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TRABALHO DO RABELO

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SUMÁRIo
	1.INTRODUÇÃO...........................................................................................
	03
	2.DESENVOLVIMENTO................................................................................
	04
	2.1DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA...................................................
	04
	SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SEGURANça
	06
	 2.3 EXPANSÃO DA CRIMINALIDADE.........................................................
	09
	 2.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM SEGURANÇA..........................
	09
	 2.5TÓPICOS EM DIREITO ADMINISTRATIVO...........................................
	11
	CONCLUSÃO................................................................................................
	12
	REFERÊNCIAS..............................................................................................
	14
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INTRODUÇÃO
O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) consiste em uma modalidade de sanção disciplinar com especificidades que o difere dos demais regimes apresentados na Lei de Execução Penal (LEP), sendo instituído com o objetivo central de combater o crime organizado, sendo aplicado, inicialmente, ao combate do crime organizado e a líderes de facções criminosas que de dentro dos presídios continuavam a dar ordens e a incitarem seus comparsas em liberdade à prática de delitos graves de todos os tipos.
A referida produção textual individual interdisciplinar tem como objetivo compreender e aplicar conceitos teóricos em situações práticas atinentes a Sistemas de Informação em Segurança; Expansão da Criminalidade; Planejamento Estratégico em Segurança; Direitos Humanos e Cidadania; e Tópicos em Direito Administrativo.
A missão consiste então em analisar o RDD de maneira detalhada a partir dos aspectos descritos a seguir, imprimindo o seu posicionamento crítico em cada aspecto, argumentando e sustentando suas análises.
DESENVOLVIMENTO
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
A expressão Direitos Humanos já diz, claramente, o que este significa. Direitos Humanos são os direitos do homem. Diria que são direitos que visam resguardar os valores mais preciosos da pessoa humana, ou seja, direitos que visam resguardar a solidariedade, a igualdade, a fraternidade, a liberdade, a dignidade da pessoa.
	Segundo Sarlet: 
[...] temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos. (SARLET, 2001, p.60.).
De acordo com a pena aplicada deve ser humana, uma vez que sua aplicação recairá contra um indivíduo que precisa ter sua dignidade respeitada acima de tudo” (KUNEL, 2005, p.50).
O art. 1º, inc. III, da Constituição Federal, dispõe sobre o princípio da dignidade da pessoa humana, o qual constitui em um é fundamento da República Federativa do Brasil.
Assim, nos ensinamentos de Ives Gandra da Silva Martins (2005, p. 19-20):
[...] todo direito é voltado para a dignidade da pessoa humana. O Direito. Natural, que é aquele direito que o estado só pode reconhecer, mas não pode criar, existe por força dessa dignidade da pessoa humana. O Estado pode criar diversos institutos, mas não pode criar aquilo que diz respeito ao ser humano, à sua vida, à sua dignidade. Afinal, a função do Estado, nesse caso, é apenas reconhecer e respeitar. 
Os Direitos Humanos também são aplicados à população carcerária? Sim, pois A legislação aplicável à prisão traz sempre em seu bojo essa noção. O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, em seu artigo 10, incisos 1 e 3, destaca:
Artigo 10 – 1. Toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada com humanidade e respeito à dignidade inerente à pessoa humana; (...)
 	 Em relação aos possíveis aspectos conflitantes (ou não) entre o RDD e o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966) e a Constituição Federal/1988, enfatiza o direito à vida e a dignidade da pessoa humana, no parecer do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (2004) dispõe: “o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, destaca no seu art. 10, inc. I, que ‘toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada com humanidade e respeito à dignidade inerente à pessoa humana.
 Alexandre de Moraes (2005, p. 129) leciona que a Declaração Universal dos Direitos Humanos [...] reconhece a dignidade como inerente a todos os membros da família humana e como fundamento de liberdade, da justiça e da paz no mundo. 
Dispõe o art. 5ª, LVII, que: “Ninguém será considerado culpado, até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Assim, ninguém pode ser punido arbitrariamente, devendo-se haver uma sentença terminativa com contraditório e ampla defesa. É necessário que haja uma comprovação sobre o fato determinante da inclusão.
