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Laboratório de Conciliação e Arbitragem 9º S Scavone Mackenzie

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Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 2 
 
 
16/02/2016. 
Introdução. 
Durante praticamente todo o curso, fomos preparados (doutrinados) para imaginar que todos os 
conflitos deveriam ser resolvidos no seio do Poder Judiciário. Essa visão se revela equivocada, na 
medida em que é mais fácil resolver todos os conflitos tentando chegar a um acordo. 
 
Pergunta: Qual o objetivo do Direito? 
Resposta: Promover a paz social. 
 
Se o objetivo do Direito é a paz social, chegamos a ele aplicando a norma jurídica (que não se 
confunde com os textos de Direito positivo) e pondo fim aos conflitos. 
 
O homem é, por natureza, egoísta. 
“O homem é o lobo do homem”. (Thomas Hobbes) 
 
Se é egoísta, tem a tendência de invadir o espaço do outro, estabelecendo conflitos, que se 
resolvem pela aplicação da norma jurídica vigente em sociedade. 
 
Exemplo: João não pagou a José, e não tinha título executivo para honrar o compromisso. Conforme 
o CC, art. 392, “o devedor deve responder com seu patrimônio por suas obrigações”; a “norma 
agendi”, porém, de nada vale sem que o direito seja requerido. 
 
No exemplo acima, a questão, se resolvida por ação judicia, seguirá tantos e tantos caminhos 
(petição, contestação, provas, audiência etc.) que uma reles cobrança pode demorar anos e anos 
para ser realizada, muitas vezes dando prejuízo a quem deseja apenas exercer seu direito. 
Entre fase de conhecimento e execução, pode demorar até 10 anos para que um processo transite 
em julgado. Tal duração, ao contrário do que diz o texto legal, não é “razoável”. 
 
Fomos doutrinados a achar que todo conflito se resolve pelo Judiciário, o que é um erro – que 
também é perceptível quando se nota que os Tribunais estão abarrotados de processos, e que o 
Estado tem cada vez menos recursos para investir. A situação não é modificável pelo Novo CPC: 
pelo contrário, a tendência é que ocorra uma piora. 
 
 
Pergunta: Qual a fonte da Lei? 
Resposta: É o fato socialmente relevante (definição de Maria Helena Diniz). Leis surgem de 
pressões sociais, fatos que produzem mudanças na sociedade, refletidas nas normas. 
 
 
A arbitragem se constitui em uma alternativa a um Poder Judiciário paquidérmico, via de regra 
inoperante. Trata-se de um novo meio de solução de conflitos, inovador, que constitui um 
rompimento com o sistema anterior: uma jurisdição privada, definida pela Lei de Arbitragem 
(9307/96), que disciplina o sistema de uma forma bem mais simplificada que o CPC. 
Lei 9307/96, art. 18 e 31: o árbitro é juiz de fato e de direito. A sentença por ele prolatada tem valor 
de título executivo judicial, consagrado pelo CPC (art. 515, VII), fazendo coisa julgada material (CPC, 
art. 502). Estes dispositivos serão mantidos, e reforçados, pelo Novo CPC. 
Observe, contudo, que ninguém vai à arbitragem sem que haja um consenso prévio, definido pelas 
cláusulas e compromissos arbitrais (definidos previamente nos contratos). Por este compromisso, 
as partes elencam um terceiro para ser o árbitro, e decidir a questão no lugar do juiz. 
Uma vez que se pactuou a arbitragem, esta firma o compromisso, impossibilitando o acesso ao 
judiciário (CPC, art. 485, VII; 337, X, e § 5º). 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 3 
 
 
 
Conceito de arbitragem: “meio privado, jurisdicional e alternativo de solução de conflitos 
decorrentes de direitos patrimoniais e disponíveis por sentença arbitral, definida como título 
executivo judicial e prolatada pelo árbitro, juiz de fato e de direito, normalmente especialista na 
matéria controvertida” (Scavone) 
 
As técnicas de arbitragem implicam em mudança do conceito tradicional de jurisdição, elaborado 
por Giuseppe Chiovenda. Mesmo que a jurisdição seja privada, contudo, ainda depende do 
Judiciário, principalmente na fase de execução. 
Ainda assim, entende-se, hoje, que a arbitragem implica em efetivo exercício de atividade 
jurisdicional. Esta posição é, inclusive, reforçada pelo Novo CPC (artigo 3º, e parágrafos). 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 4 
 
 
23/02/2016. 
Conciliação vs Mediação. 
Diz o Direito que o juiz e o árbitro exercem a jurisdição, conforme o definido pela norma jurídica. 
As controvérsias são resolvidas no âmbito estatal, utilizando-se de determinados métodos. 
Métodos de solução de conflitos: 
• Heterocomposição: um terceiro, com poderes impositivos, soluciona o conflito; 
• Autocomposição: as partes entram em consenso a respeito da lide. 
No caso da heterocomposição, ocorre uma solução imposta, através de sentença, que é um título 
executivo judicial e gera coisa julgada material. O que foi determinado pelo juiz tem que ser 
cumprido, sob as penas legais; assim também ocorre com o árbitro, que é juiz de fato e de direito. 
As semelhanças quanto ao processo param por aí. Quem recorre à jurisdição privada utiliza-se de 
procedimentos mais simples, e céleres. a Lei de Arbitragem, quanto ao procedimento, tem apenas 
quatro artigos (19 a 22); no CPC, são centenas. 
Observe que a autocomposição, como regra, não impõe um resultado: se as partes optarem pela 
conciliação, há uma proposta de solução pelo conciliador, que não pode, contudo, fazer sentença. 
Pode sugerir, auxiliar, mas JAMAIS impor sua opinião às partes. 
Quanto à mediação, diferencia-se da conciliação pelo papel do mediador: ele apenas auxilia, 
estabelecendo um vínculo, ou “link”, entre as partes. Não propõe, nem impõe solução. 
 
Novo CPC: no artigo 319 estarão os requisitos da petição inicial, dentre os quais está a obrigação de 
declarar que se abre mão da audiência de conciliação. Entretanto, pelo procedimento comum 
(que, agora, é único), o juiz é OBRIGADO a marcar tal audiência, a não ser que o réu também abra 
mão da conciliação – ou se omita a respeito. Observe que se não comparecer à audiência de 
conciliação, porém, será aplicada multa de 2% à parte. 
 
OU SEJA: na conciliação há uma sugestão de solução para controvérsia; na mediação apenas há uma 
tentativa de contato. O conciliador sugere, o mediador apenas aproxima. 
 
