Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Universidade Federal do Ceará Departamento de Física Princípios de Física Moderna Prof.: José Alves de Lima Júnior Corpo Negro Janaína do Nascimento Oliveira - 0321246 Data de realização da Prática: 12/09/14 Data de entrega do relatório: 26/09/14 2014.2 3 2 SUMÁRIO 1 – Objetivos ______________________________________________03 2 – Material Utilizado______________________________________ 03 3 – Fundamentação Teórica_________________________________ 03 4 – Procedimento Experimental: _____________________________05 4.1 – Procedimento 01: Ajustes Iniciais_________________________________05 4.2 – Procedimento 02: Calibração de Sensor de Rotação __________________ 06 4.3 – Procedimento 03: Determinação do ângulo inicial usados no cálculo do comprimento de onda: _________________________________________________08 4.4 – Procedimento 04: Obtenção da distribuição da intensidade da luz emitida em função do comprimento de onda em diferentes temperaturas. ___________08 5 – Questionário ________________________________________11 6 – Resultados e Discussão________________________________ 14 7 – Bibliografia _____________________________________________14 3 1. Objetivos O objetivo desta experiência é - Estudar experimentalmente as características da radiação eletromagnética emitida por um corpo negro. 2. Material Utilizado - Banco ótico; - Lâmpada incandescente (corpo cinza); - Aberturas colimadoras; - Lente convergente (duas); - Espectrofotômetro; - Sensor de movimento de rotação; - Fonte de Tensão; - Multímetros digitais (dois); - Microcomputador; - Cabos. 3. Fundamentação Teórica O espectro de radiação térmica de matéria condensada é um desses problemas que mostram, de forma simples, a natureza quântica do mundo subatômico, manifestada numa escala macroscópica. A apresentação de um modelo para a descrição deste tipo de radiação por Planck, em 1900, é considerado o nascimento da Mecânica Quântica, embora ela realmente só tenha se desenvolvido cerca de 30 anos depois. O que é radiação térmica? 4 É a radiação emitida por um corpo em função de sua temperatura. Todos os corpos a nossa volta estão constantemente emitindo e absorvendo radiação térmica; para temperaturas usuais a emissão se dá numa faixa de frequência de infravermelho (1012 -1014 Hz), que não é visível. Por isso foi possível o desenvolvimento de visores noturnos, eles detectam exatamente essa radiação no infravermelho. Como veremos adiante, quando chegamos a ver a radiação térmica emitida por um corpo, por exemplo, brasas e filamentos de lâmpadas, isto significa que a temperatura desses corpos deve ser bastante elevada. Se um corpo está mais quente que sua vizinhança a emissão de radiação térmica vai predominar sobre a absorção, e se ele estiver mais frio, a absorção vai predominar. Quando um corpo está em equilíbrio térmico com sua vizinhança a emissão é igual à absorção (lei de Kirchhoff). Na introdução usamos o termo radiação térmica de matéria condensada, com isso queremos dizer matéria nos estados líquido ou sólido. Este tipo de espectro é contínuo e apresenta um máximo que determina a frequência predominante. A forma específica do espectro de radiação térmica depende do corpo que a está emitindo, mas existe uma classe de corpos que emite um espectro de caráter universal, ou seja, independente do material e da forma do corpo, dependente apenas da temperatura. Esses corpos são chamados corpos negros O que é um corpo negro? Nosso senso comum diz que corpo negro é um objeto de cor preta que tem como propriedade absorver praticamente toda a luz incidente sobre ele. Esta definição está perto da definição correta, vamos apenas estendê-la e considerar todo tipo de radiação. Um corpo negro é então, um corpo que absorve