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CONCORRÊNCIA DESLEAL: Práticas Anticoncorrenciais Que 
Atentam Contra a Livre Iniciativa Econômica, e a Busca Da Ética 
Empresarial Como Pilar No Equilíbrio Da Livre Concorrência Num 
Mercado Competitivo 
 
Thiago de Moraes Bastos1; Daniela Maria Sousa de Andrade¹; Lucas Leal da Silva¹; 
Orion Alves Rabelo¹; Ivana Brito¹; Paulo Borges da Silva¹; Victor Pereira Avelino¹. 
 
 
RESUMO 
 
As relações comerciais consagradas com a liberdade e a igualdade de exercício do 
poder econômico, ainda que atualizadas não conseguem acompanhar o ritmo 
acelerado do desenvolvimento social e financeiro do mercado, passando a utilizar-se 
de meios inaceitáveis ao regime jurídico comercial.O exercício da atividade 
econômica como concorrência é ordem natural de mercado, tendo sua importância 
suprema na economia, afim de garantir a livre competição.No entanto, ao se falar em 
disputa, há abusos de toda natureza, entre eles, a concorrência desleal, 
necessitando da intervenção do Estado para garantir a livre disputa entre os 
participantes do mercado. Com base nisso, atesta-se a importância da probidade no 
meio empresarial e atos de comércio, de modo a garantir a segurança jurídica da 
livre concorrência e estabelecer observância na legislação concorrencial, pautando 
ações no desenvolvimento social da economia. 
 
Palavras Chave: Concorrência; Ética; Mercado; Economia. 
 
 
UNFAIR COMPETITION: Practical Anti That Threaten Free 
Enterprise Economic, and Search Business Ethics As A Pillar In 
The Balance Of Free Competition In A Competitive Market 
 
 
ABSTRACT: 
 
The commercial relations consecrated with freedom and equal exercise of economic 
power, although updated can not keep up with the accelerated pace of social and 
financial development of the market, using unacceptable means to the commercial 
legal regime. The exercise of the activity economic as competition is the natural order 
of the market, having its supreme importance in the economy, in order to guarantee 
free competition. However, when talking about the dispute, there are abuses of all 
kinds, among them, unfair competition, requiring the intervention of the State to ensure 
free competition among market participants. Based on this, it is confirmed the 
importance of probity in the business environment and acts of commerce, in order to 
guarantee the legal security of free competition and to establish compliance in the 
competitive legislation, guiding actions in the social development of the economy. 
 
Keywords: Competition; Ethic; Marketplace; Economy. 
 
1 Curso de Direito da Faculdade Montes Belos – FMB. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
É sabido que ao mercado 
empresarial e industrial é assegurado 
a livre concorrência, que é amparada 
pela Constituição Federal de 1988 em 
seu artigo 170 que traz os princípios 
gerais da atividade econômica, 
valorizando o trabalho humano na 
livre-iniciativa. 
O exercício de qualquer 
atividade econômica é livre e 
assegurado a todos, e o fim de todo 
sistema econômico é assegurar a 
satisfação das necessidades 
humanas, apropriando-se da natureza 
humana consumista para obter 
vantagens, nesse caso,lucro. 
A participação estatal no 
sistema econômico é imprescindível, 
de modo a assegurar seus objetivos e 
equilibrar seu crescimento, garantindo 
assim a livre competição por meio de 
repressão à concorrência desleal, 
visando o progresso econômico. 
Enquanto as infrações da 
ordem econômica, afirma Coelho 
(2015, p. 51) (condutas estas que são 
elencadas no art. 36, § 3º da Lei n. 
12.529/11) caracterizam o exercício 
do poder econômico por condutas que 
visem a limitar, falsear ou prejudicar a 
livre concorrência ou livre iniciativa, 
dominar mercado relevante de bens 
ou serviços ou aumentar 
arbitrariamente os lucros, a 
concorrência desleal, pelo contrário, 
não visa o cerceamento da 
concorrência, mas tão somente, a 
clientela, ou seja, o empresário utiliza 
de meios ilícitos para persuadir e 
desviar para si a clientela de seu 
concorrente por meio de condutas 
fraudulentas, quais sejam, denegrir a 
imagem do concorrente, confundir seu 
produto ou estabelecimento, abuso de 
confiança dentre outras. 
Vale lembrar que a 
concorrência é um meio de 
desenvolvimento econômico e social, 
uma vez que proporciona aos clientes 
o direito de escolha na satisfação de 
suas necessidades, podendo assim 
ele escolher entre os produtos ou 
serviços de melhor custo e benefício. 
As empresas são as que mais tem 
vantagens com a livre iniciativa, pois 
há a necessidade de maior 
investimento em tecnologia e 
qualidade de seus produtos, 
conquistando desse modo, mercados. 
Em síntese, o objetivo da 
concorrência lícita e ilícita são os 
mesmos, ambas visam aumentar sua 
clientela, se diferenciando, contudo, 
pelo modo que os clientes serão 
atingidos, conforme dispõe Fázzio 
Júnior (2015): 
 
