Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROTOZOÁRIOS FLAGELADOS MONOXENOS PROF. FERNANDO RAMALHO. APRESENTAÇÃO: Protozoários flagelados monoxenos • Os protozoários flagelados pertencem à classe Zoomastigophora. • São protozoários ativos e se movimentam por locomoção flagelar. • Apresentam ciclo de vida com apenas um hospedeiro. • Podem ser bem específico quanto ao hospedeiro. • Responsáveis por agravos no sistemas urogenitais e digestórios. DEPOIS DESSA AULA VOCÊ RECONHECERÁ: • Quais os protozoários flagelados com ciclo monoxeno; • O ciclo biológico e as formas de transmissão destas parasitoses; • As patologias decorrentes da infecção pelos parasitas; • Quais os sinais clínicos; • Principais medidas profiláticas; SUMÁRIO UNIDADE II – PROTOZOOLOGIA FLAGELADOS MONOXENOS; Tricomonas vaginalis (tricomoníase) Morfologia; Local de infecção; Patologia; Sintomas e Sinais; Diagnóstico; Profilaxia e tratamento. UNIDADE II – PROTOZOOLOGIA FLAGELADOS MONOXENOS; Giardia lamblia (Giardíase) Morfologia; Ciclo Biológico; Sintomas e Sinais; Diagnóstico; Profilaxia e tratamento. TRICHOMONAS VAGINALIS “TRICOMONÍASE” TRICHOMONAS VAGINALIS (TRICOMONÍASE) • Tricomoníase: Uma das IST`s não virais mais comum no mundo (170 milhões de casos anuais). • Agente etiológico: Trichomonas vaginalis. TRICHOMONAS VAGINALIS: MORFOLOGIA TRICHOMONAS VAGINALIS: MORFOLOGIA • Protozoário eucariótico flagelado; • Célula poliforma: pode apresentar formas variáveis; • Características em preparações fixadas e coradas: • Forma: elipsóide, piriforme ou oval; • Tamanho: 10-30 micrômetros. • Núcleo: excêntrico; • Apresenta 05 flagelos móveis, sendo 04 (quatro) livres e um aderido á parede (membranas ondulantes). Movimentação dos flagelos: atrai os alimentos; Membrana ondulante: produz movimentos. NÃO POSSUI FORMA CÍSTICA, SOMENTE TROFOZOÍTICA. TRICHOMONAS VAGINALIS: LOCAL DA INFECÇÃO TRICHOMONAS VAGINALIS: LOCAL DA INFECÇÃO • Habita o trato vaginal inferior feminino e o trato genital masculino, onde produz a infecção e não sobrevive for a do sistema urogenital. • Sobrevive por mais de uma semana sob o prepúcio do homem sadio, após o coito com a mulher infectada. • TRANSMISSÃO: • Sexo; • Parto (Transmissão vertical). • VETOR: HOMEM – via ejaculação e fluídos lubrificantes. TRICHOMONAS VAGINALIS: FISIOLOGIA • É um organismo anaeróbio facultativo. • Cresce perfeitamente bem na ausência de oxigênio. • Como fonte de energia: flagelado utiliza glicose, frutose, maltose, glicogênio e amido. • O trichomonas vaginalis é capaz de manter em reserva – GLICOGÊNIO. Muitos homens são assintomáticos e por isso podem acreditar não portar Trichomonas vaginalis, contribuindo para a disseminação via sexo desprotegido. TRICHOMONAS VAGINALIS: PATOLOGIA TRICHOMONAS VAGINALIS: PATOLOGIA • Problemas relacionados com a gravidez: • Ruptura espontânea da bolsa gestacional; • Parto prematuro; • Endometrite pós parto; • Natimorto ou Morte neonatal. • Problemas relacionados com a fertilidade: • Destruição dos cílios da mucosa tubária: Inibe a passagem de espermatozóides ou óvulos através da tuba uterina. O TRICHOMONAS VAGINALIS SE DESTACA COMO UM DOS PRINCIPAIS PATÓGENOS DO TRATO UROGENITAL HUMANO E ESTÁ ASSOCIADO A SÉRIAS COMPLICAÇÕES