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UFRGS Direito Internacional Publico I – 2017.2 Trabalho 2 Prof Kaku Aluno Volmar

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Disciplina: Direito Internacional Público I 
Professor: William Smith Kaku 
Aluno: Volmar Correa Vieira 
TRABALHO 2 
TEMA: Brexit - retirada do Reino Unido da União Europeia 
NOTÍCIA 
A notícia abaixo foi publicada no site da revista Exame em 29 de março de 2017 e 
trata sobre a formalização da saída do Reino Unido da União Europeia, ocorrida na mesma 
data. O objetivo do artigo é esclarecer para o leitor o contexto em que tal acontecimento se 
insere, abordando resumidamente fatos históricos sobre a entrada do Reino Unido na União 
Europeia e as expectativas sobre o futuro das negociações da retirada do país do bloco. 
Outras notícias e documentos são citados no corpo do resumo da notícia em destaque, nos 
quais se pode obter informações adicionais e mais detalhadas sobre o assunto. 
Título da notícia: 5 pontos sobre a saída do Reino Unido da União Europeia 
Data de publicação: 29/03/2017 
Link de acesso: https://exame.abril.com.br/mundo/5-pontos-sobre-a-saida-do-reino-
unido-da-uniao-europeia/ 
1) RESUMO DA NOTÍCIA 
Em 29 de março de 2017, o Reino Unido formalizou o seu desligamento da União 
Europeia, processo popularmente conhecido como “Brexit”, através da entrega de uma 
notificação ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pelo embaixador britânico 
junto à União Europeia. Este ato oficializa a ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, 
que rege o funcionamento da União Europeia e orienta o processo de separação. 
1º) Como tudo isso começou? 
Em 1973, o Reino Unido entrou para o bloco da UE, criado pelo Tratado de Roma. 
E, desde o início, o brexit sempre foi alvo de discussões. Em 1975, chegou a haver um 
referendo no Reino Unido em que 67% dos britânicos preferiram ficar na UE. Em 2013, o 
primeiro-ministro prometeu realizar um referendo em resposta à pressão do Partido pela 
Independência do Reino Unido (Ukip), que se concretizou em junho de 2016, no qual a 
maioria votou pela saída. Uma das primeiras consequências foi a renúncia do primeiro-
ministro, David Cameron, dando lugar à Theresa May. 
a) Texto do Tratado de Roma de 25 de março de 1957, que funda a Comunidade 
Econômica Europeia (atual União Europeia): 
https://www.cvce.eu/obj/treaty_establishing_the_european_economic_community_rome_2
5_march_1957-en-cca6ba28-0bf3-4ce6-8a76-6b0b3252696e.html 
b) Texto do Tratado de Adesão de 19 de janeiro de 1972, que incorpora o Reino Unido e 
outros países à Comunidade Econômica Europeia: 
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:1972:073:FULL:EN:PDF 
c) Texto sobre o referendo britânico de 5 de junho de 1975: 
https://www.cvce.eu/obj/jan_henrik_meyer_the_1975_referendum_on_britain_s_continued
_membership_in_the_eec-en-eb67b6cf-33ef-4f79-9510-b6fab56d2509.html 
d) Notícia sobre a promessa de referendo por David Cameron em 2013: 
http://www.bbc.com/news/uk-politics-21148282 (23 jan 2013) 
e) Notícias sobre a realização do referendo britânico em junho de 2016: 
https://www.theguardian.com/politics/2016/jun/24/how-did-uk-end-up-voting-leave-
european-union (24 jun 2016) 
http://www.bbc.com/news/uk-politics-eu-referendum-36574526 (24 jun 2016) 
f) Notícia sobre a renúncia de David Cameron após o referendo de 2016: 
http://www.bbc.com/news/uk-politics-36615028 (24 jun 2016) 
g) Notícias sobre a escolha de Theresa May como sucessora de David Cameron em julho 
de 2016: 
https://www.theguardian.com/politics/2016/jul/11/cameron-announces-he-will-step-down-
after-pmqs-on-wednesday (12 jul 2016) 
https://www.cnbc.com/2016/07/13/what-the-appointment-of-new-pm-theresa-may-means-
for-the-uk.html (13 jul 2016) 
2º) Como acontece essa saída? 
