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Pressão arterial ● Pressão venosa, arterial e capilar = força que o sangue exerce sobre a parede do vaso ● P = F/A ● PA = VM X RP ; VM = volume sistólico multiplicado pela frequência cardíaca; VM varia com a volemia e condição do miocárdio; RP varia com a viscosidade do sangue e estado do vaso ● Uma artéria média tem pressão maior que uma artéria pequena pela lei da pressão, então, mesmo que na pequena a RP seja maior, não é o suficiente para que sua pressão seja maior que em uma de calibre grande, pois o volume que passa ali é muito pequeno; no caso da vasodilatação e vasoconstrição, o volume que circula é o mesmo, então a pressão no vaso reduzido pode ser maior; no vaso dilatado o sangue tem velocidade menor, mas o fluxo por minuto é o mesmo ● A pressão arterial não é contínua, ela oscila; quando há sístole, o volume de sangue é maior nas artérias e quando os ventrículos estão se enchendo (diástole), há menos sangue nas artérias ● Relações de pressão: 1. Pressão arterial no momento da diástole ventricular = pressão mínima (80 mmHg) 2. Pressão arterial no momento da sístole ventricular = pressão máxima P mín ( 80mmHg) + P de pulso (40 mmHg) = P máx A pressão de pulso (ou diferencial) é a pressão dada pelo volume extra que entrou nos vasos durante a sístole 3. A artéria se dilata com a sístole ventricular; essa dilatação recebe o nome de pulso de pressão; a pressão de pulso cria o pulso de pressão; pode ser chamado de pulso arterial ou onda de pulso ● Pressão média: P mín + P de pulso/ 3; para comparar duas pressões, é necessário calcular a pressão media ● Em caso de PA = 120 X 80 e PA = 140 X 70, a pressão média é a mesma, logo, a forca sofrida pelas paredes dos vasos também; dependendo do individuo que tenha a PA = 140 X 70, a situação é mais vantajosa, pois os vasos estão sofrendo a mesma danificação, mas o coração é mais forte devido ao maior valor de sangue que sai do coração durante a sístole; o coração passa mais tempo em diástole e seu valor menor pode ser vantajoso; (contrário do que dizem as diretrizes); em teoria é melhor ter pressão baixa; existe um aumento fisiológico da PA esperado a partir dos 50 anos (aproximadamente 10) ● Mecanismos nervosos de regulação da PA: São mecanismos de curto prazo que têm como vantagem a rapidez e como desvantagem a adaptabilidade (não funciona mais para doentes crônicos, pois os receptores se adaptam a qualquer valor de pressão que dure pelo menos 3 dias); existe um centro regulador da PA, que está localizado no bulbo (Centro Vasomotor - CVM) 1. Porção excitatória (bulbo ventrolateral rostral): região tonicamente ativa (sempre ativa), onde os neurônios estão sempre funcionando, independentemente da diminuição da PA; o nodo sinusal garante uma frequência de 80 bpm e os batimentos extras são oriundos do estímulo dado pela porção excitatória; em caso de queda da PA, a porção excitatória será mais estimulada e os batimentos aumentarão ainda mais/ nesse caso, o aumento excessivo do tônus vasomotor pode ser chamado de vasoconstrição (aumento do VM devido ao aumento da FC/ aumento do tônus leva ao aumento da RP, que leva ao aumento da PA) Estímulo > medula espinal > nervos simpáticos > aumento dos batimentos do coração e do tônus vasomotor (o tônus é uma contração residual que pode variar; é parcial e contínua; pode ser chamado de tônus vasoconstritor simpático) 2. Porção inibitória (bulbo ventrolateral caudal): só entra em ação quando a PA começa a subir demais; são duas frentes de ação - parassimpático atua no coração, ”alertando-o” que a PA precisa diminuir; tirando o simpático o tônus vasomotor diminui, cai a RP, cai a PA; nervo vago não atua em vaso; a porção inibitória é quiescente; via aferente (receptores com via sensitiva) > SNC (porção integrativa) > via eferente (motora); receptor de pressão acoplado a uma via sensitiva > SNC > percepção da alteração da PA pelo centro vasomotor; os órgãos efetores são o coração e vasos Porção E tonicamente ativa > via nervos simpáticos > PA normal/ contração persistentes dos vasos/porção I desativada > situação de queda de PA > porção E trabalha mais , aumentando estimulação simpática > aumento dos batimentos cardíacos > aumento do tônus dos vasos (vasoconstrição com aumento de RP ) / aumento do VM > aumento da PA OU Porção E tonicamente ativa > via nervos simpáticos > PA normal/ contração persistente dos vasos/porção I desativada > situação de aumento da PA > porção I entra em ação inibindo a porção E > inibição do simpático > desaparecimento dos batimento extras > + diminui o tônus vasomotor (vasodilatação)/ diminui FC > diminui RP/diminui VM > diminui PA ● Tipos de reflexo: 1- Quimiorreceptor – estímulo químico é a queda de oxigênio detectada por receptores da circulação periférica (todas as artérias, mas principalmente no arco aórtico e no seio carotídeo); a queda de oxigênio pode ser causada pela queda da PA Queda da PA > diminuição do fornecimento de oxigênio > quimiorrceptores aórticos detectam e são estimulados > nervo vago (X par craniano) leva a informação do arco aórtico até o centro vasomotor (via sensitiva) no bulbo ventrolateral rostral (porção integrativa) > porção E mais estimulada > via eferente (nervos simpáticos que saem da porção E) > informações chegam