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Celina Trajano de Oliveira Contabilidade Societária Sumário 03 CAPÍTULO 2 – O que é Método de Custo e Método de Equivalência Patrimonial? ...............05 Introdução ....................................................................................................................05 2.1 Método de Custo – Critérios da Legislação .................................................................08 2.2 Métodos de Custo – Investimentos temporários e permanentes. Avaliação pelo Método de Custo ...............................................................................12 2.3 Método de Equivalência Patrimonial – Comparação com o Método de Custo .................15 2.4 Método de Equivalência Patrimonial – Aplicabilidade ...................................................18 Síntese ..........................................................................................................................27 Referências Bibliográficas ................................................................................................28 05 Capítulo 2 Introdução Neste capítulo serão apresentados os conceitos de Método de Equivalência Patrimonial e avaliação de investimentos. Como são classificados e quais os critérios de classificação. Aqui também você verá como se deve efetuar a contabilização de investimentos em empresas coligadas e controladas. Entenderá quais os requisitos necessários para a aplicação do Método de Equivalência Patrimonial. Há um pronunciamento técnico emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC rela- cionado especificamente a esse assunto, que é CPC 18 – Investimento em Coligada e Controlada. É importante mencionar que as entidades, dependendo de seus negócios, muitas vezes aplicam recursos em outras entidades por meio da participação acionária. A convergência das normas brasileiras de contabilidade para as normas internacionais de con- tabilidade, relativas a investimentos em Coligadas e Controladas, não sofreu modificações, visto que as resoluções e deliberações do Conselho Federal de Contabilidade – CFC não sofreram al- terações em relação à legislação vigente. O Método de Equivalência Patrimonial foi criado pela Lei no 6.404/76 (art. 248), a regulamentação ocorreu por meio do Decreto-lei no 1.598/77. A adaptação às normas internacionais de contabilidade ocorreu por meio da Lei no 11.638/07 e Lei no 11.941/09. Figura 1 – O que é uma Participação Societária? Fonte: Shutterstock, 2015. O que é Método de Custo e Método de Equivalência Patrimonial? 06 Laureate- International Universities Contabilidade Societária A sociedade empresária é o nome que se dá a empresas que são constituídas e registradas na Junta Comercial. Ela é registrada para explorar atividades como produção, circulação de bens e serviços. São empresas comerciais, industriais e prestadoras de serviços. A participação societária ocorre quando uma determinada entidade denominada investidora resolve aplicar seus recursos em outra empresa, denominada investida. A investidora tem ge- ralmente por objetivo aumentar sua participação no mercado, procurar ou manter clientes es- tratégicos, obter a garantia de uma atividade complementar e, a maioria das vezes, garantir fornecimento de tecnologia, matéria-prima ou serviços. As inovações trazidas pelo Código Civil brasileiro demonstram que as sociedades são divididas de acordo com as responsabilidades dos sócios, são classificadas da seguinte forma: sociedade simples, sociedade empresária, sociedade em conta de participação, sociedade em nome cole- tivo, em comandita simples, sociedade limitada, sociedade anônima e sociedade em comandita por ações. Segundo Marion (2015, p. 218), mais de 90% das empresas brasileiras são constituídas de forma limitada. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integração do capital social. Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. Trata-se de sociedades de capitais regidas pela Lei no 11.638/07 (Lei das Sociedades por Ações). Divide-se em dois tipos societários: sociedades anônimas e sociedades em comandita por ações, sendo que a última está praticamente extinta. Uma das principais características da sociedade anônima é ter por objetivo a participação em outras sociedades, geralmente para beneficiar-se de incentivos fiscais. Para beneficiar-se dos incentivos fiscais em determinadas áreas, as empresas o fazem por meio de “Participações Incentivadas”, tais como: turismo, pesca ou reflorestamento, mediante dedu- ção de parte do imposto de renda devido. A participação voluntária ocorre geralmente em sociedades coligadas e controladas, são quotas adquiridas pelas empresas com o objetivo de investimento contínuo, chamados de investimentos permanentes. Segundo o CPC 38, há três métodos de avaliação: o método de custo; o método da equivalência patrimonial; (MEP) e o método do valor justo (exceto para companhias fechadas). Segundo Marion (2015), os investimentos são avaliados pelo Custo de Aquisição porque há muita dificuldade no Brasil em se avaliar pelo valor justo que implica em obter cotação no mer- cado. Quando se fala em custo entende-se que é o valor original da transação mais os gastos incorridos, que podem ser revistos no decorrer do tempo. A avaliação é feita no momento em que ingressa no patrimônio. A avaliação pelo valor justo será substituída pelo custo quando inexistir o preço de cotação em Mercado Ativo e não for possível uma mensuração confiável a valor justo. Já o Método de Equivalência Patrimonial ocorre em três situações: • Investimentos em Coligadas • Investimentos em Controladas • Investimentos em entidades controladas em conjunto. E o que é valor justo? 