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Acidente de Trabalho e Estratégias de Prevenção Os acidentes, as doenças e as mortes no trabalho têm sido motivo constante de muita discussão, devido a estarem entre as maiores problemáticas relacionadas à saúde do trabalhador no Brasil. Constata-se que, nas últimas décadas, as empresas têm objetivado, primordialmente, alcançar o desenvolvimento tecnológico, mas que, nem sempre existe uma preocupação paralela e eficaz relacionada aos aspectos ligados às condições de trabalho. De acordo com Todeschini: (...) de cada 100 acidentes de trabalho, 25 trabalhadores se tornam inválidos, situação similar a de uma guerra. Na data de hoje, em todo o país, 45 trabalhadores diariamente saíram de casa e não voltarão mais ao trabalho, tanto por causa de acidentes quanto por motivos de morte. Apesar dos quantitativos alarmantes e das normas de segurança em vigor, estes não estão sendo suficientes para a criação e manutenção de um ambiente isento de riscos. A grande dificuldade para o cumprimento dessas normas é o convencimento de que a prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais é um investimento que interfere diretamente na produtividade e qualidade do produto produzido ou serviço prestado. Segundo a NBR 14.280 da ABNT, acidente do trabalho é a “ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada ao exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal ou que decorre de risco próximo ou remoto dessa lesão”. * Os acidentes de trabalho podem ser classificados em três tipos: Acidente típico, de trajeto e devidos à doença do trabalho. Segundo a Previdência Social possuem as seguintes definições: Acidentes Típicos – são os acidentes decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo acidentado. Acidentes de Trajeto – são os acidentes ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa. Acidentes Devidos à Doença do Trabalho – são os acidentes ocasionados por qualquer tipo de doença profissional peculiar a determinado ramo de atividade constante na tabela da Previdência Social. Principais causas dos acidentes no trabalho Estudos nacionais e internacionais informam que a maioria dos acidentes e das doenças decorrentes do trabalho ocorrem, segundo Damasceno, principalmente por: Falta de planejamento e gestão gerencial compromissada com o assunto; Descumprimento da legislação; Desconhecimento dos riscos existentes no local de trabalho; Inexistência de orientação, ordem de serviço ou treinamento adequado; Falta de arrumação e limpeza; Utilização de drogas no ambiente de trabalho; Inexistência de avisos, ou sinalização sonora ou visual sobre os riscos; Utilização de máquinas e equipamentos ultrapassados ou defeituosos; Utilização de ferramentas gastas ou inadequadas; Iluminação deficiente ou inexistente; Utilização de escadas, rampas e acessos sem proteção coletiva adequada; A Gestão Estratégica e a Prevenção dos Acidentes no Trabalho A incorporação das boas práticas através de uma gestão estratégica a fim de garantir a saúde e segurança no trabalho, contribuir para uma maior proteção contra os riscos presentes no ambiente laboral, pode resultar em uma significativa redução de custos e prejuízos e, por conseqüência, tornar a empresa mais competitiva. Além da redução dos custos, a gestão pode, através de um planejamento estratégico, ainda criar estratégias de auxílio na sensibilização de todos, desenvolvendo uma consciência coletiva de respeito à integridade física e melhoria contínua do ambiente laboral. Para que se torne possível a elaboração de um plano, é necessário que, preliminarmente seja feita a análise das condições de trabalho e avaliação dos riscos à fim saber-se como a empresa está no momento em relação ao que se intenciona mudar. Um exemplo básico, no caso da segurança no trabalho, seria: O diagnóstico inicial para se conhecer as características da empresa, de seus trabalhadores, bem como do ambiente de trabalho; Mapeamento dos processos de produção e das atividades relacionadas para que se conheça suas principais etapas; Avaliação dos riscos para identificação das fontes de perigo e estimar os riscos a elas associados; Identificação das medidas preventivas existentes e sua eficácia no que se relaciona à proteção coletiva e individual, organização do trabalho, higiene e conforto; Conhecimento dos indicadores de saúde, indicados pelas queixas dos trabalhadores, acidentes ocorridos, doenças diagnosticadas e causas mais frequentes de ausência ao trabalho; Identificação dos requisitos legais e outros, à fim de verificar-se a situação em que a empresa encontra-se em relação à legislação e aos acordos e/ou contratos firmados; Elaboração do mapa de riscos. Eficiência da estratégia Para que a estratégia seja eficiente, é necessário que as seguintes condições sejam contempladas: Objetivos claros, decisivos e diretos; Impacto motivacional; Consistência e iniciativa; Um bom ambiente de trabalho contribui para o aumento de produtividade porque permite o planejamento da produção e o facilita a execução do mesmo, melhora a comunicação interna e as relações de trabalho, aumenta a confiança e alicerça o comprometimento de todos e a cooperação. Os benefícios que uma boa estratégia pode propiciar à empresa A prevenção e redução dos acidentes e doenças do trabalho; Proteção à integridade física e mental dos trabalhadores; Educação para a adoção de boas práticas preventivas; Prevenção dos custos com medicação e próteses; Diminuição do absenteísmo; Melhora contínua do ambiente do trabalho; Prevenção de prejuízos à imagem da empresa; Eliminação de perdas patrimoniais; Redução do prêmio das seguradoras; Poupar o pagamento de perícias, honorários e indenizações legais; Estimular as relações interpessoais;
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