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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
A organização administrativa: os órgãos e as competências públicas:
Todas as pessoas colectivas públicas , são dirigidas por órgãos, demonstrando estes ser indispensáveis à eficaz prossecução dos seus fins . Cabe-lhes tomar decisões em nome da pessoa colectiva ou , noutra terminologia , manifestar a vontade imputável à pessoa colectiva . 
A respeito da natureza dos órgãos das pessoas colectivas debatem-se duas grandes concepções:
-A primeira, que foi defendida por Marcello Caetano, considera que os órgãos são instituições, e não indivíduos.Para estes autores há que distinguir entre o titular e o orgão , pois não são , de todo , a mesma coisa 
- A segunda, que foi defendida entre nós por Afonso Queiró e Marques Guedes, considera que os órgãos são os indivíduos, e não as instituições. Esta posição revela que , o órgãos não é o centro de poderes e deveres . O conjunto de poderes funcionais chama-se competência, não se chama orgão. Para estes autores o orgão é o indivíduo. 
Classificação dos órgãos
Orgãos singulares : São órgãos singulares, aqueles que têm apenas um titular;são "colegiais"os órgãos compostos por dois ou mais titulares. O órgão colegial na actualidade tem, no mínimo, três titulares, e deve em regra ser composto por número ímpar de membros.
Órgãos centrais e locais: órgãos "centrais" são aqueles que têm competência sobre todo o território nacional; órgãos "locais" são os que têm a sua competência limitada a uma circunscrição administrativa, ou seja, apenas a uma parcela do território nacional
Órgãos primários, secundários e vicários: órgãos "primários" são aqueles que dispõem de uma competência própria para decidir as matérias que lhes estão confiadas; órgãos "secundários", são os que apenas dispõem de uma competência delegada; e órgãos "vicários" ,são aqueles que só exercem competência por substituição de outros órgãos.
Órgãos representativos e órgãos não representativos: órgãos "representativos" são aqueles cujos titulares são livremente designados por eleição. Os restantes são órgãos "não representativos".
Órgãos activos, consultivos e de controlo: órgãos "activos" são aqueles a quem compete tomar decisões ou executá-las. Órgãos "consultivos" são aqueles cuja função é esclarecer os órgãos activos antes de estes tomarem uma decisão, nomeadamente através da emissão de pareceres. Órgãos "de controlo" são aqueles que têm por missão fiscalizar a regularidade do funcionamento de outros órgãos.
Órgãos decisórios e executivo: os órgãos activos, podem por sua vez classificar-se em decisórios e executivos. 
São órgãos "decisórios" aqueles a quem compete tomar decisões. São órgãos "executivos" aqueles a quem compete executar tais decisões, isto é, pô-las em prática. 
Órgãos permanentes e temporários: são órgãos "permanentes" aqueles que segundo a lei têm duração indefinida; são órgãos "temporários" os que são criados para actuar apenas durante um certo período.
Órgãos simples e órgãos complexos: os órgãos "simples" são os órgãos cuja a estrutura é unitária, a saber, os órgãos singulares e os órgãos colegiais cujos os titulares só podem actuar colectivamente quando reunidos em conselho.
Os órgãos "complexos" são aqueles cuja estrutura é diferenciada, isto é, aqueles que são constituídos por titulares que exercem também competências próprias a título individual e são em regra auxiliados por adjuntos, delegados e substitutos.
Atribuições e competência
As pessoas colectivas existem para prosseguir determinados fins. Estes fins , chamam-se atribuições. 
As "atribuicões" são os fins ou interesses que a lei incumbe as pessoas colectivas públicas de prosseguir. Para o fazerem , as pessoas colectivas públicas precisam de poderes,os chamados poderes funcionais. Ao conjunto dos poderes funcionais chamamos, competência. É assim esta,o conjunto de poderes funcionais que a lei confere para a prossecução das atribuições das pessoas colectivas públicas .
Em principio , e na maior parte dos casos , nas pessoas colectivas públicas as atribuições referem-se à pessoa colectiva em sim mesma, enquanto a competência se reporta aos órgãos.
A lei especificará ,então, as atribuições de cada pessoa colectiva , e , noutro plano ,a competência de cada órgão. Daqui resulta , na prática , que qualquer orgão da administração , ao agir, conhece e encontra pela frente uma dupla limitação :
- Por um lado , está limitado pela sua própria competência,nao podendo , por exemplo , invadir a esfera de competência dos outros orgãos da mesma pessoa colectiva,e por outro lado está limitado pelas atribuições da pessoa colectiva em cujo nome actua , nao podendo , designadamente , praticar quaisquer actos sobre matéria estranha as atribuições da pessoa colectiva a que pertence.
Os actos praticados fora das atribuições são actos nulos, os praticados apenas fora da competência do órgão que os pratica são actos anuláveis.
Atribuiçoes e competencias limitam-se , assim , reciprocamente uma às outras , nenhum orgao administrativo pode prosseguir atribuiçoes da pessoa colectiva a que pertence por meio de competencias que nao sejam as suas , nem tão-pouco pode exercer a sua competencia fora das atribuiçoes da pessoa colectiva em que se integra.
Competência:: O primeiro princípio que cumpre sublinhar desde já é o de que a competência só pode ser conferida, delimitada ou retirada pela lei: é sempre a lei que fixa a competência dos órgãos da Administração Pública (art. 29º/1 CPA). 
É o princípio da legalidade da competência, também expresso às vezes, pela ideia de que a competência é de ordem pública.
Deste princípio decorrem alguns corolários da maior importância:
-A competência não se presume: isto quer dizer que só há competência quando a lei inequivocamente a confere a um dado órgão.
- A competência é imodificável: nem a Administração nem os particulares podem alterar o conteúdo ou a repartição da competência estabelecidos por lei.
- A competência é irrenunciável e inalienável: os órgãos administrativos não podem em caso algum praticar actos pelos quais renunciem os seus poderes ou os transmitam para outros órgãos da Administração ou para entidades privadas. Esta regra não obsta a que possa haver hipóteses de transferência do exercício da competência – designadamente, a delegação de poderes e a concessão –, nos casos e dentro dos limites em que a lei o permitir (art. 29º/1/2 CPA).
Critérios de Delimitação da Competência
A distribuição de competências pelos vários órgãos de uma pessoa colectiva pode ser feita em função de quatro critérios:
1-Em razão da matéria
2-Em razão da hierarquia: Quando, numa hierarquia, a lei efectua uma repartição vertical de poderes, conferindo alguns ao superior e outros ao subalterno, estamos perante uma delimitação da competência em razão da hierarquia;
3- Em razão do território: a repartição de poderes entre órgãos centrais e órgãos locais, ou a distribuição de poderes por órgãos locais diferentes em função das respectivas áreas ou circunscrições, é uma delimitação da competência em razão do território;
4-Em razão do tempo: em princípio, só há competência administrativa em relação ao presente: a competência não pode ser exercida nem em relação ao passado, nem em relação ao futuro.
Um acto administrativo praticado por certo órgão da Administração contra as regras que delimitam a competência dir-se-á ferido de incompetência.
Estes quatro critérios são cumuláveis e todos têm de actuar em simultâneo.
Espécies de Competências
Quanto ao modo de atribuição da competência:
segundo este critério, a competência pode ser explícita ou implícita. Diz-se que a competência é "explícita" quando a lei confere por forma clara e directa; pelo contrário, é "implícita" a competência que apenas é deduzida de outras determinações legais ou de certos princípios gerais do Direito Público.
Quando aos termos de exercício da competência: A competência pode ser "condicionada" ou"livre", conforme o seu exercício esteja ou não dependente de limitações específicas impostas por lei ou ao abrigo da lei.
Quanto à substância e efeitos da competência: à luz deste terceiro preceito, fala-se habitualmente em competência dispositiva e em competência revogatória. A"competência dispositiva" é o poder de emanar um dado acto administrativo sobre uma matéria, pondo e dispondo acerca do assunto; a "competência revogatória" é o poder de revogar esse primeiro acto, com ou sem possibilidade de o substituir por outro diferente.
Quanto à titularidade dos poderes exercidos: Se os poderes exercidos por um órgão da Administração são poderes cuja titularidade pertence a esse mesmo órgão, diz-se que a sua competência é uma "competência própria"; se, diferentemente, o órgão administrativo exerce nos termos da lei uma parte da competência de outro órgão, cujo o exercício lhe foi transferido por delegação ou por concessão, dir-se-á que essa é uma "competência delegada" ou uma "competência concedida". 