Não se teça 
confusão entre 
concorrência e 
concorrência 
maliciosa ou 
desleal. A primeira, 
inerente à economia 
de mercado, é o 
resultado natural da 
competição entre 
empresas, 
intentando 
persuadir e atrair a 
clientela. A segunda 
deriva do engodo e 
da fraude. A 
distinção reside no 
“como concorrer”, 
ou seja, nos meios 
utilizados para 
concorrer. A 
conquista de 
mercado resultante 
de processo natural 
fundado na maior 
eficiência de agente 
econômico em 
relação à seus 
competidores não é 
antijurídica. 
 
Desse modo, embora o 
conceito possa ser distinguido, na 
prática se torna muito difícil identificar 
e, sobretudo, punir tais condutas 
maliciosas que afrontam a estrutura 
 
 
da livre iniciativa. 
 
2. ÉTICA CONCORRENCIAL 
 
Observa-se grande número de 
empresas que não agem com ética em 
relação a seus concorrentes, 
praticando condutas desleais, 
prejudicando a livre concorrência e 
ocasionando danos aos clientes e 
consumidores. 
A concorrência ainda é pouco 
conhecida em suas particularidades. 
Acredita-se que todo ato que vise a 
conquista de clientela seja legal e 
decorrente natural da ordem 
econômica. A partir dessas 
percepções, por vezes equivocadas, 
surge a necessidade de repressão ao 
abuso da liberdade de exercício do 
poder econômico. Embora pouco 
conhecida, a lei de defesa da 
concorrência (Sistema Brasileiro de 
Defesa da Concorrência – SBDC – Lei 
n. 12.529/11) que regula tanto a 
conduta das empresas como as 
estruturas de mercado, pune as 
infrações da ordem econômica, 
visando proteger as empresas lesadas 
e sua clientela e resguardar a 
reputação do estabelecimento, 
segundo afirma Fázzio Junior (2015): 
 
O que a lei visa 
proteger, portanto, 
através da proteção 
do nome comercial, 
é a própria atividade 
da empresa, 
considerada como o 
complexo de meios 
idôneos, materiais e 
imateriais, pelos 
quais o comerciante 
explora 
determinada 
espécie de 
comércio. Entre 
esses imateriais 
compreende-se o 
elemento moral, isto 
é, o crédito, a 
reputação, a 
preferência e o favor 
do público, o 
renome do 
estabelecimento e a 
notoriedade dos 
produtos. Esse 
complexo de 
elementos que 
formam a reputação 
do comerciante, do 
estabelecimento e 
dos produtos, 
assegurando a 
probabilidade de se 
conservar a 
clientela habitual e 
de atrair novos 
compradores, é 
obra do tempo, do 
esforço diligente do 
comerciante, da 
honestidade de 
seus métodos de 
comércio, da 
qualidade e seleção 
de seus produtos, e 
também, do favor 
público, 
constituindo no 
dizer de Carvalho 
de Mendonça, o 
índice da 
prosperidade e da 
potência do 
estabelecimento 
comercial. 
 
