Buscar

Trabalho BECM UFABC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC 
 
 
 
 
 
 
 ​BASES EPISTEMOLÓGICAS DA CIÊNCIA MODERNA 
Grupo 7: Os Limites do Progresso Científico 
 
 
Profº. Matteo Raschietti 
 
Aline Maria Lima da Silva 21071515 
Alvaro Henrique Angelim Silva 21006215 
Danilo de Souza Cutrim 11087215 
João Antonio Machado Cardoso Filho 21018016 
Júlio César de Siqueira Ramos 21044416 
Lucas Martins da Silva 21001815 
Matheus Giunti 11113216 
Roberta Tatsui de Sousa 11084115 
Thalles de Antonio Trevizan 21016216 
Thiago Hitochi 21038315 
 
São Bernardo do Campo – SP 
2017 
O que limita o avanço científico? Na nossa concepção, existem fatores 
internos e ​externos que impactam as expectativas de progresso na ciência: as 
próprias características intrínsecas do instrumento metodológico, bem como o 
comportamento dos seus agentes, e questões éticas levantadas pela sociedade. 
 
Limitações na própria ciência 
É evidente o impacto que a ciência causa no nosso dia a dia: aviões, carros, 
smartphones​, vacinas contra diversas enfermidades e a existência de magníficas 
construções civis devem, em grande parte, ao desenvolvimento científico. Em 
contrapartida, qual é a concepção popular sobre “ciência”? O público mais leigo, se 
não se atentar às peculiaridades do método científico, poderá frustrar-se quanto às 
expectativas de progresso e alcance científico. Muitas vezes essa ignorância é 
evidenciada entre pessoas de influência e poder, e suas decisões enviesadas 
poderão prejudicar o bem estar de milhares ou milhões de pessoas. Em face disso, 
os próximos parágrafos discorrerão sobre alguns dos aspectos desconhecidos ou 
mal compreendidos que, de certa forma, são fatores limitantes ao próprio avanço 
científico. 
 
● Prova e verdade 
Muitas pessoas acreditam que a ciência é um arcabouço de verdades. Os 
próprios meios de comunicação anunciam produtos ou soluções “cientificamente 
provados” para seus potenciais compradores. Ou ainda, há um abuso de linguagem 
ao dizer que “cientistas descobriram que o café faz bem para a memória”. O fato é 
que a ciência não dispõe de instrumentos metodológicos para “provar” uma teoria. O 
próprio conceito de verdade é sem significado na ciência. O que ela fornece, em 
contrapartida, são ​evidências​. Uma teoria pode estar embasada em fortes 
evidências, porém nunca saberemos se novas experiências ou observações 
poderão nos apresentar contradições. Um exemplo clássico remete à mecânica 
Newtoniana: suas hipóteses iniciais de tempo e espaço absoluto tiveram que ser 
substituídas pela relatividade de Einstein. Mesmo uma teoria tão arraigada e aceita 
na época teve que ser revista, e com isso podemos aprender a ciência está se 
reconstruindo a todo o momento. 
No ponto de vista do progresso científico, entendemos que a ciência não é 
um conjunto de leis e teorias ​lineares​. Nossa concepção da natureza poderá ser 
reconstruída do zero (como foi feito com a mecânica quântica) a medida que novos 
caminhos são explorados. E assim haverá de ser com a teoria Einsteniana, com a 
teoria da Seleção Natural de Darwin, etc. 
 
● Incerteza 
Uma das características cruciais da ciência é seu poder de explicação e 
previsão de fenômenos. Entretanto, há de se considerar em muitos casos a 
incerteza envolvida. O princípio da Incerteza de Heisenberg ilustra bem esse dilema. 
A incerteza não nos traz segurança a respeito da ocorrência ou não ocorrência de 
um determinado fenômeno, pois todo o tratamento matemático é probabilístico. 
Essa limitação científica constitui em outro impasse ao progresso científico, que 
agora deverá dar a devida atenção aos modelos probabilísticos em face dos 
determinísticos. 
 
