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JOÃO Benny C. Aker INTKODUÇÂO "Alas /., .IJoAo, último de todos, I ,.l divinamente movido pelo KspMto, compôs um Evangelho t*s/)lritnal, ” — Clemente de Alexandria 0 Evangelho segundo Joào há mui- M tempo alcançou a marca autêntica de *iei um Evangelho espiritual. É freqüente evangelistas ganharem novos-eonvertidos >ti t .iv^ m i le sua leitura, pois foi escrito numa linguagem simples que fala ao coração do lelii >r, Sob escrutínio cuidadoso, o Evan gelho se levanta com lógica, argumen- IdVflo e conteildo que antagoniza uns e i onliinde outros. Suas palavras simples, i itrrOgudas de significado, não se movem tom facilidade. Como há muito notou histMili > na sua obra História Eclesiástica, este Evangelho espiritual encaixa-se bem entre < »s outros na quarta posição depois t|p Mttteus, Marcos e Lucas, I T ipo dc Escrita Deus Inspirou o autor do Evangelho de Inflou escrever para um grupo particular ile pessoas, Embora escrevesse para uma iiiH llênclu reservada, ele também escreveu ptmiK kI( i s i >s crlsttV>s. Este livro antigo fala iiutoflzadumente às pessoas hoje quan do o Intérprete entra naquele m undo e 1i ii isli loru o « >ntexto do escritor humano, nu mesmo tempo que faz considerações |uslns n sua origem divina. 1 Im modo de fazer Isto é entender que (l| ii ule escrita ée.sle Evangelho, A tradlçào ilu Igreja o rol ul<iu dc "Evangelho Segundo Inflo", Alguns estudiosos modernos tam bém o chamam o Quarto Evangelho, para indicar que difere cm alguns aspectos dos i ii ii n is liês llvr< >s canônicos — chamados I viingelho» Slnótlcos, porque cm geral ...........nuim visões comuns da vldaeenaino iU’ |esus, () termo t/wnnalho> usado por todos os quatro Evangelhos, pertence a Jesus, que é o “evangelho" (auan^ollon, lit„ boas-novas) para todas as pessoas, Embora todos os Evangelhos declarem Jesus como as Boas-Novas, cada um tem características especiais, que abrangem diferentes autores humanos, épocas de escrita, destinatários congregadonals e geográficos e problem as eclesiásticos, Além disso, cada Evangelho contém ll pos menores de material, que se ajustum para ajudar o escritor a contara granillt ish história de Jesus. Estas unidades menores incluem formas como parábola», < miçfies, sermões e declarações, Cada escritor dos Evangelhos coloca seu relato da vida e ensino de Jesus lia forma de narração. Assim, precisamos saber algo sobre narrativa, Na narrativa, a assinatura do autor aparece de modos indiretos e sutis, Por exem plo, com o era costum e na antigüidade, Maleus e Marcos nào colocam seus nomes, nem declaram abertam ente o propósito que têm a» escrever. Os autores de Uicug e Joào também nào colocam seus nomes, em bora dem onstrem toquei pessoais mais prontam ente observáveis que Ma teus e Marcos. Por exemplo, em l.ticus 1.3 e Atos 1 .1 , o autor usa o pronom e da primeira pessoa do singular puni se referira si mesmo, fornecendo sua ra/flo para escrever (veja Lc 1.1-'!), O autor de Joào ntlo usa o mesmo vocabulário ou estilo de escrita que os Evangelhos Sinóticos, É difícil sabei no material pedagógico mais extenso dejiáflt) onde Jesus deixa de falar e Jofto conittoi A assinatura do autor está em todos os lugares — assim Jesus é alcançado nu sua m ente e experiência, Ele lumbém oferece numerosos lugares de explleaçfio para leitores que nàoestào familiarizados com as localizações palestinas, o idioma hebraico ou aramalco ou os costumes, Eis algumas Ilustrações, Em jofto I , IVt "E este é o testem unho de Joflo", é o modo de o autor Introduzir o primeiro I< )A() episódio de Joft<) Ilallsta. lím joáo I 2H, < i autor explica onde o ministério tlc* João Hatista aconteceu. KmJoão IA2, o termo aramaico “Colas" torna-se “Pedro" para os leitores gregos (am bas as palavras significam “pedra”; veja também Jo 1.38, onde “Rabi” é traduzido por “Mestre”). Km João 20.30,31, o autor alude a si mesmo de modo indireto e por um verbo passivo: “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nom e”. Em João 21.24, o autor se refere a si mesmo na terceira pessoa do singular como “o discípulo que testifica dessas coisas e as escreveu”. Discrição na narrativa também passa pelo que o autor escolheu incluir e inter pretar. Por exemplo, Mateus inclui uma genealogia e Escrituras-chave do Antigo Testamento na infância de Jesus (Mt I—2). Do mesmo modo, em João 1.1-18, o autor fornece uma perspectiva eterna dejesus como a Palavra. Ele não insere nada do material da infância dejesus. O que um autor não inclui é tão importante quanto o modo como ele narra a vida dejesus. É importante para a nossa compreensão permitir que cada Evangelho narre, em estilo próprio, a vida dejesus. Também ajuda considerar os Evangelhos como sermões narrativos. Assim como os sermões falam às necessidades das congre gações, assim fazem os Evangelhos. Esta perspectiva nos ajuda a remover alguns dos problemas que os leitores modernos encontram nos Evangelhos, como a ordem dos eventos (isto é especialmente verda deiro para com o Evangelho de João). Os Evangelhos foram escritos como respostas inspiradas a problemas eclesiásticos, tendo Jesus como o texto sagrado em base igual ao do Antigo Testamento. Quejesusjá tinha alcançado este nível durante o período de escrita é indicado em joão 2.22: “E creram na Escritura e na palavra que Jesus tinha dito”; os termos “Escritura” e “palavra que Jesus tinha dito" são paralelos. Neste sermão narrativo, o intérprete deve estar alerta a< xs 11< >is níveis de compreensíti >, O primeiro nível é o material, que apre- «entaoqueJcNimlciíedlmic, ponta íulo-se como texto migrado, Tul material nn«i 0 apresentado apenas por razóos Ii1nIò|'Ii 'hn ou biográficas, embora seja por timlntN, listas histórias respi >ndom a noceNNldmlen específicas do escritor e leitor — ot*le tf o segundo nível de comproonsflo, Kslen dois mundos se misturam, assim como uma bonita peça musical mistura multo* tons, falando do direção e encorajamento. No nível um, Jesus entra em dolntle com os líderes tio judaísmo; no outro, NllitN palavras pelo autor falam ao cenário da audiência do autor. 2. Propósito Saber por que o autor escreveu «eil lívttn gelhoé importante para o entendimento, João 20.30,31 nos dá o propósito, ulnda que estes dois versículos não estejam w n i debate. O versículo 3 1 contém dllerenle» leituras de m anuscrito que oxpreHHllin dois propósitos. Eis a questão: O livro na qualidade do Evangelho busca ncw>s-« >nvcrt Idosouole rece uma apologia para os cristãos, a < |ili'lll os não-cristãos atacam a fé e que nccesulUlll l de persuasão ou incentivo para nmnlei a fé em Jesus? O ponto da eontençílooMÍ sobre o verbo “crer” na cxpressác) "puru que creiais”. O verbo deveria estar no passado e ser traduzido por "para que começai* a crer”, indicando crença inicial? Ou o verlx > deveria estar no presente, enfatizando a crença permanente como cristão? Se olharm os apenas a evidencia do manuscrito, é difídl determinam» >n qual leitura é a mais provável. Hm ternum dl* apoio numérico e alcance mais ntnplo i!p evidência, o temp<) passai l<) reúne leve Vtín* tagem. Contudo, manuscritos mulft UMtl|ji apóiam o tempo presente, () aigumenli t e o propósito do próprio Hvangolho dílo peso ao tempo presente. A natureza dest»1 Evangelho sugere que os eronleNondeii\ii dos porjoão precisavam ser InrcnilVluít» a permanecer crendo em Jesus coillo o Filho divino do I )eus. Oescrltoi'eiK'( Hllh Ml sua congregação desafiada por milhiN no <|ue tango ií natureza e obra tle jm in Isto por sua vez levou o s a questionai a comunidade religiosa a «|iie perlent lillil, e até a naliirezadaIgreja. — I— Fanaol A F a m í l i a H e r o d l a n a Anllpator -■-»....................... Horode»,ournnde 1 Arlat^bulo (Filho da Marlnna) Arqualau lítnarca da Judóla (Filho de Maltace) HerodaaAntlpaa Tatrarca da Gallléla (Filho de Maltace) Herodes Filipe (Primeiro marido de Herodlas) (Filho de Marlane de Slmflo) Antlpater (Filho de Dórls) Horodoi Flllpo Tetrarca da Ituréla e Traoonltes (Filho de Cleópatra) Alexandre (Filho de Marlane) Herodlas (Cônjuge de Hero des Antlpas) Herodes de Câlclda HerodeaAgrlpiil Rei da ludèln Salomó Drusila (Casada com Féllx, Procurador da Judéia) Berenice (Cônjuge de seu Irmão) HorodeiAgrlpull Tatrarca da CAInliln a do território do nuita 1 lerodes, o Grande, era o rei da Judéia quando Jesus nasceu. Quando logo em seguida Herodot morreu, «nu rolno foi dividido entre os filhos que lhe restaram Antlpas, Arquelau e Flllpo. Para incentivar seus leitores, o autor escolheu seletivamente certos sinais mi lagrosos que formam a base da sua obra e estabelecem uma crença fundamental cm Jesus com o o Messias divino. Este Messias nüo era o mesmo tipo de messias que o judaísmo esperava, pois Jesus ex cedeu essa expectativa. () judaísmo tinha dificuldade em crer que Jesus era divino. JoÉlo apresenta Jesus como o Libertador m essiânico tio pecado e seu p oder e o Doador tia vida eterna, conforme foi anunciado pelo AnligoTestamento, suas lentas c outras Instituições, Ao permanecer rientlo neste Messias, as pessoas terílo Vldn eterna. (.lual £ a natureza precisa tio proble ma que Joflo enfrentou na connregaçflo nti congregações a quem escreveu? Era tiiiia forma tle gnostlclsmo, uma heresia pilmiliva, c|tie a invadiu? Iístegnostlclsmo llAncrlu na luimanldatle dejesus e assim eolocuvii em perigo a crença crlHtfl na MiuurnnçAo, A verdadeira fé era caracte- il/iula pela conftnnçu nojesus humano c divint). Deixar de crer em Jesus eomesSHS características os retiraria tia Igreja) elo» )á não teriam a vida eterna. NAo está eluro que o gnostlclsmo fosse o problem a no Evangelho. O autor enfatiza a dlvlnclll- de dejesus; ao mesmo tem po que torna presentea natureza humana dcjemis, ele não a enfoca. O problema enfrentado porJoflo era uma divisão pendente com o judaísmo, em resultado de um debate relallvo A pessoa e natureza dejesus e sua salvaçno resultante. Este cenário surge partlcn larmente no fim deJoflo 12, qiiandy o conflito entre os líderes tio judaísmo e Jesus alcança um clímax, O judaísmo llnllH dificuldade em crer num Messias divino conforme foi descrito por Joflo, porque fazÔ-loalteraria significativamente»! vlila tle adoração e concerto há tanto tem po sancionada, Esta í a questAo de Jofloi Jesus era divino c humano, e sua morte ocasionou um novo modo de salvaçflo, Distintivos étnicos e religiosos |á nflo consllluíam argum ento especial, visto JOÂO que o m undo Inteiro jaz no poder do pecado. Portanto, Joào escreveu para fundamentara verdadeira crença emjesus e sua obra de salvação nas mentes e vidas dos cristãos e incentivar-lhes a fé. 3. Relação entre João e os Evangelhos Sinóticos a ) Vocabulário e Estilo Várias características importantes demarcam João dos outros três Evangelhos canônicos. João não tem vocabulário ou estilo seme lhante aos Evangelhos Sinóticos. Palavras como “permanecer”, “luz”, “trevas”, “ver dade” e “testemunha” desempenham papel importante neste Evangelho. A expressão “Reino de Deus” só ocorre duas vezes em João mas com freqüência nos outros. O estilo de escrita dejoão é fluente e simples. Às vezes um estilo semítico acha-se por atrás do grego, o que propõe um pouco de aspereza. Em outros lugares, costuras literárias provêem transições ásperas de uma seção para outra. b) Conteúdo O Evangelho d e jo ã o não contém pa rábolas semelhantes às dos Evangelhos Sinóticos. Com efeito, o termo “parábola” nem aparece. Ao invés disso, o autor usou a palavra paroimia que tem uma variedade de significados (inclusive “pa rábola”). João substituiu as parábolas por alegorias sobre o bom pastor e a videira verdadeira. Sua essência é sem elhante à das parábolas; som ente a forma e o nom e variam. João também tem blocos de ensino mais longos em contraste com os blocos episódicos menores nos Evan gelhos Sinóticos. Em João, o ministério de Jesus abrange até três anos, ao passo que os outros implicam que só durou aproximadamente um ano. Vários aspectos dos ensinos acerca de Jesus também são únicos em João — as declarações “Eu Sou” e Jesus com o o Cordeiro dc Deus, Só alguns dos milagres dos Sinóticos e outros blocos de ensinos sucedem cm João (ainda que ocorram temas sobre eles), < > Kvangelliodcjono nào fala de possessão de dem ônios oil de libertação, A Cela do Senhor 11A0 tt|ni rece em João do mesmo m odo que mm Sinóticos. () tem po de sua ocorrlnolM é diferente e seu nome foi m udado (ou Evangelhos Sinóticos o chamam "1'áni’Od", enquanto q u ejo ão o chama "cela"), Nos Sinóticos, o ministério de Jesus uconleco principalmente na Gallléia, ao passo i |iih em João Jesus está mais em Jerusalém e arredores. c) Texto, Narrativa e Ordom dos Eventos do Evangolho Uma combinação de elementos complica uma leitura fácil d e joão , Um elenw ilo, por exemplo, é a ordem dos eventos t»lll João quando comparado com os outro» três Evangelhos. Outro elemento tem a ver com variantes textuais em joào, Altulit outro elemento diz respeito à LrannlçAo geográfica irregular no ministério de JPSll! no Evangelho dejoão . Um evento, a purificação do templo, é digno de ser mencionando, li colm ado no fim dos Evangelhos Sinóticos, mas em João, no começo (Jo 2). llm modo de solucionar a questão é advogar t|ll# houve duas purificações. No entanto, Isti i é menos que satisfatório. Uma expllcaçA*' melhor é que o escritor colocou a puri ficação no início do ministério de Jesus para dar ao leitor uma predisposição ao que Jesus estava prestes a fazer c a quem Ele era (veja comentários sobre Jo 2). liste episódio moldou certas impressão» no leitor, da mesma maneira que o ScrniAo da Montanha de Mateus e o Sermflo da Planície de Lucas o fizeram. Este processi i em João pressagia e antecipa o resultado da obra de Jesus. A mais famosa das porções disputadas é a mulher pega em adultério, episódio narrado e m jo à o 7.53 a 8.11, lfaz tun« to tem po que as Bíblias Incluíram esta história que problemas surgem se iradu tores e comentaristas a omitem, Ú. mais que provável ctue a história provenha do século I, ma# rol alojada mais tarde em Joào, Outro problema textual envolve as jü A n águas agitada» p e lo u n jo , ciino registrado em Joflo V .M yl, o c|iuil multa» traduções om item (cf, NVI), () m< ivlmenlc > dejeaim em Joflo parece Incluir grande» saltos ou conter buracos de Informaçflo em certos lugares. Por exemplo, em Joflo 6, J Jesus atravessou o mar da Gallléla em direção a Tlberíades, enquanto que seu ministério em Joflo *i ocorreu em Jerusalém . Alguns estu diosos acreditam quejo flo 21 nflo fazia parte do Evangelho original. Estudiosos críticos dejoflo procuram explicar estas (|uestôes com várias teorias de deslo cam entos ou novos arranjos do texto do Evangelho. I loje é comum focalizar outros m é todos interpretativos que nflo ignorem estas dificuldades, mas que considerem Joflo com o uma narrativa completa. Os Intérpretes têm passado de tentar recons- Irulr ou recuperar o m undo provável por trás da narrativa e do texto dejo flo para o m undo localizado na narrativa do Evangelho e A pessoa que o lê. Eles la/em distinçflo entre o mundo concreto do qual Joflo veio, incluindo o dejesus, oo mundo que o escritor "cria" em sua narrativa. O autor criou um m undo omi tindo eventos e Incluindo outros; neste caso, os eventos dejoflo sflo únicos, visto que poucos sflo encontrados nos outros livungelhos. Ele também reorganizou a seqüência dos eventos. Esta atividade tf m uito parecida com a do p regador que constrói um sermflo hoje em dia. t ) escritor, tendo em m ente a audiência p »ua» necessidades, concentrou-se em muterial que falasse As necessidades e problemas dos ouvintes. () mundo dejoflo é o mundo da con- IrontaçAo p debate. No seu Evangelho, p|e oferece soluções que produzam uma nova maneira de viver. Ele encora)a os Ip IIoios a adotar um novo estilo de vida, digno <l< > Evangelho dejesus. () método de InterproiaçAo que se concentra no próprio tpxto e no leitor gera menos problemas I|UP outro» métodos tle InterpretnçAo, R Importante le ro Evangelho de Joflo 11 mio hoje o temos, u despeito dos proble ma», Os problemas que encontramos no textoajudarfloa solucionar os problemas do mundo de hoje. d) Relação IMordrta Qual é a relaçflo literária dejoflo com os outros três Evangelhos? Há poucas ligações entre eles. Nflo há que duvidar quejoflo tinha conhecimento dos outras Evangelho», Certamente, como testemunha ocular de Jesus e como confidente íntimo, ele estava familiarizado com seus ensinos c declara* çòes. Uma soluçflo verossímil sugere que o material de Joflo veio de um antigo Iwtn co comum de tradições orais, do qual elt’ também fazia pane — ou seja, os en»lno» dejesus, agora filtrados pela vida e expe riência dejoflo no Espírito e direcionados As necessidades do ministério, 4. Autoria Até aqui temos usado o nome de Joflo quando nos referim os ao autor, Ago ra passarem os a discutir a queslflo da autoria. Dois tipos de fontes fornecem evidências concernen tes ft aulorliti A fonte interna com preende Informações da história da Igreja; a fonte externa, o próprio Evangelho. 1) Em relaçflo A evidência externa, untlHOK estudantes do Evangelho de Joflo iinnu ciaram o apóstolo Joflo, filho de Zebedeu, com este Evangelho, Pollcnrpo, que ho» 86 anos de Idade morreu por volta de I l(i d.C., provavelmente associou-no com o apóstolo na Ásia c transmitiu a IníornuM* > de que Joflo era o autor do Quarto Hvtin* gelho(veja Euséhio, lllslórlalkleslrixlhti), Entre seus associados achavam-se Paplii», bispo de Mierápolis, Ásia Menor, edlwímlo dejoflo (Irlneu, ContraHomias\ Papai», FniKnwnta^VxMÓhiaJIlstôrklRcIvsláitkil), Fontes comentam que Paplas em "ouvinte" dejoflo, que clava testemunho do» cn»lno» dejoflo acerca dejesus, Em certo lugar Paplas escreveu de dol» "joões": Joflo, filho de Zebedeu, ejoflo, o anciflo, Embora ambo» sejam menciona dos como discípulos de Jesu», o primeiro parece ler desapnrecidc> de cena, ao pa»N<) ciue o outro eslava vivo durante o tempo do»e»crlto»dePapla», Dequalquer forma, JOÀO esta referência dual 6 um problema para os estudiosos m odernos concernente ii autoria d e jo ã o do Evangelho que leva seu nome. Para Eusébio, este também era um pro blema. Ele duviclava que Papias tivesse algum dia visto ou ouvido João, o Evan gelista (História Eclesiástica). Contudo Eusébio, recorrendo a Clemente, nào duvidava que João fosse o autor. Em sua obra, História Eclesiástica, ele incluiu os nom es dos autores de todos os quatro Evangelhos canônicos e as razões para eles escreverem. Em relação a João, comenta que ele escreveu por último. Depois de pregar o Evangelho durante muitos anos, finalmente ele escreveu seu relato acerca de Jesus. João escreveu o Evangelho porque alguns, que estavam inteirados dos outros três Evangelhos, diziam que não havia informações acerca do ministério inicial de Jesus. João preencheu essa lacuna. Irineu também acreditava que o autor era João (veja Contra Heresias; Eusébio, História Eclesiástica). Outra fonte também escreveu sobre este assunto. Por volta do meado do século II d.C., Marciâo truncou o cânon do Novo Testamento e assim ins tigou respostas. Uma destas, um prólogo anti-marcionista de João, asseverava que o Evangelho d e jo ão foi escrito pela mão de Papias, enquanto João o ditava. Algum tempo entre o escrito joanino e sua aceita ção pelos pais apostólicos 110 século II, as pessoas não receberam bem o Evangelho dejoão, talvez por causa do gnosticismo. Esta hesitação não durou por muito tem po. pois o Evangelho dejoão é citado em várias fontes antigas (cf. o texto acima; veja também Primeira Apologia de Justinó). A declaração de Clemente constante na História Eclesiástica, de Eusébio, de que o Evangelho de João era conhecido por todas as igrejas debaixo do céu e que era genuíno, apóia isto. O fato dejoão, o após tolo, ter escrito este Evangelho, é atestado fortemente na igreja primitiva. 2) Mais problemas surgiram 11a mente dos mo dernos estudiosos acerca da evidência Inter na. Durante grande parte do século XX, os estudioso* negaram ciuejofto tivesse algo a ver comesto Hvungelho ou disseram que este AtàU passava por diversas fases (de três a cinco, dependendo docstudloso)soba liderança de uma escola joanlna. Esta escola em essência produziu o Evangelho de Joílo, Estudiosas mais conservadores defendem a teoria de que o Evangelho foi escrito pelo “discípulo a quem Jesus amava”. Argu mentos ligam esta pessoa com o apóstolo João ou com outra pessoa, como Lázaro (proveniente de Jo 11.3,36). Eusébio na História Eclesiástica trata o apóstolo e evangelista João como aquele a quem Jesus amava. Em nenhum lugar o autor se identi fica explicitam ente. Só em João 21.24 lemos algo diretamente sobre ele: “Este é o discípulo que testifica dessas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu tes tem unho é verdadeiro”. Podemos dizer certas coisas sobre o autor proveniente do próprio Evangelho. Ele era judeu da Palestina, que conhecia bem sua geografia e preservou algumas das mais antigas tradições de Jesus, Ele conhecia as tra dições judaicas sobre festas, costumes e outras tradições, e usava efetivamente vários dos métodos interpretativos de Hillel para articular sua cristologia, soteriologia e eclesiologia (veja Temas Teológicos, mais adiante). Outrossim, o Evangelho tem muitos laivos semíticos. Na minha opinião "o discípulo a quem Jesus amava” era o apóstolo e evangelista João. É fato muito importante que “João", o nome ligado ao Evangelho e tradicio nalmente identificado como o apóstolo, nunca seja mencionado no Evangelho, Os únicos “joões” citados no livro são J0A0 Batista e o sobrenome de Simão (“Filho d e jo ã o ”, NIV). Se o apóstolo João 6 o autor, ele quis se mostrar de outra maneira, Esta maneira pode ser pela expressão "0 discípulo a quem Jesus amava”. As diversas palavras traduzidas pelo verbo “amar” no Evangelho expressam sentimentos e atitudes entre os membros da deidade e entre Deus e o povo. Deus amou o mundo, Jesus amou todos os discí pulos, Inclusive lázaro (que tem relerôndu semelhante ao discípulo amado), Mas dc acordo com it evidência do Iívungclho, existia uma reldçHo especial entre Jesus JOÀO c este tllNcípiili) uno Identificado. A frase "o discípulo ii quem Jesus hiiiíivh" ocor re ti rico ve/.es no Kvangelho (Jo 13.23; 19.26; 20,2; 21,7,20). Esta Informação é significativa. Dois discípulos inominados dc* João Batista, cjuo depois se tornam seguidores de Jesus, aparecem em João 1.37-42. Eles vão com Jesus para onde lílc está morando. No versículo 40, um deles é identificado — é André, irmão cie Slmão Pedro; mais o outro discípulo per manece sem identificação. Nos relatos dos livangelhos Sinóticos, João está entre os primeiros quatro chamados; no Evangelho dejoão , se esta pessoa éJoão, ele é um dos dois primeiros.Minha sugestão é que este discípulo anônimo é João. Nas seções de chamada dos Evangelhos Slnót ict >s, dois gmpos cie irmãos destacam- se ct >mo os primeiros discípulos chamados p< >r Jesus: Pedro e André, e Tiago e João. iíles sempre são encontrados pescando juntos (Mt 4.18-22; Mc 1.16-20). De acordo com l.ucas 5.10, estes quatro são sócios empresariais. João segue esta tradição fumosa, mas deixa fora o próprio nome (como também o do irmão). Isto indica um princípio a ser aplicado ã questão da imlorla: Ele omitiu propositadamente seu il< >me pre >veniente de uma tradição famosa. Todos saberiam quem era o autor. Ú. fato Igualmente significativo que, ao término do Evangelho d ejoão (Jo 21.24), este|a ii referência ao discípulo que testificou < lentas coisas— ele também é a pessoa que escreveu o livro. Seguindo este aspecto do "testemunho”, encontramos evidência C( >rix )lx>rante. Emjoão 15.27: “E vós também IcMlIlciirels, pois estivestes comigo desde o princípio", Ac|iii está uma declaração clara mercu da extensãodo testemunho: “desde o principio", ou seja, desde João 1.37-42, quando vários indivíduos tornam-se discí pulos de Jesus. Isto demarca distintamente 0 primeiro parâmetro tio testemunho. O piirAmetro final está em joão 21.24. Note iumbéni que no capítulo 21, Slmão Pedro e o discípulo amado estão juntos, e servem 1 i MTV i pt mio de tllscussão, Iíles estilo Junte >s desde o principio como sócios. Kvforanciu udlclonul ao "testemunho" m orre em jo ão IV,35. Aqui, embora não Identificado, o (llst ípi ilo ii t |iiem Jcnun hiiiuvm (Jo 19,26) vé e testifica tia morte de Jesus, Alguns versícult >s antes, este mesnv) tllscí- puloé mencionado entre as mulheres ciue estão na cena tia cruz. fí função específica cio discípulo amado testemunhar de Jesus do princípio ao fim, sobretudo testemunhar da sua morte. Emjoão 19.35, o testeniunlv > serve para autenticar a fé. Isto se encalxil com o propósito, apresentado em Jofio 20.30,31, cie escrever o livro e com a seleçA< > dos “sinais” a serem incluídos, Com a sentença “a quem Jesus amuvil" (lit., "a quem Jesus estava amando"), João intencionalmente se faz conhecido por meio de algum outro atributo que n#t) o próprio nome. Isto indica humllclud» de sua parte. Os líderes apostólicos nil igreja primitiva não se exaltavam, ullldil que não se esquivassem de seus pupól* de liderança. A frase implica uma reluçAo contínua e pessoal com Jesus e sugere que o autor tinha informações dnlciis o confidenciais. Estes elementos humildes o pessoais aumentam a aura de credlbllldndo e autenticidade do Evangelho, Finalmente, tradições bem atestadas di zem que João sobreviveu até o reinado de Trajano (98-117 d.C.). João 21.21-23 parece dar apoio a essa tradição, que de fato o autor não morreu antes do fim do século I. Esta estrutura permite tempo suficiente para João ter escrito seu Evangelho, 5. D ata d o Evangelho Os estudiosos ainda não resolveram a ques tão da época da escrita. I Jma teoria acredita que João escreveu antesda sétima tléciitln, ao passo que outra reputa que ele escrevei i ao redor da virada do século I, l Jma teoria de meio-alcance o coloca em algum liggur entre esses extremos, em geral ao redor da composição e uso do blrhalh hti-tnMttl na sinagoga (veja mais adiante), Aqueles que defendem uma série de edições desle Evangelho sugerem que a edição final ocorreu no fim do século I, A data não pode ser estabelecida com certeza; contudo, Issonãoslgnlfica que uma avaliação do material não seja Importante, Dois fatores relativos fi data emergem paru ajudar o leitor, JC >A<) 1) Um 1'ator diz respeito ao btiiialhbci ihIiiIhi, liste é o nome da décima segunda bênção das Shemoneh Esreh ("As Dezoito Bên çãos”). Estas bênçãos serviam como oração central no culto da sinagoga no século 1. A décima segunda bênção foi criada para separar os hereges de outros adoradores servindo como base para excomunhão. Os estudiosos ainda discutem o tempo cia composição desta bênção. Esta situação proporciona um plano de fundo proveitoso para entender a lingua gem apologética no Evangelho de João e reconstruir seu ambiente. Depois cia guerra de 70 d.C., na qual os rom anos destruíram jerusalém e o templo, houve um tempo de tumulto e confrontação entre a Igreja e a sinagoga. Das correntes do judaísmo que sobreviveram, os fariseus predominaram. Eles tentaram fortalecer a fé judaica na terra de Israel e na Diás- pora. Neste contexto, o cristianismo e o judaísmo finalmente saíram de forma. É mais do que certo que o judaísmo que confrontava a igreja de João não era igual ao judaísmo rabínico mais tardio, nem igual ao judaísmo dos dias dejesus. Trata- se de um judaísmo que levava à sério sua herança e tradições religiosas. Sua expressão no plano de fundo do Evan gelho de João uniu as tradições judaicas do passado e as ulteriores. Isto torna possível interpretar este Evangelho com dados mais específicos. 2) O segundo fator envolve a descoberta de vários manuscritos importantes que contêm partes do Evangelho. Ainda que o Evangelho não tenha siclo citado antes da segunda metade do século II, exis tem insinuações anteriores em Primeira Clemente, na Epístola de Barnabé e em Inácio, todos em fins do século I e início do século II. Claro que é impossível saber se estes refletem contato real com um evangelho escrito ou com tradições orais. Mas dois manuscritos importantes vieram à luz — chamados p 52 e jfi'. O primeiro teve sua origem no Egito e foi descoberto em 1934, entre as proprie dades de papiros inéditos pertencentes ã Biblioteca John Rylancls, em Munchester, liste Imgmento de pupirc > conlém somente pequena porçilodo lívangelhotjo IH„1|* 33,37,3H), mas multo contribui puni OH estudos jonninoN, Os estudiosos o dtiUllll da primeira metade do séc ulo II, porvoll# de 125 d.C. Assim, o Evangelho eatHVH tffl circulação no Egito em data anterior, multo longe cio seu lugardeeserlla. () Uviingtflhu deve tersiclc> escritc>algum tempo mitCM, Bdte fragmentoé a cópia mais antiga de t |iutl( |U0f manuscrito do Novo Testamento, O segundo m anuscrito em paplm , igualm ente um dos mais anllgoN dl) Novo T estam ento , co n h ec id o com a Papiro B odm er II, foi pub licado eill 1956. Este manuscrito 6 datado porvolM de 200 d.C. e contém João 1,1— 6,111 6.35b— 14.26,29,30; 15,2-26; 16,2-4,6,71 16.10— 20.23; 20.25— 21.9. 6. Lugar da Escrita e Destinatário As teorias relativas ã ocasião c lugar dll escrita deste Evangelho são abuncmiltell Egito, regiões na terra de Israel, itfeno (para nom ear apenas os mais Imporian* tes). Além disso,' onde estava o tlUlUf quando ele escreveu? fífeso o 1101110 com um ente m encionado na trndlvAn da igreja primitiva, e um bom ponto dtf partida. O evangelista e apóstolo Jofttli testemunha ocular dejesus, engnjoil*M no ministério por todo o Israel e A lll Menor. De acordo com a IradlçAo iltt Igreja, aonde quer que ia, ele csliiboledH igrejas e nomeava líderes, Em todo esse tempo João prepVII 9 ensinava sobre Jesus. Seus sermõeN 0 llÇÔM foram dados em diversas situações uo loilgl I dos anos. Ele pode ter mantido em lõlilW escrita grande parte do material, Por flltt) quando seivia numa função semelliiirtUí a de bispo, onde ele tinha a superlnUW* dência de várias igrejas, ele rounlll NtfU Evangelho. Ele o escreveu de flítiso ptlIU outras igrejas que se reuniam em cilMUft 0111 Éfesoe arredores. Seu Evangelho oni UI1IM defesa do cristianismo e um gula parti Hll confrontações entre suas igrejas e ri ofJtt» sição que recebiam das sinagogas, Que tais c<mlrontações ucontccvnunIW Ásia Menor pode ser documentado ptlNft cartas joanlnas, Apocalipse e os MiiTltOltl» Inrtck >, Talvt'/ Isto explique< > aparecimento de fases llteròrlas, cxmUimn, «rrinOci» c as outras caracierfAtlcAS referidas acima, tio mesmo tempo que permite que sur|amas« twc tosdas primeiras testemunhas oculares, limiliómexpllcuomaterlul cuidadosamente planejado e condensado sobre Jesus, que In >|e faz grande parte do seu próprio mun do, A cosmc jvisão e ensinamentos de Jesus 111 >s<irveram João completamente. 7.Temas T eológicos Uma consciência dos principais temas lc( ilógicos d e jo ão nos alerta para alguns dos problemas que João enfrenta e trata. iVôs temas principais emergem: cristologia (discussão da pessoa e natureza de Jesus), soteriologla (apresentação da obra de nu Iva vão de Jesus) e eclesiologia (demons tração da natureza da Igreja). A teologia dc então, como a de hoje, formava um fundamento de fé e prática, um padrão pelo qual m ensurar a vida religiosa. A Igreja de hoje não seria tão rica teologica mente falando sem o Evangelho dejoão. Sua perspectiva oferece uma diversidade dentro da unidade da teologia do Novo Testamento— diversidade por causa dos problemas dos crentes do Novo Testa mento, língua, formas de pensamento e ti personalidade inigualável dejoão . Quanto á metodologia, João narra sua história de Jesus permitindo que a teo logia saia-se bem na forma de narrativa. Talvez só no prefácio e nas declarações Iniciadas por "amem, amen" é que ele sc engaja num método preposicional de apresentar a verdade. a) Cristologia J< >flo forneceu uma visão singular da pessoa c obra de Jesus. Alguns estudiosos insis tem que o Novo Testamento enfatizava a i ibra de Jesus e que pouco ou nada é dito acerca cía pessoa de Jesus (e.g,,.suas duas naturezas), íí verdade que a maioria do Novo Testamento dá destaque á obra de Jesus, Mas em joão, a pessoa e natureza de Jesus, por causa das ameaças à sua Igreja, chamam significativa atenção, O judaísmo simplesmente nfto conseguia crer num Messias divino, Parajofio, anta questflo ora Importante, Sem um Kcl Messias divino, a salvação era Impossível. Usando uma das regrus de Hillcl, Jofto esboçou a natureza fundamental dojesus, Com efeito, a Regra 6 dizia; Tudo o que t dito de algo ou alguém (Ponto A), a mesma coisa pode ser dita de algc> c >u outra pess< m (Ponto B). Aplicado deste jeito, o que Javtf (Deus; Ponto A) fez no Antigo Testamento, Jesus fez no Novo (Ponto B), Assim como Deus deu vida, assim Jesus deu vida. Assim como Deus criou, assim Jesus criou, Jesus tinha a autoridade e poder para fa/,er o que Deus no Antigo Testamento fez, Jesus era divino e igual, não obstante subordl* nado a Deus Pai. Um dos propósitos que Jesus serviu foi revelar o Pal na terra, líle revelou a imagem de Deus (veja (!l 1,11), Ao mesmo tempo, João nflo Ignorava a humanidade de Jesus, Estreitamente assocladc> com a crlsu >lt tgla está a teologia d e jo ão acerca do Espírito, Como no restante do Novo Testamento, o Espírito é sujeito ao Pai e ao Pilho, A doutrina do Espírito está Inteiramente cen* traiizada em Cristo. Jesus é tanto o NUlSltO quanto a meta da teologia do Iíspírlto, sobretudo emjoão, O Espírito, que testifica e fala do Pal e do Filho, revela As pessoas sua condição pecadora e as atrai para o sacrifício expiatório que Deus, através de Jesus, providenciou, O Pilho e o Pal enviam o Espírito para dar vida, João focaliza o Iíspírlto na regeneraçAo, O batismo com o Espírito, proeminente em Lucas e Atos, só ocorre de modo Ntltll em joão. Por exemplo, o batismo cie Jesus feito por João Batista, que o Evangelho de Lucas registra como uma unçAo do EspírlU), não é mencionado no Evangelho de LuA< i, embora o Espírito dê testemunho clrvlnt t de Jesus ao descer sobre Ele, A escatologla é outro tema ligado A cri»* tologla. João não enfatiza a escatologla futurista. Antes, elese concentra nopirsente (a escatologla realizada), A ressurrelçAoí a chave de sua escatologla, No tempo de hoje, quando as pessoas nascem de novo peío Espírito, elas têm em sl a vida divina, Elas experimentam a vida de Deu» que dum para sempre, Jofto lez Isto por causa da ameaça do judaísmo, O Iíspírlto na regene* raçAo, a nova erlaçAo, era a maneiro dc a» pessoas saberem «e eram veidadeinuncnle membros tio povo dc Deus. h) Soletiolofila No Novo Testamento, temos de fala r simul taneamente de cristologia e soteriologia (a doutrina da salvação). Sem Jesus ser divino e humano, a salvação não seria possível. Sua m orte sacrifical tinha de ser de imenso valor, assim, sua deidade providenciou isto. Mas sua humanidade tornou-lhe possível morrer. Se esta dou trina de fé cair, cai também a experiência e provisão de salvação. A chave para entender este tema em João surge de um contexto de confronta ção entre a congregação ou congregações de João e o judaísmo. Esta confrontação começou com Jesus, mas com o tempo se estendeu, tanto em profundidade quanto em amplitude, de forma que pelos dias de João a tensão era alia. As questões tinham se tornado muito mais claras. Hoje em dia os estudiosos encaram esta confrontação com o judaísmo em termos sectários. Judeus e cristãos reivindicavam as mesmas Escrituras, as mesmas tradições do Antigo Testamento. O judaísmo rei vindicava o Êxodo, a Páscoa, o concerto e os patriarcas (sobretudo Abraão e seus méritos). Tinha um sistema completo de tradição, escrita e oral, que sobrevivia na comunidade. Os judeus não precisavam de salvação pessoal, pois Deus há muito havia-lhes provido tal coisa. Em épocas especiais do ano, com celebrações rituais agrupadas em volta do templo e da lei, Deus apenas estendia Sua obra de pro messa e perdão entre o povo. Claro que os judeus não aceitaram Je sus como o Filho do Deus das Escrituras hebraicas e como meio de perdão. É aqui queentra a mudança. Jesus, por quem Deus inicialmente criou o mundo, foi aquele por quem Deus criou a segunda vez. Ele criou uma nova ordem chamada Igreja, João tomou lestas Importantes, dias santos e rlluals do Antigo Testamento, irmmeve algumas klélas fundamentais Ineivnie neles, mas acrescentou conceitos significativo», mudando*o». Por exemplo, ele mudou a Fcsla da Páscoa na Cela do Senliot, o sábado no domlngc >< l l i" n o prlmelrt»dt m sábados", Jo 20.1), o dia da ressiirrelvAoi a Festa dos Tabernáculos em JoHVIM t> tl vinda do Espírito, Ele mudou asubml»»Ao dos patriarcas Jacó (Jo 4) e Almiflo (Jo M) para Jesus e os apóstolos, I \ >r meie > deste u mlexlo de u inlit mU m e mediante o p< >der transli>rmai l< >r i le I Hms, João mostrou descontinuIdade eniltt o Antigo e Novo Testamentos, ao menino tempo que mantinha continuidade, 1) Ele cria que Jesus cumpriu as promPllwm nas Escrituras. 2) Ele chegou ãs suas conclusões InterprílrtWli t as Escrituras para mostrar,sua IlHdÇftO cnttl Jesus e a salvação. 