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Logística Reversa

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Logística Reversa
O artigo tem como objetivo o estudo da logística reversa, visto que é um tema que se destaca no cenário atual. Cresce a consciência que os recursos do planeta são finitos, e caso não se tome providencias no contexto ambiental e sustentável a vida no planeta se tornará inviável. A logística reversa se apresenta como uma das opções para alcançar a preservação ambiental e trazer benefícios a organizações.
As empresas buscam hoje um diferencial competitivo para se manter no mercado. Um das alternativas usadas pelas empresas é desenvolver sua cadeia logística, afim de buscar um melhor atendimento do seu cliente, redução de custos e melhoria do produto final. 
O principio de logística reversa usada a favor do desenvolvimento sustentável visa um novo modelo de gestão de negócios, levando em consideração os impactos ambientais e sociais, aliado as questões econômicas. Na busca de um mundo mais sustável, os olhares se voltam para o setor empresarial. Sabe que os recursos naturais são finitos, sendo assim há de se buscar uma alternativa para que continue o desenvolvimento sem afetar o meio natural.
Numa sociedade onde o tempo de vida dos produtos se torna cada vez menor, devido a constante mudança de tecnologia, começa a se pensar o que fazer com a quantidade de materiais que enviamos diariamente para descarte.
Nesses dois enfoques surge então conceito de desenvolvimento sustentável aliado a logística reversa. 
No atual cenário econômico, as organizações a cada dia buscam ser mais competitivas usando os fatores de redução de custos, minimizando os impactos ambientais e agindo com responsabilidade. O que as companhias descobriram recentemente é que controlar a geração e a destinação de seus resíduos é uma forma de economizar e que gera reconhecimento social e ambiental, pois não mira seu foco apenas na produção de produtos, mas a preocupação com a destinação final após o uso. 
Utilizando esse enfoque, as organizações têm investido em logística reversa, visto que a mesma está ligada tanto a questões ambientais quanto a fatores econômicos, o que a faz ganhar destaque no cenário empresarial tornando seu uso imprescindível, pois é um meio de tornar as empresas ecologicamente mais eficientes, por intermédio da reciclagem, reuso e redução de quantidade de materiais usados. 
Primeiramente, temos a definição de logística empresarial, segundo Ballou, (2010), podemos dizer que a logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final.
A logística reversa pode ser entendida como a área da logistica que trata dos aspectos referentes ao retorno de produtos, embalagens e/ou materiais ao seu centro produtivo.
Segundo LEITE: (pág. 17, 2009): “Entendemos logística reversa como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas: econômico, de prestação de serviços, ecológico, legal, logística, de imagem corporativa, dentre outros.”
Logística reversa esta associada à reutilização de produtos e materiais, englobando todas as atividades logísticas de coletar, desmontar e processar produtos e/ou materiais e peças usadas a fim de assegurar uma recuperação sustentável (LEITE 2009). Podemos definir as atividades de logística reversa em:
• Retorno do material e/ou produto do seu ponto de consumo ao seu ponto de origem, através de planejamento, implantação e controle de fluxo de materiais e fluxo de informação;
• Movimentação do produto na cadeia logística, porem na direção: consumidor – produtor;
• Busca de um melhor aproveitamento de recursos, utilizando a politica dos 3 R’s: reutilização, reaproveitamento e reciclagem;
• Recuperação de valor;
• Segurança na destinação do produto após o uso.
São do inicio da década de 70 os primeiros estudos de logística reversa encontrados. Com foco voltado ao retorno de bens a serem reciclados encontramos na década de 70 e 80 estudos denominados de canais de distribuição reversos. Nos anos 90, devido ao desenvolvimento produtivo que se instalou, gerando um demanda e variedade de produtos grandes que devido ao avanço tecnológico leva a uma vida útil menor do produto, a logística reversa passou a ser tema visível no cenário empresarial.
O objetivo principal da logística reversa é o de atender aos princípios de sustentabilidade ambiental gerando uma produção limpa. Assim, as empresas organizam canais reversos, ou seja, de retorno dos materiais seja para conserto ou após o seu ciclo de utilização, para terem a melhor destinação, seja por reparo, reutilização ou reciclagem, utilizando o conceito dos 3 R´s. 
A logistica reversa parte do principio que a responsabilidade do produto é responsabilidade de quem produz, sendo assim o destino final dos produtos gerados é responsabilidade do fabricante, de forma também a reduzir o impacto ambiental que eles causam.
A logistica reversa, segundo Leite: “Tem como objetivo tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negocios. Agrega valor economico, de serviço, ecologico, legal e de localização ao planejar as redes e as respectivas informações e ao operacionalizar o fluxo, desde a coleta dos bens de pós-consumo ou de pós-venda, por meio dos processamentos logisticos de consolidação, separação e seleção, até a reitengração ao ciclo.”
O tema logística reversa tem duplo entendimento de importância. O primeiro e que mais se tem observado é o enfoque da preservação do meio ambiente que por si só justifica a importância dada ao tema na atualidade. 
O segundo entendimento, e que realmente, faz a roda de investimentos girar, é o enfoque financeiro, visto que as economias de materiais geradas pela reutilização de produtos, em muitos casos, torna-se fundamental para a sobrevivência de empresas ou produtos no mercado. 
