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RECLAMAÇÃO TRABALHISTA- seção 2 estagio

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EXECELENTICIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ..VARA DO TRABALHO DA COMARDA DE GOIANIA/GO
ALBANO MACHADO, brasileiro, casado, profissão, inscrito no CPF sob nº123.456.789-00, portador do RG nº 000000 XX/XX, endereço eletrônico XXXXX@XXX.com.br, residente e domiciliado à rua Alameda do Riacho, nº 125, Bairro Vila Paris, Goiânia/GO, CEP: 74.000-000, filho de XX e XX, por intermédio de seu advogado subscrito, com endereço profissional à XXXX e endereço eletrônico XXXXX@XXX.com.br, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente:
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
Em desfavor da empregadora Sra. Maria José Pereira, brasileira, casada, profissão, inscrito no CPF sob o nº 055.222.345-61, portador do RG nº 000000 XX/XX, endereço eletrônico XXXXX@XXX.com.br, residente e domiciliada à rua Girassol, nº 380, apartamento 301, Bairro Mendanha, Goiânia/GO, CEP: 74.100-000, a pessoa de seu representante legal, pelos fatos e fundamentos que passa a expor a seguir:
1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Conforme art. 790 §3º da CLT, o autor declara para os devidos fins e sob pena da lei, ser Hipossuficiente, encontrando-se desempregado e não tendo como arcar com o pagamento de custas e demais despesas processuais, sem prejuízo de seu sustento e da sua família.
Assim sendo, nos termos do art. 790, da CLT, requer que sejam deferidos os benefícios da assistência judiciária gratuita.
2. SINTESE DO CONTRATO DE TRABALHO
Albano Machado, foi contratado pela Maria José Pereira para exercer as funções de cuidador de seu marido, o Sr. Antenor Becha Pereira de 80 anos de idade e necessita de cuidados especiais, pois sofreu acidente vascular cerebral, tendo ficado com varias seqüelas.
O contrato de trabalho se iniciou em 01/02/2012, tendo sempre prestado serviço na residência do casal. Trabalhava em regime 12X36, sempre de 07:00 horas as 19:00 horas, conforme contrato de trabalho em anexo.
Durante os dois primeiros anos de trabalho recebeu o valor de R$ 120,00 por cada plantão de 12 horas realizado. No período restante quantia ajustada foi de R$150,00. Tendo em vista o labor do citado regime, quando seu plantão coincidia com domingo ou feriado, não havia remuneração direfernciada ou folga compensatória. Além disso, durante as 12 horas em que ficava na casa dos SRS. Antenor e Maria José somente parava o trabalho durante 30 minutos para almoçar, laborando ininterruptamente o restante do período.
O pacto laboral durou até o dia 06/02/2017.
Nos termos da Emenda Constitucional n. 72/13 e da Lei Complementar n 150/15, o reclamante se enquadra como trabalhador domestico, eis que exerceu suas funções no âmbito domestico á família da reclamada, laborando mais de dois dias por semana. Dessa forma, todos os pleitos dessa petição inicial devem ser analisados sob o prisma do trabalho domestico.
3. DA JORNADA DE TRABALHO
I- HORAS EXTRAS
Durante todo o pacto laboral o reclamante laborou em regime de revezamento no sistema 12 horas por 36 horas de descanso, sempre de 07:00 horas às 19:00 horas.
Desta forma, acerca da validade jurídica da referida jornada, eis que apenas a legislação sobre algumas profissões permite sua adoção especificas . Todavia, o art. 7º, inciso XIII, da Constituição Federal de 1988, assim dispõe:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
Diante desta previsão constitucional Tribunal Superior do trabalho firmou entendimento de que a flexibilização da jornada de trabalho, hipótese do regime 12X36, é possível desde que ocorra por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho. Neste contexto, as horas laboradas no mencionado regime não sofreram acréscimo do adicional previsto no art. 7º, inciso XIII, da Constituição Federal de 1988. Do mesmo modo a sumula n 444 do TST, dispõem:
SÚMULA N.º 444 - JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE.
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.
Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25-9-2012
No entanto, no caso sob exame a reclamada ou a categoria a categoria a quem pertence não celebrou negociação coletiva autorizando a adoção do regime de trabalho denominado 12X36.
Salienta-se que relativo ao trabalho domestico a previsão legal de adoção da jornada 12X36 por meio de acordo ou convenção coletiva se deu somente com o inicio da vigência da lei Complementar n. 150, em 02/06/2015. Em seu art. 10 há previsão acerca da adoção da mencionada jornada mediante previsão no contrato de trabalho, o que existe na espécie.