aos órgãos efetores (coração e vasos) > aumento da FC e do tônus vasomotor > aumento do VM e da RP > aumento da PA > aumento da concentração de oxigênio No caso do seio carotídeo, a diferença é a via sensitiva (nervos de Hering + nervos glossofaríngeos substituem os vagos) Se a pressão for mantida baixa por mais de 3 dias, os quimiorreceptores acostumam-se e não são mais estimulados pela baixa concentração de oxigênio 2- Barorreceptor – é receptor de pressão; é um mecanorreceptor, estimulado mecanicamente; a deformação cria um potencial de ação que segue até o centro vasomotor; localizados nas paredes da artérias, principalmente no arco aórtico e no seio carotídeo Aumento da PA > choque do sangue na parede do vaso estimula o barorreceptor aórtico > envio da informação (via sensitiva) através do nervo vago (X par craniano) > centro vasomotor localizado no bulbo (porção integrativa) > bulbo ventrolateral caudal estimulado > inibição de E > cessa a estimulação simpática + ativação da via eferente (nervos vagos) > FC diminui e volta a ser a do nodo sinusal (cessam os batimentos extras) + diminuição do tônus vasomotor > queda do VM + queda da RP > diminuição da PA No caso do seio carotídeo, a diferença é a via sensitiva (nervos de Hering + nervos glossofaríngeos substituem os vagos) Existe uma máxima estimulação dos barorreceptores aórticos, que equivale à pressão = 210 mmHg (o reflexo responde no mesmo patamar, não aumenta); no seio carotídeo, a pressão média = 60 mmHg (a diferença de pressão entre os dois pontos costuma ser de 30 mmHg, logo, a máxima estimulação = 180 mmHg) 3- Mecanismo isquêmico do SNC: última linha de defesa; entra em ação quando o quimiorreceptor não da conta de elevar a PA; SNC interpreta a PA excessivamente baixa como isquemia (pouco sangue); isquemia do CVM > hipóxia > porção E ativada > super estimulação > hiperestimulação simpática > taquicardia > vasoconstrição muito alta; entra em ação quando PA media < 30 mmHg; ● Informações gerais: - A lesão do endotélio leva à exposição da camada subsequente do tecido dos vasos e o colágeno fica exposto; sendo assim, inicia-se um processo de coagulação indevida do sangue que passa pela região; esse coaguloformado é denominado trombo (hipertensão > trombose); trombo que se desloca nos vasos = êmbolo (embolia)/obstrução de vaso pelo êmbolo pode causar infarto; a lesão do endotélio também pode levar à penetração de colesterol/gordura no tecido dos vasos, provocando ateroesclerose - Durante a anestesia a PA cai, a não estimulação dos barorreceptores vai fazer com que a porção E fique cada vez mais ativa: a estimulação simpática aumenta cada vez mais; não ativar barorreceptor vai fazer com que a pressão suba automaticamente; o barorreceptor funciona sendo ou não ativado - Indivíduos com hidrocefalia apresentam pressão elevada e o mecanismo isquêmico do SNC entra em ação; aumento da caixa liquórica começa a comprimir o encéfalo e o tronco encefálico, logo os vasos da vizinhança começam a ser comprimidos e há uma detecção de “pressão baixa” devido à pouca oxigenação da área causada pelo pouco fluxo sanguíneo; o mecanismo de resposta entra em ação para tentar evitar que o vaso comprimido colabe (Reação de Cushing) 11/03/15 – Mecanismos hormonais de regulação da PA ● Mecanismos hormonais de regulação da PA: São mecanismos de médio e longo prazo e costumam ter participação dos rins podem ser liberadas quando a PA está baixa, em reação de ataque ou fuga (agem indiretamente na broncodilatação, inibição do intestino e da bexiga, na midríase); potencializa a ação dos nervos simpáticos; tem efeito metabólico (glicogenólise no fígado, lipólise, aumento do fluxo sanguíneo da musculatura esquelética) 1. Catecolaminas: a medula adrenal é uma continuação do simpático Caminho normal do estímulo simpático: H medular > neurônio pré sináptico mielinizado (células de Schwann e oligodendrócitos) e curto > liberação de ACh na sinapse ocorrida no gânglio que abriga a terminação do neurônio pré sináptico e o corpo celular do neurônio pós sináptico > chegada do terminal do neurônio pós sináptico no órgão com liberação de noradrenalina (estimulação simpática direta) Caminho para a medula adrenal: neurônio único não mielinizado que libera ACh para as células cromoafins > liberação de catecolaminas - 20% noradrenalina e 80% adrenalina (estimulação simpática indireta) A. Adrenalina (epinefrina) – induz taquicardia, aumentando FC, VM e, por fim, a PA; venoconstritora, o que aumenta RV e, por fim, a PA; aumentando o RV, o VM também aumentará (o aumento de RV causado pelo aumento da circulação do sangue de baixa velocidade das veias devido à vasoconstrição, faz com que o que chega do lado direito do coração aumente e consequentemente o que sai do lado esquerdo será aumentado); há o estímulo do nodo sinusal quando o átrio direito é distendido; pode ser vasodilatadora nos vasos do coração e dos músculos estriados esqueléticos; os receptores com os quais interage nesses vasos específicos são diferentes dos de noradrenalina B. Noradrenalina (norepinefrina) – tem um radical metil a menos que a adrenalina - induz taquicardia, aumentando FC, VM e, por fim, a PA; vasoconstritor, o que aumenta RP e, por fim, a PA; é SEMPRE vasoconstritora; os receptores com os quais interage nesses vasos