● Replicabilidade 
A replicabilidade é o ponto chave quando precisamos testar uma teoria ou 
hipótese científica. O que ocorre é que, cada vez que um experimento é repetido, 
alguns aspectos do contexto já mudaram. Alguns deles poderão ser responsáveis 
por uma possível falha na replicação. Por exemplo, quando um experimento é 
replicado, o humor do experimentador ou a fase da lua poderão ser diferentes. Caso 
o experimento não forneça os resultados esperados, não podemos concluir que a 
hipótese foi falseada. Algumas variáveis podemos controlar enquanto outras não. 
Portanto, devido a essa dificuldade filosófica em abstrair o que é e o que não é 
relevante para o experimento, encontramos alguma dificuldade em validar ou rejeitar 
teorias ou hipóteses científicas. 
 
 
● Linguagem e Matemática 
O cientista e engenheiro polonês Korzybski demonstrou através de seu 
trabalho ​Structural Differential ​que tanto a percepção quanto a linguagem nos 
distanciam da realidade. A percepção capta apenas uma pequena parte do mundo 
exterior, ignorando toda a riqueza e diversidade do mundo exterior. A linguagem 
matemática também descreve apenas parte da nossa percepção, removendo os 
dados científicos da realidade. Não sabemos o quão longe a descrição matemática 
dos fenômenos está distante da realidade porque esta permanece um mistério para 
nós. Albert Einstein dizia: “A coisa mais bonita que podemos experimentar é o 
mistério. Este é a fonte de toda arte e ciência verdadeira”. 
 
● Hipóteses Ad hoc 
Hipóteses ​ad hoc são criadas primordialmente para proteger teorias ou 
paradigmas de evidências contraditórias. Elas desqualificam as evidências 
contrárias em algum aspecto, colaborando para a manutenção do ​status quo 
científico. O ponto negativo das hipóteses ​ad hoc ​consiste em criar uma certa 
resistência no meio científico à mudanças e inovações. De fato, qualquer evidência 
nova poderá, com algum esforço, ser produzida para suportar a teoria ou paradigma 
preexistente, ao passo que as contrárias poderão ser combatidas com as hipóteses 
ad hoc​. Nesse caso, em que a ciência se difere de uma ideologia ou religião? 
 
 
Thomas Kuhn e Karl Popper 
Dentro da perspectiva dos fatores ​internos que limitam o progresso científica 
é importante que se faça uma análise de alguns pensadores e paradigmas 
estabelecidos por eles. Serão analizados aqui os filósofos Karl Popper e Thomas 
Kuhn e suas principais ideias. 
 
● Karl Popper 
Karl Raimund Popper nasceu 1902 em Áustria e faleceu aos 92 anos, sendo 
considerado o filósofo mais influente do século XX que trouxe a temática da ciência. 
Ao longo de sua vida, Popper foi um filósofo social e político que defendeu a 
democracia liberal, opondo-se ao totalitarismo. 
Para o filósofo austríaco, a ciência não se baseia na indução, pois nega que 
os cientistas comecem com observações e, então, inferem uma teoria geral. Popper 
propõe, no lugar da indução, um teoria com suas hipóteses iniciais ainda não 
comprovadas e depois compara-se as suas previsões com as observações para 
analisar se ela se mantém de pé diante dos experimentos. Se esses experimentos 
contradisserem o que as hipóteses, então essa teoria é descartada. Agora, se ateoria se mantiver resistente diante desses testes ela será vista como não refutada 
(não como uma verdade provada). Essa é uma das principais ideias do pensador: o 
falsificacionismo​. Para os falsificacionistas, o valor de um conhecimento científico 
não vem da observação de experiências, mas da possibilidade de a teoria ser 
contrariada, ou melhor, falseada. 
Com o critério da falsificabilidade é possível distinguir, segundo Popper, o 
que é ciência do que é chamado por ele, negativamente, de pseudociência. Para o 
filósofo, as pseudociências não podem ser refutadas, pois não são passíveis de 
falsificação, então, por essa mesma ótica, só pode ser considerada ciência aquilo 
que pode ser refutado. Marxismo, psicanálise, astrologia são exemplos de 
pseudociência para Popper. 
Mas é importante que se perceba que quando uma teoria é refutada, isso 
abre espaço para que seu autor (ou cientista) tenta revisa-la e melhorá-la, 
promovendo um progresso científico. E, enquanto essa teoria não é refutada, 
permaneceu o seu valor explicativo, mas é fundamental que se tenha em mente o 
seu limite. 
A partir disso, pode-se afirmar que boas teorias devem ser claras e precisas, 
devem permitir a falseabilidade e devem ser ousadas, a fim de progredir em busca 
de um conhecimento mais aprofundado sobre a realidade. 
 