Conclui-se, pois, que o reclamante laborava em regime de trabalho extraordinário, porém não recebendo corretamente as horas extras a que tinha direito, pois conforme comprovar-se-á pelos cartões de ponto a serem juntados, o mesmo laborava em jornada excedente a oito horas diárias, conforme no art. 7º, inciso XIII, da constituição Federal de 1988.
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das horas extras excedentes a 8ª hora diária, desde a sua contratação (01/02/2012) até 01/01/2015, com reflexos em aviso prévio, férias mais 1/3, décimo terceiro salário e na multa de 40% do FGTS.
II- TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS
No trabalho do regime 12X36 é inevitável a coincidência de labor em domingos e feriados, o que ocorre pela própria natureza da jornada adotada.
De acordo com o caso em analise, houve labor em vários domingos feriados, sem que houvesse folga compensatória ou remuneração diferenciada pelo labor desempenhado nestes dias, nos termos da Lei n. 605/49.
Desse modo, requer o pagamento em dobro dos domingos e feriados trabalhados durante todo o contrato de trabalho.
III- INTERVALO INTRAJURNADA
O reclamante nunca gozou de uma hora de intervalo para refeição e descanso, conforme é assegurado aos trabalhadores domésticos desde a publicação da Lei Complementar n. 150/15. Seu art. 13 assim dispõe:
Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.
Considerando o não cumprimento ao intervalo mínimo de uma hora, requer a condenação da reclamada ao pagamento de uma hora extra por dia de trabalho. Nos termos da Súmula n. 437, do TST, desde a publicação da Lei Complementar n. 150, em 02/06/2015, até o término do contrato de trabalho, reflexos em aviso prévio, férias mais 1/3, décimo terceiro salário e na multa de 40% do FGTS.
4. DISPENSA POR JUSTA CAUSA:
O reclamante foi dispensado por justa causa em 06/02/2017, ocasião em que discutiu com a sua empregadora, ora reclamada.
Ela lhe pediu para dar banho pela manha no Sr. Antenor, de quem o reclamante cuidava durante todos os dias de trabalho. Contudo, como convivia mais próximo do enfermo, preferia dar o banho após o almoço, período do dia em que era mais quente e mais confortável para o idoso.
Alem do mais, a reclamada não gostava que deixasse que o Sr. Antenor assistisse televisão, o que de fato não era observado pelo reclamante, haja vista que o doente ficava muito feliz nos momentos em que estava á frente do televisor.
Durante o contrato de trabalho o reclamante e a reclamada chegaram a discutir algumas vezes sobre estes fatos, sempre de maneira respeitosa. Em nenhum momento o reclamante foi advertido ou suspenso de suas atividades laborais em decorrência destes fatos, o que corrobora a inexistência de gravidade na sua condutapor ele adotada.
Neste cenário, não resta duvidas de que a conduta do trabalhador nunca foi grave nem sequer para motivar uma penalidade, como advertência ou suspensão. Assim, não encontra respaldo legal a pura e simples dispensa por justa causa, que sequer foi precedidas de outras penalidades, havendo, portanto, afronta ao caráter pedagógico da punição disciplinares.
Não foi observado também o principio da proporcionalidade, pois a dispensa por justa causa é incabível no caso concreto, em que as atitudes do reclamante não foram graves o suficiente para ensejar esta medida extrema.
Neste sentido dispõe a jurisprudência:
RECURSO ORDINÁRIO. JUSTA CAUSA. REQUISITOS. Cabe ao magistrado apurar e avaliar a dispensa por justa causa com a máxima cautela e razoabilidade, incubind-lhe medir e sopesar, adequadamente, os fatos que a ensejaram. Assim sendo, impõe sejam verificados pelo julgador a tipicidade (enquadramento em uma das hipóteses descritas no art. 482 da CLT) e a proporcionalidade entre a falta e a sanção aplicada, sem perder de vista o caráter pedagógico das penas disciplinares, a imediatidade da punição, a ausência de perdão tácito e de duplicidade punitiva. Restando comprovado o fato ensejador da justa causa e a adequação da penalidade aplicada, deve ser mantida a dispensa perpetrada.
TRT da 3.ª Região; Processo: 0000328-66.2015.5.03.0107 RO; Data de Publicação: 14/02/2017; Órgão Julgador: Oitava turma; Relator: Convocada Ana Maria Espi Cavalvanti; Reviso: Marcio Ribeiro do Valle
Perante o exposto, requer a reversão da dispensa por justa causa em despensa imotivada, com o conseqüente pagamento das verbas rescisórias que foram sonegadas, ou seja, aviso prévio, férias proporcionais mais 1/3, décimo terceiro salário proporcional e multa de 40% sobre o saldo do FGTS.
Ademais, requer a condenação da reclamada à emissão dos documentos necessários para sacar o valor depositado na sua conta vinculada do FGTS e para o recebimento do seguro desemprego.
5. IDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Como se não bastasse o equivoco cometido no que tange à aplicação da justa causa, a reclamada ainda apôs informação na CTPS do trabalhador acerca desta modalidade de dispensa. 
O art. 29, §4º, dispõe que é vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua CTPS. As anotações na CTPS devem se resumir aos dados do contrato de trabalho, não podendo ser inserida no documento qualquer informação que possa denegrir a imagem, a honra ou a dignidade do trabalhador. No caso sob exame, ainda que fossem correta a dispensa por justa causa, o que se admite somente em atenção ao princípio da eventualidade, ainda assim não poderia esta informação constar no mencionado documento.
Isto posto, a reclamada agiu em abuso de direito, violando a dignidade do trabalhador, o que não pode ser tolerado, nos termos dos arts. 186 e 927, do Código Civil. 
Ao inserir a informação de que a dispensa se deu por justa causa, a empregadora torna publico o que deveria se restringir ao circulo privado dos contratantes, alem de dificultar a incorporação do reclamante no mercado de trabalho.
Nesta situação, é claro a ofensa ao art. 223-B, da CLT, uma vez que atingida a esfera moral do trabalhador, o que não pode ser tolerado.
Assim sendo, requer a condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, em valor a ser arbitrado pelo julgador.
6. MULTA 
O art. 477, §8, da CLT, dispõe que o empregador deve pagar multa equivalente ao seu salário em caso de atraso no pagamento das verbas rescisórias.
De acordo com o esclarecido do tópico anterior, o presente caso versa sobre reversa da justa causa aplicada. Assim, uma vez reconhecida a reversão pelo Poder Judiciário, deve ser deferida a multa prevista no citado dispositivo legal, considerando que foi a conduta ilegal da reclamada que acarretou o não pagamento das verbas rescisórias no prazo estipulado pelo próprio art. 477, da CLT. A respeito da aplicação da multa prevista no art. 477, §8º, da CLT, aos casos de reversão de justa causa, o Colendo Tribunal Superior do Trabalho já consolidou entendimento:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA- DESCABIMENTO. [...] 2. MULTA DO ART. 577, § 8º, DA CLT. JUSTA CAUSA AFASTADA EM JUIZO. Com o cancelamento da orientação jurisprudencial n 351 da SBDI-1, a jurisprudência desta corte esta firmada no sentido de que a multa prevista no §8º do art. 477 da CLT apenas é indevida quando o trabalhador der causa à mora. Neste contexto, o reconhecimento da dispensa imotivada em juízo não afasta a incidência da penalidade. Precedentes [...] Agravo de instrumento conhecido e desprovido.” (TST, AIRR-95600-68.2006.5.01.007, Data de Julgamento: 8/5/2013, Relator Ministro:Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/5/2013)
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento da multa prevista no art.477, §8º, da CLT.
7. PEDIDOS
Diante do exposto, o reclamado requer:
1- A citação da reclamada para, querendo, comparecer à audiência e responder a presente, sob pena do decreto de sua revelia e conseqüente aplicação dos efeitos da confição, presumida, quando à matéria fatídica, CLT, art. 844, caput.
2- O deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 790, da CLT
3- 
4- A condenação da reclamada ao pagamento das seguintes parcelas:
5- Horas extras excedentes à 8ª diária, desde a sua contratação (01/02/2012) até 01/01/2015, com reflexos em aviso prévio, férias mais 1/3, décimo terceiro salário e na multa de 40% do FGTS.;
6- Pagamento em dobro dos domingos e feriados trabalhados durante todo o contrato de trabalho;
7- Pagamento de uma hora extra por dia de trabalho. Nos termos da Súmula n. 437, do TST, desde a publicação da Lei Complementar n. 150, em 02/06/2015, até o término do contrato de trabalho, reflexos em aviso prévio, férias mais 1/3, décimo terceiro salário e na multa de 40% do FGTS;
8- Reversão da dispensa por justa causa em despensa imotivada, com o conseqüente pagamento das verbas rescisórias que foram sonegadas, ou seja aviso prévio, férias proporcionais mais 1/3, décimo terceiro salário proporcional e multa de 40% sobre o saldo do FGTS;
9- Indenização por danos morais, em valor a ser arbitrado pelo julgador;
10- Multa prevista no art. 477,§ 8º, da CLT;
11- Honorários advocatícios previstos no art. 791-A, da CLT.
12- Requer:
O reclamante protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito.
Requer, ainda, que todos os valores porventura apurados sejam atualizados monetariamente e que incidam juros desde a citação.
Dá-se à presente reclamação trabalhista, somente para fins de definição de alçada, o valor de R$51.000,00 (cinqüenta e um mil reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Goiânia- GO
Dia, mês, ano.
Assinatura
Advogado OAB/GO nº xxxx

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