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ANTINEOPLÁSICOS

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CUIDADO FARMACÊUTICO EM ONCOLOGIA 
Elaborado por Anelize Roveri Arcanjo 
O farmacêutico na Oncologia: 
 Orientação sobre o uso do medicamento 
 Monitoramento de toxicidades 
 Notificação de Reações Adversas a Medicamentos (RAMS) 
 Interações Medicamentosas 
 Orientação sobre a retirada de medicamentos na Secretaria de Saúde 
 Orientação sobre a importação de medicamentos 
 Armazenamento de medicamentos 
 Adesão à terapia 
 Auxílio no manejo de náuseas e vômitos, da dor, de obstipação, de diarreia. 
 Ajuste de dose por idade/ faixa etária, na insuficiência renal e hepática 
 Monitoramento dos níveis séricos de medicamentos 
CÂNCER: é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o 
crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo 
espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. 
OBSERVAÇÃO 1: Normalmente um tumor benigno demora aproximadamente 10 anos para se 
tornar maligno. 
Os tumores podem ser classificados quanto a diferenciação celular: 
 Diferenciado; 
 Moderadamente diferenciado; 
 Pouco diferenciado; 
 Indiferenciado 
O grau de diferenciação de um tumor está intimamente ligado as características 
morfofisiológicas das células malignas em relação ao tecido de origem. 
Fatores intrínsecos do câncer: 
 Idade: > 55 anos (maioria dos tumores) 
 < 15 anos (tumor do SNC, LLA) 
 Predisposição genética: 
Presença de genes que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer. Por exemplo: 
- APC na polipose familial do cólon/Ca de cólon; 
- Rb no retinoblastoma; 
- NF1 e NF2 na neurofibromatose 1 e 2. 
 Condições predisponentes não-hereditárias: 
- Inflamação crônica (p. ex. colite ulcerativa, gastrite por H. pylori, hepatite viral); 
- Condições pré-cancerosas (leucoplasia de vulva e pênis, gastrite cônica atrófica por anemia 
perniciosa); 
- Obesidade, consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares 
 Geográficos: 
- Incidência de câncer de estômago no Japão; 
- Melanoma na Nova Zelândia; 
- Câncer de pulmão na Bélgica. 
 Ambientais: 
- Exposição à radiação ionizante 
- Exposição à luz UV. 
- Exposição à agentes químicos (fenóis, asbesto, hormônios e drogas). 
- Exposição à agentes microbiológicos (vírus – EBV, HPV – H. pylori). 
“MOSAICO TUMORAL”: 
As células tumorais podem sofrer mutações e outras alterações genéticas ao longo do tempo. O 
mosaico tumoral pode ser composto por um conjunto de células diferentes entre si, com 
diferentes antígenos de superfície e expressão de proteínas. 
Epidemiologia: 
- Cerca de 70% das mortes ocorrem em países de baixa e média renda. 
- 2/3 dos casos de câncer ocorrem na Terceira Idade. O envelhecimento da população mundial 
acarretará no aumento da incidência de câncer nos próximos anos. 
- Os tumores de mama, cólon e colo de útero são os mais prevalentes nas mulheres, no Brasil. 
- Os tumores de próstata, pulmão e cólon são os mais prevalentes nos homens, no Brasil. 
 
Biologia do Câncer: 
 Autossuficiência nos sinais de crescimento: 
Proto-oncogenes, oncogenes e oncoproteínas: Genes que, quando ativados, expressam 
proteínas que induzem a proliferação celular maciça (reguladores positivos). 
Estas proteínas podem ter a função de: 
- Fator de crescimento (EGF, IGF, FGF, PDGF); 
- Receptor do fator de crescimento (EGFR, IGFR, PDGFR); 
- Proteínas transdutoras de sinal (RAS); 
- Fatores de transcrição (c-myc); 
- Ciclinas e quinases ciclinas-dependentes. 
 Insensibilidade aos sinais de inibidores de crescimento: 
Genes supressores de tumor: Atuam como reguladores negativos do crescimento celular; possui 
caráter recessivo, ou seja, é necessário que ocorra mutação ou deleção dos dois alelos do gene. 
Exemplos: p53, Rb, TGFβ e TGFβ-R 
 Evasão à apoptose: 
- Aumento na expressão de proteínas anti-apoptóticas (BCL-2). 
- Diminuição da expressão de proteínas pró-apoptóticas (BAX, BID, caspases). 
 Potencial de replicação ilimitado: 
Telomerases são enzimas que regeneram as porções finais da cadeia de DNA (telômeros). 
Os telômeros são porções de diversas bases nitrogenadas repetidas e têm por função proteger 
o DNA da ação de enzimas que possam degradá-lo - DNA fica mais susceptível a danos em sua 
estrutura. 
 Angiogênese sustentada: 
O processo de angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos) é parte primordial da 
tumorigênese. 
O tumor libera na circulação fatores de crescimento endotelial vascular (VEGF), que ativa a 
proliferação das células endoteliais formando, assim, um novo vaso. 
 Invasão Tecidual e Metástases: 
Uma vez que o tumor se instala no órgão acometido, se não retirado, fatalmente necessitará de 
maior espaço para crescer. Para isso ele terá que invadir tecidos adjacentes por meio da ação 
de enzimas que degradam a matriz extracelular (MEC). 
 
METÁSTASE: Uma vez que o tumor invade os tecidos, as suas células podem disseminar-se por 
meio da circulação sanguínea (disseminação hematogênica) ou linfática (disseminação linfática). 
Modalidades Terapêuticas em Oncologia: 
 Cirurgia 
 Quimioterapia 
 Radioterapia 
 Imunoterapia 
 
1. CIRURGIA 
A Cirurgia é uma importante modalidade terapêutica em oncologia. A erradicação do tumor 
pode ser realizada por meio de cirurgia. 
A cirurgia oncológica visa a retirada do tumor. Busca-se a remoção do tumor com margens livres 
da doença, isto é, sem que fique doença residual no organismo do paciente. 
Modalidades cirúrgicas em oncologia: 
 Cirurgia Curativa: Visa a cura, remoção total do tumor e retirada de margens livres 
(regiões sem doença em torno do tumor) 
 Cirurgia Paliativa: Objetivo paliativo, não vai curar o câncer mas contribui com alívio de 
dor e/ou aumento do tempo de Sobrevida Global. 
 Metastasectomia: Remoção de metástases, importante procedimento principalmente 
em lesão secundária única. 
 
2. RADIOTERAPIA: 
O principal objetivo da radioterapia é a promoção de citorredução do tumor. Geralmente, 
emprega-se a radioterapia em conjunto com a cirurgia. 
Pode ser realizada antes e após a cirurgia, com ou sem quimioterapia. 
Modalidade terapêutica fundamental no manejo de emergência oncológica, como na Síndrome 
de Compressão Medular. 
 
3. IMUNOTERAPIA: 
Estimula células do sistema imune no reconhecimento, combate e destruição de células 
tumorais. 
Está revolucionando o tratamento de uma série de tumores, entre eles, Adenocarcinoma de 
Pulmão com expressão de PD-1 e Câncer de pele Melanoma. 
4. QUIMIOTERAPIA: 
- Substâncias químicas com ação na divisão celular. 
- Os antineoplásicos atual interferindo fases da divisão, podendo atuar como alquilantes, falsos 
metabólitos, inibidores de topoisomerase, inibidores de tirosina-quinase, etc. 
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MEDICAMENTOS: 
 
 TERAPIA ANTINEOPLÁSICA: 
 
Adjuvante: Após a cirurgia curativa, tendo o objetivo de eliminar células residuais locais ou 
circulantes, diminuindo a incidência de metástases à distância 
Neoadjuvante: Quimioterapia prévia à cirurgia. Tem por objetivo erradicar micrometástases, 
aumentando a chance de cura. Avalia-se a quimiossensibilidade in vivo, melhorando o resultado 
do tratamento local. 
EFEITOS DA TERAPIA ANTINEOPLÁSICA: 
Os benefícios devem ser superiores aos eventos adversos. 
Eventos Adversos: Náusea e vômito, Supressão da medula óssea (neutropenia, anemia e 
plaquetopenia), etc. 
Benefícios clínicos: Redução do tumor Melhora da qualidade de vida Controle de doença Cura. 
 
