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PETICAO INICIAL - civil - reconhecimento de parternidade

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AO JUÍZO DA________VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE GOIÂNIA/ GOIÁS
MARIA HELENA DE SOUZA, brasileira, casada, médica, portadora do RG de nº xxxxxx, CPF nº 331.728.431-05, e-mail: mariahelena-souza@gmail.com, residente e domiciliada na Rua T-28, nº 1.580, apt.301, st. Bueno, Goiânia/GO, por intermédio de sua advogada e (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência com fulcro nos artigos 1.590 e seguintes do código civil, propor 
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL 
em desfavor de LUÍS ALVES, brasileiro, viúvo, aposentado, portador do Rg. nºxxxxxx e CPF nº 015.080.524-31, e-mail: Luis-alves@gmail.com, residente e domiciliado na Rua 3, nº 280, apt. 1.100, st. Oeste, Goiânia/GO, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I – DOS FATOS 
A Requerente é filha de MARIA AMÉLIA DE SOUZA, nascida em 21 de janeiro de 1989, em Anápolis/GO, conforme Certidão de Nascimento em anexo. Consta que, a genitora da autora e o réu sustentaram um relacionamento amoroso durante os anos de 1986 à 1988, sendo fruto desta, a demandante da presente ação. 
Destarte, salienta-se que Luiz, recusou-se a assumir a paternidade da mesma, fator este que resultou no rompimento do relacionamento, desta forma, ante a negativa de acusado em assumir a paternidade, Maria Helena foi então registrada tão somente em nome de Maria Amélia. 
Por consequência dessa negativa, a genitora, também, decidiu por se mudar para outra comarca, evitando o contato com o requerido. Decorre, no entanto, que os genitores do requerido, mantiveram contato com a requerente, reconhecendo-a como neta. 
Diante de tais fatos a autora procurou a via judicial para que a paternidade seja reconhecida e seu registro seja retificado, fazendo constar o nome dos avós paternos e do requerido como seu genitor. 
II – DO DIREITO
1.1 Da investigação de paternidade 
O reconhecimento judicial de paternidade também denominado coativo ou forçado decorre de decisão judicial na ação de investigação de paternidade.
Assim, o filho não reconhecido de forma voluntária ou espontânea pode obter o reconhecimento coativo, por meio da ação de investigação de paternidade. Trata-se de um direito personalíssimo, indisponível e imprescritível.
Desta feita, a ação de investigação de paternidade é uma ação que objetiva o reconhecimento judicial de paternidade que, nos termos da Súmula n° 149, do Supremo Tribunal Federal, é de natureza imprescritível:
Súmula 149 do STF - “É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança.”
O direito da Autora também vem primordialmente amparado no Estatuto da criança e do Adolescente em seu art. 27 que dispõe:
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. 
Ora, se tratando de direito imprescritível, a requerente exerce o direito de ter sua paternidade reconhecida e provada por todos os meios legais, tal pretensão se vê consubstanciada no artigo 2º da Lei 8.560/92 onde: 
Art. 2º A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos. 
Ante o exposto, inconteste se torna a produção de todas as provas necessárias a convicção do vínculo sanguíneo, qual seja a elaboração do exame de DNA. Salientando que a recusa desse, se presume em reconhecimento de paternidade e passará a ser apreciado com o conjunto probatório. Conforme dispõe o paragrafo unido co artigo 2 acima mencionado: 
Paragrafo único. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético – DNA gerará a presução da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.
A propósito, é oportuno transcrever o enunciado da Súmula nº 301 do Superior Tribunal de Justiça, vejamos:
Súmula STJ n. 301 - “Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.”
De toda maneira dispõe expressamente o artigo 1616 do Código Civil que a declaração de paternidade decorrente da sentença tem os mesmos efeitos do reconhecimento da paternidade. Desta forma, requer que seja reconhecida a paternidade da requerente sendo posteriormente, seu registro retificado para constar todas as qualificações pertinentes à filiação da autora. 