● Thomas Kuhn 
Thomas Kuhn foi um daqueles pesquisadores da Filosofia da Ciência que 
defenderam o contexto de descoberta, o qual privilegia os aspectos psicológicos, 
sociológicos e históricos como relevantes para a fundamentação e a evolução da 
ciência.Para Kuhn, a ciência é um tipo de atividade altamente determinada que 
consiste em resolver problemas (como um quebra-cabeça) dentro de uma unidade 
metodológica chamada paradigma. Este, apesar de sua suficiente abertura, delimita 
os problemas a serem resolvidos em determinado campo científico. É ele que 
estabelece o padrão de racionalidade aceito em uma comunidade científica sendo, 
portanto, o princípio fundante de uma ciência para a qual são treinados os 
cientistas.O paradigma caracteriza a Ciência Normal. Esta se estabelece após um 
tipo de atividade desorganizada que tenta fundamentar ou explicar os fenômenos 
ainda em um estágio que Kuhn chama de mítico ou irracional: é a pré-ciência. A 
Ciência Normal também ocorre quando da ruptura e substituição de paradigmas (o 
que não significa voltar ao estágio da pré-ciência). É que dentro de um modelo 
ocorrem anomalias ou contra exemplos que podem colocar em dúvida a validade de 
tal paradigma. Se este realmente se torna insuficiente para submeter as anomalias 
à teoria – já que vista de outro ângulo elas podem se tornar um problema – ocorre o 
que Kuhn denomina de Ciência Extraordinária ou Revolucionária, que nada mais é 
do que a adoção de um outro paradigma, isto é, de visão de mundo.isto ocorre 
porque dentro de um paradigma há expectativas prévias que os cientistas devem 
corroborar. Por isso, os cientistas não buscam descobrir (como entendiam os 
pensadores do contexto de justificação) nada, mas simplesmente adequar teorias a 
fatos. Quando ocorre algo diferente deste processo, isso se deve a fatores 
subjetivos, como a incapacidade técnica do profissional, ou à inviabilidade técnica 
dos instrumentos, ou ainda à necessidade de real substituição do paradigma 
vigente. Para isso, os cientistas usam hipóteses ​ad hoc ​para tentar manter o 
paradigma (contrário ao que pensava Popper). Aqui, Kuhn evidencia o caráter de 
descontinuidade do conhecimento científico que progride, então, por rupturas e não 
pelo acúmulo do saber, como pensava a ciência tradicional, mostrando assim , 
através de sua visão que os fatos limitantes da ciência seriam na verdade os 
paradigmas. 
 