 
CÁLCULO DE DOSE DE MEDICAMENTOS EM ONCOLOGIA: 
Em Oncologia, as doses dos medicamentos são baseadas em Protocolos Científicos, geralmente 
conduzido pelas indústrias farmacêuticas e grandes centros de pesquisa, por exemplo 
MayoClinic, MD Anderson, John Hopkins, Memorial Sloan Kattering Cancer Center (MSKCC), etc 
As doses dos medicamentos antineoplásicos pode ser calculadas por: 
 Superfície Corpórea - (“y”)mg x SC(m²) 
 MiligramaX Peso - mg x kg 
 Área sob a Curva (AUC) - Cálculo de dose da Carboplatina (Fórmula de Calvert) 
 
 CÁLCULO DE SUPERFÍCIE CORPÓREA (M²): 
O cálculo da Superfície Corpórea (m²) em Oncologia é fundamental, pois mais de 85% dos 
antineoplásicos disponíveis no mercado oncológico têm suas doses calculadas a partir da 
Superfície Corpórea. 
Para o Cálculo da Superfície Corpórea: necessário dados como Altura(cm) e Peso(kg). 
Existe uma série de fórmulas utilizadas, sendo a mais empregada a Fórmula de Mosteller: 
 
ATENÇÃO: a mensuração do peso corpóreo do paciente oncológico é extremamente, como no 
cálculo de dose de antineoplásicos 
 CÁLCULO DE DOSE X PESO: 
Para calcular a dose de antineoplásicos pela regra mg x Peso (Kg), basta multiplicar a dose de 
quimioterapia preconizada pelo peso corpóreo do paciente, em quilos. 
Por exemplo: Paciente M.S, peso 60kg, iniciará tratamento contra um câncer de mama Her-2 
positivo com Trastuzumabe após protocolo AC: 
 
 CÁLCULO DE DOSE DA CARBOPLATINA: 
Para calcular a dose de carboplatina, utiliza-se a fórmula de Calvert 
Etapas: 
- Calcular o Clearance de Creatinina 
- Calcular a dose de carboplatina (fórmula de Calvert) 
 
 
 
 
 CÁLCULO DE ESTIMATIVA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR: 
A Estimativa de Filtração Glomerular é um importante parâmetro para se investigar a 
capacidade funcional dos rins. Para o Cálculo Estimativa de Filtração Glomerular é necessário 
o valor sérico de creatinina. O Cálculo pode ser realizado por uma série de fórmulas, tais como 
CockroftGault, MDRD e Sanaka. 
Uma das fórmulas mais utilizadas em Oncologia para a determinação da Taxa de Filtração 
Glomerular (TFG) em homens e mulheres é a Fórmula de Cockroft-Gault. A unidade de medida 
obtida pela fórmula é mL/min/1,73m 
 
 
 
 
1. AGENTES ALQUILANTES: 
 Primeiros medicamentos no Arsenal Terapêutico contra o Câncer. 
 Ligações covalentes entre o grupo alquil e grupamentos químicos presentes no DNA, 
RNA e proteínas. 
 A alquilação do DNA forma pontes dentro e entre as 2 hélices, fracionando segmentos 
do ácido nucleico; 
 Interfere na replicação e transcrição, ocasionando morte celular 
 São normalmente utilizados no condicionamento da medula óssea. 
 NÃO SÃO CICLO ESPECÍFICOS 
 
Dividem-se em 5 classes químicas: 
 Mostardas nitrogenadas (ciclofosfamida, ifosfamida, clorambucila, melfalano). • 
 Etileniminas (tiotepa). 
 Alquilsulfonatos (bussulfano, treossulfano). 
 Nitrosureias (carmustina, lomustina). 
 Triazenos (dacarbazina, temozolomida). 
 Outros agentes alquilantes: procarbazina e mitomicina. 
 
 MOSTARDAS NITROGENADAS: 
CICLOFOSFAMIDA (CTX,CPM): 
É um pró-fármaco, sofrendo biotransformação hepática. 
Indicações clínicas: linfomas, mieloma, leucemias, neuroblastomas, câncer de mama e outros. 
Efeitos colaterais: cistite hemorrágica. Ocorre devido metabólito tóxico α-acroleína, que lesiona 
o epitélio urotelial. Pode-se utilizar MESNA para uroproteção. Este fármaco se liga no epitélio 
urotelial, inibindo a ligação da acroleína. A dose de Mesna pode ser de 60-100% da dose de CTX. 
RAMS: 
- Leucopenia (dose-dependente) 
- Anemia 
- Trombocitopenia 
- Necrose tubular renal 
- Náusea e vômito (dose-dependente) 
- Dor abdominal e diarreia 
- Mucosite 
- Hemorragia gastrointestinal. 
- Esterilidade - recomenda-se preservação de oócito ou espermatozoide antes do início do 
tratamento. 
- Toxicidade do miocárdio 
 Segundo a American Heart Association, a ciclofosfamida pode causar toxicidade do 
miocárdio reversível e/ou exacerbar a disfunção miocárdica subjacente. A 
cardiotoxicidade induzida por ciclofosfamida pode ser fatal. O risco de cardiotoxicidade 
é dose-dependente. O uso concomitante de outros medicamentos potencialmente 
cardiotóxicos, como as antraciclinas, irradiação de tórax esquerdo e 
comprometimento renal aumentam o risco significativamente. 
- Toxicidade do SNC 
 A toxicidade em SNC pode resultar em encefalopatia e morte. Os sintomas de 
toxicidade de SNC geralmente são: sonolência, confusão, tonturas, desorientação 
tempo-espaço, alucinações, disfunção dos nervos cranianos, sintomas extrapiramidais, 
comportamento psicótico, convulsões, coma, neuropatia periférica, visão turva e 
incontinência urinária. Pode ser observado poucas horas após administração da 
ciclofosfamida e geralmente cessam em 2-3 dias após a descontinuação do 
tratamento. 
- Cistite hemorrágica e insuficiência renal aguda 
A cistite hemorrágica pode raramente ser grave ou fatal. Porém, dá muito desconforto ao 
paciente; A formação de cóagulos pode levar a Azotemia pós-renal - Insuficiência Renal Aguda 
A fibrose da bexiga também pode ocorrer, com ou sem cistite. A urotoxicidade é devida à 
excreção dos metabólitos da ciclofosfamida (Acroleína) na urina e parece ser dependente da 
duração da dose e do tratamento, embora possa ocorrer com o uso em curto prazo. 
- Síndrome Veno-Oclusiva 
 A ciclofosfamida pode ocasionar Síndrome Veno-Oclusiva, podendo levar o paciente à 
morte em poucas horas. ↑ Risco VOD: regime de condicionamento de transplante 
contendo CTX + TBI ou CTX + Bussulfano. A Síndrome Veno-Oclusiva (VOD) é uma 
condição grave e que pode levar o paciente à morte! São fatores de risco para VOD: 
disfunção hepática pré-existente, regimes de condicionamento de TMO (CTX, 
Bussulfano, TBI), radiação prévia a região abdominal e crianças com idade < 3 anos. 
Monitorar sinais ou sintomas de VOD hepática, incluindo: 
 Bilirrubina> 1,4 mg / dL, 
 Ganho de peso inexplicável 
 Ascite 
 Hepatomegalia ou dor inexplicável no quadrante superior direito 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: Moderado (30-60%) a muito alto (>90%) Dose-dependente. 
Excreção: < 30% na forma inalterada, 85-90% na forma de metabólitos. 
Mecanismo de Ação: Impede a divisão celular por meio da ligação cruzada e irreversível entre 
as fitas de DNA. Alquila o DNA, ocasionando dano permanente e indução a morte celular. 
 