3) Sua experiência com Jesus moldou mui* pressuposições e inlluenciou mu modo de abordar a Escritura. O judaísmo liNUVH muitas das mesmas passagens da KftcrlUllHi masjoão as via à luz dejesus e do lUpírlte, Deus tinha feito uma coisa nova (inijMUN. Exigia nova adoração, uma ndoriiçflo dt> vida e Espírito, o que também trazia llllirglll e ritual novos. O sistema de salvação ocasionado por Jesus mudou o antigo, Jesus era oCuitltflH i da Páscoa dos fins dos tempos, qU9 tlltlU o pecado do mundo. Oferecendo-o COItU( o Cordeiro de Deus na cruz no lem po da Páscoa, Deus tirou todas as ofensa» entre Ele e seu povo. Colocando a l'í Min Jesus e tornandor,se seus discípulo», O» indivíduos recebem uma nova nutureiW pelo Espírito do Pai e do Filho, Alravtf» desta experiência, o novo crente entra llt i Reino de Deus — a nova, vordadolni f divina realidade. Sua morte e resNimvlyAit são centrais á criação da (greju, Com a chegada desta n< >va era,a anllga perdeu significado. A Páscoa jfl nAo tem valor para acxplaçáo. Considerando i|ilf o m undo está soba Inlluônela dopeCMdtl e do Diabo, as pessoas náopodoma|)tfl!tf para as realidades étnicas, preconcílUwuii ligações patriarcal» para dar fim ao p< hImi do pecado, O pecado é Inerente na i wtuitM za humana e nas vdrlas estrutura» »oii#l#i política» e religiosas do mundo. Jpnu», em sua encarnaçAo Invadiu o munde>, I»* I< )A() expluçAi t pel< i ppctn li........ iii 11 lísplr lii i puni nos livrar do poílet' mundano,Jesus 0 n Messias divino que llbertu o povo t* predomina sobre indo, <) liclosloloftla líiul nu ido profundamente naest ruturado lívangelho dc* Joào acha-se um quadro tia Igreja. No contexto dos confronto,s 1 leste lívangelho decorreu umadiscussàti relativa à Identidade do povo tle Deus. ( )s integrantes''tlcssc povo eram judeus ou crlstàos (ou seja, crentes em Jesus)? ( li imosalxM? Por um lado, o judaísmo apela pura suas lradiçòes, lestas, lugares santos, interpretações tia líscritura, o templo e seus fundadores, os patriarcas. Releria-se Nolirelutlti à sua etnlcidade como a cola que mantinha unida as várias tradições. Mus nu vlsàodejoào, o mundo inteiro jaz dei i u I x o do domínio do pecudo, inclusive 0 povo judeu. A Igreja (ou o povo tle 1 )eus) t1 o templo, o Corpo de Cristo (Jo 2), O corpo tle Jesus, e o crente por meio dele, foi pendurado na cruz. Os crentes lOm tle comer tlcssc corpo para serem um com ele. Ter l'ó nlíle libera o Espírito puni trazer nova vitla e capacita a pessoa ti piirllclpur desse corpo. Os crentes têm o Iíspírlto cie Deus liiiblluntlo dentro tle si centre eles, Agora cIcn se tornaram o novo templo de Deus. Aonde quer que estejam 110 mundo, há 0 templo tle Deus, Os lugares do antigo lemplo já nàosào mais Importantes, lista (' u ílnlou munelra de a pessoa adorar a 1 Huts vertladelramente tle mc ido espi- I llliill, A presença do Iíspírlto caracteriza II novo e verdadeiro povo tle 1 )cus como Iflliplo, o qual se levanta cm descon- 111111 oIuile com o antigo, visto t|ue seu liinilumeiilo t* Jesus, KNHOÇO I, PfflMclo(l.MH), 1,1. A Palavra nu Hternldade (1,1*5). I.J, A 1,11/1 A Palavra no Mundo (1,6-13). 1,3, A líncurnnçAd: A Palavra nu Igreja II 14 IH), IUI À. A Muulfc nIiiçAo (In I.11K 110 Mundo (1,19—12.50), 2.1.0 Testemunho dc I0A0 Uatlsta ( I 2.2. () Testemunho tle Filipe e Nataiutel (1.43-51). 2.3.0 Primeiro e o Segundo Slnalsi A Mudança do Templo (2.1—4,54), 2.3.1.0 Primeiro Sinal e o Casamento em Caná da Gallléla (2.1-11). 2.3.2. A Purificaçào do Templo (2,12-25), 2.3.3. Jesus e Nicodemos (3.1-21), 2.3.4. Jesus e Joào Uatlsta (3.22-35), 2.3.5. A Mulher Samaritana (4,l-2(i), 2.3.6. Jesus, seus Discípulos e 11 Mulher Samaritana (4.27-38). 2.3.7.0 Salvador tio Mundo (4,3(M2), 2.3.8. A Pátria tle 11111 Profeta (4,43*45), 2.3.9.0 Segundo Sinal (4,46-54), 2.4. Os Outros Sinais: A Mudança dou Dlus Santos (5.1—12.50). 2.4.1. A Cura no Tanque tle Hetesdu (5.1-47). 2.4.1.1.0 Paralítico no Tan<|iie de llclcs tia (5.1-5). 2.4.1.2. A Cura do Paralítico (5,6-9h), 2.4.1.3.0 Desafio ;i Ohr.i tle Jesus (5.9c-18). 2.4.1.4.0 Dom tlu Vitla: A Obni de Jesus e tio Pai (5.19-30). 2.4.I.5. As Testemunhas de Jesus (5,31 47), 2.4.2. A Multiplicaçào tios Pàes e Peixes para os Cinco Mil e suas Conseqüências (6.1-71), 2.4.2.1. A Multiplicação dos Pàes e Peixes para os Cinco Mil (6.1*11), 2.4.2.2. Jesus Anda sobre o Mar (6.16-24). 2.4.2.3. líluhoraçôes sobre Jesus, o Pfln il,i Vitla (6.25-59). 2.4.2.4. Muitos Discípulos Partem (6.60-71). Ií 2.4.3. lesusea Festa tlosTahernrtciiIns (7.1—12.50). 2.4.3.1. Jesus na Festa dos Taherníictilos (7.1-13)' 2.4.3.2. <) línslno de Jesus na Festa dos Taliernáculos (7,14-24), 2.4.3.3. Jesus como Messias? (7,25 36), 2.4.3.4.0 Dom tio Iíspírlto que Drt Vlclu (7,37*44). 2.4.3.I. A Incredulidade tios Líderes Ju deus (7.45*12). JOÀO 2.4.3.6. A Mulher Apanhada cm Adultério (7.53—H.11). 2.4.3.7. A l,u/ cli> Mundo (8,12-30). 2.4.3.8.Jesus o Abraão (8.31-59). 2.4.3.9. A Cura do Cego de Nascença e suas Conseqüências (9.1-41). 2.4.3.9.1. A Cura do Homem Nascido Cego (9.1-7). 2.4.3.9.2. A Reação Inicial (9.8-12). 2.4.3.9.3. A InvestigaçSo da Cura (9.13-34). 2.4.3.9.4. A Confirmação dos Fariseus Cegos (9.35-41). 2.4.3.10.0 Bom Pastor (10.1 -42). 2.4.3.10.1.0 Bom Pastor e seu Rebanho ( 10. 1-21). 2.4.3.10.2. A Festa da Dedicação (10.22-42). 2.4.3.11. Jesus Ressuscita Lázaro (11.1-57). 2.4.3.11.1. A Morte de Lázaro (11.1-16). 2.4.3.11.2. Jesus e as Irmãs de Lázaro (11.17-37). 2.4.3.11.3. A Ressurreição de Lázaro (11.38-44). 2.4.3.11.4. A Trama para Matar Jesus (11.45-54). 2.4.3.11.5. Ordens para Prender Jesus (11.55-57). 2.4.3.12.0 Aparecimento do Rei (12.1-50). 2.4.3.12.1. A Unção dejesus (12.1-8). 2.4.3.12.2. A Trama para Matar Lázaro (12.9-11). 2.4.3.12.3. A Entrada Triunfal (12.12-19). 2.4.3.12.4. A Chegada da Hora dejesus ( 12.20-26). 2.4.3.12.5. A Voz Celestial (12.27-36). 2.4.3.12.6. A Explicação de Isaías acerca da Cegueira do Povo (12.37-43). 2.4.3.12.7.0 Clamor de Jesus (12.44-50). 3. A Manifestação da Luz entre os seus (13.1—20.31). 3.1.0 Jantar com os Discípulos e o Lava- pés (13.1-38). 3.1.1. Um Padrão para Seguir (13.1-17). 3.1.2.0 Traidor (13.18-30). 3.1.3. A Auto-RevelaçAo íntima da Glória dc Deus (13,31-38), 3.2. A Partida Imlnenle dejesus (14,1-31). 3.2.1. A PromcNNii deCoriNolof 14,1-14). 3.2.2. () lí»pírlloe o Mundo (14.15-31). 3.3. A Videira Verdadeira (15.1-27), 3.3.1. A Poda dos liamos (15.1-10). 3.3.2. Amor e Alegria — Vlila na Videira (15.11-17). 3.3.3.0 Ódio do Mundo (15,18-25), 3-3.4.0 Testemunho do Espírllo (15.26,27). 3.4. A Obra do Espírito Santo (16,1-33). 3.4.1. A Obra e Natureza do Espírito ( 16.1-16). 3.4.2. Exortação para Pedir por Alegrla/o Espírito (16.17-24). 3.4.3. Finalmente, os Discípulos Enten dem (16.25-33). 3.5. A Oração dejesus pelos Crentes (17.1-26). 3.5.1. Jesus Ora pela Glorificação Mútua (17.1-5). 3-5.2. Oração pelos Discípulos (17.6-19), 3.5.3. Jesus Ora por Todos os que Vão Crer (17.20-26). 3.6. A Traição, Prisão, Crucificação, Morte e Sepultamento dejesus (18.1—19.42). 3.6.1. A Prisão de Jtísus (18.1-11). 3.6.2. Jesus diante dos Líderes Religioso» (18.12-27). 3.6.3. Jesus diante de Pilatos e dos Lidere» Judeus (18.28—19.16a). 3.6.3.1. A Primeira Cena: Fora (18,28-32). 3-6.3.2. A Segunda Cena: Dentro (18.33-38a). 3.6.3.3.A Terceira Cena: Fora (18.38b-40), 3.6.3.4. A Quarta Cena: Dentro 09,1-3). 3.6.3.5. A Quinta Cena: Fora (19.4-7), 3.6.3.6. A Sexta Cena: Dentro (19.8-11), 3.6.3.7. A Sétima Cena: Fora (19.12-16a). 3.6.4. A Crucificação, Morte e Sepulta- mento de Jesus (19,l6b-42). 3.6.4.1. A Crucificação de Jesus (19.l6lv27). 3.6.4.2. “Está Consumado” (19.28-30), 3.6.4.3. A Morte dejesus (19.31-37), 3.6.4.4.0 Sepultamento dejesus (19.38-42). 3.7. A Ressurreição de Jesus (20.1-31). 3.7.1. Pedro e o Discípulo Amado (20,1-10), 3.7.2. Maria Madalena cJesus (20,11-18), 3.7.3. Todos os Discípulos: A CrlilÇÍlO dn Igreja (20,19-23) 3.7.4. Tomé ejemi» (20,24-29), 3.7.5* O Propó»llo degle Evangelho (20,30,31). !< >A<) I l . o Hpilogo (21,1*21), 4.1. A Terceira ApnrlçAn tlrjmm: Junio no Mar de 'I'll wrÍMtlc» (21.1 14), 4.2. Jesus c IVdro: A Chamada para Com promisso Kadlcal (21.15-19). 4.3. Pedro c o Discípulo Amado (21.20-23). 4.4. A Autenticação do Autor (21.24,25). COMENTÁRIO I . Prefácio (1.1-18) Embora esta parte do Evangelho funcione como prefácio, é mais que isso. Escrito em forma poética, sobretudo os primeiros treze versículos, prepara o leitor para o que vem a seguir e, de fato, resume todo 0 Evangelho. Nesta paite encontramos por um lado rejeição e conflito, e por outro revelação, salvação e vida. Outrossim, o autor apresentaa pessoa e obra dejesus e como Ele se encaixa no plano eterno de Deus. Os versículos 6 a 13 fornecem o resumo de João 1.19 a 12.50 e os versículos 14 a 18, dos capítulos 13 a 21. Estes temas originaram-se do Antigo Testamento, do pensamento corrente dentro do judaísmo e da literatura sapiencial não-canônica (veja comentários mais adiante). 1.1. A Palavra na Eternidade (1.1-5) João 1.1 começa cie modo muito sem e lhante a Gênesis 1.1: “No princípio”. É intencional eem harmonia com o plano do Evangelho. João pretende provar que, com Jesus, Deus criou algo novo— a Igreja. O conflito entre o cristianismo e o judaísmo aparente neste Evangelho dizia respeito a qual era o verdadeiro herdeiro do Antigo Testamento. Visto que o judaísmo apelava 1 ura lugares santos, personalidades e outras tradições do Antigo Testamento Jo ão teria sido menos eficaz em suas argiimentações caso ele tivesse apelado para os mesmos materiais. João na verdade apelou para as tradições e textos do Antigo Testamento, até de modo semelhante ao judaísmo, mas sua crença e experiência com Jesus como Senhor léz a diferença, Textos do Amigo TenUtittetlto nA( 11 >('< >iTem tt >m lre< |M m i» pim Joflo de numelni nolrtrln, Todavia o Am Igo TesiamenW > a< |ulc\sce < > Evangelho a cada ponto. Esta seção f<ícallza a Palavra (< > Verl>c>), o Logo,s. Muitas são as tentativas em traçar a fonte do termo Logos. fí ma isque provdvel que o termo e seu conceito provenham cia literatura e pensamento judaicos, em bora estivesse ambientado dentr<) do mal» extenso mundo greco-romano. Os doln temas de sabedoria e agência estilo junte no “Logos". Começando no Antigo TchIh* mento, a sabedoria e a lei (Toril, pnlnvrtt hebraica para designar lei e associadtl com os cinco livros de Moisés) eslflo hn sociados e tornam-se um. Especialmente Provérbios 8 não só personalizou a NU- bedoria, mas a colocou ao lado de I )oil« antes da criação e a envolveu nelu, A lei, o epítome da sabedoria, sofreu