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Comentário Bíblico Pentecostal 04 - João

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Prévia do material em texto

JOÃO
Benny C. Aker
INTKODUÇÂO
"Alas /., .IJoAo, último de todos, 
I ,.l divinamente movido pelo 
KspMto, compôs um Evangelho 
t*s/)lritnal, ”
— Clemente de Alexandria
0 Evangelho segundo Joào há mui- 
M tempo alcançou a marca autêntica de 
*iei um Evangelho espiritual. É freqüente 
evangelistas ganharem novos-eonvertidos 
>ti t .iv^ m i le sua leitura, pois foi escrito numa 
linguagem simples que fala ao coração do 
lelii >r, Sob escrutínio cuidadoso, o Evan­
gelho se levanta com lógica, argumen- 
IdVflo e conteildo que antagoniza uns e 
i onliinde outros. Suas palavras simples, 
i itrrOgudas de significado, não se movem 
tom facilidade. Como há muito notou 
histMili > na sua obra História Eclesiástica, 
este Evangelho espiritual encaixa-se bem 
entre < »s outros na quarta posição depois 
t|p Mttteus, Marcos e Lucas,
I T ipo dc Escrita
Deus Inspirou o autor do Evangelho de 
Inflou escrever para um grupo particular 
ile pessoas, Embora escrevesse para uma 
iiiH llênclu reservada, ele também escreveu 
ptmiK kI( i s i >s crlsttV>s. Este livro antigo fala 
iiutoflzadumente às pessoas hoje quan­
do o Intérprete entra naquele m undo e 
1i ii isli loru o « >ntexto do escritor humano, 
nu mesmo tempo que faz considerações 
|uslns n sua origem divina.
1 Im modo de fazer Isto é entender que 
(l| ii ule escrita ée.sle Evangelho, A tradlçào 
ilu Igreja o rol ul<iu dc "Evangelho Segundo 
Inflo", Alguns estudiosos modernos tam­
bém o chamam o Quarto Evangelho, para 
indicar que difere cm alguns aspectos dos 
i ii ii n is liês llvr< >s canônicos — chamados
I viingelho» Slnótlcos, porque cm geral
...........nuim visões comuns da vldaeenaino
iU’ |esus, () termo t/wnnalho> usado por
todos os quatro Evangelhos, pertence a 
Jesus, que é o “evangelho" (auan^ollon, 
lit„ boas-novas) para todas as pessoas, 
Embora todos os Evangelhos declarem 
Jesus como as Boas-Novas, cada um tem 
características especiais, que abrangem 
diferentes autores humanos, épocas de 
escrita, destinatários congregadonals e 
geográficos e problem as eclesiásticos, 
Além disso, cada Evangelho contém ll 
pos menores de material, que se ajustum 
para ajudar o escritor a contara granillt ish 
história de Jesus. Estas unidades menores 
incluem formas como parábola», < miçfies, 
sermões e declarações,
Cada escritor dos Evangelhos coloca 
seu relato da vida e ensino de Jesus lia 
forma de narração. Assim, precisamos 
saber algo sobre narrativa, Na narrativa, 
a assinatura do autor aparece de modos 
indiretos e sutis, Por exem plo, com o 
era costum e na antigüidade, Maleus e 
Marcos nào colocam seus nomes, nem 
declaram abertam ente o propósito que 
têm a» escrever. Os autores de Uicug e 
Joào também nào colocam seus nomes, 
em bora dem onstrem toquei pessoais 
mais prontam ente observáveis que Ma 
teus e Marcos. Por exemplo, em l.ticus 
1.3 e Atos 1 .1 , o autor usa o pronom e 
da primeira pessoa do singular puni se 
referira si mesmo, fornecendo sua ra/flo 
para escrever (veja Lc 1.1-'!),
O autor de Joào ntlo usa o mesmo 
vocabulário ou estilo de escrita que os 
Evangelhos Sinóticos, É difícil sabei no 
material pedagógico mais extenso dejiáflt) 
onde Jesus deixa de falar e Jofto conittoi 
A assinatura do autor está em todos os 
lugares — assim Jesus é alcançado nu 
sua m ente e experiência, Ele lumbém 
oferece numerosos lugares de explleaçfio 
para leitores que nàoestào familiarizados 
com as localizações palestinas, o idioma 
hebraico ou aramalco ou os costumes, 
Eis algumas Ilustrações, Em jofto I , IVt 
"E este é o testem unho de Joflo", é o 
modo de o autor Introduzir o primeiro
I< )A()
episódio de Joft<) Ilallsta. lím joáo I 2H, < i 
autor explica onde o ministério tlc* João 
Hatista aconteceu. KmJoão IA2, o termo 
aramaico “Colas" torna-se “Pedro" para 
os leitores gregos (am bas as palavras 
significam “pedra”; veja também Jo 1.38, 
onde “Rabi” é traduzido por “Mestre”). Km 
João 20.30,31, o autor alude a si mesmo 
de modo indireto e por um verbo passivo: 
“Estes, porém, foram escritos para que 
creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de 
Deus, e para que, crendo, tenhais vida 
em seu nom e”. Em João 21.24, o autor se 
refere a si mesmo na terceira pessoa do 
singular como “o discípulo que testifica 
dessas coisas e as escreveu”.
Discrição na narrativa também passa 
pelo que o autor escolheu incluir e inter­
pretar. Por exemplo, Mateus inclui uma 
genealogia e Escrituras-chave do Antigo 
Testamento na infância de Jesus (Mt I—2). 
Do mesmo modo, em João 1.1-18, o autor 
fornece uma perspectiva eterna dejesus 
como a Palavra. Ele não insere nada do 
material da infância dejesus. O que um 
autor não inclui é tão importante quanto 
o modo como ele narra a vida dejesus. 
É importante para a nossa compreensão 
permitir que cada Evangelho narre, em 
estilo próprio, a vida dejesus.
Também ajuda considerar os Evangelhos 
como sermões narrativos. Assim como os 
sermões falam às necessidades das congre­
gações, assim fazem os Evangelhos. Esta 
perspectiva nos ajuda a remover alguns 
dos problemas que os leitores modernos 
encontram nos Evangelhos, como a ordem 
dos eventos (isto é especialmente verda­
deiro para com o Evangelho de João). Os 
Evangelhos foram escritos como respostas 
inspiradas a problemas eclesiásticos, tendo 
Jesus como o texto sagrado em base igual 
ao do Antigo Testamento. Quejesusjá tinha 
alcançado este nível durante o período de 
escrita é indicado em joão 2.22: “E creram 
na Escritura e na palavra que Jesus tinha 
dito”; os termos “Escritura” e “palavra que 
Jesus tinha dito" são paralelos.
Neste sermão narrativo, o intérprete deve 
estar alerta a< xs 11< >is níveis de compreensíti >, 
O primeiro nível é o material, que apre- 
«entaoqueJcNimlciíedlmic, ponta íulo-se
como texto migrado, Tul material nn«i 0 
apresentado apenas por razóos Ii1nIò|'Ii 'hn 
ou biográficas, embora seja por timlntN, 
listas histórias respi >ndom a noceNNldmlen 
específicas do escritor e leitor — ot*le tf 
o segundo nível de comproonsflo, Kslen 
dois mundos se misturam, assim como 
uma bonita peça musical mistura multo* 
tons, falando do direção e encorajamento. 
No nível um, Jesus entra em dolntle com 
os líderes tio judaísmo; no outro, NllitN 
palavras pelo autor falam ao cenário da 
audiência do autor.
2. Propósito
Saber por que o autor escreveu «eil lívttn 
gelhoé importante para o entendimento, 
João 20.30,31 nos dá o propósito, ulnda 
que estes dois versículos não estejam w n i 
debate. O versículo 3 1 contém dllerenle» 
leituras de m anuscrito que oxpreHHllin 
dois propósitos.
Eis a questão: O livro na qualidade do 
Evangelho busca ncw>s-« >nvcrt Idosouole 
rece uma apologia para os cristãos, a < |ili'lll 
os não-cristãos atacam a fé e que nccesulUlll l 
de persuasão ou incentivo para nmnlei a 
fé em Jesus? O ponto da eontençílooMÍ 
sobre o verbo “crer” na cxpressác) "puru que 
creiais”. O verbo deveria estar no passado 
e ser traduzido por "para que começai* a 
crer”, indicando crença inicial? Ou o verlx > 
deveria estar no presente, enfatizando a 
crença permanente como cristão?
Se olharm os apenas a evidencia do 
manuscrito, é difídl determinam» >n qual 
leitura é a mais provável. Hm ternum dl* 
apoio numérico e alcance mais ntnplo i!p 
evidência, o temp<) passai l<) reúne leve Vtín* 
tagem. Contudo, manuscritos mulft UMtl|ji 
apóiam o tempo presente, () aigumenli t 
e o propósito do próprio Hvangolho dílo 
peso ao tempo presente. A natureza dest»1 
Evangelho sugere que os eronleNondeii\ii 
dos porjoão precisavam ser InrcnilVluít» 
a permanecer crendo em Jesus coillo o 
Filho divino do I )eus. Oescrltoi'eiK'( Hllh Ml 
sua congregação desafiada por milhiN 
no <|ue tango ií natureza e obra tle jm in 
Isto por sua vez levou o s a questionai a 
comunidade religiosa a «|iie perlent lillil, 
e até a naliirezadaIgreja.
— I— 
Fanaol
A F a m í l i a H e r o d l a n a
Anllpator
-■-».......................
Horode»,ournnde
1
Arlat^bulo 
(Filho da Marlnna)
Arqualau
lítnarca da Judóla 
(Filho de Maltace)
HerodaaAntlpaa
Tatrarca da Gallléla 
(Filho de Maltace)
Herodes Filipe 
(Primeiro marido 
de Herodlas) 
(Filho de Marlane 
de Slmflo)
Antlpater 
(Filho de 
Dórls)
Horodoi Flllpo
Tetrarca da Ituréla 
e Traoonltes 
(Filho de 
Cleópatra)
Alexandre 
(Filho de 
Marlane)
Herodlas 
(Cônjuge de Hero­
des Antlpas)
Herodes de Câlclda
HerodeaAgrlpiil 
Rei da ludèln
Salomó Drusila 
(Casada com Féllx, 
Procurador da Judéia)
Berenice 
(Cônjuge de 
seu Irmão)
HorodeiAgrlpull 
Tatrarca da CAInliln a 
do território do nuita
1 lerodes, o Grande, era o rei da Judéia quando Jesus nasceu. Quando logo em seguida Herodot morreu, 
«nu rolno foi dividido entre os filhos que lhe restaram Antlpas, Arquelau e Flllpo.
Para incentivar seus leitores, o autor 
escolheu seletivamente certos sinais mi­
lagrosos que formam a base da sua obra 
e estabelecem uma crença fundamental 
cm Jesus com o o Messias divino. Este 
Messias nüo era o mesmo tipo de messias 
que o judaísmo esperava, pois Jesus ex­
cedeu essa expectativa. () judaísmo tinha 
dificuldade em crer que Jesus era divino. 
JoÉlo apresenta Jesus como o Libertador 
m essiânico tio pecado e seu p oder e 
o Doador tia vida eterna, conforme foi 
anunciado pelo AnligoTestamento, suas 
lentas c outras Instituições, Ao permanecer 
rientlo neste Messias, as pessoas terílo 
Vldn eterna.
(.lual £ a natureza precisa tio proble­
ma que Joflo enfrentou na connregaçflo 
nti congregações a quem escreveu? Era 
tiiiia forma tle gnostlclsmo, uma heresia 
pilmiliva, c|tie a invadiu? Iístegnostlclsmo 
llAncrlu na luimanldatle dejesus e assim 
eolocuvii em perigo a crença crlHtfl na 
MiuurnnçAo, A verdadeira fé era caracte- 
il/iula pela conftnnçu nojesus humano c
divint). Deixar de crer em Jesus eomesSHS 
características os retiraria tia Igreja) elo» )á 
não teriam a vida eterna. NAo está eluro 
que o gnostlclsmo fosse o problem a no 
Evangelho. O autor enfatiza a dlvlnclll- 
de dejesus; ao mesmo tem po que torna 
presentea natureza humana dcjemis, ele 
não a enfoca.