Quanto ao número de órgãos a que a competência pertence: quando a competência pertence a um único órgão, que a exerce sozinho, temos uma"competência singular"; a "competência conjunta" é a que pertence simultaneamente os dois ou mais órgãos diferentes, tendo de ser exercida por todos eles em acto único.
Quanto à inserção da competência nas relações inter-orgânicas: sob esta óptica, a competência pode ser "dependente" ou "independente", conforme o órgão seu titular esteja ou não integrado numa hierarquia e, por consequência, se ache ou não sujeito ao poder de direcção de outro órgão e ao correspondente dever de obediência. Dentro da competência dependente há a considerar os casos de competência comum e de competência própria: diz-se que há "competência comum" quando tanto o superior como o subalterno podem tomar decisões sobre o mesmo assunto, valendo como vontade manifestada; e há "competência própria", pelo contrário, quando o poder de praticar um certo acto administrativo é atribuído directamente por lei ao órgão subalterno.
Por seu turno, dentro da competência própria, há ainda a considerar três sub-hipóteses:
- Competência separada-o subalterno é por lei competente para praticar actos administrativos, que podem ser executorios mas nao sao definitivos pois deles cabe recurso hierarquico necessario
- Competência reservada-o subalterno é por lei competente para praticar actos definitivos e executorios , mas deles , alem de correspondente acçao em juizo,cabe recurso hierarquico facultativo
- Competência exclusiva-o subalterno é por lei competente para praticar actos definitivos e executorios , dos quais nao cabe qualquer recurso hierarquico,mas,porque nao é orgao independente , o subalterno pode vir a receber do seu superior uma ordem de revogaçao do acto praticado
Competência objectiva e subjectiva: Esta distinção está patente, no art. 112º/8 da CRP,porém de forma inadequada.
Regras Legais
O CPA trouxe algumas regras inovadoras em matéria de competência dos órgãos administrativos. Assim:
- A competência fixa-se no momento em que se inicia o procedimento, sendo irrelevantes as modificações de direito que ocorram posteriormente (art. 30º/1/2 CPA). Quando o órgão competente em razão do território passar a ser outro, o processo deve ser-lhe remetido oficiosamente (n.º 3).
- Se a decisão final de um procedimento depender de uma questão que seja da competência de outro órgão administrativo ou dos Tribunais (questão prejudicial), deve o órgão competente suspender a sua actuação até que aqueles se pronunciem, salvo se da não resolução imediata do assunto resultarem graves prejuízos (art. 31º/1/2 CPA).
- Antes de qualquer decisão, o órgão administrativo deve certificar-se de que é competente para conhecer da questão que vai decidir (art. 33º/1 CPA): é o auto-controle da competência (art. 42º CPA).
- Quando o particular, por erro desculpável e dentro do prazo legal, dirigir um requerimento a um órgão que se considere a si mesmo incompetente para tratar do assunto, a lei manda proceder de uma das formas seguintes (art. 34º/1 CPA):
a) Se o órgão competente pertencer à mesma pessoa colectiva – incompetência relativa –, o requerimento ser-lhe-á enviado oficiosamente (por iniciativa da própria administração), e disso se notificará o particular;
b) Se o órgão considerado competente pertencer a outra pessoa colectiva – incompetência absoluta –, o requerimento é devolvido ao seu autor, acompanhado da indicação da entidade a quem se deverá dirigir. Há um prazo idêntico ao inicial para apresentar o requerimento à entidade competente (n.º 2);
c) Se o erro do particular for qualificado como indesculpável, o requerimento não será apreciado, nem oficiosamente remetido à entidade competente, disto se notificando o particular no prazo máximo de 48 horas (n.º 3 e 34º/4 CPA).
Conflitos de Atribuições e de Competência
Há disputas ou litígios entre órgãos da Administração acerca das atribuições ou competências que lhes cabe prosseguir ou exercer. Uns e outros, por sua vez, podem ser positivos ou negativos.
Assim, diz-se que há um conflito positivo quando dois ou mais órgãos da Administração reivindicam para si a prossecução da mesma competência; e que há conflito negativo quando dois ou mais órgãos consideram simultaneamente que lhes faltam as atribuições ou a competência para decidir um dado caso concreto. 
Por outro lado, entende-se por conflito de competência aquele que se traduz numa disputa acerca da existência ou do exercício de um determinado poder funcional; e por conflito de atribuições aquele em que a disputa versa sobre a existência ou a prossecução de um determinado interesse público.
Refira-se ainda que é costume falar em conflito de jurisdição quando o litígio opõe órgãos administrativos e órgão judiciais, ou órgãos administrativos e órgãos legislativos.
O CPA, veio trazer critérios gerais de solução:
- Se envolvem órgãos de pessoas colectivas diferentes, os conflitos são resolvidos pelos Tribunais Administrativos, mediante recurso contencioso, na falta de acordo entre os órgãos em conflito (art. 42º/2-a);
- Se envolverem órgãos de ministérios diferentes, na falta de acordo os conflitos serão resolvidos pelo Primeiro-ministro, porque é ele que constitucionalmente compete a coordenação inter-ministrial (art. 42º/2b) CPA); se envolverem órgãos do mesmo ministério ou pessoas colectivas autónomas sujeitas ao poder de superintendência do mesmo Ministro, na falta de acordo os conflitos são resolvidos pelo respectivo Ministro (art. 42º/2c) CPA);
- Se os conflitos envolverem órgãos subalternos integrados na mesma hierarquia, serão resolvidos pelo seu comum superior de menos categoria hierárquica (art. 42º/3 CPA).
Embora o Código do Procedimento Administrativo não diga expressamente, está implícito no seu art. 43º, que a Administração Pública deve dar preferência à resolução administrativa dos conflitos sobre a sua resolução judicial.
A resolução administrativa dos conflitos pode ser promovida por duas formas diversas (art. 43º CPA):
a) Por iniciativa de qualquer particular interessado, isto é, que esteja prejudicado pelo conflito;
b) Oficiosamente, quer por iniciativa privada suscitada pelos órgãos em conflito, "logo que dele tenham conhecimento", quer pelo próprio órgãos competente para a decisão, se for informado do conflito.
Figuras da administração indireta: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista:
A administração indireta do Estado é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. Seu objetivo é a execução de algumas tarefas de interesse do Estado por outras pessoas jurídicas. Quando não pretende executar certa atividade através de seus próprios órgãos, o Poder Público transfere a sua titularidadeou execução a outras entidades.
Quando esta delegação é feita por contrato ou mero ato administrativo, encontramos a figura dos concessionários e os permissionários de serviços públicos. Por outro lado, quando é a lei que cria as entidades responsáveis, surge a administração indireta.
No direito brasileiro, em especial no direito administrativo, de acordo com o inciso II, do art. 4º, do Decreto-lei nº 200/1967, que dispõe sobre a organização da Administração Federal, a administração indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
autarquias
empresas públicas
sociedades de economia mista
fundações públicas
Conforme a lei nº 11.107/05, também compõem a administração indireta os consórcios públicos de personalidade jurídica de direito público, também conhecidos como associações públicas. No entanto, tais entidades possuem natureza jurídica de autarquia, pois a elas são atribuídas todas as prerrogativas que a ordem jurídica dispensa às autarquias em geral. Diz o § 1º da referida lei:
"O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados."
Vê-se que a administração indireta é formada por pessoas jurídicas, também denominadas de entidades. Ainda no direito brasileiro, a Lei nº 9784/99 define entidade como "a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica".
Autarquia
Ex. USP, INSS, OAB, IBAMA.
Criação  São entidades criadas diretamente por lei específica. Não há necessidade de nenhum ato subseqüente para o nascimento desta pessoa jurídica da Administração indireta. 
Personalidade Jurídica  As autarquias têm a mesma personalidade jurídica atribuída ao ente político, qual seja pessoa de direito público. Isto quer dizer que estas pessoas possuem prerrogativas (vantagens) próprias de um ente estatal, além de submeterem a sujeições decorrentes do regime jurídico administrativo. 
Função  Elas desempenham função típica do Estado, tais como serviços previdenciários, educação e pesquisa etc. 
