CONTESTAÇÃO TRABALHISTA word

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EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 15ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE RECIFE/PE
 A SOCIEDADE EMPRESÁRIA TRANSPORTE RÁPIDO LTDA, já qualificada nos autos do processo sob o número em epigrafe, por seu procurador que junta neste ato instrumento de procuração, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência para apresentar defesa na forma de CONTESTAÇÃO À RECLAMATÓRIA TRABALHISTA que lhe move GILSON REIS, também já qualificado nos autos pelos fatos e fundamentos de direito que a seguir passa a expor:
 
PRELIMINARMENTE
1 – Prescrição Parcial
O Reclamante foi contratado em 13/05/2011 e ajuizou Reclamação Trabalhista em 20/04/2017. Observa-se que houve negligência do Reclamante em pleitear a ação em momento oportuno, visto que ocorreu prescrição parcial, relativa às parcelas anteriores a
20/04/2012, pois a discussão processual está restrita aos cinco anos anteriores ao ajuizamento da ação, nos termos do art. 7, inciso XXIX, da CF/88 c/c com o art. 11, caput, da CLT, que dispõe:
Art. 11, CLT. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
Na mesma linha de raciocínio, dispõe a Súmula 308 do TST:
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. SÚMULA
308, INCISO I – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores há cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da data da extinção do contrato (OJ 204 SDI-1 – Res.
129/05, DJ 20.04.2005).
MÉRITO
2 - DO RESUMO DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
O Reclamante foi contratado em 13/05/2011, para exercer a função de auxiliar de serviços gerais, trabalhava de segunda a sexta- feira, das 05h00minh às 15h00minh, com intervalo de duas horas para a refeição, sendo dispensado em 09/12/2016, tendo cumprido o aviso prévio.
No dia 20/04/2017, o empregado ajuizou Reclamação
Trabalhista pleiteando:
I - Reintegração ao serviço, por ter apresentado candidatura ao cargo de dirigente sindical;
II - Horas extras, em relação a sua jornada de trabalho; III - Adicional noturno;
IV - Remuneração do intervalo intrajornada como hora extra, alegando que este não era observado.
3 - DA REINTEGRAÇÃO AO SERVIÇO
O Reclamante apresentou candidatura a cargo de dirigente sindical de sua categoria no dia 20/11/2016, requerendo sua reintegração. Entretanto, tal situação não merece prosperar, visto que o registro da candidatura durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não gera estabilidade ao empregado, conforme se extrai da leitura da Súmula 369, inciso V, do TST, que dispõe:
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. SÚMULA
369. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA: INCISO V. O registro da candidatura do empregador a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade,
Visto que inaplicável a regra do § 3 do art. 543 da consolidação das leis do trabalho.
Portanto, o pedido do Reclamante encontra-se em desacordo com a legislação, devendo ser julgado improcedente.
4. DA HORA EXTRA REFERENTE À JORNADA DE TRABALHO
O Reclamante laborava de segunda a sexta, das
05h00minh às 15h00minh, com direito a 2h00min (duas horas) de intervalo, propondo o pagamento de hora extra à sua jornada.
Entretanto, da análise do caso em questão, não há razões legais para sua propositura, pois sua jornada não excedia os limites impostos de 8h00min (oito horas) diárias ou 44h (quarenta e quatro) semanais, amparados pela CF/88. Ressalta-se também sua conformidade com a legislação trabalhista, nos termos dos artigos 56, caput e 71, caput, da CLT.
Portanto, não há razões ao Reclamante para requerer tal pagamento.
5. DO ADICIONAL NOTURNO
O Reclamante trabalhava de segunda a sexta-feira, das
05h00min às 15h00min, com intervalo de duas horas para refeição, postulando em reclamação o pagamento de adicional noturno.
Ocorre que o trabalho noturno, segundo a legislação vigente, é aquele executado entre as 22h (vinte e duas horas) de um dia e às 5h (cinco horas) do dia seguinte, nos termos do art. 73, parágrafo 2º, da CLT.
Portanto, observa-se que o requerimento do Reclamante não possui respaldo legal, devendo ser julgado improcedente.
6. DA HORA EXTRA REFERENTE AO INTERVALO
O Reclamante alega em sua Reclamação Trabalhista a inobservância do intervalo intrajornada, postulando o pagamento como hora extra.
Analisando sua jornada de trabalho diária, das 05h00min às 15h00min, constata-se que há um intervalo intrajornada de 14 (quatorze) horas, ou seja, está em perfeita conformidade com o que exige a legislação, que determina um intervalo mínimo de 11 (onze) horas consecutivas entre 2 (duas) jornadas de trabalho, de acordo com o art. 66, da CLT.
Dessa forma, não há fundamentos que sustento eventual pedido do Reclamante, devendo restar improcedente.
7. DOS PEDIDOS
Diante dos fatos e fundamentos apresentados, requer a
Vossa Excelência:
1. Que seja acolhida a preliminar sobre a prescrição parcial;
2. Que sejam julgadas improcedentes as pretensões apresentadas pelo Reclamante, tendo em vista que não encontram respaldo na legislação vigente;
3. A condenação do Reclamante ao pagamento das custas judiciais e demais encargos legais.
8. DAS PROVAS
Protesta provar o alegado pelos meios de prova permitidos no Direito, notadamente o depoimento pessoal do Reclamante e a prova documental.
Nestes Termos,
Pede deferimento
RECIFE /PE, dia, mês de 2018
Advogado: 
OAB/UF
ALUNOS: