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REVISÃO DE EMPRESARIAL IV (1)

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REVISÃO DE EMPRESARIAL IV – AV2
CASO CONCRETO 03
Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou sua recuperação judicial, distribuída à 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Em 03/02/2010, quarta-feira, foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de Janeiro ("DJE-RJ") a decisão do juiz que deferiu o processamento da recuperação judicial e, dentre outras providências, nomeou o economista João como administrador judicial da sociedade. Decorridos 15 (quinze) dias, alguns credores apresentaram a João as informações que entenderam corretas acerca da classificação e do valor de seus créditos. Quarenta e cinco dias depois, foi publicado, no DJE-RJ e num jornal de grande circulação, novo edital, contendo a relação dos credores elaborada por João. No dia 20/04/2010, você é procurado pelos representantes de XYZ Cadeiras Ltda., os quais lhe apresentam um contrato de compra e venda firmado com ABC Barraca de Areia Ltda., datado de 04/12/2009, pelo qual aquela forneceu a esta 1.000 (mil) cadeiras, pelo preço de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que deveria ter sido pago em 28/01/2010, mas não o foi. Diligente, você verifica no edital mais recente que, da relação de credores, não consta o credor XYZ Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório, constata que o quadro geral de credores ainda não foi homologado pelo juiz. Na qualidade de advogado de XYZ Cadeiras Ltda., analise a questão à luz da Lei 11.101/2005 para regularizar a cobrança do crédito desta sociedade.
Resposta: nos termos do artigo 10, caput, da Lei n. 11.101/2005, o credor pode pedir o seu ingresso no processo de recuperação, mas será recebido como crédito retardatário. 
No caso não foi homologado o quadro geral de credores, o que caracteriza que a habilitação pode ser feita através de impugnação, conforme prevista no § 5º do artigo 10 da mencionada legislação que determina:
Art. 10.§ 5º As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei.
CASO CONCRETO 09
João Santana, administrador de Supermercados Porto Grande Ltda., o procura para que providencie a cobrança imediata de vários débitos assumidos pela sociedade Ferreira Gomes & Cia Ltda. Tal sociedade está em grave crise econômico-financeira desde 2012, com vários títulos protestados, negativação em cadastros de proteção ao crédito e execuções individuais ajuizadas por credores. O cliente apresenta a você os seguintes documentos: a) uma nota promissória subscrita por Ferreira Gomes & Cia Ltda. no valor de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), vencida em 30/9/2013, apresentada a protesto em 17/03/2014, com medida judicial de sustação de protesto deferida e em vigor; b) boleto de cobrança bancária no valor de R$ 12.900,00 (doze mil e novecentos reais) referente ao fornecimento de alimentos no período de janeiro a março de 2014, vencido, com repactuação de dívida com parcelamento em seis meses, a contar de outubro de 2014. c) 23 (vinte e três) duplicatas de compra e venda, acompanhadas das respectivas faturas, vencidas entre os meses de janeiro de 2013 a fevereiro de 2014, no valor total de R$ 31.000,00 (trinta e um mil reais), todas aceitas pelo sacado Ferreira Gomes & Cia Ltda. e submetidas ao protesto falimentar em 26/3/2014. Sabendo que: i) a devedora tem um único estabelecimento, denominado "Restaurante e Lanchonete Tartarugal", situado em Macapá/AP; ii) o Decreto sobre a Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Amapá determina ser a Comarca de Macapá composta de 06 (seis) Varas Cíveis, competindo aos respectivos Juízes processar e julgar os feitos de natureza comercial. Por fim, analise a situação de acordo com a normatização da Lei 11.101/2005 para a instauração de execução coletiva dos bens do devedor em caso de procedência do pedido.
Resposta: Cabe dois tipos: AÇ ÃO OU PEDIDO DE FALÊNCIA com fundamento no art. 94, caput, inciso I, e parágrafo 3º, da Lei n. 11.101/2005, quanto a AÇÃO DE EXECUÇÃO P OR TÍTULO E XTRAJUDICIAL ou AÇÃO D E EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE, com fundamento nos arts. 585, inciso I, do CPC e art.15, I, da Lei n. 5.474/68. No final do enunciado o cliente pretende que o advogado proponha medida judicial apta a instaurar a execução coletiva dos bens do devedor.
CASO CONCRETO 13
Dentro do estudo de Direito Empresarial, temos a alienação do ativo da empresa, onde o juiz, ouvido o administrador judicial ordena a alienação de acordo com os incisos do artigo 142 da Lei 11.101/2005. Assim, caracterize as 3 modalidades de alienação do ativo.