Patrimônio  Seu patrimônio é considerado de natureza pública. Assim sendo, não podem ser usucapidos nem alienados, salvo, neste último caso, se houver autorização legal. 
 Responsabilidade Civil  Por serem pessoas jurídicas de direito público, as autarquias respondem objetivamente pelo prejuízo que seus agentes causarem a terceiros (art.37, §6º da Constituição Federal).
Fundação Pública
Ex. Fundação João Pinheiro, Fundação Clóvis Salgado, FUNAI, IBGE.
Criação  De acordo com a Constituição Federal, as fundações têm sua criação autorizada por lei específica, e seu âmbito de atuação regulada por lei complementar. Entretanto, parte da doutrina permite a criação da fundação diretamente pela lei, nos moldes de uma autarquia. Explica os adeptos desta corrente, que as fundações seriam uma espécie de autarquia (fundação autárquica ou autarquia fundacional), sendo regidas pelas mesmas regras. 
Personalidade Jurídica  De acordo com a Constituição Federal, as fundações autorizadas pela lei têm personalidade jurídica de direito privado, ou seja, não possuem nenhuma prerrogativa (vantagem) concedida aos entes estatais. No entanto, as fundações criadas nos moldes de uma autarquia seguem as regras do direito público, com todas as prerrogativas e sujeições previstas. 
Função  As fundações desempenham serviços públicos consistentes em atividades sociais, tais como pesquisa, proteção a patrimônio histórico e difuso etc. 
Patrimônio  O patrimônio das Fundações Públicas de direito público são considerados patrimônios públicos, idênticos de uma autarquia (vide tópico). As Fundações Públicas de direito privado possuem patrimônios considerados privados. No entanto, não podem ser objetos de usucapião se estiverem afetados a uma atividade pública. 
Responsabilidade Civil  Por serem pessoas jurídicas de direito público, as Fundações Públicas de direito público respondem objetivamente pelo prejuízo que seus agentes causarem a terceiros. As Fundações Públicas de direito privado, por prestarem serviços públicos à coletividade, também respondem objetivamente pelo prejuízo causado por seus agentes a terceiros (art.37, §6º da Constituição Federal). 
Sociedade de economia mista e empresas públicas
Ex. Sociedade de economia mista: Banco do Brasil, Petrobrás, CEMIG, BHTRANS. Ex. Empresa Pública: Caixa Econômica Federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), INFRAERO, Casa da moeda.
Regras comuns:
 
Criação  De acordo com a Constituição Federal (art. 37, XIX), as sociedade de economia mista e empresa pública têm sua criação autorizada por lei específica, visto que o nascimento destas pessoas ocorre com o registro em cartório de seus respectivos atos constitutivos (estatuto ou contrato social). 
Personalidade Jurídica  A sociedade de economia mista e empresa pública são regidas por normas de Direito Privado, já que são meios de intervenção do Estado na economia, como se o Poder Público empresário fosse. 
Função  A sua principal função é permitir o Estado atuar no domínio econômico por meio da figura excepcional de agente econômico. Esta intervenção somente é legitimada quando necessária aos imperativos de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definido em lei (art. 174, caput, CF). No entanto, a sociedade de economia mista e empresa pública, além de permitirem a exploração da atividade econômica pelo Poder Público, podem desempenhar serviços públicos em seu nome. Apesar desta permissividade, a doutrina entende que o serviço público executável pela sociedade de economia mista e empresa pública é aquele que poderia ser delegado por meio do contrato de concessão à uma empresa da iniciativa privada. Assim, ficam de fora da sua área de atuação as funções típicas do Estado, cabendo estas somente à Administração Direta e suas autarquias. 
Patrimônio  Os bens pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Privado são considerados bens privados. Embora possuam esta característica, às vezes o seu patrimônio recebe proteção idêntica àquela decorrente das normas do Direito Público. É o que se verifica na sociedade de economia mista e empresa pública prestadoras de serviço público. Pelo princípio da continuidade, os serviços estatais não podem sofrer interrupção. Sendo assim, se os bens pertencentes a estas pessoas estiverem destinados à execução de alguma atividade em nome do Estado, estes passam a ser intocáveis. 
Responsabilidade Civil  Em regra geral, a sociedade de economia mista e empresa pública, por serem pessoas jurídicas de direito privado, se sujeitam ao sistema de responsabilidade subjetiva. Entretanto, vimos que a sociedade de economia mista, além de explorar a atividade econômica, está autorizada à prestar serviço público em nome do Estado. Neste caso, apesar de continuar sob o mesmo regime privado, seus agentes irão responder objetivamente pelo prejuízo casado a terceiros. Podemos sintetizar a matéria da seguinte forma: se for uma sociedade de economia mista e empresa pública exploradoras da atividade econômica, sua responsabilidade será subjetiva (para que haja responsabilidade, a vítima do dano deverá provar a culpa ou o dolo do servidor que atuou em nome da pessoa jurídica), ao passo que, se for sociedade de economia mista prestadora e empresa pública prestadoras de serviço público, a responsabilidade será objetiva (independente de prova da culpa ou dolo do agente causador do dano). 
Diferenças entre sociedade de economia mista e empresa pública:
 Forma jurídica  A sociedade de economia mista, de acordo com a Lei 6.404/76, somente pode se revestir na forma de sociedade anônima (S/A), ao passo que a empresa pública pode assumir qualquer forma societária, inclusive sociedade anônima (S/A). As primeiras são inscritas no registro público de empresas mercantis; as segundas, no registro público de empresas mercantis ou no registro civil das pessoas jurídicas, dependendo daforma adotada. 
Composição do capital  O capital de formação da sociedade de economia mista é misto, ou seja, capital público somado ao capital privado. Apesar do patrimônio híbrido, a maioria das ações de voto deve ser titularizada pelo Poder Público, como forma de mantê-lo no comando da estatal. A empresa pública tem seu capital formado exclusivamente por recursos públicos (capital 100% público). 
Servidores públicos: agentes públicos, cargos, funções e empregos públicos, regime jurídico:
São todas as pessoas físicas que mantêm relação de trabalho com a Administração Pública, direta, indireta, autárquica e fundacional. Os servidores Públicos constituem uma espécie de Agentes Públicos. 
Os servidores públicos podem ser: 
Estatutários (Funcionários Públicos) - possuem CARGOS 
Empregados Públicos (celetistas) - possuem EMPREGOS 
Servidores Temporários - possuem FUNÇÃO.
AGENTES PÚBLICOS
São PESSOAS FÍSICAS incumbidas de uma função estatal, de maneira transitória ou definitiva, com ou sem remuneração. O conceito é amplo – abrange todas as pessoas que de uma maneira ou de outra prestam um serviço público – estão abrangidos por esse conceito desde os titulares dos poderes do Estado até pessoas que se vinculam contratualmente com o Poder Público como é o caso dos concessionários. 
Espécies de Agentes Públicos: 
Agentes Políticos: São agentes públicos nos mais altos escalões que decidem a vontade soberana do Estado com atribuições constitucionais sem subordinação hierárquica; são os titulares dos Poderes do Estado. (Presidente, Governador, Deputado, Senador, membros do Ministério Público e membros do Tribunal de Contas etc.) 
Agentes Administrativos: São os servidores públicos. Exercem as funções comuns da Administração. 
Agentes delegados: São os particulares que exercem função pública por delegação. (concessionários, permissionários, cartorários, leiloeiros, etc) 
CARGOS
São as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressas por um agente público, previstos em número certo, com determinação própria e remunerados por pessoas jurídicas de direito público, devendo ser criados por Lei. 
FUNÇÕES
É a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria profissional, ou comete individualmente a determinados servidores para a execução de serviços eventuais ou temporários.
EMPREGOS PÚBLICOS
São núcleos de encargo de trabalho a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los sob uma relação trabalhista (celetista). Sujeitam-se a uma disciplina jurídica que embora sofra algumas influências, basicamente são aquelas aplicadas aos contratos trabalhistas em geral. 