Observação relevante: aconselha-se que a mediação seja utilizada para casos em que exista uma 
conexão anterior entre as partes (como, por exemplo, o Direito de Família). A conciliação, por outro 
lado, é usada quando não há contato, ou conhecimento, entre as partes em litígio. 
 
 
Mediação = auxílio; Conciliação = sugestão 
 
 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 5 
 
 
23/02/2016. 
Limites de arbitragem. 
Conforme a Lei de Arbitragem, art. 1º, pode arbitrar quem é capaz de contratar para dirimir litígios 
relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
• Arbitra quem é capaz de contratar, já que a mediação tem que ser pactuada por ambas as partes 
(cláusula ou compromisso arbitral é, também, cláusula contratual). 
o “As pessoas capazes de contratar ...”: dentro dos limites da administração dos seus 
bens, um menor pode praticar determinados atos, e firmar contratos, devidamente 
representado. Se pode contratar, poderia arbitrar; contudo, a doutrina é fixa em 
declarar que somente pessoas capazes podem utilizar da arbitragem. 
o Tal disposição doutrinária reforça o que se encontra no CC02, art. 851 a 853: 
▪ Art. 851: admite compromisso, judicial ou extrajudicial, para resolver litígio 
entre os que podem contratar; 
▪ Art. 852: veda o compromisso para solucionar questões que não dizem respeito 
a direitos patrimoniais disponíveis: de estado (filiação, por exemplo); de direito 
pessoal de família; e outras, que não tenham caráter patrimonial. Observe 
que outras questões nasquais o Estado pode estar envolvido, como de Direito 
Administrativo, podem ser objeto de arbitragem. 
Digno de nota é a questão do deficiente: pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, este passa a não 
ser mais considerado relativamente incapaz – e, em tese, como poderia fechar contratos, também 
poderia solucionar os conflitos usando da arbitragem. 
 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 6 
 
 
23/02/2016. 
Tipos de arbitragem. 
A ARBITRAGEM PODE SER: 
• De direito (regra): aplica-se a lei nacional (conforme art. 9º, § 2º, da LINDB); 
• Pela aplicação da norma escolhida pelas partes: a flexibilidade do processo arbitral permite 
que se aplique um conjunto específico de normas escolhidas pelas partes, como: 
o As leis internacionais de comércio; 
o Leis estrangeiras, como, por exemplo, o Código Civil francês 
o Lex Mercatoria (conjunto formado pelas práticas comerciais, usos e costumes do 
comércio, que independem de sistema ou previsão legal) 
o Leis corporativas (procedimentos de entidades, empresas ou órgãos de classe) 
• De equidade: caso não se ache lei, o juiz poderá, nesta ordem, aplicar analogia, costumes, 
princípios gerais de Direito, e, finalmente, usar da equidade (aplicar uma solução própria). 
o Na arbitragem, porém, é plenamente lícito que se autorize ao árbitro que este dê 
preferência à equidade e os princípios gerais de Direito, desde que não haja violação 
aos bons costumes e às normas de ordem pública. 
o Quando falamos de “ordem pública” estamos citando, especificadamente, “o direito 
que não pode ser afastado pelos contratos”; são as normas cogentes, cuja aplicação 
interessa à toda sociedade – e que, portanto, não são afastáveis. 
o Observação relevante: norma cogente não significa que o direito é indisponível. 
Exemplo relevante é o contrato de locação, que pode ter cláusula de arbitragem – mas 
não pode usar de equidade ou princípios gerais, pois é norma de ordem pública. 
• Mediante aplicação dos princípios gerais de Direito: mesmas regras da equidade (o dispositivo 
que regulamenta seu uso é o mesmo: art. 2º, § 1º e 2º da Lei de Arbitragem). 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 7 
 
 
01/03/2016. 
Espécies de arbitragem (Lei de Arbitragem, art. 5º e 10, II). 
Com relação à forma pela qual a arbitragem se desenvolve, esta pode ser: 
• Institucional ou administrada, quando as partes optam, na cláusula ou no compromisso 
arbitral, por submeter o litígio a um órgão arbitral especializado (também chamado de 
centro de arbitragem ou câmara arbitral) que administra o conflito, tratando “dos aspectos 
formais, intimações, secretaria e, até, da escolha dos árbitros”). 
o Este órgão pode ser uma pessoa jurídica qualquer, ou vinculado a uma entidade 
específica (como o caso da FIESP, que possui uma Câmara Arbitral); 
o A câmara arbitral, é bom ressaltar, não se confunde com o árbitro: este pode ser 
escolhido livremente pelas partes, dentre pessoas de confiança delas. 
o Observe que a escolha por uma determinada câmara arbitral é de grande 
importância, considerando-se que os procedimentos da Lei de Arbitragem são 
praticamente inexistentes (quatro artigos, na Lei). 
▪ Todas as regras do procedimento arbitral, portanto, serão definidos pelo 
centro de arbitragem, caso as partes optem por se submeter a uma 
arbitragem do tipo institucional. Em consequência disso, é extremamente 
importante conhecer a câmara arbitral – principalmente quanto a 
procedimentos e preços. 
o Outra grande vantagem de se usar centros de arbitragem: especialização. Câmaras 
arbitrais são utilizadas para resolver conflitos especializados, já que os árbitros, via 
de regra, possuem grande conhecimento do assunto que será tratado. 
• Arbitragem “ad hoc”: é a arbitragem avulsa, na qual as partes não utilizam uma entidade 
especializada para administrar o conflito – tratando de todo o procedimento “por conta 
própria”. Praticamente não utilizada no contexto brasileiro. 
 
Vantagens da arbitragem em relação ao processo tradicional: 
• Especialização dos árbitros; 
• Rapidez (em média, 6 meses, contra anos do processo judicial); 
• Informalidade (procedimento extremamente simplificado); 
• Irrecorribilidade (faz coisa julgada entre as partes, não podendo acionar o Judiciário); 
• Sigilosidade (garantia de sigilo dos órgãos arbitrais, inexistente no Judiciário). 
 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 8 
 
 
01/03/2016. 
Constitucionalidade da arbitragem. 
 
Art. 5º, inciso XXXV: “lei não excluirá do Poder Judiciário a apreciação de ameaça ou lesão a direito” 
(o princípio da inafastabilidade tornaria, em tese, a arbitragem inconstitucional, já que a existência 
de compromisso ou cláusula arbitral extingue o processo sem resolução do mérito). 
 