O problema enfrentado porJoflo era 
uma divisão pendente com o judaísmo, 
em resultado de um debate relallvo A 
pessoa e natureza dejesus e sua salvaçno 
resultante. Este cenário surge partlcn 
larmente no fim deJoflo 12, qiiandy o 
conflito entre os líderes tio judaísmo e 
Jesus alcança um clímax, O judaísmo llnllH 
dificuldade em crer num Messias divino 
conforme foi descrito por Joflo, porque 
fazÔ-loalteraria significativamente»! vlila 
tle adoração e concerto há tanto tem po 
sancionada, Esta í a questAo de Jofloi 
Jesus era divino c humano, e sua morte 
ocasionou um novo modo de salvaçflo, 
Distintivos étnicos e religiosos |á nflo 
consllluíam argum ento especial, visto
JOÂO
que o m undo Inteiro jaz no poder do 
pecado. Portanto, Joào escreveu para 
fundamentara verdadeira crença emjesus 
e sua obra de salvação nas mentes e vidas 
dos cristãos e incentivar-lhes a fé.
3. Relação entre João e os
Evangelhos Sinóticos
a ) Vocabulário e Estilo
Várias características importantes demarcam 
João dos outros três Evangelhos canônicos. 
João não tem vocabulário ou estilo seme­
lhante aos Evangelhos Sinóticos. Palavras 
como “permanecer”, “luz”, “trevas”, “ver­
dade” e “testemunha” desempenham papel 
importante neste Evangelho. A expressão 
“Reino de Deus” só ocorre duas vezes em 
João mas com freqüência nos outros. O 
estilo de escrita dejoão é fluente e simples. 
Às vezes um estilo semítico acha-se por 
atrás do grego, o que propõe um pouco 
de aspereza. Em outros lugares, costuras 
literárias provêem transições ásperas de 
uma seção para outra.
b) Conteúdo
O Evangelho d e jo ã o não contém pa­
rábolas semelhantes às dos Evangelhos 
Sinóticos. Com efeito, o termo “parábola” 
nem aparece. Ao invés disso, o autor 
usou a palavra paroimia que tem uma 
variedade de significados (inclusive “pa­
rábola”). João substituiu as parábolas por 
alegorias sobre o bom pastor e a videira 
verdadeira. Sua essência é sem elhante 
à das parábolas; som ente a forma e o 
nom e variam. João também tem blocos 
de ensino mais longos em contraste com 
os blocos episódicos menores nos Evan­
gelhos Sinóticos. Em João, o ministério 
de Jesus abrange até três anos, ao passo 
que os outros implicam que só durou 
aproximadamente um ano.
Vários aspectos dos ensinos acerca de 
Jesus também são únicos em João — as 
declarações “Eu Sou” e Jesus com o o 
Cordeiro dc Deus, Só alguns dos milagres 
dos Sinóticos e outros blocos de ensinos 
sucedem cm João (ainda que ocorram
temas sobre eles), < > Kvangelliodcjono 
nào fala de possessão de dem ônios oil 
de libertação, A Cela do Senhor 11A0 tt|ni 
rece em João do mesmo m odo que mm 
Sinóticos. () tem po de sua ocorrlnolM 
é diferente e seu nome foi m udado (ou 
Evangelhos Sinóticos o chamam "1'áni’Od", 
enquanto q u ejo ão o chama "cela"), Nos 
Sinóticos, o ministério de Jesus uconleco 
principalmente na Gallléia, ao passo i |iih 
em João Jesus está mais em Jerusalém 
e arredores.
c) Texto, Narrativa e Ordom 
dos Eventos do Evangolho
Uma combinação de elementos complica 
uma leitura fácil d e joão , Um elenw ilo, 
por exemplo, é a ordem dos eventos t»lll 
João quando comparado com os outro» 
três Evangelhos. Outro elemento tem a 
ver com variantes textuais em joào, Altulit 
outro elemento diz respeito à LrannlçAo 
geográfica irregular no ministério de JPSll! 
no Evangelho dejoão .
Um evento, a purificação do templo, 
é digno de ser mencionando, li colm ado 
no fim dos Evangelhos Sinóticos, mas 
em João, no começo (Jo 2). llm modo 
de solucionar a questão é advogar t|ll# 
houve duas purificações. No entanto, Isti i 
é menos que satisfatório. Uma expllcaçA*' 
melhor é que o escritor colocou a puri­
ficação no início do ministério de Jesus 
para dar ao leitor uma predisposição ao 
que Jesus estava prestes a fazer c a quem 
Ele era (veja comentários sobre Jo 2). liste 
episódio moldou certas impressão» no 
leitor, da mesma maneira que o ScrniAo 
da Montanha de Mateus e o Sermflo da 
Planície de Lucas o fizeram. Este processi i 
em João pressagia e antecipa o resultado 
da obra de Jesus.
A mais famosa das porções disputadas 
é a mulher pega em adultério, episódio 
narrado e m jo à o 7.53 a 8.11, lfaz tun« 
to tem po que as Bíblias Incluíram esta 
história que problemas surgem se iradu 
tores e comentaristas a omitem, Ú. mais 
que provável ctue a história provenha do 
século I, ma# rol alojada mais tarde em 
Joào, Outro problema textual envolve as
jü A n
águas agitada» p e lo u n jo , ciino registrado 
em Joflo V .M yl, o c|iuil multa» traduções 
om item (cf, NVI),
() m< ivlmenlc > dejeaim em Joflo parece 
Incluir grande» saltos ou conter buracos 
de Informaçflo em certos lugares. Por 
exemplo, em Joflo 6, J Jesus atravessou o 
mar da Gallléla em direção a Tlberíades, 
enquanto que seu ministério em Joflo 
*i ocorreu em Jerusalém . Alguns estu­
diosos acreditam quejo flo 21 nflo fazia 
parte do Evangelho original. Estudiosos 
críticos dejoflo procuram explicar estas 
(|uestôes com várias teorias de deslo­
cam entos ou novos arranjos do texto 
do Evangelho.
I loje é comum focalizar outros m é­
todos interpretativos que nflo ignorem 
estas dificuldades, mas que considerem 
Joflo com o uma narrativa completa. Os 
Intérpretes têm passado de tentar recons- 
Irulr ou recuperar o m undo provável 
por trás da narrativa e do texto dejo flo 
para o m undo localizado na narrativa 
do Evangelho e A pessoa que o lê. Eles 
la/em distinçflo entre o mundo concreto 
do qual Joflo veio, incluindo o dejesus, 
oo mundo que o escritor "cria" em sua 
narrativa. O autor criou um m undo omi­
tindo eventos e Incluindo outros; neste 
caso, os eventos dejoflo sflo únicos, visto 
que poucos sflo encontrados nos outros 
livungelhos. Ele também reorganizou a 
seqüência dos eventos. Esta atividade 
tf m uito parecida com a do p regador 
que constrói um sermflo hoje em dia. 
t ) escritor, tendo em m ente a audiência 
p »ua» necessidades, concentrou-se em 
muterial que falasse As necessidades e 
problemas dos ouvintes.
() mundo dejoflo é o mundo da con- 
IrontaçAo p debate. No seu Evangelho, 
p|e oferece soluções que produzam uma 
nova maneira de viver. Ele encora)a os 
Ip IIoios a adotar um novo estilo de vida, 
digno <l< > Evangelho dejesus. () método de 
InterproiaçAo que se concentra no próprio 
tpxto e no leitor gera menos problemas 
I|UP outro» métodos tle InterpretnçAo,
R Importante le ro Evangelho de Joflo
11 mio hoje o temos, u despeito dos proble­
ma», Os problemas que encontramos no
textoajudarfloa solucionar os problemas 
do mundo de hoje.
d) Relação IMordrta
Qual é a relaçflo literária dejoflo com os 
outros três Evangelhos? Há poucas ligações 
entre eles. Nflo há que duvidar quejoflo 
tinha conhecimento dos outras Evangelho», 
Certamente, como testemunha ocular de 
Jesus e como confidente íntimo, ele estava 
familiarizado com seus ensinos c declara* 
çòes. Uma soluçflo verossímil sugere que 
o material de Joflo veio de um antigo Iwtn 
co comum de tradições orais, do qual elt’ 
também fazia pane — ou seja, os en»lno» 
dejesus, agora filtrados pela vida e expe 
riência dejoflo no Espírito e direcionados 
As necessidades do ministério,
4. Autoria
Até aqui temos usado o nome de Joflo 
quando nos referim os ao autor, Ago­
ra passarem os a discutir a queslflo da 
autoria. Dois tipos de fontes fornecem 
evidências concernen tes ft aulorliti A 
fonte interna com preende Informações 
da história da Igreja; a fonte externa, o 
próprio Evangelho.
1) Em relaçflo A evidência externa, untlHOK 
estudantes do Evangelho de Joflo iinnu 
ciaram o apóstolo Joflo, filho de Zebedeu, 
com este Evangelho, Pollcnrpo, que ho» 
86 anos de Idade morreu por volta de I l(i
d.C., provavelmente associou-no com o 
apóstolo na Ásia c transmitiu a IníornuM* > 
de que Joflo era o autor do Quarto Hvtin* 
gelho(veja Euséhio, lllslórlalkleslrixlhti), 
Entre seus associados achavam-se Paplii», 
bispo de Mierápolis, Ásia Menor, edlwímlo 
dejoflo (Irlneu, ContraHomias\ Papai», 
FniKnwnta^VxMÓhiaJIlstôrklRcIvsláitkil), 
Fontes comentam que Paplas em "ouvinte" 
dejoflo, que clava testemunho do» cn»lno» 
dejoflo acerca dejesus,
Em certo lugar Paplas escreveu de dol» 
"joões": Joflo, filho de Zebedeu, ejoflo, o 
anciflo, Embora ambo» sejam menciona 
dos como discípulos de Jesu», o primeiro 
parece ler desapnrecidc> de cena, ao pa»N<) 
ciue o outro eslava vivo durante o tempo 
do»e»crlto»dePapla», Dequalquer forma,
JOÀO
esta referência dual 6 um problema para 
os estudiosos m odernos concernente ii 
autoria d e jo ã o do Evangelho que leva 
seu nome.
Para Eusébio, este também era um pro­
blema. Ele duviclava que Papias tivesse 
algum dia visto ou ouvido João, o Evan­
gelista (História Eclesiástica). Contudo 
Eusébio, recorrendo a Clemente, nào 
duvidava que João fosse o autor. Em sua 
obra, História Eclesiástica, ele incluiu os 
nom es dos autores de todos os quatro 
Evangelhos canônicos e as razões para eles 
escreverem. Em relação a João, comenta 
que ele escreveu por último. Depois de 
pregar o Evangelho durante muitos anos, 
finalmente ele escreveu seu relato acerca de 
Jesus. João escreveu o Evangelho porque 
alguns, que estavam inteirados dos outros 
três Evangelhos, diziam que não havia 
informações acerca do ministério inicial 
de Jesus. João preencheu essa lacuna.
Irineu também acreditava que o autor 
era João (veja Contra Heresias; Eusébio, 
História Eclesiástica). Outra fonte também 
escreveu sobre este assunto. Por volta do 
meado do século II d.C., Marciâo truncou 
o cânon do Novo Testamento e assim ins­
tigou respostas. Uma destas, um prólogo 
anti-marcionista de João, asseverava que 
o Evangelho d e jo ão foi escrito pela mão 
de Papias, enquanto João o ditava. Algum 
tempo entre o escrito joanino e sua aceita­
ção pelos pais apostólicos 110 século II, as 
pessoas não receberam bem o Evangelho 
dejoão, talvez por causa do gnosticismo. 
