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UFRGS Direito Internacional Publico I – 2017.2 Trabalho 3 Prof Kaku Aluno Volmar

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Disciplina: Direito Internacional Público I 
Professor: William Smith Kaku 
Aluno: Volmar Correa Vieira 
TRABALHO 3 
TEMA: Relações Internacionais de Cooperação entre Rio Grande do Sul e Japão 
INTRODUÇÃO 
As notícias abaixo foram publicadas entre 2015 e 2017 e tratam sobre reuniões entre 
o Governador Ivo Sartori e executivos japoneses dos setores empresarial e governamental. 
O objetivo destas reuniões é ampliar as relações de cooperação econômica entre os dois 
países. Tais reuniões ora ocorrem no Rio Grande do Sul, ora no Japão e, frequentemente, 
resultam na assinatura de acordos. 
1) RESUMO DAS NOTÍCIAS 
I. Sartori assina protocolo que facilita investimentos japoneses no Rio Grande do Sul 
(31/08/2015): 
http://www.sulconnection.com.br/noticias/1201/sartori-assina-protocolo-que-facilita-
investimentos-japoneses-no-rio-grande-do-sul 
Em 31 de agosto de 2015, o governador Ivo Sartori reuniu-se com representantes 
das indústrias e dos governos do Brasil e do Japão para debater a relação econômica entre 
os dois países. Esta reunião acontece todos os anos, alternadamente num e noutro país, 
visando à incrementação do comércio bilateral, o fortalecimento da cooperação, o 
aprofundamento das relações econômicas e a melhoria do ambiente de negócios. Durante 
o encontro, foi assinado o Protocolo de Intenções entre o Estado e o Banco de Tokyo-
Mitsubishi como forma de cooperação para a atração de investimentos. Em entrevista, o 
governador e outras autoridades falaram que este evento é muito importante. 
II. Japoneses têm interesse em construir usina térmica de alta eficiência no RS 
(03/11/2016): 
http://www.gabinetedigital.rs.gov.br/conteudo/249432/japoneses-tem-interesse-em-
construir-usina-termica-de-alta-eficiencia-no-rs/termosbusca=* 
Em 3 de novembro de 2016, o governador Ivo Sartori se reuniu com representantes 
de empresas japonesas, as quais manifestaram interesse em construir uma usina térmica 
de carvão de alta eficiência para a geração de energia no Rio Grande do Sul. O encontro 
se realizou no Palácio Piratini e contou com a presença dos executivos das empresas 
interessadas que apresentaram um estudo de viabilidade. Os investimentos da iniciativa 
são de cerca de 2 bilhões de dólares e têm o apoio do governo japonês. Segundo o 
governador, o Rio Grande do Sul é estratégico por possuir 90% das reservas de carvão e 
ter uma localização favorável. A ideia surgiu de uma parceria entre empresários e o governo 
japonês, que, desde 2015, analisa a qualidade das reservas de carvão do Rio Grande do 
Sul. A previsão é que, em 2018, a usina esteje funcionando, sendo que a tecnologia a ser 
utilizada é totalmente desenvolvida no Japão. O JBIC, banco japonês de fomento a 
exportações, está disposto a financiar a maior parte do projeto; e a Tepco, uma empresa 
japonesa do setor energético, avalia entrar com a maior parte dos recursos. 
III. RS pode receber empreendimento de U$ 2 bi com apoio do governo japonês 
(05/06/2017): 
http://www.sema.rs.gov.br/rs-pode-receber-empreendimento-de-u-2-bi-com-apoio-do-
governo-japones 
Em junho de 2016, o governador José Ivo Sartori foi a Tóquio, Japão, participar de 
uma série de reuniões sobre a exploração sustentável do carvão e o aproveitamento da 
tecnologia japonesa no Rio Grande do Sul. Lá, o governador visitou uma usina de energia 
e reuniu-se com executivos. Há interesse e um estudo de viabilidade já concluído para 
construir uma usina térmica de carvão de alta eficiência, para geração de energia, no Rio 
Grande do Sul. Em todas as oportunidades, Sartori e seu secretário de Minas e Energia 
afirmam acreditar na recuperação do carvão gaúcho e o exemplo dos japoneses de 
exploração sustentável deve ser seguido. Para o governador, o aspecto ambiental é 
importante. O governo gaúcho também se articula com o governo federal. 
IV. Sartori e ministro de Minas e Energia visitam área para instalação de polo carboquímico 
no RS (24/07/2017): 
http://www.sdect.rs.gov.br/sartori-e-ministro-de-minas-e-energia-visitam-area-para-
instalacao-de-polo-carbonifero-no-rs 
Em 24 de julho de 2017, o governador José Ivo Sartori visitou Butiá, para cujo 
entorno está sendo projetada a implantação de um polo carbonífero, próximo às reservas 
de carvão do município. A ideia surgiu de uma parceria entre empresários gaúchos e o 
governo japonês, que, desde 2015, analisa a qualidade das reservas carboníferas do 
Estado. Em missão oficial ao Japão, em junho, Sartori visitou uma usina de energia, 
participou de reuniões sobre a exploração sustentável do carvão e a possibilidade de 
aproveitamento da tecnologia japonesa no Rio Grande do Sul e, também, reuniu-se com 
executivos de empresas japonesas. 