Esta visão sobre a arbitragem data da década de 70, época em que era necessário referendar a 
sentença estatal para que esta tivesse validade. Observe, porém, que à época se ressaltava que a 
jurisdição é “poder, atividade e função do Estado” (órgãos estatais): 
• Poder de impor a decisão (pelos órgãos estatais); 
• Atividade do Estado de pacificar os conflitos; 
• Função do Estado de pacificar a sociedade. 
 
Observe, porém, que o STF (que é, em última análise, quem tem a função de pacificar a 
interpretação a respeito dos dispositivos constitucionais) homologou sentença estrangeira, através 
do RE 5206-2001, utilizando-se dos seguintes argumentos: 
• Não é a Lei de Arbitragem que afasta do Poder Judiciário a apreciação de ameaça ou razão 
de direito. São as partes que o fazem. O Judiciário permanece à disposição – as partes é 
que não quiseram utilizá-lo, preferindo a arbitragem. 
• Quando se fala em direito de ação, previsto no artigo 5º, não se está dizendo que este é 
obrigatoriamente o dever de acionar o Poder Judiciário. Outro dispositivo (como a 
arbitragem) pode ser utilizado para resolver um litígio, notoriamente quando se trata de 
questão relativa a direitos patrimoniais e disponíveis supostamente violados. 
• Finalmente, a arbitragem, como procedimento, é semelhante à transação. Se eu posso 
transacionar sobre direitos patrimoniais e disponíveis, também posso transacionar sobre 
a forma de resolver os conflitos, optando por respeitar a decisão de um terceiro (árbitro). 
 
 
 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 9 
 
 
08/03/2016. 
Outros limites impostos à solução arbitral dos conflitos. 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
CONSUMIDOR VINCULO 
JURÍDICO 
FORNECEDOR VUNERABILIDADE 
DO CONSUMIDOR 
Destinatário Final de 
produtos ou serviço. 
 
 
Objeto da relação 
de consumo= 
Produto e serviço. 
Aquele que fornece com 
habitualidade. 
Técnica: 
Jurídica:e 
Econômica 
 
Ex1: Para haver direito de consumidor devem ser atendidos todos os requisitos: Por exemplo: Eu 
vendo o meu carro para um amigo. Carro é um produto (ok), Há um Consumidor que é o meu amigo 
(ok) Ocorre que, não há fornecedor habitual. Eu não vendo habitualmente carros. 
 
Ex2: Fábrica que fornece carro para concessionária ocorre que, a concessionária não é consumidor, 
pois não é destinatário final. 
 
Ex3: Locação de imóvel urbano não há aplicação do CDC- O STJ entendeu que no caso de uma 
relação jurídica decorrente de um contrato de locação. O Locador não fornece produto e tão pouco 
prestação de serviço, e a locação tem natureza de cessão de uso e gozo de bem infungível. Não há 
objeto. Há consumidor o locatário é destinatário final,e há em muitas vezes a habitualidade do 
fornecedorcomo as imobiliárias. 
 
Das Cláusulas Abusivas 
 
 Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao 
fornecimento de produtos e serviços que: 
(..) 
 V - (Vetado); 
 VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; 
 VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; 
 
A Doutrina afirma que no caso de cláusula arbitral, que surge antes do conflito a cláusula determina 
a arbitragem compulsória, logo a cláusula é nula. Já havia uma relação jurídica. No compromisso 
segundo a doutrina não há essa proibição, logo o compromisso é possível na relação de consumo. 
A cláusula EM REGRA não é aceita em relação de consumo. 
 
Exceção: Há exceção quanto a regra da cláusula arbitral em relação de consumo quando não há 
vulnerabilidade do consumidor. Ex: Presidente de um banco que assina contrato. Esse consumidor 
não é vunerável logo não há um dos requisitos da relação de consumo. 
 
 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 10 
 
 
13/03/2016. 
Cláusula e compromisso arbitral. 
São espécie e gênero de convenção de arbitragem. 
▪ Convenção de arbitragem: É GENERO 
▪ Cláusula e Compromisso são: ESPÉCIES 
 
Cláusula vs compromisso arbitral: 
• Cláusula Arbitral: convenção de arbitragem ANTES do conflito. Contrato é um acordo de 
vontades, não há conflito. 
• Compromisso: é a convenção de Arbitragem que surge depois do conflito. Convenciona a 
arbitragem e os requisitos. 
 
Lei de Arbitragem. 
 
Art. 8º A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver inserta, de 
tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória. 
Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões 
acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a 
cláusula compromissória. 
O Arbitro que tem que primeiramente analisar a validade e existência da da cláusula e compromisso 
arbitral. 
 
Exemplo 4: 
Um contrato de adesão, significa que uma das partes não tem o direito de dispor dos conteúdo das 
cláusulas. “Afirmação: Todo relação de consumo é viabilizado por um contrato de adesão” 
 
Em um contrato de adesão pode ter cláusula arbitral? Pode, observados alguns requisitos: 
1- Cláusula arbitral no corpo do contrato SEM RELAÇÃO DE CONSUMO: 
2- Respeitar os aspectos formais (cláusula em descrito, visto ou assinatura específica) Art. 4, 
parágrafo 2 
4- Se é um contrato de adesão. 
Compromisso arbitral: convenção de arbitragem DEPOIS do conflito. 
 
Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato 
comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente 
a tal contrato. 
§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no 
próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. 
§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente 
tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua 
instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou 
visto especialmente para essa cláusula. 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 11 
 
 
15/03/2016. 
Arbitragem e ações em razão dos condomínios edilícios. 
Antes de se falar em arbitragem nos condomínios edilícios, relembremos o Direito Civil: 
• Para que cada apartamento possa receber uma matrícula em separado, é instituído o 
condomínio, com o cancelamento da matrícula do terreno (documento de origem) pelo Ofício 
de Imóveis e sua substituição pela do condomínio. Estes documentos são os seguintes: 
o Habite-se, ou auto de conclusão, expedido pela municipalidade; 
o Certidões negativas de débito do ISS e do INSS, referente aos serviços empregados na 
obra em questão; 
o Especificação do condomínio, em documento técnico (medidas, andares, percentual de 
áreas comuns e particulares, etc.); 
o Convenção de condomínio (regras que regulam a vida no condomínio). 
• A convenção é levada para o registro, e passa a ser a base para tudo que o regula – inclusive a 
possibilidade, ou não, de se utilizar arbitragem em eventuais conflitos. 
 