Pelo aqui exposto, importa concluir que o Regime Disciplinar Diferenciado é inconstitucional por afrontar ao princípio da presunção da inocência, elencado no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal vigente.
Assim, percebe-se que os direitos humanos são princípios superiores à ordem jurídico-positiva, mesmo quando não estejam estabelecidos em normas constitucionais expressas, formando o núcleo inviolável do sistema político da democracia constitucional.
Uma das características mais marcantes do princípio da inocência é aquela que assegura um mínimo de respeito ao ser humano somente pelo fato de ser homem, de modo que todas as pessoas são dotadas por natureza de igual dignidade. Cabe ressaltar que o respeito à pessoa humana deve estar presente independentemente da comunidade, grupo ou classe social a que aquele faça parte.
Importante não esquecer que no momento em que o apenado é apresentado ao sistema prisional, necessário se faz um acompanhamento para que sejam respeitados os direitos inerentes ao ser humano.
Os cárceres brasileiros já possuem pela própria característica, um ambiente hostil, com condições extremamente precárias, muitas vezes, submetendo os apenados muitas vezes a situações desumanas que podem ser comparadas a verdadeiras penas cruéis.
Entretanto, o Regime Disciplinar Diferenciado, ao impor o isolamento do apenado em cela individual pelo período de trezentos e sessenta dias, afronta completamente o princípio em comento, uma vez que inflige ao punido uma pena não somente física, mas inegavelmente psicológica, de modo que aniquila por completo a sua personalidade, o seu caráter e sua vida.
O Regime Disciplinar Diferenciado submete o preso a condições atrozes e desumanas, ferindo absolutamente o princípio da dignidade humana.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SEGURANça
A tecnologia um papel importante e às vezes até fundamental na forma de auxiliar para que sejam cumpridas certas determinações que constam nas mais variadas leis, especialmente a lei de execução penal, que é o alicerce principal de toda a organização do sistema carcerário brasileiro, e demais normas que de certa maneira dizem respeito à execução penal, passamos para as especificidades, das tecnologias que de alguma forma estão sendo introduzidas nas penitenciárias brasileiras, algumas até já se fazem presentes há certo tempo, ou em testes ou definitivamente.
As Câmeras de monitoramento podem ser alocadas em todos os ambientes, exceto nas celas. Pois deveriam existir câmeras nas penitenciária comum para assim evitar que os presos que presos sofram tortura moral, física e psicológica pois quem detém o poder de fiscalizaçãosobre os apenados é o Estado, que se faz presente por intermédio de seus agentes, contudo nem sempre são possíveis estes agentes se fazerem presentes em todos os lugares para garantir que se cumpram com as regras e normas jurídicas e administrativas estabelecidas; dando margem para que existam falhas e consequências decorrentes delas, algumas inclusive graves, ou até gravíssimas.
Surgindo da necessidade de punir a mente e não mais o corpo, com castigos físicos, foi constituído um sistema de aprisionamento sob vigilância constante, na qual os apenados não conseguiam ver se estavam ou não sendo observados ou vigiados, e nem qual a pessoa responsável pela vigilância, mas tinham a certeza de que poderiam estar sempre sendo vigiados do alto de uma torre. 
A tecnologia que se faz presente nos dias atuais, permite observar também a real situação dos apenados e das pessoas que ali trabalham. Através do monitoramento por câmeras de vigilância é possível observar o que acontece, dentro do estabelecimento carcerário, de modo a identificar possíveis infratores, tentativas de fuga, violência e também o comportamento dos presos e dos agentes que ali laboram, evitando ou punindo posteriormente eventuais abusos, cometidos pelas autoridades que ali se fazem presentes, e dos apenados.
O rol contido no artigo 5.º, da Constituição Federal, trata de direitos e garantias que são destinadas aos indivíduos. De acordo com Paulo e Alexandrino (2008), os direitos e as garantias fundamentais são institutos que não podem ser confundidos, eis que os primeiros são aqueles aspectos contidos na Carta Republicana, que se destinam aos envolvidos, ao passo que os segundos perfazem uma forma de se instrumentalizar na prática os direitos.
A vigilância eletrônica já é uma realidade no Brasil e necessário se faz a análise de seus pontos favoráveis e desfavoráveis para melhor compreensão e aplicação do sistema. O principal argumento contrário à implantação do monitoramento é a violação a alguns direitos individuais, consagrados por nossa Carta Magna, em seu artigo 5°, como a violação à intimidade, risco à integridade física e moral do usuário, bem como ingerência do Estado na vida privada do indivíduo. Além disso, há quem aponte pelo elevado custo da implantação e respectivo impacto no orçamento estatal. Importante constar que os avanços tecnológicos permitem o desenvolvimento de dispositivos pequenos os quais podem se mostrar como acessórios frequentemente usados por qualquer pessoa.
Sabemos que não existem nas penitenciárias comuns sistemas e tecnologias da informação eficientes no que diz respeito à captação de informações essenciais que sejam capazes de subsidiar investigações criminais de delitos que ocorrem no interior dos sistemas penais (o que envolve o uso e tráfico de drogas e utilização de aparelhos celulares, por exemplo), mas elas poderiam ser empregadas através da TI que contribui significativamente para área de “análise criminal, geoprocessamento, interceptações telefônicas, ambientais, inteligência de imagens e sinais, assim como todos os outros dispositivos de comunicação que ajude na investigação”. O uso dessa tecnologia torna policiais e profissionais de Inteligência mais próximos, o que facilita a troca de informações e conhecimentos, proporcionando a qualidade da segurança pública.
No RDD a comunicação por meio de telefones celulares é tratado no art. 4º da Lei nº 10.972/03 que dispõe que os estabelecimentos penitenciários, especialmente os destinados ao regime disciplinar diferenciado, disporão, dentre outros equipamentos de segurança, de bloqueadores de telecomunicação pra telefones celulares, rádios-transmissores e outros meios.
No contexto dos sistemas prisionais comuns, os aparelhos de celulares começaram a ser utilizado por apenados no sistema carcerário brasileiro, mais precisamente no interior das penitenciárias para manter no comando das facções criminosas as pessoas que após serem presas, deveriam estar incomunicáveis, exceto claro quando em visita de advogado; ocorre que fazendo uma simples ligação pode-se ordenar que alguém seja extorquido, sequestrado, morto, negociatas de substâncias entorpecentes ilícitas, produtos oriundos de outros crimes, ou que se inicie uma rebelião. Tendo como contraponto, entre o ingresso de celulares nas penitenciárias, foram desenvolvidos os bloqueadores de celulares, como forma de interferir no sinal, e assim romper a comunicação, realizada entre os detentos, tanto da comunicação interna realizada entre os apenados, e principalmente do interior dos estabelecimentos para o exterior das penitenciárias.
Esta questão que envolve a utilização de bloqueadores de celulares em estabelecimentos prisionais é um tanto controvertida, principalmente quando os estabelecimentos que a utilizarem estiverem em regiões com volume habitacional elevado ao seu entorno, pois em alguns estabelecimentos cuja localização encontram-se próximas às residências, os bloqueadores podem afetar também o sinal de quem reside próximo às casas prisionais. (MOREIRA, D. 2006)
EXPANSÃO DA CRIMINALIDADE
 O Regime Disciplinar Diferenciado devido ao aspecto de dura disciplina e o isolamento celular de longo prazo, fere, principalmente, a Constituição Federal e a Lei de Execução Penal, transformando-se numa pena de natureza cruel, pois representa o tratamento desumano e degradante do preso submetido ao seu cumprimento e coloca em risco a sua integridade física e moral, desrespeitando assim, o valor supremo: a dignidade da pessoa humana. Além disso, restringe uma série de direitos dos presos disciplinados no artigo 41, da Lei de Execução Penal. Por fim, não contribui para os objetivos da recuperação, ressocialização e reeducação do condenado, ou seja, os fins da pena.