Limitações exteriores à ciência 
● Economia 
Analisando pelo ponto de vista econômico, temos tanto a falta de 
investimento em P&D e no caso do Brasil, a própria falta de investimento em 
profissionais capacitados e educação (tanto básica quanto superior de qualidade), 
que são grandes empecilhos para o progresso científico. Além disso, pesquisas 
como com medicamentos mais baratos ou fontes de energia limpa muito 
comumente fracassam, pelo fato de terem seus interesses vindos ao encontro dos 
das grandes companhias, que detém a maior parte do poder e capital. Essas 
companhias muitas vezes manipulam as pesquisas ao seu favor, para “comprovar” 
que suas tecnologias são as mais eficazes e que não causam nenhum dano ao ser 
humano e ao meio ambiente. 
Segundo uma matéria publicada no Estadão, as doenças que atingem 
principalmente a população pobre com doenças como malária, tuberculose, dengue 
e doença de chagas são as maiores causadoras de morte no mundo, e nem assim 
despertam interesse na indústria farmacêutica. A pesquisa apontou que de 850 
novos tratamentos e vacinas de 2000 á 2011, apenas 4% eram para as doenças 
que afetam os mais pobres. O economista Sérgio Queiroz (professor mestre da 
Universidade de Campinas - UNICAMP) e o médico Heitor Franco de Andrade 
Júnior (médico do Instituto de medicina tropical - USP) afirmam que a indústria 
farmacêutica não vê nas doenças tropicais uma fonte de lucro porque esse mercado 
é pequeno (ser pequeno não significa que o número de pessoas atingidas por tal 
patologia seja reduzido; mas é pequeno no sentido econômico, pois países pobres 
não se tem grande capital para arcar com esses tratamentos. Do ponto de vista 
industrial e corporativo não compensa investir no desenvolvimento e produção de 
um fármaco que não o trará o rápido retorno financeiro "exigido" pelos meios de 
produção capitalistas. 
A indústria farmacêutica apresentou grande fracasso na busca pela vacina 
contra o Ebola. Por se tratar da parte pobre do mundo, há uma certa falta de 
vontade para investir em tratamentos ou vacinas, e por isso a indústria farmacêutica 
leva bem lentamente tais pesquisas. 
Observando um caso semelhante (que é o caso da AIDS), a indústria 
farmacêutica começou a apresentar bons resultados quando a doença se estendeu 
para os Estados Unidos e para a Inglaterra. Coincidentemente, esses países têm 
um grande capital, podendo pagar por estes tratamento, já os africanos não 
possuem condições financeiras para tal, o que volta para o fato de que o intuito 
primordial da indústria farmacêutica é lucrar e não ajudar encarecidamente a todos. 
Falando sobre as energias como no caso do petróleo, as grandes 
corporações juntamente com o governo, visam em primeiro lugar o lucro em vez de 
qualidade de vida e bem estar da sociedade, rumores de novas tecnologias estão 
sempre em evidência, mas não há “interesse” e investimentos necessários para 
novas áreas que proporcionam energia limpa porém sem lucros exorbitantes. Um 
exemplo é o carro “movido a água”, cujo pesquisadores da universidade de 
Minnesota(EUA) descobriram uma maneira simples e que não necessitava de 
enormes quantidades de energia para separar o hidrogênio da molécula de H20, 
utilizando o elemento químico Boro para absorver o oxigênio, sem emitir poluentes 
para a atmosfera. Essa pesquisa foi realizada e publicada em 2006 por Dr. ​Tareq 
Abu-Hamed em parceria com Weizmann Institute que mostrava interesse em lançar 
um protótipo do modelo em 2009, ​porém mais de 10 anos depois da publicação 
ainda não teve continuação da pesquisa por motivos desconhecidos. 
Já a introdução dos transgênicos causa muita controvérsia, pois até hoje não 
se chegou a um consenso sobre se fazem bem ou mal. Dada a própria novidade da 
tecnologia da engenharia genética, os efeitos que os transgênicos poderiam causar 
no organismo humano e no meio-ambiente, positivos ou negativos, a médio e longo 
prazo ainda não são muito bem conhecidos. Por meio de estudos e pesquisas 
pode-se relacionar algumas vantagens e desvantagens. 
Na educação, uma matéria divulgada em 2012, no site “Gazeta do Povo”, 
apontava que apesar de ocupar o 6° lugar no ranking do PIB mundial, o Brasil 
perdia em competitividade para outras nações que souberam cuidar da educação de 
seus jovens e investir em novas tecnologias, pesquisa e desenvolvimento. 
Segundo estudo divulgado em agosto de 2012, pela Fundação Nacional da 
Qualidade (FNQ), a baixa qualidade do sistema educacional brasileiro está afetando 
a competitividade das empresas no país. A maioria das organizações apontou uma 
educação inadequada e insuficiente para às oportunidades do momento econômico. 
Segundo eles, o maior problema vem do ensino básico, seguido da falta de 
qualidade nos níveis universitário e técnico. Esse déficit educacional faz com que as 
empresas tenham que investir em qualificações de ensino dentro e fora de suas 
atividades. 
 