específicos são diferentes dos de adrenalina Podem ser liberadas quando a PA está baixa e em reação de ataque ou fuga (agem indiretamente na broncodilatação, inibição do intestino e da bexiga, na midríase); potencializam a ação dos nervos simpáticos; têm efeitos metabólicos (glicogenólise no fígado, lipólise, aumento do fluxo sanguíneo da musculatura esquelética) 2. Vasopressina (AVP, ADH): produzida no corpo celular de neurônios do núcleo supra óptico do hipotálamo; é armazenado nos botões sinápticos desses neurônios na hipófise; o hormônio é transportado dentro do neurônio por proteínas transportadoras denominadas neurofisinas; o corpo celular localizado no hipotálamo decide a hora de liberar a vasopressina; em suma, o hipotálamo produz o hormônio, enquanto a neurohipófise armazena e libera; é o hormônio vasoconstritor mais poderoso que existe; pode ser liberada quando a PA cai ou quando o corpo está desidratado Vasopressina > vasoconstrição > aumento da RP > aumento da PA OU Vasopressina > aumento da reabsorção de água nos túbulos distais finais e canais coletores dos rins > diminuição da diurese > água vai para o sangue > aumento da volemia > aumenta VM > aumenta PA A reabsorção da água ocorre com a ativação de receptores das regiões que reabsorvem a água pela vasopressina, e há a formação de grandes canais de água nas células tubulares (canais são grandes blocos proteicos chamados aquaporina) A vasopressina também é um neuropeptídeo, liberado entre neurônios vizinhos, atuando na memoria (não é liberada no sangue); como um hormônio, participa também da ereção (vasoconstritora – no pênis são 2 artérias entrando e 1 veia saindo; as artérias são dilatadas devido ao óxido nítrico e a vasopressina faz com que a veia peniana seja contraída, provocando um acúmulo de sangue no pênis; há também a participação do ramo parassimpático do sistema nervoso; para a ejaculação, o simpático irá atuar auxiliado pela ocitocina) 3. Angiotensina e aldosterona: angiotensina é formada na própria corrente sanguínea e aldosterona é liberada pelo córtex da adrenal; unidas pelo mecanismo renina-angiotensina-aldosterona, que é estimulado pela queda da concentração de sódio extracelular, aumento da concentração de potássio extracelular e queda da PA (os três estímulos estão sempre relacionados) Angiotensina II: vasoconstritora direta (aumenta RP, aumenta PA); estimula a liberação de aldosterona; reduz natriurese e diurese; potencializa os efeitos da noradrenalina (aumenta seu tempo nas fendas sinápticas através do aumento da exocitose e diminuição da recaptação); age no túbulo distal final/canal coletor, reabsorvendo sódio e, por tabela, água; na vasoconstrição, sua atuação não alcança a arteríola aferente por falta de receptores, o que permite que indivíduos com PA baixa filtrem o sangue normalmente, sem acumular substâncias tóxicas (a pressão nos capilares glomerulares está normal); a prostaglandina dilata a entrada dos capilares glomerulares Aldosterona: não é vasoconstritora; reabsorve sódio e secreta potássio; os receptores de aldosterona encontram-se na face contra luminal das células nos túbulos distais finais/canal coletor > o hormônio estimula a bomba de sódio e potássio, o que aumenta as diferenças de concentração que existem entre sódio e potássio > os efeitos são observados na outra face > reabsorção de sódio aumenta (água vem de carona) e secreção de potássio também Queda da PA > liberação da renina na corrente sanguínea pelas células justaglomerulares {as células do túbulo avisam as células justaglomerulares através das células epiteliais tubulares distais (mácula densa) , que percebem a alteração da quantidade de cloreto no túbulo (PA baixa diminui filtração, o que faz com que o liquido que percorre o túbulo ande mais devagar, dando mais tempo para a reabsorção de cloreto), havendo liberação de substâncias que avisam as células justaglomerulares} > a renina atua como enzima catalisando a reação de formação da angiotensina Renina > converte angiotensinogênio em angiotensina I (decapeptídeo) > convertida em angiotensina II (octapeptídeo) pela ECA (enzima conversora da angiotensina) nos pulmões > estimula as adrenais a liberarem aldosterona Informaçõesgerais: Inibidor da ECA atua como diurético e vasodilatador (sem a ECA não há a conversão de angiotensina I em angiotensina II, o que quer dizer que não serão liberados angiotensina II e aldosterona pelo córtex da adrenal; portanto, a reabsorção de sódio diminui e, consequentemente, a água é arrastada juntamente a ele para ser eliminada através da urina/ a angiotensina II é vasoconstritora e a sua inibição gera uma vasodilatação); os fármacos inibidores da angiotensina II têm ação muito semelhante à dos inibidores da ECA, porém mais potente Espironolactona > inibe aldosterona > aumento da natriurese e diurese + diminui a secreção de potássio > hipercalemia (células ficam menos negativas em seu interior e consequentemente mais excitáveis) > arritmias cardíacas (além da cardíaca, a musculatura esquelética fica fasciculando, mas não há grandes prejuízos) > fibrilação > morte Hipoaldosteronismo (Doença de Addison) > aumento da natriurese e diurese > hiponatrinamia (baixa quantidade de sódio no sangue) > diminuição da PA + aumento do apetite por sal + diminuição da secreção de