Assim, se estabelece a 
imprescindibilidade de condutas 
morais entre empresários junto aos 
seus concorrentes e clientes, como 
alternativa à prevenção de agressões 
contra a economiade mercado. 
A busca incontrolável das 
empresas por posições dominantes de 
mercado torna a ética empresarial 
obsoleta. Decisões e projetos de 
organizações se respaldam cada vez 
mais em minimizar custos e gerar 
lucros com inobservância da moral e 
da ética, que são práticas essenciais 
de uma empresa. 
Como os pilares de uma 
economia justa e isonômica para 
todos, que se baseia na probidade e 
responsabilidade social de cada 
 
 
componente do mercado, não são 
notados, cabe ao Estado intervir 
diretamente no controle estrutural de 
mercado e das práticas 
anticoncorrenciais em busca do 
equilíbrio. De acordo com 
Vasconcellos/Garcia (2014, p. 23). O 
controle das estruturas de mercado diz 
respeito aos atos que resultem em 
qualquer forma de concentração 
econômica, seja por fusões ou por 
incorporações de empresas, pela 
constituição de sociedade para 
exercer o controle de empresas ou 
qualquer forma de agrupamento 
societário que implique participação 
da empresa ou grupo de empresas. 
Para a atuação do Estado na 
economia brasileira, em busca de 
tornar os mercados mais eficientes, 
com melhor qualidade de vida para a 
população e a defesa do bem estar 
público, estabelece a Constituição 
Federal de 1988, no artigo 170 os 
princípios gerais da atividade 
econômica. Todos os princípios são 
importantes, entretanto o objeto do 
estudo está nos incisos IV e V que 
assim dispõem: 
 
Art. 170. A ordem 
econômica, fundada 
na valorização do 
trabalho humano e 
na livre iniciativa, 
tem por fim 
assegurar a todos 
existência digna, 
conforme os 
ditames da justiça 
social, observados 
os seguintes 
princípios: 
[...] 
IV – livre 
concorrência; 
V – defesa do 
consumidor; 
 
Parágrafo único. É 
assegurado a todos 
o livre exercício de 
qualquer atividade 
econômica, 
independentemente 
de autorização de 
órgãos públicos, 
salvo nos casos 
previstos em lei. 
A partir de tais princípios se 
estabelece a ordem econômica e 
financeira do Estado brasileiro, 
exigindo de todos os que atuam direta 
ou indiretamente no mercado a 
observância de tais regras. 
 
3. A LIVRE CONCORRÊNCIA E 
SEUS LIMITES 
 
Em todas as atividades e 
segmentos há concorrência, mas o 
que é a concorrência? Conforme a lei 
(Enciclopédia Saraiva, 1977, p. 209), a 
concorrência é o “ato lícito, 
constituindo a rivalidade comercial ou 
industrial que faz com que os 
empresários disputem clientes ou 
fregueses”. 
A concorrência é regra de 
mercado, fazendo com que ocorra a 
elevação do nível de competitividade e 
também a qualidade dos produtos e 
serviços oferecidos ao mercado, 
exigindo, portanto, que as economias 
sejam mais eficientes e competitivas. 
Em mercados que há a predominância 
do princípio da livre concorrência e 
liberdade de iniciativa há abusos de 
toda natureza, razão pelo qual o 
Estado intervém, a fim de 
regulamentá-los. A respeito dessa 
necessidade de intervenção Estatal na 
seara da livre concorrência, defende 
Salomão Filho (1998, p. 15): 
 
A ideia de 
regulamentação do 
poder econômico no 
mercado tem 
origem em uma 
premissa 
socioeconômica 
fundamental: todo 
agrupamento social, 
por mais simples 
que seja, 
organizado ou não 
 
 
sob a forma de 
Estado, que queira 
ter como 
fundamento básico 
da organização 
econômica a 
economia de 
mercado deve 
contar com um 
corpo de regras 
mínimas que 
garantam ao menos 
o funcionamento 
desse mercado, ou 
seja, que garantam 
um nível mínimo de 
controle das 
relações 
econômicas. 
 
