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MAJORANTES E MINORANTES Aplicação das Penas - parte III Profa. Ana Paula Motta Costa Pena Definitiva - Terceira Fase •Ponto de partida – pena provisória já definida na segunda fase. Leva-se em consideração as circunstâncias majorantes (que aumentam à pena) e as minorantes (que diminuem a pena). Causas Majorantes: Parte Geral CP – Arts. 70 (concurso formal) e 71 (crime continuado) e na Parte Especial (no próprio artigo do crime constam as causas majorantes). •Causas Minorantes: Parte Geral CP (ver lista abaixo) e na Parte Especial (estão no artigo do crime). Causas Minorantes que estão na Parte Geral do CP: Art.14 § único, Art. 16, Art.21, Art.24 §2º, Art.26, §único, Art. 28,§2º, Art. 29,§1º. Classificação: •As que produzem aumento ou diminuição em quantidades fixas. Ex: art. 121, § 4º ; 122, § único, entre outros. As que produzem aumento ou diminuição em quantidades variáveis. Ex: art. 14, II, § único; 16; 26, § único, entre outros. Importante: •As causas majorantes e minorantes da parte geral, ou da parte especial, diferenciam-se, em funcionalidade, das eventuais qualificadoras do crime. •As qualificadoras estão previstas na parte especial e constituem quase que um “outro tipo penal”, com intervalos de penas previstos em abstrato diferenciados. •A tipificação de condutas estabelece em que tipo penal pode-se enquadrar a conduta, se tipo simples, ou qualificado. •Portanto, as qualificadores irão incidir no momento da definição da pena-base, e as majorantes e minorantes, na 3ª fase. •Ex: homicídio qualificado por motivo fútil – art. 121,§ 2º - pena de 12 a 30 anos. Ponto de partida para o cálculo da pena-base. Regras Gerais da Terceira Fase: •Se houver mais de uma majorante ou mais de uma minorante, os aumentos e diminuições de pena deverão ser realizados em cascata (sucessivamente); •Primeiro aplicam-se as causas de aumento, depois as de diminuição; Primeiro as de fração maior e depois as de fração menor. •Concorrendo mais de uma causa de aumento ou mais de uma de diminuição da parte especial, o juiz poderá limitar-se a consideração de apenas uma delas. Neste caso deve optar pela de maior aumento ou maior diminuição. Art. 68, § único, do CP; •No caso de concurso de causas majorantes e minorantes da parte geral, ou entre majorantes e minorantes da parte especial e geral, deverão ser todas consideradas. •Não havendo majorantes e nem minorantes, na terceira fase, a pena provisória deverá ser tornada definitiva; •Não havendo agravantes, nem atenuantes, nem majorantes e nem minorantes, a pena-base deverá ser tornada definitiva. •As majorantes decorrentes do concurso formal e da continuação delitiva (art. 70 e 71 do CP) deverão ser consideradas por último. Etapas na Terceira Fase: •Ponto de partida: pena provisória. Identificação de causas majorantes e minorantes que estejam presentes. Identificação das majorantes e minorantes que estejam presentes, que produzam quantidades fixas de aumento ou diminuição. Definição da quantidade de pena a ser aumentada e/ou diminuída em cada majorante e minorante (que não determine quantidade fixa no texto normativo). Critério para definição: deve refletir a razão de ser da majorante ou minorante. Ex: tentativa, irá depender do grau de execução que atingiu o autor; coautores, irá depender do número de coautores, etc. Ainda, como critério, a coerência em relação ao grau de culpabilidade estabelecido na primeira fase. Realização do calculo, primeiro fazendo incidir as majorantes e depois as minorantes, em cascata. Exemplo: •Tentativa de roubo com emprego de arma de fogo – art. 157, § 2º, I. •Pena provisória estabelecida: 6 anos •Presentes a majorante específica do art. 157, § 2º, I : aumento da pena de um terço até metade. •Presente a minorante da tentativa – art. 14, II, § único. •Estabelecida a majorante em 1/3: 1/3 de 6 anos: 2 6+2: 8 •Estabelecida a minorante em 2/3: 2/3 de 8 anos: 2/3 de 96 meses: 64 meses 96 meses – 64 meses: 32 meses 2 anos e 8 meses de pena definitiva Critérios aceitos pela jurisprudência, quanto ao estabelecimento da fração a ser aumentada ou diminuída •No caso da tentativa: A pena culminada ao crime consumado terá redução mais significativa se o agente percorreu o caminho do crime, ficou mais distante da consumação; a redução será menos significativa se o agente mais aproximou-se dos resultados. •Na tentativa imperfeita (não realiza todos os atos executórios) - redução de 2/3. •Na tentativa perfeita (realiza todos os atos executórios e não chega aos efeitos) - redução de 1/3. •Obs.: Sobre cálculo da prescrição – alguns juízes utilizam a pena culminada no momento anterior à incidência da tentativa na redução da pena provisória. Concurso de Crimes e Concurso de Agentes Concurso de Crimes: uma pessoa realiza várias infrações. Concurso Material: Se tratarem-se de ações diferentes ou iguais, no mesmo momento ou em momentos diferentes, mas com diferentes desígnios (intenções), autônomos, serão aplicas as penas correspondentes a cada infração. Previsão do art. 69 do CP. Concurso Formal Próprio: Quando, no entanto, os diferentes crimes praticados resultarem de uma só ação e de um desígnio comum (vontade dirigida a um único efeito criminoso), a regra de aplicação de pena será a do art. 70 do CP. Ou seja, aplica-se a pena mais grave ou uma delas, se iguais, acrescida de 1/6 até metade (majorante). Se a ação, ainda que única, for dolosa em relação a mais de um resultado, e esses resultarem de desígnios distintos (concurso formal impróprio), a regra será a do art. 69. •A pena a ser aplicada no concurso formal situa-se entre 1/6 e 1/2. A jurisprudência tem aceito a intensidade proporcional ao número de ofendidos, ou número de crimes. Se dois crimes ou dois ofendidos, o mínimo de majoração, se mais, em crescente definição. Não pode exceder à pena aplicada a cada um dos crimes, se isoladamente fossem julgados (art. 69 do CP). •Crime continuado: Pressupõe pluralidade de ações, de desígnios e de resultados. Infrações de mesma espécie (mesmo bem jurídico) praticadas nas mesmas condições de lugar, tempo, modo de execução, de modo a concluir-se que todas são desdobramentos da primeira (Art. 71 do CP). Pena mais grave, acrescida de 1/6 a 2/3. •Se os crimes de que fala o art. 71 forem dolosos ou dirigidos à diferentes vítimas, com grave ameaça à pessoa, poderá o juiz decidir aplicar a pena de um dos crimes, aumentada em até o triplo (art. 71) •Jurisprudência não reconhece crime continuado na habitualidade, ou quando o criminoso faz do crime seu modo de vida. •Se atingidas mais de uma vítima (concurso formal), e isso repetir-se em situações em sequência, de modo a caracterizar crime continuado, aplicam-se as duas majorantes. •Em todos os casos, deve cuidar o juiz para que a pena aplicada não extrapole a soma das penas individualmente aplicadas a cada crime. Assim, sugere-se calculo primeiro das penas individualmente e depois da pena mais grave com as majorantes.
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