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Variabilidade e Mudanças Climáticas Departamento de Meteorologia UFRJ Claudine Dereczynski 2° período/2014 Unidade 1 Clima e História Unidade 1 Clima e História 1) O Clima através das Eras Geológicas 2) Placas Tectônicas e Deriva Continental 3) As Maiores Glaciações/Os Períodos Quentes 4) O Clima através da História da Humanidade 1) O Clima através das Eras Geológicas -Eons ou Idades: Hadeano, Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico - Eras: Arqueano: inicial, médio e final; Proterozóico: inicial, médio e final; Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico. -Períodos: Pré-cambriano, Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero, Permiano, Triássico, Jurássico, Cretáceo, Terciário e Quaternário. -Épocas: Paleoceno, Eoceno, Oligoceno, Mioceno, Plioceno, Pleistoceno e Holoceno Os eons são divididos em eras. As eras são divididas em períodos. Os períodos são divididos em épocas. 600 Ma 1500 Ma 2000 Ma 500 Ma 88% da história da Terra Escala de Tempo Geológica 1) Hadeano (Hades-like): 4.6 – 4.0 bi -Iníco: formação da Terra (a partir de poeira e gás que orbitavam o Sol) – Era infernal de calor e fogo -Final: resfriamento até antes da formação de rochas sólidas – 600 milhões de anos??? -Freqüentes bombardeamentos por cometas, asteróides e outros corpos planetários. -Estes meteoros viajando em altas vel. quando colidiam com a Terra, estilhaçavam e derretiam-se , por vezes vaporizavam-se, no momento do choque. O ferro que continham afundava na superfície terrestre formando o núcleo terrestre, que ainda hoje é quente, liquefeito e que, com a rotação da terra gera o campo magnético. -Explosões vulcânicas por toda a parte -Oceanos de rochas líquidas, enxofre, crateras de impacto por todos os lugares. -Altas temperaturas no centro da Terra: emissão pela crosta de gases halógenos, amônia, hidrogênio, dióxido de carbono, metano, vapor d’água e outros. -Atmosfera primordial extremamente tóxica para a vida. -Alguns cientistas acreditam que um asteróide maior do que Marte, no início desta era, completamente amassou e derreteu a Terra formando a Lua. HADEAN EARTH ( Hades = do grego inferno). Meteoritos golpeando a spf fundida da Terra. Uma “pele” fina e quebradiça cobria o planeta; não era ainda forte o suficiente para resistir aos impactos A crosta resfriada afundava no manto derretido e fundia-se novamente. Onde a crosta estivesse se resfriando e se cristalizando, espessas nuvens de gases eram liberados, formando a atmosfera primitiva da Terra. Cratera de um meteoro no Arizona: 1200 m de diâmetro e 170 m de profundidade Os gases expelidos pelos vulcões juntavam-se à espessa e sufocante atmosfera. No início a spf terrestre era tão qte que a chuva evaporava assim que caia. -Início: 1 Bilhão de anos (?) depois da formação da Terra, quando a superfície começa a se resfriar e maior parte do vapor d’água do ar se resfriou e condensou para formar o oceano global. -A maior parte do dióxido de carbono foi retirado, tendo sido quimicamente modificado, acumulado em pedras calcáreas e depositado no fundo do oceano. -A maior parte de ar é composta por nitrogênio. -Nuvens e chuva. -A lava se resfriou, formando o assoalho oceânico. -O interior da Terra é ainda muito quente e ativo – muitas erupções vulcânicas. -As ilhas são as únicas spfs.terrestres. -Continentes ainda não foram formados. -As ilhas são transportadas pela spf da Terra pelo movimento de profundas rochas no interior (placas tectônicas). -Peqs. ilhas colidem umas com as outras para formar ilhas maiores. Essas ilhas maiores irão colidir para formar os continentes como conhecemos hoje. - Evidência de algas azúis-esverdeadas (simples bactérias) flutuando sobre o oceano. -Não existe vida em terra. A vida começa no oceano, próximo ao início desta era. -Fósseis mais antigos – remanescentes de diferentes tipos de bactérias – presentes em rochas arqueanas de aprox. 3.5 bilhões de anos. 2) Arqueano (“Antigo” or “Primitivo”) 4.0 – 2.5 bi Terra Arqueana Até aparecimento da vida na forma de procariontes (organismos sem núcleo celular) Nos continentes, a aridez e ausência de vida. Nos mares, as primeiras formas fotossintéticas e a presença de estromatólitos nos ambientes litorâneos. 