 
 
 IFOSFAMIDA: 
Mecanismo de Ação: Liga-se irreversivelmente aos ácidos nucleicos que compõem o DNA, 
resultando em morte celular. Inibe a síntese de proteínas e DNA. 
Potencial emetogênico: ALTO 
Proteção urotelial com mesna 
RAMS: 
- Alopecia (83-90%); se terapia combinada (100%) - Cuidados com o couro cabeludo e cabelo 
devem ser reforçados, visto que alto potencial de alopecia 
- Acidose metabólica 
- Leucopenia 
- Anemia 
- Trombocitopenia 
- Hematúria - observa-se redução com o emprego de mesna 
- Hiperbilirrubinemia - ↑sérico de Transaminases (TGO/TGP) 
- Náusea e vômito 
- Anorexia 
- Flebite vascular 
- Insuficiência renal 
 A Ifosfamida pode ocasionar nefrotoxicidade, levando à insuficiência renal (aguda e 
crônica): Necrose renal parenquimatosa e tubular. O dano tubular pode ser retardado 
(meses a anos) e persistente. As manifestações renais podem incluir: ↓da taxa de 
filtração glomerular ↑Creatinina sérica Proteinúria, enzimúria, cilindrúria, acidose 
tubular, fosfatúria, glicosúria 
- Insuficiência hepática e Síndrome Veno-Oclusiva 
 A Ifosfamida pode ocasionar Síndrome Veno-Oclusiva, podendo levar o paciente à 
morte em poucas horas. 
- Toxicidade cerebral 
 A toxicidade em SNC pode resultar em encefalopatia e morte. Os sintomas de toxicidade 
de SNC geralmente são: sonolência, confusão, tonturas, desorientação tempo-espaço, 
alucinações, disfunção dos nervos cranianos, sintomas extrapiramidais, comportamento 
psicótico, convulsões, coma, neuropatia periférica, visão turva e incontinência urinária. 
Pode ser observado poucas horas após administração e geralmente cessam em 2-3 dias 
após a descontinuação 
- Cardiotoxicidade 
 Similar a cardiotoxicidade induzida pela Ciclofosfamida! A cardiotoxicidade induzida por 
Ifosfamida pode ser fatal. O risco de cardiotoxicidade é dose- dependente 
 
 
 BENDAMUSTINA: 
Mecanismo de Ação: Alquila o anel benzimidazol (análogo de purina), ocasionando a morte 
celular.Bendamustina 100mg/m² (D1, D2) *Os pacientes em uso de bendamustina devem receber 
alopurinol, a fim de reduzir os riscos de síndrome de lise tumoral 
 
RAMS: 
- Depressão da medula óssea 
- Aumento da creatinina sérica 
- Dano hepático - Hiperbilirrubinemia e ↑ TGO ↑ TGP 
 A Bendamustina pode ocasionar dano hepático, geralmente nos primeiros 3 meses de 
uso! Deve-se realizar monitoramento da função hepática. 
- Náusea 
- Êmese 
- Diarreia 
- Obstipação 
- Edema periférico 
- Insuficiência renal aguda 
- Dor de cabeça 
- Tontura 
- Fadiga 
 
 MELFALANO: 
Mecanismo de Ação: Inibe a síntese de DNA e RNA através da formação de ligações cruzadas. 
Atua em células tumorais em repouso e em divisão rápida (ciclo não específico). 
Principais protocolos: 
 Condicionamento de TCTH Alogênico: 
Carmustina: 300mg/m² (IV) no D1 
Etoposideo: 100mg/m² (IV) 12h/12h (D2 ao D5) 
Melfalano: 140mg/m² (IV) no D6 
RAMS: 
- Mucosite oral – preconiza-se o acesso central para a administração do melfalano. 
- Insuficiência renal aguda 
- Infertilidade 
 
2. ANTIMETABÓLITOS: 
As células neoplásicas possuem várias diferenças metabólicas quantitativas em comparação 
com as células normais, tornando-as mais sensíveis a diversos antimetabólitos ou análogos 
estruturais 
Os ANTIMETABÓLITOS são compostos que IMITAM as estruturas dos constituintes 
metabólicos normais, incluindo ácido fólico, pirimidinas ou purinas. Desta forma, inibem a 
síntese de DNA. Atuam por inibição das enzimas necessárias para a regeneração do ácido 
fólico ou para a ativação de purinas e pirimidinas necessárias para a síntese de DNA ou RNA 
nas células neoplásicas. 
Os antimetabólitos frequentemente matam as células na fase S. 
 
 ANÁLOGO DAS PIRIMIDINAS: 
CITARABINA (Ara-C): 
Indicações clínicas: leucemia mieloide aguda, linfoma. 
Efeitos colaterais: 
- Febre 
- Conjuntivite (usar corticoide) 
- Toxicidade cerebelar (nistagmos, disartria, sonolência e confusão) 
 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: alto (60-90%) 
Via de administração: IV, SC, intratecal 
Altas doses: Deve utilizar colírio de dexametasona, pelo menos 12 horas antes do início do 
protocolo com ARA-C High Dose para prevenção de Conjuntivite Química. 
 FLUOROURACIL: 
5- FLUOROURACILA (5-FU) é pró- fármaco. 
Indicações clínicas: carcinomas de mama, cólon, cabeça e pescoço. Uso tópico no tratamento 
de queratose actínica solar e carcinoma superficial de células basais. 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: muito baixo 
AJUSTE DE DOSE: Insuficiência hepática- sim 
A infusão contínua de FLUOROURACIL é vantajosa, pois o fármaco é dependente da fase S, e 
tem uma meia-vida curta, portanto pode afetar mais células tumorais na fase S do que a 
administração in bolus. 
Mecanismo de Ação: Fluorouracil é um antimetabólito análogo de pirimidina que interfere com 
a síntese de DNA e RNA. Após a ativação, o F-UMP (um metabolito ativo) é incorporado no RNA 
para substituir a base uracila e inibir o crescimento celular. O metabólito ativo F-dUMP inibe a 
timidilato sintetase, depletando o trifosfato de timidina (um componente necessário da 
síntese de DNA). 
 CAPECITABINA: 
CAPECITABINA é comprimido pró- fármaco. Metabólito ativo: fluorouracil. 
Indicações clínicas: câncer de colorretal metastático, câncer de mama metastático. Efeito 
colateral: síndrome mão pé, dermatites. 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: moderado (30-60%). 
AJUSTE DE DOSE: Insuficiência renal - sim 
Mecanismo de Ação: A capecitabina é um pró-fármaco do fluorouracil. Sofre hidrólise no fígado 
e nos tecidos para formar fluoruracila, que é a porção ativa. Fluorouracil é um antimetabólito 
de pirimidina fluorada que inibe a timidilato sintetase, bloqueando a metilação do ácido 
desoxiuridílico em ácido timidílico, interferindo no DNA e, em menor grau, na síntese de RNA. 
RAMS: 
- SÍNDROME MÃO E PÉ: Uma reação de pele causada pela quimioterapia. A pele se torna 
vermelha, inchada, dolorosa e com rachaduras 
Recomendações: 
 Hidratar a pele, principalmente mãos e pés, pelo menos 4x dia; 
 Hidratar antes de deitar, maior tempo de contato da pele com o creme hidratante; 
 Utilizar formulações a base de ureia e/ou bases não alcoólicas 
 Evitar o uso de meias e luvas sintéticas, que podem “abafar” a região e contribuir para 
piora do quadro. 
 Orientar o paciente que nos sinais de ressecamento, vermelhidão em pés e mãos, 
feridas, mucosite, queda de cabelo e outros sintomas, comunicar o médico oncologista. 
 GEMCITABINA: 
Indicações clínicas: adenocarcinoma de pâncreas, câncer de mama metastático, câncer de 
pulmão. 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: alto (60-90%) 
AJUSTE DE DOSE: Toxicidade hematológica 
MECANISMO DE AÇÃO: Os metabólitos difosfato (dFdCDP) e trifosfato (dFdCTP) de gencitabina 
inibem a síntese de DNA. dFdCTP incopora-se no DNA ocorrendo inibição completa da síntese 
de DNA 
 
Na Oncologia Clínica (tumores sólidos) o tempo de infusão de gencitabina deve ser de 30 
minutos. Quanto ↑ for o tempo de infusão (> 30 minutos), ↑ risco de mielotoxicidade 
(plaquetopenia e neutropenia) 
3. ANÁLOGOS DAS PURINAS: 
 MERCAPTOPURINA: 
MERCAPTOPURINA (6-MP) & TIOGUANINA (6-TG) 
É comprimido. 
Indicações clínicas: leucemia linfoide ou mieloide aguda. 
Mecanismo de ação: Age como um falso metabólito sendo incorporada ao DNA e RNA, inibindo 
sua síntese. 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: muito baixo (<10%). 
 
ATENÇÃO! Pacientes pediátricos podem necessitar de formulações líquidas a serem 
manipuladas em farmácias de manipulação que disponham de manipulação de citostáticos. 
 ANÁLOGO DO ÁCIDO FÓLICO: 
METROTEXATO: 
Indicações clínicas: leucemias, carcinomas de pulmão, mama, cabeça e pescoço, outros. 
Doenças não oncológicas: psoríase, artrite reumatoide. 
Vias de administração: oral, IM, IV, intratecal. 
Mecanismo de Ação: Tem alta afinidade pela diidrofolato redutase, ligando-se a ela de forma 
irreversível. A diidrofolato redutase é uma enzima necessária para a conversão do ácido 
diidrofólico em sua forma ativa (ácido tetraidrofólico), importante para a formação de purinas 
e timidinas. 
 