potássio > hipercalemia (tratamento = aldosterona) Hiperaldesteronismo > diminuição da natriurese e diurese > hipernatremia > aumento da PA + aumento da secreção de potássio > hipocalemia > aumento do potencial de repouso (hiperpolarização) > paralisias musculares > asfixia 4. Para diminuir a PA não é necessário nenhum hormônio; basta a não liberação do hormônios que fariam a PA subir; a não liberação de vasopressina (por exemplo) aumenta a natriurese e diurese > diminuição do volemia > diminuição do VM > diminuição da PA Porém, foram descobertos hormônios que agem quando a PA está elevada ANP (peptídeo natriurético atrial): induz a natriurese e a diurese (diminui volemia, diminui VM, diminui PA), além de inibir todos os hormônios que fariam a pressão subir (inibe AVP, R-A-A/faz papel de inibidor da ECA natural, inibe o centro da sede); a partir de então, o coração também pode ser visto como um “órgão endócrino “; o hormônio é liberado pelos dois átrios, mas mais pelo direito (distensão do AD estimula a liberação do ANP, o que desencadeia uma reação do organismo pra diminuir o volume minuto) BNP (peptídeo natriurético cerebral): tem a mesma ação do ANP, mas é liberado pelo encéfalo e ventrículos Apanhado geral: O CVM integra as informações provenientes de receptores sensoriais, que monitoram diversos parâmetros cardiovasculares. O tônus vasomotor consiste em um estado de contração parcial da musculatura dos vasos sanguíneos, que é mantido por uma descarga contínua das fibras simpáticas, que, por sua vez, são estimuladas pelo CVM. Os barorreceptores são receptores de estiramento , que passam ao sistema nervoso central as informações referentes à pressão arterial. A frequência de disparo dos barorreceptores é proporcional à pressão aplicada sobre eles. Existe uma estimulação máxima, havendo uma manutenção no patamar dos sinais enviados pelos receptores. O CVM vai responder à falta de estimulação dos barorreceptores com o aumento do trabalho da porção excitatória do CVM, o que aumenta estímulos advindos do simpático. Artérias e arteríolas serão contraídas. Os barorreceptores também serão ativados quando a PA subir. Em 2 a 3 dias, os barorreceptores se adaptam ao aumento da PA, não contribuindo para a regulação a longo prazo. A estimulação dos quimiorreceptores pela diminuição da concentração de oxigênio determina uma estimulação simpática no coração e vasos, aumentando a PA. Toda vez que a pressão cai, a concentração de oxigênio também cai. Os quimiorreceptores não são receptores de pressão, mas acabam fazendo parte do seu mecanismo de controle. Eles podem ser acionados em situação em que a PA não caiu (locais de grande altitude, por exemplo). Os rins exercem importante papel no controle da PA, graças a sua capacidade de controlar a natriurese e a diurese, o que, por sua vez, controla a volemia e como fator final, a PA. A estimulação simpática determina liberação de catecolaminas pela medula adrenal, determina o inicio do mecanismo renina-angiotensina-aldosterona e determina a liberação da vasopressina. Toda vez que houver estimulação simpática por conta de um reflexo quimiorreceptor, haverá a liberação de todos esses hormônios na corrente sanguínea, o que acarretara a diminuição da PA (simpático atua em conjunto com os hormônios). Se PA está alta, o hormônio liberado para diminuí-la é o ANP (ou também o BNP), que agirá induzindo a natriurese e a diurese. Toda vez que houver uma estimulação simpática (pode ser tanto por causa da queda da PA quanto por um susto), todos os hormônios que regulam a PA citados serão liberados (adrenalina, noradrenalina, angiotensina, aldosterona e vasopressina). Logo , em uma reação de ataque ou fuga sempre haverá elevação da PA. A PA será regulada não só devido a descarga simpática sobre as vísceras, mas também por ação dos hormônios. 18/03/2015 – Regulação do fluxo sanguíneo pelos próprios tecidos O fígado é o órgão que mais recebe sangue – cerca de 27% do sangue bombeado pelo ventrículo esquerdo (em alta atividade, esse valor pode chegar a 33%); os rins recebem cerca de 21% e o cérebro também recebe cerca de 21% (em alta atividade mental); resta apenas cerca de 30% para o restante do corpo; essa quantidade varia de acordo com a exigência de cada tecido (por exemplo, quando um indivíduo não está realizando uma atividade física, alguns de seus capilares da musculatura esquelética estão colabados, havendo uma quantidade mínima de sangue para simples manutenção do tecido e para não haver necrose/ durante a atividade física, a musculatura tem prioridade em receber sangue, enquanto o fluxo diminui no cérebro); o sangue faz deslocamentos o tempo todo; o sistema nervoso praticamente não chega na microcirculação (não chega nos capilares, onde são realizadas as trocas gasosas); o parassimpático não atinge nenhum vaso e o simpático não atinge os capilares. A hiperemia e congestão são conceitos referentes ao acúmulo de sangue em um tecido ou local; diferem na forma da sua ocorrência. ● Hiperemia: o acúmulo de sangue se dá pela dilatação da arteríolas, ou seja, é um processo ativo; o sangue chega até o local, que passa a ter muito sangue; pode ser fisiológica (sangue que vai até a musculatura esquelética durante a atividade física ou a hiperemia das camadas superficiais em dias quentes