● Juízo de valor e senso moral 
São tidos como comportamentos condenáveis no âmbito científico, a atribuição 
de valor, moral e até mesmo ponderações a respeito da religião e espiritualidade. 
Ken Wilber chegou a separar ciência, moral e arte como três nichos distintos da 
experiência, procurando consolidar a ideia de que à ciência era empregado o dever 
de designar ​o que é e à outras áreas da experiência - a arte, por exemplo, que 
englobaria religião e espiritualidade, e a moral – tratar do que ​deveria ser​. 
Sabemos porém que é impossível deixar bagagens políticas ou culturais para trás 
ao embasar um estudo científico, podemos citar como exemplo a teoria do 
Evolucionismo de Darwin, fortemente influenciada pelas inclinações políticas do 
autor e da época - competitividade e luta pela sobrevivência reconhecidos em sua 
teoria evolucionista e também nos ideais capitalistas. 
Valor e moral permanecem então indissociáveis da prática científica, por vezes 
limitando mas também provendo diretrizes éticas tão necessárias ao estudo. 
Kozlovsky, em sua obra ​An Ecological and Evolutionary Ethic ​(1974), se propôs a 
uma abordagem "oposta" ao modo de pensar capitalista, enfatizando a necessidade 
de uma ética naturalista que evidenciasse o quão mutuamente dependentes são a 
natureza e a sobrevivência humana. 
 
● Modelos de conhecimento 
Ken Wilber fez a separação de dois modelos de conhecimento, o primeiro foi 
chamado de Modelo Dualista, caracterizado pela interação de agentes opostos e/ou 
complementares. Esse modelo é reconhecido como o padrão seguido pela maioria 
da ciência moderna, a saber: o sujeito e seu objeto de investigação, o observador e 
o observado. 
O outro modelo foi verificado na física quântica e lógica matemática. O exemplo da 
física quântica é muito claro, neste campo do conhecimento fica difícil separar 
claramente observador do observado, resultando numa unidade que dá nome ao 
modelo, Não-Dualista. 
 
● Limitações dogmáticas da ciência 
Rupert Sheldrake foi audacioso ao afirmar que algumas afirmações 
científicas não passam de dogmas, e/ou deveriam ser tratadas apenas como 
hipóteses, visto que não há embasamento suficiente que comprove sua veracidade. 
Para ele, a aceitação dessas hipóteses como verdadeiras, feita sem o “processo 
científico” correto, acaba por moldar erroneamente toda uma visão da ciência, 
podendo citar como exemplo a visão mecanicista, encontrada em diversos campos 
do conhecimento, e impedir que outras possibilidades sejam exploradas e 
pesquisadas. 
 
● Ética 
Este tópico será aberto em duas vertentes: a ética em pesquisas com animais 
e em pesquisas com os seres humanos. 
 
