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Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Professor Henrique Correia Procurador do Trabalho Professor de Direito do Trabalho do CERS on line (www.renatosaraiva.com.br) Autor e Coordenador de diversos livros para concursos públicos pela Editora Juspodivm Prova Objetiva Caso eu fosse examinador da CESPE eu perguntaria as questões abaixo. Podemos até errar alguma questão no TRT PA, mas as dicas abaixo, se realmente caírem, JAMAIS PODEMOS ERRAR! Basta ler com atenção: Dica 01 Conflito entre fontes formais Teoria do conglobamento: defende a aplicação de apenas uma fonte em sua totalidade. Assim sendo, o intérprete deverá analisá-la no conjunto. Se o acordo coletivo for o mais favorável ao trabalhador, será aplicado como um todo. Essa teoria é a majoritária na jurisprudência e doutrina. Teoria da acumulação: o intérprete deverá aplicar todas as fontes no caso concreto, utilizando-se ao mesmo tempo dos artigos e cláusulas que são favoráveis ao trabalhador, desprezando os dispositivos desfavoráveis. A aplicação dessa teoria onera o empregador e fragmenta o sistema jurídico. É, portanto, a teoria minoritária. Dica 02 Princípio da primazia da realidade Princípio da primazia da realidade: a realidade se sobrepõe às disposições contratuais escritas. Deve-se, portanto, verificar se o conteúdo do documento coincide com os fatos. Exemplo: recibo assinado em branco no ato da contratação, posteriormente apresentado em juízo como prova de pagamento das verbas trabalhistas. Dica 03 Princípio da imperatividade das normas trabalhistas No Direito do Trabalho prevalecem as regras cogentes, obrigatórias. Diante desse princípio, há restrição da autonomia das partes em modificar as cláusulas contratuais previstas no contrato de trabalho. Exemplo: as partes não poderão alterar a natureza do pagamento das horas extras, ou seja, essa parcela tem natureza salarial (reflete nas demais parcelas), não podendo ser paga a título indenizatório (sem que haja o reflexo). Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 04 “Lay Off” Diante de retrações no mercado e crises econômicas, é comum que empresas reduzam o número de empregados para viabilizar a continuação da atividade produtiva. Nesse sentido, para se evitar a ocorrência de demissões em massa de empregados e permitir maior qualificação profissional dos empregados, é necessário adotar medidas que garantam a manutenção dos contratos de trabalho mesmo em momentos de crise. Uma dessas hipóteses é o denominado “lay off”, que se refere ao afastamento temporário do empregado mediante recebimento de licença-remunerada. Dica 05 Quitação geral do contrato - PDV O Programa de Demissão Voluntária – PDV – ou programa de incentivo à demissão voluntária também é tratado, por alguns autores, como hipótese de transação individual de direitos trabalhistas. O PDV tem por objetivo conceder uma vantagem pecuniária ao empregado que se desligar do trabalho voluntariamente. É utilizado para reduzir os quadros da empresa e também para colocar fim ao contrato de trabalho. Importante destacar, entretanto, que o TST tem posicionamento no sentido de que a indenização paga no PDV não pode substituir as verbas trabalhistas decorrentes do contrato de trabalho. Aliás, o empregado que adere ao PDV não concede quitação geral do contrato, podendo, no futuro, discutir parcelas que não foram devidamente quitadas. A seguir será transcrita a jurisprudência do TST: OJ nº 270 da SDI-I do TST. A transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de trabalho ante a adesão do empregado a plano de demissão voluntária implica quitação exclusivamente das parcelas e valores constantes do recibo. OJ nº 356 da SDI-I do TST. Os créditos tipicamente trabalhistas reconhecidos em juízo não são suscetíveis de compensação com a indenização paga em decorrência de adesão do trabalhador a Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PDV). Quitação geral do contrato – PDV (Previsão em instrumento coletivo). Recentemente (abril/2015), o plenário do STF1 adotou posição contrária à OJ nº 270 da SDI-I do TST ao decidir pela validade da cláusula de quitação geral ampla e irrestrita das verbas trabalhistas decorrentes do contrato de trabalho desde que previstas em acordo coletivo e nos demais instrumentos assinados pelo empregado. Sustentou-se que a igualdade existente entre os entes coletivos (sindicato da categoria profissional e a empresa) possibilitaria a quitação geral das verbas trabalhistas no PDV. Em resumo, a regra persiste, ou seja, o empregado que adere ao PDV não concede quitação geral do contrato, exceto se houver previsão dessa quitação em instrumento coletivo. 1 RE nº 590415/SC – Relator Min. Roberto Barroso – Data de julgamento:30/04/2015. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 06 Comissão de Conciliação Prévia Finalidade. As Comissões de Conciliação Prévia foram criadas como forma de tentar solucionar os conflitos existentes entre empregados e empregadores. Poderão ser criadas pelas empresas ou pelos sindicatos e, caso existam, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de Empresa e Comissão Sindical, o interessado deve optar por uma delas. De acordo com o art. 625-A da CLT: “As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representantes dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho”. Conflitos individuais. Essa Comissão poderá conciliar apenas conflitos individuais de trabalho, ou seja, não tem atribuição para firmar acordos em dissídios coletivos. Aliás, é a única forma, prevista em lei, de transação individual (entre empregado e empregador) de verbas trabalhistas. Dica 07 Experiência prévia Experiência prévia (art. 442-A da CLT). Recentemente, a CLT foi alterada para incentivar o ingresso de novos profissionais no mercado de trabalho. Como forma de proporcionar que trabalhadores, ainda sem experiência, possam ocupar novos postos de trabalho, o empregador está proibido de exigir do candidato comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 meses. Dica 08 Trabalho noturno do empregado rural O ser humano não possui hábitos noturnos. Assim sendo, o trabalho noturno deve conter aspectos mais protetivos e possuir remuneração superior à do diurno. O horário noturno do rural será de acordo com a atividade desenvolvida: a) na pecuária inicia-se às 20 horas e termina às 4 horas; b) na agricultura, a jornada será das 21 horas às 5 horas. A hora noturna rural, ao contrário do trabalhador urbano, não é reduzida, ou seja, a hora terá duração de 60 minutos. Durante a jornada noturna há necessidade de pagamento de adicional noturno de, no mínimo, 25% a mais que a hora diurna. Dica 09 Contrato temporário rural (art. 14-A da Lei nº 5889/73) Quem podecontratar? Recentemente, houve alteração na lei para disciplinar a contratação por pequeno prazo do trabalhador rural, na tentativa de formalizar as contratações dos “diaristas do campo”. Apenas o empregador pessoa física poderá contratar sob essa modalidade, o que exclui as empresas rurais, cooperativas e demais pessoas jurídicas. Contrato por prazo determinado. Esse contrato será por prazo determinado, com duração máxima de 2 meses dentro do período de um ano. Veja que esse contrato possibilita vários períodos descontínuos. CTPS opcional. O empregador rural é obrigado a recolher as contribuições previdenciárias e efetuar os depósitos do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Ademais, deverá anotar na CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social – ou poderá fazer contrato escrito com o trabalhador rural. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Direitos trabalhistas. O trabalhador rural contratado por curto período terá direito à remuneração equivalente à do trabalhador rural permanente, e todos os demais direitos de natureza trabalhista, relativos ao contrato por prazo determinado. Essas parcelas serão calculadas dia a dia e pagas diretamente ao trabalhador. Dica 10 Diferenças entre os direitos assegurados pela LC nº 150/2015 e os previstos na CLT 2 Idade mínima para contratação – 18 anos (art. 1º, parágrafo único) – A partir de 16 anos (art. 7º, XXXIII, CF/88 e art. 403, CLT) – Exceção: aprendizes (maiores de 14 anos) Hipóteses de contratação por prazo determinado 1) Contrato de experiência (art. 4º, I) 2) Atendimento de necessidades familiares de natureza transitória (art. 4º, II); 3) Substituição temporária de empregado doméstico com contrato de trabalho interrompido (art. 4º, II). 1) Contrato de experiência (art. 443, §2º, III); 2) Atividades empresariais de caráter transitório (art. 443, §2º, II); 3) Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo (art. 443, §2º, I); Cláusula assecuratória de direito recíproco – Não há previsão de pagamento de aviso- prévio no contrato por prazo determinado (art. 9º) – Faculta às partes estabelecerem a cláusula (art. 481, CLT) Controle de jornada – Obrigatório o controle para todos empregados domésticos (art. 12) – Empresas com mais de 10 empregados (art. 74, §2º) Compensação de jornada – Acordo escrito entre as partes. (art. 2º, §4º) – Primeiras 40 horas devem ser remuneradas como extras, salvo compensação em outro dia da semana. (art. 2º, §5º, I e III) – Horas excedentes às primeiras 40 horas extras devem ser compensadas no prazo máximo de 1 ano. (art. 2º, §5º, II) – Acordo escrito: compensação das horas trabalhadas no período de uma semana ou, no máximo, um mês (art. 59, §2º). – Banco de horas: compensação das horas extras no prazo máximo de 1 ano. Necessidade de acordo ou convenção coletiva (Súmula nº 85, V, TST) Jornada – Suficiente a realização de acordo escrito – Admitido apenas excepcionalmente, como 2 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique de Trabalho 12x36 entre as partes (art. 10, “caput”) – Necessidade de se respeitar ou de indenizar os intervalos para repouso e alimentação. – Feriados e DSR já estão compensados com o descanso de 36 horas. nas atividades de vigilância e na área hospitalar. – Necessária previsão em lei ou em instrumento coletivo (Súmula nº 444 do TST). – Não é possível indenizar o intervalo intrajornada (almoço e descanso), devendo necessariamente, conceder a folga ao empregado (Súmula nº 437 do TST). - Apenas o DSR está compensado com o descanso de 36 horas. É necessário conceder folga nos feriados. Trabalho em regime de tempo parcial (Máximo de 25 horas semanais) – Possibilidade de realização de 1 hora extra diária desde que respeitado o limite máximo de 6 horas diárias e mediante acordo escrito entre as partes (art. 3º, §2º) – Impossibilidade de realização de horas extras (art. 59, §4º) Intervalos – Possibilidade de redução do intervalo intrajornada de 1 hora para 30 minutos mediante acordo escrito entre as partes (art. 13, “caput”) – Se o empregado residir no local de trabalho, é possível o fracionamento do intervalo intrajornada em dois períodos de no mínimo 1 hora cada um. (art. 13, §1º) Em regra, não é possível a redução do intervalo intrajornada. Somente será possível em 2 hipóteses: a) Motoristas do setor de transporte coletivo de passageiros (art. 71, §5º); b) Autorização do MTE desde que atendidos os seguintes requisitos (art. 71, §3º): 1) estabelecimento deve atender integralmente às exigências acerca de refeitórios; 2) empregados não estiverem prestando horas extraordinárias; 3) prévia autorização do Ministério do Trabalho e Emprego (Superintendência Regional do Trabalho). Fracionamento das Férias – Fracionamento a critério do empregador por período não inferior a 14 dias. Não se exige a excepcionalidade. (art. 17, § 2º) – Caráter excepcional e o período não pode ser inferior a 10 dias (art. 134). – Pagamento em dobro se não houver fundamentação que justifique o fracionamento (Informativo nº 11 do TST) Abono pecuniário de férias – Deve ser requerido até 30 dias do término do período aquisitivo de férias (art. 17, § 3º) – Deve ser requerido até 15 dias do término do período aquisitivo de férias (art. 143, § 1º) Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Vale-transporte – Permite o pagamento dos vales em dinheiro ao empregado mediante recibo (art. 19, parágrafo único) – Não é possível o pagamento em dinheiro. É necessária a aquisição dos vales- transportes (art. 4º da Lei nº 7.418/1985) Indenização compensatória da perda do emprego – Obrigação do empregador doméstico de depositar mensalmente a quantia de 3,2% da remuneração devida ao empregado na conta vinculado do empregado domestico em variação distinta dos depósitos do FGTS. (art. 22) – Multa de 40% sobre os depósitos de FGTS não é devida ao doméstico. – Pagamento de multa de 40% sobre os depósitos do FGTS nas hipóteses de dispensa sem justa causa ou rescisão indireta (art. 18, §1º, Lei nº 8.036/1990) – Pagamento de multa de 20% para as hipóteses de término do contrato de trabalho por força maior ou culpa recíproca Dispensa por justa causa (falta grave do empregado) – Nova hipótese de dispensa por justa causa que não é aplicada aos demais empregados diante da relação deestrita confiança do trabalho doméstico: 1) submissão a maus tratos de idoso, de enfermo, de pessoa com deficiência ou de criança sob cuidado direto ou indireto do empregado (art. 27, I) – As hipóteses