O Metotrexato se liga irreversivelmente a enzima diidrofolato, causando a inibição de síntese 
de bases púricas A / G. 
 
 
 
 
 
 
 Por que é necessário alcalinizar a urina com Bicarbonato de Sódio em caso de doses 
elevadas de Metotrexato? 
 
A alcalinização da urina (pH>7) por meio do uso de solução de Bicarbonato de Sódio 8,4% (50mL 
diluída em 250mL de SF0,9%), geralmente administra 2-3 bolsas (acesso central). Permite que o 
Metotrexato não seja reabsorvido no túbulo renal, significativamente. Daí então, excretado pela 
urina 
Resgate com Leucovorin (Folinato de Cálcio). 
RAMS: 
- Depressão da medula óssea NADIR 7-10 dias 
- Trombocitopenia 
- Leucopenia 
- Anemia 
- Insuficiência renal 
- Hepatotoxicidade, Insuficiência Hepática - ↑ Enzimas hepáticas, hepatite, fibrose hepática (uso 
crônico) 
- Diarreia 
- Vômito 
- Estomatite 
- Anorexia 
- Hemorragia gastrointestinal 
- Hematêmese 
- Hipotensão, pericardite, embolismo pulmonar, vasculite 
- Tontura 
- Cefaleia 
- Disfunção cognitiva (ChemoBrain) 
- Leucoencefalopatia 
- Eosinofilia, ↓ hematócrito 
- ↑ risco de Síndrome de Lise Tumoral 
- Agranulocitose 
- Hipogamaglobulinemia 
- Distúrbio linfoproliferativo 
- ↑ risco de trombose (Tromboses: venosa profunda, retinal, cerebral, arterial) 
- Altas Doses: confusão, hemiparesia, cegueira transitória, convulsão e coma. 
- Neurotoxicidade grave: ↑ em pacientes pediátricos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) 
 - Distúrbios de fala 
 
 
 
4. AGENTES INTERCALADORES 
- NÃO SÃO CICLO ESPECÍFICOS 
 
São medicamentos de origem natural, semissintéticos (origem de microrganismos) ou sintéticos. 
Mecanismo de ação: Intercalam-se entre os pares de bases da hélice do DNA, induzindo o seu 
desenrolamento. Também inibem a atividade da topoisomerase II, levando a quebras nas 
cadeias de DNA.Determinam dano celular pela formação de radicais livres que se ligam a 
membrana celular, proteínas e DNA. Ação máxima ocorre na fase S. 
 
 
 
 ANTRACICLINAS: 
Antibióticos produzidos a partir de cepas de Streptomyces peucetius. Exemplos: daunorrubicina, 
doxorrubicina, epirrubicina e idarrubicina. 
 
DAUNORRUBICINA: 
Indicações clínicas: Leucemia linfocitica aguda. 
Efeito colateral: Toxicidade miocárdica. 
Observar as doses cumulativas: 
 Dose máxima recomendada: 550-600 mg/m2 
 Se Radioterapia concomitante: 450 mg/m2 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: moderado (30-60%) 
 
DOXORRUBICINA: 
Indicações clínicas: leucemia, linfoma, mieloma múltiplo, osteosarcoma, outros. 
Mesmas recomendações para dose cumulativa. 
 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: moderado a alto (dose dependente). 
AJUSTE DE DOSE: Insuficiência renal –sim; Insuficiência hepática- sim 
 
MITOXANTRONA: 
Produz menos radicais quinonas - causam menos cardiotoxicidade. 
 
Indicações clínicas: Câncer de mama, leucemias agudas, outros. 
 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: moderado (30-60%). 
AJUSTE DE DOSE: Não há diretrizes. 
 
 
 
 O QUE É POTENCIAL EMETOGÊNICO? 
O potencial emetogênico de cada agente terapêutico quimioterápico é o principal determinante 
do risco de vômitos induzidos. Uma classificação de quatro níveis de emetogênese com base na 
porcentagem de pacientes que apresentam êmese aguda secundária ao uso de agentes 
quimioterápicos individuais na ausência de profilaxia inclui tanto agentes quimioterápicos 
endovenosos quanto orais. Esse sistema permite planejar regimes antieméticos adaptados para 
cada esquema quimioterápico. 
 
 
5. INIBIDORES DE TOPOISOMERASE: 
 
 
Mecanismo de ação: Inibição da Topoisomerase I– enzima nuclear. 
A medida que as fitas de DNA molde se desenrolam, o DNA à frente da forquilha de replicação 
é forçado a girar na direção oposta, fazendo com que moléculas circulares tornem-se torcidas 
sobre si mesmas. 
As topoisomerases catalisam a quebra e a reunião reversível das fitas de DNA, evitando que a 
nova fita enrole-se nela mesma! As quebras transitórias introduzidas por essas enzimas servem 
como elos móveis na cadeia e permitem que as duas fitas girem livremente. Com a inibição da 
topoisomerase, o DNA não consegue ser transcrito, levando assim, a apoptose. 
 
 INIBIDORES DA TOPOISOMERASE I: 
IRINOTECANO: 
ANÁLOGOS DA CAMPTOTECINA 
Mecanismo de ação: Interage com o complexo topoisomerase I-DNA, levando a morte celular. 
Eventualmente ocorre quebra nas 2 fitas de DNA, o que leva à parada em fase G2 ou à 
apoptose de células em fase S. 
É um pró-fármaco. 
Indicação clínica: carcinoma metastático de colón e reto 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: Alto (60-90%) 
Efeitos colaterais: Diarreia 
AJUSTE DE DOSE: Toxicidade hematológica e Diarreia 
RAM: Diarreia 
 Atropina pré medicação (evita diarreia). Pode ser repetida durante a quimioterapia, em 
caso de diarreia. 
 Checar se o paciente possui receita de medicamentos sintomáticos: 
 - Loperamida 4mg (antidiarreico) 
 - Ondansetrona 4mg (antiemético) ou outro medicamento 
- Dexametasona (1° e 2° dia pós QT) 
 Entrar em contato pós quimioterapia, com o objetivo de avaliar como o paciente se 
sente: 
- Houve alguma alteração nas fezes e frequência de evacuações? 
- Náuseas e/ou vômitos? 
- Como está a ingesta de líquidos? 
 
INIBIDORES DA TOPOISOMERASE II: 
PODOFILOTOXINAS 
VP-16 (ETOPOSIDO) e VM-26 (TENIPOSIDO): 
Mecanismo de ação: Complexam-se com enzima topoisomerase II. Após a quebra das 2 fitas de 
DNA, o reparo do DNA proporcionado pela topoisomerase II não ocorre, as quebras vão se 
acumulando, resultando em apoptose. 
SÃO CICLO ESPECÍFICOS – FASE S E G2 
 
ETOPOSIDEO: 
ALCALOIDE DE PLANTA- EPIPODOFILOTOXINA 
Indicação clínica: Linfomas, carcinoma de pulmão, tumor cerebral, etc. 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: Baixo (10-30%) 
AJUSTE DE DOSE: Insuficiência renal- sim; Insuficiência hepática- sim 
 
TENIPOSIDO: 
Indicação clínica: Leucemia linfoide aguda, câncer de pulmão. 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: Moderado (30-60%) 
 
 
6. COMPOSTOS DE PLATINA: 
Carboplatina, Cisplatina e Oxaliplatina 
 
São complexos de metal pesado com atividade citotóxica 
NÃO SÃO CICLO ESPECÍFICO- ATUAM PREFERENCIALMENTE NA FASE G1. 
 
Mecanismo de ação: Induzem ligações entre as 2 hélices de DNA e dentro da própria hélice, 
semelhante aos alquilantes. Inibe a replicação do DNA e transcrição do RNA. Interferem no 
metabolismo mitocondrial, transporte de fosfato, acúmulo de cálcio e montagem dos 
microtúbulos. 
Promove morte celular em todos os estágios do ciclo celular, inibe a biossíntese de DNA e liga-
se a este por meio da formação de ligações cruzadas entre filamentos. 
 