Dentre outras razões, a 
legislação previu como criminalização 
os atos comerciais desleais, 
permitindo a imputação de ilícito civil e 
até mesmo penal ao responsável pelo 
ato danoso. 
O Art. 173 da Constituição 
Federal disciplina de que maneiras o 
Estado pode participar das atividades 
econômicas e como os agentes 
privados o farão, dado o regime 
capitalista quanto à exploração 
econômica. Diante disso o Estado fará 
atividade empresarial por exceção, 
assim, ele só irá fazer atividade 
econômica direta se, e somente se, 
houver os imperativos da segurança 
nacional ou o relevante interesse 
coletivo, desde que definidos em lei ou 
em ato administrativo. Isso configura o 
princípio da subsidiariedade do Estado 
na economia, reforçando a ideia de 
que a livre iniciativa e a livre 
concorrência são especialmente aos 
agentes privados. 
Em decorrência disso, o Estado 
na realização de atividade econômica 
compete em igualdade de condição 
com os agentes privados, conforme 
disposto no texto do Art.173, §2°/CF, 
que diz: “As empresas públicas e as 
sociedades de economia mista não 
poderão gozar de privilégios fiscais 
não extensivos às do setor privado.” 
Garantindo deste modo a eficiente 
aplicação dos princípios econômicos e 
a livre concorrência. 
Não deixando de lado a 
repressão ao ‘abuso’ do poder 
econômico, legalmente expresso no 
Art.173/CF, §4° que dispõe: “A lei 
reprimirá o abuso do poder econômico 
que vise à dominação dos mercados, 
à eliminação da concorrência e ao 
aumento arbitrário dos lucros.” A lei 
referida neste artigo é a Lei n.12.529, 
de 30 de novembro de 2011, que veio 
substituir a antiga Lei n. 8.884 de 1994 
(Lei de Defesa da Concorrência). 
Comparato (1978, p. 31) 
defende ainda que: 
 
Nem todo ato 
danoso de 
concorrência é 
vedado pelo direito; 
isso porque é da 
natureza do 
mercado que a 
entrada de um novo 
concorrente cause, 
intencionalmente ou 
não, prejuízo ao 
concorrente 
anterior, seja por um 
preço mais atrativo, 
seja pela qualidade, 
maior garantia, 
maior prazo de 
pagamento etc. 
Esses atos não 
podem, por óbvio, 
ser taxados de 
desleais. 
 
Por isso se faz necessária a 
análise do caso concreto, podendo 
determinar se o concorrente utilizou ou 
não de meios desonestos, para 
desviar para si a clientela de outrem, e 
se pode ou não ser sancionado por 
suas condutas. 
 
4. SISTEMA BRASILEIRO DE 
DEFESA DA CONCORRÊNCIA 
 
 
 
A Lei n. 12.529, de 30 de 
novembro de 2011 vem como amparo 
e base legal em defesa da 
concorrência, estrutura e disciplina 
sobre o Sistema Brasileiro de Defesa 
da Concorrência (que é composto por 
duas autoridades, a SEAE/MF – 
Secretaria de Acompanhamento 
Econômico do Ministério da Fazenda 
e o CADE – Conselho Administrativo 
de Defesa Econômica, e traz seu 
objetivo no Art.1°, que assim dispõe: 
 
Art. 1. ° Esta Lei 
estrutura o Sistema 
Brasileiro de Defesa 
da Concorrência – 
SBDC e dispõe 
sobre a prevenção e 
a repressão às 
infrações contra a 
ordem econômica, 
orientada pelos 
ditames 
constitucionais de 
liberdade de 
iniciativa, livre 
concorrência, 
função social da 
propriedade, defesa 
dos consumidores e 
repressão ao abuso 
do poder 
econômico. 
A referida lei também traz quais 
são as infrações da ordem econômica, 
que estão dispostas em seu Art. 36, 
que diz: 
 
Art. 36. Constituem 
infração da ordem 
econômica, 
independentemente 
de culpa, os atos 
sob qualquer forma 
manifestados, que 
tenham por objeto 
ou possam produzir 
os seguintes efeitos, 
ainda que não 
sejam alcançados: 
I - limitar, falsear ou 
de qualquer forma 
prejudicar a livre 
concorrência ou a 
livre iniciativa; 
II - dominar 
mercado relevante 
de bens ou serviços; 
III - aumentar 
arbitrariamente os 
lucros;e 
IV - exercer de forma 
abusiva posição 
dominante. 
 
Esta norma também traz novas 
competências e disciplina a atuação 
do CADE, que é uma autarquia 
vinculada ao Ministério da Justiça que 
tutela o direito da livre concorrência, e 
tem por finalidade a intervenção na 
economia e no exercício da atividade 
econômica. Tem sua importância na 
garantia da quantidade produzida 
atendendo aos desejos do 
consumidor, à evitaro aumento 
artificial de preços (evitando o 
tabelamento) e evitar a diminuição do 
público consumidor e é responsável 
pela análise dos atos de concentração 
econômica, como fusão de aquisição. 
Matias-Pereira (2014) destaca a 
relevância do CADE dada pelo 
Estado: 
 