O embaixador britânico formaliza o pedido de saída ao presidente do Conselho 
Europeu, enviando-lhe uma carta. A primeira-ministra, Theresa May, oficializa o 
procedimento diante do Parlamento britânico com um discurso. A retirada de um país da 
União Europeia é regulamentada pelo art. 50 da versão consolidada de 2008 do Tratado de 
Lisboa. 
h) Texto da carta britânica de pedido de retirada da União Europeia de 2017: 
https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/604079/Pri
me_Ministers_letter_to_European_Council_President_Donald_Tusk.pdf 
i) Transcrição e vídeo do discurso de Theresa May em 2017: 
https://www.gov.uk/government/speeches/prime-ministers-commons-statement-on-
triggering-article-50 
j) Texto do Tratado de Lisboa de 2007, versão consolidada de 2008 (ver o artigo 50 sobre 
a retirada de países da União Europeia): 
http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/ALL/?uri=CELEX:12008M 
3º) E daqui em diante? 
Procedem as negociações entre o Reino Unido e a UE com mais de 400 pessoas 
envolvidas. O plano britânico de negociação, de 17 de janeiro de 2017, contém 12 pontos 
prioritários. Estes pontos tratam sobre migrações, proteção de trabalhadores, terrorismo, 
acordos comerciais e a união das nações do Reino Unido (Inglaterra, Irlanda do Norte, País 
de Gales e Escócia). Neste último ponto, há o problema do descontentamento da Escócia 
com o Brexit, que pretende fazer referendo para avaliar a sua independência do Reino 
Unido. E, para o Conselho Europeu, a prioridade será minimizar as incertezas entre os 
cidadãos, seus países-membros e as empresas. 
k) Transcrição e vídeo do discurso de Theresa May para a divulgação do plano britânico 
com os 12 pontos prioritários de negociações: 
https://www.gov.uk/government/speeches/the-governments-negotiating-objectives-for-
exiting-the-eu-pm-speech 
l) Notícias sobre o referendo da Escócia: 
https://exame.abril.com.br/mundo/reino-unido-rejeita-referendo-na-escocia-sobre-
independencia/ (28 mar 2017) 
https://exame.abril.com.br/mundo/briga-pelo-futuro-do-reino-unido-esta-no-pais-do-uisque/ 
(28 maio 2017) 
https://exame.abril.com.br/mundo/premie-suspende-referendo-na-escocia-para-depois-do-
brexit/ (27 jun 2017) 
4º) Como ficam as leis da UE em vigor no Reino Unido? 
Por enquanto, as leis da UE que afetam o Reino Unido, cerca de 20 mil, continuam 
em vigor, mas a autoridade da UE sobre o país acaba de imediato. Gradualmente, o 
Parlamento irá avaliá-las e definir quais permanecem. 
5º) E os direitos dos cidadãos europeus que vivem no país? 
Continuam, por enquanto, os mesmos direitos tanto para os cidadãos europeus que 
vivem no Reino Unido quanto para os britânicos nos países da UE. Mas o futuro destes 
direitos será negociado em acordo até o final de 2017. 
m) Notícia sobre os direitos dos cidadãos no jornal The Guardian: 
https://www.theguardian.com/politics/2017/mar/29/eu-brexit-negotiator-determined-to-
secure-citizenship-rights (29 mar 2017) 
2) TEMA ATUAL E RELEVANTE 
A saída do Reino Unido da União Europeia é um assunto atual não só porque seu 
pedido formal de retirada do bloco foi apresentado neste ano, mas também por causa das 
negociações decorrentes que se estenderão, estima-se, pelo menos, até 2019. Também 
pode-se levar em conta a questão de que, no passado, já ocorreram, tanto no Reino Unido 
quanto em outros países, discussões sobre a permanência ou saída do bloco europeu. 
Além disso, o assunto é relevante porque envolve inúmeras implicações 
econômicas, políticas e sociais, nos âmbitos nacional e internacional. Por exemplo, 
milhares de empresas e cidadãos, não só do Reino Unido e dos outros países-membros da 
União Europeia, mas também de vários outros países do mundo, realizaram investimentos 
econômicos e pessoais de transferência de um para outro país em função de uma situação 
cujas regras, a partir de agora, passarão por um longo e significativo processo de mudança, 
talvez inviabilizando e frustrando muitas das expectativas criadas durante a situação 
anterior,bem como, em outros casos, criando novas e promissoras oportunidades. 
3) RELAÇÕES DO TEMA COM A DISCIPLINA 
3.1) Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (CVDT) 
Na notícia em destaque, os principais atores são um estado, o Reino Unido, e uma 
organização internacional, a União Europeia. Todas as regras de funcionamento da União 
Europeia, enquanto organização internacional, estão presentes em tratados internacionais. 
