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PARECER JURÍDICO
ENDEREÇAMENTO: SPPS
EMENTA: CÓDIGO PENAL – TEORIA DA UBIQUIDADE – VACATIO LEGIS
RELATÓRIO
Lucius Fox, cientista renomado no país, desentendeu-se com Harvey Dent, Oficial-Chefe da Divisão de Pesquisas do Exército Brasileiro, uma vez que ele reprovava as pesquisas atualmente em desenvolvimento, sob a responsabilidade de Lucius.
No dia 10 de abril de 2017, por volta das 14h, a bordo da aeronave Hércules B52 da Força Aérea Brasileira com destino a Genebra, na Suíça, agindo com animus necandi, motivado pelo seu descontentamento com a interferência de Harvey em suas pesquisas, Lucius efetuou nove disparos de arma de fogo contra ele, provocando-lhe lesões que culminaram em sua morte, ocorrida após a aterrissagem da aeronave em solo suíço. Após a prática criminosa Lucius foi preso e conduzido à embaixada brasileira, onde foi ouvido e colocado em uma cela.
Durante a madrugada do dia 12 de abril de 2017, Lucius agrediu dois policiais federais que faziam a segurança da cela, provocando-lhes lesões graves, não conseguindo fugir graças à intervenção de outros policiais que estavam na embaixada. Trazido ao Brasil, Lucius foi conduzido ao Presídio da Papuda, onde permaneceu a disposição da justiça, aguardando julgamento pelos crimes praticados.
No dia 10 de abril de 2017, o Congresso Nacional aprovou a Lei n. 20.352/2017, segundo a qual a pena pela prática do crime de homicídio seria de 6 a 15 anos de detenção. Referida lei entraria em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a sua publicação, que ocorreu em 14 de abril de 2017.
Também no dia 10 de abril de 2017, o Congresso Nacional aprovou a Lei n. 20.354/2017 segundo a qual a pena pela prática do crime de lesões corporais, cometido contra agentes policiais, seria de 8 a 12 anos de reclusão. Conforme o artigo 3º desta lei, sua vigência seria de 90 (noventa) dias, contados a partir da data de sua publicação, ocorrida em 11 de abril de 2017.
FUNDAMENTAÇÃO
Diante dos casos exposto podemos analisar que o local dos crimes praticados, ocorreu no Brasil que adota a Teoria da Ubiquidade, com efeito, dispõe o artigo 6º, do CP, que: considera-se praticado o crime no momento da ação, ou da omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
O crime de homicídio praticado por Lucius Fox, se deu início no território brasileiro e com finalidade no território estrangeiro, haja vista que, “para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar”, dispõe no § 1º do artigo 5º do CP. Toda via o crime de lesão corporal foi cometido em território estrangeiro , em Genebra na Suíça, levando consideração a inviabilidade que possuem as embaixadas, não se considera extensão do território nacional a que pertence.
Conforme o entendimento de Streck e Bolzan
O território de embaixadas e representação diplomáticas em geral também estão sob a jurisdição dos Estados que representam. No entanto, há divergências quanto à territorialidade das sedes de embaixadas, tendo em vista que de acordo com a Convenção de Viena de 1961, não são consideradas extensão do território estrangeiro. As embaixadas estrangeiras fazem parte do território nacional, embora sejam invioláveis. (2003, p.153).
No que se refere a Legislação Penal Brasileira deve ser aplicada ao crime praticado no primeiro caso dentro da Aeronave Hércules B52 da Força Aérea Brasileira, que pertence a extensão do território brasileiro, de acordo com o § 1º do artigo 5º do CP.
Lucius Fox será penalizado de acordo com artigo 7º, inciso I, alínea c, do Código Penal Brasileiro, pelo ato cometido contra os policias federais que estavam a serviço do País, mesmo que o delito tenha ocorrido em Genebra na Suíça:
Art.7º- ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
Os crimes
(...)
c) contra administração pública, por quem está a seu serviços 
(...)
Em relação as novas leis, a Lei nº20.352/2017, é impossível sua aplicação na data do julgamento, pois se encontra em Vacatio Legis, não surtindo portanto nenhum efeito.
A doutrina diverge quanto a aplicação da lei em favor do réu ainda no período de vacância, porém a corrente majoritária é contra, pois se não entrou em vigor, não tem eficácia. Entre os que são contra Cleber Masson, Frederico Marques, Nelson Hungria e Damásio de Jesus. Como bem observa Masson:
Durante o período de vacatio legis, a lei penal não pode ser aplicada, mesmo que ela seja mais favorável ao réu. Com efeito, se a lei já foi publicada, mas ainda não entrou em vigor, ela ainda não tem eficácia, sendo impossível sua incidência no caso prático. É preciso manter coerência. Se a lei em período de vacância não pode ser utilizada para prejudicar o réu, porque ainda não está apta a produzir seus regulares efeitos, também não poderá beneficiá-lo.
A Lei nº. 20.354/2017, não deverá ser aplicada em favor ao réu, caso venha prejudica-lo diante do julgamento, devendo apenas a lei retroagir em caso mais benéfico ao réu, conforme o artigo 2º Parágrafo Único CP: 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Quanto à retroatividade da lei mais benigna, “é indispensável investigar qual a que se apresenta mais favorável ao indivíduo tido como infrator. A lei anterior, quando for mais favorável, terá ultratividade e prevalecerá mesmo ao tempo de vigência da lei nova, apesar de já estar revogada. O inverso também é verdadeiro, isto é, quando a lei posterior foi mais benéfica, retroagirá para alcançar fatos cometidos antes de sua vigência” (BITENCOURT, 2007. P. 162)
 
CONCLUSÃO 
Diante dos fatos narrados acima, o local dos crimes praticados, por Lucius Fox foi abordo da aeronave Hércules B52 da Força Área Brasileira. No segundo delito houve a extensão até Genebra, na Suíça. Onde ele também agrediu dois policiais que faziam segurança da cela na embaixada.
Em relação qual legislação deverá ser aplicada diante dos fatos descritos será a brasileira, pois estava abordo de uma aeronave pertencente ao território brasileiro.
No que tange aplicação das duas novas leis exposta no caso, a Lei nº. 20. 352/2017 não poderá ser aplicada pois se encontra em período de vacatio legis, diante disso não surtirá efeitos no julgamento. A Lei nº. 20. 354/2017, conforme a legislação penal brasileira não poderá ser aplicada pois não e benéfica ao réu.
É o parecer.
Rio Verde- GO, 11 de Maio de 2018
______________________________________________________
Sidilaine Lima de Almeida
OAB/GO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MASSON, Cleber Rogério. Direito penal esquematizado - parte geral vol. 1 / Cleber Rogério Masson. 4ª ed. rev. atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense: São Paulo: Método, 2011
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 11. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Vol. 1.
STRECK, Luiz Lenio; BOLZAN, José Luis. Ciência Política e Teoria Geral Estado. 3. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003.

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