Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EFEITOS NOCIVOS Profª. Fernanda Khouri EFEITOS NOCIVOS Todos os fármacos são venenosos? “ A dosagem faz com que seja veneno ou remédio.” Paracelsus XVI Efeitos Nocivos Superdosagem Reações adversas EFEITOS NOCIVOS Organização Mundial de Saúde define reação adversa a medicamentos (RAM): qualquer efeito prejudicial ou indesejável, não intencional, que aparece após a administração de um medicamento em doses normalmente utilizadas para a profilaxia, o diagnóstico e o tratamento de uma enfermidade Administração de doses maiores do que as habituais (acidentais ou intencionais) Superdosagem EFEITOS NOCIVOS Testes em animais: Carcinogenicidade Teratogenicidade Toxicidade órgão-específica Testes em humanos -> avaliação da segurança Avaliação da toxicidade Determinação das reações adversas REAÇÕES ADVERSAS (RAM) Leve: Não requer tratamentos específicos ou antídotos e não é necessária a suspensão da droga Moderada: Exige modificação da terapêutica medicamentosa, apesar de não ser necessária a suspensão da droga agressora Grave: Potencialmente fatal, requer a interrupção da administração do medicamento e tratamento específico da reação adversa, requer hospitalização ou prolonga a estadia de pacientes já internados Letal: Contribui direta ou indiretamente para a morte do paciente REAÇÕES ADVERSAS (RAM) Relacionadas com a principal ação farmacológica: Tipo A Ex.: sedação com ansiolíticos • Manifestações clínicas compatíveis com a ação farmacológica da droga • Efeito reversível e possível de controlar reduzindo a dose REAÇÕES ADVERSAS (RAM) Não-relacionadas com a principal ação farmacológica: Tipo B Ex.: hepatotoxicidade com paracetamol • Manifestações clínicas podem não ser facilmente relacionadas ao uso do medicamento. REAÇÕES ALÉRGICAS A maioria dos fármacos não é imunogênica, mas pode agir como um hapteno Incidência geral de reações alérgicas: 2-25% erupções cutâneas Características clínicas conhecidas – mecanismos imunológicos sugeridos Hipersensibilidades tipo I, II, III e IV – mecanismos não relacionados com a principal ação do fármaco REAÇÕES ALÉRGICAS Liberação de histamina e leucotrienos: Choque anafilático Urticária Broncoconstrição Hipotensão Ex.: penicilina REAÇÕES ALÉRGICAS Ligação de anticorpos ao complexo fármaco-célula: Reações hematológicas Anemia hemolítica Trombocitopenia Ex.: sulfonamidas Ex.: heparina REAÇÕES ALÉRGICAS Deposição de imunocomplexos: Doença do soro Hepatite Nefrite Ex.: bupropiona REAÇÕES ALÉRGICAS Ligação de fármacos à proteínas próprias: Reações auto- imunes Distúrbio multissistêmico semelhante ao lúpus eritematoso Ex.: hidralazina GRUPOS DE RISCO Grupo I: extremos de idade Variações farmacocinéticas e/ou farmacodinâmicas Grupo II: gênero Fatores hormonais Grupo III: gestantes Variações farmacocinéticas Grupo IV: patologias Insuficiência hepática/renal Grupo V: variabilidade genética Polimorfismos Grupo VI: interações medicamentosas Sinergismos DIAGNÓSTICO DE RAM Critérios da OMS: 1. A compatibilidade da relação temporal entre a exposição ao medicamento e o evento observado 2. A farmacologia da droga (incluindo o conhecimento da ocorrência e frequência da RAM) e se estas são compatíveis com a manifestação clínica observada 3. Plausibilidade médica ou farmacológica (sinais e sintomas, testes de laboratório, anatomia patológica, mecanismos) 4. Possibilidade de exclusão de outras causas TRATAMENTO DE