07 Para ser considerado como valor justo (fair value), ele precisa estar vinculado ao mercado. A regulamentação do valor justo está no Comitê de Pronunciamento contábeis CPC 46. Para isso, as características do Ativo ou Passivo precisam ser avaliadas para se precificar a valor justo. Por exemplo: uma empresa tem uma fábrica em um terreno longe de residências. Com o tempo, diversos empreendimentos foram efetuados e muitos prédios residenciais começaram a surgir perto da fábrica. Verificou-se que as características do local foram se modificando em função da grande quantidade de imóveis residências. Em vista disso, a entidade determina a viabilidade de se demolir a fábrica e transformar o terreno em zona residência. Para efetuar essa transação, a entidade precisa verificar os custos da demolição, o melhor uso do terreno, o maior valor entre os empreendimentos envolvendo a avaliação dos imóveis e o melhor uso desses imóveis. Avaliar os ativos e passivos da empresa e a mudança de localização da fábrica. Segundo o CPC 18 (R2): • O que é uma Coligada? • Coligada é a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa. • Qual o significado de Demonstrações Consolidadas? • Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um grupo econômico, em que ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem uma única entidade econômica. • O que é Método de Equivalência Patrimonial? • Método da equivalência patrimonial é o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e, a partir daí, é ajustado para refletir a alteração pós-aquisição na participação do investidor sobre os ativos líquidos da investida. • Qual o conceito de negócio? • Negócio em conjunto é um negócio do qual duas ou mais partes têm controle conjunto. • Oque significa Controle Comum? • Controle conjunto é o compartilhamento, contratualmente convencionado, do controle de negócio, que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle. • O que significa Investidor Conjunto? • Investidor conjunto (joint venture) é uma parte de um empreendimento controlado em conjunto (joint venture) que tem o controle conjunto desse empreendimento. • O que é Influência Significativa? • Influência significativa é o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e operacionais de uma investida, mas sem que haja o controle individual ou conjunto dessas políticas. Fonte: CPC 18 (R2), 2015. VOCÊ SABIA? 08 Laureate- International Universities Contabilidade Societária 2.1 Método de Custo – Critérios da Legislação No grupo de investimento existem participações permanentes em outras empresas. Quando uma empresa investidora adquire ações de uma sociedade anônima ou limitada com o objetivo de permanecer com os investimentos. Não é intenção da empresa vender no curto prazo. Esse inves- timento é classificado como investimento permanente a partir de aquisições societárias. São avaliados pelo método de equivalência patrimonial. Os investimentos são chamados de permanentes, e se encontram nos artigos 248 a 250 da Lei no 6.404/76. Outros investimentos permanentes são avaliados pelo método de custo. De acordo com Santos e Schmidt (2015), para ser considerado como custo de aquisição, leva-se em consideração o valor gasto na aquisição do investimento permanente, considerando-se todos os gastos necessários a colocar o ativo em funcionamento, a exemplo de comissões, legalização, serviços de avaliação etc. São avaliados pelo método de custo, de acordo com a legislação so- cietária, todos os investimentos na forma de ações ou quotas, de caráter permanente, que não sejam em coligadas, controladas ou em empreendimentos controlados em conjunto. Portanto, pode-se dizer que, com poucas exceções, adota-se o método de custo quando a participação em outras sociedades for inferior a 20% do capital votante daquela sociedade. Segundo Santos e Schmidt (2015), em relação às companhias abertas e demais sociedades su- jeitas as normas emitidas pelo CPC, estas participações somente serão avaliadas pelo método de custo, se não existir preço de mercado cotado em um mercado ativo, ou cujo valor justo não possa ser mensurado com confiabilidade. Caso contrário serão avaliadas pelo seu valor justo. De acordo com a Lei no 6.404/76, art. 183, alterada pela Lei no 11.638/07 (BRASIL, 2007), os elementos do ativo, no Balanço, são avaliados pelo método de custo, que é o valor efetivo da transação, deduzindo-se a provisão para perdas. O método de custo é utilizado nos investi- mentos em sociedades que não são coligadas ou controladas, não podem fazer parte do mesmo grupo ou estarem sob controle comum. Por isso, não são obrigadas a serem avaliadas pelo Mé- todo de Equivalência Patrimonial. Portanto, o método do custo consiste em avaliar os componentes do patrimônio tendo como base os valores das transações que lhes deram origem. Este valor pode ser revisto no decorrer do tempo. No custo de aquisição podem ser englobados os gastos incorridos. A mensuração pelo método de custo é feita no momento em que ingressam no patrimônio e por apuração dos resultados e elaboração das demonstrações contábeis. Mas o que é uma Provisão para Perdas? Em primeiro lugar, para ser caracterizada como perda, ela deverá ser uma perda permanente (em uma situação de investimento pelo método de custo), portanto, ao se constituir a provisão para perda, a empresa deverá comprovar essa perda. Por exemplo: A Cia Atenas é a investidora da Cia Betânia. A Cia Atenas investiu R$ 10.000,00 na Cia Betânia. Ao final do ano de 20x5, a Cia Atenas constatou uma perda de 10% referente a queda nas ações pela má administração da Cia Betânia, sem nenhuma perspectiva de recuperação. Portanto, a Cia Atenas precisará efetuar os seguintes lançamentos para a aquisição do investi- mento, no valor de R$ 10.000,00, e para constituir uma provisão para perdas permanentes, no valor de R$ 1.000,00, que representa 10% de R$ 10.000,00. 09 Descrição Débito Crédito Participação societária (Ativo Não Circulante – Investimen- tos) 10.000,00 Caixa e equivalentes de caixa 10.000,00 Hist: Aquisição de um investimento Despesas com provisão para perdas (Despesas – Resultado) 1.000,00 Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimen- to. (Ativo Não Circulante – Investimentos – conta redutora) 1.000,00 Hist: constituição da provisão para perdas Quadro 1 – lançamentos de aquisição de investimentos e provisão para perdas. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Contabilidade Empresarial – 17ª edição – 2015. José Carlos Marion. Apresenta a importância da contabilidade e a forma de escrituração e elaboração das de- monstrações financeiras. Privilegia a interpretação dos relatórios contábeis, evidencia a to- mada de decisões no âmbito empresarial. Apresenta os conceitos básicos de contabilidade. Fonte: Marion, 2015. VOCÊ QUER LER? Em que momento se faz o lançamento contábil pelo método de custo? Como já foi visto ante- riormente, a contabilização da aquisição e da perda, você verá agora a contabilização dos divi- dendos. Dividendos são os lucros destinados aos acionistas. Os lucros precisam ser destinados porque a legislação federal obriga as empresas a destinarem seus lucros. A divisão de dividendos ocorre no encerramento do Balanço geralmente no final do ano. Os dividendos, de acordo com a data de recebimento, são contabilizados de forma diferente. Por exemplo: Se os dividendos forem recebidos até 6 meses após a data de aquisição do investimento, será contabilizada a redução do investimento, o resultado do exercício não será influenciado. Por exemplo, se o divi- dendo a receber for de R$ 500,00, a contabilização ficará desta forma: Modelo de contabilização de recebimento de dividendo. D Caixa/Bancos/Dividendos a receber R$ 500,00 C Investimentos permanentes/participações societárias. R$ 500,00 Quadro 2 – dividendos a receber até 6 meses da data da aquisição. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Entende-se que a investidora recebeu antecipadamente um valor maior pelas ações da empresa investida pela expectativa do recebimento dos dividendos propostos. 10 Laureate- International Universities Contabilidade Societária Quando o dividendo for recebido após 6 meses da data da aquisição do investimento há, pelo método de custo, três momentos: Primeiro momento, a aquisição; segundo momento, o direito a dividendos; o terceiro momento, as perdas estimadas ou permanentes. Exemplo de valor de investimento: R$ 20.000,00, dividendo a receber, R$ 500,00 perdas de 20% = R$ 4.000,00 Primeiro momento: aquisição. D Investimentos Permanentes R$ 20.000,00 C Disponibilidades ou Passivo R$ 20.000,00 Quadro 3 – momento de aquisição do investimento. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Segundo momento: direito a dividendos. D Dividendos a receber R$ 500,00 C Receitas com participações societárias R$ 500,00 Quadro 4 – momento de contabilização dos direitos a dividendos. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Terceiro momento: perda estimada ou permanente. D Despesas com perdas prováveis R$ 4.000,00 C Perdas estimadas R$ 4.000,00 Quadro 5 – momento da contabilização da perda. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Exemplo de registro de aquisição e contabilização de investimento avaliado pelo método de custo: A empresa Atenas adquiriu em janeiro de 2015 participações em outra empresa, a Celta, pagando à vista, em dinheiro, o valor de R$ 3.000,00, que representam 8% das ações votantes da empresa adquirida, portanto, o investimentotem uma participação inferior a 20% do capital votante. Consi- derando que a empresa Atenas tenha a intenção de manter o investimento em caráter permanente, classificando-o no subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante, como deve ser a contabilização? Contabilização do Investimento da empresa Atenas: Descrição Débito R$ Crédito R$ Participações em outras empresas – investimento 3.000,00 Caixa 3.000,00 Hist. Pelo registro da aquisição de parte das ações da empresa Celta. Quadro 6 – Contabilização do Investimento. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. 11 Ainda de acordo com Santos e Schmidt (2015), ao utilizar este método, a investidora precisa- rá apropriar os dividendos a receber no momento em que forem declarados pela assembleia de acionistas da investida, isto é, quando a investida registrar os dividendos a pagar. Assim, supondo-se que a investida apropriou um dividendo a pagar no valor de R$ 300,00, nesse caso apropria-se os dividendos a receber da investida, conforme segue: R$ 300,00 X 8% = 24,00 Contabilização da apropriação de dividendos: Descrição Débito R$ Crédito R$ Dividendos a receber (ativo circulante) 27,00 Receitas com participações societárias (DR) 27,00 Hist. Pela apropriação de dividendos da investida. Quadro 7 – Contabilização da apropriação de dividendos. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. É no ativo circulante ou não circulante, dentro do subgrupo “realizável a longo prazo”, que se faz o método de avaliação de investimentos permanentes. As participações em outras empresas (que são instrumentos financeiros) podem ser classificadas tanto como investimentos temporários no ativo circulante ou no realizável a longo prazo, quan- to como investimento permanente no subgrupo de investimentos, dependendo do caráter de permanência ou não dos mesmos na empresa. As participações em outras empresas classificadas como investimentos temporários serão ava- liadas, nos termos do pronunciamento técnico CPC 38, bem como pelo inciso I do art. 183 da Lei no 6.404/76, com redação dada pela Lei no 11.638/07 e pela Lei no 11.941/09, pelo seu valor justo, exceto se não existir preço de mercado cotado em um mercado ativo, ou cujo valor justo não possa ser mensurado com confiabilidade. Por outro lado, as participações em outras empresas classificadas como investimentos perma- nentes, de acordo com a legislação societária, serão avaliadas pelo método de custo, enquanto que pelas normas do CPC, elas somente seriam avaliadas pelo método de custo caso não fosse possível mensurar com confiabilidade o valor justo. Para a informação ficar completa, pode-se pensar em outro exemplo: A empresa “Atenas” adquiriu em 01/01/2015, 8% do capital social da empresa Celta, pelo valor de R$ 100.000,00, cujo patrimônio líquido era de R$ 2.000.000,00. Em 31/12/2015, a empresa “Celta” apurou um lucro de R$ 800.000,00. A empresa Celta declarou os dividendos propostos a pagar no valor de R$ 200.000,00. Os dividendos foram pagos 30 dias após a apro- vação da assembleia da empresa Celta, ou seja, dia 05/02/2016. Para ser contabilizado pelo método de custo, a investidora precisa ter a intenção de permanecer com a participação na investida. Se não for controlada, coligada ou em conjunto, então não poderá ser avaliado pela equivalência patrimonial e sim pelo art. 183 da Lei no 6.404/76, al- terado pela Lei no 11.638/07. No momento em que a investidora adquiriu o investimento, ela irá contabilizar: Contabilização da aquisição do investimento pela investidora. 12 Laureate- International Universities Contabilidade Societária Descrição Débito R$ Crédito R$ Investimento avaliado pelo método de custo 100.000 Conta corrente bancária 100.000 Hist. Pelo registro da aquisição de parte das ações da empre- sa Celta. Quadro 8 – Registro da aquisição do investimento. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. No momento em que a investida gerou lucro, a investidora não acompanha, dentro de suas demonstrações contábeis, o lucro que foi gerado pela investida. Pelo método de custo, o investi- mento permanece pelo valor de custo, sem que a investidora tenha acesso. O momento em que a investida declarar e provisionar seus passivos, a investidora vai reconhecer o percentual de participação que terá direito sobre os dividendos, a investidora contabilizará: Contabilização do reconhecimento dos dividendos. Descrição Débito R$ Crédito R$ Dividendos a receber (ativo circulante) 200.000,00 x 8% 16.000 Receitas com participações societárias (DR) 16.000 Hist. Pela apropriação de dividendos da investida. Quadro 9 – Reconhecimento dos investimentos. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. 2.2 Métodos de Custo – Investimentos temporários e permanentes. Avaliação pelo Método de Custo Os investimentos podem ser divididos em: investimentos temporários e permanentes. Os temporá- rios podem ser classificados no Ativo Circulante e no Ativo Não Circulante no subgrupo do reali- zável a longo prazo. Já os investimentos permanentes serão classificados no Ativo não Circulante. As empresas quando têm disponibilidade financeira, procuram aplicar seus recursos em títulos ou valores que elas podem resgatar em um curto espaço de tempo. Essas aplicações são importan- tes devido ao efeito inflacionário causado nos recursos que são mantidos no caixa em uma conta corrente bancária. Geralmente são aplicações de curto prazo ou de liquidez imediata. Podem ser títulos de crédito, ações ou mesmo depósito a prazo fixo, podem ser ainda certificados de depó- sito bancário ou ações na bolsa de valores ou mesmo fundos de aplicação imediata. Quais são os investimentos temporários? 13 Investimentos Temporários Debêntures Letra de Câmbio Depósito a prazo fixo Certificado de depósito bancário Títulos do Tesouro Nacional Fundos de aplicação imediata Títulos do Banco Central Outros títulos de Crédito Quadro 10 – Relação de investimentos temporários. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. De acordo com Lei no 11.638/07, algumas alterações ocorreram em relação à Lei no 6.404/76. Os investimentos temporários estarão mencionados no Ativo Circulante, pois refere-se à dispo- nibilidade imediata. As aplicações financeiras no Ativo Circulante são representadas por aplicações em títulos de renda fixa. A classificação dos títulos será dada de acordo com o objetivo para o qual foram adquiridos os títulos. Por exemplo: podem ser mantidos para negociação. Nesse caso terá como propósito a venda ou recompra no curto prazo. Podem ser mantidos até o vencimento, desde que a empresa tenha condições de mantê-los. Ou podem ficar disponíveis para venda. Então, os investimentos temporários devem ser segregados, segundo a Lei, de três formas: Devem se destinados à negociação imediata – investimentos temporários já destinados a serem negociados, ou seja, com sua negociação devidamente autorizada pela gestão da empresa; disponíveis para futura venda – se a empresa tiver aplicações financeiras destinadas para futura venda, mas essa venda não estiver ainda devidamente autorizada. Mantidos até o vencimento – investimentos para os quais a empresa tenha intenção e capacidade financeira de manter até seu vencimento. Já os Investimentos Temporários englobam as aplicações temporárias de recursos financeiros em títulos com prazo de vencimento superior ao exercício seguinte à data de balanço; Depósitos para Investimentos com Incentivos Fiscais e Participações em Fundos de Investimentos. (FIPECAFI, 2015, p. 12). De acordo com a Lei no 6.404/76 estabelece em seu art.179, inciso III, classifica como investi- mentos “as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da com- panhia ou empresa” (BRASIL, 1976). O grupo investimentodo ativo permanente é dividido em participações voluntárias, participações incentivadas e outros investimentos permanentes. Participações voluntárias são ações ou quotas interdependentes. Participações incentivadas têm relação com incentivos fiscais, com deduções de imposto de renda. Outros investimentos permanentes não tem relação com outras empresas, são obras de arte, terrenos comprados pela empresa que não implicam em participação societária. De acordo com a Lei no 11.638/07, alteram-se as regras para a aplicação do Método de Equi- valência Patrimonial. O método deve ser aplicado em empresas coligadas e controladas, perdeu- -se o conceito de relevância e criou-se o conceito de influência significativa. Consideram-se coligadas aquelas sociedades que têm participação no capital votante da companhia suficiente 14 Laureate- International Universities Contabilidade Societária para ter influência significativa, mas não será controladora, a presunção de influência significa- tiva ocorrerá se a participação for superior a 20% do capital votante (BRASIL, 2007) O que é influência significativa? Para ser considerada influência significativa o investidor precisa manter 20% ou mais do poder de voto da empresa investida. Essa influência ocorre em empresas coligadas. O investidor deverá ter também representação na diretoria da empresa investida Se não tiver 20% ou mais de votos da investida entende-se que não há influência significativa. Mas há exceções dependendo da situação. O investidor também terá influência significativa se tiver participação nos projetos da investida, fornecimento de tecnologia ou outras transações consideradas relevantes. Segundo o inciso III do artigo 179 da Lei 6.404/76, as contas do grupo Investimentos serão clas- sificadas da seguinte forma: “As participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa” (BRASIL, 1976). As contas que fazem parte deste grupo são investimentos permanentes. Investimentos Permanentes Obras de Arte Investimentos em ouro Propriedades para investimento, imóveis alugados, terrenos sem uso ou alugados. Terrenos e imóveis para futura utilização: investimentos que não geram renda, geralmente comprados para expansão. Participações societárias Investimentos em Coligadas Investimentos em Controladas Participações em outras empresas Provisão para perdas prováveis na realização de investimentos Quadro 11 – Relação de Investimentos Permanentes. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. O livro “Avaliação de investimentos”, de Adriano Leal Bruni, faz uma análise dos obje- tivos da administração financeira e apresenta o processo de avaliação de investimentos de longo prazo por meio de exemplos, aplicações com uso de calculadoras, planilhas eletrônicas. Discute também os aspectos relacionados às decisões empresariais. VOCÊ QUER LER? Para ser caracterizada como participação permanente em outra sociedade. existem três métodos: o método de custo, método de equivalência patrimonial ou valor justo. É importante lembrar que quan- do o investimento for registrado pelo método de custo, deverá ser deduzida a provisão para perdas. Outros Investimentos Permanentes são aplicações não destinadas à manutenção da atividade da entidade. Geralmente investimento em joias, obras de arte, imóveis para renda. 