REGIME JURÍDICO
 A constituição de 1988 reformulou o tratamento do servidor público, instituindo o regime jurídico único e planos de carreira para administração direta, autárquica e fundações publicas, disposto no art. 39, (restabelecido pelo STF pela ADI n. 2.135/ DF, em 02 de agosto de 2007, decidindo em sessão plenária, suspender a vigência do art. 39, caput, da Constituição Federal, em sua redação dada pela Emenda Constitucional n. 19/98. Em decorrência dessa decisão, volta a aplicar-se a redação original do art. 39, que exige regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da Administração Pública Direta, autarquias e fundações públicas, assim garantindo tratamento isonômico entre os servidores públicos, submetendo- os aos mesmos direitos e obrigações perante a entidade a que servem. O regime jurídico único requer o funcionalismo na administração em cada esfera governamental, seja estruturado com base num plano de carreiras fundadas num sistema de cargos classificados de acordo com suas atribuições, na mesma classe escalonadas em função da de maior complexidade dos cargos que a integrem. Possibilitando justa política remuneratória, considerando que o servidor não se limitará apenas ao aumento de suas remunerações mas também terá outras atribuições de mais responsabilidade.
Atos administrativos:
É toda manifestação unilateral da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria (Hely Lopes Meirelles).
ATO ADMINISTRATIVO x ATO JURÍDICO
 A diferença essencial entre ato jurídico e ato administrativo reside em que o ato administrativo tem  finalidade pública. Ato administrativo  é uma espécie de ato jurídico.
ATO ADMINISTRATIVO x CONTRATO ADMINISTRATIVO
 Diferença entre ato administrativo e contrato administrativo - o contrato é bilateral (há duas partes com objetivos diversos) ; o ato administrativo é unilateral.
ELEMENTOS (Requisitos de validade) do  ATO ADMINISTRATIVO
Os ELEMENTOS ESSENCIAIS à formação do ato administrativo, constituem a sua  infra-estrututa, daí serem reconhecidos como REQUISITOS DE VALIDADE.  As letras iniciais formam a palavra COMFIFOR MOB.
COMPETÊNCIA
FINALIDADE
F0RMA             
MOTIVO
OBJETO
COMPETÊNCIA
É o poder atribuído ao agente (agente é aquele que pratica o ato)  para o desempenho específico de suas funções.
 Ao estudarmos o gênero abuso de poder vimos que uma de suas espécies, o excesso de poder, ocorre quando o agente público excede os limites de sua competência.
FINALIDADE
É o objetivo de interesse público a atingir. A finalidade do ato é aquela que a lei indica explícita ou implicitamente. Os atos serão nulos quando satisfizerem pretensões descoincidentes do interesse público. Ao estudarmos o gênero abuso de poder vimos que a  alteração da finalidade caracteriza desvio de poder, conhecido também por desvio de finalidade.
FORMA
É  o revestimento exteriorizador do ato. Enquanto a vontade dos particulares pode manifestar-se livremente, a da Administração exige  forma legal.  A forma normal é a escrita. Excepcionalmente existem :  (1) forma verbal : instruções  momentâneas de um superior hierárquico; (2) sinais convencionais : sinalização de trânsito.       
MOTIVO
    É  a situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato administrativo. Pode vir expresso em lei como pode ser deixado ao critério do administrador.
Exemplo : dispensa de um servidor ocupante de cargo em comissão. A CF/88, diz  que o cargo em comissão é aquele declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Portanto, não há necessidade de motivação do ato exoneratório, mas, se forem externados os motivos, o ato só será válido se os motivos forem verdadeiros.
OBJETO
 É o conteúdo do ato. Todo ato administrativo produz um efeito jurídico, ou seja,  tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público.
Exemplo : No ato de demissão do servidor  o objeto é a quebra da relação funcional do servidor com a Administração.
Processo administrativo:
A Lei 9.784/1999 instituiu, no âmbito da Administração Federal direta e indireta, normas básicas sobre o processo administrativo, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
Os preceitos instituídos pela lei de processo administrativo também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
Conceitos
Segundo o disposto na lei de processo administrativo consideram-se: 
Órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; 
Entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; 
Autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
Há ainda a figura do administrado, que é a pessoa (física ou jurídica) que é atendida pela Administração Pública.
Princípios
A Administração Pública obedecerá, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
a) atuação conforme a lei e o Direito; 
b) atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; 
c) objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; 
d) atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; 
e) divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; 
f) adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; 
g) indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; 
h) observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; 
i) adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; 
j) garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; 
l) proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; 
m) impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; 
n) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
Direitos e Deveres dos Administrados
O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: 
a) ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
b) ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 
c) formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; 
d) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
Em relação aos deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo, o administrado deverá proceder da seguinte forma: 
1) expor os fatos conforme a verdade; 
2) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 
3) não agir de modo temerário; 
4) prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
Início do Processo Administrativo
O processo administrativo poderá iniciar-se de duas formas, de ofício ou a pedido de interessado.
Requisitos para o requerimento inicial
O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: 
- órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; 
- identificação do interessado ou de quem o represente; 
- domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; 
- formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; 
- data e assinatura do requerente ou de seu representante.
É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.
Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento.
Legitimados como Interessados
No processo administrativo são legitimados como interessados no processo administrativo: a) pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; c) as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; d) as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Prioridade na Tramitação
Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: a) pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; b) pessoa portadora de deficiência, física ou mental; c) pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo.
A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas.
Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
Capacidade
Para fins de propositura de processo administrativo são capazes, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.
Competência
A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Um órgão administrativo e seu titular poderão se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Cumpre ressaltar que os procedimentos de competência aplicam-se também à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Vedação quanto ao objeto de delegação
Não podem ser objeto de delegação: 
- a edição de atos de caráter normativo;
- a decisão de recursos administrativos; 
- as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Ato de delegação
O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
Cumpre destacar que o ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.
Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
Impedimentos e da Suspeição
Os institutos de impedimento e suspeição estão vigentes em diversos diplomas legais, o que os casos mais comuns desses temas, está presente em relação ao nível de comprometimento que o juiz tem com o processo, e que pode prejudicar a sua imparcialidade.
Suspeição - Situação, mencionada em lei, que impede juízes, promotores, advogados, ou qualqueroutro auxiliar da justiça, de funcionar em determinado processo, no caso de haver dúvida quanto à imparcialidade e independência com que devem atuar isso implica também aos administrados e interessados no âmbito da administração pública.
Impedimento – é uma proibição imposta ao juiz, administrado, interessado de oficiar no processo, vale dizer, deve ele abster-se de participar da relação processual, ou seja, é proibido a sua atuação em razão de ter algum interesse na causa diretamente.
Como exemplo, citamos a atuação de um Juiz que vai julgar uma causa, só que uma das partes é seu irmão, a imparcialidade do processo fica comprometida, ocorre então à suspeição do processo, tendo que ser dirigido pra um juiz substituto.
No caso de o magistrado de atuar em um processo, se ele tem interesse direto na causa, que interveio como mandatário, oficiou como perito atuou como membro do ministério público, o juiz deve declarar-se impedido caso tenha ocorrido essas situações no processo.
Esses casos se aplicam também ao processo administrativo perante a Administração Pública.
Casos de Impedimento
É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: 
- tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
- tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; 
- esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
Casos de Suspeição
Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
Bases: artigos 1º ao 21 e 68 a 69-A da Lei 9.784/1999 (Processo Administrativo)
Licitação:
Licitação nada mais é que o conjunto de procedimentos administrativos (administrativos porque parte da administração pública) para as compras ou serviços contratados pelos governos Federal, Estadual ou Municipal, ou seja todos os entes federativos. De forma mais simples, podemos dizer que o governo deve comprar e contratar serviços seguindo regras de lei, assim a licitação é um processo formal onde há a competição entre os interessados.
Quem realiza as licitações?
O governo e suas unidades da administração pública. Governo Federal, mais 27 governos estaduais, incluindo o Distrito Federal, mais 5.565 Prefeituras e todas as suas secretarias, unidades, fundações, câmaras, estatais, autarquias e etc… ao total são mais de 34.000 unidades que licitam, segundo dados do ConLicitação. Ou seja, são mais de 34.000 potenciais clientes para as empresas venderem seus produtos e serviços.
Como se inicia uma licitação?
Há uma necessidade da administração pública e por isso inicia o planejamento do que e como contratar e comprar, essa é a fase interna. A fase externa inicia com a publicação da licitação, ou seja chegou ao conhecimento público. E termina com o objetivo central, o Contrato. Na fase do Contrato cabe à contratada executar e à administração fiscalizar essa execução.
