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Física Geral e Experimental I Aula 07 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho Este material é parte integrante da disciplina, oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE. Uso consciente do papel. Cause boa impressão, imprima menos. Aula 07: Movimentos em uma dimensão: aceleração média e movimento de corpos com aceleração constante. Objetivo: Entender o conceito de aceleração e usá-lo em situações práticas. Movimento com aceleração constante A aceleração é a taxa de variação da velocidade. Pode-se perceber a variação de velocidade de um carro quando se pressiona o pedal do acelerador ou o freio. O pedal do acelerador causa uma aceleração (aumento do módulo da velocidade), enquanto o do freio uma desaceleração (diminuição do módulo da velocidade). Nessa disciplina serão tratados apenas os casos em que a aceleração é constante. A aceleração é definida como: Δt Δv =a E sua unidade no Sistema Internacional é m/s2. Todos os corpos em queda livre no campo gravitacional terrestre sofrem efeito da mesma aceleração, que é chamada de aceleração da gravidade (g). Seu valor ao nível do mar e usado como padrão é: . É comum representar a aceleração como múltiplos de g (2 g, 4 g etc). Equações horárias Para os movimentos acelerados existem duas equações horárias: uma representa a variação da velocidade e a outra a variação da posição em um dado intervalo de tempo. Equação horária da velocidade Para o cálculo da equação horária da velocidade, utiliza-se o mesmo procedimento da equação horária das posições para o caso da velocidade constante. Partindo da definição de aceleração: tΔ vΔ =a Mas Δv = vfinal – vinicial: Lembrando que na prática normalmente escolhe-se ti = 0, pode-se representar vinicial como v0 e vfinal como v. Substituindo, tem-se a equação horária das posições para movimentos com velocidade constante: Essa equação permite calcular a velocidade que um corpo apresentará após um determinado instante, ou quanto tempo levará para um corpo atingir determinada velocidade. A representação da variação da velocidade pode ser feita graficamente. A equação horária apresenta-se como uma função de 1º grau , na qual a velocidade inicial v0 representa o termo independente b, e a aceleração o coeficiente angular a. O gráfico apresenta-se como uma reta que será crescente (decrescente) com a aceleração positiva (negativa). Um exemplo genérico pode ser visto na figura a seguir. Equação horária da posição O cálculo da equação horária das posições é muito mais simples com o uso das ferramentas do cálculo diferencial e integral, mas pode ser feito sem ele de uma forma didática: Partindo da equação de definição da velocidade média: No caso de a aceleração ser constante, a velocidade média poder ser dada como a média das velocidades inicial e final: Substituindo na equação anterior: E, usando a equação horária da velocidade ( ) para substituir v e com a condição de que t0 = 0, obtém-se: Pode-se ver que a equação horária das posições tem a característica matemática de uma função do 2º grau, assim sua representação gráfica é uma parábola na qual a concavidade é dada pelo sinal da aceleração. A figura a seguir sintetiza esses conceitos: Equação de Torricelli Ambas as equações são chamadas de equações horárias por serem funções dependentes do tempo , mas existem situações em que o tempo não é necessário, apenas o cálculo da velocidade após o corpo ter percorrido uma distância fixa. Exemplo: o cálculo da velocidade de um corpo em queda livre após cair de uma altura h. O físico italiano Evangelista Torricelli (1608-1647) deduziu a equação que ficou conhecida pelo seu nome. O procedimento é eliminar o tempo das equações horárias calculando uma equação que mostre a velocidade de um corpo em função da distância percorrida. Da equação horária da velocidade tem-se: Substituindo o tempo na equação horária das posições: Savv a v a v S vvvv aa vvv S a vvvva a vvv S a vva a vv vSS t atvSS 2 22 2 21 2 2 2 2 2 0 2 2 0 2 2 00 22 00 2 2 00 22 00 2 00 00 2 00 Problemas com um único corpo Esse tipo de problema utiliza as equações para a análise do movimento de um ponto material. Exemplo 1: um carro pode alterar sua velocidade de 60 km/h para 100 km/h em 4 s. a) Qual a aceleração apresentada pelo veículo? Inicialmente deve-se transformar as velocidades para o Sistema Internacional: Usando a definição de aceleração: b) Compare essa aceleração com a da gravidade. Exemplo 2: a pista principal do aeroporto de Congonhas possui um comprimento de 1.940 m (fonte: www.infraero.gov.br). Sabendo que um avião da marca BOING pode tocar a pista com velocidade de aproximadamente 300 km/h, calcule a desaceleração durante o pouso. Esse problema relaciona a velocidade com a distância percorrida. Assim, a equação de Torricelli é uma forte candidata para sua resolução. Deve-se ter em mente que a velocidade final (após o pouso) é zero. Dados do problema: Utilizando a equação de Torricelli: Na qual a aceleração negativa é chamada de desaceleração. Exemplo 3: em um teste de impacto (crash test), um carro a 100 km/h colide com uma parede de concreto. Estime a aceleração do veículo durante a colisão. Nos exercícios em que uma estimativa é pedida, os dados não são todos apresentados no problema. Alguns devem ser estimados utilizando o bom senso e o conhecimento prévio. Este exercício será resolvido pela equação de Torricelli. Para isso, necessita- se do espaço percorrido. Pode-se estimar que um carro sofreu uma deformação de 0,5 m (em um teste real esse valor é medido após o acidente). Fazendo a comparação com a aceleração da gravidade, tem-se uma aceleração superior a 78 g. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. BUREAU INTERNATIONAL DES POIDS ET MESURES. The Internacional System of Units. 8. ed. Paris, 2006. CUTNELL, J.; JOHNSON, K. Física. v. 1. 6. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 2006. INMETRO. Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia. 4. ed. Rio de Janeiro, 2005. INMETRO. Vocabulário internacional de termos de metrologia legal. 4. ed. Rio de Janeiro, 2005. KELLER, F.; GETTYS, E.; SKOVE, M. Física, volume 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1997. RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; KRANE, K. Física 1. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 2003. SERWAY, R.; JEWETT, J. Princípios de física. Mecânica Clássica v.1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. TIPLER, P.; MOSCA, G. Físicapara cientistas e engenheiros. 5. ed. Mecânica, Oscilações e Ondas. v. 1. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 2006. VUOLO, J. Fundamentos da Teoria de Erros. 2. ed. São Paulo: Edgard Blüchner, 1996. YOUNG, H.; FREEDMAN, R. Sears & Zemansky Física I. 10. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2003.
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