mulore* desenvolvimentos na literatura judulni mais tardia (Siraque, Sabedoria de Sulo mão, as traduções aramaicas das IÍHerlI i itmn hebraicas, os comentários rabínln m e Pilo, escritor judeu). Também implícita nesta combintiçAo de lei/sabedoria está a idéia de agêtldH, A sabedoria era o m eio pelo qual Deliu criou o mundo (Pv 8.30). Particularmente nas traduções aram aicas cham ada Itll' guris, a palavra aramaica memra, traduzk In por “palavra”, funcionava como a agôndil pela qual Deus criou o mundo. Enqunnti) que Memra neste caso ajudou alguns no judaísmo a se guardarem de profanar o nome de Deus (era um modo Indireto de se referir a Deus), também serviu ao autor do Evangelho de João como m odo de expressara agência criativa da Palavra (cf. SI 33.6, onde diz que Deus criou por meio de “a palavra"). João tomou mlt tema com um nos contextos lltürglcON judaicos, am pliou seu significado e o usou para expressar a doutrina do Pilho de Deus, o Logos, O autor também usa a revelação dolemu inerente na sabedoria/lei, No Evangelho de João, o Logos é a plena revelação de Deus, da mesma maneira que a lei, proveniente da escrita das Escrituras hebraicas até a sua época, era uma revelaçflode I)eun, O ,|( )A<) I "glrtrlu" im seçfti iseguinte u<i 1'ielfU li» líile conjimuuleiemK is opostos cra (uiiHiin nu tem» d r que 11Palavru (o Verbo), o Filho dc Deus, revelou Deus coni/ilolmnonlo conclui esta seção no versículo IH. listas idéias de sabedoria, agência e revelação apresentam para o crente uma visão da criação e redenção centradas em Cristo. Não se pode saber o propó sito último da criação ou redenção, nem entender a existência diária de Deus ou qualquer revelação espiritual, sem passar pelo Logos, o Filho de Deus. Os versículos 1 a 4 narram o estado preexistente de Jesus e como Ele agia no plano eterno de Deus. “No princípio” (v. Ia) fala da existência eterna da Palavra (o Verbo). As duas frases seguintes expressam a divindade de Jesus e sua relação com Deus Pai. Esta relação é uma dinâmica na qual constantemente são trocadas comu nicação e comunhão dentro da deidade. O versículo 2 resume o versículo 1 e prepara para a atividade divina fora da relação da deidade no versículo 3. No versículo 4 Ele é o Criador mediado. O uso da preposição “por” informa o leitor com precisão que o Criador original era Deus Pai que criou todas as coisas pela Palavra. Os verbos que João usa nestes ver sículos fazem distinção entre o Criador não-criado, a Palavra (o Verbo) e a ordem criada. Numa boa tradução, a RC observa esta distinção: a Palavra (o Verbo) “era” mas “todas as coisas foram feitas". O versículo 4 conta várias coisas para o leitor. 1) A Palavra divina, como Deus Pai, tem vida em si mesma, vicia incriatla (ou seja, é a fonte da vida eterna). 2) Esta vida revelou a pessoa e natureza tle Deus para todas as pessoas. j) “Luz" neste ponto pertence á revelação autorizada e autêntica de Deus; é melhor explicada em termos do Antigo Testamento, talvez conectando-sc com "no princípio" de Gênesis 1. "Luz" ocorre pela primeira vez aqui numa série de conceitos que se opõem um ao oulro, O oposto tia luz são as trevas (muls tarde neste Evangelho, outros termos surgirão como opostos), "Luz" tam bém se relere ao caráter justo de I )eutt, em oposiçAo uo mundo Injusto de trevas. lislu pulitvrn Uimhém assumirá o significado dc mundo antigo. <) versículo *> expressa a resposta tjilM este povo Injusto deu il lu/i "A lu/, fes plandece nas trevas, e as trevas itflu a compreenderam". A traduçáo "eoilipif enderam" transmite a Incapacidade dr1 os pecadores entenderem Deus, Aluda que esta traduçáo (RC) seja acelIÁvel, a traduçáo da NVI deve ser preferida "A luz brilha nas trevas, e as trevas ilflo ll derrotaram”. Ou seja, devido ao tema do conflito com o judaísmo encontrado nu Evangelho, João está alirm ando que tl trevas não venceram a luz. 1.2. A Luz: A Palavra no M undo (1.6-1,1) Esta seção amplia os temas do Olllmtt parágrafo e acrescenta dois elemenliw chave: João (este Evangelho ná(> oc lumitl “Batista”) e a "testemunha". Joáo IlutlsM, embora enviaclo por Deus, é Inferiu» ft Palavra. Um foi criado, o outro éltUTltlflli Um é a testemunha da Luz, o otlliti e ti verdadeira Luz, Esta declaração sugere t |i le João Batista desempenhe>u papel slgi tlht a tivo na mente dos leitores originais e que seus seguidores podem ter sido pinte do problema na congregação de Jofto, Fslti situação é verificada pelas lnlbrmn<,nes sobre Joáo Batista no Evangelhode I.UCtl» e no Livro de Atos (esp. Al 19.1t7), A palavra “testemunha" cumpre lim ção importante no Evangelho de Jofln, A palavra, usada com relação a IdíMiis e pessoas como “sinal", Abraão, o lísplrllii e o Pai, verifica e testemunha queJemiN é verdadeiramente o Filho tle Detls, 11 testemunho dejoão também ajuda i uilit mi a crcrem na Luz. O "mundo" é introduzido aqui pela prl meira vez (v. 9) no Evangelho, UsUt palilV lll se refere ás pessoas entre as quills Jesus veio. Elas o rejeitaram com ou verdadeira Luz, porque eram pecudoim Jofto aqui presume a quedt^de iodas tis pessoa* A queda significa que as pessoas ueslit eoniliçAo tifto p o tle m conhecei Di-us, Sua busca religiosa se perdeu, e elax nau ■IVfi JOÁO l podem enconlMldo sem a l.u/„ Mus .suas tradições são«ua »egt li attça e tin.stix >peçam cegamente, Assim, o n | >ecadores rejeitam a Luz quando líle vem ao mundo. Ainda que o mundo rejeite o Criador, Ele lhe dá uma medida de luz. Esta m e dida é expressa em nossos dias por gra ça comum — a graça de Deus que atrai e vai para cada pessoa. Esta é uma das possíveis interpretações do versículo 9. A interpretação depende de qual subs tantivoa expressão “que vem ao m undo” modifica. Modifica “a luz verdadeira” ou “todo homem”? No texto grego, esta frase vem depois de “todo hom em ” e assim provavelmente o modifica. Depois de dizer que o mundo rejei tou a Luz, João estreita especificamente sua janela para comentar a exceção. Nos versículos 12 e 13, ele faz um contras te bem definido entre eles e comenta o que fez a diferença. “Receber” significa “crer”. “Crer” enfatiza não o evento de um tempo, como ocorre na chamada ao altar, mas é um ato contínuo, um estilo de vida ou um estado. Com a crença habitu al vem o “poder” de ser filhos de Deus. Em resposta à crença, Deus faz com que as pessoas nasçam como filhos dEle. O verbo “nascer” usado com Deus contém um elemento causativo. A imagem é esta: Deus é o pai, não a mãe. A estrumra do versículo 13 mostra níti do contraste entre o esforço humano e a atividade divina. Três elementos paralelos e negativos: “Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da v< >ntade do varão", contrastam com o único elemento positivo: “mas de Deus”. Usando estes três elementos, João enfatiza que ne nhum esforço humano pode fazer um filho de Deus— é necessária a atividade divina. Este contraste desafia coisas como distintivos étnicos e religiosos, e teria tornado difícil ao judaísmo receber e crer nisso. O Evangelho clejoáo reserva a palavra “filhos" como nome para os crentes em Jesus (cf. Paulo, que usa o termo “filhos de Deus"). João, por um lado, faz distinção entre a natureza do cristão e dejesus, e, por outro, ainda laia de semelhança de relação. João usa a palavra "Alho" para aludir a Jesus, mas "filhos" para aludir a todos os crentes que chamam Deus dp Pai, a fonte do novo nascimento. 1.3- A Encarnação: A Palavra na Igreja (1 .14-18) João conta aos leitores que “o Verbo [a Pa- lavral se fez carne”. A palavra “se fez” é a palavra usada anteriormente com a criação. AquEle que é Deus agora se faz ser huma no. Este é o significando tia encarnação: O Verbo divino (a Palavra divina), o Filho de Deus, agora é divino e humano. Deus está presente em todos os lugares, mas a encamaçãoacrescentou uma n< iva (llmeiwãt >, Agora Deus está presente na mesma e»lent da humanidade (grande fundanlenU > pam a verdadeira empatia!). Na encarnação, I )cilN se aproxima de uma nova maneira. A informação neste versícu Io pode cuiaI' dando uma resposta ao gnostlclsmt> e ao judaísmo, pois o gnosticismo não critique uma pessoa divina também pudesse ser humana, e o judaísmo não cria que um ser humano pudesse ser ao mcsm< > tempt > divino. O conhecimento da encarnação, no sentido pretendido por João, só vem por revelação, e a revelação passa pela atividade divina da regeneração. A ivvelaçãc i só é revelação quando é compreendida e somente quando Deus provê este tipo de capacidade para com preender este tipo de assunto. João fala da encarnação em termos de templo. A palavra “habitou" no versículo 14 está associada com a habitação de Dell» nas Escrituras hebraicas e ac|til declara (|lie a encarnação é o templo de Deu» entre seu povo nos últimos dias. Comooleiupli i de antigamente, este tem "glória", | « m&tl até mais — o templo é o próprio I )eu», cheio de graça e de verdade, "Oraça e verdade” tomam dois atrlbutos-chave ile Deus e depois identificam a Palavra t'(>m o Deus do Antigo Testamento, () autor também alude ã declaração do Antigo Testamento, de que ninguém jamais viu a Deus. No (em po do Altt, Deus velo em carne e Ibl vlslo som ente com o Deus pelo povo da Itf, Assim este <IV7 tem plo novo e úlllmo e Imensamente ,superior ao antigo. Tem glória que mio diminui, como Paulo com entou acerca da glória em 2 Coríntlos 3.7-11. A refe rência a Moisés no versículo 17 elabora indiretamente sobre esta idéia do Antigo Testamento. Enquanto Moisés deu uma m edida de graça na lei, a graça superior veio por Jesus Cristo. A palavra grega monogenous, no versículo 14, é comumente traduzida por “Unigênito”. O intérprete tem de evitar a falácia da raiz quando busca o significado de determi nada palavra, ou seja, tomar o que a raiz significa e aplicá-lo em todos os lugares em que a palavra é usada. O significado de uma palavra deve ser determinado por seu contexto. Neste caso, monogmous provém de duas raízes: “um /único” e “gerado”. O modo como esta palavra é usada nos contextos bíblicos sugere que esta palavra deva ser entendida por “único”. O processo criativo (ou seja, “gerado”) não faz parte do significado desta palavra. O Logos é o único Filho de Deus. O versículo 15 parece estar fora de ordem ou entào é parentético. Porém, este testemunho encaixa-se com o que esta seção ensina. O Logos é a revelação única que Deus faz de si mesmo. O único modo pelo qual o ser humano pode ver Deus é pelo Filho, o Logos revelador. O Logos é divino e maior que João Batista. O Logos divino existia na eternidade antes de Deus enviar João Batista. O testemunho de João Batista exalta este fato. A partir da evidência do manuscrito existem duas leituras possíveis no ver sículo 18 com a repetição da palavra monogenous-, “Filho” ou “D eus”. A RC escolheu “Filho” como a leitura mais pro vável. Embora a evidência do manuscrito esteja dividida, o testemunho do próprio Evangelho apóia a leitura "Deus” (cf. NVI). Esta é a declaração mais direta da deidade de Jesus no Novo Testamento. 