toda a radiação incidente sobre ele, ou seja, ele não é capaz de refletir a radiação incidente. Desta forma podemos pensar em um corpo negro bem diferente do primeiro exemplo: imagine um objeto com uma cavidade conectada com o exterior através de um pequeno orifício. A radiação incidente sobre o orifício é refletida seguidamente pelas paredes internas da cavidade e dificilmente conseguirá sair pelo orifício. Sendo assim, o orifício é (aproximadamente) um corpo negro, já que quase toda a radiação incidente sobre ele é absorvida. Outro aspecto interessante aparece por causa da lei de Kirchhoff. Como vimos, ela nos diz que, no equilíbrio térmico, e = a (emissão = absorção) ou e/a = 1. Suponha que tenhamos dois corpos, um negro (corpo 1) e o outro não (corpo 2), estando os dois em equilíbrio térmico, temos: e1/a1 = e2/a2 = 1. Mas a1 > a2 porque o corpo 1 é negro, então, devemos ter também que e1 > e2, ou seja, os corpos negros são melhores absorvedores e emissores de radiação. 5 4. Procedimento Experimental 4.1– Procedimento 01: Ajustes Iniciais - Foi verificado se a lente colimadora estava próxima do disco graduado, porém, sem toca-lo. - Colocou-se o suporte com as fendas colimadoras a 10 cm da lente da colimadora, de acordo com a figura 4.1. Figura 4.1. Arranjo experimental 6 - A fonte de luz foi colocada bem próxima quanto possível das fendas - Conectada a fonte de tensão à lâmpada (Corpo Negro), a um voltímetro e a um amperímetro, conforme a figura 4.2. Foi escolhida escala tendo em mente que iria ser aplicada tensões de até 7 V e que a corrente na lâmpada é da ordem de até 1 A. Figura 4.2. Circuito para ligação da lâmpada - Ligou-se a fonte de tensão. Utilizada tensão contínua (Function, posição mais à esquerda). Escolhida uma tensão de 4 ou 5 V (leitura na fonte de tensão). - Verifique se a fenda colimadora escolhida está alinhada (bem em frente) com a lâmpada. 4.2 – Procedimento 02: Calibração de Sensor de Rotação. A determinação do comprimento de onda da radiação dispersa pelo prisma requer um conhecimento preciso do ângulo de desvio. Para calibrar o sensor de rotação, determinou-se a razão entre o raio do disco graduado e o raio do pino do sensor de rotação, como segue: - Removeu-se o suporte com o prisma e o braço com o sensor de luz. Inicialmente desenroscou-se a porca do tipo borboleta que prende o suporte com prisma pela parte inferior. Foi desenroscado o suporte com prisma. Retirado os parafusos A e B que prendem o braço ao disco graduado. 7 Figura 4.3. Montagem do braço com sensor de luz e suporte com prisma. - Alinhado o disco graduado de modo que a marca de zero grau ficou coincidente com a linha lateral de referência. - Ligado o microcomputador conectou-se o sensor de posição angular e o sensor de luz às portas USB do microcomputador. - Iniciado o programa “DataStudio” clicou-se no ícone correspondente. - Na janela “Bem-vindo ao DataStudio” clicou-se em “Criar experimento”. - Foi clicado em “Iniciar” para iniciar a aquisição de dados e imediatamente girou-se o disco graduado, lentamente e continuamente, no sentido horário, até completar uma rotação. Interrompeu-se a aquisição de dados clicando em “Parar”. - Anotado o ângulo máximo: _452,4_. Dividiu-se o ângulo máximo por 2π. O resultado foi à razão entre o Raio do discograduado e o Raio do pino do sensor de rotação. Anotou-se esse resultado: Ratio = dosensorRaiodopino ograduadoRaiododisc 2 moângulomáxi 72 Este resultado será usado na equação para a determinação do comprimento de onda. - Montado de volta o suporte com o prisma e o braço com o sensor de luz, conforme Figura 4.3. Verificado se o suporte com o prisma permaneceu fixo 8 enquanto o braço girava. O plano do suporte do prisma deve-se ficar perpendicular ao feixe de luz. - Colocou-se à lente focalizadora entre o prisma e o disco com fendas, na posição marcada no disco graduado. 