. ​Ética em Pesquisas com Animais não Humanos 
Hipócrates e Aristóteles foram os pioneiros na descoberta de semelhanças 
entre órgãos de humanos doentes com os de animais. Galeno em 200 a.C foi talvez 
o primeiro a realizar vivissecção para fins experimentais, ou seja, testando variáveis 
através de alterações provocadas nos animais. No século XVI Andrea Vesalius, 
fundador da anatomia moderna, usou animais e cadáveres humanos para aulas de 
anatomía, específicamente anatomia comparada. Já no século XVII René Descartes 
surgiu com a teoria mecanicista em que afirmava que os processos de pensamento 
e sensibilidade faziam parte da alma, como na sua concepção os animais não 
tinham alma, os mesmo não sentiam dor. Junto com Descartes, William Harvey 
apareceu com a primeira pesquisa científica que utilizou animais sistematicamente 
para o estudo da fisiologia da circulação sanguínea, que foi realizado em mais de 
80 espécies de animais. No século XVIII Jeremy Bentham apresentou a teoria 
utilitarista em que dizia que se é considerada ​boa regra de conduta caracterizáveis 
pela utilidade e pelo prazer que podem proporcionar a um indivíduo e, em extensão, 
à coletividade. Em 1859 a publicação do livro “A origem das espécies” de Charles 
Darwin possibilitou a extrapolação dos dados obtidos em pesquisas com modelos 
animais para seres humanos. 
Por conta dos altos avanços científicos o uso de animais para fins empíricos 
sofreu um enorme aumento fazendo com que a primeira sociedade protetora dos 
animais surgisse na Inglaterra em 1824. Em 1876 criou-se a British Cruelty to 
Animal Act, primeira lei a regulamentar o uso de animais em pesquisas que vigora 
até hoje, com ampla reformulação em 1986. Em 1959 William Russel e Rex Burch 
definiram os três R’s da pesquisa em animais: Replace, Reduce and Refine. Em 
1966 surgiu a principal lei americana sobre atividades experimentais envolvendo 
animais, a Animal Welfare Act. Em 1978 a UNESCO criou a Declaração Universal 
dos Direitos dos Animais e na constituição brasileira encontrava-se também um 
artigo que reafirmava a necessidade da preservação das espécies animais e de seu 
bem estar. Em 1983 o Colégio Brasileiro de Experimentação Animal postulou 12 
artigos que norteiam a conduta dos profissionais no uso de animais. Em 2008 
ratificou-se a Lei Federal denominadaLei Arouca que regulamenta as atividades 
levando em conta a declaração de direito dos animais e também os três R’s e os 
valores éticos relativos à utilização de animais além da criação do CONCEA e do 
Ceua. 
Ou seja, para a utilização de animais em pesquisas é necessário que o mesmo 
seja relevante, justificar o uso dos mesmo demonstrando o porque não se é possível 
utilizar métodos alternativos. A pesquisa precisa ser indispensável, associada a uma 
prioridade maior. 
 
. ​Ética em Pesquisas com Humanos 
As experiências com seres humanos são um tabu desde a antiguidade onde 
surgiu, no Egito, os corpos dos mortos eram sagrados e por isso não podiam ser 
tocados, isso pairou até a grécia onde o costume continuou porém as curiosidades 
com o corpo humano aumentou e pouco a pouco as leis foram sedento até o 
momento onde fez-se a primeira anatomia com um cadáver, em alexandria, após 
isso o próximo passo importante foi um estudo sobre o escorbuto realizado por 
james lind, onde ele selecionou 24 pacientes e separou dois grupos de 12, dando-os 
a mesma dieta, acrescentando somente para alguns algumas coisas q ele achava q 
melhoria a saúde até ter um resultado. As leis escritas para o experimentos com 
humanos surgiram na Prússia porém um fato importante é que o segundo lugar foi 
na Alemanha onde 2 anos depois na 2 guerra mundial ocorreu os experimentos 
mais abusivos da história da humanidade. Após tal fato, surgiu o código de 
Nuremberg onde ele colocava limites nos experimentos e foi a base de todas as leis 
feitas até os dias de hoje sobre experimentos humanos. 
 