que dizem respeito ao resguardo da atividade econômica do empregador previstas na CLT não são reproduzidas na lei dos domésticos em razão da ausência de finalidade lucrativa inerente a essa relação de emprego. – Art. 482, CLT Rescisão indireta (falta grave do empregador) – Nova hipótese de rescisão indireta que não é aplicada aos demais empregados: 1) o empregador praticar qualquer das formas de violência doméstica ou familiar contra mulheres (Lei Maria da Penha) – Art. 483, CLT Dica 11 Proteção à maternidade Mesmo após a gestação, é garantido à mulher amamentar o próprio filho, até que este complete seis meses de idade. Nesse caso, terá direito, durante a jornada de trabalho, a dois descansos especiais de meia hora cada um. Aliás, nos estabelecimentos com pelo menos 30 mulheres com mais de 16 anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação. O Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique empregador, entretanto, tem a opção de manter convênio com entidades públicas ou privadas para suprir a exigência da creche no próprio estabelecimento (art. 389, § 1º e §2º da CLT). Dica 12 Estabilidade da gestante Estabilidade da gestante. A estabilidade, ou garantia provisória de emprego, veda que o empregador dispense arbitrariamente ou sem justa causa a empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. A confirmação da gravidez não se confunde com a comunicação ao empregador, pois, mesmo se ele não tiver conhecimento da gestação, não poderá dispensar a trabalhadora. Estabilidade durante o contrato por prazo determinado. Recentemente, o TST mudou o posicionamento, para confirmar que a gestante adquire o direito à estabilidade se o contrato for por prazo determinado ou contrato de experiência. Aliás, há expressa previsão na CLT: Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.” Reintegração e indenização. Se a gestante for dispensada durante o período da gestação, a empregada poderá pleitear a reintegração ao trabalho, pois essa dispensa será irregular. Após o período da estabilidade, a empregada fará jus aos direitos trabalhistas, ou seja, à indenização do período. Ingresso da ação trabalhista após o período de estabilidade. O ajuizamento de ação trabalhista após decorrido o período de garantia de emprego não configura abuso do exercício do direito de ação, pois este está submetido apenas ao prazo prescricional inscrito no art. 7º, XXIX, da CF/1988, sendo devida a indenização desde a dispensa até a data do término do período estabilitário. Morte da gestante: Recentemente foi promulgada a Lei Complementar nº 146/2014, que estende a estabilidade provisória da gestante nos casos de morte desta, a quem detiver a guarda de seu filho: Art. 1º O direito prescrito na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, nos casos em que ocorrer o falecimento da genitora, será assegurado a quem detiver a guarda do seu filho. Dica 13 Licença-Maternidade Licença-maternidade. A licença-maternidade compreende o afastamento remunerado da gestante, com duração de 120 dias. Sabe-se que, mesmo em caso de parto antecipado, a mulher terá direito à licença. Ademais, essa licença não está condicionada ao nascimento da criança com vida, porque, nesse caso, a empregada terá o repouso de 120 dias para se recuperar do trauma. Adoção. Além da empregada gestante, tem direito à licença-maternidade a empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção. Ressalta-se que essa licença somente será concedida mediante apresentação do termo judicial de guarda à adotante ou guardiã. Atualmente, após a recente alteração da lei, a duração de licença para essa empregada será também de 120 dias. Guarda conjunta. Se a guarda judicial for conjunta, apenas um dos adotantes terá direito à licença. Aliás, mesmo que o adotante seja do sexo masculino, passa a ter direito à licença remunerada de 120 dias. Lembre-se que a jurisprudência do STF não permite qualquer forma de discriminação entre casais do mesmo sexo (união homoafetiva). Logo, o empregado que adotar uma criança, qualquer que seja sua opção sexual, solteiro ou casado, terá direito à “licença-maternidade”. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 14 Mãe Social A atividade de Mãe Social é regulamentada pela Lei nº 7.644/1987 com o intuito de promover a assistência a menores abandonados, visando propiciar ao menor as condições necessárias para seu desenvolvimento e integração social. Assim, a legislação permite que as instituições sem finalidades lucrativas, ou de utilidade pública de assistência ao menor abandonado (aqueles que se encontram em situação irregular, seja pela morte, abandono ou incapacidade dos pais) contratem mães sociais para que seja possível o funcionamento de casas-lares. Trata-se, portanto, de empregada (vínculo empregatício), com proteção da legislação trabalhista. A unidade residencial poderá abrigar até dez menores, sob a guarda da mãe social. Ademais, exige-se que a mãe social se dedique exclusivamente ao trabalho realizado na casa-lar, sendo responsável pela administração do lar, organizando e desenvolvendo as tarefas diárias. Deve orientar-se no sentido de proporcionar um ambiente familiar aos menores sob seus cuidados. Antes de sua contratação como mãe social, será submetida a um treinamento de conteúdo teórico e a um estágio de duração máxima de 60 dias. A estagiária não formará vínculo de emprego, mas terá direito a seguro contra acidentes pessoais, alimentação, habitação e bolsa para ajuda de vestuário e despesas pessoais. Findo o período de treinamento, será possível a contratação da mãe social como empregada. Portanto, frequentar o estágio é requisito prévio da contratação. Dica 15 Prestação de serviços em locais prejudiciais à moralidade do menor Dentre os locais e atividades em que é vedado o trabalho do menor, em razão de serem considerados prejudiciais à moralidade, destacam-se: a) teatro de revista, cinemas, boates, cassinos, cabarés, dancings e estabelecimentos análogos; b) empresas circenses, em funções de acrobata, saltimbanco, ginasta e outras semelhantes. Nesses dois casos, o Juiz da Infância e Juventude poderá autorizar o trabalho do menor, desde que a representação tenha fim educativo e desde que se certifique de que a ocupação do menor seja indispensável à própria subsistência ou à de seus familiares e, ainda, desde que não advenha nenhum prejuízo à sua formação moral. Além disso, dependerá de autorização judicial, o trabalho realizado em ruas, praças e demais logradouros públicos. Dica16 Proteção do Trabalho do Menor Intervalo de 15 minutos. Importante ressaltar que, entre a jornada normal e as horas extraordinárias, há necessidade de intervalo para descanso, com duração de 15 minutos, de acordo com o art. 413 c/c art. 384, ambos da CLT. Esse intervalo não está inserido na jornada de trabalho. Se o intervalo de 15 minutos não for concedido, deverá ser remunerado como hora extra, e a empresa poderá ser autuada pela fiscalização. Ressalta-se que em novembro/2014, o STF3 havia decidido que o intervalo de 15 minutos para as mulheres previsto no art. 384 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal. Recentemente, a decisão foi anulada por vício formal. Contudo, o TST já vinha decidindo pela constitucionalidade desse intervalo antes mesmo da decisão do STF. 3 Veja RE 658312-SC – Relator: Min. Dias Toffoli – Data de Julgamento: 27/11/2014. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 17 Extinção do contrato de aprendizagem Extinção do contrato de aprendizagem. A extinção poderá ocorrer normalmente, nos casos de término do prazo do contrato de dois anos, ou ainda se o aprendiz completar 24 anos conforme art. 428, caput e §2º da CLT. Ocorre, entretanto, a possibilidade de rescisão antecipada (art. 433, CLT), nos casos de: I. desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades. Essa exceção ao aprendiz com deficiência foi acrescentada pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) II. falta disciplinar grave; III. ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; IV. pedido do aprendiz. Dica 18 Trabalhador eventual O trabalhador eventual é aquele que presta serviços ocasionais, esporádicos. Ademais, outro critério para identificar o trabalhador eventual é que ele atue em atividades não permanentes da empresa. Exemplo: faculdade de direito contrata programador de sistemas por três dias, para atualização dos computadores. Veja que esse trabalho não é uma atividade permanente da faculdade, e, ainda, não há repetição das atividades desse profissional. Verifica-se, no trabalho eventual, a ausência de expectativa de retorno ao local de trabalho, portanto falta o requisito da não eventualidade para configurar o vínculo empregatício. Dica 19 Requisitos para existência do estágio regular Para a existência do contrato de estágio válido, há necessidade de preencher requisitos formais e materiais. Requisitos formais: a) matrícula e frequência escolar atestados pela instituição de ensino; b) termo de compromisso entre estagiário (educando), parte concedente e instituição de ensino. Requisitos materiais: a) compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso; Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique b) acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente. Dica 20 Empregador 4 EMPREGADOR Princípio da alteridade: empregador assume exclusivamente os riscos da atividade econômica. Não divide os prejuízos com os empregados. Empregador por equiparação também são empregadores os profissionais liberais e outras instituições sem fins lucrativos. Grupo econômico: a) duas ou mais empresas estiverem sobre o comando único; b) consequência: responsabilidade solidária entre as empresas do grupo. Sucessão trabalhista (arts. 10 e 448 da CLT): a) transferência do estabelecimento; b) não ocorrência de paralisação das atividades; c) consequência: sucessor assume os débitos trabalhistas. Poderes do empregador: a) poder de organização – poder regulamentar b) poder de controle c) poder disciplinar – advertência verbal ou escrita; – suspensão de até 30 dias; – dispensa por justa causa, art. 482 da CLT. Dica 21 Terceirização Requisitos para terceirização lícita. Não há, na legislação brasileira, regra específica que regulamente a terceirização; os parâmetros para essa atividade se encontram na Súmula nº 331 do TST. Assim sendo, o empregador que deseje terceirizar serviços em sua empresa deverá observar os seguintes requisitos: a) Atividade-meio ou atividades secundárias da empresa. Os serviços prestados pelos terceirizados devem ser ligados às atividades periféricas, secundárias, ou atividade-meio da empresa, como serviços de limpeza e vigilância. b) Ausência de pessoalidade e subordinação. Entre trabalhador e empresa tomadora não haverá pessoalidade, ou seja, o trabalhador terceirizado não é contratado pela tomadora, esta contrata os serviços e não a pessoa. Ademais, como o trabalhador é empregado da empresa intermediadora, é ela que possui poder de direção sobre os serviços. Logo, o empregado está subordinado à empresa intermediadora e não à tomadora. Se a empresa que contratou os serviços (tomadora) estiver insatisfeita com o trabalho prestado, deverá se reportar à empresa intermediadora e não ao trabalhador. 4 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 22 Dono da obra Dono da obra. Ele assume a responsabilidade pelos empregados da empreiteira ou construtora que lhe presta serviços? Em regra, o dono da obra não assume nenhuma responsabilidade pelos empregados da empreiteira. Há, entretanto, uma exceção. Se o dono da obra é empresa construtora ou incorporadora e exerce a construção com finalidade lucrativa, atividade-fim, terá responsabilidade subsidiária pelos débitos trabalhistas. Nesse caso, se a empreiteira ou construtora, contratada para prestar serviços, não quitar as dívidas trabalhistas com seus empregados, o dono da obra será o responsável. Dica 23 Jus variandi e Jus resistentiae Jus variandi. Com fundamento no poder diretivo, art. 2º da CLT, cabe ao empregador efetuar algumas alterações para melhor organizar a atividade empresarial. Aliás, como é o empregador que assume os riscos da atividade econômica, nada mais justo que exerça algumas modificações no contrato de trabalho. Essas alterações promovidas pelo empregador são chamadas de jus variandi. Jus resistentiae. Esse poder de modificar o contrato de trabalho, jus variandi, deverá ser exercido dentro dos limites impostos por lei, sob pena de configurar alteração abusiva. Caso fique comprovado que o empregador exigiu serviços alheios ao contrato, serviços ilegais, imorais ou abusivos, o empregado tem o direito de não cumprir a determinação imposta pelo empregador, e ainda poderá pleitear rescisão indireta, com fundamento no art. 483 da CLT. Essarecusa é chamada de direito de resistência ou jus resistentiae. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 24 Alteração do contrato de trabalho ALTERAÇÃO DO CONTRATO5 1. A alteração é permitida apenas: 2. Possibilidade de reversão: 3. Jus variandi – alteração unilateral do contrato a) com consentimento do empregado b) se não acarretar prejuízos diretos e indiretos Cargo de confiança ao cargo anteriormente ocupado, é permitido por lei. Essa modificação não é considerada ilegal. Caso empregado tenha ocupado a função por mais de 10 anos, o valor da gratificação não poderá ser retirado (Súmula nº 372 do TST) Hipóteses de alteração unilateral do contrato (jus variandi): a) Transferência do horário noturno para o diurno b) Alteração da data do pagamento, desde que respeitado o 5º dia útil c) Transferência, desde que observados os limites impostos em lei 5 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 25 Suspensão e interrupção do contrato de trabalho Hipóteses de interrupção 6 (pagamento de salário) Hipóteses de suspensão (não há pagamento de salário) • 2 dias – falecimento • 3 dias – casamento • 9 dias – professor (casamento e falecimento) • 1 dia a cada 12 meses – doação de sangue • 2 dias – alistamento eleitoral • Tempo necessário: (1) serviço militar; (2) vestibular; (3) comparecimento em juízo; (4) reunião/organismo internacional (dirigente sindical) • Paralisação da empresa • Acidente nos primeiros 15 dias • Férias • RSR e feriados • Intervalos intrajornadas remunerados. • Licença-paternidade 5 dias • Gestante: consultas médicas • Participação nas comissões de conciliação prévia • Prontidão e sobreaviso • Lockout • Participação no Conselho Curador do FGTS • Encargo público • Mandato sindical • Greve • Suspensão disciplinar • Benefícios previdenciários • Diretor de S.A. • Intervalos • Prisão (sem trânsito em julgado) • Violência doméstica • Inquérito para apuração de falta grave • Qualificação profissional Casos controvertidos • Licença-maternidade (interrupção) • Aborto não criminoso (interrupção) • Serviço militar obrigatório (suspensão) • Acidente do trabalho após 15 primeiros dias (suspensão) 6 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 26 Sobreaviso e prontidão Prontidão. O empregado permanece nas dependências da empresa aguardando ordens. Nesse caso, o trabalhador não prestará serviços, mas receberá 2/3 do horário normal em razão do tempo à disposição. Poderá permanecer em prontidão por, no máximo, 12 horas. Sobreaviso. Consiste na possibilidade de o empregado permanecer em sua residência ou outro local combinado aguardando ordens da empresa. Nesse caso, receberá apenas 1/3 da hora normal e poderá ficar nesse regime por, no máximo, 24 horas. A utilização de aparelhos eletrônicos (telefone celular, pager, bip etc.), por si só, não configura as horas de sobreaviso. Entretanto, configura horas de sobreaviso se a utilização dos instrumentos informatizados, como celular, pager etc.: a) mantiverem o empregado sob o controle do empregador; b) deixarem o trabalhador conectado e ligado à empresa, como responder e-mails durante a noite etc. e c) submeterem o empregado a regime de plantão, podendo ser acionado a qualquer momento. Dica 27 Limites das variações no registo de ponto As variações no registro de ponto não excedentes a cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos, não serão descontadas, nem consideradas como jornada extraordinária (art. 58, § 1º, da CLT). Assim sendo, em razão do grande número de empregados para marcar o cartão de ponto, poderão ocorrer variações no horário de entrada e saída. Desde que respeitados os limites anteriores, o empregador não estará obrigado a remunerar esses minutos excedentes como extras. Se ultrapassados os dez minutos, serão remunerados como hora suplementar em sua totalidade. Ressalta-se que, recentemente, o TST alterou o teor da Súmula nº 366 para constar que, independentemente das atividades que serão desenvolvidas pelo empregado, se ultrapassado o limite de 10 minutos diários, será devido o pagamento de horas extras: Súmula nº 366 do TST. Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc). Dica 28 Tempo de espera do Motorista Profissional O denominado tempo de espera do motorista corresponde ao período em que o motorista profissional ficar aguardando carga ou descarga do veículo bem como o período gasto com a fiscalização da mercadoria transportada. Esse período não é computado na jornada de trabalho e não será devido como horas extraordinárias. As horas relativas ao tempo de espera serão indenizadas na proporção de 30% (trinta por cento) do salário-hora normal. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 29 Turnos ininterruptos de revezamento Turnos ininterruptos de revezamento. Ocorre quando há alternância de horários dos empregados. Exemplo: trabalhador presta serviços no horário diurno durante os primeiros quinze dias do mês de abril. Nos outros quinze dias é transferido para o período noturno. Veja que não há obrigatoriedade de esse empregado laborar em todos os períodos disponíveis na empresa; a mera alternância – noturno e diurno – já caracteriza o turno ininterrupto. Jornada reduzida. Os empregados submetidos ao turno ininterrupto de revezamento têm desgaste biológico maior. Ademais, o convívio social e familiar fica diretamente prejudicado, em razão dessa alternância no horário. Dica 30 Regime por tempo parcial Como forma de incentivaro aumento dos postos de trabalho, a CLT foi alterada, admitindo o regime em tempo parcial, com duração máxima de 25 horas semanais. Nesse regime de trabalho, o empregador não poderá exigir que os empregados prestem horas extras, pois irá contra o espírito da lei, que é aumentar o número de contratações. Além disso, a remuneração dos empregados submetidos a essa jornada reduzida será proporcional à remuneração recebida pelos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. Para os atuais empregados, já contratados, a adesão ao regime por tempo parcial deverá ocorrer mediante seu consentimento, e, ainda, ser submetida à negociação coletiva (acordo ou convenção coletiva), porque há possibilidade de acarretar redução salarial Dica 31 Jornada 12x36 Jornada 12 X 36. Recentemente o TST reconheceu a possibilidade da jornada 12 por 36. Nesse sistema de compensação, o empregado trabalha além das 8 horas permitidas, ficando 12 horas prestando serviços (o intervalo intrajornada de, no mínimo, 1 hora deve ser concedido). Por outro lado, goza de um descanso bastante prolongado de 36 horas consecutivas, em razão disso não há pagamento de horas extras. Esse regime 12 por 36 é admitido apenas excepcionalmente, como nas atividades de vigilância e na área hospitalar. Aliás, para que seja válido é necessário que tenha previsão em lei ou em instrumento coletivo (convenção ou acordo coletivo). Aliás, como o descanso é prolongado de 36 horas, o DSR – Descanso Semanal Remunerado já está incluído nessas 36 horas. Entretanto, os feriados devem ser respeitados. Se coincidir o trabalho com o feriado, o empregador deverá conceder folga compensatória em outro dia ou pagá-lo em dobro. De acordo com a jurisprudência do TST: Súmula nº 444 do TST. É valida, em caráter excepcional, a jornada de 12 horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 32 Compensação 1) Nesse regime o empregado trabalhará além da jornada normal em alguns dias, para descansar em outros (art. 59, § 2º, da CLT). Exemplo: trabalha-se uma hora a mais de segunda a quinta-feira, para descansar no sábado. Note-se que, na compensação, há verdadeira redistribuição de horas, não sendo devido o adicional de 50%, pois o trabalho prestado além do horário normal será compensado com descanso. Para que a compensação seja lícita, é necessário cumprimento dos requisitos: 1) Acordo escrito. Conforme previsto na Constituição Federal, é permitida a compensação mediante “acordo ou convenção coletiva.” Tem sido admitido, além da negociação coletiva, o acordo individual escrito, firmado diretamente entre empregado e empregador. 