DE SAÚDE. • Aumenta o potencial de contágio e transmissão do HIV: • Pequenas hemorragias; • Aumento do número de vírus nos fluídos sexuais. Muitos pacientes são assintomáticos e, mantendo-se sexualmente ativos, propagam ainda mais a infecção. O diagnóstico e o tratamento da infecção por infecção por Trichomonas vaginalis reduz a transmissão do HIV. TRICHOMONAS VAGINALIS: SINTOMAS E SINAIS TRICHOMONAS VAGINALIS: SINTOMAS E SINAIS • PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 02 a 20 dias. • VAGINITE: Corrimento vaginal abundante de cor amarelo – esverdeada e odor fétido, por vezes espumoso. Mais frequente no período pós - menstrual. • PRURIDO OU IRRITAÇÃO VULVOVAGINAL. • DORES NO BAIXO VENTRE; • DISPAURENIA DE INTRÓITO: dor ou dificuldade em manter relações sexuais. • DISÚRIA: dor ao urinar. • POLIÚRIA: aumento da frequência da micção. TRICHOMONAS VAGINALIS: SINTOMAS E SINAIS COMUMENTE ASSINTOMÁTICA • URETRITE: fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de prurido na uretra. • Corrimento claro, viscoso e pouco abundante; juntamente com ardência ao urinar pela manhã (primeira micção). • PROSTATITE: Inflamação da próstata. • BALANOPOSTITE: Inflamação na glande • CISTITE: Inflamação da bexiga. O parasito desenvolve-se melhor no trato urogenital do homem, em que o glicogênio é mais abundante. TRICHOMONAS VAGINALIS: DIAGNÓSTICO TRICHOMONAS VAGINALIS: DIAGNÓSTICO • CLÍNICO: difícil, devido a confusão com outras IST’s (88% dos casos não diagnosticados, 29% falso diagnóstico). • LABORATORIAL: • HOMEM: swab uretral, amostra de sêmen, sedimentos centrifugados da urina matinal. • MULHER: swab vaginal, pós menstrual. • TÉCNICAS: Exames microscópicos, Exame direto a fresco e Imunoensaios. TRICHOMONAS VAGINALIS: PROFILAXIA E TRATAMENTO TRICHOMONAS VAGINALIS: PROFILAXIA E TRATAMENTO • PROFILAXIA: • Uso de preservativos; • Abstinência de contato sexual com pessoas infectadas; • Tratamento medicamentoso simultâneo para parceiros sexuais. • TRATAMENTO: • Metronidazol, tinidazol, omidazol, nimorazol, camidazol e secnidazol. • NÃO ANTIBIÓTICOS. Em gestantes esse medicamento devem ser usados com aplicação local de cremes e pomadas. GIARDIA LAMBLIA “GIARDÍASE” Giardia lamblia (GIARDÍASE) • GIARDÍASE: parasitose intestinal frequente nos países em desenvolvimento. Principal causa de diarréias. • Agente Etiológico: Giardia lamblia. A Giardia lamblia tem como sinonímia G. duodenalis e G. intestinalis GIARDIA LAMBLIA MORFOLOGIA TROFOZOÍTO • FORMA: pêra (simetria bilateral). • Face dorsal lisa e cônvexa, Face ventral cônvexa dotada de disco ventral. • TAMANHO: 20 micrômetros de comprimento. • 10 micrômetros de largura. • APRESENTA 04 PARES DE FLAGELOS: 2 anteriores, 2 ventrais, 2 posteriores e 2 caudais. A Giardia apresenta duas formas evolutivas: o trofozoíto e o cisto. GIARDIA LAMBLIA MORFOLOGIA CISTO • FORMA: oval ou elipsóide. • TAMANHO: 12 micrômetros de comprimento. • 8 micrômetro de largura. • O CISTO PODE APRESENTAR DE DOIS A QUATRO NÚCLEOS , NÚMERO VARIÁVEL DE FLAGELOS. A Giardia apresenta duas formas evolutivas: o trofozoíto e o cisto. GIARDIA LAMBLIA CICLO BIOLÓGICO • 1. INGESTÃO DE CISTOS. • DESINCISTAMENTO NO ESTÔMAGO (MEIO ÁCIDO) E COMPLETADO NO INTESTINO