A arbitragem é possível, desde que esteja prevista na convenção do condomínio, para: 
• Os conflitos envolvendo o condomínio e os condôminos; 
• OU os casos em que haja conflito entre os próprios condôminos. 
 
Observação: 
• A convenção, ao ser registrada, gera efeitos “erga omnes” para todos aqueles que a 
assinaram ou que entraram no condomínio posteriormente. Não é contrato de adesão: 
quem adquiriu uma unidade aceita sua natureza jurídica institucional normativa. 
• No caso de alteração que envolva a inclusão de convenção de arbitragem, esta deve ser 
instituída por unanimidade. Caso contrário, não poderá ser utilizada pelos condôminos. 
 
Nos casos em que o condomínio se envolve em litígios com terceiros, a convenção não pode gerar 
efeitos, a não ser que tenha sido efetuado compromisso arbitral em pacto autônomo. 
 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 12 
 
 
15/03/2016. 
Direito do Trabalho e arbitragem. 
 
Os conflitos no âmbito do Direito do Trabalho podem ser coletivos (sindicatos de empregadores vs 
sindicatos de empregados) ou individuais, referentes a pessoas. 
 
No caso dos dissídios coletivos, a CF, no artigo 114, § 1º, permite que sejam constituídos árbitros 
para a resolução dos conflitos (esse dispositivo é reiterado em outras legislações, como a do direito 
de greve e da participação nos lucros). 
No caso dos direitos individuais, há divergências a respeito. Ao contrário da jurisprudência 
dominante no Direito do Trabalho, que diz que tais direitos são irrenunciáveis e indisponíveis – o 
que tornaria a arbitragem impossível nesse âmbito - os autores de Direito Arbitral alegam que os 
direitos trabalhistas são irrenunciáveis, mas não são indisponíveis. 
 
Observam os especialistas no Direito Arbitral que o Direito do Trabalho permite que o empregado 
abra mão de determinados direitos, uma vez que os incorpora. Um exemplo dessa situação é o 
acordo, na audiência trabalhista (embora, para os trabalhistas, isso seja transigir com o direito). 
 
Algumas empresas preferem levar seus empregados para arbitragem, baseado nesse critério. A 
possibilidade deste acordo ser anulado pela Justiça do Trabalho, porém, é enorme. 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 13 
 
 
15/03/2016. 
Arbitragem e administração pública. 
No Direito Administrativo, embora, aparentemente, o interesse público fosse um óbice à prática da 
arbitragem, esta é possível (e até recomendável). Tal situação ocorre porque o interesse público 
tem como base a correta aplicação da lei, a fim de facilitar o trabalho da administração pública – 
caso em que a arbitragem cabe como uma luva, pois torna o processo mais célere. 
 
Logo, a arbitragem é lícita: 
• Nas empresas públicas e sociedades de economia mista, quando atuam como pessoas jurídicas 
de direito privado na exploração de atividade econômica em direitos patrimoniais disponíveis 
(CF, art. 173, § 1º; CC, art. 41, § único). 
• Nas pessoas jurídicas de direito público, para solucionar conflitos de natureza privada (Lei 
8666/93, art. 62, § 3º, I). 
 
A arbitragem, contudo, é ilícita nos casos em que o Estado atua com as atividades inerentes às suas 
atribuições específicas (como, por exemplo,o poder de polícia). 
 
Dignas de nota, ainda, são duas hipóteses em que a arbitragem é prevista expressamente em lei: 
• Contratos de concessão (Lei 8987/95, art. 23, XV e 23-A); 
• Parcerias público-privadas (Lei 11079/2004, art. 11, III). 
 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 14 
 
 
22/03/2016. 
Contratos e Estatutos Societários. 
 
A origem prática da arbitragem é o Direito Empresarial. O sigilo, que é garantido pelo procedimento 
arbitral (e permitido, pois as lides são geralmente em torno de direitos patrimoniais disponíveis), é 
um grande ponto positivo para as empresas, mais até do que a celeridade do processo. 
• Nas sociedades anônimas (Lei 6404/1976): 
o O art. 109, § 3º da Lei permite o uso de arbitragem, para dirimir conflitos entre seus 
acionistas, ou entre a sociedade e seus acionistas, desde que inserido no estatuto. 
o Na prática, este dispositivo se tornou um padrão para as empresas; contudo, problema 
se instalou quando os dissidentes passaram a pedir liminares, para não permitir tal 
alteração estatutária (impedindo arbitragem). 
o Solução: está no art. 136-A da Lei das S/A, que dá ao dissidente duas opções: 
▪ Nas companhias de capital aberto com liquidez e dispersão de ações no 
mercado, liquidar suas ações no mercado, ou ser reembolsado; 
▪ Nas companhias de capital fechado, o reembolso. 
o Na prática, o dissidente só pode exercer o direito de retirada. 
• Nas sociedades limitadas: 
o Também é possível, conforme CC, art. 997 e CC, art. 1053: este último artigo declara 
que as sociedades limitadas podem ser regidas, na omissão desse capítulo, pelas regras 
das sociedades simples. Como a sociedade simples aceita arbitragem, de forma 
análoga, essa passa a ser permitida. 
• No caso das associações e sociedades simples, também não há óbice (CC, art. 54, V). 
o Dúvida: uma Igreja evangélica, em tese, poderia utilizar de arbitragem para resolver 
seus conflitos internos, usando regras específicas de uma Confissão de Fé? 
• Observação: o art. 1030 do CC permite, no seu texto, a decisão judicial para exclusão de sócio. 
Há entendimento, contudo, de que a decisão será judicial se não for pactuada a arbitragem e 
se não houver previsão de exclusão por assembleia, conforme art. 1085 do CC. 
o Esta decisão, observe, não envolve o Poder Judiciário. 
 
 
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22/03/2016. 
Capítulo II. Convenção de arbitragem. 
 
“Ninguém pode ser compelido a exercer a arbitragem. 
Quando opta por ela, contudo, não poderá se desvincular”. 
 
‘ 
CPC15, art. 485, VII: extingue-se o processo, sem resolução do mérito, caso seja alegada a existência 
de convenção de arbitragem. O juiz, porém, não poderá extinguir o processo de ofício; somente 
será extinto se a parte alegar a existência, em preliminar de contestação (art. 337, X, e §§ 5º e 6º). 
 