E, como estes tratados foram celebrados entre os seus Estados-membros, eles devem 
estar submetidos às regras estabelecidas na Convenção de Viena sobre o Direito dos 
Tratados (CVDT), de 1969, que trata sobre os tratados celebrados entre Estados. Já os 
novos tratados que venham a ser celebrados pelo Reino Unido com a União Europeia, após 
a sua saída do bloco, não deverão ser mais regulados por tal Convenção, pois a União 
Europeia não é um Estado, mas uma organização internacional. 
3.2) Jus cogens na Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (CVDT) e nos 
tratados internacionais da União Europeia 
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969) reconheceu o princípio 
do jus cogens, pois preceitua que uma norma de direito internacional aceita e reconhecida 
pela comunidade internacional dos estados no seu conjunto só pode ser modificada por 
outra norma de direito internacional da mesma natureza (art. 53). Este é o caso, por 
exemplo, da adesão (1972) e da retirada (2017) do Reino Unido da União Europeia, ambas 
realizadas mediante a observação de tratados previamente firmados entre os Estados-
membros. 
3.3) Os princípios democrático e da dignidade humana no esquema jurídico 
institucional das relações internacionais no âmbito da União Europeia 
Embora reconheçamos que o estado seja o principal ator na formulação e na 
operação do direito internacional, pode-se observar, no caso da União Europeia e, 
particularmente, na questão do brexit, a atenção dada ao princípio democrático quando um 
estado demonstra preocupação com a ampla participação dos seus cidadãos, por meio de 
consultas públicas como os referendos, na definição de atos que serão postos em prática 
pelo aparelho estatal, tais como a adesão ou a retirada de um bloco de países, como a 
União Europeia no atual caso do Reino Unido. 
A notícia em destaque apresentada neste trabalho nos dá os exemplos dos 
referendos do Reino Unido de 1975 e de 2016. Sendo assim, percebe-se que o ser humano, 
embora ordinariamente não seja visto como sujeito de direito internacional, ele tem o 
potencial de influenciar nas relações internacionais interestatais, não como decorrência de 
favores estatais, mas da observância dos princípíos democrático e da dignidade humana, 
que permitem a posição em prática da vontade da maioria. 
4) ANÁLISE CRÍTICA 
Aderir, permanecer ou retirar-se da União Europeia, entre outros correlatos, são 
assuntos recorrentes nos países europeus. Além do Reino Unido, pelo menos, a Noruega, 
a Groenlândia, a Suécia, a Dinamarca, a França, a Holanda e a Irlanda, já haviam discutido 
algo relacionado. De regra, os cidadãos foram consultados por referendo, a Groenlândia, 
por exemplo, entrou em 1972 e, por referendo, em 1982, resolveu sair. No Reino Unido, 
Dinamarca e Suécia, houve rejeição à adoção do Euro. 
Além disso, algumas dessas consultas foram decididas por pequeníssimas maiorias. 
Em 1982, a Groenlândia resolveu com 53% pelo “against” à União Europeia. Em 2000, os 
dinamarqueses rejeitaram o Euro com 50,7% de “não”. E, em 2016, 51,9% dos britânicos 
decidiram pelo “out” à União Europeia. E, em dois referendos seguidos, 2008 e 2009, os 
irlandeses, no primeiro, rejeitaram e, no segundo, aprovaram o Tratado de Lisboa. 
Outro fato que chama a atenção de analistas e cientistas políticos, é o fato da 
heterogeneidade de interesses e de expectativas que motivaram cidadãos a decidirem 
curiosamente pela mesma opção. Por exemplo, no caso do brexit, verificou-se que votaram 
em grandes proporções pelo “out” tanto grupos conservadores que tinham uma expectativa 
de maior fechamento do Reino Unido para os países da Europa, quanto grupos 
progressistas que tinham uma expectativa de maior abertura do Reino Unido para o mundo, 
a partir da retirada da União Europeia. Qual será dos dois grupos que está mais certo? Ou 
será que ambos estão igualmente certos? 
Por fim, o que se pode enfatizar a partir desses processos de consulta popular é não 
muito mais que o mero exercício do direito de escolha, pois, muitas vezes, este exercício 
está desacompanhado de uma escolha efetiva e consciente, tendo em vista que o cenário 
que envolve tais escolhas é extremamente complexo e está em constante modificação, de 
forma que a informação necessária para uma escolha ideal está sempre incompleta. Sendo 
assim, infelizmente, tem-se verificado que não é raro que muitos dos que, num momento, 
são “a favor”, em outro momento, arrependem-se e passarão a ser “contra”. De qualquer 
forma, pelo menos, terão sido cumpridos, à primeira vista, os princípios democrático e da 
dignidade humana.

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