Quais as leis que regem as licitações? 
A Lei Federal é a Lei 8666 de junho de 1993, que já teve várias alterações. Confira a Lei atualizada, é uma lei nacional, ou seja, deve ser observada pela União, Estados e Municípios.
Depois, em 2002 com o surgimento do Pregão, que é a sexta modalidade, surgiu a Lei 10.520que rege os pregões, mas quando necessário recorre-se à Lei 8666 para assuntos que a Lei do Pregão não responder.
As duas leis permitem que os governos façam seus Regulamentos próprios, isso para facilitar e adequar as regras gerais às particularidades de cada administração pública. Mas atenção, nenhuma Lei Estadual, Decreto ou Regulamento pode ferir o que ditam as Leis 8666 de 1993 e 10.520 de 2002.
E mais, nenhuma lei pode ferir nossa Lei maior que é a Constituição Federal de 1988!!
Assim, sempre que for participar de uma licitação é preciso conhecer as leis e veri car as legislações existentes para a licitação que vai participar, que na regra estarão citadas no edital da licitação e são de fácil acesso, na maioria das vezes em sites na Internet.
Lembramos aqui da Lei Complementar 123 e alterações que trazem orientações para a Licitação quando as empresas forem de EPP (empresa de pequeno porte) ou ME ( Microempresa) – são muitos os benefícios exclusivos!
Mais recentemente, em junho de 2016, temos uma nova lei importante, a chamada Lei das Estatais, Lei 13.303 / 2016. Ela traz regras direcionadas para empresas públicas de economia mista (exemplo: metrô, cias de água e esgoto, etc.) e de suas subsidiárias, de todos os governos, federal, estado, DF e municípios.
Leis, Decretos, Instruções Normativas e Regulamentos devem ser lidos e relidos, compreendidos com profundidade, saber é um grande diferencial. Para o Governo : pois ele licitará corretamente cumprindo seu dever de aplicar a legislação e pela supremacia dos interesses públicos, esse é o princípio da legalidade. Para quem participa da competição: o conhecimento vai ajudar a vencer a licitação, ajudar que todos atendam as leis e seus princípios da constituição.Tudo isso torna a licitação justa, e ciente e e caz no seu objetivo.
E não esqueça dos julgados dos Tribunais e instância superior, onde interpretam a lei tomam decisões criando assim a jurisprudência, que se agrega e evolui as Leis. A jurisprudência torna-se um instrumento muito importante para ser usado como base em recursos e defesas nos processos de licitação.
E o que é o edital?
Cada licitação tem o seu respectivo edital. Esse é o mais importante, é um documento onde estarão todas as regras que serão observadas pela Comissão de Licitação e quando for o caso pelo Pregoeiro. E como bem disse o jurista Helly Lopes Meirelles, o Edital é a Lei interna da Licitação. Não pode conter cláusulas ou condições que comprometam a competição. Também será nulo ser for genérico, impreciso ou omisso em pontos essenciais, ou se tiver exigências excessivas ou impertinentes ao seu objeto. O remédio para casos assim é pedir esclarecimentos ou até a impugnação ao edital.
Acabamos de falar de Comissão de Licitação e Pregoeiro quem são eles na licitação?
A Comissão de Licitação é constituída por agentes públicos que irão conduzir as contratações nas licitações tradicionais e o pregoeiro é quem conduz o pregão com uma equipe de apoio. Sempre são nomeados pela autoridade do Governo.E já disse que pregão é sexta modalidade, agora falamos de licitações tradicionais.
Quais são as modalidades de licitações?
São as modalidades da Lei 8666 de 1993, são 5: E relembrando o Pregão é a 6a. modalidade criada pela Lei 10.520 em 2002. E aqui já vamos inserir mais uma importante informação, o pregão pode ser presencial ou eletrônico, ou seja, presencial como Concorrência e Tomada de Preços, eletrônico como podem ser os convites e leilão também. Eletrônico sempre via Internet. Presencial com a presença física do governo e fornecedores no local indicado no edital.
Concorrência: Modalidade da qual podem participar quaisquer interessados que na fase de habilitação preliminar comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução do objeto da licitação.
Tomada de preços: Modalidade realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
Convite: Modalidade realizada entre interessados do ramo de que trata o objetoda licitação, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela Administração. O convite é a modalidade de licitação mais simples. A Administração escolhe quem quer convidar, entre os possíveis interessados, cadastrados ou não. A divulgação deve ser feita mediante afixação de cópia do convite em quadro de avisos do órgão ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação.
No convite é possível a participação de interessados que não tenham sido formalmente convidados, mas que sejam do ramo do objeto licitado, desde que cadastrados no órgão ou entidade licitadora ou no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF ou Cadastro unificado similar.
Esses interessados devem solicitar o convite com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.
Contratos administrativos:
Contrato: é todo acordo de vontades, firmado livremente pelas partes, para criar obrigações e direitos recíprocos.
Contrato Administrativo é o ajuste que a Administração, agindo nessa qualidade, firma com o particular ou outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração.
CARACTERÍSTICAS
Consensual: acordo de vontades, e não um ato unilateral e impositivo da Administração;
Formal: expressado por escrito e com requisitos especiais;
Oneroso: remunerado na forma convencionada;
Comutativo: porque estabelece compensações recíprocas;
Intuitu Personae: Deve ser executado pelo próprio contratado, vedadas, em princípio, a sua substituição por outrem ou a transferência de ajuste.
MODALIDADES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
1. CONTRATO DE OBRA PÚBLICA: Trata-se do ajuste levado a efeito pela Administração Pública com um particular, que tem por objeto A CONSTRUÇÃO, A REFORMA OU AMPLIAÇÃO DE CERTA OBRA PÚBLICA. Tais contratos só podem ser realizados com profissionais ou empresa de engenharia, registrados no CREA.
• Pela EMPREITADA, atribui-se ao particular a execução da obra mediante remuneração previamente ajustada.
• Pela Tarefa, outorga-se ao particular contratante a execução de pequenas obras ou parte de obra maior, mediante remuneração por preço certo, global ou unitário.
2. CONTRATO DE SERVIÇO: Trata-se de acordo celebrado pela Administração Pública com certo particular. São serviços de demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, manutenção, transporte, etc. Não podemos confundir contrato de serviço com contrato de concessão de serviço. No Contrato de Serviço a Administração recebe o serviço. Já na Concessão, presta o serviço ao Administrado por intermédio de outrem.
3. CONTRATO DE FORNECIMENTO: É o acordo através do qual a Administração Pública adquire, por compra, coisas móveis de certo particular, com quem celebra o ajuste. Tais bens destinam-se à realização de obras e manutenção de serviços públicos. Ex. materiais de consumo, produtos industrializados, gêneros alimentícios, etc.
4. CONTRATO DE GESTÃO: é o ajuste celebrado pelo Poder Público com órgão ou entidade da Administração Direta, Indireta e entidades privadas qualificadas como ONG’s
5. CONTRATO DE CONCESSÃO: Trata-se de ajuste, oneroso ou gratuito, efetivado sob condição pela Administração Pública, chamada CONCEDENTE, com certo particular, o CONCESSIONÁRIO, visando transferir o uso de determinado bem público. É contrato precedido de autorização legislativa.
Gestão dos bens públicos:
Bens públicos são todos os bens que pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público, isto é, União, Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações de Direito Público (estas últimas, aliás, não passam de autarquias designadas pela base estrutural que possuem), bem como os que, embora não pertencentes a tais pessoas, estejam afetados à prestação de um serviço público.
O conjunto de bens públicos forma o “domínio público” que inclui tanto bens imóveis como móveis.
Ruy Cirne Lima entende que a noção de bem público é mais extensa que a de propriedade, pois nele se incluem bens que não pertencem ao Poder Público; a marca específica dos que compõem tal domínio é a de participarem da atividade administrativa pública, encontrando-se, pois, sob o signo da relação de administração, a qual domina e paralisa a propriedade, mas não a exclui.
A noção de bem público, tal como qualquer outra noção em Direito, só interessa se for correlata a um dado regime jurídico. Assim, todos os bens que estiverem sujeitos ao mesmo regime público deverão ser havidos como bens públicos. Ora, bens particulares quando afetados a uma atividade pública (enquanto o estiverem) ficam submissos ao mesmo regime jurídico dos bens de propriedade pública. Logo, têm que estar incluídos no conceito de bem público.