Esta hesitação não durou por muito tem­
po. pois o Evangelho dejoão é citado em 
várias fontes antigas (cf. o texto acima; veja 
também Primeira Apologia de Justinó).
A declaração de Clemente constante na 
História Eclesiástica, de Eusébio, de que 
o Evangelho de João era conhecido por 
todas as igrejas debaixo do céu e que era 
genuíno, apóia isto. O fato dejoão, o após­
tolo, ter escrito este Evangelho, é atestado 
fortemente na igreja primitiva.
2) Mais problemas surgiram 11a mente dos mo­
dernos estudiosos acerca da evidência Inter­
na. Durante grande parte do século XX, os 
estudioso* negaram ciuejofto tivesse algo a 
ver comesto Hvungelho ou disseram que este
AtàU
passava por diversas fases (de três a cinco, 
dependendo docstudloso)soba liderança de 
uma escola joanlna. Esta escola em essência 
produziu o Evangelho de Joílo,
Estudiosas mais conservadores defendem 
a teoria de que o Evangelho foi escrito pelo 
“discípulo a quem Jesus amava”. Argu­
mentos ligam esta pessoa com o apóstolo 
João ou com outra pessoa, como Lázaro 
(proveniente de Jo 11.3,36). Eusébio na 
História Eclesiástica trata o apóstolo e 
evangelista João como aquele a quem 
Jesus amava.
Em nenhum lugar o autor se identi­
fica explicitam ente. Só em João 21.24 
lemos algo diretamente sobre ele: “Este 
é o discípulo que testifica dessas coisas 
e as escreveu; e sabemos que o seu tes­
tem unho é verdadeiro”. Podemos dizer 
certas coisas sobre o autor proveniente 
do próprio Evangelho. Ele era judeu da 
Palestina, que conhecia bem sua geografia 
e preservou algumas das mais antigas 
tradições de Jesus, Ele conhecia as tra­
dições judaicas sobre festas, costumes 
e outras tradições, e usava efetivamente 
vários dos métodos interpretativos de Hillel 
para articular sua cristologia, soteriologia 
e eclesiologia (veja Temas Teológicos, 
mais adiante). Outrossim, o Evangelho 
tem muitos laivos semíticos.
Na minha opinião "o discípulo a quem 
Jesus amava” era o apóstolo e evangelista 
João. É fato muito importante que “João",
o nome ligado ao Evangelho e tradicio­
nalmente identificado como o apóstolo, 
nunca seja mencionado no Evangelho, Os 
únicos “joões” citados no livro são J0A0 
Batista e o sobrenome de Simão (“Filho 
d e jo ã o ”, NIV). Se o apóstolo João 6 o 
autor, ele quis se mostrar de outra maneira, 
Esta maneira pode ser pela expressão "0 
discípulo a quem Jesus amava”.
As diversas palavras traduzidas pelo 
verbo “amar” no Evangelho expressam 
sentimentos e atitudes entre os membros 
da deidade e entre Deus e o povo. Deus 
amou o mundo, Jesus amou todos os discí­
pulos, Inclusive lázaro (que tem relerôndu 
semelhante ao discípulo amado), Mas dc 
acordo com it evidência do Iívungclho, 
existia uma reldçHo especial entre Jesus
JOÀO
c este tllNcípiili) uno Identificado. A frase 
"o discípulo ii quem Jesus hiiiíivh" ocor­
re ti rico ve/.es no Kvangelho (Jo 13.23; 
19.26; 20,2; 21,7,20). Esta Informação é 
significativa. Dois discípulos inominados 
dc* João Batista, cjuo depois se tornam 
seguidores de Jesus, aparecem em João 
1.37-42. Eles vão com Jesus para onde 
lílc está morando. No versículo 40, um 
deles é identificado — é André, irmão cie 
Slmão Pedro; mais o outro discípulo per­
manece sem identificação. Nos relatos dos 
livangelhos Sinóticos, João está entre os 
primeiros quatro chamados; no Evangelho 
dejoão , se esta pessoa éJoão, ele é um 
dos dois primeiros.Minha sugestão é que 
este discípulo anônimo é João.
Nas seções de chamada dos Evangelhos 
Slnót ict >s, dois gmpos cie irmãos destacam- 
se ct >mo os primeiros discípulos chamados 
p< >r Jesus: Pedro e André, e Tiago e João. 
iíles sempre são encontrados pescando 
juntos (Mt 4.18-22; Mc 1.16-20). De acordo 
com l.ucas 5.10, estes quatro são sócios 
empresariais. João segue esta tradição 
fumosa, mas deixa fora o próprio nome 
(como também o do irmão). Isto indica 
um princípio a ser aplicado ã questão da 
imlorla: Ele omitiu propositadamente seu 
il< >me pre >veniente de uma tradição famosa. 
Todos saberiam quem era o autor.
Ú. fato Igualmente significativo que, ao 
término do Evangelho d ejoão (Jo 21.24), 
este|a ii referência ao discípulo que testificou
< lentas coisas— ele também é a pessoa que 
escreveu o livro. Seguindo este aspecto 
do "testemunho”, encontramos evidência 
C( >rix )lx>rante. Emjoão 15.27: “E vós também 
IcMlIlciirels, pois estivestes comigo desde o 
princípio", Ac|iii está uma declaração clara 
mercu da extensãodo testemunho: “desde 
o principio", ou seja, desde João 1.37-42, 
quando vários indivíduos tornam-se discí­
pulos de Jesus. Isto demarca distintamente
0 primeiro parâmetro tio testemunho. O 
piirAmetro final está em joão 21.24. Note 
iumbéni que no capítulo 21, Slmão Pedro 
e o discípulo amado estão juntos, e servem
1 i MTV i pt mio de tllscussão, Iíles estilo Junte >s 
desde o principio como sócios.
Kvforanciu udlclonul ao "testemunho" 
m orre em jo ão IV,35. Aqui, embora não
Identificado, o (llst ípi ilo ii t |iiem Jcnun hiiiuvm 
(Jo 19,26) vé e testifica tia morte de Jesus, 
Alguns versícult >s antes, este mesnv) tllscí- 
puloé mencionado entre as mulheres ciue 
estão na cena tia cruz. fí função específica 
cio discípulo amado testemunhar de Jesus 
do princípio ao fim, sobretudo testemunhar 
da sua morte. Emjoão 19.35, o testeniunlv > 
serve para autenticar a fé. Isto se encalxil 
com o propósito, apresentado em Jofio 
20.30,31, cie escrever o livro e com a seleçA< > 
dos “sinais” a serem incluídos,
Com a sentença “a quem Jesus amuvil" 
(lit., "a quem Jesus estava amando"), João 
intencionalmente se faz conhecido por 
meio de algum outro atributo que n#t) 
o próprio nome. Isto indica humllclud» 
de sua parte. Os líderes apostólicos nil 
igreja primitiva não se exaltavam, ullldil 
que não se esquivassem de seus pupól* 
de liderança. A frase implica uma reluçAo 
contínua e pessoal com Jesus e sugere 
que o autor tinha informações dnlciis o 
confidenciais. Estes elementos humildes o 
pessoais aumentam a aura de credlbllldndo 
e autenticidade do Evangelho,
Finalmente, tradições bem atestadas di­
zem que João sobreviveu até o reinado de 
Trajano (98-117 d.C.). João 21.21-23 parece 
dar apoio a essa tradição, que de fato o 
autor não morreu antes do fim do século 
I. Esta estrutura permite tempo suficiente 
para João ter escrito seu Evangelho,
5. D ata d o Evangelho 
Os estudiosos ainda não resolveram a ques­
tão da época da escrita. I Jma teoria acredita 
que João escreveu antesda sétima tléciitln, 
ao passo que outra reputa que ele escrevei i 
ao redor da virada do século I, l Jma teoria 
de meio-alcance o coloca em algum liggur 
entre esses extremos, em geral ao redor da 
composição e uso do blrhalh hti-tnMttl 
na sinagoga (veja mais adiante), Aqueles 
que defendem uma série de edições desle 
Evangelho sugerem que a edição final 
ocorreu no fim do século I,
A data não pode ser estabelecida com 
certeza; contudo, Issonãoslgnlfica que uma 
avaliação do material não seja Importante, 
Dois fatores relativos fi data emergem paru 
ajudar o leitor,
JC >A<)
1) Um 1'ator diz respeito ao btiiialhbci ihIiiIhi, 
liste é o nome da décima segunda bênção 
das Shemoneh Esreh ("As Dezoito Bên­
çãos”). Estas bênçãos serviam como oração 
central no culto da sinagoga no século 1. 
A décima segunda bênção foi criada para 
separar os hereges de outros adoradores 
servindo como base para excomunhão. 
Os estudiosos ainda discutem o tempo cia 
composição desta bênção.
Esta situação proporciona um plano de 
fundo proveitoso para entender a lingua­
gem apologética no Evangelho de João 
e reconstruir seu ambiente. Depois cia 
guerra de 70 d.C., na qual os rom anos 
destruíram jerusalém e o templo, houve 
um tempo de tumulto e confrontação entre 
a Igreja e a sinagoga. Das correntes do 
judaísmo que sobreviveram, os fariseus 
predominaram. Eles tentaram fortalecer 
a fé judaica na terra de Israel e na Diás- 
pora. Neste contexto, o cristianismo e o 
judaísmo finalmente saíram de forma. É 
mais do que certo que o judaísmo que 
confrontava a igreja de João não era igual 
ao judaísmo rabínico mais tardio, nem 
igual ao judaísmo dos dias dejesus. Trata- 
se de um judaísmo que levava à sério 
sua herança e tradições religiosas. Sua 
expressão no plano de fundo do Evan­
gelho de João uniu as tradições judaicas 
do passado e as ulteriores. Isto torna 
possível interpretar este Evangelho com 
dados mais específicos.
2) O segundo fator envolve a descoberta 
de vários manuscritos importantes que 
contêm partes do Evangelho. Ainda que 
o Evangelho não tenha siclo citado antes 
da segunda metade do século II, exis­
tem insinuações anteriores em Primeira 
Clemente, na Epístola de Barnabé e em 
Inácio, todos em fins do século I e início 
do século II. Claro que é impossível saber 
se estes refletem contato real com um 
evangelho escrito ou com tradições orais. 
Mas dois manuscritos importantes vieram 
à luz — chamados p 52 e jfi'.
O primeiro teve sua origem no Egito e 
foi descoberto em 1934, entre as proprie­
dades de papiros inéditos pertencentes ã 
Biblioteca John Rylancls, em Munchester, 
liste Imgmento de pupirc > conlém somente
pequena porçilodo lívangelhotjo IH„1|* 
33,37,3H), mas multo contribui puni OH 
estudos jonninoN, Os estudiosos o dtiUllll 
da primeira metade do séc ulo II, porvoll# 
de 125 d.C. Assim, o Evangelho eatHVH tffl 
circulação no Egito em data anterior, multo 
longe cio seu lugardeeserlla. () Uviingtflhu 
deve tersiclc> escritc>algum tempo mitCM, Bdte 
fragmentoé a cópia mais antiga de t |iutl( |U0f 
manuscrito do Novo Testamento,
O segundo m anuscrito em paplm , 
igualm ente um dos mais anllgoN dl) 
Novo T estam ento , co n h ec id o com a 
Papiro B odm er II, foi pub licado eill 
1956. Este manuscrito 6 datado porvolM 
de 200 d.C. e contém João 1,1— 6,111 
6.35b— 14.26,29,30; 15,2-26; 16,2-4,6,71
16.10— 20.23; 20.25— 21.9.