3) Proterozóico (“Early Life”) 2.500 – 545 Ma -O interior da Terra se resfriou e existem menos vulcões do que no arqueano. -Apesar do movimento das placas tectônicas serem ainda muito rápido e as colisões continentais freqüentes, os centros dos continentes são agora muito grandes e mais estáveis. -De fato os geólogos datam o início da era proterozóica pela idade das rochas continentais mais antigas que não foi reaquecida ou quimicamente alterada. -A vida não mudou muito nos últimos 2 bilhões de anos, mas as poucas mudanças são significativas. -A vida é ainda encontrada apenas no oceano, mas em torno de 1.7 bilhões de anos surgiram organismos com núcleo celular. -Outra importante mudança: organismos multicelulares aparecem há 30 Ma, antes do final do Proterozóico. -Essas criaturas multicelulares não apresentam partes duras como conchas ou dentes nos seus corpos, então seus fósseis são dificilmente encontrados. -A atmosfera é aproximadamente a mesma: nitrogênio, com um pouco de vapor d’água e dióxido de carbono. -Oxigênio liberado pelas algas que flutuavam no oceano, começa a se concentrar no ar. -Essas plantas uni-celulares têm produzido oxigênio por aproximadamente 2 bilhões de anos, mas até agora o oxigênio tem se combinado quimicamente com o ferro e outros elementos para formar grandes depósitos minerais no mundo. -Paradoxalmente este oxigênio, que necessitamos para viver, é venenoso para a maior parte de formas de vida existentes na Terra durante o Proterozóico,então outra grande mudança nos tipos de vida está prestes a ocorrer. -A Terra nesta época é também muito fria, geleiras invadem o supercontinente, mesmo nas regiões equatoriais. De fato as geleiras invadem Michigan nesta época; esta glaciação é denominada Gowganda. PROTEROZOIC EARTH No início os únicos seres eram as bactérias, mas no final havia palntas e animais multicelulares que viviam na água Dois supercontinentes, um visível deste lado da Terra e outro na outra face (formados por colisões de muitas ilhas no arqueano •O Fanerozóico representa um período relativamente breve de 500 Ma. (breve em relação à idade da Terra e do universo) que constitui a idade da vida animal multicelular na Terra. •Durante esta fase organismos micro e multicelulares deixaram um detalhado registro fóssil, e construíram complexos e diversos ecossistemas, e a vida evoluiu através de incontáveis transformações em milhões de espécies. 4) Fanerozóico (“revealed life”) 500 Ma Organismos multicelulares dominaram a vida na Terra Construindo o Planeta Terra National Geographic Channel http://www.documentarioshd.com/2014/0 3/construindo-o-planeta-terra.html O Terciário: Surgem os primeiros membros da família dos hominídeos (Australopithecus afarensis) – cerca de 4 milhões anos atrás Por cerca de 2 milhões de anos após seu aparecimento existiram múltiplas linhagens de hominídeos. A maior parte das espécies foi extinta e apenas uma sobreviveu: Homo sapiens Australopitechus afarensis Homo habilis O Quaternário: Aparecimento do Homo sapiens Do Homo erectus ao Homo sapiens: a evolução da espécie humana completa-se no Quaternário. Homo erectus Homo sapiens (Neandertal) Homo sapiens (Cro-Magnon) Sugestão DVD Homem Pré-Histórico Vivendo entre as Feras Discovery Channel Aprox. 100 min Sugestão DVD Terra: Um Planeta Fascinante Discovery Channel Documentário 1 - Aprox. 60 min Sugestão DVD Origins Fourteen Billion Years of Cosmic EvolutionDisc 1: Earth is Borns and How Life Began 2) Placas Tectônicas e Deriva Continental •A crosta rochosa da Terra se solidificou há bilhões de anos, logo após a formação da Terra. A crosta não é sólida, ela é quebrada em grandes e espessas placas que derivam sobre o manto macio. •As placas são feitas de rocha e migram ao longo do globo; elas se movem tanto horizontalmente (para os lados) quanto verticalmente (para cima e para baixo). Sobre longos períodos de tempo, as placas também mudam de tamanho. A espessura dessas placas varia de 80 a 400 km. •A Teoria das placas tectônicas foi desenvolvida