Procura-se evitar, 
assim, que as 
empresas 
estabelecidas 
abusem de suas 
posições 
dominantes, 
impondo restrições 
à competição nos 
mercados em que 
atuam ou, ainda, 
incrementem seu 
poder de mercado 
por meio de 
alianças ou fusões 
com empresas 
concorrentes. 
Com isso, o Estado pauta suas 
ações e políticas concorrenciais 
visando a garantia da ordem pública e 
a criação de uma nova cultura 
concorrencial entre produtores e 
consumidores, garantindo sempre a 
 
 
existência do mercado. Matias- 
Pereira (2014, p. 36) ainda completa: 
 
Pode se argumentar 
que a eficácia no 
esforço de se 
controlar as 
condutas 
anticompetitivas 
está relacionada 
aos seguintes 
aspectos: uma 
sociedade 
consciente da 
relevância da livre 
concorrência para 
garantir preços 
justos e o respectivo 
arcabouço jurídico-
institucional que 
fizer valer essa 
aspiração da 
sociedade. 
 
O autor também traz a política 
de defesa da concorrência no que 
concerne a seus objetivos: Política de 
defesa da concorrência – 
concorrência – eficiência econômica, 
que por sua acarreta – preços 
menores, maior nível de escolha, 
maior qualidade e inovação. 
 
 
5. CONCORRÊNCIA DESLEAL E 
SUAS ESPÉCIES 
 
Ao se falar em disputa, não há 
limites ao pensamento humano, no 
entanto cabe destacar dois tipos de 
concorrência, estes que ferem direitos 
de pessoas e empresas, quais sejam, 
a concorrência ilícita e a concorrência 
desleal. 
Camelier (2013,P.48) faz 
alusão ao conceito de concorrência 
ilícita e desleal adotadas por Pinto 
Nunes e Savatier que definem na 
seguinte ideia: 
Concorrência ilícita 
é a ocorrência de 
violação, pelo 
concorrente, de um 
dever legal 
determinado–
contratual ou legal. 
Ao passo que a 
concorrência 
desleal seria uma 
infração a um dever 
moral – abstenção 
de atos contra as 
práticas honestas 
da indústria e no 
comércio – não 
observado pelo 
concorrente. 
 
No geral, tais tipos de 
concorrência se refere aos atos que 
prejudicam o competidor nas relações 
de mercado. Versando sobre esses 
conceitos, Pontes De Miranda (1956, 
p. 268-269) argumenta: 
 
Tem-se arguido 
contra a expressão 
“concorrência 
desleal” ser elástico 
o conteúdo do 
adjetivo “desleal”, 
que mais depende 
dos sujeitos, que 
concorrem, em suas 
diferentes carga de 
moralidade, do que 
no ato em si 
mesmo. Prefere-se 
lhe “ilícita”, mas a 
ilicitude é apenas a 
contrariedade à lei, 
direito, quando a 
regra jurídica 
cogente precisa o 
que não se deve 
fazer. À medida que 
tais regras jurídicas 
cogentes se 
formulem a 
concorrência 
desleal revela-se a 
concorrência ilícita 
em si mesma, sem 
que deixe de haver 
franja de 
concorrência 
desleal não coberta 
em si mesma. 
 
Trata-se de uma distinção 
conceitual teórica, que só poderá ser 
 
 
definida as condutas se analisadas no 
caso concreto. Sobre isso Camelier 
(2013, p. 63) conclui: 
 
Concorrência 
desleal é todo e 
qualquer ato 
praticado por um 
industrial, 
comerciante ou 
prestador de 
serviço, contra um 
concorrente direto 
ou indireto, ou 
mesmo a um não 
concorrente, 
independentemente 
de dolo ou culpa, 
utilizando-se de 
meios ilícitos com 
vistas a manter ou 
incrementar sua 
clientela, podendo 
ou não desviar, em 
proveito próprio ou 
de terceiro, direta ou 
indiretamente, 
clientela de outrem. 
Esses atos são 
contrários às 
práticas e usos 
honestos 
perpetrados na 
indústria, comércio 
e serviços. 
Não se descarta a 
responsabilidade civil na 
responsabilidade extracontratual, que, 
embora não entabulada, há o respeito 
mútuo natural decorrente da 
participação na economia. 
Há ainda a concorrência 
parasitária, a qual não há a agressão 
frontal e direta, mas indireta e sutil. 
Nesta modalidade, o agente não visa 
o prejuízo do concorrente parasitado, 
embora isso ocorrerá por 
consequência. Assim, o agente busca 
imitar os métodos e formas de 
administração do parasitado, 
copiando suas técnicas e inovações. 
Gusmão expressa no que consiste a 
concorrência parasitária: 
 