CONCLUSÃO 
 
O trabalho realizado abordou de forma semelhante a uma análise SWOT os 
aspectos a serem considerados os diferenciando entre internos e externos. Os 
primeiros que se subdividiram entre a própria ciência e os artigos científicos e os 
seguintes que se subdividiram em questões de ética e de economia. 
Os aspectos internos são de suma importância sobretudo o que se refere a 
parte da verdade e a explicação bem dada que não é um fim em si, haja vista a 
superação da mecânica newtoniana dentre outros exemplos que aconteceram e 
ainda irão acontecer. 
Podemos atualmente estar muito seguros de que a ciência nos irá dar todas 
as respostas para as questões que o ser humano tem, contudo, isso nem sempre 
ocorre devido ao fato de até a própria ciência ter os seus limites. 
Sobre os aspectos externos ressaltamos um ponto em comum com a 
economia e a educação, mas não vamos retomar aqui as explanações já feitas, mas 
sim convidando-o para refletir conosco sobretudo o momento que o nosso país e 
nossa universidade vive, através da atômica combinação entre crise econômica e 
crise política que ceifa dia a dia os recursos destinados para a produção do 
conhecimento que se dá aqui. 
Popper acredita no progresso da ciência, porque as novas teorias 
sobrevivendo a testes e provas cada vez mais rigorosas, eliminam os erros das 
anteriores e com isso vão se aproximando cada vez mais da verdade, tendo a 
verossimilhança como critério do progresso. Basicamente para Popper a ciência 
progride e evolui de forma objetiva e racional 
Já Kuhn não acredita no progresso da ciência, exceto nos períodos 
denominados da ciência normal. De acordo com sua visão sobre os paradigmas, 
Kuhn não acredita que o novo representa um maior avanço em direção à verdade, 
sobretudo porque a sucessão dos paradigmas não ocorre de forma racional e 
objetiva. Ainda dentro da visão de Kuhn, também concordamos que a ciência é 
uma construção cada vez mais fragmentada. 
Em vez de escolher um ou outro filósofo que possamos julgar correto ou que 
se alinhasse as nossas visões, temos de concordar com a maioria dos pensadores 
quando definem o próprio ser e o seu meio ambiente como as balizas promotoras e 
protetoras do que devem encaminhar discurso ético. 
O progresso científico carrega consigo inúmeras implicações éticas. Seria 
muito bom que tanto os operadores da ciência como a sociedade em geral tivessem 
a clara consciência disso para que pudéssemos debater o assunto explicitamente 
com participação nas avaliações e tomadas de decisão pois todo mundo está 
envolvido e é afetado de uma maneira ou outra. 
A ciência, institucionalmente falando, não se isola do resto da sociedade. 
Pelo contrário, os rumos dela não são decididos pelo próprio saber mas pelos 
interesses diversos, de pessoas diversas, em épocas diversas o que leva ao 
inevitável conflito. 
Por fim, acreditamos e defendemos a liberdade científica, sem que isso não 
coloque o trabalho dos cientistas em permanente vigilância e avaliação. Já 
superamos os tempos da eugenia, dos experimentos da Alemanha nazista e hoje 
contamos com comissões, comitês e inúmeros outros colegiados guardiões da ética. 
Isso não é o suficiente, ainda recentemente um médico inglês conseguiu publicar 
em uma revista de renome um artigo relacionando vacinas ao autismo, contudo, a 
mesma liberdade que o médico teve foi a que possibilitou um jornalista analisar e 
desmascarar e com isso este médico foi banido da academia e da medicina. 
Um mundo no qual haja liberdade de informação e expressão não garante a 
eliminação dos erros, mas inegavelmente facilita corrigi-los quando eles acontecem.

Continue navegando