4.3 – Procedimento 03: Determinação do ângulo inicial usados no cálculo do comprimento de onda - Girou-se o braço com o sensor de luz, no sentido anti-horário (visto de cima), até que o mesmo atingisse a posição inicial para a rotação. - Para determinar o ângulo inicial (ângulo inicial que o braço com o sensor de luz faz com a direção de propagação da luz incidente), clicou-se em “Iniciar” para iniciar a aquisição de dados e imediatamente girou-se o disco graduado, lentamente e continuamente, no sentido horário, até que a luz que passa em linha reta por baixo do suporte do prisma incidisse sobre a abertura em frente ao sensor de luz. O ângulo inicial é o ângulo registrado quando o braço com o sensor de luz está nessa posição. Interrompida a aquisição de dados clicando em “Parar”. - Na janela do gráfico selecionou-se “Ferramenta inteligente” para obter as coordenadas dos pontos no gráfico. Determinou-se a posição angular máxima e anotada. Este valor é o ângulo inicial: “Init” = __70,5_. 4.4 - PROCEDIMENTO 4: Obtenção da distribuição da intensidade da luz emitida em função do comprimento de onda em diferentes temperaturas. - Anotado os valores dos parâmetros efetivamente utilizados no cálculo da temperatura: T0 = __26ºC / 296 K__, α0 = __4,5 x 10 -3__ e R0 = _0,84Ω_, - Ajustado a tensão na Fonte de Tensão de acordo com os valores indicados na Tabela 4.1. Iniciado pelo experimento 1 regulou-se a tensão na fonte em 9 4,0 V. Anotaram-se os valores de tensão na lâmpada (leitura do voltímetro) e corrente (leitura do amperímetro) na Tabela 4.1 e calculado a temperatura correspondente do filamento (corpo negro). Tabela 4.1. Valores medidos para o cálculo da temperatura. Experimento Tensão na Fonte V (V) Tensão na Lâmpada V(V) I (A) T (K) 1 4,0 3,75 0,401 A 2547,7 2 5,0 4,71 0,458 A 2794,3 3 6,0 5,68 0,513 A 3002,9 4 7,0 6,65 0,561A 3209,7 5 8,0 7,62 0,606 A 3400,3 - Clicou-se no ícone “blackbody” para abrir o programa, em “Calcular” e procedeu-se como segue escolhida em “Definição” a opção: “Wavelenth = filter (0,8000,(139000/(((1,547*sen((Init – Angle)/Ratio) + 0,5)^2 + 0,75)^0,5 – 1,689))^0,5 - Clicou-se no botão à esquerda de “Init” e definiu-se como constante. Inserindo o valor de “Init” obtido no Procedimento 3.3. - Clicado no botão à esquerda de “Angle” e definido como “Medição de dados”. Na janela “Selecionou-se uma fonte de dados” escolhida a “Posição angular (rad)” e OK - Clicado no botão à esquerda de “Ratio” e definido como constante. Inserido o valor de “Ratio” obtido em procedimento anterior, clicado em “Aceitar” e fechou- se a janela “Calculadora”. 10 - Passado o mouse sobre a legenda “tempo” no eixo horizontal do gráfico e escolheu-se “wavelength”. No eixo vertical escolhida “Intensidade relativa %”. - Clicado em “Configurar” e na janela “Configuração de experimentos” escolhida a “Taxa de Amostras” em 50 Hz. Repetiu-se esta escolha para o sensor de posição. - Girado o braço com o sensor de luz, no sentido anti-horário-, até que o mesmo atingisse a posição inicial para a rotação, bloqueado a luz colocando a mão entre as fendas colimadoras e a lente, enquanto bloqueia-se a luz, pressionou-se o botão “tare” no sensor de luz. - Retirado à mão da trajetória da luz e iniciado a aquisição de dados. Girou-se lentamente o braço com o sensor de luz de modo a registrar o espectro. - Regulada a tensão na fonte para outro valor indicado na Tabela 4.1, anotou- se a tensão e a corrente na lâmpada e repetiram-se os procedimentos anteriores. - Não foi deixada a lâmpada ligada em 8,0 V por muito tempo. Desligado a fonte imediatamente após registrar a última distribuição espectral. - Com a “Ferramenta inteligente” localizou-se os pontos de “Intensidade relativa %” máxima e anotou-se o comprimento de onda correspondente na Tabela 4.2. Tabela 4.2. Resultados experimentais. Experimento Temperatura (K) Comprimento de onda onde a intensidade da luz é máxima (nm) 1 2462,82 1176,7 2 2658,96 1089,9 3 2701,85 1072,6 4 2926,68 990,2 5 2970,78 975,5 11 5. Questionário 1- Qual o efeito do aumento de temperatura do corpo negro na intensidade de luz emitida? R: Quanto maior o aumento na intensidade da luz, maior será temperatura do corpo negro. 