nos anos 1960. Esta teoria explica os movimentos das placas da Terra e também explica a causa dos terremotos, vulcões, tremores oceânicos e formação de cadeias de montanhas e muitos outros fenômenos geológicos. •A maior parte da atividade sísmica da Terra (vulcões e terremotos) ocorre no limite das placas, a medida que estas interagem. Placas tectônicas As atuais placas continental e oceânica incluem: • Placa Eurasiática • Placa Australiana-Indiana • Placa Filipina • Placa do Pacífico • Placa Juan de Fuca • Placa Nazca • Placa Cocos • Placa Norte-Americana • Placa Caribenha • Placa Sul-Americana • Placa Africana • Placa Arábica • Placa Antártica • Placa Scotia Essas placas consitem de sub-placas menores. •As placas litosféricas podem ser de natureza oceânica, ou mais comumente compostas de porções de crosta continental e oceânica (placa Sul- Americana, Africana e Norte- Americana). •As placas de natureza oceânica podem ou não incluir pequenos fragmentos de crosta continental, o que pode ser exemplificado pela imensa placa do Pacífico, de natureza oceânica, que contém uma pequena parte da Califórina. • As placas se movem a uma velocidade estimada de 1 a 10 cm/ano. • As diferenças de velocidade estão relacionadas à proporção de crosta continental presente. As placas com pouco ou nenhum envolvimento de crosta continental, como a do Pacífico, tendem a se mover mais rápido. Além disso a vel. depende da geometria do movimento da placa em uma spf. esférica. • A Placa Africana parece estacionária por estar bordejada quase inteiramente por limites divergentes de placas que se afastam a taxas similares. A Velocidade de Deslocamento das Placas Tectônicas Placa do Pacífico Placa Sul-Americana Placa Nazca Placa AfricanaPlaca das Filipinas Placa Eurasiática Placa Norte Americana Pausa para Vídeo Deriva Continental A Teoria da Tectônica de Placas Enciclopédia Britânica 22 min 3) As Maiores Glaciações/ Os Perídos Quentes As Maiores Glaciações da História da Terra Pelo menos 5 glaciações através das eras geológicas: 1) Proterozóico Inicial Conhecido principalmente a partir do Canadá e EUA, onde as rochas datam de 2500 a 2100 milhões de anos. - A Formação Gowgonda do Ontário é especialmente notável por sua excelente preservação de estratos glaciogênicos datados de aprox. 2,3 bilhões de anos. - Outros depósitos glaciais são encontrados em Wyoming, Michigan, Quebec, e territórios do Noroeste. Essas rochas registram extensivas glaciações continentais ocorridas no Proterozóico Inicial por um período de aprox. 400 milhões de anos, durante o qual 3 ou mais expansões glaciais ocorreram. -A configuração dos continentes nesta época é altamente especulativa. 2) Proterozóico Final -Esta idade do gelo do Proterozóico Final foi aparentemente a maior de todas. -Estratos glaciais são encontrados em todos os continentes modernos (exceto Antártica) com um período total variando de aproximadamente 950 a 600 milhões de anos. -Estratos glaciais de vários intervalos durante esta época são bem preservados na África, China, Austrália, Europa, Arábia e América do Norte. -Glaciações múltiplas são comuns e algumas dessas áreas estavam localizadas em baixas paleolatitudes. Glaciações particularmente bem conhecidas e datadas são listadas abaixo: Major phases of Late Proterozoic glaciation. Region Age (million years) Lower Congo region, Africa 950-750 and 620-600 Stuartian glaciation, Australia 800-780 Sinian glaciation, China 800-760, 740-700, 600 Western Canada/U.S.A. 850-800 Saharan region, Africa 730-650 Marinoan glaciation, Australia 690-680 Varangian glaciation, Norway about 650 Alguns geólogos e climatologistas suspeitam que a Terra estava fechada em uma idade do gelo, na qual todos os oceanos estavam congelados e mantos de gelo cobriam aproximadamente todos os continentes, o Planeta Bola de Neve. 2) Proterozóico Final 3) Siluriano/Ordoviciano -A glaciação é conhecida na Arábia, Sahara central, oeste da África, a parte inferior da Amazônia Brasileira, e os Andes no oeste da América do Sul. Erosão espectacular das rochas ocorreu sobre grandes áreas do Sahara; enquanto um bom registro sedimentar é