DELGADO (DUODENO). • COLONIZAÇÃO DO JEJUNO (INTESTINO DELGADO) POR TROFOZOÍTOS. • REPRODUÇÃO ASSEXUADA (DIVISÃO BINÁRIA). • ENCISTAMENTO E ELIMINAÇÃO PELAS FEZES. Giardia lamblia é um parasito monoxeno de ciclo biológico direto , a transmissão via ingestão de cistos (10 a 100 cistos produzem infecção). Os cistos podem viver até dois meses externamente. GIARDIA LAMBLIA SINTOMAS E SINAIS • A maioriadas infecções é assintomática. • Tempo de eliminação de cistos pelas fezes: até seis meses. • Quando sintomática: • Diarréia aquosa, explosiva e de odor fétido. • Gases com distensão e dores abdominais. • Pode ocorrer muco e sangue (raro). • Diarréia do viajante. • Complicações: má absorção de água e nutrientes. É possível desenvolver imunidade à Giardia, a primoinfecção é marcada pela manifestação dos sintomas. GIARDIA LAMBLIA DIAGNÓSTICO • CLÍNICO: diarréia com esteatorréia, náuseas, vômitos, perda do apetite, dor abdominal. • LABORATORIAL: confirmação da suspeita clínica. • Técnicas: Preparações a fresco de amostras fecais ou fluído duodenal (Entero-test) para identificação de cistos ou trofozoítos. Imunoensaios. • Método direto. • Flutuação pelo sulfato de zinco (Faust). • Coloração com Hematoxilina Férrica. • * recomenda-se a análise de amostras fecais em dias alternados (sete dias). Esteatorréia: fezes volumosas , acinzentadas ou claras e mal cheirosas, que flutuam na água e têm aparência oleosa. GIARDIA LAMBLIA EPIDEMIOLOGIA • Giardíase é encontrada no mundo todo – principalmente entre crianças de oito meses a 10-12 anos de idade. • Alta prevalência observada em crianças – pode ser devida à falta de hábitos higiênicos nessa idade. • Altas prevalências são encontradas em regiões tropicais e subtropicais e entre pessoas de baixo nível econômico. GIARDIA LAMBLIA EPIDEMIOLOGIA • Esta infecção é frequentemente adquirida pela ingestão de cisto na água proveniente de rede pública – com defeitos no sistema de tratamento ou águas superficais de minas, riachos ou reservatórios de água não – tratadas ou insuficientemente tratada (só cloração). • Giardia tem sido reconhecido como um dos agentes etiológicos da “diarréia dos viajantes” que viajam para zonas endêmicas. • Um dos meios de transmissão recentemente descritos é a atividade sexual entre homossexuais, e que provavelmente resulta da transmissão fecal-oral. GIARDIA LAMBLIA EPIDEMIOLOGIA • O cisto resiste até dois meses no meio exterior, em boas condições de umidade e temperatura. • As crianças defecando no chão (dentro e for a das habitações), aí brincando e levando a mão a boca se infectam com facilidade. • A giardíase é uma infecção frequentemente encontrada em ambientes coletivos: enfermarias, creches, internatos, etc., onde o contato direto da pessoa a pessoa é frequente e medidas de higiene difíceis de serem implementados. GIARDIA LAMBLIA EPIDEMIOLOGIA • Babás e manipuladores de alimentos crus (saladas, maioneses etc.) podem ser fonte de infecção. GIARDIA LAMBLIA PROFILAXIA E TRATAMENTO • PROFILAXIA: 1) Saneamento; 2) Higiene pessoal; 3) Fervura da água; 4) Tratamento de animais domésticos; 5) Identificação dos reservatórios. • TRATAMENTO: • Metronidazol, tinidazol, omidazol, secnidazol (anti- protozoários).
Compartilhar