Na procura, por um 
concorrente, de 
inspiração nas 
realizações de 
outro, no tirar 
partido, 
indevidamente, do 
resultado dos 
esforços e das 
inovações do 
concorrente no 
plano tecnológico, 
artístico ou 
comercial, sem 
estar agindo em 
manifesta violação 
dos direitos do 
concorrente. Os 
atos do parasita, 
tomados 
isoladamente, não 
constituiriam atos 
ilícitos; mas a sua 
repetição,a sua 
constância e o claro 
objetivo de “colar-
se” na direção 
tomada pelo 
concorrente, 
indicam uma 
situação de 
concorrência 
parasitária. 
 
O parasita se aproveita do 
esforço alheio para alavancar seus 
negócios, sem empenhar labor 
próprio. 
Com relação à existência ou 
não do dolo, ou a ocorrência de culpa, 
o Código Civil em seu Art. 186 
completa que: “Aquele que, por ação 
ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato 
ilícito.”. Com a disposição desse artigo 
é notável a presença da indenização, 
ou seja, o agente causador dos danos 
decorrentes de condutas ilícita e 
desleal deve ressarcir o prejudicado. 
O Art. 187 do mesmo código 
complementa: “Também comete ato 
ilícito o titular de um direito que, ao 
exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim 
 
 
econômico ou social, pela 
boa-fé ou pelos bons costumes.”, 
assim como o agente prejudicador 
excede os limites econômicos 
impostos legalmente, deve reparar a 
conduta danosa. 
Destarte, as empresas devem 
obedecer aos primados da lealdade 
comercial e empenhar seus esforços 
com total observância às regras que 
pautam a concorrência desleal. Com 
isso o direito de disputa de uma 
empresa se limita ao começar a 
prejudicar à outras com suas condutas 
visando clientela, pois, apesar de a 
livre iniciativa ter amparo 
constitucional, não é irrestrita (sendo 
limitada legalmente), ou seja, 
excedidos os limites estabelecidos 
pelo exercício comercial e industrial, 
caracteriza-se o ilícito da concorrência 
desleal. 
 
6. PROTEÇÃO LEGAL DA 
CLIENTELA 
 
Clientela, segundo Barreto 
Filho apud Negrão (1969), pode ser 
definida como “o conjunto de pessoas 
que, de fato, mantêm com o 
estabelecimento relações continuadas 
de procura de bens e serviços” 
Logo, a clientela é o resultado 
natural decorrente do esforço do 
empresário e da qualidade dos bens e 
serviços por ele oferecidos. Mesmo 
que não possa ser tomada como 
elemento que integra o fundo de 
comércio, são significa que não seja 
amparada ainda que indiretamente 
como bem incorpóreo da empresa, 
uma vez que não há expresso no 
ordenamento jurídico a proteção da 
clientela ou freguesia. A respeito disso 
Barreto Filho (1969, p. 184) 
argumenta: 
 
A proteção da 
clientela é 
assegurada pela lei 
de modo indireto, 
mediante a tutela de 
determinados 
fatores que a 
condicionam, quais 
sejam, a repressão 
às práticas desleais, 
a posição de 
exclusividade 
reconhecida aos 
autores de criações 
intelectuais, o uso 
exclusivo dos sinais 
distintivos, enfim, as 
obrigações de fazer 
ou de não fazer, 
impostas nestas 
situações 
 
A lei mencionada é a Lei n. 
9.279/96 (Lei da Propriedade 
Industrial), que no 
títuloV(arts.183a210)abordaoscrimesc
ontraapropriedadeindustrial,quaisseja
m, crimes contra as patentes, crimes 
contra as marcas, crimes cometidos 
por meio de marca, títulode 
estabelecimento e sinal de 
propaganda, crimes contra indicações 
geográficas e demais indicações, e 
por fim, crimes de concorrência 
desleal. Este último, os crimes 
especificados como concorrência 
desleal está elencado no Art. 195 da 
mesma lei. A respeito disso Negrão 
(1999) defende: 
Todos os tipos 
penais do Título V 
protegem 
indiretamente a 
clientela e não 
apenas os 
mencionados no art. 
195 sob a rubrica 
específica (contra a 
concorrência 
desleal), dando 
ensejo a 
indenizações de 
ordem civil pelos 
benefícios que o 
prejudicado teria 
auferido. 
 