Título executivo e convenção de arbitragem, no mesmo contrato: ainda que a convenção de 
arbitragem seja obrigatória, a sentença arbitral não é título executivo judicial. Logo, o processo de 
execução será feito no Poder Judiciário. 
 
 
 
 
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29/03/2016. 
Obrigatoriedade da arbitragem. Espécies de convenção. 
Compatibilidade entre cláusula arbitral e compromisso arbitral na eleição de foro: se em um 
determinado contrato existir cláusula arbitral (ou compromisso arbitral) e cláusula de eleição de 
foro, estas não são consideradas excludentes, tendo em vista que: 
• A fase de execução terá que ser efetuada via Poder Judiciário, no foro eleito pelas partes; 
• As tutelas provisórias deverão ser materializadas pelo Judiciário. 
Trata-se de uma relação de coordenação entre a arbitragem e o Poder Judiciário, na qual a cláusula 
ou compromisso prevalece sobre a eleição de foro na fase de conhecimento. 
 
Espécies de convenção de arbitragem 
 
Relembrando cláusula arbitral (ou compromissória) vs compromisso arbitral: 
• Cláusula é a convenção que surge ANTES do conflito; 
• Compromisso ocorre DURANTE o conflito. 
 
O compromisso arbitral pode ser: 
• JUDICIAL, quando firmado após se ingressar ação no Poder Judiciário. Nesse caso, retira-se 
o caso da competência estatal, trazendo-o para a arbitragem (e começando todo o processo 
do início). É feito por petição nos autos, de ambas as partes; 
• Ou EXTRAJUDICIAL, quando as partes, antes de entrar em ação no Poder Judiciário, optam 
por resolver a lide usando de arbitragem. 
A cláusula arbitral (ou compromissória) pode ser: 
• CHEIA, quando já contempla os requisitos obrigatórios que a lei estabelece como tais para 
o compromisso (conforme Lei de Arbitragem, art. 10); 
• VAZIA, ou “em branco”, ou “patológica”, quando algum dos requisitos obrigatórios do 
artigo 10 da LA estão faltando (principalmente, o árbitro). 
 
Observação IMPORTANTÍSSIMA: 
• Se a cláusula arbitral for CHEIA, pode-se proceder à arbitragem automaticamente, sem a 
necessidade de resolver as pendências provenientes de uma cláusula “em branco”; 
• Uma cláusula arbitral VAZIA força, obrigatoriamente, que seja firmado compromisso 
arbitral para ajustar os pontos pendentes antes de se proceder à arbitragem. 
Em caso de desacordo entre as partes sobre algum dos temas, faz-se necessário proceder a uma 
ação específica, no Poder Judiciário, a respeito do compromisso. Esta é a execução específica da 
cláusula arbitral vazia, prevista nos artigos 6º e 7º da Lei de Arbitragem – e cuja sentença (que não 
tem efeito suspensivo) vale como compromisso arbitral. 
 
Condições formais obrigatórias da cláusula arbitral cheia e do compromisso arbitral (LA, art. 10): 
• Qualificação das partes (nome, profissão, estado civil, domicílio); 
• Qualificação dos árbitros (profissão e domicílio, ou identificação da entidade); 
• Matéria que será objeto de arbitragem; 
• Lugar em que será proferida a sentença arbitral (essencial dizer que a sentença será 
prolatada em território nacional, para evitar que tenha que ser homologada pelo STJ). 
 
A esse respeito, observe-se que é essencial que cláusula arbitral cheia ou compromisso arbitral seja 
declarado usando a forma escrita (Lei de Arbitragem, artigo 9º). Outras exigências: 
• No caso de compromisso arbitral judicial, deve ser firmado por termo nos autos; 
• Por documento particular, com duas testemunhas, ou por documento público (nesse caso, 
dispensa-se testemunhas) no compromisso arbitral extrajudicial; 
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Condições formais facultativas (L.A., art. 11): 
• Local da arbitragem: podem ser supridas por decisão do árbitro (art. 21, § 1º, da LA); 
• Autorização para julgamento por equidade ou indicação da lei: na ausência de estipulação, 
será a lei nacional (LA, art. 2º); 
• Prazo: se ausente, será de seis meses (art. 23 da LA), sob pena de nulidade e extinção do 
compromisso arbitral. Nesse caso, a parte que se sentir prejudicada poderá exigir que o árbitro 
prolate a sentença, sob pena de pagar eventuais prejuízos (ofensa ao dever de diligência). 
• Responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas: se não ocorrer, será 
utilizado subsidiariamente o CPC. O árbitro, contudo, poderá decidir a respeito (art. 21, § 1º, 
da LA), ou as partes entrarão em acordo. 
• Fixação dos honorários do árbitro, ou árbitros. 
 
Autonomia da cláusula arbitral: a cláusula arbitral, ainda que esteja inserida no corpo do contrato, 
tem autonomia com relação ao mesmo. Quem decide a existência, validade ou eficácia da cláusulaou do compromisso arbitral é o árbitro, respeitando o princípio da competência-competência, 
previsto na Lei de Arbitragem e nas legislações sobre o assunto ao redor do mundo. 
 
Lei de Arbitragem, Art. 8º 
A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver inserta, de tal sorte 
que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória. 
Parágrafo único. 
Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da existência, 
validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula 
compromissória. 
 
 
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05/04/2016. 
Quem pode ser árbitro? (Lei de Arbitragem, artigo 13). 
O árbitro deve ser pessoa natural: 
• Capacidade de exercício dos direitos, conforme o Código Civil; 
• Capacidade plena, de fato (não somente de direito) 
 
Quanto às pessoas jurídicas: a maioria doutrinária – quase totalidade - não admite tal existência, 
visto que é atividade jurisdicional (portanto, “personalíssima”). 
 
Pontos interessantes a considerar sobre arbitragem por pessoa jurídica: 
• LA, art. 13: “pode ser árbitro qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes”. 
• Uma pessoa jurídica é dotada de personalidade jurídica: o registro em contrato faz com 
que a pessoa jurídica seja sujeito de direitos e obrigações. 
• “Onde a lei discrimina, não cabe ao agente discriminar”: se pessoa jurídica não pode ser 
discriminada, porque não pode arbitrar, então? 
• Em todo caso, se pessoa jurídica for nomeada para arbitrar, a sentença em questão poderá 
ser considerada nula, nos termos do artigo 32 da LA. Este é motivo suficiente para que não 
haja tal nomeação. 
 