 O RDD não viola os preceitos constitucionais, uma vez que se trata de uma resposta proporcional a ofensa sofrida pela sociedade, assim o RDD coloca em pratica o princípio da individualização das penas e da isonomia material, pois trata os presos que transgrediram as regras de forma diferente, personalizando e particularizando suas penas, contudo sem impor a eles uma pena cruel, desumana ou degradante. Dessa forma, o RDD constitucional, sendo uma medida proporcional, eficaz e necessária no combate ao crime organizado, proporcionando a sociedade um pouco mais de paz e tranquilidade.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM SEGURANÇA
A matriz FOFA (ou SWOT como originalmente é chamada) é um dos instrumentos empregados como subsídio à formulação de planejamento estratégico, facilitando à sistematização do processo de investigação do ambiente externo e dos sistemas internos de uma organização. 
A vantagem do emprego dessa ferramenta é o sequenciamento de passos de análise, o que permite visualização do diagnóstico e objetividade da pesquisa e da análise. 
QUADRO I - AMBIENTE INTERNO
	Forças
	Fraquezas
	um regime de disciplina carcerária especial
	Não há liberdade de locomoção do preso e alguns dos seus direitos. 
	sanção disciplinar
	Sanção de caráter cruel, desumano e degradante.
	cárcere duro
	o isolamento em celas insalubres, escuras ou sem ventilação.
	equacionar o problema do crime organizado
	criação deste regime foi bem extensa e foi motivada pela organização de facções criminosas, atuantes em presídios, 
QUADRO II - AMBIENTE EXTERNO
	Oportunidades 
	Ameaças 
	 proporcionalidade entre a gravidade da falta e a severidade da sanção.
	fere a dignidade da pessoa humana
	não é um regime de cumprimento de pena
	desrespeita o princípio da legalidade.
	enfraquecer a estrutura da organização criminosa, desestabilizando-a à medida que atinge os líderes da facção.
	Detentos desenvolvam problemas psiquiátricos.
	A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado.
	Retrocesso no sistema prisional
 
 A situação atual da RDD em relação ao planejado, ainda deseja muito a desejar, pois há uma carência de efetivação do princípio da legalidade em sede de execução penal, haja vistaa lei não definir com clareza o que seja subversão da ordem ou disciplina interna, tampouco os parâmetros para também definir o que seja representar ‘alto risco’ para a ordem e segurança do estabelecimento penal ou da sociedade, olvidando-se que após o advento da Lei nº 12.850/13, o conceito de organização criminosa deverá lá se enquadrar por primeiro, substituídas as expressões quadrilha ou bando para associação criminosa, de acordo com a alteração empreendida no art. 288 do CP pela mesma legislação referida. 
 A estrutura organizacional da RDD ainda não é adequada, pois as estruturas das carceragens cearenses também não são das melhores. Há, ainda, o problema relativo à falta de funcionários para realizar os afazeres administrativos nas unidades.
 O sistema possui indicadores de desempenho de processo na eficácia da Lei de Execuções Penais. Onde a inclusão do preso em regime disciplinar depende de requerimento elaborado pelo diretor do estabelecimento ou autoridade administrativa, como por exemplo, o secretário de segurança pública ou da administração penitenciária.
2.5 TÓPICOS EM DIREITO ADMINISTRATIVO
O RDD sob o viés do princípio da eficiência da Administração Pública, previsto no artigo 37, caput, da Constituição Federal não possui natureza penal; apenas e tão somente regulamenta normas de disciplina interna, de natureza meramente administrativa. Para ele, as medidas: Não ampliam a intensidade do jus puniend e só tratam de questões procedimentais, que regem a manutenção da ordem disciplinar do estabelecimento carcerário. O fato de serem aplicadas pelo juízo da execução não retira sua natureza administrativa. Aplicam-se, assim, retroativamente aos condenados pela prática de crimes anteriores à sua entrada em vigor.
Vale ressaltar que o princípio da eficiência deve estar submetido ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação administrativa contrária ao ordenamento jurídico, por mais eficiente que seja, na medida em que ambos os princípios devem atuar de maneira conjunta e não sobreposta.
CONCLUSÃO
A dignidade da pessoa humana é qualidade intrínseca a esta, não dependendo de outros fatores a não ser da própria condição humana. Assim, todos a possuem da mesma forma.
