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FARMACOLOGIA CLÍNICA DA DOR TERAPIA MEDICAMENTOSA (PARTE 2) Analgésicos utilizados na dor aguda: 1-Analgésicos não-opióides: a) Paracetamol b) Dipirona 2-AINE; 3-Opióides; 4-Adjuvantes; 5-Bloqueios anestésicos. Analgésicos não opióides englobam: 1-Antiinflamatórios 2-Acetominofeno (Paracetamol) 3-Dipirona 4-Coadjuvantes - ansioliticos - antidepressivos - anticonvulsivantes - relaxantes musculares 1-Analgésicos não-opióides: a) Paracetamol (acetominofeno): aceito como inibidor da COX-3, que seria a nova cicloxigenase descoberta no SNC; Dose máx diária: 4g. Risco crônico: hepatotoxicidade. Uso via enteral no Brasil. Obs.: via enteral (usada da via enteral para absorção do fármaco: sublingual, vi oral, via retal) via parenteral (qualquer via que não seja enteral: via subcutânea, intra muscular, intra articular, endovenosa, etc...) b) Dipirona: único fármaco analgésico que bloqueia a própria prostaglandina e não a sua produção. Discreta propriedade anti-inflamatória (pequena atividade sobre a COX-1). Risco de agranulocitose baixo. Dose Max diária: 8g. � AINES Têm ação periférica e central assim como os opióides. Farmacocinética: o caminho que fármaco percorre no organismo (absorção, distribuição, metabolização, excreção). Farmacodinâmica: é o mecanismos de ação do fármaco, como o fármaco vai atuar, onde vai atuar e de que maneira ele vai atuar. Síntese das prostaglandinas: se originem do acido aracdônico sobe a ação de enzimas COX a partir de um trauma. Mecanismo de ação dos AINE: Escolha de AINES: - Perfil de toxicidade x Quadro clinico - Intervalo entre doses - Experiencia previa do paciente - Custo *COXIB proporcionam a mesma analgesia, porem não podem ser utilizados a longo tempo. Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) • Inibidores da síntese de prostaglandinas • Ação periférica e central • Características farmacocinéticas: • Ácidos orgânicos fracos • Absorção rápida e completa (estômago e int. delgado) • Alta afinidade com albumina • metabolismo hepático • excreção renal Obs.: As prostaglandinas não são importantes só no trauma, mas também na fisiologia normal do organismo (estomago, rins, plaquetas, endotélio, SNC, etc...) Hoje é aceito que a COX-2 (uma isoforma da cicloxigenase) é indutiva (após o trauma) e constitutiva (presente na fisiologia do organismo). E a COX-1 está mais envolvida com o processo fisiológico. Os COXIB’s inibem só a COX-2, porém ainda assim possuem efeitos colaterais: os trabalhos de Vigor e de Clés compararam pacientes sob uso crônico dos inibidores da COXs e os COXIB’s, ambos mostraram que a incidência de fenômenos gastrointestinais (úlceras, gastrites, sangramentos) foi menor no grupo que usava COXIB’s, mas nesse grupo também houve um aumento de efeitos cardiovasculares (morte súbita, IAM, angina estável, isquemia miocárdica), porque a COX-2 não está só presente no trauma, ela também está presente na fisiologia de endotélios, rim e SNC. Atualmente, há necessidade de receita para venda dos COXIB’s. A potência entre os dois tipos é a mesma. A escolha dos AINES devem levar em consideração a comodidade posológica (menos doses pode dia). Opções de AINES por via endovenosa: cetoprofeno (profenide), tenoxicam (tilatil) Obs.: não precisa saber as classes de anti-inflamatórios. Com o uso de AINES, é necessário que haja uma resposta analgésica em 2 semanas, se não houver resposta tem que se rever o diagnóstico outro troca o AINE por um de outra classe. Nunca adicionar dois anti-inflamatórios, pois há efeito teto para ação dos anti-inflamatórios, se adicionar mais só aumentará os efeitos adversos. Na falha terapeutica, o ideal é trocar de classe A proteção gástrica é necessária principalmente quando há mais ação na COX-1 do que na COX-2. Usa- se para isso um IBP