12 2- Qual o efeito no padrão de distribuição da intensidade de luz com o comprimento de onda ao aumentar a temperatura? R: Com o aumento na intensidade da luz percebe-se que a temperatura é aumenta proporcionalmente, porém o comprimento de onda é inversamente proporcional, quando aumentamos a intensidade de luz ao mesmo tempo em que a temperatura também aumenta o comprimento de onda diminui. 3- Mostre em um desenho: a direção de propagação da luz emitida pelo corpo negro, o ângulo inicial “Init”, o ângulo medido pelo sensor de posição angular para um comprimento de onda qualquer e o ângulo (Init – Angle) usado na equação que calcula o comprimento de onda. 4- Verifique se os dados experimentais obtidos na Tabela 4.2 satisfazem a lei do deslocamento de Wien. Comente. R: Utilizando os valores da tabela 4.2, o produto da temperatura (K) pelo comprimento de onda (nm) resultou em um valor constante 2,898 x 10-3 mK, que é exatamente o valor da constante de Wien. Comprovou-se através do experimento que além da temperatura e do comprimento de onda ter comportamentos diferentes quando submetidos a um aumento na intensidade de luz, o produto dos dois possuem um valor constante. 13 5- De acordo com a lei de Stefan-Boltzmann todos os corpos emitem radiação, sendo a energia total irradiada proporcional à temperatura absoluta elevada à quarta potência; então por que não podemos ver no escuro? O que é o escuro? R: Não podemos ver no escuro simplesmente pelo fato da nossa visão não ser capaz de captar os espectros de radiação emitidos por corpos com temperaturas baixas e com comprimentos de onda fora da faixa do visível, quando um corpo está a uma temperatura pela qual atinge a escala da visível podemos vê-lo iluminando um local escuro pelo fato dele emitir luz devida estar irradiando calor. Nesse caso definimos então escuro como a ausência de luz. 6- Considerando o Sol como um corpo negro a 6000K, estime a intensidade da radiação solar que incide na Terra. O raio do Sol é 7X108 m e o raio médio da órbita da Terra é 1,5X1011m. R: Pela Lei de Stefan-Boltzmann tem-se R: u=σT4 → u=5,6697x10-8joules/(m².s.K4) x 6000K → u= 73,5x106joules/m².s 7- Um filamento de tungstênio em uma lâmpada incandescente, mantido a 2500K, tem 3 mm de diâmetro, 10 mm de comprimento e sua emissividade é essencialmente 1. Qual é a potência da lâmpada em watts? R: P = A 4T = (4,71 x 10 -5 ) x (5,67 x 10 -8 ) x (2500) 4 = 104,32W14 6. Conclusão Este trabalho teve como objetivo, a verificação experimentalmente da Lei de Stefan Boltzmann que diz respeito à radiação do corpo negro e observar seu comportamento num corpo cinzento que supostamente é uma boa aproximação de um corpo negro. Na prática foi possível realizar a verificação da validade da lei de Stefan- Boltzmann para corpos “proximamente” negros, ditos corpos cinzentos. Obteve-se uma excelente aproximação do expoente da temperatura que rege a relação entre a energia irradiada e a temperatura do corpo. 7. Bibliografia - Fundamentos de física, volume 4: óptica e física moderna / Halliday, resnick, Jearl Walker; tradução e revisão técnica Ronaldo Sérgio de Biasi. – Rio de Janeiro: LTC, 2009. - Física moderna / Paul A. Tipler; tradução Yashiro Yamamoto – Rio de Janeiro: Editora Guanabara dois A.S., 1981.
Compartilhar