2) Observância do limite máximo de 10 horas diárias. A prestação de trabalho extraordinário acima do limite permitido desconfigura o sistema de compensação. Nesse caso, as horas extraordinárias compensadas, com descanso, serão pagas apenas acrescidas do adicional de 50%. Por outro lado, as horas que ultrapassarem a jornada semanal serão pagas como horas extras (paga-se a hora normal, acrescida do adicional de 50%). 3) Compensação das horas trabalhadas no período de uma semana ou, no máximo, um mês. Se trabalhadas além do horário normal, deverão ser compensadas, com descanso, dentro do prazo de uma semana ou, no máximo, um mês. Dessa forma, a redistribuição de horas deverá respeitar o limite máximo de 44 horas semanais ou 220 horas mensais. Se não houver a compensação, ou, ainda, ocorrer o término do contrato de trabalho antes da folga compensatória, caberá ao empregador remunerá-las como hora extraordinária (pagamento da hora normal acrescida do adicional de 50%). 2) Importante! Memorize a n. 85 do TST, abaixo: Súmula nº 85 do TST I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário. III. O mero não-atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modalidade “banco de horas”, que somente pode ser instituído por negociação coletiva. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 33 Intervalo Intrajornada INTERVALO INTRAJORNADA 7 • Ocorre durante a jornada de trabalho • Intervalo não é inserido na jornada de trabalho (suspensão do contrato) Duração do intervalo dependerá da jornada: a) jornada de até 6 horas: no mínimo 15 minutos b) jornada superior a 6 horas: no mínimo 1 hora, no máximo 2 horas • Intervalo não previsto em lei: tempo à disposição do empregador (Súmula nº 118 do TST) Redução do intervalo intrajornada • em regra, não é admitida, mesmo que haja negociação coletiva • Intervalo não previsto em lei: tempo à disposição do empregador (Súmula nº 118 do TST) • Redução do intervalo intrajornada: a) em regra, não é admitida, mesmo que haja negociação coletiva b) Há apenas 3 exceções que possibilitam a redução do intervalo para almoço: 1) Motoristas do setor de transporte coletivo de passageiros: art. 71, § 5º, CLT 2) Autorização do MTE: art. 71, § 3º, CLT. - Necessário atender 3 requisitos: a. estabelecimento atenda às exigências dos refeitórios b. empregador não exija horas extras c. autorização do MTE (Superintendência Regional do Trabalho) 3) Lei dos Domésticos (LC nº 150/2015): Redução do intervalo de 1 hora para 30 minutos por acordo escrito entre as partes; c) se houver a redução ou supressão do intervalo, fora das exceções anteriores, ocorrerá duas consequências: (1) empregador deverá pagar todo o período correspondente como hora extra; (2) esse pagamento tem natureza salarial d) sobre o tema redução do intervalo, o candidato deve estar muito atento ao texto da Súmula nº 437 do TST Intervalos intrajornada remunerados a) mecanografia e digitação (10 minutos) b) frigoríficos (20 minutos) c) minas de subsolo (15 minutos) d) amamentação (2 intervalos de meia hora cada um deles) 7 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm.Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 34 Salário complessivo O pagamento do salário deve ser realizado de forma clara e transparente. Desse modo, o empregado saberá, exatamente, o que está recebendo. É vedado o salário complessivo, ou seja, o pagamento sem que haja discriminação, detalhamento de cada uma das verbas recebidas. Dica 35 Reflexos das parcelas salariais Reflexos. Para o estudo da remuneração torna-se imprescindível a diferenciação das parcelas salariais e as verbas recebidas sem natureza salarial (parcelas indenizatórias). Essa diferença é importante porque as primeiras se refletem nas demais verbas trabalhistas. Segue quadro que facilita a memorização: Parcelas salariais 8 Parcelas indenizatórias Refletem nas demais verbas, como férias, 13º e aviso Não há reflexo nas demais parcelas. Sobre o valor, não incidem depósitos do FGTS • Comissões e porcentagens • Gratificações • Abonos • Quebra de caixa • Prêmios • Adicionais salariais: – Ad. Hora extra – Ad. Noturno – Ad. Transferência – Ad. Insalubridade – Ad. Periculosidade Obs.: O empregador ao efetuar o pagamento dessas parcelas deverá efetuar o respectivo depósito do FGTS • PLR – Participação nos Lucros e Resultados • Ajuda de custo • Diárias para viagem • Vale-transporte • Salário-família • Salário-desemprego • PIS/PASEP • Stock Opcion Dica 36 Adicional de transferência Conceito. Esse adicional é pago em razão da transferência provisória do empregado, inclusive é pago ao empregado que exerce cargo de confiança na empresa ou, ainda, se houver previsão de transferência no contrato de trabalho. O valor é de, no mínimo, 25% do salário que o empregado recebia no local anterior. Reflexos do adicional de transferência. O adicional de transferência possui natureza salarial, refletindo-se nas demais verbas trabalhistas. Assim sendo, o valor recebido em razão desse adicional irá integrar as demais verbas. 