Os bens com relação à sua destinação
Conforme disposição no art. 99, Código Civil, a destinação dos bens se classifica em:
De uso comum – são os destinados ao uso indistinto de todos, como os mares, ruas, estradas, praças, etc;
De uso especial – são os afetados a um serviço ou estabelecimento público, como as repartições públicas, isto é, locais onde se realiza a atividade pública ou onde está à disposição dos administrados um serviço público, como teatros, universidades, museus e outros abertos à visitação pública;
Dominicais/dominiais – são os próprios do Estado como objeto de direito real, não aplicados nem ao uso comum, nem ao uso especial, tais os terrenos ou terras em geral, sobre os quais tem senhoria, à moda de qualquer proprietário, ou que, do mesmo modo, lhe assistam em conta de direito pessoal. O parágrafo único de citado artigo pretendeu dizer que serão considerados dominicais os bens das pessoas da Administração indireta que tenham estrutura de direito privado, salvo se a lei dispuser em contrário.
Afetação e desafetação dos bens públicos
Afetação é a preposição de um bem a dado destino categorial de uso comum ou especial, assim como desafetação é sua retirada do referido destino. Os bens dominicais são bens não afetados a qualquer destino público.
A afetação de uso comum tanto pode provir do destino natural do bem, como ocorre com os mares, rios, ruas, estradas, praças, quanto por lei ou por ato administrativo que determine a aplicação de um bem dominical ou de uso especial ao uso próprio.
Já, a desafetação dos bens de uso comum, isto é, seu trespasse para o uso especial ou sua conversão de bens meramente dominicais, depende de lei ou de ato do Executivo praticado na conformidade dela. É que, possuindo originariamente destinação natural para o uso comum ou tendo-a adquirido em consequência de ato administrativo que os tenha preposto neste destino, haverão, de toda sorte, neste caso, terminado por assumir uma destinação natural para tal fim. Só um ato de hierarquia jurídica superior, como o é a lei, poderia ulteriormente contrariar o destino natural que adquiriram ou habilitar o Executivo a fazê-lo.
A desafetação de bem de uso especial, trespassando-o para a classe dos dominicais, depende de lei ou de ato do próprio Executivo, como, por exemplo, ao transferir determinado serviço que se realizava em dado prédio, ficando o primeiro imóvel desligado de qualquer destinação. O que este não pode fazer sem autorização legislativa é desativar o próprio serviço instituído por lei e que nele se prestava. 
Também um fato da natureza pode determinar a passagem de um bem do uso especial para a categoria dominical. Seria o caso, por exemplo, de um terremoto destruir o prédio onde funcionava uma repartição pública.
Regime jurídico dos bens públicos
Os bens públicos, no Direito Brasileiro, marcam-se pelas seguintes características de regime:
Inalienabilidade ou alienabilidade nos termos da lei, característica, esta, expressamente referida no art. 100 do CC. Os de uso comum ou especial não são inalienáveis enquanto conservarem tal qualificação, isto é, enquantoestiverem afetados a tais destinos. Só podem sê-los (sempre nos termos da lei) ao serem desafetados, passando à categoria dos dominiais. O fato de um bem estar na categoria de dominical não significa, entretanto, que só por isto esteja alienável ao alvedrio da Administração, pois o CC, no art. 101, dispõe que “os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei”. 
Independentemente do que dispõe o CC, o simples princípio da subordinação da Administração à lei (legalidade) já serviria de fundamento para tal característica dos bens pertencentes às pessoas de Direito Público. Daí que, mesmo que se entenda que o CC não poderia legislar sobre matéria administrativa estadual ou municipal, também os bens estaduais ou municipais estão submissos ao aludido regime. Anote-se, ainda, que a alienação de terras públicas com área superior a 2.500 ha depende de prévia aprovação do Congresso Nacional, manifestada por decreto legislativo, conforme arts. 49, XVII, e 188, parágrafo 1oda CF
Impenhorabilidadade – bens públicos não podem ser penhorados. Isto é uma consequência do disposto no art. 100 da CF. Com efeito, de acordo com ele, há uma forma específica para satisfação de créditos contra o Poder Público inadimplente. Ou seja, os bens públicos não podem ser praceados para que o credor neles se sacie. Assim, bem se vê que também não pode ser gravados com direitos reais de garantia, pois seria inconsequente qualquer oneração com tal fim.
Imprescritibilidade – quer-se com esta expressão significar que os bens públicos – da categoria que forem – não são suscetíveis de usucapião. Arts.183, parágrafo 3oe 191, parágrafo único, CF dispõem que “os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião”. Assim, as normas sobre a usucapião pro labore, previstas no art. 191, caput, não podem ser invocadas em relação a bens públicos. A usucapião pro labore se configura como “aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por 5 anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a 50 hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.”
Os bens quanto à sua natureza física
Os bens públicos quanto à natureza física se classificam como:
a. Bens do domínio hídrico, compreendendo:
Águas correntes;
ii. Águas dormentes;
iii. Potenciais de energia hidráulica
b. Bens do domínio terrestre:
Do solo;
ii. Do subsolo
Formas de aquisição e alienação de bens públicos
 Os bens públicos adquirem-se pelas mesmas formas previstas no Direito Privado (compra e venda, doação, permuta, etc.) e mais por forma específicas de Direito Público, como a desapropriação ou a determinarção legal. Esta última hipótese tem lugar quando, em decorrência de loteamente e nos termos do art 22 da Lei 6.766/97, passam para o domínio público as áreas neles destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos constantes do projeto e do memorial descritivo.
·Alienação de bens: só pode ter lugar nos termos e forma legalmente previstos (art101, CC).
Para alienar bens públicos, a Administração depende, no caso de bens móveis, de autorização legislativa normalmente explícita.
A alienação deve ser precedida da avaliação do bem e de licitação.
O art 13 da Lei 12.058/2009 prevê que, a critério do Presidente da República, poderiam ser doados a Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações, empresas públicas, tanto federais quanto de quaisquer destas esferas.
A alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares, depende de aprovação do Congresso Nacional, manifestada por decreto legislativo, ressalvado o caso de alienações ou concessões de terras para fins de reforma agrária.
Formas de Utilização dos bens públicos pelos administradores
 A utilização de bens públicos pelos particulares depende do tipo de bem, mas se propõe em relação a quaisquer destas categorias. Assim, devem ser discernidas as modalidades de uso:
Utilização dos bens de uso comum
Ø Os bens de uso comum, como ruas, praças, estradas, etc, são os abertos à livre utilização de todos. Entretanto, a variedade de usos por eles comportados leva a que se indague em que condições estão abertos a esta indiscriminada utilização que lhe é característica qualificadora.
Ø Servem para ser utilizado indistintamente por quaisquer sujeitos, emconcorrência igualitária e harmoniosa com os demais, de acordo com o destino do bem e condições que não lhe causem uma sobrecarga invulgar.
Ø Dependendo da lei, o uso comum pode ser gratuito ou remunerado.
Ø Ao dizer-se que o uso é livre, está-se caracterizando que ele independe de algum ato administrativo reportado a alguma individualização especificadora de tal ou qual utente. Sendo assim, por ex, o pagamento de pedágio é condição geral imponível a quaisquer condutores de veículos e não individualmente à vista deste ou aquele usuário.
Ø Além do uso comum dos bens de uso comum, existem situações em que alguém necessite ou pretenda deles fazer usos especiais, ou seja, que se afastem das características ditas anteriormente por implicarem sobrecargado bem, transtorno ou impedimento para a corrente e igualitária utilização de terceiros ou ainda por demandarem até mesmo o desfrute de umaexclusividade ao uso sobre parte do bem.
Em tais situações, ora será indispensável a) prévia manifestação administrativa concordante (autorização de uso ou permissão de uso), ora será necessário b) dar prévia ciência à Administração de que se pretende fazer determinada utilização de um certo bem público de uso comum, para que o Poder Público possa vetá-la, se for o caso.
Ø É o que ocorre perante as seguintes diferentes hipóteses:
Quando o uso de tais bens, embora correspondentes à destinação específica, principal, que lhes é própria, for extraordinário, isto é, efetuando em condições incomuns, causadoras de incômodos ou transtornos para o uso de terceiros ou onerosas para o próprio bem. Ex) quando tratar de transitar com veículos excepcionalmente longos.