 CISPLATINA /CARBOPLATINA: 
Indicações clínicas: Melanoma, neuroblastoma, osteossarcoma, câncer de pulmão, outros. 
Efeito colateral: nefrotoxicidade, ototoxicidade (10- 30%). 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: < 50 mg/m2 moderado (60 – 90%); > 50 mg/m2 alto (90%) 
AJUSTE DE DOSE: Insuficiência renal-sim; Insuficiência hepática-não 
Diurese para minimizar nefrotoxicidade: Hiper-hidratação com solução de manitol 20% 
 
 OXALIPLATINA: 
É uma platina de 3ª geração. 
Indicações clínicas: Câncer colorretal metastático, cólon metastático e tumores 
gastrointestinais (cólon, pâncreas e estômago). 
Efeitos colaterais: Neuropatia sensorial periférica: parestesias em mãos e pés, formigamento, 
diminuição dos reflexos tendinosos profundos. 
Uso do sulfato de magnésio e gluconato de cálcio antes e após para diminuir os efeitos da 
neuropatia. 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: ALTO (60-90%) 
 
Protocolos de uso: FLOXnórdico, FLOX, FOLFIRINOX, mFOLFOX6, XELOX 
Mecanismo de ação: Liga-se irreversivelmente entre pares de bases orgânicas nitrogenadas do 
DNA. 
 
NEUROPATIA PERIFÉRICA 
O medicamento provoca danos ao sistema nervoso responsável pela transmissão da informação 
entre o cérebro e o sistema nervoso central a todas as partes do corpo. Ao sofrer danos nesse 
sistema, as informações ficam “distorcidas” para o resto do corpo, gerando sintomas como: 
formigamento, dormência, parestesia, sensibilidade ao toque ou fraqueza muscular. Os 
sintomas dependerão de qual nervo foi mais afetado. 
 
Os sintomas clássicos da NPIQ, incluem: 
 Perda sensitiva / alteração sensorial; 
 Parestesia; 
 Disestesia e dormência em mãos e pés, (efeito “stocking and glove”); 
 Dor neuropática; 
 Dificuldade de abertura da boca; 
 Dor em mandíbula; 
 Alteração de paladar; 
O uso de oxaliplatina aumenta o risco de neurotoxicidade e, por isto, é necessário o estudo de 
ferramentas de avaliação de distúrbios neurológicos. 
 
 
- Pode ser necessário redução da dose de oxaliplatina; 
- Monitorar os sinais e sintomas de neurotoxicidade juntamente a equipe multiprofissional. 
- Pode ser necessário que o médico oncologista prescreva medicamentos para tratatamento: 
gabapentina, amitriptilina, nortriptilina, etc 
 
 
 
 
 
 
 
7. AGENTES ANTIMICROTÚBULOS: 
 
 ALCALOIDES DA VINCA: 
São derivados da Vinca rosea. 
Mecanismo de ação: Ligam-se à tubulina e impedem sua polimerização em microtubulina, 
componente essencial para formação do fuso mitótico. As células neoplásicas ficam bloqueadas 
na metáfase. 
SÃO CICLO ESPECÍFICOS - ATUAM NA FASE M. 
 
VIMBLASTINA, VINCRISTINA, VINDESINA: 
Indicações clínicas: Linfoma, carcinomas de pulmão, cabeça e pescoço, mama. 
Efeitos colaterais: neurotoxicidade 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: muito baixo (<10%) 
 Vinorelbina: moderado (30-60%) 
QUALQUER ALCALOIDE DA VINCA, SE ADMINISTRADO INTRATECAL É FATAL!!! 
AJUSTE DE DOSE: Insuficiência hepática- sim 
 
TAXANOS: 
PACLITAXEL: 
Derivado natural do teixo ocidental (Taxus brevifolia) e teixo europeu (Taxus baccata). 
Indicações clínicas: câncer de mama, pulmão, ovário. 
Mecanismo de ação: Promove a montagem do microtúbulo por meio do reforço da ação dos 
dímerosde tubulina, estabilizando os microtubulos. Interfere com a fase G2 (mitose), inibindo 
a replicação celular. Desfigura os fusos mitóticos, resultando na quebra dos cromossomos. 
 
ATENÇÃO AO VEÍCULO! CREMOPHOR (óleo de castor polioxietilado) é um veículo oleoso e 
principal fator para ocorrência de reações infusionais. 
Efeito colateral: reação alérgica (~75%) 
POTENCIAL EMETOGÊNICO: muito baixo (<10%) 
AJUSTE DE DOSE: Insuficiência hepática – sim 
 
 O paclitaxel tem alto potencial de reação infusional. Atente-se a prescrição de 
difenidramina, corticoide, ranitidina previamente à administração. 
 A vincristina é FATAL se administrada por via INTRATECAL. 
 Atente-se a dose semanal de vincristina, pois um dos principais efeitos é a 
neurotoxicidade 
 
 
 
NEUTROPENIA 
Neutropenia febril (queda de neutrófilos) é uma complicação relativamente comum em 
pacientes oncológicos em uso de quimioterapia. 
QUIMIOTERAPIA geralmente causa MIELOSSUPRESSÃO 
 
TUMORES SÓLIDOS: 10-50% dos pacientes desenvolvem neutropenia 
TUMORES ONCO-HEMATOLÓGICOS: cerca de 80% dos pacientes desenvolvem neutropenia 
 
 
 
FARMACÊUTICO CLÍNICO VERSUS NEUTROPENIA: 
Na validação da prescrição médica de antineoplásico, a checagem dos exames laboratoriais 
pelo farmacêutico clínico é um processo fundamental para a segurança do paciente. 
 AVALIAÇÃO DO HEMOGRAMA: Atente-se aos resultados de NEUTRÓFILOS, PLAQUETAS 
E HEMOGLOBINAS. 
 Checar se o médico oncologista deixou prescrito G-CSF (Estimuladores de granulócitos); 
 Avaliar se a prescrição de G-CSF está de acordo com o protocolo de quimioterapia ou 
risco para neutropenia; 
 Orientação sobre o uso e aplicação de G-CSF; 
 Orientação sobre aquisição do medicamento (acesso). 
 
AVALIAÇÃO DO RISCO DE NEUTROPENIA / NEUTROPENIA FEBRIL: 
 
 
 
 
 
 
FATORES DE ESTIMULAÇÃO DE COLÔNIAS DE GRANULÓCITOS: 
 
 
- Aplicar entre 24h e 48h após última aplicação de quimioterapia 
- Aplicação por via subcutânea 
 
 
 
- Pegfilgrastim Lipegfilgrastim é peguilado, o que garante uma única aplicação 
- A liberação é “lenta” e “progressiva”, diferente do filgrastim, que requer várias aplicações em 
pacientes com alto risco de neutropenia febril. 
 
 
 
 
- 4 ciclos por 3 semanas. 
- 11 dia a 20 dia: recuperação hematológica. 
Apesar do paciente apresentar neutropenia, com a administração de estimuladores de 
granulócitos, o paciente não chega a ter uma neutropenia febril. 
 
 
 
- Atente-se aos sinais e sintomas da Neutropenia; • 
- Paciente com neutropenia febril requer internação hospitalar; 
- Verifique se o esquema de medicamentos estimuladores de colônias de granulócitos está 
adequado (quanto ao protocolo e clínica). 
 
8. TERAPIA-ALVO: 
São medicamentos capazes de atingir um alvo específico, no controle da proliferação de células 
malignas, por exemplo. São exemplos: 
 Anticorpos monoclonais; 
 Inibidores de tirosina-quinase. 
 
A Terapia-Alvo ATACA alvos específicos (receptores celulares, fatores de crescimento, inibe a 
transdução de sinal com consequente diminuição da atividade de proliferação celular, 
estimulam o sistema imunológico no combate da célula tumoral). 
 
 
 
 
Os anticorpos monoclonais atuam nas vias extracelulares e os inibidores de tirosina-quinase, as 
vias intracelulares. 
 
9. ANTICORPOS MONOCLONAIS: 
 
Na região hipervariável na cadeia leve, ocorre a ligação antígeno-anticorpo. 
 
 
A diferença está na composição da quantidade de proteínas animais não humanas. 
O anticorpo murinho não é utilizado na terapia do câncer pelo risco de reações infusionais. 
Os sufixos momabe, ximabe, zumabe e umabe são utilizados para a designação do tipo de 
anticorpo monoclonal. 
 
 
 
 ANTICORPOS MONOCLONAIS CONJUGADOS: 
São ligados a fármacos, toxinas ou substância radioativa. 
 Vantagem: liberam substância ativa exatamente no alvo; 
 Menos toxicidade às células normais; 
 Maior incidência de RA comparado com mAb isolado. 
 