O sistema prisional brasileiro é um caso típico de violação dessa ordem, aonde os presos encontram-se encarcerados sem as mínimas condições de higiene, em estruturas precárias e sujeitos a abusos de toda ordem, sejam físicos ou morais.
A dignidade da pessoa humana tem sua construção principilógica ao longo da história e atualmente pertence ao arcabouço jurídico daqueles que se intitulam um Estado Democrático de Direito. Este princípio, positivado na Constituição Cidadã, busca não só garantir o tratamento digno, lato sensu, do indivíduo, como salvaguardar os direitos e garantias fundamentais do ser e também funciona como princípio limitador ao ius puniendi Estatal, em matéria especificamente de ordem penal.
O Regime Disciplinar Diferenciado foi esculpido e colocado no ordenamento jurídico pátrio ante a progressiva ação de Organizações Criminosas, que à época do nascedouro deste instituto, causaram diversas e distintas situações que colocaram a sociedade brasileira em risco ante a ausência de qualquer organismo que pudesse conter essas ações
Baseado no que foi estudado o Regime Disciplinar Diferenciado acaba transformando-se simplesmente em uma pena de natureza cruel, pois representa o tratamento desumano ou degradante do preso submetido ao seu cumprimento, colocando em risco a integridade física e moral dos submetidos a este regime, desrespeitando assim, o valor supremo: a dignidade da pessoa humana.
Portanto, o Regime Disciplinar Diferenciado, desrespeita os princípios constitucionais e restringe os direitos dos presos. O grande problema se encontra na própria natureza do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e na função que lhe é atribuída pela sociedade. 
Assim, considerando que a criminalidade na sociedade contemporânea é muito mais complexa, organizada, estruturada do que a de anos atrás, toda a legislação do mesmo período é arcaica e por vezes falível a combater esses tipos de organizações, faltando ao Estado uma forma mais coerente e coesa a época atual como medida eficaz na contenção desse tipo organizado de crimes, devendo o Governo não somente ater-se a medidas urgentes e temerárias, pois extremas e por ora violadoras de garantias e direitos fundamentais do indivíduo.
Conclui-se, pois, que é evidente a necessidade de um meio de repressão mais forte à criminalidade e, por conseguinte às chamadas organizações criminosas, no entanto, a instituição e aplicação do Regime Disciplinar Diferenciado, apesar de tomado como medida de urgência necessária e utilizado como meio garantidor da segurança pública, não deixou de ter suas características flagrantemente violadoras tanto aos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição, como também aos princípios inerentes ao Estado Democrático de Direito, sendo o mais complexo e universal destes a Dignidade Humana.
Portanto, restou demonstrado que de certa forma, com a criação de medidas urgentes tendentes a limitar ou ainda minorar a Dignidade Humana, a sociedade caminhará assim ao retrocesso social, mitigando aquilo que por anos a fio lutou-se para ser conquistado, garantias fundamentais do ser.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei n. º 10.792, de 1º de dezembro de 2003. Altera a Lei n. º 7.210, de 11 de junho de 1984 - Lei de Execução Penal e o Decreto-Lei n. º 3.689.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.
BRASIL. Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Publicado pelo Diário Oficial da União no dia 13.07.1984.
CONSELHO Nacional de Política Criminal Penitenciária (site oficial). Disponível em: <http://www.mj.gov.br/cnpcp/>. Acesso em: 13 mar. 2018.
KUNEL, Karina; A inconstitucionalidade do regime integralmente fechado frente ao princípio constitucional da individualização da pena. Centro Universitário de Jaraguá do Sul - UNERJ- TCC. 2005.
LEAL, João José. Direito penal. 3. ed. Florianópolis: OAB/SC Editora, 2004.
MARTINS, Ives Gandra da Silva. Conheça a constituição: comentários à constituição brasileira. Volume 1. Barueri: Manole, 2005.
MOREIRA, Rômulo de Andrade. Revista Síntese de Direito Penal e Processo Penal. São Paulo: ano V, n. 28, p38-39, out. /nov. 2006.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal.14. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. Aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 16/12/1966.
SARLET. Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.
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