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Espectrometria de Emissão Óptica e Espectrometria de Massas com Plasma Indutivamente acoplado (ICP-OES e ICP-MS) Prof. Aloísio J.B. Cotta e-mail: acotta@ceunes.ufes.br Bibliografia: Cap 28 do SKOOG ICP-OES O ICP é a fonte espectroscópica de emissão mais utilizada. Seu sucesso deriva de sua estabilidade, possibilidade de construção de curvas de calibração lineares sobre muitas ordens de magnitude, baixa emissão de fundo e imunidade a muitos tipos de interferências. Contudo, o ICP-OES é relativamente caro para adquirir e operar. Os usuários necessitam de treinamento extensivo. É empregada na determinação de constituintes majoritários e traços de metais em amostras de águas e efluentes. Na determinação de constituintes inorgânicos em produtos de petróleo, em alimentos, em amostras geológicas, biológicas e no controle de qualidade industrial. ICP-OES ICP-OES ● Vaporização, atomização, ionização, excitação → EMISSÂO descarte Bomba peristáltica ICP Tocha amostra Gerador de Radio Frequência Espectrômetro Óptico Detec Processador Câmara de Neb. Introdução da amostra Em todas as técnicas espectroscópicas atômicas, devemos atomizar a amostra, convertendo-a em átomos e/ou íons em fase gasosa. A NEBULIZAÇÃO é o principal método para se introduzir soluções das amostras no plasma e nas chamas. O nebulizador introduz constantemente a amostra na forma de uma nuvem de gotículas, denominada aerossol. Que ao chegar ao plasmas se transforma numa população de átomos, moléculas e íons. As amostras sólidas podem ser introduzidas com uma centelha elétrica, com um feixe de laser ou com atomizador eletrotérmico. e x c it a ç ã o e x c it a ç ã o e x c it a ç ã o Emissão Emissão Emissão Nebulizadores Fluxo de Ar 0,5-1 L/min Fluxo de Ar 0,5-1 L/min Fluxo de amostra 0,1-1 mL/min Tamanho de gotículas Após câmara de nebulização nebulizadas Câmara de nebulização Tocha e formação do plasma Gás de resfriamento Gás auxiliar Aerossol vindo da câmara de nebulização Plasma é uma mistura gasosa condutora contendo uma concentração significativa de cátions e elétrons. A bobina de indução é alimentada por um gerador de radiofreqüência (RF) capaz de produzir cerca de 2 kW de energia à 27 MHz. A ionização do Ar (Ar0→Ar+ + e- ) é iniciada por uma centelha. Os Ar+ e e- resultantes interagem então com o campo magnético oscilante provocando colisões entre Ar+ e Ar0 ou e- e Ar0 o que gera mais Ar+ e e-, os quais sustentam o plasma (≈ 8.000˚ C). 3 tubos concêntricos de quartzo por onde flui Ar (11-17 L/min). B O B IN A d e R F Neste processo energia do gerador é transferida para o plasma, que atua na vaporização, dissociação, atomização, ionização e excitação dos constituintes da amostra. Um plasma típico apresenta um núcleo brilhante, branco e opaco seguido por uma cauda na forma de uma chama. 350 nm 420 nm 510 nm Comprimento de onda (nm) In te n s id a d e OH e Ar N2 + H e Ar H e Ar Espectro de emissão do plasma de Ar. O espectro contínuo é típico das reações de recombinação íon-elétron e de bremsstralung, responsável pela radiação contínua produzida quando as partículas carregadas são desaceleradas ou aceleradas. 