 
 
TRASTUZUMABE: 
Indicação clínica: câncer de mama HER2+ 
- mAb humanizado IgG1 
- Sítio de ligação: domínio extracelular HER2 (Human Epidermal Receptor) 
 
EXPRESSÃO DO RECEPTOR HER-2: 
O receptor HER-2 é um oncogene, que codifica a glicoproteína transmembranar. Possui 
atividade intracelular de tirosina-quinase, quando expresso estimula a proliferação de tecido 
epidérmico. 
 
 Superexpressão: crescimento celular desordenado 
 Câncer de mama metastático: 20–30% HER2+ 
 Agressividade da doença 
 Pior prognóstico (redução TLD e SG) 
TLD: tempo livre de doença 
SG: Sobrevida global 
 
Mecanismo de ação: Trastuzumabe liga-se à célula HER2+ e ativa o sistema imune para destruí-
la. Bloqueia sinalizações intracelulares X para proliferação. 
 
 
 
 Lise celular: Ligação às células NK com receptor Fc gama 
 Inibição da angiogênese: Diminuição da densidade microvascular. 
 Combinação com Paclitaxel: potencialização do efeito, normalização da trama 
vascular e melhor distribuição da droga 
 
ORIENTAÇÕES: 
 Monitorar função cardíaca; 
 Monitorar sinais vitais durante infusão. 
 Verificar o resultado de fração de ejeção prévio e os resultados após o início da terapia 
com trastuzumabe 
 Verificar se paciente fez uso de antracíclicos – maior risco de desenvolvimento de 
eventos cardiotóxicos. 
 
RITUXIMABE: 
Indicação clínica: Linfoma não-Hodgkin 
- mAb quimérico 
- Sítio de ligação: CD20 expresso na superfície linfócitos B 
OBS! Células tronco e plasmócitos normais não expressam CD20 
 
Recomendações pré-medicação: 
 Paracetamol 
 Difenidramina 
OBS.: Toxicidade infusional relacionada à ativação do complemento 
 
CETUXIMABE: 
Indicação clínica: Cabeça e pescoço; Colorretal metastático 
- KRAS selvagem 
- mAb quimérico – necessita de pré-quimioterapia (administração de ranitidina, cimetidina e 
difenidramina) 
- Sítio de ligação: EGRF (porção extracelular) 
 
Pode ocasionar depressão de magnésio, sendo necessário algumas vezes, a administração deste 
eletrólito. 
 
EGFR: Receptor para o fator de crescimento epidérmico 
 Dimerização → Autofosforilação → mensageiros intracelulares 
- Proliferação celular 
- Angiogênese 
- Inibição apoptose 
 
Mecanismo de ação: 
1. Ligação de alta afinidade ao EGFR; 
2. Bloqueio interação ligantes (EGF e TGF-alfa); 
3. Bloqueio fosforilação; 
4. Bloqueio cadeia eventos bioquímicos (transdução de sinal); 
5. Internalização e degradação do EGFR. 
 
 
RAMS: 
- Toxicidade cutânea: Fator preditivo de resposta. 
Quanto maior o grau de toxicidade cutânea (ex: 3 ou 4), maior a taxa de resposta ao cetuximabe! 
↑ Tempo livre de progressão de doença ↑ Sobrevida Global 
 
Erupção acneiforme: efeito colateral dose limitante 
 
 
 
BEVACIZUMABE: 
Indicação clínica: Câncer de cólon KRAS mutado, ovário, glioblastoma 
- mAb humanizado (93%humano) 
- Sítio de ligação: VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular) 
 
NOVOS mAbs: 
 Daratumumabe Anti-CD38 -Mieloma Múltiplo 
 Nivolumabe Anti-PD-L1 / PD-L2 - Ca de Pulmão, Ca de pele melanoma 
 Ipilimumab Anti CTLA-4 - Ca de pele melanoma 
 Pertuzumabe Anti Her2+ - Câncer de Mama 
 Ramucirumab Anti VEGF (A, C, D, 2) - Carcinoma hepatocelular, Ca gástrico 
 
 Dependendo do tipo do anticorpo monoclonal, todo cuidado deve ser tomado na 
validação da prescrição e administração. Por exemplo: anticorpos monoclonais 
quiméricos (rituximabe), pode ocorrer reação infusional. Ranitidina, difenidramina, 
paracetamol e hidrocortisona devem ser prescritos antes da infusão. 
 Os anticorpos monoclonais podem causar reações adversas. 
 O preparo e transporte destes medicamentos requer cuidado, sobretudo pois são 
medicamentos que facilmente podem sofrer desnaturação. 
 Atente-se a ocorrência de reações adversas e notifique! 
 
10. INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE: 
QUINASES: 
- Proteínas (enzimas) que catalisam a reação de fosforilação (de outra proteínaou de lipídeos); 
- Quinases que fosforilam proteínas no aminoácido tirosina são chamadas tirosina-quinases; 
- Estas enzimas são muito importantes em reações bioquímicas intracelulares; 
- As quinases podem ser solúveis ou fazer parte de receptores de membrana. 
 
 
 
 RECEPTORES COM ATIVIDADE INTRÍNSECA DE TIROSINA-QUINASE: 
São intimamente associados à gênese e/ou progressão de tumores (são oncogenes) Exemplos: 
EGFR, HER-2, PDGFR, c-Kit, VEGFR, FGF, IGF, etc. 
 
 
 
 Pequenas moléculas, usadas por via oral, que são análogas estruturais do ATP; 
 Impedem a fosforilação (ou seja, a ativação) dos receptores de membrana ou de 
substratos para quinases solúveis; 
 Apresentam efeito antineoplásico 
 
 
 
 
 
 
 
FAMÍLIA EGFR: 
- Composta por quatro tipos de receptores transmembrana que transferem estímulos de 
proliferação de fora para dentro da célula. 
 Ao bloquear o receptor, cessa a sinalização celular que estimular o crescimento de células 
malignas. 
 
OBS! OS INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE PODEM CAUSAR UMA SÉRIE DE REAÇÕES 
ADVERSAS. Lembre-se, por mais que são medicamentos que atuam especificamente em um 
determinado alvo (receptor transmembrana região interna, por exemplo), tanto as células 
cancerígenas quanto sadias podem apresentar estes receptores. 
 
 Os inibidores de tirosina-quinase podem ocasionar uma série de transtornos durante o 
tratamento 
 Uma das principais complicações pelo uso dos inibidores de tirosina quinase são os 
acometimentos em pele. 
 
 
11. IMUNOTERAPIA: 
Terapia que aproveita e aprimora poderes inatos do sistema imunológico para combater 
doenças, entre elas, o câncer. 
 
MODALIDADES DA IMUNOTERAPIA: 
 Inibidores de checkpoint 
 Anticorpos monoclonais alvo específicos 
 Imunoterapias baseadas em células: 
- CART-CELL 
- TCTH (Transplante de células tronco hematopoieticas) 
 Vírus Oncolíticos (T-Vec) 
 Vacinas 
 
Prêmio Nobel de Medicina 2018 – Descoberta da terapia do câncer pela inibição da regulação 
imunológica negativa. 
“James P. Allison estudou uma proteína (CTLA4) que funciona como um freio no sistema 
imunológico. Ele percebeu o potencial de liberar o freio e, assim, liberar nossas células 
imunológicas para atacar tumores”. 
 
“A contribuição de Tasuku Honjo foi a descoberta de uma proteína (PD-1) nas células do sistema 
imunológico que acabou revelando que também funciona como esse freio do sistema 
imunológico”. 
 
RESPOSTA IMUNE À CÉLULA TUMORAL 
ZONAS DE CHECKPOINT 
 
 
 
 A imunoterapia utiliza o sistema imunológico para o reconhecimento e combate de 
doenças e/ou fatores patogênicos. 
 Os inibidores de checkpoint são uma promessa no tratamento de tumores malignos, 
antes com baixa sobrevida global, como os cânceres de pulmão e melanoma. 
 O principal problema dos inibidores de checkpoint é a “super ativação do sistema 
imune”  eventos adversos imunorrelacionados. 
Uma função importante do sistema imunológico consiste em sua capacidade de atacar as células 
normais e anormais do corpo. Para fazer isso, ele usa pontos de verificação – as chamadas 
moléculas de controle imunológico em células imunológicas que precisam ser ativadas (ou 
desativadas) para iniciar uma resposta imunológica. Em inglês, são chamados de check point 
inhibitors, ou inibidores dos pontos de controle. As células cancerígenas, às vezes, usam esses 
pontos de controle para evitar serem atacadas pelo sistema imunológico. Os medicamentos 
imunoterápicos modernos têm como alvo esses pontos de controle, reestabelecendo a 
atividade destas células da imunidade no combate às células cancerosas. Esses medicamentos 
se mostraram úteis contra muitos tipos de câncer nos últimos anos. 
 