ou anti-histamínicos anti-H2. No uso crônico é necessário monitorização renal (Cr), hepática (TAP, proteína plasmática) e hematológica (HMG). Obs.: não usar Anti-inflamatórios em idosos, doenças renais, pacientes desidratados e em uso de anti- coagulantes. Pode-se usar nesses casos de contra indicações para anti-inflamatórios: a dipirona, o paracetamol e os opióides. Reações adversas aos AINE: � Contra indicacoes: ulcera peptica ativa, esdofagites, distúrbios da coagulacao, gravidez (no terceiro trimestre -> fechamento precoce do ducto arterioso). OPIÓIDES Naturais, semi-sintéticos ou sintéticos, ligam-se a receptores encefalinérgicos no sistema nervoso. Proporcionam a analgesia potente, minimizam processos psíquicos e simbólicos relacionados a experiência dolorosa. Classificação dos opióides quanto a origem: � Classificação dos opióides quanto aos receptores: Classificação dos opióides quanto ao agonismo ou antagonismo: Nao é Morfínicos = é opioide (está errado) *Todo opioide vai dar analgesia e efeito colateral. O antagonista de todos os receptores é o naloxone (Narcan), que é usado no caso de intoxicação por outros opióides (reverte os efeitos colaterais imediatamente). A classificação mais usada é a classificação clínica: Opióides Fracos/Moderado (pois dependendo da dose pode ser fraco ou moderado) e Opióides Potentes. Os Opióides em geral não possuem dose teto, a dose inicial é baixa, com aumento progressivo, em intervalos fixos principalmente no opioide potente, com doses de resgate se necessário ou noturnas. Vias de ADM: VO, VR, IM, IV, Epidural, IT Sua metabolização é hepatica e a excreção é renal. Opióide fraco/moderado: 1-Codeína; 2-Tramadol; 3-Propoxifeno; 4-Nalbufina; 5-Buprenorfina; 6-Associações. Opióide forte: 1-Morfina; 2-Meperidina; 3-Metadona; 4-Oxicodona; 5-Fentanil. Codeína: - Menor teto antiálgico; - Menor depressão sobre o SNC; - Nula capacidade de induzir farmacodependência; - Ação antitusígena; - Dose usual: 7,5-30mg, 4/4h; Cloridrato de tramadol: - Menor capacidade de depressão respiratória. - Droga de escolha inicial em idosos com dor aguda moderada-intensa. - Disponibilidade oral 70%. - Principal efeito colateral: náusea e vômitos. Meperidina (pouco usada): - Em doses equianalgésicas produz muito mais sedação, euforia e depressão respiratória. - Metabólito ativo (normeperidina) que possui uma meia-vida longa e é neurotóxica. - Disponibilidade oral baixa 40%. - Alguns pacientes podem apresentar disforia. - Alta capacidade de induzir dependência química até mesmo com duas doses. - Meia-vida curta. *Evitar usar opioide forte na dor que é cronica. Morfina: - Considerada a droga de eleição para tratamento da dor oncológica. - Praticamente impossível produzir depressão respiratória quando usada por VO para controle de dor oncológica e na dor aguda intensa. - Uso SC de eleição para tratamento de dor aguda intensa: 10mg SC de 6/6h - Biodisponibilidade oral somente 25% - Apresenta formulação MST long para uso oral (12/12h), para aumentar a meia-vida. Metadona: - Meia-vida longa (maior dos opióides em uso - 12/12h). - Menor síndrome de abstinência (se usa frequentemente para a desintoxicação de pacientes viciados em outro opióide). - Possui tolerância cruzada assimétrica com a morfina, ou seja, quando a dose da morfina estiver muito alta, pode-se substituir a mesma pela metadona em uma dose mais baixa que terá a mesma ação de uma dose mais alta de morfina. - Alta disponibilidade oral 80-90%. - Paciente possui menos euforia se comparado a outro agonista opióide. - Utilizado na rotação de opioides para diminuir a tolerância. Oxicodona: - 2x mais potente que a morfina por via oral; - Formulação de liberação contínua e prolongada, evitando picos plasmáticos; - Indicações: dor aguda intensa. - Apresentação 10mg, 20mg e 40mg - Sem