Outras observações: 
• Juiz togado NÃO PODE ser árbitro: observa-se, no caso, o art. 26, II, da LOMAN, e o art. 
95, § único, I, da Constituição Federal (só pode acumular com o magistério). 
• Estrangeiro: não há vedação ao uso de estrangeiros na arbitragem. O importante é que a 
sentença seja prolatada em território nacional, e que, se for prolatada em língua 
estrangeira, que haja tradutor juramentado para a mesma. 
 
O essencial: ser pessoa de confiança das partes. 
 
 
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05/04/2016. 
Poderes, deveres e equiparação do árbitro aos funcionários públicos. 
 
O árbitro é juiz de fato e de direito, prolatando sentença (art. 18 e 31 da LA). Sendo dono de 
jurisdição, recebe com eles os poderes e os deveres relativos à função (art. 13, § 6º da LA). 
 
O árbitro NÃO É juiz, ele ESTÁ juiz: ele não possui as prerrogativas específicas e peculiares do 
magistrado, como a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos; entretanto, quando está 
exercendo sua função, tem os mesmos direitos e deveres do magistrado. Quando em função, o 
árbitro é juiz; quando não está exercendo seus afazeres, não. 
 
Se o árbitro tem os mesmos poderes, também tem os deveres (art. 13, § 6º, da LA): 
• Imparcialidade (saber julgar conforme a Lei, não de acordo com seus gostos); 
• Independência (julgar acima dos interesses pessoais); 
• Competência (o árbitro tem que conhecer do assunto, ser competente na matéria); 
o MUITO importante para o caso do árbitro!!! 
• Diligência (o árbitro tem que cumprir prazos) 
o Relembrando: exigência de 6 meses para prolatar sentença; possibilidade de se 
requerer o fim do compromisso arbitral caso não seja prolatado no prazo. 
• Discrição (é essencial que o árbitro seja discreto) 
No caso do descumprimento destes deveres, o árbitro pode ser responsabilizado (CC, art. 389). 
 
Equiparação para fins penais (LA, art. 17): refere-se aos crimes próprios de funcionário público, 
seja como agente ou como vítima. Por exemplo, em uma audiência arbitral, quem desrespeita 
árbitro pode ser denunciado por desacato (como o juiz). 
 
Tribunal arbitral: trata-se da arbitragem realizada por mais de um árbitro (NÃO É o local da 
arbitragem, o órgão ou câmara). Refere-se ao colegiado de árbitros. 
 
Em tempo: o advogado pode ser árbitro, mas não pode criar um órgão específico e dar-lhe o nome 
de TRIBUNAL arbitral (é atitude condenada pelo Código de Ética). 
 
 
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19/04/2016. 
Critérios para escolha dos árbitros e do presidente do Tribunal Arbitral. 
Na aula passada, verificamos que o Tribunal Arbitral ocorre quando mais de um árbitro fará o 
processo. Os árbitros que vão compor este colegiado devem ser escolhidos pelas partes, seja na 
cláusula cheia ou no compromisso arbitral. 
 
Art. 13, §§ 3º e 4º: centros de arbitragem NÃO PODEM impor às partes nem o presidente, nem os 
árbitros (afinal, o árbitro deve ser de confiança das partes). O que o centro pode é impor 
determinadas limitações para quem possa arbitrar naquele local, mas dando livre escolha à parte. 
 
Arbitragem multiparte: arbitragem decidida pela Convenção de Arbitragem. 
 
Art. 7º, LA: se não existir consenso sobre o árbitro, deverá ser definido pelo Poder Judiciário (entrar 
na Justiça para que o magistrado defina quem fará a arbitragem). 
 
 
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Data. 
Impedimento, suspeição do árbitro e sua arguição. 
 
O árbitro está equiparado ao juiz togado no exercício de suas funções. Sendo assim, aplicam-se a 
ele as mesmas causas de impedimento dos magistrados (art. 14 da LA, que remete aos artigos 144 
– impedimento - e 145 – suspeição - do CPC15). 
 
Lei de Arbitragem, Art. 14. 
Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes ou com o litígio 
que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de impedimento ou 
suspeiçãode juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos deveres e responsabilidades, 
conforme previsto no Código de Processo Civil. 
 
Dever de revelação: quando a arbitragem é instalada o árbitro tem o dever de revelar qualquer 
causa de impedimento ou suspeição, atendendo ao dever que este possui de ser imparcial. Aquele 
que foi escolhido como árbitro pode recusar o encargo no momento da instituição da arbitragem 
(LA, art. 19), ou ser recusado, por semelhante modo. 
 
CPC13, art. 146: no procedimento judicial a preliminar de contestação é o momento para se 
argumentar a exceção de incompetência, podendo ser acatada ou rejeitada pelo magistrado. No 
caso de não ser aceito o impedimento, será remetido ao Tribunal, que poderá acatar a exceção (e 
redistribuir o processo) ou rejeitá-la, remetendo o caso novamente para o juiz natural. 
 
No caso do Direito Arbitral, é o próprio árbitro que deve decidir sobre o impedimento. A exceção, 
portanto, deve ser endereçada diretamente a ele, que pode ou não deferir o procedimento. 
Caso o árbitro indefira a petição, contudo, estará rompendo o dever de imparcialidade, e poderá 
responder por perdas em danos (além da sentença ser declarada nula). Por isso, o caso é raro. 
 
Observação relevante: como a escolha do árbitro é baseada em confiança, é preciso provar que a 
condição é pré-existente (a pessoa não sabia do impedimento, ou da suspeição). 
 
Procedimento de arguição de impedimento ou suspeição (artigos 15, 20, 32, II, e 33, § 2º, da LA): 
➔ Tempo da ocorrência está no artigo 14, § 2º, da LA. 
➔ Motivo posterior: quando conhecido posteriormente à instalação (condição pré-existente). 
➔ Motivo anterior: apenas se foi nomeado indiretamente, ou se a causa for conhecida depois. 
 
Impossibilidade de atuação do árbitro e sua substituição (arts. 12, 15, § único,e 16 da LA): 
➔ Pode ocorrer por uma das seguintes causas: recusa do árbitro à nomeação; impedimento ou 
suspeição; falecimento; incapacidade absoluta ou relativa (art. 3º e 4º do CC). 
➔ É obrigatória a substituição do árbitro por um suplente, escolhido pelas partes. Caso não o 
haja, age como se fosse caso de cláusula arbitral vazia. 
➔ Opcionalmente, pode-se declarar a impossibilidade de substituição do árbitro, extinguindo o 
compromisso arbitral, nesse caso. 
 