para ajudar na dispersão do calor/ o rubor da vergonha causado por reflexos neurogênicos partindo do encéfalo) ou patológica; a inflamação, que talvez pudesse ser considerada patológica, tem como fim o reparo do tecido danificado e, por isso, pode ser classificada como fisiológica; processos ativos ● Congestão: o acúmulo de sangue se dá por um distúrbio na saída do sangue (através de veias e vênulas); é sempre patológico; há distúrbios na drenagem venosa, o sangue chega no tecido, mas não consegue voltar, o que caracteriza uma ação patológica; a existência de varizes e veias varicosas pode causar o acúmulo de sangue na periferia dos membros inferiores; a insuficiência cardíaca congestiva é causada por uma incapacidade do coração em criar a diferença de pressão necessária para que o sangue circule normalmente, o que pode causar uma congestão na periferia dos membros inferiores; processos passivos Microcirculação: Arteríola > vaso de transição (metarteríola) > capilarização > vênula ● Arteríola: tem a camada muscular lisa bem evidente e contínua ● Metarteríola: possui camada muscularlisa, mas ela está em transição – aparece e desparece ● Capilar preferencial: praticamente não se ramifica e é uma continuação da arteríola e da metarteríola ● Capilares verdadeiros: surgem da ramificação da arteríola e da metarteríola; há musculatura lisa na entrada de alguns capilares, mas eles próprios não têm camada muscular ● Capilar preferencial + capilar verdadeiro = vênula ● Esfíncteres pré capilares: formam anéis de musculatura lisa que contraem e relaxam de maneira independente do sistema nervoso; como o sistema nervoso não chega até os capilares, o controle deles e dos esfíncteres é feito por substâncias químicas produzidas no próprio tecido, logo, a regulação do volume sanguíneo em um tecido é feita por ele mesmo Camadas da parede de um capilar: somente camada íntima (endotélio) e membrana basal Camadas da parede de uma arteríola/artéria/vênula/veia: camada íntima (endotélio) > camada média (musculo liso + fibras elásticas > adventícia (tecido conjuntivo) Existe uma anastomose (atalho) entre a arteríola e a vênula, denominada arteríolovenular, utilizada em casos de não utilização do tecido, para que o sangue não entre nos capilares (sai do estado colabado para o normal); a vênula, nesse caso, recebe sangue arterial; esse mecanismo é regulado pela contração da musculatura lisa da metarteríola e dos esfíncteres pré capilares (a abertura e o fechamento cíclicos recebem o nome de vasomotilidade) O sangue que entra nos capilares fica preso, praticamente parado, para dar tempo de acontecerem as trocas gasosas e de nutrientes; a metarteríola e os esfíncteres são responsáveis pelo fechamento ● Teoria dos vasodilatadores: o sangue preso nos capilares tem seus nutrientes consumidos e oxigênio começa a diminuir; simultaneamente, há o aumento de gás carbônico e de todos os produtos metabólicos (ADP, ácido lático), que são, em sua grande maioria, vasodilatadores; a alta concentração dos vasodilatadores impossibilita que a metarteríola e os esfíncteres permaneçam fechados, pois mandam a musculatura relaxar; desta forma, o sangue novo entra, levando embora o sangue altamente venoso ● Teoria da demanda dos nutrientes: para haver contração (mesmo no músculo liso) é necessário ATP vindo dos nutrientes, logo, quando chega sangue novo rico em nutrientes, o musculo liso tem energia para contrair, mas depois que o sangue já permaneceu um tempo nos capilares e já está desprovido de nutrientes, não há mais energia para manter a contração; isso faz com que a musculatura relaxe e o sangue flua A vasodilatação devida aos produtos metabólicos e o relaxamento da musculatura por falta de energia atuam juntos na abertura da metarteríola e dos esfíncteres; a vasomotilidade varia de acordo com o níveis metabólicos dos tecidos Circulação porta do fígado: ● Veia porta: sangue venoso muito rico em nutrientes e pobre em oxigênio; se ramifica até formar vênulas porta; o sangue da vênula cai nos capilares hepáticos (sinusoides hepáticos) no lóbulo hepático; os sinusoides confluem para a vênula central; as vênulas se unem para formar veias hepáticas, que abandonam o fígado e desembocam na veia cava inferior, por onde o sangue chega no átrio direito; leva cerca de 1000 ml/min de sangue para o fígado ● Artéria hepática: sangue rico em oxigênio; ramifica-se em arteríola hepática, que se capilariza e entrega sangue nos sinusoides hepáticos; no sinusoide há uma mistura de sangue venoso da veia porta com o sangue arterial da artéria hepática; leva cerca de 400ml/min para o fígado A circulação do fígado é denominada porta, o que significa que uma veia se capilarizou No lóbulo hepático, há sempre dois cordões de hepatócitos juntos (lâmina hepatocelular); o espaço entre os dois cordões contém canalículo biliar; entre duas lâminas há o sinusoide hepático; pode haver macrófagos residentes; o sentido do sangue é da periferia para o centro; entre os lóbulos hepáticos há o espaço porta (vênula porta + arteríola hepática + ducto biliar + vaso linfático colabado); o sangue vindo da vênula porta e da arteríola hepática se mistura nos sinusoides; a bile formada pelas lâmina hepatocelulares sai pelos canalículos biliares, que se juntam e levam o conteúdo para o ducto biliar; o