6. Lugar da Escrita e Destinatário
As teorias relativas ã ocasião c lugar dll 
escrita deste Evangelho são abuncmiltell 
Egito, regiões na terra de Israel, itfeno 
(para nom ear apenas os mais Imporian* 
tes). Além disso,' onde estava o tlUlUf 
quando ele escreveu? fífeso o 1101110 
com um ente m encionado na trndlvAn 
da igreja primitiva, e um bom ponto dtf 
partida. O evangelista e apóstolo Jofttli 
testemunha ocular dejesus, engnjoil*M 
no ministério por todo o Israel e A lll 
Menor. De acordo com a IradlçAo iltt 
Igreja, aonde quer que ia, ele csliiboledH 
igrejas e nomeava líderes,
Em todo esse tempo João prepVII 9 
ensinava sobre Jesus. Seus sermõeN 0 llÇÔM 
foram dados em diversas situações uo loilgl I 
dos anos. Ele pode ter mantido em lõlilW 
escrita grande parte do material, Por flltt) 
quando seivia numa função semelliiirtUí 
a de bispo, onde ele tinha a superlnUW* 
dência de várias igrejas, ele rounlll NtfU 
Evangelho. Ele o escreveu de flítiso ptlIU 
outras igrejas que se reuniam em cilMUft 0111 
Éfesoe arredores. Seu Evangelho oni UI1IM 
defesa do cristianismo e um gula parti Hll 
confrontações entre suas igrejas e ri ofJtt» 
sição que recebiam das sinagogas,
Que tais c<mlrontações ucontccvnunIW 
Ásia Menor pode ser documentado ptlNft 
cartas joanlnas, Apocalipse e os MiiTltOltl» 
Inrtck >, Talvt'/ Isto explique< > aparecimento
de fases llteròrlas, cxmUimn, «rrinOci» c as 
outras caracierfAtlcAS referidas acima, tio 
mesmo tempo que permite que sur|amas« 
twc tosdas primeiras testemunhas oculares, 
limiliómexpllcuomaterlul cuidadosamente 
planejado e condensado sobre Jesus, que 
In >|e faz grande parte do seu próprio mun­
do, A cosmc jvisão e ensinamentos de Jesus
111 >s<irveram João completamente.
7.Temas T eológicos
Uma consciência dos principais temas 
lc( ilógicos d e jo ão nos alerta para alguns 
dos problemas que João enfrenta e trata. 
iVôs temas principais emergem: cristologia 
(discussão da pessoa e natureza de Jesus), 
soteriologla (apresentação da obra de 
nu Iva vão de Jesus) e eclesiologia (demons­
tração da natureza da Igreja). A teologia 
dc então, como a de hoje, formava um 
fundamento de fé e prática, um padrão 
pelo qual m ensurar a vida religiosa. A 
Igreja de hoje não seria tão rica teologica­
mente falando sem o Evangelho dejoão. 
Sua perspectiva oferece uma diversidade 
dentro da unidade da teologia do Novo 
Testamento— diversidade por causa dos 
problemas dos crentes do Novo Testa­
mento, língua, formas de pensamento e 
ti personalidade inigualável dejoão .
Quanto á metodologia, João narra sua 
história de Jesus permitindo que a teo­
logia saia-se bem na forma de narrativa. 
Talvez só no prefácio e nas declarações 
Iniciadas por "amem, amen" é que ele 
sc engaja num método preposicional de 
apresentar a verdade.
a) Cristologia
J< >flo forneceu uma visão singular da pessoa 
c obra de Jesus. Alguns estudiosos insis­
tem que o Novo Testamento enfatizava a
i ibra de Jesus e que pouco ou nada é dito 
acerca cía pessoa de Jesus (e.g,,.suas duas 
naturezas), íí verdade que a maioria do 
Novo Testamento dá destaque á obra de 
Jesus, Mas em joão, a pessoa e natureza de 
Jesus, por causa das ameaças à sua Igreja, 
chamam significativa atenção, O judaísmo 
simplesmente nfto conseguia crer num 
Messias divino, Parajofio, anta questflo ora
Importante, Sem um Kcl Messias divino, 
a salvação era Impossível.
Usando uma das regrus de Hillcl, Jofto 
esboçou a natureza fundamental dojesus, 
Com efeito, a Regra 6 dizia; Tudo o que t 
dito de algo ou alguém (Ponto A), a mesma 
coisa pode ser dita de algc> c >u outra pess< m 
(Ponto B). Aplicado deste jeito, o que Javtf 
(Deus; Ponto A) fez no Antigo Testamento, 
Jesus fez no Novo (Ponto B), Assim como 
Deus deu vida, assim Jesus deu vida. Assim 
como Deus criou, assim Jesus criou, Jesus 
tinha a autoridade e poder para fa/,er o 
que Deus no Antigo Testamento fez, Jesus 
era divino e igual, não obstante subordl* 
nado a Deus Pai. Um dos propósitos que 
Jesus serviu foi revelar o Pal na terra, líle 
revelou a imagem de Deus (veja (!l 1,11), 
Ao mesmo tempo, João nflo Ignorava a 
humanidade de Jesus,
Estreitamente assocladc> com a crlsu >lt tgla 
está a teologia d e jo ão acerca do Espírito, 
Como no restante do Novo Testamento, 
o Espírito é sujeito ao Pai e ao Pilho, A 
doutrina do Espírito está Inteiramente cen* 
traiizada em Cristo. Jesus é tanto o NUlSltO 
quanto a meta da teologia do Iíspírlto, 
sobretudo emjoão, O Espírito, que testifica 
e fala do Pal e do Filho, revela As pessoas 
sua condição pecadora e as atrai para o 
sacrifício expiatório que Deus, através 
de Jesus, providenciou, O Pilho e o Pal 
enviam o Espírito para dar vida,
João focaliza o Iíspírlto na regeneraçAo,
O batismo com o Espírito, proeminente 
em Lucas e Atos, só ocorre de modo Ntltll 
em joão. Por exemplo, o batismo cie Jesus 
feito por João Batista, que o Evangelho de 
Lucas registra como uma unçAo do EspírlU), 
não é mencionado no Evangelho de LuA< i, 
embora o Espírito dê testemunho clrvlnt t 
de Jesus ao descer sobre Ele,
A escatologla é outro tema ligado A cri»* 
tologla. João não enfatiza a escatologla 
futurista. Antes, elese concentra nopirsente 
(a escatologla realizada), A ressurrelçAoí 
a chave de sua escatologla, No tempo de 
hoje, quando as pessoas nascem de novo 
peío Espírito, elas têm em sl a vida divina, 
Elas experimentam a vida de Deu» que dum 
para sempre, Jofto lez Isto por causa da 
ameaça do judaísmo, O Iíspírlto na regene*
raçAo, a nova erlaçAo, era a maneiro dc a» 
pessoas saberem «e eram veidadeinuncnle 
membros tio povo dc Deus.
h) Soletiolofila
No Novo Testamento, temos de fala r simul­
taneamente de cristologia e soteriologia 
(a doutrina da salvação). Sem Jesus ser 
divino e humano, a salvação não seria 
possível. Sua m orte sacrifical tinha de 
ser de imenso valor, assim, sua deidade 
providenciou isto. Mas sua humanidade 
tornou-lhe possível morrer. Se esta dou­
trina de fé cair, cai também a experiência 
e provisão de salvação.
A chave para entender este tema em 
João surge de um contexto de confronta­
ção entre a congregação ou congregações 
de João e o judaísmo. Esta confrontação 
começou com Jesus, mas com o tempo se 
estendeu, tanto em profundidade quanto 
em amplitude, de forma que pelos dias de 
João a tensão era alia. As questões tinham 
se tornado muito mais claras.
Hoje em dia os estudiosos encaram esta 
confrontação com o judaísmo em termos 
sectários. Judeus e cristãos reivindicavam 
as mesmas Escrituras, as mesmas tradições 
do Antigo Testamento. O judaísmo rei­
vindicava o Êxodo, a Páscoa, o concerto 
e os patriarcas (sobretudo Abraão e seus 
méritos). Tinha um sistema completo de 
tradição, escrita e oral, que sobrevivia na 
comunidade. Os judeus não precisavam 
de salvação pessoal, pois Deus há muito 
havia-lhes provido tal coisa. Em épocas 
especiais do ano, com celebrações rituais 
agrupadas em volta do templo e da lei, 
Deus apenas estendia Sua obra de pro­
messa e perdão entre o povo.
Claro que os judeus não aceitaram Je­
sus como o Filho do Deus das Escrituras 
hebraicas e como meio de perdão. É aqui 
queentra a mudança. Jesus, por quem Deus 
inicialmente criou o mundo, foi aquele 
por quem Deus criou a segunda vez. Ele 
criou uma nova ordem chamada Igreja, 
João tomou lestas Importantes, dias santos 
e rlluals do Antigo Testamento, irmmeve 
algumas klélas fundamentais Ineivnie neles, 
mas acrescentou conceitos significativo»,
mudando*o». Por exemplo, ele mudou 
a Fcsla da Páscoa na Cela do Senliot, o 
sábado no domlngc >< l l i" n o prlmelrt»dt m 
sábados", Jo 20.1), o dia da ressiirrelvAoi 
a Festa dos Tabernáculos em JoHVIM t> tl 
vinda do Espírito, Ele mudou asubml»»Ao 
dos patriarcas Jacó (Jo 4) e Almiflo (Jo M) 
para Jesus e os apóstolos,
I \ >r meie > deste u mlexlo de u inlit mU m e 
mediante o p< >der transli>rmai l< >r i le I Hms, 
João mostrou descontinuIdade eniltt o 
Antigo e Novo Testamentos, ao menino 
tempo que mantinha continuidade,
1) Ele cria que Jesus cumpriu as promPllwm 
nas Escrituras.
2) Ele chegou ãs suas conclusões InterprílrtWli t 
as Escrituras para mostrar,sua IlHdÇftO cnttl 
Jesus e a salvação.
3) Sua experiência com Jesus moldou mui* 
pressuposições e inlluenciou mu modo 
de abordar a Escritura. O judaísmo liNUVH 
muitas das mesmas passagens da KftcrlUllHi 
masjoão as via à luz dejesus e do lUpírlte, 
Deus tinha feito uma coisa nova (inijMUN. 
Exigia nova adoração, uma ndoriiçflo dt> 
vida e Espírito, o que também trazia llllirglll 
e ritual novos.
O sistema de salvação ocasionado por 
Jesus mudou o antigo, Jesus era oCuitltflH i 
da Páscoa dos fins dos tempos, qU9 tlltlU
o pecado do mundo. Oferecendo-o COItU(
o Cordeiro de Deus na cruz no lem po 
da Páscoa, Deus tirou todas as ofensa» 
entre Ele e seu povo. Colocando a l'í Min 
Jesus e tornandor,se seus discípulo», O» 
indivíduos recebem uma nova nutureiW 
pelo Espírito do Pai e do Filho, Alravtf» 
desta experiência, o novo crente entra llt i 
Reino de Deus — a nova, vordadolni f 
divina realidade. Sua morte e resNimvlyAit 
são centrais á criação da (greju,
Com a chegada desta n< >va era,a anllga 
perdeu significado. A Páscoa jfl nAo tem 
valor para acxplaçáo. Considerando i|ilf
o m undo está soba Inlluônela dopeCMdtl 
e do Diabo, as pessoas náopodoma|)tfl!tf 
para as realidades étnicas, preconcílUwuii 
ligações patriarcal» para dar fim ao p< hImi 
do pecado, O pecado é Inerente na i wtuitM 
za humana e nas vdrlas estrutura» »oii#l#i 
política» e religiosas do mundo. Jpnu», 
em sua encarnaçAo Invadiu o munde>, I»*
I< )A()
expluçAi t pel< i ppctn li........ iii 11 lísplr lii i
puni nos livrar do poílet' mundano,Jesus
0 n Messias divino que llbertu o povo t* 
predomina sobre indo,
<) liclosloloftla
líiul nu ido profundamente naest ruturado 
lívangelho dc* Joào acha-se um quadro 
tia Igreja. No contexto dos confronto,s
1 leste lívangelho decorreu umadiscussàti 
relativa à Identidade do povo tle Deus.
( )s integrantes''tlcssc povo eram judeus 
ou crlstàos (ou seja, crentes em Jesus)?