necessidade do receituário amarelo (usa-se receituário branco), mesmo sendo mais forte que a morfina. Efeitos colaterais: Obstipacao intestinal:laxativos, emolientes, dieta laxativa. N/V: antieméticos (metoclopramida, enotiazina, haloperidol) Espasmo das vias biliares: naloxone, glucagon Prurido: antihistaminicos, fenotiazinas Retenção urinaria: reduzir doses, suspender drogas com acho anticolinergica, cateterizacao vesical e Betanecol. Sonolencia: suspender drogas sedativas do SNC, fracionar doses, anfetaminas Efeitos disforicos: redução da dose ou naloxone Depressao respiratoria: naloxone Tolerancia: analgésicos adjuvantes Intoxicação: redução ou suspensao, assistência respiratória e cardio, corrigir DHE, lavagem e carvão ativado. Sindrome de abstinencia: prevenção: redução/beta agonistas Psicodependencia O principal efeito colateral do opióide quando administrado por via oral é a constipação. O principal efeito colateral do opióide quando administrado por via parenteral é náusea e vômito. O principal efeito colateral do opióide quando administrado por via intratecal (na raqueanestesia) é prurido, daí deve-se usar um anti-histamínico, isso nas mulheres; no homem é retenção urinaria.. Tratar os efeitos colaterais e não retirar a droga. Só usar Naloxone quando houver depressão respiratória. Fatores de Risco para dependência química aos opióides: • Tratamento prolongado e em doses altas, principalmente com opióides de forte intensidade; • Comorbidades psiquiátricas associadas: depressão, transtorno de ansiedade; • Cuidar com médicos e profissionais de saúde; • Pacientes com história de alcoolismo e/ou abuso de drogas. Obs.: na dor aguda, raramente há dependência. O grande risco de dependência é na dor crônica não oncológica. DROGAS COADJUVANTES: Antidepressivos: • Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina, nortriptilina, imipramina, maprotilina (superiores aos duais). • Antidepressivos de nova geração: sertralina, paroxetina, fluoxetina, venlafaxina, duloxetina. Anti-epiléticos: • Clássicos: carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, clonazepam, valproato de sódio. • Nova geração: gabapentina, topiramato, pregabalina. Os novos estão sendo muito usados. Neurolépticos (anti-psicóticos): pouco utilizados • Clorpromazina (Amplictil) • Levomepromazina (Neozine) • Periciazina (Neuleptil) Miorrelaxantes: • Mecanismo de ação: bloqueia a ação dos neurotransmissores excitatórios nos núcleos sensitivos, inibe reflexos mono e polissinápticos na medula espinhal, atuando à semelhança de neurotransmissores inibitórios e hiperpolariza os terminais dos aferentes primários. Miorrelaxantes utilizados na prática clínica: � Princípios gerais no tratamento da dor Aguda/Cronica: • Escolha o analgésico segundo a intensidade e o tipo de dor; • Ajuste da dose até alcançar o controle da dor ou torná-la tolerável; • Utilização sempre de esquemas regulares de administração do analgésico; • Acompanhamento do tratamento; • Utilização de drogas adjuvantes sempre que necessário. Esquemas de Analgesia conforme intensidade da dor aguda: • Dor de pequena intensidade (EAV até 3) • AINE; • Analgésicos não-opióides; • Técnicas regionais periféricas. • Dor de intensidade moderada (EAV 4-6) • AINE + Opióides; • Opióides intravenosos: PCA (analgesia controlada pelo paciente após cx de grande porte) ou infusão contínua; • Técnicas regionais centrais ou periféricas: AL e adjuvantes; • Dor de grande intensidade:(EAV ≥7) • Opióides intravenosos: infusão contínua ou PCA • Técnicas regionais contínuas Esquema de medicamentos para uso em dor cronica: Prescrição em cirurgia de media complexidade: 1.Antinflamatorio (Profenid) 2.Dipirona 1amp EV 6/6h 3.Tramal 1 amp EV 8/8h 4.Antiemetico (plasil) 5.Morfina (dimorf) SN
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