Medicamentos que têm como alvo PD-1 ou PD-L1. 
O PD-1 é uma proteína de ponto de verificação nas células do sistema imunológico 
denominadas células T. Normalmente age como um tipo de interruptor desligado que impede 
que as células T ataquem outras células do corpo. Ele faz isso quando se liga à PD-L1, uma 
proteína em células normais (e câncer). Quando a PD-1 se liga à PD-L1, basicamente diz à célula 
T para deixar a outra célula sozinha. Algumas células cancerígenas têm grandes quantidades 
de PD-L1, o que permite que escapem do ataque imunológico. 
Os anticorpos monoclonais que têm como alvo PD-1 ou PD-L1 podem bloquear essa ligação e 
estimular a resposta imunológica contra as células cancerígenas. Esses medicamentos se 
mostraram úteis no tratamento de vários tipos de câncer. 
 
Inibidores de PD-1: 
 Pembrolizumab. 
 Nivolumab. 
 
Inibidores de PD-L1: 
 Atezolizumab. 
 Avelumab. 
 Durvalumab. 
 
Medicamentos que têm como alvo CTLA-4: 
O CTLA-4 é outra proteína em algumas células T que atua como um tipo de interruptor 
desligado para manter o sistema imunológico sob controle. 
O ipilimumab é um anticorpo monoclonal que se liga ao CTLA-4 e o impede de funcionar. Isso 
pode estimular a resposta imunológico do corpo contra as células cancerígenas.Esse 
medicamento é usado no tratamento do melanoma. Também está sendo estudado para uso 
contra outros tipos de câncer. Como o ipilimumab afeta o sistema imunológico, pode provocar 
efeitos colaterais graves ou até fatais. Em comparação com medicamentos que têm como alvo 
o PD-1 ou PD-L1, os efeitos colaterais graves parecem ser mais prováveis com ipilimumab. 
 
 EVENTOS ADVERSOS IMUNORELACIONADOS: 
 As células tumorais têm a capacidade de “frear” o sistema imunológico, isto é, não 
permitem a ativação do linfócito T. 
 Os inibidores de checkpoint permitem a ativação dos linfócitos T. 
 
 
 
 
Fique atento! ↑ ocorrência de Eair ~ 2 meses após o início do tratamento 
 
REAÇÕES ADVERSAS RELACIONADAS AO USO DE INIBIDORES DE CHECKPOINT: 
ANTI CTLA4: 
Glândula pituitária: 
 Hipofisite 
 Decréscimo de corticotropina (ACTH) 
 Insuficiência de adrenal secundária 
Adrenal: 
 Insuficiência de adrenal primária 
 
ANTI PD-1/ ANTI PDL-1: 
Tireoide: 
 Hipertireoidismo 
 Hipotireoidismo 
 Tireoidite 
 Tireoidite autoimune 
 Aumento ou decréscimo de TSH 
 Aumento ou decréscimo T4 livre 
 
Pâncreas: 
 Diabetes mellitus 
 
GRAVES: 
 Pneumonite imunorrelacionada 
 Colite imunorrelacionada 
 Hepatite imunorrelacionada 
 Nefrite ou disfunção renal imunorrelacionada 
 Endocrinopatias imunorrelacionada 
 Erupção cutânea imunorrelacionada 
 
Ipilimumabe: 
- 64–80 % dos pacientes apresentam alguma RAM 
- 23 % Grau 3/4 
 
 
Pembrolizumabe: 
- até 79 % 
- 13 % grau ¾ 
 
Ipilimumabe + Nivolumabe: 
- Até 96% 
- 55 % grau ¾ 
 
 A maioria das RAMs ocorre durante as primeiras 12 semanas de terapia, mas podem 
ocorrer a qualquer momento. 
 A taxa de reações grave a fatal são baixas, mas podem ocorrer. 
 São mais observadas no uso de Ipilimumabe, quando comparada nos pacientes em uso 
de Nivolumabe e Pembrolizumabe. 
 
 
MANEJO DE REAÇÕES ADVERSAS 
 
 O manejo varia de acordo com o sistema do órgão afetado. 
 A depender do grau do evento adverso, pode ser necessário interromper o uso e/ou 
monitorar atentamente os achados laboratoriais e clínica. 
 
Grau 1: 
Continuada com monitoramento rigoroso das toxicidades de grau 1, com exceção de algumas 
toxicidades neurológicas, hematológicas e cardíacas. 
 
Grau 2: 
A terapia com ICPi pode ser suspensa para a maioria das toxicidades de grau 2, com a 
consideração de recomeçar quando os sintomas reverterem para grau 1 ou menos. 
Os corticosteroides podem ser administrados. 
 
Grau 3: 
Suspensão do Inibidor de Checkpoint e o início de altas doses de corticosteroides: 
- Prednisona 1 a 2 mg/kg/dia ou metilprednisolona 1 a 2 mg/kg/dia. 
Os corticosteroides devem ser reduzidos ao longo de pelo menos 4 a 6 semanas 
 
Alguns casos refratários podem exigir infliximabe ou outra terapia imunossupressora 
(micofenolato). 
 
Grau 4: 
Descontinuação permanente de ICP é recomendada, com exceto endocrinopatiasque foram 
controladas pela reposição hormonal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
w 
 
 
 
 
 
 
 
CUIDADOS GERAIS NO USO DE IMUNOTERAPIA (MONITORAMENTO) 
MONITORAMENTO: 
 Função Hepática: TGO, TGP, Bilirrubina total 
 Função Renal (Creatinina sérica) 
 Função da Tireoide (TSH, T4 basais e acompanhamento) 
 Glicemia 
 
 O monitoramento do paciente é crucial, pois as reações imunorrelacionadas podem 
ocorrer a qualquer momento. 
 Devemos lembrar que nem todos os profissionais de saúde possuem conhecimento 
sobre estes novos medicamentos e seus efeitos. 
 O diagnóstico tardio de uma reação imunorrelacionada pode resultar em complicações 
e até a morte. 
 O farmacêutico oncologista clínico deve avaliar e monitorar quaisquer alterações 
clínicas e bioquímicas sugestivas de reações imunorrelacionadas. 
 
12. ANTINEOPLÁSICOS ORAIS: 
 Tendência mundial no desenvolvimento e lançamentos de novos antineoplásicos orais. 
 Otimização da terapia medicamentosa. 
 O sucesso da terapia medicamentosa envolve a adesão pelo paciente e o trabalho 
multiprofissional (médicos, farmacêuticos, enfermeiros). 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO APRAZAMENTO CORRETO! Orientar sobre o uso correto de medicamentos 
contínuos, sempre que possível, administrar nos mesmos horários 
 
MEDICAMENTOS DE USO ORAL VS REFEIÇÃO: 
Administrar com o estômago “vazio”, pelo menos 1 hora antes e/ou 2 horas após as refeições. 
 Abiraterona 
 Pazopanibe 
 Sorafenibe 
 Erlotinibe 
 Temodal [...] 
 
Se administrado com alimentos, reduz a taxa de absorção da droga e/ou ↑ taxa de exposição 
e eliminação - ↓ efetividade terapêutica 
 
MEDICAMENTOS DE USO ORAL VS SNG /SGE: 
 Nem todos os medicamentos podem ser partidos e/ou triturados para administração 
por sonda. Exemplo: Pazopanibe. Pazopanibe é um comprimido revestido; se triturado, 
pode ter sua eficácia terapêutica comprometida. 
 
MEDICAMENTOS DE USO ORAL VS INIBIDORES DE BOMBAS DE PRÓTONS: 
 Inibidores de tirosina-quinase podem necessitar de ph ácido no estômago para melhor 
absorção. 
 A correta orientação de uso faz diferença nos resultados alcançados. 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: Omeprazol 40mg 1xdia (jejum) x Erlotinibe - ↓ absorção de 
ERLOTINIBE, ↓ eficácia terapêutica. 
- Recomenda-se trocar o protetor ulceroso (inibidor de bomba de prótons) para ranitidina. 
 
 O farmacêutico faz diferença no cuidado e resultado de terapia antineoplásica oral. 
 A interação com os pacientes, cuidadores, médicos, enfermeiros, nutricionistas e 
demais profissionais é fundamental na promoção da adesão a terapia oral. 
 