poro entre as células endoteliais dos vasos permite que as proteínas transportadoras passem O hepatócito possui uma face canalicular e uma sinusoidal Uma substância sai do sinusoide, passa pelo poro e vai para o espaço Disse (entre o endotélio e o hepatócito); no espaço de Disse, a substancia se desliga da proteína e entra sozinha no hepatócito (a proteína sai do espaço de Disse através de sua drenagem linfática e é reincorporada na circulação sanguínea); os nutrientes do tubo digestivo entram pela face sinusoidal e a bile formada sai pela face canalicular; apesar de serem membranas da mesma célula, são bem diferentes, logo, os transportadores de substâncias são diferentes nos dois lados Dinâmica capilar: Troca de fluidos entre o plasma sanguíneo e liquido intersticial As trocas são regidas por quatro forças de Starling ● Pressão capilar (Pc) – pressão hidrostática do plasma: força que o sangue exerce contra a parede do capilar; é uma força para fora ● Pressão coloidosmótica do plasma (píp) - oncótica: é a força de atração da água dada pelas proteínas plasmáticas que não conseguiram extravasar do capilar; única força que é para dentro do vaso; é uma pressão osmótica (soluto puxando água); as proteínas do sangue não conseguem sair e ficam aprisionadas; o plasma extravasa sem as proteínas, pois elas são grandes demais (glicose, vitaminas, sais minerais, ácidos graxos, etc conseguem sair); as proteínas tornam-se soluto e atraem água de fora do vaso para dentro dele; a albumina é a principal proteína plasmática, logo, a medição de sua dosagem consegue indicar a píp; hipoalbulinemia = píp diminuída ● Pressão coloidosmótica do liquido intersticial (píli): força de atração da água dada pelas proteínas que extravasam do plasma para o líquido intersticial por motivo desconhecido e passam a agir como soluto, atraindo água ● Pressão do líquido intersticial (pli): é uma pressão negativa, uma força para fora; é como se existisse um vácuo, uma bomba de sucção, por causa do sistema linfático; a função de drenagem do sistema linfático suga o líquido intersticial, criando uma pressão negativa, que acaba trazendo o líquido para fora O surgimento do edema se dá pelo desequilíbrio dessas forças ou porque o sistema linfático não está funcionando bem; um alcoólatra, por exemplo, tem edema na cavidade abdominal devido à não produção de albumina pelo fígado, que está lesado, o que diminui píp, a força que convidava o líquido extravasado a retornar; o sistema linfático drena o excesso do líquido e proteína extravasados, uma vez que sai mais líquido do capilar do que entra; a proteína que sai não entra mais Valores de pressão hidrostática no capilar C LI LI P midade arteriolar do capilar 25mmHg mHg Hg Hg do capilar Hg mHg Hg Hg midade venosa do capilar Hg mHg Hg hg No final do capilar há menos líquido que no começo, logo, a pressão capilar vai diminuindo; no início do capilar, o somatório é positivo (8,3mmHg), o que quer dizer que sai líquido; no meio do capilar, o somatório também é positivo (0,3mmHg – situação de quase equilíbrio de Starling), saindo líquido; no final do capilar, o somatório é negativo, (-6,7mmHg), o que significa que está retornando líquido para o capilar; como no somatório geral sai mais líquido que entra (a diferença de pressão é igual a 1,9mmHg), o sistema linfático tem que entrar em ação para drenar o que ficou para fora do capilar;os capilares linfáticos são comparados a dedos de luvas, são chamados de sacos cegos; os capilares linfáticos que drenam, juntam-se para formar os vasos linfáticos, que, por sua vez, irão formar os troncos linfáticos (jogam a linfa nas grandes veias do pescoço); o principal tronco linfático é o ducto torácico; quando o capilar linfático está cheio, o líquido tende a escapar, mas isso não ocorre, pois não entra mais líquido e há um mecanismo de válvula da célula endotelial que não deixa a linfa escapar; sendo assim, ela só tem a opção de se mover A circulação do sangue nas veias acontece devido ao fato de que o líquido que está atrás empurra o da frente, devido à diferença de pressão criada pelo coração, ao movimento respiratório (inspiração ajuda o retorno do sangue das veias para o átrio direito), ao princípio da extratimeria (o sangue da veia comprimida entre o osso e a artéria - quando ela é dilatada pela passagem de sangue, ou seja, quando há pulso de pressão - só tem o opção de ir para frente, pois as válvulas não permitem sua volta) e devido à contração muscular (aumentando a espessura do tecido, os vasos ao entorno são comprimidos) 25/03/2015 – Causas de edema e inflamação Causas de edema: ● Alteração das forças de Starling 1- Aumento da pressão hidrostática do plasma (PC): qualquer situação de comprometimento do retorno venoso - na ICC (insuficiência cardíaca congestiva), o coração não cria a diferença de pressão suficiente para o sangue voltar corretamente para ele, ou seja, o sangue se acumula nos capilares das partes baixas periféricas do corpo devido à gravidade - no caso de bombeamento venoso insuficiente, as valvas venosas não funcionam bem, o pode causar obstrução ou compressão de veias, gerando um acúmulo de sangue nos capilares - na paralisia muscular, o sangue tem dificuldade de subir e também se acumula nos capilares; o acúmulo de sangue aumenta a PC