15 2.3 Método de Equivalência Patrimonial – Comparação com o Método de Custo Para entender o Método de Equivalência Patrimonial em relação em Método de Custo é neces- sário compreender o momento de aquisição dos dois métodos. O método de custo está relacio- nado ao valor de aquisição do investimento, ou seja, ao custo de aquisição, que muitas vezes não está vinculado ao valor do patrimônio da empresa e sim ao valor da aquisição. Isso não ocorre com o Método de Equivalência Patrimonial. Quando se menciona equivalência, remete- -se a compatibilização de informações, portanto, há uma compatibilidade entre o patrimônio da investida e o patrimônio da investidora. A investidora exerce influência nas decisões da entidade investida ou controla a investida. Importante ressaltar que se o valor pago for maior que o valor patrimonial, haverá ágio na transação. Qualquer variação ocorrida no patrimônio da investida refletirá na investidora se o método utilizado for o de equivalência patrimonial. No método do Custo, o valor dos investimentos são registrados em contabilidade pelo valor do custo de aquisição até a data da venda do bem. Deve ser constituído um valor de provisão para perda se o valor de mercado for inferior ao valor do custo. A apropriação do resultado da empresa investida deverá ser contabilizada quando houver o efetivo recebimento de dividendos. Quando a empresa deve aplicar o Método de Equivalência Patrimonial? A Lei n° 6.404/76 no art 248, modificada pela Lei nº 11.941/09, in- forma que tipo de sociedade deve ser avaliada pelo Método de Equi- valência Patrimonial. Segundo a Lei, deve ser demonstrado no balan- ço patrimonial das empresas Coligadas e Controladas, empresas que façam parte de um controle comum ou outras sociedades que façam parte do mesmo grupo o método de avaliação de investimento. Algumas normas são obrigatórias para uso do método: 1. Quando houver a aquisição a avaliação será feita com base no patrimônio líquido da empresa, na mesma data. Se não houver possibilidade de se avaliar na mesma data, da Lei determina um prazo de até 60 (sessenta) dias, no máximo, desde que seja antes da data do balanço. Quadro 12 – Quando a empresa deve aplicar o MEP. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. 16 Laureate- International Universities Contabilidade Societária Quando a empresa deve aplicar o método de Equivalência Patrimonial? Será registrada, na Demonstração de Resultado do Exercício, a dife- rença entre o custo de aquisição corrigido monetariamente e o valor do patrimônio líquido, desde que ocorra lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada ou se houver ganhos ou perdas. Quadro 13 – Quando a empresa deve aplicar o MEP. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. O cálculo para avaliação de investimentos deve ser observado, visto que no Método de Equivalência Patrimonial, os investimentos também poderão ser registrados pelo valor do custo na data da aquisição. O critério que a empresa precisa estar atenta refere-se ao percentual de participação da empresa investidora, que deverá estar identificado no balanço patrimonial. Já segundo o CPC 18 (R2): Aplicação do método da equivalência patrimonial 16. A entidade com o controle individual ou conjunto (compartilhado), ou com influência significativa sobre uma investida, deve contabilizar esse investimento utilizando o método da equivalência patrimonial, a menos que o investimento se enquadre nas exceções previstas nos itens 17 a 19 deste Pronunciamento (CPC, 2015). Portanto, de acordo com a Lei no 6.404/76, são três as formas de aplicação do método de equi- valência patrimonial (BRASIL, 1976): • Quando a investida é uma Entidade Coligada • Quando a investida é Entidade Controlada • Está no mesmo grupo econômico sob controle comum ou compartilhado conforme o CPC 18. Ainda de acordo com o art. 243 da Lei no 6.404/76, com alterações da Lei no 11.941/09, é importante ressaltar que uma empresa é considerada coligada à outra quando uma das em- presas, denominada investidora, tem a chamada influência significativa sobre a outra empresa. Essa influência significativa não se prende apenas ao percentual de 20% a mais sobre a outra empresa. Pode ser considerada também com influência significativa aquela empresa que exerça algum poder de participar de decisões na empresa investida, sejam elas política, financeiras ou operacional. Paraser considerada controlada, precisará existir uma outra empresa denominada controladora. A controladora é aquela que elege a maioria dos administradores, e é a titular dos direitos dos sócios e é a que faz as deliberações na sociedade (BRASIL, 2009). Aplicação dos Métodos Empresa é controlada? Há o poder de in�uência?(coligada) Investidora e investida têm controle comum? Sim Não Não Não Sim Método da Equivalência Patrimonial Método de Custo Sim Figura 1 – Modelo de aplicação dos métodos de aquisição de investimentos. Fonte: Nova, 2015. 17 O CPC 18 no item no 6 informa que para ser considerada influência significativa é necessária uma representação do investidor na ação. Essa representação pode ser por meio diretores, con- selheiros, participações nos processos de elaboração nas políticas da empresa, intercâmbio ou fornecimento de informações técnicas. Portanto, Controle Comum significa que o grupo econômico está vinculado a uma mesma socie- dade, há um único comando, um controle comum que terá que apresentar suas demonstrações por meio de consolidação. Então, estarão sujeitos á consolidação das demonstrações contábeis. Fabio Besta Nasceu em 1845, na Lombardia (Itália). Fabio Besta demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou muito perto de definir o Patrimônio como objeto da Contabilidade. Fábio Besta criou novas formas de estudos sobre contabilidade. Destacou a importância do estudo das em- presas. Criou a escola controlista de contabilidade, informando que a contabilidade demonstrava o controle dos fatos econômicos. Fonte: Só Contabilidade, 2015. VOCÊ O CONHECE? Mas o CPC 19, itens, 7, 8 e 