3.000˚ C, similar a uma chama 6.000˚ C, região analítica. Empregada p/ determinar os elementos facilmente excitados (p.ex.: metais alcalinos) Tempo de residência: 2 ms no plasma Em conseqüência, da alta temperatura do plasma, a dessolvatação, vaporização e atomização são completas. Portanto, existem menos interferências nos ICPs do que em chamas. Perfil de temperatura do plasma A esquerda com nebulização de água. A direita, plasma seco. Excitação do analito no plasma In te n s id a d e d a e m is s ã o Na Na 2 8 5 n m 3 3 0 n m 5 9 0 n m A intensidade das linhas de emissão é diretamente proporcional a concentração do elemento na amostra. Emissões do Mg0 Emissão do Mg+ Emissão do Mg+ 2 3 4 3 Espectrômetro óptico sequêncial Espectrômetro óptico simultâneo Vários detectores • Fluxo de fótons provoca emissão de elétrons Energia luminosa Fotocatodo Anodo Dinodos (9-13) Janela de quartzo Isolante *Aplificação do sinal em um fator de 10 +5 a +7 e- e- e- e- e- e - e- e- e- e- e- e- e- FOTOMULTIPLICADORES 18 Espectrômetro óptico simultâneo Detector multicanais DETECTORES DE ESTADO SÓLIDO 20 Interferências espectrais Efeitos matriz • Se a matriz da amostra for rica em elementos facilmente ionizáveis (Na, K), o plasma fica rico em elétrons, assim a emissão iônica é diminuída. • Amostras com alto teor de sais dissolvidos são mais difíceis de aspirar, nebulizar e atomizar/ionizar, dada sua maior viscosidade e/ou tensão superficial. O que reduz o sinal obtido. • Estes problemas são, em parte, contornados pelo uso de um (ou mais) Padrão Interno, cujo comportamento durante a análise seja semelhante ao comportamento do analito(s) em questão (p.ex. Sc, Y, Ho). Deste modo, qualquer flutuação afetará “igualmente” a ambos (analito e Pad. Int.) o que permite a normalização da interferência. 23 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 GFAAS FAAS ICP OES # Elementos Número de elementos COMPARATIVO 24 1 10 100 1 10 100 1 10 100 1000 ng/L µg/L mg/L GFAAS ICP OES Radial FAAS (SIPS) ICP OES Axial (Extendida) Faixa de trabalho COMPARATIVO 25 C us to o pe ra ci on al Baixo Elevado FAAS GFAAS ICP OES Custo operacional COMPARATIVO Limites de Detecção (ug/L) Emissão em chama ICP-OES HILL (Inductively Coupled Plasma Spectrometry and its Applications) ICP-MS • Dedica-se quase que exclusivamente a determinação de elementos-traço. Em concentrações geralmente 10-50X menores que aquelas alcançadas com ICP-OES. • Instrumento mais caro, porém é mais simples de operar e obter resultados. ICP-MS Esquema dos instrumentos X-7, lançado em 2001 e XseriesII, 2005, ambos equipados com cela de colisão (CC) hexapolar, Thermo Scientific. (A) esquema do X-7 indica o caminho do feixe de íons pelo espectrômetro com um arranjo de lentes (em chicane) após a CC; (B) esquema do XseriesII com duas chicanes, a primeira preveni a entrada de espécies indesejadas (elétrons, fótons e espécies neutras) na CC, evitando assim reações indesejadas dos analitos, e a segunda impede a entrada de espécies neutras no quadrupolo; (C, D, E) fotos do XseriesII, montagem da tocha e compartimentos do espectrômetro e (F) esquema da cela de colisão. Extração dos íons do plasma O sistema de introdução de amostras e atuação do plasma do ICP-MS é idêntica ao ICP- OES. Porém, a função do plasma no ICP-MS é a produção de ÍONS e nãoLUZ como ICP-OES. PLASMA 1 atm 0,003 atm 10-8 atm Cone amostrador Cone skimmer J. Anal. At. Spectrom., 2012. Effect of a mass spectrometer interface on inductively coupled plasma characteristics: a computational study Eficiência do plasma para ionização (M1+) P o rc e n ta g e m d e i o n iz a ç ã o ( % ) Potencial de Ionização (eV) Potencial de Ionização (eV) Separação dos íons pela razão massa/carga Analisador quadrupolar Íons extraídos do plasma FUNCIONAMENTO DO QUADRUPOLO Os espectrômetros de massas mais simples empregam analisador quadrupolar (ICP-QMS) composto por dois pares de cilindros, paralelos e equidistantes, nos quais são aplicadas diferenças de potenciais (ddp) alternadas (RF) e contínuas (DC) com amplitudes V e U, respectivamente. As ddp são aplicadas de modo que num dos pares o potencial elétrico combinado seja positivo e no outro negativo com igual amplitude. Os íons de massa (m) ao entrarem no quadrupolo são atraídos com força proporcional a sua carga (z) e à intensidade do campo elétrico, adquirindo movimento acelerado para o cilindro de potencial negativo, ao mudar a RF para o semiciclo positivo o íon se afasta e assim avança seguindo trajetória em espiral. Deste modo, ao selecionar uma combinação de potenciais RF e DC apropriada apenas íons ressonantes, isto é de razão m/z específica, com o campo elétrico oscilante serão capazes de percorrer todo quadrupolo e alcançar o detector. Detecção dos íons Espectro de massas Razão : massa/carga Abundância isotópica conhecida Tálio Tl(203) 29.52% e Tl(205) 70.48% Chumbo Pb(204) 1.40%, Pb(206) 24.10%, Pb(207) 22.10% e Pb(208) 52.40% Se um padrão (1,0 ppb) de Pb produz 25.000 cps para o 208Pb, estima a conc de Pb na amostra que gerou o espectro ao lado. 1 ppb ----25.000 cps x ----100.000cps x = 100.000/25.000 x = 4.0 ppb Espectro de massas Usando as contágens calcule a razão 69Cu/65Cu. Interferência Poliatômica sobre os isótopos de interesse ICP-MS também sofre com efeitos matriz, (supressão ou aumento do sinal observado) assim como o ICP-OES. Uso de Pad. Interno é rotineiro. Espectro de massas As principais interferências decorrem da formação de óxidos, hidróxidos e espécies ArX+ (X = Ar, O, Cl, S, C) Atenuação de interferências poliatômicas em ICP-QMS • Cela de colisão Atenuação de interferências poliatômicas em ICP-QMS com cela de colisão. Ajuste do fluxo de gás (He/H2 93:7) na cela. Controle de qualidade com Material de Referência C o n c e n tr a ç ã o m e d id a ( p p b ) Valor de referência (ppb) Comparação entre valor médio obtido em diversas medidas e valor de referência. Validação do método com Material de Referência OK ! Quando -2< z-score <2 Se a concentração certificada de Li em um material de referência vale 50,8±1,4 ppb (a um nível de confiança de 95%, k =2) e a média de 8 determinações de Li neste material produziu uma média de 50,3±3,4 ppb. Calcule e avalie o z-score. Incerteza combinada ub= (3,4 2/√8 + (1,4/2)2 = 2,14 Z-score = (Média – VR)/ub z= (50,3 - 50,8)/2,14 z = -0,2 A média para Al foi 58±4 ppb, para n=8, e o valor certificado vale 53±1ppb (incerteza expandida à 95%, k =2). Avalie o z-score. Ub= (s 2/√n + (U/k)2)½ Fim • Façam os exercícios marcados em amarelo e os exercícios (28-9 e 28-10) do capítulo 28 do SKOOG, fornecido junto como o material da Fotometria de Chama e Absorção Atômica.ppt. Ver vídeos http://www.youtube.com/watch?v=MQqtV2oi C6U http://www.youtube.com/watch?v=aTlAHyOs NXE Vaporização; Atomização; Ionização no Plasma ESPÉCIES: Moleculares Atômicas e Íons EMITEM LUZ (que pode ser sinal analítico ou interferência)
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