Autorização de uso de bem público é o ato unilateral pelo qual a autoridade administrativa faculta o uso de bem público para utilização episódica de curta duração.
ii. Quando a utilização pretendida, embora compatível, comas destinações secundárias, comportadas pelo bem, implicar impedimento à normal utilização concorrente de terceiros segundo a destinação principal do logradouro público. Ex) passeatas, manifestações. Mesmo que estas reuniões não dependam de autorização para se efetuarem, não significa que a Adm não possa vedá-las.
iii. Quando o uso do bem, comportado em suas destinações secundárias, compatível, portanto, com sua destinação principal e até mesmo propiciando uma serventia para a coletividade, implicar ocupação de parte dele com caráter de exclusividade em relação ao uso propiciado pela sobredita ocupação de parte dele com caráter de exclusividade em relação ao uso propiciado pela sobredita ocupação. Ex) quiosques para venda de cigarros ou refrigerantes. Nestas hipóteses a sobredita utilização depende de permissão de uso de bem público ( É o ato unilateral, precário e discricionário quanto à decisão de outorga, pelo qual se faculta a alguém o uso de um bem público. Sempre que outorgada mediante solicitação ou, no mínimo, com obediência a procedimento em que se assegure tratamento isonômico aos administrados).
iv. Quando da utilização do bem de uso comum for anormal por excluí-lo embora transitória e episodicamente, de suas destinações próprias, em vista de proporcionar, ocasionalmente, um uso comportado pelas características físicas do bem, mas diverso de suas jurídicas destinações. Ex) fechamento de vias públicas para realização de corridas de pedestres.
Utilização dos bens de uso especial
Ø Uso exclusivo sobre as partes das áreas de bens de uso especial. É o que se passa nos mercados públicos e centros de abastecimento. O pode público defere mediantelicitação permissão de uso ou concessão de uso destes “boxes” onde se instalarão comerciantes interessados.
Ø Concessão de uso de bem público: é o contrato administrativo pelo qual a Administração trespassa a alguém o uso de um bem público para uma finalidade específica. Se o poder público, instado por conveniências administrativas, pretender rescindi-la antes do termo estipulado, terá de indenizar o concessionário.
c) Utilização dos bens dominicais
Ø A utilização por particulares, em caráter exclusivo, de bens dominicais pode resultar de diferentes atos jurídicos. A saber: locação, arrendamento, comodato, permissão de uso, concessão de uso, concessão de direito real de uso, a concessão de uso especial, a autorização de uso e enfiteuse.
Ø Concessão de direito real de uso: é o contrato pelo qual a Administração transfere por tempo certo ou prazo indeterminado, como direito real resolúvel, o uso remunerado ou gratuito de terreno público para que seja utilizado com fins específicos de regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo de terra, aproveitamento, preservação das comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social.
Ø Possui como característica inerentes sua imediata adesão à coisa e o chamado direito de sequela, que enseja a persecução do bem. É exclusivo sobre o bem em que recai não incidirá outro direito da mesma espécie, e é protegido por ação real, graças ao quê “prevalece contra qualquer que detenha a coisa”.
Ø É oponível erga omnes, pois confere ao titular a a prerrogativa de vê-lo respeitado por qlqr sujeitos.
Ø O direito real de uso não tem seu âmbito de aplicação circunscrito ao nível do solo.
Ø Concessão de uso especial para fins de moradia: quem, até 30 de junho de 2001, haja possuído seu, por cinco anos ininterruptos e sem oposição, imóvel público urbano de até 250 m², utilizando-o para sua moradia, tem direito à concessão de uso especial, desde que não seja proprietário ou concessionário de outro imóvel urbano ou rural.
Ø caso se trate de área com mais de 250 m², ocupada como moradia por população de baixa renda, onde não for possível identificar por possuidor os terrenos ocupados, a concessão de uso especial será conferida de forma coletiva, atribuindo-se a cada qual fração ideal igual e que não poderá ser superior a 250 m²,
Ø prazo para o possuidor: cinco anos exigido pode acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.
Ø O título recognitivo do direito à concessão de uso especial para fins de moradia é gratuito e será obtido pela via administrativa ou pela via judicial, mediante sentença, se a Administração se omitir ou recusar e servirá para efeito de registro no cartório de registro de imóveis.
Ø A adm disporá de 12 meses contados do protocolo do pedido para expedir o titulo, o qual é transferível por ato inter vivos ou mortis causa mas se extingue se o concessionário der ao imóvel destinação diversa da moradia para si ou sua família ou e adquirir a propriedade ou concessão de uso de outro imóvel urbano ou rural.
Ø Autorização de uso: pode ser concedido pela Administrção a quem, até 30 de Junho de 2001, possuiu como seu, em área urbana, imível público de até 250 m², utilizando-o para fins comerciais.
Ø Enfiteuses (aforamento) de bens federais: é o direito real sobre coisa alheia que confere a alguém, perpetuamente, os poderes inerentes ao domínio com obrigação de pagar ao dono uma renda anual e a de conservar-lhe a substância”.
OBS: enfiteuse e aforamento são expressões equivalente, só se difere sobre imóveis, e, em rigor, ao conceito formulado seria preciso acrescentar que a renda é certa e invariável e que o direito real em apreço é transferível, onerosa ou gratuitamente, desde que seja por aviso ao senhoria, isto é, ao titular da propriedade. No caso de dação em pagamento, este direito à preferência para consolidar o domínio em seu favor. Não se valendo dela, faz juz ao laudêmio (percentagem fixa sobre o valor da transferência).
Ø O proprietário da coisa denomina-se senhorio e seu domínio é chamado dedireto. O beneficiário real denomina-se enfiteuta e seus direitos sobre a coisa são denominados domínio útil. A renda que anualmente pagará ao senhoria chama-se cânon ou pensão, e corresponde a 0,6% do valor do domínio pleno do imóvel.
Ø O enfiteuta dispõe dos mais amplos poderes sobre o bem: podeusá-lo, gozá-lo e dispor dos frutos, produtos e rendas, mas não pode mudar-lhe a substancia ou deteriorá-lo.
Controle interno e externo da Administração: controle interno, controle pelo Tribunal de Contas e controle jurisdicional:
CONTROLE INTERNO
O controle interno é aquele realizado em cada setor da administração, decorrente da sua própria autonomia administrativa e financeira, ou seja, decorre do seu próprio poder de autotutela, permitindo à Administração Pública rever os seus próprios atos caso ilegais, inoportunos ou inconvenientes, sempre com fulcro nos princípios da legalidade, supremacia do interesse público, eficiência e economicidade.
O controle interno, também, conhecido como autocontrole, controle intra-orgânico ou controle administrativo, é uma modalidade de controle exercido pela própria Administração, tendo como objetivo a verificação da oportunidade e do mérito do ato administrativo.
Uma das funções do controle interno é verificar se as metas anteriormente fixadas na lei orçamentária alcançaram os resultados almejados, estimulando a ação dos órgãos públicos na verificação da eficácia das medidas adotadas na solução dos problemas constatados.
CONTROLE EXTERNO
No caso do controle externo tem-se que é aquele exercido por um Poder ou um órgão estranho à Administração Pública, como por exemplo, o controle exercido pelo Poder Legislativo, que faz o controle político, e pelo Tribunal de Contas, responsável pelo controle financeiro. Esse foi o modelo adotado pelos legisladores para o controle externo no Brasil.
O controle externo pode ser definido como um conjunto de ações de controle desenvolvidas por uma estrutura organizacional, contendo procedimentos, atividades e recursos próprios, alheios à estrutura controlada, e que visa à fiscalização, verificação e correção dos atos.
Pode-se extrair a seguinte definição:
O controle externo é aquele desempenhado por órgão apartado do outro controlado, tendo por finalidade a efetivação de mecanismos, visando garantir a plena eficácia das ações de gestão governamental, porquanto a Administração Pública deve ser fiscalizada, na gestão dos interesses da sociedade, por órgão de fora de suas partes, impondo atuação em consonância com os princípios determinados pelo ordenamento jurídico, como os da legalidade, legitimidade, economicidade, moralidade, publicidade, motivação, impessoalidade, entre outro.