Número de árbitros e suplentes (arts. 13, §§ 1º e 2º da LA): 
➔ Apenas um árbitro; 
➔ Mais de um árbitro, em NÚMERO ÍMPAR. 
Caso seja nomeado um número par de árbitros, estes escolherão mais um, consensualmente 
(presume-se que ambos estão autorizados pelas partes para fazer tal escolha). 
• Se os árbitros não tiverem consenso quanto à escolha da terceira parte ... art. 7º da Lei de 
Arbitragem (recorrer ao Poder Judiciário). 
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19/04/2016. 
Procedimento arbitral. 
 
Ação vs processo vs procedimento: 
• Ação é direito de buscar a jurisdição, exercido através do processo; 
• Ao conjunto de atos praticados visando o direito de ação chamamos procedimento. 
 
 
Procedimento arbitral: é definido em quatro artigos da Lei de Arbitragem: 19, 20, 21 e 22. Na 
verdade, estes artigos tratam da Lei em aspectos gerais, deixando aos Centros de Arbitragem a 
responsabilidade pelo “processual” adotado. 
 
As exigências da Lei referem-se apenas a princípios impositivos (art. 21, § 2º, LA): 
• Contraditório: as partes devem ter, em todo o processo, oportunidade de reação. 
• Igualdade processual: ambas as partes devem ter tratamento igual; na omissão dos 
procedimentos, o árbitro deve preencher tais lacunas. Não é igualdade de armas, mas de 
oportunidades entre as partes (ambos os lados devem ter as mesmas condições). 
• Livre convencimento do árbitro 
• Imparcialidade do árbitro 
 
Art. 32, VIII: caso os princípios impositivos exigidos pela Lei não sejam obedecidos, cabe ação 
anulatória contra a outra parte, pedindo indeferimento da sentença. 
 
 
 
 
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26/04/2016. 
Procedimento arbitral (continuação). 
 
Só para recordar, o procedimento arbitral tem um ordenamento bastante aberto (o que dá 
condições aos centros de arbitragem de impor suas próprias regras no processo). Faz-se necessário, 
porém, respeitar os princípios gerais do processo, inscritos no art. 21, § 2º, da Lei de Arbitragem. 
 
Ata de missão ou termo de arbitragem: o art. 19, § 1º da Lei de Arbitragem determina que, se o 
árbitro entender que se faz necessário esclarecer pontos a respeito do assunto. É o momento 
propício para se propor uma conciliação, nos termos do art. 21, § 4º, da mesma Lei (observação: 
para os especialistas doutrinários, não tentar acordo é uma mera formalidade). 
 
Art. 19, § 1º 
Instituída a arbitragem e entendendo o árbitro ou o tribunal arbitral que há necessidade de explicit
arquestão disposta na convenção de arbitragem, será elaborado, juntamente com as partes, aden
do firmado portodos, que passará a fazer parte integrante da convenção de arbitragem. 
 
Art. 21, § 4º 
Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do procedimento, tentar a conciliação das pa
rtes, aplicando-se, no que couber, o art. 28 desta Lei. 
 
Observação relevante: não se faz obrigatória a presença de advogado, mas, caso uma das partes 
compareça, deve-se garantir a igualdade processual (oferecendo a chance à outra parte). 
 
 
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26/04/2016. 
Instituição da arbitragem. 
 
No Poder Judiciário, a instituição do procedimento judiciário está nos artigos 213 e (...) do Novo 
CPC, que falam do momento em que a ação se considera proposta (data do protocolo) e dos efeitos 
da propositura da ação (tornar litigiosa a coisa, induzir à litispendência, suspender a prescrição). 
 
Na Arbitragem a instituição do procedimento arbitral ocorre de acordo com regras dispostas pelo 
centro de arbitragem escolhido, ou acordados por compromisso. Via de regra, é a formação do 
tribunal arbitral que determina o momento em que se considera “proposta” a arbitragem. 
 
Interrupção de prescrição: no Judiciário, é possível interromper a prescrição através de protesto, 
conforme CC02, art. 202 (direito material), e CPC, art. 726 (direito processual). A instituição da 
arbitragem interrompe a prescrição, conforme art. 19, § 2º, da LA. 
 
 
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Nulidades e incompetências: devem ser alegadas na primeira oportunidade (art. 20, § 1º), sob pena 
de precluir o direito (sem possibilidade de entrar em juízo), se forem relativas. 
• O árbitro, se acatar a incompetência, prolata sentença terminativa, possibilitando o direito do 
autor de procurar o Judiciário para satisfazer o Direito; 
• Se o árbitro não acatar, após seguir o procedimento e prolatar a sentença definitiva, pode-se 
pedir ação anulatória da sentença, nos termos do art. 32-33 da Lei de Arbitragem. 
Observe que, se não for alegado na primeira oportunidade, o ato será ratificado. 
 
Observações a respeito das nulidades / incompetências: 
• Nulidade da convenção de arbitragem: conforme art. 32, I, da Lei de Arbitragem, gera nulidade 
da sentença arbitral; 
• Incompetência relativa do árbitro: também gera nulidade, conforme art. 32, II, da mesma Lei. 
 
Sobre nulidades: ler item 3 do capítulo 4 e item 7 do capítulo 5 do livro do professor. 
 
 
 
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03/05/2016. 
Colaboração entre arbitragem e Poder Judiciário. Cartas arbitrais. 
 
O árbitro tem poder de juiz no tocante às suas atribuições. Entretanto, para os atos nos quais não 
possui jurisdição, faz-se necessário pedir a colaboração do Poder Judiciário, que se faz através das 
cartas arbitrais (mecanismo análogo às cartas precatórias, regulamentado pelo Novo CPC, nos 
artigos 260 ao 268, e pela LA, artigo 22-C). 
 
 
Novo CPC, art. 260: 
São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória: 
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato; 
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao 
advogado; 
III - a menção do ato processual que lhe constitui o objeto; 
IV - o encerramento com a assinatura do juiz. 
 
(...) 
 
§ 3o 
A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos a que se refere o caput e será instruída com 
a convenção de arbitragem e com as provas da nomeação do árbitro e de sua aceitação da função. 
 
A confidencialidade da arbitragem é praticamente automática, devido à natureza dos direitos que 
são discutidos nesse tipo de procedimento. Uma vez que o sigilo tenha sido exigido dentro do 
procedimento arbitral, este também será respeitado pelo Poder Judiciário. 
 