SEGURANÇA EM ONCOLOGIA 
O QUE É TER SEGURANÇA E QUALIDADE NA TERAPIA ONCOLÓGICA? 
COMPROMISSO EM TODOS OS NÍVEIS: 
 Organização reconhece o sucesso; 
 Liderança; 
 Trabalho em equipe; 
 Baseada em evidências; 
 Comunicação; 
 Aprendizagem é valorizada entre todos os funcionários; 
 Centrado no paciente. 
 Ambiente e atitudes gestão de risco; 
 Segurança e saúde fazem parte da melhoria contínua; 
 Formação e informação são fornecidas para todos; 
 Necessidade de um sistema para análise e prevenção do risco; 
 Um ambiente livre da cultura punitiva 
 
O QUE É EVENTO ADVERSO? 
Evento Adverso é definido como o incidente com lesão que atingiu o paciente e resultou em 
dano real ao paciente. 
 Os eventos adversos em oncologia relacionados ao uso de antineoplásicos podem 
ocorrer em uma ou mais etapas no processo de administração do medicamento 
Os eventos adversos podem ter origem: 
I. No ato de PRESCREVER; 
II. No ato de VALIDAR A PRESCRIÇÃO médica (Farmacêuticos e Enfermeiros); 
III. No ato de MANIPULAR o medicamento; 
IV. No ato de DISPENSAR o medicamento; 
V. No ato de ADMINISTRAR o medicamento. 
 
 A utilização das Boas Práticas não é suficiente para evitar a ocorrência que falhas ou 
erros ocorram na administração de antineoplásicos. 
 A criação, desenvolvimento e manutenção da Cultura de Segurança contribui 
positivamente para a minimização de erros e quase erros (Near miss) dentro de um 
serviço de saúde. 
 
ACOMPANHAMENTO DE EXAMES LABORATORIAIS 
AVALIAÇÃO DE ELETRÓLITOS: 
 Potássio; 
 Sódio; 
 Magnésio; 
 Cálcio (total e ionizado); 
 Fósforo. 
 
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL: 
 Creatinina sérica; 
 Ureia; 
 Cálculo de Clearance de Creatinina (Cockroft-Gault); 
 Fósforo; 
 Cálcio; 
 Diurese e balanço hídrico 
 
AVALIAÇÃO DE FUNÇÃO HEPÁTICA E BILIAR: 
 Bilirrubina; 
 Transaminases (ALT e AST); 
 Amilase; 
 Fosfatase alcalina; 
 Gama Glutamil Tranferase (GGT); 
 Fibrinogênio; 
 TTPA e TPA; 
 Albumina 
 
AVALIAÇÃO DE FUNÇÃO CARDÍACA: 
 Eletrocardiograma (ECG); 
 Ecocardiograma (Fração de ejeção, força de contração, etc); 
 Acompanhamento da Pressão Arterial. 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DE FUNÇÃO HEMATOLÓGICA: 
 
 
 É fundamental que no momento da validação da prescrição de antineoplásicos, o 
farmacêutico avalie os exames laboratoriais. 
 Há casos que ajustes de doses podem ser necessários, como por exemplo por toxicidade 
(ex: neuropatia periférica) ou por diminuição da função renal ou hepática. 
 Antineoplásico podem acarretar em efeito mielotóxico, desta forma, sempre avaliar o 
hemograma. 
 Pacientes em vigência de quimioterapia tem maior risco para neutropenia e infecções. 
 Além disto, possuem maior risco para ocorrência de plaquetopenia. 
 
 
ORIENTAÇÕES GERAIS AO PACIENTE ONCOLÓGICO 
 A maceração de Quimioterapia via oral, quando indicada, deve ser realizada APENAS Em 
Central de Quimioterapia/Área Limpa. 
 
 Quimioterápicos orais devem ser armazenados em suas Embalagens originais! Retirar 
do frasco e/ou blíster apenas a dose que for tomar! 
 
 Não é indicado tomar todos os medicamentos juntos, no mesmo horário. Pode ser que 
haja interações medicamentosas! Consulte o Farmacêutico! 
 
 Armazenamento de medicamentos: guardar em armários longe da cozinha e dos 
banheiros, manter os medicamentos longe do Alcance das Crianças. Se em geladeira, os 
medicamentos devem ser armazenados nas prateleiras da geladeira! 
 
ANTINEOPLÁSICOS X BEBIDA ALCÓOLICA: 
O álcool pode interferir no efeito dos medicamentos! 
- POTENCIALIZAR (↑) - Toxicidade 
- DIMINUIR (↓) - Falha Terapêutica 
- NEUTRALIZAR (0) - Não atinge o objetivo terapêutico 
 
ANTINEOPLÁSICOS X ALIMENTOS: 
ANTINEOPLÁSICOS ORAIS ADMINISTRADOS EM JEJUM: 
Pelo menos 1 hora antes ou 2 horas após as refeições. 
 Temozolamida 
 Sorafenibe 
 Pazopanibe 
 Tioguanina 
 
Tome muito cuidado com: 
- Erva de São João; 
- Cramberry; 
- Toranja (laranja de fazer doce, muito consumida nos EUA); 
- Plantas e ervas desconhecidas; 
- Carambola. 
 
ANTINEOPLÁSICOS X ERVAS/ PLANTAS MEDICINAIS: 
 O uso de Ginkgo (Ginkgo biloba) junto a varfarina ou ácido acetilsalisílico pode aumentar 
o efeito anticoagulante destes medicamentos, favorecendo a ocorrência de 
hemorragias. 
 O consumo de chás e ervas pode ter potenciais interações com os medicamentos em 
uso, não deve ser realizado! Sempre consulte o Médico e o Farmacêutico. 
 O consumo de medicamentos fitoterápicos, bem como de plantas medicinais in natura, 
tem sido estimulado com base no mito “se é natural não faz mal”. 
 Porém, ao contrário da crença popular, eles podem causar diversas reações como 
intoxicações, enjoos, irritações, edemas (inchaços) e até a morte, como qualquer outro 
medicamento. 
 O consumo do Chá de Camomila está permitido, porém evite ervas e plantas 
desconhecidas!!! 
 
MEDICAMENTOS E DIREÇÃO SEGURA: 
 Tranquilizantes e sedativos (para os nervos); 
 Anti-histamínicos (contra alergias); 
 Antitussígenos (contra tosse); 
 Anestésicos gerais e locais; 
 Anti-hipertensivos (para pressão alta); 
 Antidepressivos (contra depressão); 
 
 Interações medicamentosas podem potencializar ou inibir o efeito dos quimioterápicos. 
 Conhecer o paciente faztoda a diferença no cuidado centrado no bem-estar e saúde. 
 
 
BASES DE DADOS EM ONCOLOGIA 
FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS: 
 UptoDate; 
 LexiComp; 
 Micromedex; 
 Drug Information; 
 Bula do medicamento (Bulário eletrônico da ANVISA); 
 Trissel - compatibilidade de medicamentos; 
 Stabilis - compatibilidade de medicamentos. 
 
FONTES INFORMAÇÃO EM ONCOLOGIA: 
 NCI (National Cancer of Institute - EUA); 
 NCCN (National Comprehensive Cancer Network - EUA); 
 AJCC (American Joint Committee on Cancer); 
 MASCC (Multinational Association of Supportive Care in CancerEuropa ); 
 ASHP (American Society of Hospital Pharmacy- EUA); 
 ASCO (American Society of Clinical Oncology- EUA); 
 SOBRAFO (Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia); 
 SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica); 
 ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular); 
 SBTMO (Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea); 
 OMS (Organização Mundial de Saúde - Mundial); 
 INCA (Instituto Nacional do Câncer - Brasil); 
 Cancer Theraphy Advisor; 
 ClinicalTrials – USA; 
 PubMed. 
 
PRINCIPAIS REVISTAS E PERIÓDICOS CIENTÍFICOS: 
 NEJM (New England Journal of Medicine); 
 JCO (Journal of Clinical Oncology); 
 JAMA (The Journal of the American Medical Association); 
 JJCO (Japanese Journal of Clinical Oncology); 
 JGO (Journal of Gastrointestinal Oncology); 
 BLOOD; 
 The Lancet; 
 Nature 
 
 
Referência Bibliográfica: 
Conselho Regional do Estado de São Paulo de Farmácia – Curso O Cuidado farmacêutico e a 
oncologia.

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