RAM Redução da dose Suspensão da administração do medicamento, temporária ou definitivamente Administração de outros medicamentos ou medidas terapêuticas que reduzam ou anulem os efeitos adversos Administração de um antagonista específico Tratamento dos sinais e sintomas provocados pelo medicamento REAÇÕES ADVERSAS Reações idiossincrásicas Superdosagem relativa Reações alérgicas Tipo A ou Tipo B Efeitos Nocivos Superdosagem Reações adversas E os efeitos colaterais? REAÇÕES ADVERSAS ANTICÂNCER CÂNCER Doença caracterizada pela multiplicação e disseminação descontroladas de células anômalas do próprio corpo Câncer X Neoplasia maligna X Tumor maligno CÂNCER Patogênese: Proliferação descontrolada Desdiferenciação - perda de função Metástase CÂNCER Patogênese: Proliferação descontrolada Divisão rápida: TGI e medula óssea Células cancerosas se desviaram do mecanismo que normalmente regula a divisão celular e o crescimento tecidual • Proto-oncogenes • Genes de supressão tumoral CÂNCER Patogênese: Proliferação descontrolada Proto-oncogenes: controlam divisão celular, apoptose e diferenciação celular Oncogenes Genes de supressão tumoral: “antioncogenes” – regulam alterações malignas CÂNCER Patogênese: Proliferação descontrolada Expressão da telomerase – 95% dos tumores malignos Angiogênese Resistência à apoptose CÂNCER Patogênese: Desdiferenciação – perda de função CÂNCER Patogênese: Metástase: tumor secundário formado por células liberadas do tumor primário (tráfego por vasos sanguíneos e linfáticos) FÁRMACOS ANTICÂNCER Quimioterapia: objetivo - produzir o maior número de destruição celular Células tumorais: Compartimento A – células em divisão (5%) Compartimento B – células em repouso, com capacidade de divisão Compartimento C – não são mais capazes de se dividir, mas contribuem para o volume do tumor FÁRMACOS ANTICÂNCER Alvo principal: divisão celular Efeitos adversos: Toxicidade à medula óssea; Comprometimento da cicatrização; Perda de cabelos/pelos; Dano ao epitélio gastrintestinal; Alteração do crescimento; Esterilidade. Afetam todos os tecidos normais em divisão rápida FÁRMACOS ANTICÂNCER Esquema terapêutico deve ser escolhido pelo oncologista Categorias: Fármacos citotóxicos Hormônios Anticorpos monoclonais FÁRMACOS ANTICÂNCER Fármacos citotóxicos: Agentes alquilantes: Substâncias capazes de formar ligações covalentes com nucleotídeos Interferem na replicação e transcrição Ex.: Ciclosfosfamida FÁRMACOS ANTICÂNCER Fármacos citotóxicos: Antimetabólitos: Análogos de purinas e pirimidinas: fármacos que são convertidos em “nucleotídeos falsos”. Ex.: fluoruracila Antibióticos citotóxicos: ação direta no DNA • Inibição da RNA polimerase Ex.: Dactinomicina FÁRMACOS ANTICÂNCER Fármacos citotóxicos: Derivados de plantas: Alcaloides da vinca (Catharanthus roseus): ligam-se à tubulina evitando a formação do fuso em células em divisão Ex.: Vincristina FÁRMACOS ANTICÂNCER Hormônios: Prática clínica: tumores que se desenvolvem em tecidos sensíveis a hormônios Dependência hormonal Hormônios com ações opostas Ex.: glicocorticoides (leucemias) - prednisolona Antagonistas hormonais Ex.: antiestrógenos (CA de mama) - tamoxifeno Ex.: antiandrógenos (CA de próstata) - flutamida FÁRMACOS ANTICÂNCER Anticorpos Monoclonais: • Liga-se ao seu alvo e ativa mecanismos imunes do hospedeiro e a célula cancerosa é destruída; • Ligam-se à receptores de fatores de crescimento, promovendo a apoptose
Compartilhar