preservado na Arábia. - Mantos de gelo continentais desenvolveram-se na África e leste do Brasil, enquanto glaciais alpinos se formaram na região dos Andes. -O centro da glaciação parece ter migrado através do tempo: Ordoviciano (450-440 Ma) no Sahara, e Siluriano na América do Sul (Brasil 440-430 Ma, e Andes 430-420 Ma). Os dois continentes se uniram como partes de Gondwana 4) Permian/ Carboniferous -A glaciação é conhecida em todos os continentes que foram parte de Gondwana, incluindo: África, América do Sul, Antártica, Índia, Arábia e Austrália. -A glaciação começou no Carbonífero Inicial (360 Ma), alcançou um pico no Carbonífero Final, continuou no Permiano Inicial, e alcançou o final no Permiano Final (260 Ma), durando então 100 milhões de anos. -Centros glaciais múltiplos estavam ativos; cada um experimentando avanços e retrações repetidas. Estratos glaciais particularmente bem conhecidos incluem Dwyka Tillite (Bacia Karoo) África do Sul, Talchir Boulder Beds na Índia, e Formação Wynyard da Tasmânia. -Em geral, 2 maiores ciclos glaciais ocorreram. Ambos expandiram-se gradualmente sobre períodos de aprox. 20 milhões de anos cada, alcançando suas extensões no Permiano Inicial. -Cada ciclo acabou abruptamente durante apenas 1- 10 mil anos. Apesar de datações precisas não serem possíveis na maior parte dos depósitos glaciais de Gondwana, uma migração geral através do tempo é aparente. A glaciação Carbonífera ocorreu principalmente na América do Sul, Índia, e no oeste da Antártica; enquanto a glaciação Permiana foi localizada na maior parte da Austrália e leste da Antártica. Esta migração corresponde a deriva de Gondwana sobre o Pólo Sul. 4) Permiano/ Carbonífero A glaciação é conhecida em todos os continentes que foram parte de Gondwana, incluindo: África, América do Sul, Antártica, Índia, Arábia e Austrália. 5) Cenozóico Final -A idade do gelo do Cenozóico Final começou pelo menos há 30 milhões de anos na Antártica. -Ela se expandiu para as regiões do Ártico do sul do Alasca, Groenlândia, Islândia e Svalbard entre 10 e 3 milhões de anos atrás. Glaciais e geleiras nessas áreas tem sido relativamente estáveis, com aspectos mais ou menos permanentes durante os últimos poucos milhões de anos. -Durante o último milhão de anos, grandes geleiras desenvolveram-se na América do Norte, Eurásia, Andes e outras regiões. Essas massas de gelo eram instáveis, crescendo e se destruindo em ciclos de aproximadamente 100 mil anos, que corresponde a excentricidade da órbita terrestre em torno do Sol. -A geleira mais recente desapareceu há apenas 10 mil anos, mas a Idade do Gelo Holarctic-Antarctic ainda continua em regiões de glaciação estável. -O período Cretáceo Médio é um período no passado geológico que se destaca como distintamente mais quente do que nos dias atuais, particularmente nas altas latitudes. -Durante o Período Cretáceo Médio 120-90 milhões de anos atrás, fósseis das plantas e animaisque habitavam ambientes quentes foram encontrados em latitudes muito mais altas. Árvores fruta-pão cresciam aparentemente ao norte da Groenlândia (55° N), e nos oceanos, corais de águas mornas, cresciam além do equador em ambos os hemisférios -O Cretáceo Médio foi caracterizado por uma geografia e circulação oceânica muito diferente dos dias atuais; assim como níveis de dióxido de carbono pelo menos 2 a 4 vezes mais alto do que o atual. -Explicações envolvendo os padrões de circulação atmosférica e oceânica radicalmente diferentes dos atuais tem sido propostas para explicar o clima do Cretáceo Médio. Períodos Quentes Vídeos Fósseis e Idade do Gelo – 17 min Evidências da Idade do Gelo - 18 min Enciclopédia Britânica 4) O Clima através da História da Humanidade Durante a idade do homem (Quaternário – 2 milhões de anos): o clima do planeta apresentou marcantes oscilações Hominídeo inicial (Homo Ergaster): Viveu há aprox. 