10, diferenciam a ideia de controle, informa que controle conjunto é o compartilhamento que exige o consentimento unânime das partes que compartilham o con- trole. Informa ainda que todas as partes integrantes, ou grupo de partes integrantes controlam o negócio coletivamente, para poderem dirigir seus negócios coletivamente. Segundo o CPC 19 (R2): [...] negócio em conjunto é um negócio do qual duas ou mais partes têm o controle conjunto. Negócio em conjunto tem as seguintes características: As partes integrantes estão vinculadas por acordo contratual. O acordo contratual dá a duas ou mais dessas partes integrantes o controle conjunto do negócio. Negócio em conjunto é uma operação em conjunto ou um empreendimento controlado em conjunto (joint venture). Em negócio em conjunto, nenhuma parte integrante controla individualmente o negócio. A parte integrante que detém o controle conjunto do negócio pode impedir que qualquer das outras partes integrantes, ou grupo de partes integrantes, controle o negócio. O empreendimento controlado em conjunto, Joint Venture, os investidores assumem como sócios, assumem o patrimônio líquido da investida. (método de equivalência patrimonial) (CPC, 2015). O Método de Equivalência Patrimonial – MEP, não será necessário às empresas que estiverem dispensadas de apresentar as demonstrações consolidadas de acordo com a legislação. Para que não ocorra a aplicação do MEP, os acionistas, mesmo os sem direito a voto, precisam ser informados e estarem de acordo. Para isso também a investidora precisa estar na situação de controlada de outra entidade. 18 Laureate- International Universities Contabilidade Societária 2.4 Método de Equivalência Patrimonial – Aplicabilidade No investimento permanente temos Ativo Não Circulante no subgrupo investimentos, há partici- pações permanentes relacionados a aquisições em outras empresas. Significa que uma empresa investidora adquire ações ou quotas de responsabilidade limitada com a intenção de continuar com o empreendimento. Para a legislação societária, Lei no 6.404/76, alterada pela Lei no 11.638/07 só existem dois métodos de avaliação de investimentos: método de custo ou método de equivalência patrimonial (BRASIL, 2007). Pelo CPC 38 existem três métodos: o método do valor justo, o método de custo e o método de equivalência patrimonial. Para o CPC 38, a empresa não deve usar o método custo e sim o valor justo, exceto se elas não tiverem como estimar confiavelmente o preço de venda dos investimen- tos. O método do valor justo é o que deve ser aplicado, segundo o CPC 38. Você sabe é que é CPC? O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades: Criado pela Resolução CFC no 1.055/05, o CPC tem como objetivo: o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais (CPC, 2015). VOCÊ SABIA? Ainda acordo com o CPC 27, “valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ati- vo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração” (CPC, 2015, p. 03). Mas no Brasil há uma dificuldade muito grande em verificar o valor justo de um investimento. O Método de Equivalência Patrimonial está evidenciado em diversos CPCs, no CPC 18, 19 e 36. Neles está demonstrado que o método de equivalência patrimonial é aplicável nas sociedades controladas, coligadas e controladas em conjunto. Há um conceito em relação ao investimento considerado relevante. Segundo CPC 19, o inves- timento em sociedades controladas ou coligadas será considerado relevante quando o valor contábil do investimento for igual ou superior a 10% (dez por cento) do Patrimônio Líquido da sociedade investidora, ou quando no valor contábil do conjunto do investimento em sociedades controladas ou coligadas for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimônio líquido da sociedade investidora ou controladora. A influência em uma administração ocorre quando a investidora tem, por exemplo, 15% do ca- pital, mas fornece tecnologia ou é responsável por uma determinada área da empresa, designa algum diretor ou ainda se responsabiliza pela administração da empresa. 19 Abaixo o exemplo de um exercício dado no concurso da Fundação Carlos Chagas sobre Método de Equivalência Patrimonial: Exemplo 1 do exercício dado pela Fundação Carlos Chagas - FCC (FCC – Analista Contabilidade – Metrô SP – 2012) De acordo com as modificações introduzidas pelas leis no 11.638/2007 e no 11.941/2019 na Lei no 6.404/1976 (Lei da Sociedade por Ações), as companhias devem avaliar, pelo método da equivalência patrimonial: (A) todos seus investimentos temporários ou permanentes em outras companhias. (B) apenas os investimentos permanentes em controladas. (C) todos seus investimentos permanentes em sociedades controladas ou coligadas. (D) todos os investimentos permanentes em outras companhias. (E) apenas os investimentos em controladas e coligadas que sejam relevantes. Entendendo: a questão aborda quais as companhias devem ser avaliadas pelo método de equi- valência patrimonial - MEP. ´É importante compreender que quando se fala em avaliação de investimentos, entende-se investimentos permanentes, portanto, as alternativas relacionadas a investimentos temporários estão erradas. A Lei determina que as entidades Coligadas, Controla- das e sob controle comum devem ser avaliadas pelo MEP. Como a lei determina quais as com- panhias que devem ser avaliadas pelo MEP, a alternativa D está descartada. Quanto à ideia de relevância, ela não existe para aplicação do MEP em avaliação de investimentos, a alternativa E não procede. Portanto, a única alternativa que atende à legislação é a alternativa C. Qual o cálculo será feito pelo Método de Equivalência Patrimonial? SegundoSantos e Schmidt (2015), ao se identificar o investimento que deve ser avaliado pelo Método de equivalência patrimonial, deve-se apurar o valor dos investimentos, multiplicando-se o patrimônio líquido da empresa investida, pelo percentual de participação no capital da mesma, pela investidora. A diferença entre o saldo corrigido contábil e o valor do cálculo será o valor da equivalência patrimonial. Exemplo 2 do exercício apresentado no livro Contabilidade Societária de Santos e Schmidt Planilha com o cálculo de equivalência patrimonial: Empresa Patrimônio líquido da investida % Partici- pação no Capital Valor após a equivalência Valor contábil Valor da equivalência B 27.500 X 17% = 4.675 - 2.500 = 2.175 C 46.000 X 25% = 11.500 - 8.200 = 3.300 D 13.000 X 45% = 5.850 - 6.400 = (550) E 5.700 X 85% = 4.845 - 3.800 = 1.045 5.970 Quadro 14 – Cálculo de equivalência patrimonial. Fonte: Santos e Schmidt, 2015. 