e, consequentemente, o extravasamento de líquido dos capilares - o aumento da volemia aumenta a pressão nas artérias, o que reflete nos capilares e acaba fazendo com que PC aumente e haja extravasamento exagerado de líquido dos capilares - a retenção de sódio traz consigo a água, o que gera o aumento da volemia, do volume minuto e da PA, o que reflete na pressão capilar, aumentando-a (exemplos – ingestão excessiva de sal associada a outro fator, insuficiência renal e hiperaldosteronismo) - a redução da resistência das arteríolas (dilatação) permite a entrada de mais sangue nos capilares, o que aumenta a PC; acontece com aquecimento excessivo do corpo, quando há insuficiência do SNA simpático (perda da manutenção do tônus vasomotor) e com o uso continuo de drogas vasodilatadoras 2- Diminuição da pressão coloidosmótica (PÍ-P): situações de hipoproteinemia (diminuição da proteína no plasma); o líquido não consegue entrar no vaso e o sistema linfático não consegue drenar tudo - desnutrição proteica; sem a ingestão de proteínas, o fígado não consegue sintetizar proteína plasmática por falta de substrato - distúrbios na digestão proteica , podendo ser gástrico causado pela falta de pepsina ou pancreático, causado pela falta de tripsina e outras enzimas digestivas importantes; o fígado não consegue sintetizar proteína plasmática por falta de substrato; distúrbios na absorção na borda em escova, onde os aminoácidos digeridos são eliminados nas fezes por não conseguirem ser absorvidos pelos enterócitos - hepatopatias, como a fibrose hepática, onde o fígado não tem capacidade de sintetizar albumina (e outras proteínas transportadoras); a falta de albumina no sangue faz com que PÍ-P caia -glomerulonefropatias, onde há proteinúria devido à insuficiente filtração renal - perda proteica de áreas desnudadas da pele (queimaduras e ferimentos), onde há perda da queratina da pele e a consequente perda de líquido e, no caso da queimadura, há lesão na parede do vaso, o que aumenta sua permeabilidade (o líquido extravasa mais facilmente) ● Mau funcionamento do sistema linfático (linfedema) 1- O caso mais comum é o da obstrução linfática no caso da elefantíase , onde as larvas inoculadas pelo mosquito permanecem na circulação sanguínea até o momento que perfuram a parede do vaso e ganham o interstício celular, de onde serão drenadas pelo sistema linfático, onde podem se acumular nos linfonodos, que irão desencadear uma reação inflamatória e imunológica para que as larvas não passem; a reação é tão desproporcional que além das larvas, a linfa também não passa; dependendo da quantidade de linfonodos obstruídos, toda uma região do corpo pode ficar sem drenagem linfática 2- Remoção de linfonodos na cirurgia de ressecção de tecido canceroso; uma das vias de espalhamento do câncer é o sistema linfático, logo, não adianta retirar somente o tecido acometido 3- Neoplasias linfáticas Em caso de punção do líquido do edema de origem não inflamatória (transudato) de uma cavidade, é provável que se encontre pouca proteína; é um líquido de baixa densidade, com baixo teor proteico, com pouquíssimos restos celulares, o que o torna geralmente mais transparente (o que o diferencia do líquido de edema inflamatório); o líquido de edema inflamatório (exsudato) contém muita proteína, muitos restos celulares e alta densidade Inflamação: A agressão do tecido causa liberação de mediadores químicos (histamina, prostaglandina, etc), que acabam dando uma resposta estereotipada, ou seja, padronizada, independentemente do agente agressor e acontecendo praticamente com os mesmos passos; o primeiro passo é a vasodilatação (tecido fica vermelho e quente, ou seja, há o calor e o rubor); com a vasodilatação, a PC aumenta, o que dá início ao edema (ainda não é o exsudato, é o transudato); há aumento da permeabilidade do vaso devido á contração das células endoteliais causadas por ordem dos mediadores químicos com a consequente formação de fendas interendoteliais, por onde o leucócito deveria fugir, mas a proteína também acaba extravasando passivamente; a queda da quantidade de proteína dentro do vaso causa a queda da PÍ-P e o aumento da proteína fora do vaso causa aumento da PÍ-LI (edema = exsudato); o exsudato só existe quando há aumento da permeabilidade do capilar e isso só acontece na inflamação; os sinais clássicos de uma inflamação são calor, rubor (vasodilatação), tumor (inchaço) e dor; o objetivo da inflamação é o reparo, além de parar a agressão por chamar atenção; o reparo pode ser feito de duas formas dependendo do tipo de célula que constitui o tecido; lábeis (em constante divisão/hemácias, epitélio) através da regeneração e estáveis (células que não estão se dividindo, mas podem começar ao serem estimuladas/maioria das células do corpo, osteoblastos, condroblastos, hepatócitos, fibroblastos, astrócitos, etc) através da cicatrização (proliferação de tecido conjuntivo fibroso) e também da regeneração; o tecido composto por células lábeis não irá necessariamente se regenerar, o que depende da intensidade e da duração da agressão; afetando a membrana basal, não há regeneração, pois ela é a planta do tecido e não há organização celular sem sua presença; há também as células permanentes, como o neurônios e músculo esquelético e cardíaco (não há regeneração); a