2 milhões de anos na África (Rift Valley) Primeiros fósseis do Homo Sapiens (neanderthal): 200.000 anos • Os humanos são os únicos descendentes remanescentes de uma única família de primatas chamada hominídeo. • Em diferentes locais há 6 ou 7 milhões de anos, grupos de hominídeos se adaptaram a seus habitats e muitas espécies distintas emergiram – incluindo algumas que viveram simultaneamente. • A maior parte dessas espécies foram extintas, mas apenas uma – humanos modernos (Homo Sapiens) – sobreviveram e floresceram. • Seis épocas climáticas desde o final da última idade do gelo: 1) O fim da Idade do Gelo 2) O Younger Dryas 3) O Ótimo Climático pós-glacial – (7000-5000 AP) Máximo do Holoceno 4) A Fria Idade do Ferro (2900-2300 AP) 5) O Ótimo Medieval Climático - início da Idade Média (100-800 AP) 6) Pequena Idade do Gelo (550-125 AP) Idade do Ferro Última Idade do Gelo: Pinturas rupestres: Registros encontrados nas regiões centrais da França e noroeste da Espanha durante a última era glacial mostram o meio ambiente no qual os homens viviam, entre 40 mil e 50 mil anos atrás. Fauna: bisões, mamutes, rinocerontes, cavalos e outros animais selvagens que eram caçados pelos homens. Flora: cenário deserto e com poucas árvores, bem diferente do atual. Humanos Modernos – 30.000 anos • Existência de conexões através das geleiras em expansão em regiões onde atualmente encontramos apenas oceanos. Essas conexões permitiam uma migração humana intercontinental. – Exemplo: Da Ásia para a América do Norte pelo Estreito de Bering • Datações com radiocarbono também indicam a chegada das primeiras populações humanas na Austrália durante a Era Glacial, provavelmente há 40 mil anos, num tempo em que o nível baixo dos oceanos criava grandes aumentos das terras secas, quase ligando a Austrália à Ásia. Isso ocorria porque o nível médio da água dos oceanos era 100 m mais baixo do que o atual, já que a maior parte da água congelava para constituir as geleiras em expansão. Estreito de Bering O Fim da Idade do Gelo Grandes mudanças no cenário mundial: - derretimento das montanhas de gelo - crescente desaparecimento de muitos lagos - aumento do nível médio dos oceanos com o derretimento das geleiras e com o retorno da água antes congelada ao mar - início do prolongado aumento, ou retorno, das áreas terrestres que foram rebaixadas devido ao peso exercido pelas massas de gelo Mudanças tão significativas provocaram uma forçada adaptação dos homens e animais às novas condições de vida. Centros de significativas populações da Era do Gelo eram encontrados freqüentemente nas áreas que agora estavam submersas pelos oceanos. Isso nos sugere que o fim da Era Glacial e o contínuo aumento do nível médio do mar que se seguiu, pode ter reduzido grandemente o número total de homens – um evento raro na história – e pode ter provocado um aumento nas muitas lendas de uma grande enchente nos tempos ancestrais. A mudança das zonas de vegetação e suas faunas, variedade de pássaros e peixes nos mares As mudanças na flora acabaram provocando migrações de animais como os bisões da Europa, por exemplo, que tiveram seus pastos invadidos por florestas de pinheiros e outros tipos de vegetação. Esses novos habitats deslocavam os animais que lá costumavam viver, mas também traziam outras espécies, como insetos e pássaros. Novos peixes e pássaros foram surgindo e se multiplicando, cada um com uma rota migratória específica. Nem todos animais se habituaram às drásticas mudanças e acabaram desaparecendo, como o caso dos mamutes (América do Norte e Eurásia) e cavalos na América do Norte. Cavalos e camelos originários da América do Norte partiram para a Ásia e para a América do Sul. Como consequência há 8,000 anos os cavalos se extinguiram na América do Norte e só reapareceram após a segunda viagem de Cristovão Colombo em 1493. Bisões Mamutes Podemos pontuar o início da secagem na África a partir de 3500 e 2800 AC, com notável diminuição do nível do Nilo e falta de chuvas na região da Etiópia. Essas mudanças na África estão relacionadas com mudanças nos cinturões de florestas na Europa e no cinturão através da América do Norte, que apresentaram um declínio acentuado nos tipos de vegetação que mais precisam de calor para sobreviverem. Também nota-se na mesma época um avanço das geleiras nos Alpes, que ficou conhecido como oscilação Piora. Rio Nilo (África) Younger Dryas América do Norte: grande lago de águas de degelo (Lago Agassiz) Inicialmente a água drenada através do Rio Mississipi para o Golfo do México A medida que a geleira se retraiu para norte uma nova e mais curta passagem para o mar foi aberta: através da Bacia dos Grandes Lagos e do St. Lawrence. 