Podemos dividir a logística reversa em duas áreas de atuação, a logística reversa de pós-consumo e logística reversa de pós venda. Logística reversa de pós-venda é voltada para o retorno de produtos sem uso ou com pouco uso, devido a falhas de fabricação, defeitos, garantia, insatisfação dos clientes e outros, com o objetivo de é agregar valor a esse tipo de produto, enquanto a logística reversa de pós-consumo atua com bens descartados pela sociedade em geral, tem como foco é agregar valor aos produtos que não são mais utilizadas e/ou que ainda possuem alguma vida útil.
A logística reversa de pós-venda deve, portanto, planejar, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós-venda por motivos agrupados nas seguintes classificações: garantia/qualidade, comerciais e substituições de componentes. 
A logística reversa de pós-consumo deverá planejar, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós-consumo ou de seus materiais constituintes, classificados, em função de seu estado de vida e origem, em condições de uso, fim de vida útil e resíduos industriais. 
Em 02 de agosto de 2010, foi promulgada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) lei que tem como principio a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e população. Essa legislação impulsiona o retorno dos produtos às industrias após o consumo, incentivando assim o desenvolvimento do setor de logística reversa nas industrias.
A lei obriga os municípios a tratar os resíduos de forma responsável, utilizando o processo de coleta seletiva e a diminuição de lixões. Além de tratar a reciclagem como um projeto de inclusão social.
No âmbito industrial, a lei obriga os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes ao recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso, assim como sua destinação final. Cabe ao poder publico a responsabilidadepela educação da população, pela coleta seletiva e erradicação dos lixões até 2014. 
O PNRS promove o avanço das ações de logística reversa, as embalagens e produtos são recolhidos após o uso o consumo pela população para o retorno como matéria prima à produção industrial. Os fabricantes de produtos tiveram que repensar a cadeia e as embalagens para que se tornem cada vez mais eficientes e amplas. Em contra partida, dá ao consumidor obrigações e penalidade, em caso de descobrimento que afetem a destinação correta de resíduos.
Tais ações trazem benefícios econômicos, economia de recursos naturais, o uso racional de energia e menor emissão de gases. A empresa se torna responsável por fabricar produtos e embalagens mais facilmente recicláveis e/ou que gerem menos impactos ambientais. A medida para redução de resíduos começa no projeto do produto, passando pela fabricação, transporte e descarte da mesma. 
Cabe a indústria também, informar ao consumidor sobre as formas de evitar , reciclar e eliminar os resíduos, além de promover a logística reversa.
• Custos: Podemos citar como objetivo econômicos da implantação de logística reversa a economia obtida nas operações industriais; 
• Benefícios: A implantação da politica de logística reversa traz para organização beneficio em três áreas distintas: Ambiental, econômica e valorização da marca.
A logística reversa é um processo complementar à logística tradicional, pois se o papel da logística tradicional é fazer os produtos chegarem ao consumidor final, o papel da logística reversa é trazer o produto já utilizado de volta a fabrica.
Hoje diversos setores industriais atuam com projeto de logística reversa, seja por causa do da obrigatoriedade por lei, como no caso das indústrias de agrotóxicos e pilhas como por inciativa própria, buscando se enquadrar como empresa sustentável.
Podemos citar o caso da Unilever, que desenvolveu uma fórmula concentrada de amaciante e assim diminui sua embalagem. Tal iniciativa gerou uma redução de 52% menos papelão, 58% menos plástico e 78% menos agua, além da economia de combustível para transporte e consequentemente a redução nas emissões de gases do efeito estufa.
Outro caso, a Coca-Cola, que lançou para a linha de água mineral uma embalagem que usa 20% menos plástico e pode ser torcida para ocupar menos espaço na destinação à coleta. Além de que 30 % do plástico usado na embalagem é de fonte renovável, feito a partir da cana de açúcar.
Por parte dos consumidores, existe uma tendência de uma maior preocupação em consumir produtos que não gerem resíduos e que são de origem renovável.
Em consequência disso, as empresas estão investindo mais em pesquisa e desenvolvimento de produtos ecologicamente corretos.
O que falta são incentivos e exemplos práticos por parte dos governos em investir em educação ecológica nas escolas, investir em cooperativas de coleta de resíduos, reduzir a carga tributária do transporte e produção dos produtos que comprovadamente reduzem a degradação do meio ambiente. Mas com certeza, veremos nos próximos anos um grande crescimento e estruturação do segmento de geração, coleta e reciclagem de produtos em todo o mundo.
O tema logística reversa, como pode ser visto, tem ganhado força no mundo corporativo, não só pelo se enfoque ambiental mas também com sua importância econômica.
O governo tem incentivado a politica de logística reversa, inclusive com a aprovação no PNRS, porém tem muito ainda a ser feito. Além de incentivo do próprio governo para essa pratica, a indústria deve implantar sua politica de logística reversa. O consumidor final, deve também se conscientizar do seu importante papel para o sucesso da logística reversa.
REFERENCIAS
BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. Tradução: Hugo T. Y. Yoshiazaki. 1. ed. São Paulo: Atlas 2010.
LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: meio ambiente e competitividade. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
Revista de administração Mackenzie. V.12 n.3 são Paulo. Ed especial. Maio/jun 2011 
SCHENINI, Pedro C.... [et al.]. Logística Reversa: um estudo de caso.2005. 12 f. Artigo – SIMPEP (Simpósio de Engenharia de Produção), Bauru, 2005
TADEU, Hugo F. B.... [et al.]. Logística Reversa e Sustentabilidade. 1. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.

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