Resposta: São 3 modalidades de alienação do ativo, pre visto na lei falimentar: 
 -leilão: que é a venda do ativo em hasta pública; 
- proposta fechada: modalidade em que se obtem as propostas concorrentes em envelopes lacrados, optando-se pela de melhor preço; 
- pregão: em que são obtidas propostas ou ainda por lances orais.
CASO CONCRETO- NÃO ESTA NO PORTAL
Batalha Comércio de Alimentos Ltda. EPP em recuperação judicial teve seu plano de recuperação judicial submetido à assembleia de credores. Na assembleia estiveram representadas duas classes de credores – (i) com garantia real e (ii) quirografários. O valor total dos créditos presentes à assembleia é de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais). O plano de recuperação, independentemente de classes, obteve o voto favorável de credores titulares de créditos no valor de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). Na classe dos credores quirografários o plano obteve aprovação de nove dos dez credores presentes, correspondendo a 90% dos créditos dessa classe. Na classe dos credores com garantia real, o plano foi aprovado por dois dos três credores presentes, correspondendo a 40% dos créditos dessa classe. Fronteira Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S/A, titular de 60% dos créditos com garantia real, foi contrária à aprovação do plano por discordar do prazo para pagamento – 60 meses – oferecido a todos os credores dessa classe. Com base nas disposições da Lei nº 11.101/2005, responda aos itens a seguir.
A) É obrigatória a aprovação do plano de recuperação judicial por todas as classes de credores presentes à assembleia? 
B) Nas condições descritas no enunciado, é possível a concessão da recuperação judicial? 
RESPOSTA: 
A) Não. Havendo somente duas classes com credores votantes (situação descrita no enunciado), a aprovação de pelo menos uma delas, nos termos do Art. 58, § 1º, inciso II, da Lei nº 11.101/2005, é suficiente.
B) Sim. O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base no Art. 58, § 1º, da Lei nº 11.101/2005, porque:
(i) o plano obteve o voto favorável de credores que representam mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes (R$ 2.500.000,00 de um total de R$ 4.000.000,00; (ii) houve somente duas classes com credores votantes, e a aprovação de uma delas (classe III);
(iii) na classe dos credores com garantia real (classe II do art. 41), que o rejeitou, obteve o voto favorável de 2 dos 3 credores presentes, correspondendo a 40% dos créditos dessa classe, portanto mais de 1/3 (um terço) dos créditos presentes computados na forma do Art. 45, § 2º, da Lei nº 11.101/2005. Ademais, o plano não implicou tratamento diferenciado entre os credores da classe que o rejeitou, cumprindo a exigência do Art. 58, § 2º, da Lei nº 11.101/2005.
REVISAO DADO EM AULA:
**A lei prevê que em caso de rejeição do pagamento do Plano de Recuperação Judicial pela assembléia geral de credores o juiz decretara a falência de credores.
** Quem pode falir? Resposta: todo o empresário ou sociedade empresaria que exerça atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens e serviços.
**Quem pode requerer a falência? Resposta: O próprio devedor (auto falência),o credor, empresário e as hipoteses previstas no art. 97 que diz:
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
 I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
 II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
 III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
 IV – qualquer credor.
 § 1o O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades.
 § 2o O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
** EFEITOS IMEDIATOS DA DECRETAÇÃO DE FALENCIA:
- fechamento e lacre na sede da empresa com dispensa de todos os seus funcionários (filiais também).Obs: não é absoluta esta relação
- arrecadação dos bens, valores e livros contábeis.
-avaliação, penhora dos bens e venda
- elaboração do quadro geral de credores
- pagamento das despesas da massa
- encerramento da falência
**Quanto tempo o empresário será considerado judicialmente falido? Em 5 anos.
** Os efeitos da condenação pela prática do crime falimentar podem gerar inabilitação para o exercício da atividade que perdurarão ate 5 anos após o fim da punição. (art.168 e SS)
Ex: no caso de crime de duplicata simulada, 3 anos de pena.
Obs: após o cumprimento de pena ( 3 anos cumprida + 5 anos)
VER ART. 83 E 84
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
 I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
 II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
 III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias;
 IV – créditos com privilégio especial, a saber:
 a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
 b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
 c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia;
 d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das microempresas e empresas de pequeno porte de que trata a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006 (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
 V – créditos com privilégio geral, a saber:
 a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
 b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;
 c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
 VI – créditos quirografários, a saber:
 a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
 b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento;
 c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
 VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;
 VIII – créditos subordinados, a saber:
 a) os assim previstos em lei ou em contrato;
 b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.
 § 1o Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado.
 § 2o Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.
 § 3o As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.
 § 4o Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários.
 Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:
 I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;
 II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
 III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;
 IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;
 V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.

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