É direito fundamental do Requerente obter a confirmação do seu genitor, uma vez que conviver com dúvidas e incertezas seria o mesmo que condenar o Requerido a arcar com todos os danos semeados por uma união amorosa inerente a ele. 
1.2 Da retificação de Registro
Há a possibilidade de retificação nos registro civil em que não constem todas as qualificações, esse poderá assim ser pleiteado direito de retificação conforme dispõe a Lei nº 6.015/ 73, em seus artigos 109 e seguintes:
Art. 109. Quem pretender que se restaure, supra ou retifique assentamento no Registro Civil, requererá, em petição fundamentada e instruída com documentos ou com indicação de testemunhas, que o Juiz o ordene, ouvido o órgão do Ministério Público e os interessados, no prazo de cinco dias, que correrá em cartório.
A regra geral no ordenamento jurídico pátrio é o da imutabilidade do nome, com exceção dos casos de erro de grafia, exposição ao ridículo ou se houver relevante razão de ordem pública, conforme se depreende dos artigos 56, 57 e 58 da Lei 6.015/1973.
Em relação ao acréscimo de sobrenome de genitor ao nome, contudo, não há vedação legal nem prazo para exercício desse direito da personalidade (art. 16, CC), podendo ser realizado a qualquer tempo, inclusive sem necessidade de consentimento do outro genitor. Nesse sentido, colhe-se de julgado recente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, cujo trecho transcreve-se:
CIVIL. REGISTROS PÚBLICOS. AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE NOME. INCLUSÃO DO SOBRENOME MATERNO. ADMISSIBILIDADE.
É admissível a inclusão do sobrenome materno omitido no registro de nascimento, mormente quando vier a facilitar a perfeita identificação da pessoa no seio da família e da sociedade" (TJSC, 2ª Cam. Dir. Civ., Rel. Des. Luiz Carlos Freyesleben, Ap. Civ. n. 2004.003749-0, de Joaçaba, j.19-8-2004).
Resta claro então que, conforme entendimento expressado da norma cabível ao caso em questão e a tendência jurisprudencial dominante, inexiste qualquer óbice a impedir simples complemento do registro civil, a fim de que conste na certidão da Requerente o nome dos avós paternos Ana Maria Carmelo Alves e Luis Antônio Alves, bem como o sobrenome de seu pai. Posterior ao reconhecimento Luiz Alves. 
III – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a ) Seja intimado o douto representante do Ministério Público Estadual, para que se manifeste e acompanhe o feito até o seu final sob pena de nulidade, ex vi do art. 178, II, 279 e 752, § 1º, todos do Novo Código de Processo Civil;
b) Seja o requerido citado, por todos os meios disponíveis, para que compareçam à audiência de conciliação ou mediação, e posteriormente, querendo, contestar a presente ação, sob pena de revelia, confissão e demais cominações legais (CPC, art. 334 e art. 344);
c) Seja determinada a realização de Perícia Médica, consubstanciada em exame de "DNA", tipagem sanguínea, confronto de traços e semelhanças fisionômicas, etc., determinando ao requerido que forneça o material necessário, sob pena de confissão e crime de desobediência, correndo as despesas por conta do mesmo ou do Estado de Mato Grosso, nos termos da Lei Estadual nº 7.863/2002;
d)Seja, ao final, julgado procedente o presente pedido, concedendo ao Requerente o direito de retificação de sua certidão de nascimento, a fim de que o seu prenome seja acrescido o de seu genitor, bem como a inclusão do nome dos avós paternos.
h) Expedir, logo após, o competente mandado determinando a confecção de novo registro civil de nascimento, agora com a informação correta da paternidade. 
i) A condenação do requerido no pagamento das custas processuais e honorarios advogaticios.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitido, sem exceção, em especial a documental inclusa e a apresentação de demais documentos que forem ordenados, depoimento pessoal do requerido e testemunhas eventualmente arroladas, reservando-se o direito de usar os demais recursos probatórios que se fizerem necessários ao deslinde da ação.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) 
Termos em que,
pede deferimento.
Goiânia, 30 de abril de 2018. 
Advogado
OABGO qye

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