Em razão disso, a falta de 
 
 
norma legal explícita de amparo e 
proteção à clientela ou freguesia não 
obsta a inocência do responsável 
pelas condutas prejudiciais e danosas, 
ainda que a clientela não seja um bem, 
Negrão (1999) afirma que ela “é fator 
do conjunto de bens”. 
Vale destacar que a pena 
incorrida no art. 195 desta lei (Dos 
crimes de Concorrência Desleal) é de 
detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) 
ano, ou multa. 
 
7. O VALOR ECONÔMICO DO 
COMPORTAMENTO ÉTICO 
 
Relacionada ao conceito de 
responsabilidade social da 
organização, a ética nos negócios 
pode ser compreendida como o 
conjunto de regras e valores sociais 
que indicam se o comportamento é 
aceitável ou não. Sendo que “a 
concorrência é indispensável para a 
eficiência econômica” e tendo como 
base, a moralidade, “a ética nos 
negócios é indispensável para o 
crescimento econômico, sadio e 
sustentado em uma economia de 
mercado”, defende Montoro Filho 
(2012,p.32), e ainda acrescenta: 
 
Em uma economia 
de mercado, a 
existência de regras 
de 
comportamentos, 
direitos e deveres, 
respeitados e 
obedecidos por 
todos, é talvez ainda 
mais importante. A 
atividade 
econômica, tanto na 
esfera da produção 
como na esfera das 
trocas, requer 
confiança em 
relação ao 
cumprimento do que 
foi acertado; senão 
o for, que existam 
meios de exigir seu 
cumprimento. 
Quanto mais houver 
obediência 
espontânea das 
regras, ou seja, 
comportamentos 
éticos, menos 
tempo e dinheiro 
serão desviados 
para se defender de 
eventuais 
comportamentos 
não éticos e acionar 
os mecanismos de 
defesa dos direitos 
afetados. Com isso, 
mais recursos e 
esforços podem ser 
aplicados nas 
atividades de 
produção e de 
trocas, aumentando 
o produto social e o 
bem-estar 
econômico. 
 
Ainda que não haja acerto, 
existe ou deveria existir o respeito 
mútuo dos que compõem o mercado e 
a força econômica, pautando seus 
esforços na conquista natural do 
mercado, sem que cause prejuízo aos 
seus concorrentes. 
Montoro Filho (2012,p.07) 
conclui que “quanto mais confiança, 
mais dispostas as pessoas estarão a 
poupar e investir e, portanto, maiores 
serão as perspectivas de crescimento 
econômico” pois “a repetida 
impunidade gera sério desânimo 
àqueles que cumprem suas 
obrigações e torna-se um potencial 
estímulo às atividades ilegais” A falta 
de ética pode surgir também pelo 
desrespeito à legislação tributária, 
previdenciária, trabalhista, o que 
acarreta um prejuízo ao Estado e à 
sociedade como um todo. 
 
 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A nova configuração 
econômica trouxe mudanças 
 
 
expressivas para o comportamento do 
homem, como pessoa, como 
profissional e para a vida em 
sociedade. Mercado competitivo, 
concorrência acirrada, consumismo 
exacerbado, o capitalismo e a 
globalização figuram como os grandes 
vilões, os causadores desses 
problemas. Como salva vidas o 
mercado tem recorrido à ética 
empresarial, esta que é entendida 
como o bem comum a todos. 
A competição natural no meio 
econômico busca, ou deveria buscar, 
o desenvolvimento econômico e 
social, no entanto há os que se 
aproveitam de vantagens alheias a fim 
de auferir também algum benefício, o 
que chamamos de concorrência 
desleal, uma maneira desonrosa de 
competir sem que haja honestidade 
alguma. 
A aplicação da ética no meio 
empresarial é mais vantajosa que as 
sanções impostas pelo Estado nas 
correções de atos de comércio ilegais 
em comportamentos de empresas que 
lesam o bem estar social e prejudicam 
os consumidores. O regime jurídico 
comercial busca punir e corrigir 
possíveis falhas nas relações 
comerciais, acompanhando o ritmo 
acelerado do desenvolvimento social e 
financeiro do mercado. 
No que tange a eficácia de tais 
normas, não se pode afirmar que são 
absolutamente válidas suas 
aplicações, eis o porquê de se inserir 
a moral e a ética como base nas 
relações empresariais, estabelecendo 
vínculos de confiança, de modo que 
todos participem em iguais condições 
de uma economia extensa e forte. 
Enfim, reconhece-se que é 
inerente ao ser humano o desejo pelo 
poder, levando a prejudicar outrem a 
fim de alcançá-lo. Ainda que o Estado 
interfira, não se pode dizer que o 
mercado é de justa competição, vez 
que as diferentes formas de disputas 
geram a concorrência desleal. Por 
isso a ética deve nortear toda prática 
comercial, tendo observância 
suprema no meio econômico. 
 