( li imosalxM? Por um lado, o judaísmo apela 
pura suas lradiçòes, lestas, lugares santos, 
interpretações tia líscritura, o templo e 
seus fundadores, os patriarcas. Releria-se 
Nolirelutlti à sua etnlcidade como a cola 
que mantinha unida as várias tradições. 
Mus nu vlsàodejoào, o mundo inteiro jaz 
dei i u I x o do domínio do pecudo, inclusive
0 povo judeu. A Igreja (ou o povo tle
1 )eus) t1 o templo, o Corpo de Cristo (Jo
2), O corpo tle Jesus, e o crente por meio 
dele, foi pendurado na cruz. Os crentes 
lOm tle comer tlcssc corpo para serem 
um com ele. Ter l'ó nlíle libera o Espírito 
puni trazer nova vitla e capacita a pessoa 
ti piirllclpur desse corpo.
Os crentes têm o Iíspírlto cie Deus 
liiiblluntlo dentro tle si centre eles, Agora 
cIcn se tornaram o novo templo de Deus. 
Aonde quer que estejam 110 mundo, há
0 templo tle Deus, Os lugares do antigo 
lemplo já nàosào mais Importantes, lista 
(' u ílnlou munelra de a pessoa adorar a
1 Huts vertladelramente tle mc ido espi-
I llliill, A presença do Iíspírlto caracteriza
II novo e verdadeiro povo tle 1 )cus como 
Iflliplo, o qual se levanta cm descon- 
111111 oIuile com o antigo, visto t|ue seu 
liinilumeiilo t* Jesus,
KNHOÇO
I, PfflMclo(l.MH),
1,1. A Palavra nu Hternldade (1,1*5).
I.J, A 1,11/1 A Palavra no Mundo (1,6-13).
1,3, A líncurnnçAd: A Palavra nu Igreja
II 14 IH),
IUI
À. A Muulfc nIiiçAo (In I.11K 110 Mundo
(1,19—12.50),
2.1.0 Testemunho dc I0A0 Uatlsta ( I
2.2. () Testemunho tle Filipe e Nataiutel 
(1.43-51).
2.3.0 Primeiro e o Segundo Slnalsi A 
Mudança do Templo (2.1—4,54),
2.3.1.0 Primeiro Sinal e o Casamento em 
Caná da Gallléla (2.1-11).
2.3.2. A Purificaçào do Templo (2,12-25),
2.3.3. Jesus e Nicodemos (3.1-21),
2.3.4. Jesus e Joào Uatlsta (3.22-35),
2.3.5. A Mulher Samaritana (4,l-2(i),
2.3.6. Jesus, seus Discípulos e 11 Mulher 
Samaritana (4.27-38).
2.3.7.0 Salvador tio Mundo (4,3(M2),
2.3.8. A Pátria tle 11111 Profeta (4,43*45),
2.3.9.0 Segundo Sinal (4,46-54),
2.4. Os Outros Sinais: A Mudança dou Dlus 
Santos (5.1—12.50).
2.4.1. A Cura no Tanque tle Hetesdu 
(5.1-47).
2.4.1.1.0 Paralítico no Tan<|iie de llclcs
tia (5.1-5).
2.4.1.2. A Cura do Paralítico (5,6-9h),
2.4.1.3.0 Desafio ;i Ohr.i tle Jesus 
(5.9c-18).
2.4.1.4.0 Dom tlu Vitla: A Obni de Jesus 
e tio Pai (5.19-30).
2.4.I.5. As Testemunhas de Jesus (5,31 47),
2.4.2. A Multiplicaçào tios Pàes e Peixes 
para os Cinco Mil e suas Conseqüências 
(6.1-71),
2.4.2.1. A Multiplicação dos Pàes e
Peixes para os Cinco Mil (6.1*11),
2.4.2.2. Jesus Anda sobre o Mar 
(6.16-24).
2.4.2.3. líluhoraçôes sobre Jesus, o Pfln il,i
Vitla (6.25-59).
2.4.2.4. Muitos Discípulos Partem
(6.60-71). Ií
2.4.3. lesusea Festa tlosTahernrtciiIns
(7.1—12.50).
2.4.3.1. Jesus na Festa dos Taherníictilos 
(7.1-13)'
2.4.3.2. <) línslno de Jesus na Festa dos 
Taliernáculos (7,14-24),
2.4.3.3. Jesus como Messias? (7,25 36),
2.4.3.4.0 Dom tio Iíspírlto que Drt Vlclu 
(7,37*44).
2.4.3.I. A Incredulidade tios Líderes Ju 
deus (7.45*12).
JOÀO
2.4.3.6. A Mulher Apanhada cm Adultério 
(7.53—H.11).
2.4.3.7. A l,u/ cli> Mundo (8,12-30).
2.4.3.8.Jesus o Abraão (8.31-59).
2.4.3.9. A Cura do Cego de Nascença e 
suas Conseqüências (9.1-41).
2.4.3.9.1. A Cura do Homem Nascido 
Cego (9.1-7).
2.4.3.9.2. A Reação Inicial (9.8-12).
2.4.3.9.3. A InvestigaçSo da Cura 
(9.13-34).
2.4.3.9.4. A Confirmação dos Fariseus 
Cegos (9.35-41).
2.4.3.10.0 Bom Pastor (10.1 -42).
2.4.3.10.1.0 Bom Pastor e seu Rebanho 
( 10. 1-21).
2.4.3.10.2. A Festa da Dedicação 
(10.22-42).
2.4.3.11. Jesus Ressuscita Lázaro (11.1-57).
2.4.3.11.1. A Morte de Lázaro (11.1-16).
2.4.3.11.2. Jesus e as Irmãs de Lázaro 
(11.17-37).
2.4.3.11.3. A Ressurreição de Lázaro 
(11.38-44).
2.4.3.11.4. A Trama para Matar Jesus 
(11.45-54).
2.4.3.11.5. Ordens para Prender Jesus 
(11.55-57).
2.4.3.12.0 Aparecimento do Rei 
(12.1-50).
2.4.3.12.1. A Unção dejesus (12.1-8).
2.4.3.12.2. A Trama para Matar Lázaro 
(12.9-11).
2.4.3.12.3. A Entrada Triunfal (12.12-19).
2.4.3.12.4. A Chegada da Hora dejesus 
( 12.20-26).
2.4.3.12.5. A Voz Celestial (12.27-36).
2.4.3.12.6. A Explicação de Isaías acerca 
da Cegueira do Povo (12.37-43).
2.4.3.12.7.0 Clamor de Jesus (12.44-50).
3. A Manifestação da Luz entre os seus
(13.1—20.31).
3.1.0 Jantar com os Discípulos e o Lava- 
pés (13.1-38).
3.1.1. Um Padrão para Seguir (13.1-17).
3.1.2.0 Traidor (13.18-30).
3.1.3. A Auto-RevelaçAo íntima da Glória 
dc Deus (13,31-38),
3.2. A Partida Imlnenle dejesus 
(14,1-31).
3.2.1. A PromcNNii deCoriNolof 14,1-14).
3.2.2. () lí»pírlloe o Mundo (14.15-31).
3.3. A Videira Verdadeira (15.1-27),
3.3.1. A Poda dos liamos (15.1-10).
3.3.2. Amor e Alegria — Vlila na Videira 
(15.11-17).
3.3.3.0 Ódio do Mundo (15,18-25),
3-3.4.0 Testemunho do Espírllo 
(15.26,27).
3.4. A Obra do Espírito Santo (16,1-33).
3.4.1. A Obra e Natureza do Espírito 
( 16.1-16).
3.4.2. Exortação para Pedir por Alegrla/o 
Espírito (16.17-24).
3.4.3. Finalmente, os Discípulos Enten­
dem (16.25-33).
3.5. A Oração dejesus pelos Crentes 
(17.1-26).
3.5.1. Jesus Ora pela Glorificação Mútua 
(17.1-5).
3-5.2. Oração pelos Discípulos (17.6-19),
3.5.3. Jesus Ora por Todos os que Vão 
Crer (17.20-26).
3.6. A Traição, Prisão, Crucificação, Morte 
e Sepultamento dejesus (18.1—19.42).
3.6.1. A Prisão de Jtísus (18.1-11).
3.6.2. Jesus diante dos Líderes Religioso» 
(18.12-27).
3.6.3. Jesus diante de Pilatos e dos Lidere» 
Judeus (18.28—19.16a).
3.6.3.1. A Primeira Cena: Fora (18,28-32). 
3-6.3.2. A Segunda Cena: Dentro 
(18.33-38a).
3.6.3.3.A Terceira Cena: Fora (18.38b-40),
3.6.3.4. A Quarta Cena: Dentro 09,1-3).
3.6.3.5. A Quinta Cena: Fora (19.4-7),
3.6.3.6. A Sexta Cena: Dentro (19.8-11),
3.6.3.7. A Sétima Cena: Fora (19.12-16a).
3.6.4. A Crucificação, Morte e Sepulta- 
mento de Jesus (19,l6b-42).
3.6.4.1. A Crucificação de Jesus (19.l6lv27).
3.6.4.2. “Está Consumado” (19.28-30),
3.6.4.3. A Morte dejesus (19.31-37),
3.6.4.4.0 Sepultamento dejesus 
(19.38-42).
3.7. A Ressurreição de Jesus (20.1-31).
3.7.1. Pedro e o Discípulo Amado (20,1-10),
3.7.2. Maria Madalena cJesus (20,11-18),
3.7.3. Todos os Discípulos: A CrlilÇÍlO dn 
Igreja (20,19-23)
3.7.4. Tomé ejemi» (20,24-29),
3.7.5* O Propó»llo degle Evangelho 
(20,30,31).
!< >A<) I
l . o Hpilogo (21,1*21),
4.1. A Terceira ApnrlçAn tlrjmm: Junio no 
Mar de 'I'll wrÍMtlc» (21.1 14),
4.2. Jesus c IVdro: A Chamada para Com­
promisso Kadlcal (21.15-19).
4.3. Pedro c o Discípulo Amado 
(21.20-23).
4.4. A Autenticação do Autor (21.24,25).
COMENTÁRIO
I . Prefácio (1.1-18)
Embora esta parte do Evangelho funcione 
como prefácio, é mais que isso. Escrito 
em forma poética, sobretudo os primeiros 
treze versículos, prepara o leitor para o 
que vem a seguir e, de fato, resume todo
0 Evangelho. Nesta paite encontramos por 
um lado rejeição e conflito, e por outro 
revelação, salvação e vida. Outrossim, o 
autor apresentaa pessoa e obra dejesus 
e como Ele se encaixa no plano eterno 
de Deus. Os versículos 6 a 13 fornecem o 
resumo de João 1.19 a 12.50 e os versículos 
14 a 18, dos capítulos 13 a 21. Estes temas 
originaram-se do Antigo Testamento, do 
pensamento corrente dentro do judaísmo 
e da literatura sapiencial não-canônica 
(veja comentários mais adiante).
1.1. A Palavra na Eternidade 
(1.1-5)
João 1.1 começa cie modo muito sem e­
lhante a Gênesis 1.1: “No princípio”. É 
intencional eem harmonia com o plano do 
Evangelho. João pretende provar que, com 
Jesus, Deus criou algo novo— a Igreja. O 
conflito entre o cristianismo e o judaísmo 
aparente neste Evangelho dizia respeito a 
qual era o verdadeiro herdeiro do Antigo 
Testamento. Visto que o judaísmo apelava
1 ura lugares santos, personalidades e outras 
tradições do Antigo Testamento Jo ão teria 
sido menos eficaz em suas argiimentações 
caso ele tivesse apelado para os mesmos 
materiais. João na verdade apelou para as 
tradições e textos do Antigo Testamento, 
até de modo semelhante ao judaísmo, mas 
sua crença e experiência com Jesus como 
Senhor léz a diferença, Textos do Amigo
TenUtittetlto nA( 11 >('< >iTem tt >m lre< |M m i» 
pim Joflo de numelni nolrtrln, Todavia o 
Am Igo TesiamenW > a< |ulc\sce < > Evangelho 
a cada ponto.