30.000 ton/s de água doce foram lançadas no Atlântico Norte afetando a circulação termohalina. O ótimo climático pós-glacial Máximo do Holoceno • Entre 5000 e 3000 AC o nível do mar estava subindo rapidamente enquanto os últimos remanescentes das grandes geleiras derretiam depois da Era glacial, e em torno de 2000 AC o nível médio do mar deve ter sido mais alto do que hoje (aprox. 3 m). • Considerável aquecimento na Era Pós-Glacial. Temps entre 5000 AC ou anterior e 3000 AC era cerca de 1° a 3° mais altas com relação aos dias atuais. A Era pós Glacial mais quente no Norte da África: o tempo úmido do Sahara e seu fim, mudanças contemporâneas na Europa e América do Norte Sahara Pinturas rupestres de depois das primeiras dinastias egípcias mostram um meio ambiente e estilo de vida bem diferentes dos vistos hoje, com elefantes, rinocerontes, búfalos, hipopótamos, crocodilos, antílopes, girafas, e outros animais selvagens até na região central. Esses animais foram lá encontrados até cerca de 2600 AC, depois desapareceram. Os mais intrigantes itens dessas pinturas rupestres são os relacionados com aplicações da água, alguns incluindo certos tipos de barcos e canoas! Esse tipo de evidência artística mostra claramente que havia suficientes corpos d’água na região do Sahara nesse período que poderiam permitir a existência de vida, permitindo a passagem e permanência de homens e animais pelo local que hoje é o maior deserto do planeta. O Lago Chad apresentava um nível cerca de 30-40m mais alto do que o atual em torno de 3000 AC. A Fria Idade do Ferro • Apesar do período entre 900 e 300 AC ter sido uma época fria, o aspecto mais surpreendente a partir dos registros europeus é o aumento da umidade em várias partes do norte da Europa, incluindo Islândia, Alemanha e Escandinávia. As florestas da Rússia se espalharam para sul e uma mudança nas espécies dominantes indicam redução nas temps. de verão • Ao sul, na região do Mediterrâneo e no norte da África, o clima durante a Idade Fria do Ferro parece ter se tornado maisseco do que hoje. • Dados no hemisfério sul também indicam um período de resfriamento grosseiramente em torno de 500-300 AC. Idade do Ferro O Ótimo Medieval Climático • Para o ótimo climático que ocorreu em torno de 1000-1200 AD e épocas posteriores, registros históricos assumem grande importância. • Este ótimo secundário apresenta muitos dos aspectos do ótimo pós-glacial, mas em menor grau e por um período mais curto A Pequena Idade do Gelo (1400-1850) - Desaparecimento dos Vikings. - Ano de 1816: ano sem verão. Os frios invernos da pequena Idade do Gelo registrados em pinturas (1525- 69) • A extinção da colônia Nórdica na Groenlândia é o único exemplo registrado de uma sociedade européia bem desenvolvida que foi completamente extinta. • Em 985 (AD), durante um período particularmente quente uma expedição comandada por “Erik the Red” da Islândia promoveu o estabelecimento de 2 colonizações com cerca de 300 a 400 colonos na costa oeste da Groenlândia. • No início do século XII, existiam mais de 300 fazendeiros, com cerca de 5000 pessoas. • Apesar da vida difícil, os colonos mantinham rebanhos de gado, ovelhas e bodes; exploravam a vida selvagem e recebiam suprimentos da Islândia e da Escandinávia. • Durante o século XII, o clima na Groenlândia tornou-se muito frio. Apesar de esquentar um pouco no século XIII , o século seguinte foi ainda mais frio. • Essas mudanças causaram aumento de tempestades e camadas de gelo mais extensivos em torno da Groenlândia. • Como resultado, visitas da Islândia tornaram-se menos frequentes e tais regiões ficaram separadas por muitos anos. • O último contacto foi em 1410, e a colonização se extinguiu no final daquele século. • Estudos arqueológicos de sepulturas dos colonizadores apresentam figuras de má nutrição e doenças.
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