. Paralisia facial periférica: chama a atenção pela assimetria da face, com impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxamento da boca para o lado. Hutchinson ou miastênica: caracterizada por ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. Do deficiente mental: traços faciais apagados e grosseiros, boca constantemente entreaberta, olhar desprovido de objetivo e os olhos se movimentam se se fixarem em nada. Etílica: olhos avermelhados e ruborização da face. Acompanha-se hálito etílico, voz pastosa e um sorriso meio indefinido. Esclerodérmica (de múmia): quase completa imobilidade facial. Pele se torna apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das pálpebras. Atitude e decúbito no leito Atitude como a posição adotada pelo paciente no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com o objetivo de conseguir alívio para algum padecimento. As atitudes voluntárias são: - Ortopneica: paciente permanece sentado à beira do leito com os pés no chão ou em uma banqueta, e as mãos apoiadas no colchão para melhorar um pouco a respiração, que se faz com dificuldade. - Genupeitoral: paciente posiciona-se de joelhos com o tronco fletido sobre as coxas, enquanto a face anterior do tórax põe-se em contato com o solo ou colchão. O rosto descansa sobre as mãos, que também ficam apoiadas no solo no chão. - Cócoras: pacientes descobrem, institivamente, que ela proporciona algum alívio da hipóxia generalizada. - Parkinsoniana: ao se pôr de pé, paciente apresenta semiflexão da cabeça, tronco e membros inferiores. Ao caminhar, parece estar correndo atrás do próprio eixo de gravidade. As atitudes involuntárias independem da vontade do paciente. São elas: - Passiva: quando o paciente fica na posição em que é colocado no leito, sem qualquer contratura muscular, caso de pacientes comatosos. - Ortótono: todo o tronco e membros estão rígidos, sem se curvarem para diante, para trás ou para um dos lados. - Opistótono: decorre da contratura da musculatura lombar, sendo observada nos casos de tétano e meningite. Corpo passa a se apoiar na cabeça e nos calcanhares, emborcando-se como um arco. - Emprostótono: é o contrário do opistótono. Ou seja, o corpo forma uma concavidade voltada para diante. - Pleurostótono: corpo se curva lateralmente. - Em gatilho: encontrada na irritação meníngea, caracteriza-se pela hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante. Musculatura Para a inspeção, não existe técnica especial; basta olhar atentamente a superfície corporal com o paciente em repouso, observando o relevo das massas musculares mais volumosas. A palpação é feita com as polpas digitais colocadas em forma de pinça, com o polegar em oponência aos demais dedos da mão. De início, palpa-se o músculo em estado de repouso e, em seguida, solicita-se ao paciente que faça uma leve contração do segmento que está em exame para se investigar o músculo em estado de contração. Quanto à troficidade (massa do músculo), classifica-se a musculatura como: - Normotrófica - Hipertrófica - Hipotrófica Quanto à tonicidade (estado de semicontração do músculo), classifica-se como: - Tônus normal - Hipertonicidade ou rigidez - Hipotonicidade ou flacidez Movimentos involuntários Tremores: movimentos alternantes que afetam principalmente as partes distais dos membros. Diferenciam-se em: -derepouso: surge durante o repouso e some com movimentos e o sono. É um tremor oscilatório em regra mais evidente nas mãos. - de atitude ou postura: regular, não muito grosseiro, acentuado pelas emoções. Surge quando um membro é colocado em determinada posição. - de ação: surge ou se agrava quando um movimento é executado. - vibratório: é fino e rápido, como uma vibração. Coreicos: desordenados de ocorrência inesperada e arrítmicos, multiformes e sem finalidade. Localizam-se na face, nos membros superiores e inferiores. Atetósicos: ocorrem nas extremidades e apresentam características muito próprias: são lentos e estereotipados, lembrando um movimento dos tentáculos de um polvo. Hemibalismo: abruptos, violentos, de grande amplitude, rápidos e geralmente limitados a uma metade do corpo. Mioclonias: contrações musculares breves, rítmicas ou arrítmicas, localizadas ou difusas, que acometem um músculo ou grupo muscular. Tem um aspecto de choque. Mioquinias: contrações do tipo ondulatório que surgem em músculos íntegros, principalmente no orbicular das pálpebras, quadríceps e gêmeos. Fasciculações: diferem-se das mioquinias por acometerem uma área muscular maior. Asterix (flapping): rápidos, de amplitude variável, ocorrem nos segmentos distais e apresentam certa semelhança com o bater de asas das aves. Tiques: aparecem em determinadogrupo muscular, repetindo-se sucessivamente. São domináveis pela vontade, e podem ser funcionais ou orgânicos. Podem ser motores ou vocais. Convulsões: movimentos musculares súbitos e paroxísticos que ocorrem de maneira generalizada ou apenas em um segmento do corpo. Podem ser: - Tônicas: mantidas permanentes e imobilizam a articulação - Clônicas: rítmicas, alternando contrações e relaxamentos em ritmo mais ou menos rápido - Tônico-clônicas: um misto das citadas acima. Tetania: crises exclusivamente tônicas quase sempre localizadas nas mãos e nos pés. O fenômeno em sua totalidade recebe a designação de sinal de Trousseau. Conhecido como “mão de parteira”. Discinesias orofaciais: movimentos rítmicos, repetitivos e bizarros que comprometem principalmente a face, a boca, a mandíbula e a língua, sendo expressos sob a forma de caretas. Distonias: costumam acometer porções maiores do corpo, inclusive o tronco, podendo resultar em posturas grotescas e contorcidas.
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