9. REFERÊNCIAS 
 
 
BARRETO FILHO, Oscar, .Teoria do 
estabelecimento comercial: Fundo de 
Comércio ou Fazenda Mercantil. São 
Paulo: Max Limonad, 1969. 
 
CAMELIER DA SILVA, Alberto Luís. 
Concorrência desleal: atos de 
confusão. – São Paulo: Saraiva, 2013. 
 
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de 
direito comercial: direito de empresa. – 
27. ed. – São Paulo: Saraiva, 2015. 
 
COMPARATO, Fábio Konder. 
Ensaios e pareceres de direito 
empresarial. Rio de Janeiro: Forense, 
1978Constituição Da República 
Federativa Do Brasil De 1988; 
 
Enciclopédia Saraiva do Direito. 
Coordenação do prof. R.Limongi 
França. São Paulo: Saraiva, 1977. v. 
17. 
 
FÁZZIO JÚNIOR, Waldo. Manual de 
direito comercial. – 16. ed. – São Paulo: 
Atlas, 2015. 
 
GUSMÃO, José Roberto. Do 
aproveitamento parasitário da fama e 
signo distintivo alheio no exame dos 
pedidos de registro de marcas no 
Brasil. Parecer convertido no Ato 
Normativo INPI n. 123/94 
 
Lei N. 10.406, De 10 De Janeiro De 
2002 (Código Civil); 
 
MATIAS-PEREIRA, José. Manual de 
defesa da concorrência: política, 
sistema e legislação antitruste 
brasileira. – São Paulo: Atlas, 2014. 
 
 
 
MIRANDA, Pontes de. Tratado de 
direito privado, t. XVI e XVII, Rio de 
Janeiro: Borsoi, 1956. 
 
MONTORO FILHO, André Franco, 
1944- Corrupção, ética e economia. – 
Rio de Janeiro: Elsevier; São Paulo: 
ETCO, 2012. 
 
NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito 
comercial e de empresa, volume 1: 
teoria geral da empresa e direito 
societário. – 12. ed. – São Paulo: 
Saraiva, 2015. 
 
SALOMÃO FILHO, Calixto. Direito 
concorrencial: as estruturas. São 
Paulo: Malheiros Editores, 1998. 
 
SEVERINO, Antônio Joaquim. 
Metodologia do trabalho científico. 23. 
ed. São Paulo: Cortez, 2007. 
 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito 
empresarial: teoria geral e direito 
societário, volume 1. – 6. ed. – São 
Paulo: Atlas 2014. 
 
VASCONCELLOS, Marco Antônio S. 
e GARCIA, Manuel E.-
 
Fundamentos de Economia. - 2 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2005. 
	CONCORRÊNCIA DESLEAL: Práticas Anticoncorrenciais Que Atentam Contra a Livre Iniciativa Econômica, e a Busca Da Ética Empresarial Como Pilar No Equilíbrio Da Livre Concorrência Num Mercado Competitivo
	1. INTRODUÇÃO
	2. ÉTICA CONCORRENCIAL
	3. A LIVRE CONCORRÊNCIA E SEUS LIMITES
	4. SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA
	5. CONCORRÊNCIA DESLEAL E SUAS ESPÉCIES
	6. PROTEÇÃO LEGAL DA CLIENTELA
	7. O VALOR ECONÔMICO DO COMPORTAMENTO ÉTICO
	8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	9. REFERÊNCIAS

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