Esta seção f<ícallza a Palavra (< > Verl>c>), o 
Logo,s. Muitas são as tentativas em traçar a 
fonte do termo Logos. fí ma isque provdvel 
que o termo e seu conceito provenham 
cia literatura e pensamento judaicos, em ­
bora estivesse ambientado dentr<) do mal» 
extenso mundo greco-romano. Os doln 
temas de sabedoria e agência estilo junte 
no “Logos". Começando no Antigo TchIh* 
mento, a sabedoria e a lei (Toril, pnlnvrtt 
hebraica para designar lei e associadtl 
com os cinco livros de Moisés) eslflo hn 
sociados e tornam-se um. Especialmente 
Provérbios 8 não só personalizou a NU- 
bedoria, mas a colocou ao lado de I )oil« 
antes da criação e a envolveu nelu, A lei, 
o epítome da sabedoria, sofreu mulore* 
desenvolvimentos na literatura judulni 
mais tardia (Siraque, Sabedoria de Sulo 
mão, as traduções aramaicas das IÍHerlI i itmn 
hebraicas, os comentários rabínln m e Pilo, 
escritor judeu).
Também implícita nesta combintiçAo 
de lei/sabedoria está a idéia de agêtldH, 
A sabedoria era o m eio pelo qual Deliu 
criou o mundo (Pv 8.30). Particularmente 
nas traduções aram aicas cham ada Itll' 
guris, a palavra aramaica memra, traduzk In 
por “palavra”, funcionava como a agôndil 
pela qual Deus criou o mundo. Enqunnti) 
que Memra neste caso ajudou alguns no 
judaísmo a se guardarem de profanar o 
nome de Deus (era um modo Indireto 
de se referir a Deus), também serviu ao 
autor do Evangelho de João como m odo 
de expressara agência criativa da Palavra 
(cf. SI 33.6, onde diz que Deus criou por 
meio de “a palavra"). João tomou mlt 
tema com um nos contextos lltürglcON 
judaicos, am pliou seu significado e o 
usou para expressar a doutrina do Pilho 
de Deus, o Logos,
O autor também usa a revelação dolemu 
inerente na sabedoria/lei, No Evangelho de 
João, o Logos é a plena revelação de Deus, 
da mesma maneira que a lei, proveniente 
da escrita das Escrituras hebraicas até a 
sua época, era uma revelaçflode I)eun, O
,|( )A<) I
"glrtrlu" im seçfti iseguinte u<i 1'ielfU li» líile 
conjimuuleiemK is opostos cra (uiiHiin nu
tem» d r que 11Palavru (o Verbo), o Filho 
dc Deus, revelou Deus coni/ilolmnonlo 
conclui esta seção no versículo IH.
listas idéias de sabedoria, agência e 
revelação apresentam para o crente uma 
visão da criação e redenção centradas 
em Cristo. Não se pode saber o propó­
sito último da criação ou redenção, nem 
entender a existência diária de Deus ou 
qualquer revelação espiritual, sem passar 
pelo Logos, o Filho de Deus.
Os versículos 1 a 4 narram o estado 
preexistente de Jesus e como Ele agia no 
plano eterno de Deus. “No princípio” (v. 
Ia) fala da existência eterna da Palavra (o 
Verbo). As duas frases seguintes expressam 
a divindade de Jesus e sua relação com 
Deus Pai. Esta relação é uma dinâmica na 
qual constantemente são trocadas comu­
nicação e comunhão dentro da deidade. O 
versículo 2 resume o versículo 1 e prepara 
para a atividade divina fora da relação da 
deidade no versículo 3. No versículo 4 Ele 
é o Criador mediado. O uso da preposição 
“por” informa o leitor com precisão que 
o Criador original era Deus Pai que criou 
todas as coisas pela Palavra.
Os verbos que João usa nestes ver­
sículos fazem distinção entre o Criador 
não-criado, a Palavra (o Verbo) e a ordem 
criada. Numa boa tradução, a RC observa 
esta distinção: a Palavra (o Verbo) “era” 
mas “todas as coisas foram feitas".
O versículo 4 conta várias coisas para 
o leitor.
1) A Palavra divina, como Deus Pai, tem vida 
em si mesma, vicia incriatla (ou seja, é a 
fonte da vida eterna).
2) Esta vida revelou a pessoa e natureza tle 
Deus para todas as pessoas.
j) “Luz" neste ponto pertence á revelação 
autorizada e autêntica de Deus; é melhor 
explicada em termos do Antigo Testamento, 
talvez conectando-sc com "no princípio" 
de Gênesis 1. "Luz" ocorre pela primeira 
vez aqui numa série de conceitos que se 
opõem um ao oulro, O oposto tia luz são as 
trevas (muls tarde neste Evangelho, outros 
termos surgirão como opostos), "Luz" tam­
bém se relere ao caráter justo de I )eutt, em 
oposiçAo uo mundo Injusto de trevas. lislu 
pulitvrn Uimhém assumirá o significado dc
mundo antigo.
<) versículo *> expressa a resposta tjilM 
este povo Injusto deu il lu/i "A lu/, fes 
plandece nas trevas, e as trevas itflu a 
compreenderam". A traduçáo "eoilipif 
enderam" transmite a Incapacidade dr1 
os pecadores entenderem Deus, Aluda 
que esta traduçáo (RC) seja acelIÁvel, a 
traduçáo da NVI deve ser preferida "A 
luz brilha nas trevas, e as trevas ilflo ll 
derrotaram”. Ou seja, devido ao tema do 
conflito com o judaísmo encontrado nu 
Evangelho, João está alirm ando que tl 
trevas não venceram a luz.
1.2. A Luz: A Palavra no 
M undo (1.6-1,1)
Esta seção amplia os temas do Olllmtt 
parágrafo e acrescenta dois elemenliw 
chave: João (este Evangelho ná(> oc lumitl 
“Batista”) e a "testemunha". Joáo IlutlsM, 
embora enviaclo por Deus, é Inferiu» ft 
Palavra. Um foi criado, o outro éltUTltlflli 
Um é a testemunha da Luz, o otlliti e ti 
verdadeira Luz, Esta declaração sugere t |i le 
João Batista desempenhe>u papel slgi tlht a 
tivo na mente dos leitores originais e que 
seus seguidores podem ter sido pinte do 
problema na congregação de Jofto, Fslti 
situação é verificada pelas lnlbrmn<,nes 
sobre Joáo Batista no Evangelhode I.UCtl» 
e no Livro de Atos (esp. Al 19.1t7),
A palavra “testemunha" cumpre lim 
ção importante no Evangelho de Jofln, 
A palavra, usada com relação a IdíMiis e 
pessoas como “sinal", Abraão, o lísplrllii 
e o Pai, verifica e testemunha queJemiN 
é verdadeiramente o Filho tle Detls, 11 
testemunho dejoão também ajuda i uilit mi 
a crcrem na Luz.
O "mundo" é introduzido aqui pela prl 
meira vez (v. 9) no Evangelho, UsUt palilV lll 
se refere ás pessoas entre as quills Jesus 
veio. Elas o rejeitaram com ou verdadeira 
Luz, porque eram pecudoim Jofto aqui 
presume a quedt^de iodas tis pessoa* 
A queda significa que as pessoas ueslit 
eoniliçAo tifto p o tle m conhecei Di-us, 
Sua busca religiosa se perdeu, e elax nau
■IVfi
JOÁO l
podem enconlMldo sem a l.u/„ Mus .suas 
tradições são«ua »egt li attça e tin.stix >peçam 
cegamente, Assim, o n | >ecadores rejeitam 
a Luz quando líle vem ao mundo.
Ainda que o mundo rejeite o Criador, 
Ele lhe dá uma medida de luz. Esta m e­
dida é expressa em nossos dias por gra­
ça comum — a graça de Deus que atrai 
e vai para cada pessoa. Esta é uma das 
possíveis interpretações do versículo 9. 
A interpretação depende de qual subs­
tantivoa expressão “que vem ao m undo” 
modifica. Modifica “a luz verdadeira” ou 
“todo homem”? No texto grego, esta frase 
vem depois de “todo hom em ” e assim 
provavelmente o modifica.
Depois de dizer que o mundo rejei­
tou a Luz, João estreita especificamente 
sua janela para comentar a exceção. Nos 
versículos 12 e 13, ele faz um contras­
te bem definido entre eles e comenta o 
que fez a diferença. “Receber” significa 
“crer”. “Crer” enfatiza não o evento de 
um tempo, como ocorre na chamada ao 
altar, mas é um ato contínuo, um estilo de 
vida ou um estado. Com a crença habitu­
al vem o “poder” de ser filhos de Deus. 
Em resposta à crença, Deus faz com que 
as pessoas nasçam como filhos dEle. O 
verbo “nascer” usado com Deus contém 
um elemento causativo. A imagem é esta: 
Deus é o pai, não a mãe.
A estrumra do versículo 13 mostra níti­
do contraste entre o esforço humano e a 
atividade divina. Três elementos paralelos 
e negativos: “Os quais não nasceram do 
sangue, nem da vontade da carne, nem da 
v< >ntade do varão", contrastam com o único 
elemento positivo: “mas de Deus”. Usando 
estes três elementos, João enfatiza que ne­
nhum esforço humano pode fazer um filho 
de Deus— é necessária a atividade divina. 
Este contraste desafia coisas como distintivos 
étnicos e religiosos, e teria tornado difícil 
ao judaísmo receber e crer nisso.
O Evangelho clejoáo reserva a palavra 
“filhos" como nome para os crentes em 
Jesus (cf. Paulo, que usa o termo “filhos de 
Deus"). João, por um lado, faz distinção 
entre a natureza do cristão e dejesus, e, 
por outro, ainda laia de semelhança de 
relação. João usa a palavra "Alho" para
aludir a Jesus, mas "filhos" para aludir a 
todos os crentes que chamam Deus dp 
Pai, a fonte do novo nascimento.
1.3- A Encarnação: A Palavra 
na Igreja 
(1 .14-18)
João conta aos leitores que “o Verbo [a Pa- 
lavral se fez carne”. A palavra “se fez” é a 
palavra usada anteriormente com a criação. 
AquEle que é Deus agora se faz ser huma­
no. Este é o significando tia encarnação: 
O Verbo divino (a Palavra divina), o Filho 
de Deus, agora é divino e humano. Deus 
está presente em todos os lugares, mas a 
encamaçãoacrescentou uma n< iva (llmeiwãt >, 
Agora Deus está presente na mesma e»lent 
da humanidade (grande fundanlenU > pam a 
verdadeira empatia!). Na encarnação, I )cilN 
se aproxima de uma nova maneira.
A informação neste versícu Io pode cuiaI' 
dando uma resposta ao gnostlclsmt> e ao 
judaísmo, pois o gnosticismo não critique 
uma pessoa divina também pudesse ser 
humana, e o judaísmo não cria que um 
ser humano pudesse ser ao mcsm< > tempt > 
divino. O conhecimento da encarnação, 
no sentido pretendido por João, só vem 
por revelação, e a revelação passa pela 
atividade divina da regeneração. A ivvelaçãc i 
só é revelação quando é compreendida 
e somente quando Deus provê este tipo 
de capacidade para com preender este 
tipo de assunto.