Provas (Lei de Arbitragem, art. 22): o árbitro é dotado de poderes instrutórios que são expandidos, 
considerando-se a necessidade de livre convencimento por parte deste e suas características 
específicas. Algumas formas de coleta de provas são comuns na arbitragem, como: 
• depoimento técnico: informação prestada por especialista, que pode comprovar detalhes 
técnicos sobre os fatos e sua veracidade; 
• uso de videoconferência para oitiva de testemunha. 
 
Na arbitragem, busca-se a verdade REAL, mais do que a material. 
 
 
Por analogia, utiliza-se o mesmo dispositivo do CPC (art. 218, § 2º). Uma observaçãoimportante a 
ressaltar é que a partir do Novo CPC é a parte – e não mais o juízo – que faz a intimação. 
 
 
P.: Mentir para árbitro, em juízo, é crime? 
R.: SIM, nos termos do art. 342 do Código Penal. Este caso envolve também as testemunhas que 
prestam falso testemunho e aqueles que fazem falsa tradução no Judiciário. 
 
Prova testemunhal: na arbitragem o não-comparecimento para prestar depoimento pessoal não 
caracteriza revelia, como no Processo Civil. Conforme diz o § 2º, do art. 22, da Lei de Arbitragem, 
“(...) o árbitro ou o tribunal arbitral levará em consideração o comportamento da parte faltosa, 
ao proferir sua sentença; se a ausência for de testemunha, nas mesmas circunstâncias, poderá o 
árbitro ou o presidente do tribunal arbitral requerer à autoridade judiciária que conduza a 
testemunha renitente, comprovando a existência da convenção de arbitragem.” 
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Tutelas provisórias e de urgência (art. 22-A e 22-B da Lei de Arbitragem): 
• No Processo Civil as tutelas provisórias estão nos arts. 294 a 310 do CPC. 
• Também são disponíveis no procedimento arbitral, mas NÃO se pode fazer o pedido de 
tutela antes do início do procedimento (aceitação do árbitro). 
Outra observação relevante é sobre a tutela antecedente, seja ela cautelar ou antecipada: se ela for 
concedida pelo juiz, o árbitro deverá revê-la, no prazo de 30 dias da concessão da tutela. Quanto 
ás tutelas de evidência (art. 311 do CPC), estas não são admitidas no procedimento arbitral. 
 
Pedido contraposto: é permitido no procedimento arbitral, desde que cabível. 
 
 
Revelia: no Processo Civil, rende confissão. Na arbitragem não existe, conforme o § 3º do art. 22: 
apenas se autoriza o árbitro a proferir sentença. 
 
 
 
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10/05/2016. 
 
Comunicação dos atos: no Direito Processual os atos são publicados via imprensa, através do Diário 
Oficial ou instrumento semelhante. Na arbitragem não existe um padrão de comunicações; 
entretanto, via de regra, esta costuma seguir o padrão da câmara (a não ser quando o procedimento 
for aberto, caso em que a convenção arbitral decidirá a forma – geralmente e-mail). 
 
Observação importante: por analogia ao artigo 274 do CPC, presume-se comunicada a parte mesmo 
quando esta tiver mudado de domicílio (ou de forma de localização, como e-mail). 
 
Despesas: aplicam-se as regras escolhidas pelas partes, podendo ser feitas por convenção ou 
seguindo as regras do centro de arbitragem. Observe que é essencial saber as regras do centro de 
arbitragem, já que são elas, como regra, que regem o procedimento. 
 
Custas: segue o mesmo procedimento do Direito Processual, a saber, o princípio da causalidade 
(quem deu causa, paga), a não ser que determinação da convenção diga o contrário. 
 
Intervenção de terceiros: há divergências com respeito a isso. Alguns autores declaram que o 
árbitro deve concordar a respeito da intervenção; outra posição diz que depende do terceiro a 
aderência a convenção arbitral (assinando o termo), submetendo-se às regras da arbitragem. 
 
Observação relevante: NÃO CABE desconsideração de pessoa jurídica na arbitragem – esta será 
feita na fase judicial de cumprimento de sentença. 
 
 
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10/05/2016. 
Sentença arbitral. 
 
Relembrando: a sentença arbitral equivale às sentenças prolatadas pelo Poder Judiciário, valendo 
como título executivo judicial. Pode ser terminativa (extingue o processo sem resolução do mérito) 
ou definitiva (decide quanto ao mérito). 
 
Quanto ao mérito, pode ser condenatória, constitutiva ou declaratória (classificação trinária). 
 
P.: Qualquer sentença arbitral é título executivo, no Direito Processual? 
R.: Não importa se a sentença é condenatória, constitutiva ou declaratória – QUALQUER sentença 
é título executivo, desde que tenha dentro dela uma prestação desde logo exercitável, que consiste 
em uma obrigação, seja ela: 
• De dar (em dinheiro; bem móvel; bem imóvel) 
• De fazer ou não fazer (resultado prático equivalente, ou astreintes) 
• Por quantia certa. 
 
A sentença arbitral vale como título executivo desde o CPC de 73; esse dispositivo foi reforçado pelo 
Novo CPC (art. 515, VII). Observe-se o detalhe referente a esse instrumento: 
 
§ 1o 
Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença 
ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Liquidação: o árbitro tem que dar sentença líquida, visto que qualquer sentença ilíquida deverá ser 
resolvida no âmbito judicial (o que afronta a competência do árbitro). 
 
Prazo para emissão da sentença arbitral: 6 meses (possibilidade de exigir a sentença no prazo de 
10 dias a partir do dia em que o prazo expirou). 
 
Quórum: em tribunal arbitral, vale a maioria dos votos dos árbitros. 
 
 
Sentença: contem relatório, fundamentação e dispositivo, além da data e do lugar (importantes 
para caracterizar a sentença como válida no território nacional ou de homologação necessária). 
 
Acordo: pode ser homologado em sentença, que vale como título judicial. 
 
Art. 31. 
A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença 
proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo. 
 
Efeitos da sentença arbitral: 
 
Ação anulatória: cabe apenas nas hipóteses do art. 32 da Lei de Arbitragem (não cabe renúncia ao 
direito desta ação). No Judiciário, segue o procedimento comum. 
 
P.: Na ação anulatória, o pedido é declaratório ou desconstitutivo? 
R.: Depende da nulidade que se deseja. 
 
 
Laboratório de Conciliação, Mediação e Arbitragem 9º S 
Prof. Luiz Antônio Scavone 
Por Fábio Peres da Silva 30