2. A M anifestação da Luz no M undo (1 .1 9 — 12.50). Esta divisão maior mostra que o mundo não tem a resposta certa e rejeita Jesus. Joflo 1,19-51 ui>l<nu illiimr dolelti>rInves ilgallvoquelêestelívangelhoumapeigunla Importante sobre a Identidade deJemiA, No parágrafo Inicial (Jo 1.19-2H) os lidere# de Jerusalém enviam mensageiros pura perguntar a João Batista se ele é o Messias, Elias ou o Profeta; ele nega ser qualquer um destes. Pouco dep< >is (J< > 1 ) J t iflt i Batista testemunha que ele próprio nflo teria sabido quem era Jesus, se Deus nflo lhe tivesse dado estas orientações: "Aque le que vires descer o Espírito e sobre ele repousar". Os discípulos dejoflo também inquirem sobre Jesus (Jo 1.35-42), O capítulo 1 orienta o leitor n unlv* cipar a identidade d e je su s na narrallvtl segu in te , fo rnecendo a resposta mm lábios de duas pessoas: Joflo Hallsla declara q u ejesu s é o Cordeiro de I >eu«, e Natanael afirma a respeito de Jesum “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Itel de Israel”. O restante do livro expande o significado destes títulos-chave, Jesus faz expiação pelos pecados do m undo e está reinando com o Filho de Detis e Rei messiânico. 2.1. O Testemunho cie João Batista (1.19-42) O começo da história d e jesu s em Joflo 1.19-51, diferente de Mateus e Lucas, nfli i contém nada sobre a infância do Senln »i , Antes, João passa diretamente d< > seti re sumo do Logos (Jo 1,1-18) para o leste munho de João Batista e a chamada dos primeiros discípulos, Os versículos JV a 28 contêm o diálogo entre o enviado t li is líderes de Jerusalém e João Ballsla < ( testemunho de João no versículo IV e a nota geográfica no versículc > 2H poem esle diálogo entre parênteses. O assunto aiiui centraliza-se na identidade e leslemunllO de João Batista, de que ele nflo é o (Irlslo (ou seja, o Messias), Elias ou o 1’rolelM Nas várias tradições do judaísmo, eslas figuras desempenhavam uma íunçflo na vindoura era do Messias, A redposUl de João ú sutil — em nenhum lugar ele dl/ quem é o Messias, listes líderes nflo o conhecem, embora lile esteja enliv eles (v, 26), Isto sugere que eles nflo U'm a is m\ * i natureza ou a capacidade para Ntiber(cl', os comentário» sobre Jo 1,10,11). A resposta de Joílo sobre o verdadeiro Messias (v. 23) nào envolve um método superiorde batismo (ou seja, com o Espírito Santo) como nos outros Evangelhos. O uso que ele faz de Isaías 40.3 afirma sutilmente quejesus é “o Senhor" e que João Batista é apenas seu precursor. Para os leitores de Joào, a resposta aparece nos versículos 29 a 34. É suficiente para o momento saber que João Batista é somente uma testemunha, in ferior a Jesus, e que a ignorância predomina sobre os líderes de Jemsalém. A conclusão do parágrafo (v. 28) talvez indique o lugar mais antigo em que João Batista batizava e esteja ligado com Bet- saida. O autor diferencia entre os líderes de Jerusalém, que não são amigáveis, e os discípulos de João Batista provenientes de Betsaida que se tornam discípulos de Jesus. Embora Jesus tenha feito de Ca- farnaum sua sede, significativo número dos discípulos era originário da área de Betsaida. Esta cidade, em região governada por Herodes Filipe, era um tanto quanto tolerante, aberta aos gentios e até aos judeus piedosos de diferentes seitas. Os estudiosos disputam a identidade e localização de Betânia (v. 28).,Esta referência geográfica é ambígua no texto grego: a palavra “Betânia” está desacom panhada de artigo definido e a frase que a segue: “Do outro lado do Jordão”, é vaga. Pode ser que aqui Betânia não seja o nome de uma cidade. Talvez denote o nome da região norte de Batanéia (e assim está associada com Betsaida). Pre- sum ivelm entejoão Batista batizou Jesus miin local diferente (vv. 29-34). () versículo 30 liga este parágrafo com 0 prévio e as palavras d e jo ão : “Este é ac |iicle do qual eu disse". O autor tenciona responder quem é este maior e como a pessoa pode conhecê-lo. O testemunho dcjoflo Uatlsta culmina nesle parágrafo ( mu le nào teme),s dlál<>go— só as palavras d e jo ào Mallsta em modo de testemunho que reflete um cenário legal. João Batista 1 ibttfivu que d e tiiml >ém ník> o conhece: “H eUnfto o conhecia, m asoquem e mandou m balizar com dguit, esse mc disse" (v, 33), A deeltmiçfto de que ele nflo o conhece ocorre duas vezes (vv, 3 1,33) puni rcmil* tar seu desconhecimento. A vozdaqulíle que o enviou disse (jueo modo pel< > (|iiul João Batista iria saber era que o Iíspírlto desceria e permaneceria sobre Jesus, O Espírito habitante torna-se a característica identificadora de Jesus. A afirmação que o Espírito faz ucercti de Jesus ser maior é importante para o es critor deste Evangelho em seu debate ct>m o judaísmo. Os cristãos e os judalzanles recorriam às Escrituras hebraicas, sendo que os judaizantes também se valiam dilM tradições. Mas é a vinda do Espírito que denota quem são os reais herdeiros do tin* tigo concerto. Ademais, isto faz de Jesus < i Dispensador legítimo do Espírito (v, 33)| também estabelece o fatc>de que ô líle quem pelo Espírito regenera os que crôem <• os enche do Espírito. João Batista (juei' "Intllzm " para se referir abrangentemente a toda* nu atividades do Espírito na Igreja e paru elti, embora neste Evangelho, porcaumt da nu tureza do problema que ele enfrenUl, Joflo destaque a regeneração, Jesus se | )Ôe como o foco de toda a doutrina do Iíspírlto, Neste parágrafo o Espírito c< >n< )la regeiie ração, pois Ele está ligado c<>m as pala vnw de abertura do versículc> 29 que Idenl lllctli 11 Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que llrtl o pecado do mundo”. Jesus como o Corrieln i de Deus só ocorre no Evangelht > clcjt >Ao e em Apocalipse. Ainda que existam vrtl lus teorias sobre a que tipo de a )ix Iclix>J( ifli) eMrt se referindo, o próprio Evangelho Ntlgeie quejesus seja o Cordeiro pascal d<) fim d i) tempo. Ele substitui o cordeiro oferecido em cada Páscoa (veja o comenlrtrlo «obre Jo 13 e 20). Este Cordeiro “Ura o pccucIo do mundo”. “Pecado” está no slngulttr e tem um artigo acompanhante, o que NU^re que um pecado em particulareslá em VInIh, um no qual todos participam, qual Ne|n, o “pecado original”. Esta era a condlçAodo mundo quando a Palavra velo, Dc liilo.enUi é a razão de Jesus vir (cf. (o 1,10; 3.16-211 8.34-47; lJo.3.1-10). Por causa deste pecado, os líderes em Jerusalém nào conheciam a Palavra, em bora Ele estivesse entre eles. Por oulro lado, o batismo em águas de Joào reveltt ■m J< >A<) I :i hiluvru ao povo de Israel, que antecipa o Messias, Quando eles o vôem assim ma- nlfestad< >, cies < > ree< inhecem e o seguem, liste parágrafo serve como ponte entre os que se opõem a Jesus (o enviado de Jerusalém, vv. 19-27) e os que o seguem (os discípulos dejoào, vv. 35-42). Observe também Natanael, que é chamado “um verdadeiro israelita” (v. 47) e que confessa c desse m odo identifica Jesus correta mente como “o Filho de Deus, [...] o Rei de Israel” (v. 49; cf. v. 34). Os líderes em Jerusalém estavam no mundo; Israel em seu representante, Natanael, com verda deira antecipação messiânica, coloca-se à parte e contra o mundo. A expressão “no dia seguinte” ( v. 35) separa o testem unho de jo ào Batista re lativo à identidade d e je su s e seu teste m unho a dois dos seus discípulos. Esta frase também liga este testemunho ao do parágrafo precedente, com o faz “Eis o Cordeiro de Deus”. Só em João lemos que os primeiros discípulos seguiam inicial mente João Batista. Aqui encontramos a maior parte das informações sobre André. Ele é irmão de Simão Pedro, o primeiro a seguir Jesus, e aquele que fala para seu irmão que encontrou o Messias. Também aprendem os que a chamada e a resposta dos discípulos não são espontâneas e instantâneas. Antes são pensativas, de moradas e judiciosas. A linguagem discipular preenche os versículos 35 a 42. A ação e palavras de João Batista assinalam para seus seguidores que eles devem se tornar discípulos de Jesus. Os leitores deste Evangelho saberão quem eles devem seguir e porquê. SóJesus como o Cordeiro pode tinir o pecado do mundo. Os dois discípulos dejoão Batista, até agora sem identificação no texto, ouvem ele dizer isto acerca dejesus e começam a segui-lo. “Ouvir" e “seguir” (v. 37) são ambas palavras discipulares. O diálogo passa para Jesus, que se volta e pergunta: “Que buscais?” lista importante pergunta ainda hoje é apropriada. A resposta que deram e a ayão de irem com Jesus ao lu gar onde Ele morava Indica Investigação preliminar, mas sincera, daqueles que desejam se lornar discípulos, O parágrafo é concluído com Jesus mudando o nome de Slmão para "Celas", a palavra aramalca equivalenteá palavra grega potros. Este ato Informa ao leitor que Pedro é uma pessoa im portante. “Rocha”, o significado de Celas/Pedro, provavelm ente se refere a ele com o o principal apóstolo, um dos Doze originais, uma pedra fundamental que autentica Jesus como o verdadeiro Messias. Assim Pedro desempenha papel importante no com eço do Evangelho com o tam bém no fim (Jo 21). Em sentido real, Pedro serve como parênteses para a totalidade deste Evangelho. No capítulo 1, Pedro está calado; a tônica cai no olhar que Jesus dá em Pedro, e é Jesus que chama os discípulos e que traz à existência e estabelece a Igreja. 