João fala da encarnação em termos de 
templo. A palavra “habitou" no versículo 
14 está associada com a habitação de Dell» 
nas Escrituras hebraicas e ac|til declara (|lie 
a encarnação é o templo de Deu» entre 
seu povo nos últimos dias. Comooleiupli i 
de antigamente, este tem "glória", | « m&tl 
até mais — o templo é o próprio I )eu», 
cheio de graça e de verdade, "Oraça e 
verdade” tomam dois atrlbutos-chave ile 
Deus e depois identificam a Palavra t'(>m 
o Deus do Antigo Testamento,
() autor também alude ã declaração 
do Antigo Testamento, de que ninguém 
jamais viu a Deus. No (em po do Altt, 
Deus velo em carne e Ibl vlslo som ente 
com o Deus pelo povo da Itf, Assim este
<IV7
tem plo novo e úlllmo e Imensamente 
,superior ao antigo. Tem glória que mio 
diminui, como Paulo com entou acerca 
da glória em 2 Coríntlos 3.7-11. A refe­
rência a Moisés no versículo 17 elabora 
indiretamente sobre esta idéia do Antigo 
Testamento. Enquanto Moisés deu uma 
m edida de graça na lei, a graça superior 
veio por Jesus Cristo.
A palavra grega monogenous, no versículo 
14, é comumente traduzida por “Unigênito”. 
O intérprete tem de evitar a falácia da raiz 
quando busca o significado de determi­
nada palavra, ou seja, tomar o que a raiz 
significa e aplicá-lo em todos os lugares 
em que a palavra é usada. O significado de 
uma palavra deve ser determinado por seu 
contexto. Neste caso, monogmous provém 
de duas raízes: “um /único” e “gerado”. 
O modo como esta palavra é usada nos 
contextos bíblicos sugere que esta palavra 
deva ser entendida por “único”. O processo 
criativo (ou seja, “gerado”) não faz parte 
do significado desta palavra. O Logos é o 
único Filho de Deus.
O versículo 15 parece estar fora de 
ordem ou entào é parentético. Porém, 
este testemunho encaixa-se com o que 
esta seção ensina. O Logos é a revelação 
única que Deus faz de si mesmo. O único 
modo pelo qual o ser humano pode ver 
Deus é pelo Filho, o Logos revelador. O 
Logos é divino e maior que João Batista. 
O Logos divino existia na eternidade antes 
de Deus enviar João Batista. O testemunho 
de João Batista exalta este fato.
A partir da evidência do manuscrito 
existem duas leituras possíveis no ver­
sículo 18 com a repetição da palavra 
monogenous-, “Filho” ou “D eus”. A RC 
escolheu “Filho” como a leitura mais pro­
vável. Embora a evidência do manuscrito 
esteja dividida, o testemunho do próprio 
Evangelho apóia a leitura "Deus” (cf. NVI). 
Esta é a declaração mais direta da deidade 
de Jesus no Novo Testamento.
2. A M anifestação da Luz no M undo 
(1 .1 9 — 12.50).
Esta divisão maior mostra que o mundo 
não tem a resposta certa e rejeita Jesus.
Joflo 1,19-51 ui>l<nu illiimr dolelti>rInves 
ilgallvoquelêestelívangelhoumapeigunla 
Importante sobre a Identidade deJemiA, 
No parágrafo Inicial (Jo 1.19-2H) os lidere# 
de Jerusalém enviam mensageiros pura 
perguntar a João Batista se ele é o Messias, 
Elias ou o Profeta; ele nega ser qualquer 
um destes. Pouco dep< >is (J< > 1 ) J t iflt i 
Batista testemunha que ele próprio nflo 
teria sabido quem era Jesus, se Deus nflo 
lhe tivesse dado estas orientações: "Aque 
le que vires descer o Espírito e sobre ele 
repousar". Os discípulos dejoflo também 
inquirem sobre Jesus (Jo 1.35-42),
O capítulo 1 orienta o leitor n unlv* 
cipar a identidade d e je su s na narrallvtl 
segu in te , fo rnecendo a resposta mm 
lábios de duas pessoas: Joflo Hallsla 
declara q u ejesu s é o Cordeiro de I >eu«, 
e Natanael afirma a respeito de Jesum 
“Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Itel 
de Israel”. O restante do livro expande 
o significado destes títulos-chave, Jesus 
faz expiação pelos pecados do m undo 
e está reinando com o Filho de Detis e 
Rei messiânico.
2.1. O Testemunho cie João 
Batista (1.19-42)
O começo da história d e jesu s em Joflo
1.19-51, diferente de Mateus e Lucas, nfli i 
contém nada sobre a infância do Senln »i , 
Antes, João passa diretamente d< > seti re 
sumo do Logos (Jo 1,1-18) para o leste 
munho de João Batista e a chamada dos 
primeiros discípulos, Os versículos JV a 
28 contêm o diálogo entre o enviado t li is 
líderes de Jerusalém e João Ballsla < ( 
testemunho de João no versículo IV e a 
nota geográfica no versículc > 2H poem esle 
diálogo entre parênteses. O assunto aiiui 
centraliza-se na identidade e leslemunllO 
de João Batista, de que ele nflo é o (Irlslo 
(ou seja, o Messias), Elias ou o 1’rolelM 
Nas várias tradições do judaísmo, eslas 
figuras desempenhavam uma íunçflo na 
vindoura era do Messias, A redposUl de 
João ú sutil — em nenhum lugar ele dl/ 
quem é o Messias, listes líderes nflo o 
conhecem, embora lile esteja enliv eles 
(v, 26), Isto sugere que eles nflo U'm a
is m\ * i
natureza ou a capacidade para Ntiber(cl', 
os comentário» sobre Jo 1,10,11).
A resposta de Joílo sobre o verdadeiro 
Messias (v. 23) nào envolve um método 
superiorde batismo (ou seja, com o Espírito 
Santo) como nos outros Evangelhos. O uso 
que ele faz de Isaías 40.3 afirma sutilmente 
quejesus é “o Senhor" e que João Batista 
é apenas seu precursor. Para os leitores de 
Joào, a resposta aparece nos versículos 29 a 
34. É suficiente para o momento saber que 
João Batista é somente uma testemunha, in­
ferior a Jesus, e que a ignorância predomina 
sobre os líderes de Jemsalém.
A conclusão do parágrafo (v. 28) talvez 
indique o lugar mais antigo em que João 
Batista batizava e esteja ligado com Bet- 
saida. O autor diferencia entre os líderes 
de Jerusalém, que não são amigáveis, e 
os discípulos de João Batista provenientes 
de Betsaida que se tornam discípulos de 
Jesus. Embora Jesus tenha feito de Ca- 
farnaum sua sede, significativo número 
dos discípulos era originário da área de 
Betsaida. Esta cidade, em região governada 
por Herodes Filipe, era um tanto quanto 
tolerante, aberta aos gentios e até aos 
judeus piedosos de diferentes seitas.
Os estudiosos disputam a identidade 
e localização de Betânia (v. 28).,Esta 
referência geográfica é ambígua no texto 
grego: a palavra “Betânia” está desacom ­
panhada de artigo definido e a frase que 
a segue: “Do outro lado do Jordão”, é 
vaga. Pode ser que aqui Betânia não seja 
o nome de uma cidade. Talvez denote 
o nome da região norte de Batanéia (e 
assim está associada com Betsaida). Pre- 
sum ivelm entejoão Batista batizou Jesus 
miin local diferente (vv. 29-34).
() versículo 30 liga este parágrafo com
0 prévio e as palavras d e jo ão : “Este é 
ac |iicle do qual eu disse". O autor tenciona 
responder quem é este maior e como a 
pessoa pode conhecê-lo. O testemunho 
dcjoflo Uatlsta culmina nesle parágrafo 
( mu le nào teme),s dlál<>go— só as palavras 
d e jo ào Mallsta em modo de testemunho 
que reflete um cenário legal. João Batista
1 ibttfivu que d e tiiml >ém ník> o conhece: “H 
eUnfto o conhecia, m asoquem e mandou 
m balizar com dguit, esse mc disse" (v, 33),
A deeltmiçfto de que ele nflo o conhece 
ocorre duas vezes (vv, 3 1,33) puni rcmil* 
tar seu desconhecimento. A vozdaqulíle 
que o enviou disse (jueo modo pel< > (|iiul 
João Batista iria saber era que o Iíspírlto 
desceria e permaneceria sobre Jesus, O 
Espírito habitante torna-se a característica 
identificadora de Jesus.
A afirmação que o Espírito faz ucercti 
de Jesus ser maior é importante para o es­
critor deste Evangelho em seu debate ct>m 
o judaísmo. Os cristãos e os judalzanles 
recorriam às Escrituras hebraicas, sendo 
que os judaizantes também se valiam dilM 
tradições. Mas é a vinda do Espírito que 
denota quem são os reais herdeiros do tin* 
tigo concerto. Ademais, isto faz de Jesus < i 
Dispensador legítimo do Espírito (v, 33)| 
também estabelece o fatc>de que ô líle quem 
pelo Espírito regenera os que crôem <• os 
enche do Espírito. João Batista (juei' "Intllzm " 
para se referir abrangentemente a toda* nu 
atividades do Espírito na Igreja e paru elti, 
embora neste Evangelho, porcaumt da nu 
tureza do problema que ele enfrenUl, Joflo 
destaque a regeneração, Jesus se | )Ôe como 
o foco de toda a doutrina do Iíspírlto,
Neste parágrafo o Espírito c< >n< )la regeiie 
ração, pois Ele está ligado c<>m as pala vnw 
de abertura do versículc> 29 que Idenl lllctli 11 
Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que llrtl o 
pecado do mundo”. Jesus como o Corrieln i 
de Deus só ocorre no Evangelht > clcjt >Ao e 
em Apocalipse. Ainda que existam vrtl lus 
teorias sobre a que tipo de a )ix Iclix>J( ifli) eMrt 
se referindo, o próprio Evangelho Ntlgeie 
quejesus seja o Cordeiro pascal d<) fim d i) 
tempo. Ele substitui o cordeiro oferecido 
em cada Páscoa (veja o comenlrtrlo «obre 
Jo 13 e 20). Este Cordeiro “Ura o pccucIo do 
mundo”. “Pecado” está no slngulttr e tem 
um artigo acompanhante, o que NU^re 
que um pecado em particulareslá em VInIh, 
um no qual todos participam, qual Ne|n, o 
“pecado original”. Esta era a condlçAodo 
mundo quando a Palavra velo, Dc liilo.enUi 
é a razão de Jesus vir (cf. (o 1,10; 3.16-211 
8.34-47; lJo.3.1-10).
Por causa deste pecado, os líderes em 
Jerusalém nào conheciam a Palavra, em ­
bora Ele estivesse entre eles. Por oulro 
lado, o batismo em águas de Joào reveltt
■m
J< >A<) I
:i hiluvru ao povo de Israel, que antecipa 
o Messias, Quando eles o vôem assim ma- 
nlfestad< >, cies < > ree< inhecem e o seguem, 
liste parágrafo serve como ponte entre 
os que se opõem a Jesus (o enviado de 
Jerusalém, vv. 19-27) e os que o seguem 
(os discípulos dejoào, vv. 35-42). Observe 
também Natanael, que é chamado “um 
verdadeiro israelita” (v. 47) e que confessa 
c desse m odo identifica Jesus correta­
mente como “o Filho de Deus, [...] o Rei 
de Israel” (v. 49; cf. v. 34). Os líderes em 
Jerusalém estavam no mundo; Israel em 
seu representante, Natanael, com verda­
deira antecipação messiânica, coloca-se 
à parte e contra o mundo.
A expressão “no dia seguinte” ( v. 35) 
separa o testem unho de jo ào Batista re­
lativo à identidade d e je su s e seu teste­
m unho a dois dos seus discípulos. Esta 
frase também liga este testemunho ao do 
parágrafo precedente, com o faz “Eis o 
Cordeiro de Deus”. Só em João lemos que 
os primeiros discípulos seguiam inicial­
mente João Batista. Aqui encontramos a 
maior parte das informações sobre André. 
Ele é irmão de Simão Pedro, o primeiro a 
seguir Jesus, e aquele que fala para seu 
irmão que encontrou o Messias. Também 
aprendem os que a chamada e a resposta 
dos discípulos não são espontâneas e 
instantâneas. Antes são pensativas, de­
moradas e judiciosas.
