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REFORMA SANITÁRIA Movimento social iniciado por grupos de médicos, estudantes e intelectuais nos anos 70 para lutar contra a ditadura militar. Conjunto de ideias que para mudanças e transformações necessárias na construção de uma saúde pública, e na melhora da qualidade e condições de vida, de uma forma geral, para a população brasileira. A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi o espaço utilizado para que as discussões políticas sobre o quadro sanitário precário que o Brasil se encontrava pudesse ocorrer. Destas discussões nasceu a Constituição Federal de 1988 que universaliza a saúde e cria o Sistema Único de Saúde. MOTIVOS PARA A REFORMA SANITÁRIA Minoria da população brasileira tinha acesso aos serviços de saúde – Só quem tinha carteira assinada ou podia pagar.. Centralização da gestão das ações de saúde na esfera federal sem qualquer participação social; Saúde como ausência de doença; Assistência puramente médico-hospitalar. Antes de 1988, só os brasileiros que tinham carteira assinada ou dinheiro para pagar pelos serviços assistenciais tinham acesso aos serviços de saúde. O restante da população só poderia recorrer à filantropia (Santas Casas de Misericórdias) ou a curandeiros. Com a criação do SUS, todas as pessoas passaram a ter direito à saúde: 300 milhões de brasileiros passaram a tem direito a assistência à saúde de forma gratuita. A gestão dos serviços de saúde, antes de 1988 era centralizada na esfera federal sem participação popular. Hoje, a gestão de saúde é descentralizada, municipalizada e com participação popular através dos conselhos e conferências de saúde. A saúde era basicamente médico-hospitalar. Com o advento do SUS, a assistência passou a visar a busca pela integralidade com ações de prevenção, promoção, recuperação e reabilitação de saúde de modo a atingir o todo do indivíduo. A saúde era considerada como ausência de doença. Não havia ações efetivas de prevenção para toda a população com exceção de algumas campanhas sanitaristas em caso de epidemias. Com a Constituição Federal de 1988, a saúde passou a ser vista não somente como ausência de doença, mas também como qualidade de vida. “Saúde é direito de todos e dever do Estado” O Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, abrange desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. A CF-88 e a Lei Orgânica da Saúde, de nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, intensificam debates entendendo que saúde não se limita apenas a ausência de doença, mas como qualidade de vida, decorrente de outras políticas públicas que promovam a redução de desigualdades regionais e promovam desenvolvimentos econômico e social. O SUS e as demais políticas, devem atuar na promoção da saúde, prevenção de ocorrência de agravos e recuperação dos doentes. A gestão das ações e dos serviços de saúde passa ser solidária e participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados e os municípios. A rede que compõem o SUS é ampla e abrange tanto ações, como serviços de saúde. Engloba a atenção básica, média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. ESTRUTURA DO SUS Ministério da Saúde: gestor nacional - formula, normatiza, fiscaliza, monitora e avalia políticas e ações, em articulação com o Conselho Nacional de Saúde. Atua no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) para pactuar o Plano Nacional de Saúde. Integram sua estrutura: Fiocruz, Funasa, Anvisa, ANS, Hemobrás, Inca, Into e oito hospitais federais. Secretaria Estadual de Saúde (SES): formula políticas e ações de saúde, apoio aos municípios em articulação com o Conselho Estadual e participa da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para aprovar e implementar o plano estadual de saúde. Secretaria Municipal de Saúde (SMS): planeja, organiza, controla, avalia e executa as ações e serviços de saúde em articulação com o Conselho Municipal e a esfera estadual para aprovar e implantar o plano municipal de saúde. Conselhos de Saúde: composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários. Formula estratégias e controla a execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. Comissão Intergestores Tripartite (CIT): negociação e pactuação entre gestores federal, estadual e municipal, quanto aos aspectos operacionais do SUS Comissão Intergestores Bipartite (CIB): negociação e pactuação entre gestores estadual e municipais, quanto aos aspectos operacionais do SUS Conselho Nacional de Secretário da Saúde (Conass): representa estados e Distrito Federal na CIT para tratar de matérias referentes à saúde Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems): representa os municípios na CIT para tratar de matérias referentes à saúde Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems): representam os municípios, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS Regionalização e Hierarquização: organização pela complexidade, em uma determinada área geográfica por critérios epidemiológicos. Descentralização e Comando Único: responsabilidade entre os três níveis de governo. Serviços com maior qualidade, o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. Municípios com capacidades gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Participação Popular: Conselhos e as Conferências de Saúde, para criar estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde. Universalização: saúde como direito dos cidadãos. O Estado assegura este direito. O acesso às ações e serviços para todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. Equidade: diminuição de desigualdades. Todos têm direito aos serviços, mas as pessoas não são iguais e têm necessidades distintas. Equidade é tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. Integralidade: considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, precisa integrar ações: promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabilitação. Articulação da saúde com outras políticas públicas. para assegurar qualidade de vida aos indivíduos. BERTOLOZZI, Maria; GRECO, Rosangela. As Políticas de Saúde no Brasil: Reconstrução Histórica e Perspectivas Atuais,São Paulo, v.30, n. 3, dezembro, 1996. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em 18 de dezembro de 2016.
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