2.2. O Testemunho de Filipe e N atanael (1 .43-51) “No dia seguinte” (vv. 29,35,43) começa pela terceira vez um parágrafo e unifica o trecho d e jo ã o 1.29-51. O diálogo — primeiro entre Filipe e Natanael e depois entre Jesus e Natanael — caracteriza esta seção; conclui com uma declaração impor tante que identifica Jesus. O discipulado ainda é o tema. O círculo de seguidores de Jesus está se expandindo, o qual em sl modela o que os discípulos têm de fazer — contar aos outros sobre o Messias, () cenário também, muda, embora o autor observa que Filipe também vem de Uet- saida, o mesmo lugar de André e Pedro, Aparentemente Filipe conhece Natanael e sabe que ele também está buscando o Messias. Natanael é uma pessoapiedosa que estuda a Escritura debaixo de umu figueira (cf. Mequilta, Pisca 12), procuran do o Messias. Filipe lhe testemunha que ele achou o Messias; Natanael está cético porque Jesus vem de Nazaré, lugar de má reputação. O convite ao disdpuliido é feito: “Vem e vê" (veja os vv, 39,46), e Natanael responde. Não falando a^nlnguém em particular, Jesus laia a todo o mundo nobre a devoção de Nalimael, modelo de um "verdadeiro Israelita" (v, 47). InIo leva n eonflssílo de |< >A< ) í Natanaeli "Tu 6 to Kllhode I )eus, | | o RH tle lamel", repetindo uc< mlissflodejortono versículo 34, mus ucivsccnUindo um título Importante — "o Rc*l dc Israel". Natanael crê quejesus é o Messias. Com Isto, Jesus indica comoafédele avançará, nào somente port|uejesusoviu debalxoda figueira, mas por causa das “coisas maiores” — a morte e ressurreição de Jesus que acontecerão. A fé nào é baseada no estudo da lei, mas na m< >rte, ressurreição e ascensão de Jesus. As pessoas que sào verdadeiramente piedosas, que antecipam o Messias, têm de crer que Jesus é o Messias. O capítulo conclui com uma declara ção iniciada por "amen, amen" (v. 51). Neste Evangelho, a expressão "amen, amen" introduz declarações doutrinais importantes dos lábios de Jesus. Esta pri meira declaração aponta para um novo modo de acesso ao céu e substitui uma tradiçàojudaica, baseada na visãodejacó em Gênesis 28.12 e ligada à pedra sagrada no Santíssimo Lugar do templo em Jeru salém. Agora Jesus, o Filho encarnado de Deus, é o lugar de reunião do céu e da terra. O título “Filho do I Iomem”, nào usado com tanta freqüência quanto nos outros Evangelhos, é todavia expressivo e significa o mesmo que “Filho tle Deus” (veja os w . 49,50). Ambos se referem a Jesus como o Messias. 2..Í, O Prim eiro e o Secundo Sinais: A Mudança do Templo (2 .1— 4.54) Visto que os dois sinais (e a palavra "si nal") atuam com o parênteses (ou seja, mi portes de livros literários) distinguindo esta seção e dando-lhe enfoque, temos dc gastar algum tempo discutindo este i onccito e idéias relacionadas. I lá muito que os estudiosos discutem o significado i Io\vn\\osltuil(siwwl<>n) no Evangelho de Joflo, 1 Imaconsldcmçflosobrcesta palavra iii is ajuda a descobrir como o Evangelho deve ser dividido e Interpretado. Puni começar, Joào tcnclonu que os "nIiuiIn" beneficiem os leitores - slgnlfi • .im algo mais que meros milagres. I lm tlnul dl/, respeito a um ac ontecim ento extraordinário e espcelul, cliumundo a utençfli > | >ar.i a utlvli ladr salva» l< >ru > lejesu* e iiludindo ít sua morte e ressurreição, A palavra em Joflo 20.30,31 reílete uno geral e especial, e aumenta a dificuldade de resolver a discussão sobre o significado dcsemeiorr. "Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que nào estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos paru que creiais q u e jesu s é o Cristo, o Plllio tle Deus, e para que, crendo, tenhais vldu em seu nom e”. Quanto a estes tlols usos no próprio Evangelho, em Joào 2.18,23; 3.2| <1 IM| 6.2,26,30;7.31;9.16; 10.41; I l,47o 12,18,37, semeion se refere a “milagre" em senlli lt i geral e a uma marca tle autoridade t em Jo 2.18). Em joào 2.11 e 4.54, os dois ouln m únicos lugares onde a palavra sotuoiun <■ usada, tem um sentido especial (veju o próximo parágrafo), Estas várias acq içfu•« tia palavra tornam discutível o mimem dos sinais. Em joào 2.11 e 4.54, samulori tem slg nificacío especial. 1) Estes dois versículos sào ligadi >s pp|< i uiili n a dois “sinais" específicos: a mudança da água em vinho c a cura do filho de um oficial do rei em Caná tlu Gallléla, 2) Entre todos os "sinais”, apenas estes dnlx têm um significado numérico utrllniído a eles: "primeiro" e "segundo", Ambos os sinais sào feitos em Canil da ( ialllélti I )cn|i modo, estas palavras chamam utençrtoeN pedal a esta seçào. Depois do oipítuli i I, a narrativa passa para um novo evento nu capítulo 5 — contém o próximo "mlIuHie1 (nào especificado por sfflltbtl, mus i liu madocura ou “coisas" [jo 5,16] ou uludldi i pelo verbo "trabalhar" (|o 5,171), A palavra grega arebo em Joflo 11 tem vários significados possíveis, A NVI traduz esta palavra grega numericamente "primeiro"; a RC traduz pt >r“prinelple iii" , i m seja, é a Iniciação de algo. Mas nenhuma traduçflo chama atençflo espcelul paru o significado do conteúdo posto entre parênteses por esses slnalN, O significado "principiou" sugere que "outros" vflo se segulr- da mesma natureza«>u entfli >que este primeiro tem "sttiliis primário" Km qualquer caso, há uma lnier-relaçflo entre o “princípio” e os que o seguem. João usou a palavra grega cleuteron (“segundo”) com semeion em João 4.54. Se podemos observar um significado especial para o modo com ojoão reúne estas duas palavras é determ inado em parte pelo modo como entendemos “segundo”— ou enfatiza Caná da Galiléia (quer dizer, este é o segundo milagre em Caná da Galiléia), ou realça o “sinal”. Note que a expressão Caná da Galiléia ocorre em joâo 4.46, mas não em João 4.54 junto com o “segundo milagre [sinall”, onde apenas Galiléia é mencionada. Isto fortalece a conclusão de que “segundo” deve enfatizar o “sinal” na Galiléia, e não a localização geográfica exata de Caná da Galiléia. Este fato chama a atenção do leitor para o material entre estes dois sinais. Outros fatores precisam ser conside rados para apoiar isto. 1) Um destes envolve o uso de outras sen tenças ou palavras significativas joaninas com "sinal” — por exemplo, a sentença: “E manifestou a sua glória” (Jo 2.11). “Ma nifestou” e “glória” não aparecem juntos em outro lugar de seu Evangelho. Este sinal inicial é especial quando compara do com os outros em que manifestam de algum modo a glória de Jesus. João liga “glória” à ressurreição de Lázaro emjoâo 11.4 e 40, mas sem o verbo “manifestar”. A transformação da água em vinho como o princípio dos sinais direciona e antecipa o leitor para a conclusão do Evangelho. 2) Outro fator diz respeito à sentença seguinte emjoâo 2.11: “E os seus discípulos creram nele”. Os elementos “discípulos” e “creram" não ocorrem novamente desta maneira clara até o capítulo 20, quando várias pessoas crêem por causa do túmulo vazio e do CrisLo ressurreto. No meio, especialmente emjoâo 9.38; 11.27 e 12.11,42, muitos crêem em Jesus, mas de modo que também direcio na para o clímax de fé no capítulo 20. O primeiro sinal antecipa o ponto climático da ressurreição. Outra palavra precisa ser discutida acerca deste agrupam ento de palavras e sentenças — a palavra "hora” em joâo 2.4. A palavra grega traduzida por “hora" ô bom (lll., "hora", ainda que nflo com o mesmo significado que a moderna palavra ocidental). Esta palavra distingueeconecla este primeiro sinal (“Ainda nflo 6 chegada a minha hora”, Jo 2.4) com sua realização, a morte dejesus (“Pai, é chegada a hora", Jo 17.1). A “hora” enfatiza este princípio dos sinais e está ligada com a hora da morte e ressurreição dejesus, A hora de Jesus chegou em sua última semana de vida e teve cumprimento especialmente na sua morte (Jo 12.23,27; 13.1; 17.1 [onde “glória” ocorre na forma verbal]). Esta conclusão de que o “primeiro” e “segundo” sinais põem entre parênteses material significativo, exim e qualquer possibilidade de que os eventos entre eles sejam sinais. Por exemplo, exclui a purificação do templo no capítulo 2 como sinal. Outra implicação diz respeito a como os capítulos 2 a 12 devem ser estruturados. Minha proposta é que os primeiros dois sinais (Jo 2.1— 4.54) constituem a Parte I do Livro de Sinais e os Outros Sinais (Jo 5.1— 12.50) formam a Parte 2 deste Livro de Sinais. O fator mais significativo aqui pertence
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