A linguagem discipular preenche os 
versículos 35 a 42. A ação e palavras de 
João Batista assinalam para seus seguidores 
que eles devem se tornar discípulos de 
Jesus. Os leitores deste Evangelho saberão 
quem eles devem seguir e porquê. SóJesus 
como o Cordeiro pode tinir o pecado do 
mundo. Os dois discípulos dejoão Batista, 
até agora sem identificação no texto, ouvem 
ele dizer isto acerca dejesus e começam 
a segui-lo. “Ouvir" e “seguir” (v. 37) são 
ambas palavras discipulares. O diálogo 
passa para Jesus, que se volta e pergunta: 
“Que buscais?” lista importante pergunta 
ainda hoje é apropriada. A resposta que 
deram e a ayão de irem com Jesus ao lu­
gar onde Ele morava Indica Investigação 
preliminar, mas sincera, daqueles que 
desejam se lornar discípulos,
O parágrafo é concluído com Jesus 
mudando o nome de Slmão para "Celas", 
a palavra aramalca equivalenteá palavra 
grega potros. Este ato Informa ao leitor 
que Pedro é uma pessoa im portante. 
“Rocha”, o significado de Celas/Pedro, 
provavelm ente se refere a ele com o o 
principal apóstolo, um dos Doze originais, 
uma pedra fundamental que autentica 
Jesus como o verdadeiro Messias. Assim 
Pedro desempenha papel importante no 
com eço do Evangelho com o tam bém 
no fim (Jo 21). Em sentido real, Pedro 
serve como parênteses para a totalidade 
deste Evangelho. No capítulo 1, Pedro 
está calado; a tônica cai no olhar que 
Jesus dá em Pedro, e é Jesus que chama 
os discípulos e que traz à existência e 
estabelece a Igreja.
2.2. O Testemunho de Filipe e 
N atanael (1 .43-51)
“No dia seguinte” (vv. 29,35,43) começa 
pela terceira vez um parágrafo e unifica
o trecho d e jo ã o 1.29-51. O diálogo — 
primeiro entre Filipe e Natanael e depois 
entre Jesus e Natanael — caracteriza esta 
seção; conclui com uma declaração impor 
tante que identifica Jesus. O discipulado 
ainda é o tema. O círculo de seguidores 
de Jesus está se expandindo, o qual em sl 
modela o que os discípulos têm de fazer
— contar aos outros sobre o Messias, () 
cenário também, muda, embora o autor 
observa que Filipe também vem de Uet- 
saida, o mesmo lugar de André e Pedro, 
Aparentemente Filipe conhece Natanael 
e sabe que ele também está buscando o 
Messias. Natanael é uma pessoapiedosa 
que estuda a Escritura debaixo de umu 
figueira (cf. Mequilta, Pisca 12), procuran­
do o Messias. Filipe lhe testemunha que 
ele achou o Messias; Natanael está cético 
porque Jesus vem de Nazaré, lugar de 
má reputação. O convite ao disdpuliido 
é feito: “Vem e vê" (veja os vv, 39,46), e 
Natanael responde.
Não falando a^nlnguém em particular, 
Jesus laia a todo o mundo nobre a devoção 
de Nalimael, modelo de um "verdadeiro 
Israelita" (v, 47). InIo leva n eonflssílo de
|< >A< ) í
Natanaeli "Tu 6 to Kllhode I )eus, | | o RH 
tle lamel", repetindo uc< mlissflodejortono 
versículo 34, mus ucivsccnUindo um título 
Importante — "o Rc*l dc Israel". Natanael 
crê quejesus é o Messias. Com Isto, Jesus 
indica comoafédele avançará, nào somente 
port|uejesusoviu debalxoda figueira, mas 
por causa das “coisas maiores” — a morte 
e ressurreição de Jesus que acontecerão. A 
fé nào é baseada no estudo da lei, mas na 
m< >rte, ressurreição e ascensão de Jesus. As 
pessoas que sào verdadeiramente piedosas, 
que antecipam o Messias, têm de crer que 
Jesus é o Messias.
O capítulo conclui com uma declara­
ção iniciada por "amen, amen" (v. 51). 
Neste Evangelho, a expressão "amen, 
amen" introduz declarações doutrinais 
importantes dos lábios de Jesus. Esta pri­
meira declaração aponta para um novo 
modo de acesso ao céu e substitui uma 
tradiçàojudaica, baseada na visãodejacó 
em Gênesis 28.12 e ligada à pedra sagrada 
no Santíssimo Lugar do templo em Jeru­
salém. Agora Jesus, o Filho encarnado 
de Deus, é o lugar de reunião do céu e 
da terra. O título “Filho do I Iomem”, nào 
usado com tanta freqüência quanto nos 
outros Evangelhos, é todavia expressivo 
e significa o mesmo que “Filho tle Deus” 
(veja os w . 49,50). Ambos se referem a 
Jesus como o Messias.
2..Í, O Prim eiro e o Secundo 
Sinais: A Mudança do 
Templo (2 .1— 4.54)
Visto que os dois sinais (e a palavra "si­
nal") atuam com o parênteses (ou seja, 
mi portes de livros literários) distinguindo 
esta seção e dando-lhe enfoque, temos 
dc gastar algum tempo discutindo este
i onccito e idéias relacionadas. I lá muito 
que os estudiosos discutem o significado
i Io\vn\\osltuil(siwwl<>n) no Evangelho de 
Joflo, 1 Imaconsldcmçflosobrcesta palavra 
iii is ajuda a descobrir como o Evangelho 
deve ser dividido e Interpretado.
Puni começar, Joào tcnclonu que os 
"nIiuiIn" beneficiem os leitores - slgnlfi
• .im algo mais que meros milagres. I lm 
tlnul dl/, respeito a um ac ontecim ento
extraordinário e espcelul, cliumundo a 
utençfli > | >ar.i a utlvli ladr salva» l< >ru > lejesu* 
e iiludindo ít sua morte e ressurreição, A 
palavra em Joflo 20.30,31 reílete uno geral 
e especial, e aumenta a dificuldade de 
resolver a discussão sobre o significado 
dcsemeiorr. "Jesus, pois, operou também, 
em presença de seus discípulos, muitos 
outros sinais, que nào estão escritos neste 
livro. Estes, porém, foram escritos paru 
que creiais q u e jesu s é o Cristo, o Plllio 
tle Deus, e para que, crendo, tenhais vldu 
em seu nom e”.
Quanto a estes tlols usos no próprio 
Evangelho, em Joào 2.18,23; 3.2| <1 IM| 
6.2,26,30;7.31;9.16; 10.41; I l,47o 12,18,37, 
semeion se refere a “milagre" em senlli lt i 
geral e a uma marca tle autoridade t em Jo 
2.18). Em joào 2.11 e 4.54, os dois ouln m 
únicos lugares onde a palavra sotuoiun <■ 
usada, tem um sentido especial (veju o 
próximo parágrafo), Estas várias acq içfu•« 
tia palavra tornam discutível o mimem 
dos sinais.
Em joào 2.11 e 4.54, samulori tem slg 
nificacío especial.
1) Estes dois versículos sào ligadi >s pp|< i uiili n 
a dois “sinais" específicos: a mudança da 
água em vinho c a cura do filho de um 
oficial do rei em Caná tlu Gallléla,
2) Entre todos os "sinais”, apenas estes dnlx 
têm um significado numérico utrllniído a 
eles: "primeiro" e "segundo", Ambos os 
sinais sào feitos em Canil da ( ialllélti I )cn|i 
modo, estas palavras chamam utençrtoeN 
pedal a esta seçào. Depois do oipítuli i I, 
a narrativa passa para um novo evento nu 
capítulo 5 — contém o próximo "mlIuHie1 
(nào especificado por sfflltbtl, mus i liu 
madocura ou “coisas" [jo 5,16] ou uludldi i 
pelo verbo "trabalhar" (|o 5,171),
A palavra grega arebo em Joflo 11 
tem vários significados possíveis, A NVI 
traduz esta palavra grega numericamente 
"primeiro"; a RC traduz pt >r“prinelple iii" , i m 
seja, é a Iniciação de algo. Mas nenhuma 
traduçflo chama atençflo espcelul paru
o significado do conteúdo posto entre 
parênteses por esses slnalN, O significado 
"principiou" sugere que "outros" vflo se 
segulr- da mesma natureza«>u entfli >que 
este primeiro tem "sttiliis primário" Km
qualquer caso, há uma lnier-relaçflo entre
o “princípio” e os que o seguem.
João usou a palavra grega cleuteron 
(“segundo”) com semeion em João 4.54. Se 
podemos observar um significado especial 
para o modo com ojoão reúne estas duas 
palavras é determ inado em parte pelo 
modo como entendemos “segundo”— ou 
enfatiza Caná da Galiléia (quer dizer, este 
é o segundo milagre em Caná da Galiléia), 
ou realça o “sinal”. Note que a expressão 
Caná da Galiléia ocorre em joâo 4.46, mas 
não em João 4.54 junto com o “segundo 
milagre [sinall”, onde apenas Galiléia é 
mencionada. Isto fortalece a conclusão 
de que “segundo” deve enfatizar o “sinal” 
na Galiléia, e não a localização geográfica 
exata de Caná da Galiléia. Este fato chama 
a atenção do leitor para o material entre 
estes dois sinais.
Outros fatores precisam ser conside­
rados para apoiar isto.
1) Um destes envolve o uso de outras sen­
tenças ou palavras significativas joaninas 
com "sinal” — por exemplo, a sentença: 
“E manifestou a sua glória” (Jo 2.11). “Ma­
nifestou” e “glória” não aparecem juntos 
em outro lugar de seu Evangelho. Este 
sinal inicial é especial quando compara­
do com os outros em que manifestam de 
algum modo a glória de Jesus. João liga 
“glória” à ressurreição de Lázaro emjoâo
11.4 e 40, mas sem o verbo “manifestar”. 
A transformação da água em vinho como
o princípio dos sinais direciona e antecipa
o leitor para a conclusão do Evangelho.
2) Outro fator diz respeito à sentença seguinte 
emjoâo 2.11: “E os seus discípulos creram 
nele”. Os elementos “discípulos” e “creram" 
não ocorrem novamente desta maneira clara 
até o capítulo 20, quando várias pessoas 
crêem por causa do túmulo vazio e do CrisLo 
ressurreto. No meio, especialmente emjoâo 
9.38; 11.27 e 12.11,42, muitos crêem em 
Jesus, mas de modo que também direcio­
na para o clímax de fé no capítulo 20. O 
primeiro sinal antecipa o ponto climático 
da ressurreição.
Outra palavra precisa ser discutida 
acerca deste agrupam ento de palavras 
e sentenças — a palavra "hora” em joâo
2.4. A palavra grega traduzida por “hora"
ô bom (lll., "hora", ainda que nflo com o 
mesmo significado que a moderna palavra 
ocidental). Esta palavra distingueeconecla 
este primeiro sinal (“Ainda nflo 6 chegada 
a minha hora”, Jo 2.4) com sua realização, 
a morte dejesus (“Pai, é chegada a hora", 
Jo 17.1). A “hora” enfatiza este princípio 
dos sinais e está ligada com a hora da 
morte e ressurreição dejesus, A hora de 
Jesus chegou em sua última semana de 
vida e teve cumprimento especialmente 
na sua morte (Jo 12.23,27; 13.1; 17.1 [onde 
“glória” ocorre na forma verbal]).
Esta conclusão de que o “primeiro” e 
“segundo” sinais põem entre parênteses 
material significativo, exim e qualquer 
possibilidade de que os eventos entre 
eles sejam sinais. Por exemplo, exclui a 
purificação do templo no capítulo 2 como 
sinal. Outra implicação diz respeito a como 
os capítulos 2 a 12 devem ser estruturados. 
Minha proposta é que os primeiros dois 
sinais (Jo 2.1— 4.54) constituem a Parte I 
do Livro de Sinais e os Outros Sinais (Jo
5.1— 12.50) formam a Parte 2 deste Livro 
de Sinais.
O fator mais significativo aqui pertence

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