cicatriz do sistema nervoso central não é por proliferação de tecido conjuntivo fibroso, pois não há fribroblastos; a cicatrização é denominada glial, pois será dada pelos astrócitos Hemostasia Mecanismos para prevenção de perda de sangue, ou seja , para estancar hemorragias 1- Vasoconstrição após a agressão: a vasoconstrição em um grandevaso após sua ruptura, por exemplo, pode ajudar a salvar um individuo, pois sairá menos sangue por essa via, dando tempo de talvez socorrê-lo; o efeito é muito limitado, pois é curto; é um reflexo local, neurgênico 2- Formação do tampão plaquetário: diminui hemorragia através da diminuição do orifício pelo qual o sangue foge; é chamado de tampão hemostático primário; o colágeno subendotelial (membrana basal) é altamente pró coagulante, induzindo a coagulação na hemorragia; na trombose por exemplo, o colágeno que deveria estar escondido aparece devido a uma lesão no endotélio e inicia-se um processo de coagulação; o mecanismo de formação de um coágulo e de um trombo é o mesmo; a plaqueta não gruda diretamente na colágeno; ela utiliza o fator de Von Willebrand (que fica armazenado dentro da célula endotelial e é secretado em direção à membrana basal), que trata-se de uma proteína que serve de ponte de ligação entre a plaqueta e o colágeno subendotelial através do receptor GP1B (glicoproteína); após ligada ao colágeno, a plaqueta será ativada (as células precursoras das plaquetas na medula óssea são megacariócitos); a plaqueta é uma célula pouco ativa, mas quando associada ao colágeno ,libera um série de substâncias que atraem mais plaquetas; ficam grandes, pegajosas, liberam pseudópodos, ou seja, começam a se agrupar para formar o tampão plaquetário; a união de uma plaqueta na outra se dá por receptores para o fibrinogênio GP2B3A ; em suma, ligando a plaqueta ao colágeno está o fator e ligando as plaquetas entre si, o fibrinogênio; uma plaqueta apresenta cerca de 50000 receptores GP2B3A; os principais fatores que ativam plaquetas são ADP e tromboxano A2, fazendo com que as plaquetas tenham mais vontade de se agregar; idosos têm maior risco de trombose por produzirem mais TXA2 e terem menos fibrinólise (menor capacidade de destruição do coágulo de fibrina); os capilares que são constantemente estourados perdem mais sangue, o que se torna visível (petéquias hemorrágias puntiformes); diminuição do numero de plaquetas = trombocitopenia; 3- Formação do coágulo sanguíneo: acontece em cima do tampão plaquetário; a rede de fibrina só se deposita em cima do tampão plaquetário; a falta de plaqueta resulta em uma má coagulação; o coágulo sanguíneo é o tampão hemostático secundário; a hemorragia é estancada nessa fase; o coágulo vai ser destruído após um tempo; o sistema fibrinolítico entra em ação e acontece a fibrinólise (quebra da rede de fibrina), o que acontece somente quando o tecido já esta reparado Na membrana de todas as células existe o ácido araquidônico, um ácido graxo polinsaturado de 20C que está preso nos fosfolipídios de membrana na forma de função éster e não sofre ação de enzimas; na inflamação, há a ativação de fosfolipases na membrana (sendo a fosfolipase A2 a principal), que degrada o fosfolipídio da membrana, deixando o ácido araquidônico livre (deixa de estar esterificado); a partir de então ,ele pode sofrer ação de duas enzimas, a COX (cicloxigenase) e a LOX (lipoxienase); COX quebra o ácido araquidônico, gerando TXA2 (mais poderoso agregador de plaquetas) e prostaglandinas (são quase todas vasodilatadoras); LOX quebra o acido araquidônico, gerando outros mediadores químicos da inflamação, como os leucotrienos (B4, C4, D4, etc) e HET (composto eicosanoide) e HPETE; todos esses mediadores são da família de metabolitos do ácido araquidônico, a qual sofre a ação da maioria dos antinflamatórios Informações gerais -Doença de von Willebrand: falta do fator de Willebrand, não havendo tampão plaquetário -Doença de Bernard: falta do receptor GP1B, não havendo tampão plaquetário falta do receptor GP2B3A, não havendo tampão plaquetário -Rombastenia: deficiência dos receptores de GP2B3A, não havendo tampão plaquetário, pois não ha agregação entre as plaquetas - A aspirina diminui a formação de TXA2 (mediador químico da inflamação/ o cortisol é um hormônio antinflamatório natural esteroidal/ a aspirina é um antinflamatório da outra família, dos não esteroidais -AINES) e de prostaglandinas, mas a produção de leucotrienos persiste, uma vez que esse fármaco é um inibidor da COX - O antiflamatório esteroidal (AIES) age inibindo fosfolipase A2 - Os ácidos graxos da família ômega 3 são maus substratos para a formação de metabólitos do ácido araquidônico, logo, uma alimentação que inclui mais ômega 3 ajuda a diminuir a formação de TXA2 (menos agregação plaquetária) , prostaglandinas e leucotrienos (menos inflamação), o que diminui o risco de trombose, mas não contribui para o estancamento em caso de hemorragia - A inibição da COX por AINE prejudica o estômago, pois a falta da prostaglandina diminui a produção de muco e a produção de HCl não é “freada” ; pode prejudicar também os rins, uma vez que é responsável pela constrição e relaxamento das arteríolas aferentes e eferentes e seu uso prolongado pode levar a uma insuficiência renal
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