20 Laureate- International Universities Contabilidade Societária Preste atenção no quadro 14, na empresa B, o patrimônio da investida totalizou R$27.500, par- ticipação da empresa no capital da investida é de 17%, então após a equivalência patrimonial, o valor de R$ 4.675 refere-se à multiplicação de R$ 27.500 x 17%. O valor que está contabilizado é R$ 2.500,00, portanto, o valor da equivalência é de R$ 2.175 que é a subtração entre o valor contábil e o valor apurado da equivalência patrimonial. Segundo Santos e Schmidt (2015, p. 26), “a diferença entre o valor de patrimônio líquido e do inves- timento corrigido somente será registrada como resultado da equivalência patrimonial quando se ori- ginar de lucros ou prejuízos obtidos pelas investidas, ou se corresponder a ganhos ou perdas efetivas”. Após os cálculos serão feitos os lançamentos contábeis. A contabilização será feita da seguinte forma: Contabilização Método de Equivalência Patrimonial Descrição Empresa B Débito Crédito Investimento 2.500 Caixa/Bancos 2.500 Equivalência Patrimonial 2.175 Resultado de Equivalência Patrimonial 2.175 Descrição Empresa C Débito Crédito Investimento Empresa 8.200 Caixa/Bancos 8.200 Equivalência Patrimonial 3.300 Resultado Equivalência Patrimonial 3.300 Quadro 15 – Planilha de contabilização – MEP Fonte: Santos e Schmidt, 2015. Contabilização Método de Equivalência Patrimonial Descrição Empresa D Débito Crédito Investimento Empresa 6.400 Caixa/Bancos 6.400 Resultado de Equivalência Patrimonial 550 Equivalência Patrimonial 5500 Descrição Empresa E Débito Crédito Investimento Empresa 3.800 Caixa/Bancos 3.800 Equivalência Patrimonial 1.045 Resultado Equivalência Patrimonial 1.045 Quadro 16 – Planilha de contabilização – MEP. Fonte: Santos e Schmidt, 2015. 21 Exemplo 3 Segundo Santos e Schmidt (2015), se a investidora Alfa adquirir participações nas investidas Delta, Ômega e Sigma, e se não existir influência significativa na administração das investidas, como ficará a situação da empresa? Planilha da empresa Alfa e os percentuais de participação: Investida Percentual de Participação Valor pago R$ Valor Patrimo- nial R$ Ágio ou desá- gio Delta 51% 1.300 1.300 0 Ômega 18% 400 400 0 Sigma 36% 1.000 1.000 0 Total 2.700 2.700 0 Quadro 17 – Participações adquiridas. Percentuais de participação das empresas. Fonte: Santos e Schmidt, 2015. Segundo Santos e Schmidt (2015, p. 94) Com base nas informações anteriores, conclui-se que: • Delta é avaliada pelo método de equivalência patrimonial, porque o investimento é em uma controlada; • Ômega é avaliada pelo método de custo, porque a investida não é em uma coligada (percentual é menor do que 20% e não existe influência significativa); • Sigma é avaliada pelo método de equivalência patrimonial, porque o investimento é em uma coligada. Esta tabela mostra que Sigma é avaliada pelo método de equivalência patrimonial, porque o in- vestimento é em uma coligada. Na hipótese de influência significativa na administração das inves- tidas, Delta e Sigma continuariam a ser avaliadas pelo método de equivalência porque Alfa possui mais de 20% no percentual de participação patrimonial. Porém Ômega deixaria de ser avaliada pelo método de custo e passaria a ser avaliada pelo método de equivalência patrimonial, já que a participação seria em uma coligada e que existe influência significativa na sua administração. 22 Laureate- International Universities Contabilidade Societária Método de Custo e Equivalência Patrimonial – MEP Exemplo de método de custo: A empresa Atenas possui 15% de participação acionária na empresa Beta Balanço da Empresa Atenas Ativo 20x1 R$ Caixa/bancos 10.000 Investimentos empresa Beta 100.000 Total Ativo 110.000 Passivo e Pl 20x1 R$ Fornecedores 40.000 Capital Social 70.000 Total Passivo e PL 110.000 Figura 2 – Balanço Patrimonial - Método de Custo. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. Método de Custo e Equivalência Parimonial – MEP • A empresa Atenas possui 15% de participação acioná- ria na empresa Beta • Em 20x2 a Empresa Beta apura lucro de R$ 150.000 Figura 3 – Proposta de exercício pelo Método de Custo. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. Método de Custo e Equivalência Parimonial – MEP Balanço da Empresa Atenas-método de custo Ativo 20x1 R$ 20x2 Caixa/bancos 10.000 10.000 Investimentos empresa Beta 100.000 100.000 Total Ativo 110.000 110.000 Passivo e Pl 20x1 R$ 20x1 R$ Fornecedores 40.000 40.000 Capital Social 70.000 70.000 Total Passivo e PL 110.000 110.000 Figura 4 – Comparação entre Balanços Método de Custo. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. 23 Método de Custo e Equivalência Patrimonial – MEP • A empresa Atenas possui 15% de participação acioná- ria na empresa Beta • Em 20x2 a Empresa Beta apura lucro de R$ 150,00 • Em 20x3 Empresa Beta paga dividendos de R$ 100.000 Figura 5 – Proposta de exercício Método de Custo 2. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. Método de Custo e Equivalência Parimonial – MEP Balanço da Empresa Atenas-método de custo Ativo 20x1 R$ 20x2 20x3 Caixa/bancos 10.000 10.000 25.000 Investimentos empre- sa Beta 100.000 100.000 100.000 Total Ativo 110.000 110.000 125.000 Passivo e Pl 20x1 R$ 20x1 R$ 20x1 R$ Fornecedores 40.000 40.000 40.000 Capital Social 70.000 70.000 70.000 Receita de dividendos 15.000 Total Passivo e PL 110.000 110.000 125.000 O resultado da empresa Beta será contabilizado na empresa Atenas quando houver o efetivo rece- bimento dos dividendos. Portanto o método de custo é pelo regime de caixa. Figura 6 – Resultado da comparação entre balanços pelo Método de Custo. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. Método de Custo e Equivalência Patrimonial – MEP • Exemplo de Método de Equivalência Patrimonial • A empresa Atenas possui 50% das ações (com direito a voto) da empresa Beta. O Patrimônio Líquido da empresa Beta é de R$ 200.000. Figura 7 – Proposta de exercício pelo Método de Equivalência Patrimonial. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. 24 Laureate- International Universities Contabilidade Societária Método de Custo e Equivalência Parimonial – MEP Balanço da Empresa Atenas-método de custo Empresa Beta Valor R$ Empresa Atenas Valor R$ Ativo Ativo Passivo e PL Passivo e PL Patrimônio Líquido 200.000 Patrimônio Líquido 70% x 200.000 140.000 Figura 8 – Balanço da empresa Atenas Método de Equivalência Patrimonial. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. Método de Custo e Equivalência Parimonial – MEP Balanço da Empresa Atenas-método de custo Ativo 20x1 R$ Caixa/bancos 10.000 Investimentos empresa Beta 140.000 Total Ativo 150.000 Passivo e Pl 20x1 R$ Fornecedores 40.000 Capital Social 110.000 Receita de dividendos TotalPassivo e PL 150.000 Figura 9 – Resultado do Balanço pelo Método de Equivalência Patrimonial. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. 25 Método de Custo e Equivalência Patrimonial – MEP Em 20x2 a empresa Beta apura um lucro de R$ 50.000 Balanço da Empresa Atenas – método de equivalência patrimonial Empresa Beta Valor R$ Empresa Antenas Valor R$ Ativo Ativo Passivo Passivo e PL Patrimônio Líquido + lucro 200.000 50.000 Patrimônio Líquido 70% x 200.000 = + 70% (50.000) lucro = 140.000 35.000 Total = 250.000 Total= 175.000 Figura 10 – Comparação entre Método de Custo e Método de Equivalência Patrimonial. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. Método de Custo e Equivalência Parimonial – MEP Balanço da Empresa Atenas – método de equivalência patrimonial Ativo 20x1 R$ 20x2 Caixa/bancos 10.000 10.000 Investimentos empresa Beta 140.000 175.000 Total Ativo 150.000 185.000 Passivo e PL 20x1 R$ 20x2 Fornecedores 40.000 40.000 Capital Social 110.000 110.000 Receita de equivalência patrimonial 35.000 Total Passivo e PL 150.000 185.000 Figura 11 – Resultado do Balanço após a aplicação do Método de Equivalência Patrimonial. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. Portanto, como foi demonstrado, o Método de Equivalência Patrimonial proporciona às empresas uma nova visão de seus investimentos em coligadas. Atualizando o valor contábil do investimen- to, visto que isso não ocorre no método de custo. Apresenta a equivalência em relação ao valor aplicado pelo investidor. 26 Laureate- International Universities Contabilidade Societária VOCÊ QUER VER? Enron: Os mais espertos da sala (Enron: The Smartest Guys in the Room) É um documentário interessantíssimo abordado de forma simples sobre um assunto bastante complexo. Mostra a desregulamentação de uma empresa em que todos que- riam investir. Ninguém sabia o motivo do sucesso da Eron. A empresa colocava as ações no mercado por preços altíssimos apostando no aumento das ações. Até que um dia tudo desabou. Os futuros contadores conhecerão por meio deste documentário as diversas situações contábeis de uma grande empresa. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=Nd0ysLCIQxE>. Segundo Santos e Schmidt (2015, p. 96), “de acordo com o item 9 do pronunciamento técnico CPC 18(R2), a entidade perde a influência significativa sobre a investida quando ela perde o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais daquela investida.” De acordo com o pronunciamento técnico CPC 18 (R2), item 22, o método de equivalência pa- trimonial será descontinuado quando o investimento deixar de ser qualificado como controlada, coligada ou controlado em conjunto. Deverá ser contabilizado pelo valor justo, não existindo mais a intenção da permanência do investimento na entidade. 27 Síntese • Distinguimos Método de Custo e Método de Equivalência Patrimonial • Entendemos a importância do método de custos para as empresas e o que determina a legislação o os CPCs. • Compreendemos quais os critérios do método de custo e sua contabilização. • Identificamos investimentos temporários e permanentes. • Conhecemos o Método de Equivalência Patrimonial, o que determina a Lei no 11.638/07, de que forma ele pode ser utilizado nas empresas coligadas, controladas e em conjunto. Síntese 28 Laureate- International Universities Referências BRASIL. Decreto-lei n. 1.598, de 26 de dezembro de 1977. Altera a legislação sobre Impos- to de Renda. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1598.htm>. Acesso em: 21 nov. 2015. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre a sociedade por ações. Dis- ponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 28 out. 2015. BRASIL. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n. 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstra- ções financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/ lei/l11638.htm>. Acesso em: 27 out. 2015. BRASIL. Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 27 out. 2015. BRUNI, A. L. Avaliação de investimentos. São Paulo: Atlas, 2013. CPC. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Conheça o CPC. s/d. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC>. Acesso em: 21 nov. 2015. CPC. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 18 (R2): Pronunciamento Téc- nico. Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Con- junto. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=49>. Acesso em: 23 out. 2015. CPC. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 19 (R2): Negócios em Conjun- to. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=50>. Acesso em: 12 set. 2015. CPC. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 27: Ativo Imobilizado. Dis- ponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=58>. Acesso em: 15 set. 2015. CPC. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 28 R1: Propriedades para inves- timentos. Disponível em: <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/320_CPC_28_ rev%2008.pdf>. Acesso em: 15 set. 2015. CPC. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 38: Instrumentos Financeiros, reco- nhecimento e mensuração. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=69>. Acesso em: 1o nov. 2015. CPC. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 46: Mensuração a valor jus- to. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=78>. Acesso em: 11 out. 2015. Bibliográficas 29 ENRON: Os mais espertos da sala. Produção de Alex Gibney; Jason Kliot; Susan Motamed. Direção de Alex Gibney. Estados Unidos: HDNet Films, 2005. (109 min.) color. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Nd0ysLCIQxE>. Acesso em: 12 out. 2015. FIPECAFI. CULTURA CONTÁBIL, ATUARIAL E FINANCEIRA. Perguntas e respostas: nova lei das S/A, Lei n. 11.638/07. s/d. Disponível em: <http://www.cfc.fipecafi.org/faq/faq.pdf>. Aces- so em: 29 out. 2015. MARION, J. C. Contabilidade empresarial. Livro texto. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2015. NOVA, S. P. C. C. 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