2) TEMA ATUAL E RELEVANTE 
O tema destas notícias é atual e relevante porque, a realização de acordos entre 
Estados e empresas transnacionais tem se tornado cada vez mais frequente, desde 
meados do século XX, e cada vez mais vantajosa também para os seus participantes. A 
finalidade principal destes acordos tem sido o estabelecimento de relações de cooperação 
sobretudo nos âmbitos econômico, tecnológico, cultural e social. 
3) RELAÇÕES DO TEMA COM A DISCIPLINA 
Acordos entre Estado e Empresa Transnacional 
Os Estados, além de realizar tratados com outros Estados, podem também 
estabelecer acordos com pessoas jurídicas privadas estrangeiras. Alguns exemplos disso 
são: as joint ventures (associações temporárias para a realização de determinados 
empreendimentos comerciais, que podem ser entre um Estado e uma empresa), os acordos 
de desenvolvimento econômico e os acordos de investimentos. Estes acordos são como 
contratos de investimentos. Para participar destes contratos, o Estado pode ser 
representado não só pela União, mas também por estados, municípios, autarquias e 
empresas públicas, enfim qualquer pessoa de direito público. E a natureza destes 
‘contratos’ pode ser tanto pública quanto privada. 
Durante muito tempo, esse tipo de acordo (contrato) não foi reconhecido como 
pertencente ao âmbito do Direito Internacional. Mas, este entendimento mudou a partir dos 
anos 1950. Antigamente, devido à ideia de “imunidade do Estado” ou “imunidade da 
soberania”, o Direito Internacional jamais poderia ser aplicado a este tipo de acordo, mas o 
direito interno sim. A partir dos anos 1950, quando começaram a surgir os novos Estados 
africanos e asiáticos, as empresas privadas estrangeiras (principalmente europeias e 
americanas), pelo temor e falta de confiança nas garantias oferecidas pelos sistemas 
jurídicos oferecidos por esses novos Estados recém descolonizados, estimularam o 
movimento de internacionalização dos acordos que envolvem Estados e empresas 
privadas. 
Muitos desses contratos continham cláusulas de arbitragem para resolver estas 
demandas. Então, sentenças arbitrais começaram a reconhecer que certos contratos, por 
suas características, eram internacionais, de modo que o ramo do direito mais adequado e 
legítimo para ser aplicado a eles era o do Direito Internacional. A ONU também passou a 
reconhecer que esses acordos tinham um caráter internacional. 
Sendo assim, o Banco Mundial, que foi criado para a reconstrução de países após a 
Segunda Guerra Mundial, criou uma convenção para a solução de conflitos relativos a 
investimentos entre Estados e nacionais de outros Estados. O nome desta convenção é 
Convenção sobre a Resolução de Controvérsias sobre Investimentos entre Estados e 
Nacionais de Outros Estados e possui atualmente 153 Estados-membros, foi elaborada em 
1965 por diretores do BIRD, que é parte do Banco Mundial, entrando em vigor em 1966 
quando foi ratificada pelo seu 20º Estado-membro. Esta convenção criou o Centro 
Internacionalpara Resolução de Controvérsias sobre Investimentos - ICSID, sigla em inglês 
para International Centre for Settlement of Investment Disputes. 
Em suma, este movimento, que começou depois da Segunda Guerra Mundial com 
o processo de descolonização e se completou com a convenção do ICSID, rapidamente 
passou a reconhecer que os contratos entre Estados e nacionais de outros Estados tinham 
natureza de Direito Internacional e por ele deveriam ser regulados. 
Em 1988, ao entrar em operação o ICSID, o Banco Mundial definitivamente tirou os 
contratos internacionais da esfera do direito interno para a do Direito Internacional. 
Contudo, estes acordos de investimentos não podem ser considerados como tratados 
internacionais, mas quase-tratados. 
4) ANÁLISE CRÍTICA 
Apesar da crise financeira que o Estado gaúcho vem sofrendo e, por conseguinte, 
atrasando os salários de alguns servidores, o Governador Ivo Sartori tem despendido 
vultosos recursos em viagens ao exterior, não só ao Japão, mas também a vários outros 
países, sempre acompanhado pela sua comitiva e com uma frequência de várias vezes por 
ano. Contudo, levando-se em conta os objetivos destas viagens, pode ser que, em termos 
econômicos, elas tragam mais benefícios do que prejuízos. 
O objetivo de muitas destas viagens é atrair investimentos para o Rio Grande do Sul 
a fim de gerar riqueza, emprego e renda, o que, por via de consequência, em princípio, 
pode vir a ampliar a base de arrecadação de impostos e, então, aumentar a receita tributária 
dos cofres estaduais, diminuindo, assim, o déficit público do Estado e, finalmente, 
possibilitar o pagamento em dia dos salários de todo o serviço público gaúcho. 
Mas, é só o futuro que dirá se esta estratégia realmente dará certo, porque os 
investimentos que estão sendo buscados agora precisam de um longo tempo para serem 
implementados e, mais tempo ainda, para começarem a gerar resultados. 
Contudo, tendo em vista que os governates anteriores também realizavam este tipo 
de relações com empresas transnacionais, e, mesmo assim, a crise financeira do Estado 
se agravou. É prudente observar o desenrolar dos fatos com um certo ceticismo.

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