8 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 37 Perícia no adicional de periculosidade A atividade perigosa é comprovada mediante perícia (art. 195 da CLT). Assim sendo, a prova técnica é, em regra, um dos requisitos para o recebimento do adicional, pois nem o juiz, nem os procuradores do trabalho e advogados têm condições de atestar, com certeza, se o ambiente coloca ou não em risco a integridade física do trabalhador. Entretanto, quando o pagamento do adicional de periculosidade já vem sendo pago, pelo empregador, torna-se incontroverso que o trabalho é realizado em condições perigosas. Dessa forma, dispensa-se a produção de perícia. Além dessa hipótese, dispensa-se a perícia quando não for possível sua realização diante do fechamento da empresa, hipótese em que o julgador poderá utilizar outros meios de prova. Esse entendimento pode ser utilizado tanto para o recebimento do adicional de periculosidade ou insalubridade: Dica 38 Adicionais e seus percentuais ADICIONAIS PAGOS SOBRE O SALÁRIO DO EMPREGADO – SALÁRIO-CONDIÇÃO9 Adicional de hora extra Adicional de, no mínimo, 50% sobre a hora normal. Calculado sobre a globalidade salarial (hora normal acrescida de adicionais). Adicional noturno • Empregado urbano: 20% sobre a hora diurna. • Empregado rural: 25% sobre a hora diurna. Adicional de transferência Pago em razão da transferência provisória. Valor de, no mínimo, 25% dos salários que o empregado recebia no local anterior. Adicional de periculosidade Condições de risco acentuado. Adicional de, no mínimo, 30% do salário-base. Adicional de insalubridade Adicional calculado sobre o salário-mínimo, variando de acordo com a agressividade do agente nocivo: 10% (grau mínimo), 20% (grau médio) e 40% (grau máximo) Agentes nocivos à saúde do empregado. Requisitos para obtenção: a) perícia por profissional habilitado, b) agente deve constar da relação oficial do MTE. Súmula vinculante nº 4 do STF proíbe que esse adicional seja calculado sobre o salário- mínimo. 9 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 39 Requisitos da equiparação salarial Fundamento para equiparação. Com base no princípio da igualdade, é vedado o tratamento diferenciado para trabalhadores que exerçam a mesma função. Há previsão do direito à equiparação salarial, nas hipóteses de tratamento diferenciado. Para tanto é necessário que o empregado que pretenda adquirir a equiparação (trabalhador equiparando) preencha os seguintes requisitos cumulativamente: REQUISITOS PARA EQUIPARAÇÃO SALARIAL 10 Mesmo empregador equiparando e paradigma devem prestar serviços ao mesmo empregador. Mesma localidade município ou região metropolitana. Mesma função irrelevante a terminologia utilizada pela empresa, importante é que a atividade desempenhada seja a mesma. Tempo na função não poderá ser superior a 2 anos. Trabalho de igual valor mesma perfeição técnica e mesma produtividade. Inexistência de quadro de carreira neste caso há necessidade de aprovação do quadro pelo MTE. Dica 40 Estabilidade do dirigente sindical Início e fim da estabilidade. O art. 8º, VIII, da CF/88 prevê a estabilidade para o dirigente sindical. A estabilidade terá início com o registro da candidatura para o cargo de dirigente sindical. Se eleito, a estabilidade persistirá até um ano após o fim do mandato. Se o empregado não for eleito, não terá a garantia da estabilidade. O mandato do dirigente sindical é de 3 anos, conforme art. 515, “b”, da CLT. Ademais, não persiste a estabilidade se houver extinção do estabelecimento. Número de membros com estabilidade. O suplente do cargo de direção ou representação sindical também terá direito à estabilidade. O número de dirigentes sindicais, com estabilidade, é limitado a 7 membros titulares e 7 membros suplentes. A estabilidade abrange apenas os membros que atuam na defesa da categoria, excluindo, portanto, os membros do conselho fiscal e delegados sindicais. Contrato por prazo determinado. Em regra, não gera direito à estabilidade o fato de a candidatura ser realizada durante o contrato por prazo determinado, exceto se se tratar do contrato por prazo determinado previsto na Lei nº 9.601/98. Nessa lei há expressa previsão de estabilidade para dirigente sindical (art. 1º, § 4º), na vigência do contrato.10 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 41 Estabilidades ESTABILIDADE 11 Estabilidade decenal Após 10 de efetivo serviço. Não optante pelo FGTS. Após CF/88 não está em vigor. Empregada gestante Início com a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. Empregadas domésticas também possuem esse direito. Empregado acidentado Estabilidade de 12 meses após o término do auxílio-doença. Requisitos: A) Afastamento superior a 15 dias. B) Percepção do auxílio-doença. Empregado representante da Cipa Apenas o representante dos empregados (eleitos). Início com o registro do candidato até 1 ano. Titulares e suplentes (Súmula nº 399). Empregado representante da CCP Apenas representantes dos empregados (eleitos). Início com a eleição até 1 ano após o mandato. Titulares e suplentes. Dica 42 Estabilidade aos empregados públicos O posicionamento do TST é mais abrangente, estendendo a estabilidade aos celetistas que ingressam via concurso público na Administração direta, autárquica ou fundacional. Por outro lado, os empregados públicos de empresas públicas (Infraero, por exemplo) ou sociedades de economia mista (Banco do Brasil, por exemplo) não terão direito à estabilidade, mesmo que admitidos via concurso público. 11 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 43 Hipóteses de saque dos depósitos do FGTS A conta-corrente do trabalhador, fruto dos depósitos do FGTS, é chamada de conta vinculada. Vinculada porque o empregado não tem a liberdade de sacar o dinheiro quando bem entender, mas somente nas hipóteses expressamente previstas em lei. Assim, não lhe é dada ampla disponibilidade sobre o dinheiro lá depositado, porém pode movimentar a conta, no caso das seguintes hipóteses: Art. 19-A 12 : contrato nulo (Súmula nº 363 do TST) Art. 20: Aposentadoria pela Previdência Social. Compra da casa própria. Doenças graves do trabalhador e de seus dependentes (terminal, aids e câncer). Compra de ações (disponíveis para esse fim – exemplo, ações da Vale do Rio Doce). 70 anos ou mais. Calamidades públicas – recuperar os bens perdidos. Término do contrato de trabalho, exceto se ocorrer por justa causa ou pedido de demissão. Conta inativa, após três anos ininterruptos. Falecimento do trabalhador. Suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 dias, comprovada por declaração do sindicato. Aquisição de órtese ou prótese por trabalhador com deficiência para promoção de acessibilidade e de inclusão social. (Lei nº 13.146/2015) 12 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 44 Aviso-prévio Duração. A parte que decidir colocar fim ao contrato deverá avisar a outra com antecedência mínima de 30 dias. Nesse sentido estabelece o art. 7º, XXI, da CF/88: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais além de outros que visem à melhoria de sua condição social: aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei. (grifos acrescidos) Proporcionalidade. Em razão dessa previsão constitucional, o aviso-prévio é proporcional ao tempo de