Insta frisar que não há qualquer hierarquia entre o controle interno e o externo. O que ocorre, na verdade, é a complementação de um sistema pelo outro. E nessa esteira de entendimento, conclui-se que o controle interno tem como principal função apoiar o controle externo, orientando as autoridades públicas no sentido de evitar o erro, efetivando um controle preventivo, colhendo subsídios mediante o controle concomitante a fim de determinar o aperfeiçoamento das ações futuras, revendo os atos já praticados, corrigindo-os antes mesmo da atuação do controle externo (MEDAUAR, 1993, p.14).
Em vista de todo o exposto, tem-se que o sistema de controle da Administração Pública é de fundamental importância para qualquer organização e deve ser entendido de forma ampla, não podendo estar limitado apenas quanto aos aspectos financeiros e administrativos, mas sim, deve ser compreendido como um conjunto de ações e métodos que devem ser implementados dentro de um determinado ente administrativo, gerando nele uma verdadeira cultura de diafaneidade, permitindo, assim, que se faça comparações entre osresultados previstos e os efetivamente realizados, sempre tendo em vista o seu fim precípuo: o interesse público.
CONTROLE PELO TRIBUNAL DE CONTAS
O tribunal de Contas é dotado de autonomia, estrutura e competências equivalentes aos Poderes do Judiciário. Sua função é exatamente fiscalizar os atos da administração pública. Com poderes únicos e diferentes dos de outras instituições.
A fiscalização movida pelo Tribunal de Contas que atua auxiliando o legislativo é a de fiscalizar a contabilidade, as movimentações financeiras, orçamentárias, patrimoniais e operacionais da administração pública. O Tribunal de Contas é integrado por nove membros, que devem ter mais de 35 e menos de 65 anos. Os ministros formadores do Tribunal de Contas devem ser cerceados por idoneidade moral e reputação adequada, além de contarem com um vasto conhecimento jurídico, tais ministros recebem as mesma garantias, prerrogativas e impedimentos dos ministros do superior tribunal de justiça. Um terço deles são nomeados pelo Presidente da República e os dois terços restantes são nomeados pelo congresso nacional. Cabe ao Tribunal de Contas um parecer prévio sobre as contas do Presidente da República e o julgamento das contas dos administradores públicos.
CONTROLE JURISDICIONAL
Por outro lado o controle jurisdicional se demonstra através da possibilidade de existirem medidas judiciais a disposição de todos os cidadãos brasileiros, como o Habeas Corpus, o Mandado de Segurança, o Habeas Data, o Mandado de Injunção, a Ação Popular, a Ação Civil Pública e a Ação direta de Inconstitucionalidade.
São medidas judiciais que estão a disposição da população brasileira como um todo, funcionando como um elemento importante no controle que a sociedade exerce sob as condutas da administração publica. Assim tais medidas servem para a correção das condutas tomadas pela administração publica que possam afrontar a população nacional e seus direitos.
O Habeas Corpus é utilizado na defesa de direitos ligados com a liberdade individual, sua utilização deve estar ligada com o cerceamento ou uma possível ameaça de cerceamento que possa existir no direito individual de liberdade de locomoção. Tal cerceamento ou ameaça deve partir da administração pública, assim tal medida atua na defesa dos cidadãos quanto a uma possibilidade da administração pública por algum motivo impedi-lo de se locomover em determinado espaço, prendendo o individuo e restringindo seu direito de locomoção. Para promover o Haber Corpus não se faz necessário ser representado por um advogado, ou seja, todo e qualquer individuo pode promovê-lo.
O Habeas Data é o instrumento que pode ser utilizado para assegurar o contato a conhecimentos ou a retificações de informações que possam ditar sobre a vida do interessado em propor tal medida.
O Mandado de Segurança é utilizado na proteção de direitos líquidos e certos, que não podem ser protegidos pelo Habeas Corpus e pelo Habeas Data, deve ser impetrado quando alguma instituição pública ou qualquer pessoa jurídica que esteja exercendo função pública ameace os direitos que se enquadram na classificação líquido e certo. Um direito líquido e certo seria aquele que não é dependente de análises probatórias, podendo ser comprovados por documentação juntada no mandado de segurança. O Mandado de Segurança Individual tem como finalidade a defesa dos direitos que assegura apenas um indivíduo, já o Mandado de Segurança Coletivo busca a defesa de direitos que abranjam coletividade, podem ser proposto por partidos políticos, por organizações sindicais, entidades de classe ou associações, que estejam em funcionamento a pelo menos um ano, desde que tal direito tenha relação com os objetivos sociais de tais entidades.
O Mandado de Injunção deve ser utilizado em casos em que não esteja havendo um real efetivo cumprimento das normas legais, quando exista uma inércia por parte do judiciário na promoção de sua vigência. Tais casos devem estar ligados ao exercício de direitos e liberdades constitucionais ou dos direitos ligados a nacionalidade, a cidadania e também a soberania.
A Ação Popular está disponível a qualquer pessoa que tenha a intenção de recuperar danos causados ao patrimônio publico, ao meio ambiente, a moralidade administrativa e também ao patrimônio histórico cultural, desde que seja provocado por ação de entidade partícipe da administração pública.
A Ação Civil Pública é o instrumento a disposição do Ministério Público, de entidades privadas e de entes estatais, que pode ser utilizado para evitar ou condenar as instituições responsáveis por danos maiores causados ao meio ambiente, aos consumidores, aos bens artísticos, estéticos, históricos, turísticos ou paisagísticos.
Por fim o último instrumento considerado ainda componente do conjunto de medidas disponíveis para a fiscalização externa e controle da administração pública, podemos citar a Ação Direta e Inconstitucionalidade.Tal instrumento pode ser proposto em face da omissão ou ação. Sendo que podemos entender por ação quando há uma proposta para que seja apreciada no supremo a possível inconstitucionalidade de uma lei, e por omissão quando ficar caracterizado que a falta de promoção de uma norma é um ato inconstitucional. As entidades que tem a permissão para entrar com esse tipo de medida são: Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas, Governadores de Estado, Procurador-Geral da República, Conselho Federal da OAB, partido político desde que tenha representação no Congresso Nacional e por fim a confederação sindical ou qualquer entidade de classe de âmbito nacional.
Orçamento público: Lei Orçamentária Anual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Plano Plurianual:
Orçamento público é um instrumento de planejamento e execução das finanças públicas. Na atualidade, o conceito está intimamente ligado à previsão das Receitas e à fixação das Despesas públicas. No Brasil, sua natureza jurídica é considerada como sendo de lei em sentido formal, apenas. Isso guarda relação com o caráter meramente autorizativo das despesas públicas ali previstas. O orçamento contém estimativa das receitas e autorização para realização de despesas da administração pública direta e indireta em um determinado exercício que, no Brasil, coincide com o ano civil.
LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL
É o orçamento propriamente dito. O Orçamento Geral da União (OGU) é composto pelo Orçamento Fiscal, o Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais e o Orçamento da Seguridade Social.
a) Orçamento Fiscal: refere-se aos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e órgãos de administração pública direta e indireta. 
b) Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais: empresas em que o Estado detém a maioria do capital social com direito a voto. 
c) Orçamento da Seguridade Social: entidades a ela vinculadas, fundos e fundações mantidas pelo poder público.
Cabe a toda unidade da Administração Pública definir as prioridades de gasto, com algumas limitações (constitucionais ou legais). A Constituição Federal de 1988 preceitua que a iniciativa das leis do PPA, das Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento cabe ao Executivo. Assim, os demais Poderes encaminham suas propostas orçamentárias que são consolidadas pelo Executivo que, por sua vez, encaminha o Projeto de Lei ao Legislativo para emendas e aprovação. Nem sempre o orçamento é cumprido à risca, devido a diversos fatores, como arrecadação, pressões políticas (conflitos de interesse), calamidades naturais e comoções internas. Os círculos políticos costumam dizer, pejorativamente, que o orçamento é uma "peça de ficção", isso é um sofisma, já que muitas vezes as receitas públicas disponíveis podem estar vinculadas constitucional ou legalmente. Segundo estudos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), perto de 93% do orçamento da União está vinculado a algum programa ou diretriz. Dessa forma, a parcela de despesas discricionárias é bem reduzida.
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

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