serviço. Para empregados com até um ano de contrato, o aviso-prévio será de 30 dias. A cada ano de contrato, serão acrescidos 3 dias na duração do aviso, até o limite de 60 dias. Assim sendo, a duração do aviso-prévio poderá ter até 90 dias (prazo mínimo de 30 dias + 60 dias do aviso proporcional). Esse dispositivo foi regulamentado recentemente pela Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011. Hipóteses em que é devido o aviso-prévio 13 • Dispensa sem justa causa. • Rescisão indireta (art. 483 da CLT). • Pedido de demissão feito pelo empregado. • Extinção do estabelecimento (Súmula 44 do TST). • Contrato por prazo determinado com cláusula assecuratória de direito recíproco (art. 481 da CLT). • Culpa recíproca: empregado tem direito a 50% do valor do aviso (Súmula 14 do TST). Obs.: Não será devido o aviso-prévio: a) contratos por prazo determinado; b) dispensa por justa causa (art. 482 da CLT). c) morte do empregado. Dica 45 Reconsideração do aviso-prévio O aviso-prévio é direito das partes envolvidas na relação empregatícia. Esse direito é exercido de forma unilateral (pedido de demissão ou dispensa sem justa causa). Há possibilidade, entretanto, de reconsideração do aviso-prévio que pode ser realizada a qualquer tempo desde antes da extinção do contrato de trabalho. Reconsiderar o aviso é ato bilateral, isto é, depende do consentimento da outra parte. Poderá ocorrer a reconsideração tácita ou expressa. No primeiro caso, o empregado continuará trabalhando após os trinta dias concedidos para aviso, sem recusa do empregador. Reconsideração expressa ocorre quando as partes, em comum acordo, afastam a hipótese do término do contrato. 13 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 46 Término do contrato de trabalho – Hipóteses de resolução contratual Resolução (Ato faltoso)14 Dispensa por justa causa (art. 482 da CLT) Rescisão indireta (art. 483 da CLT) – Ato de improbidade – Incontinência de conduta – Mau procedimento – Negociação habitual ou concorrência à em-presa – Condenação criminal sem suspensão da execução da pena – Desídia – Embriaguez – Violação de segredo da empresa – Indisciplina ou insubordinação – Abandono de emprego – Ato lesivo à honra e à boa fama – Ofensa física, exceto legítima defesa – Prática de jogos de azar – Prática de atos atentatórios à segurança nacional – Serviços: 1) superiores às forças do trabalhador 2) defesos em lei 3) contrários aos bons costumes 4) alheios ao contrato – Rigor excessivo – Possibilidade de perigo – Descumprimentodas obrigações do contrato – Ato lesivo à honra e à boa fama – Ofensa física, exceto legítima defesa – Redução do trabalho pago por peça ou ta-refa Culpa recíproca (art. 484 da CLT e Súmula nº 14 do TST) a) Empregado e empregador praticam, simultaneamente, falta grave. b) Empregado terá direito a 50%: • aviso-prévio • 13º salário • férias proporcionais • 20% indenização do FGTS – Dica 47 Prescrição do FGTS Recentemente (novembro/2014), o STF15 determinou, por maioria de votos, a redução do prazo de prescrição dos depósitos do FGTS para 5 anos. Abandonou-se, portanto, a tese da prescrição trintenária. Foi utilizado como argumento para defender a redução a discussão em torno da natureza jurídica do fundo. Para os ministros, os valores devidos ao FGTS apresentam natureza jurídica trabalhista e deve ser aplicado prazo do art. 7º, inciso XXIX, CF/88 (5 anos). Nesse sentido, o TST alterou o teor da Súmula nº 362 para prever a prescrição quinquenal: I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após o término do contrato; II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF). 14 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais. 15 Ver ARE 709.212/DF. Relator: Ministro Gilmar Mendes. Data de Julgamento: 13/11/2014. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 48 Requisitos para fundação de central sindical Para a fundação de uma central sindical que permita o pleno exercício de suas atribuições e prerrogativas, é necessário que sejam cumpridos os seguintes requisitos conforme estabelece o art. 2º da Lei nº 11.648/2008: I. filiação de, no mínimo, 100 sindicatos distribuídos nas 5 regiões do País; II. filiação em pelo menos 3 (três) regiões do País de, no mínimo, 20 sindicatos em cada uma; III. filiação de sindicatos em, no mínimo, 5 setores de atividade econômica; e IV. filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% do total de empregados sindicalizados em âmbito nacional. Dica 49 Prazo de vigência do instrumento coletivo O prazo de vigência dos acordos e convenções não poderá ser superior a 2 anos, de acordo com o art. 614, § 3º, da CLT. O objetivo desse prazo é fomentar negociações periódicas, adequando os instrumentos à realidade econômica e regional. Recentemente, entretanto, houve mudança do posicionamento do TST. O prazo máximo de 2 anos deve ser interpretado, juntamente com a teoria da aderência limitada por revogação, ou seja, enquanto não houver um novo acordo ou convenção que modifique a situação do instrumento ajustado, este continua em vigor, mesmo após terminado o seu prazo de vigência de 2 anos. Nesse sentido, prevê o novo posicionamento do TST: Súmula nº 277 do TST. As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. Email: henrique_constitucional@yahoo.com.br / Site: www.henriquecorreia.com.br Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia Periscope: @henrique_correia Facebook: Grupo TRT: concursoanalistatrt2013 Carreiras Trabalhistas: carreirastrabalhistascomElissoneHenrique Dica 50 Greve GREVE 16 Serviços das atividades essenciais previstas em lei (art. 10 da Lei de Greve): – abastecimento de água, energia e gás; – assistência médica; – distribuição de alimentos e medicamentos; – funerários; – transporte coletivo; – esgoto e lixo; – telecomunicações; – substâncias radioativas; – tráfego aéreo; – compensação bancária; – processamentos de dados ligados a serviços essenciais. Atendimento básico será fixado em comum acordo entre sindicato, empresa e trabalhador. Requisitos para a greve: a) convocação de assembleia geral; b) tentativa de solução amigável; c) comunicação prévia (72h serviços essenciais e 48h para os demais). Sugestão de Bibliografia específica para ANALISTA e TÉCNICO TRT REVISAÇO TRT 4ª Edição – 2016. Editora Juspodivm. (Livro imprescindível para as provas do TRT) Direito do Trabalho para Analista TRT 8ª Edição – 2016 Editora Juspodivm. 16 Quadrinho foi retirada do livro Direito do Trabalho para os concursos de Analista do TRT e MPU – 8ª ed./2016 – Editora Juspodivm. Autor: Henrique Correia. Coleção Tribunais.
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