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Peça 04_Filiação Investigação de Paternidade

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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA ____ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA 
COMARCA DE _____ 
 
 
LAURA, brasileira, impúbere, nascida em agosto de 2006, representado por sua 
genitora, MARIA, brasileira, solteira, autônoma, portadora da carteira de identidade nº 
... e do CPF nº ..., residente e domiciliada na Rua ..., nº ..., Bairro ..., CEP: ..., sem 
endereço eletrônico, com fundamento nos artigos 227, §6º da Constituição Federal, e 
1.606, do Código Civil, vem, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, 
procuração em anexo, à presença de Vossa Excelência, propor a presente 
 
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE 
 
em face de JOÃO, brasileiro, estado civil, cantor, residente e domiciliado na Rua ..., 
Nº ...– CEP: ..., bairro ..., endereço eletrônico desconhecido, pelos fatos e 
fundamentos a seguir expostos. 
 
I. DA JUSTIÇA GRATUITA 
A Requerente pleiteia os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, com 
fundamento no art. 98 caput e § 1º, § 5º do CPC/15, tendo em vista não poder arcar 
com as despesas processuais. Para tanto, faz juntada do documento necessário - 
declaração de hipossuficiência. 
 
II. DA REALIZAÇÃO PRÉVIA DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO 
Com fulcro no artigo 319, VII, do código de processo civil, é requerida a 
realização prévia de conciliação, com a finalidade de celeridade processual, como 
também, uma resolução pacifica entre as partes. 
 
III. DOS FATOS 
A genitora da autora, Sra. Maria, e o réu Sr. João, tiveram um relacionamento 
amoroso que se iniciou em julho de 2005 e durou aproximadamente 06(seis) meses. 
Em fevereiro de 2006, a Sra. Maria descobriu que estava grávida e como fruto da 
relação amorosa, a autora nasceu em agosto de 2006, estando atualmente com 20 
anos de idade. 
A Sra. Maria registrou a autora, mas não incluiu o nome de seu pai, sendo que 
apenas quando completou 20(vinte) anos contou para a sua família que seu pai 
biológico era um famoso cantor brasileiro. 
Dessa forma, ao ter ciência de quem era seu pai, a Requerente resolveu 
procura-lo a fim de tentar um reconhecimento voluntário da paternidade, mas o Sr. 
João se recusou. 
A genitora da autora não possui dúvidas quanto à paternidade, mas o exame 
de DNA ainda não foi realizado pois o promovido recusa-se a fazê-lo. 
Apesar disso, é sabido que o reconhecimento civil do filho é um direito 
indisponível, o qual deve ser preservado e garantido, conforme preceitua nossa 
legislação. Sendo assim, ajuíza-se a presente ação com o objetivo de buscar a 
proteção jurisdicional, para que, julgue procedente o pedido do autor e declare o 
investigado como seu genitor. 
 
IV. DO DIREITO 
O direito de ver reconhecida a filiação biológica é albergado sem restrições 
pelo ordenamento jurídico brasileiro, tratando-se de direito indisponível. 
A Constituição Federal dispõe no art. 227, § 6º: 
Art. 227 (...) 
§ 6º - “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por 
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação.” 
O art. 1.606 do Código Civil trata da imprescritibilidade da ação de 
reconhecimento de filiação: 
Art. 1.606. “A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, 
passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz. 
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão 
continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.” 
A imprescritibilidade do reconhecimento de filiação é proclamada também 
pela jurisprudência, conforme exemplifica a seguinte ementa de acórdão do Egrégio 
TJ-MA: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE 
PATERNIDADE C/C ALIMENTOS. INDÍCIOS E PRESUNÇÕES . 
BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. 1.Não obstante o exame 
de DNA seja recomendável e consubstancieprova segura na 
investigação de paternidade, a sua ausência não impede o julgamento 
com base nos indícios e presunções, corroborados com as demais 
provas produzidas. 2. Além disso, a plausibilidade prevista no Código 
Civil, no art. 1.605, dispõe que na falta da paternidade reconhecida 
espontaneamente no assento de nascimento, a condição de filiação 
poderá ser provada por qualquer outro modo admissível em direito, aqui 
incluídos indícios e presunções. 3.Agravo de Instrumentoconhecidoe 
improvido. 4. Unanimidade.(TJ-MA - AI: 0254112015 MA 0004402-
52.2015.8.10.0000, Relator: RICARDO TADEU BUGARIN DUAILIBE, 
Data de Julgamento: 09/11/2015, QUINTA CÂMARA CÍVEL, Data de 
Publicação: 17/11/2015) 
Ademais, é de se ter claro que o ordenamento jurídico estabelece a presunção 
de paternidade caso haja negativa das partes a submeter-se ao exame de DNA. 
Confira-se, a propósito, o disposto nos artigos 231 e 232 do Cód. Civil: 
 
Art. 231. “Aquele que se nega a submeter-se a exame médico 
necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa.” 
Art. 232. “A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a 
prova que se pretendia obter com o exame.” 
Acerca da aplicação destes artigos no âmbito das ações de investigação de 
filiação, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça editou no dia 22/11/2004 a súmula 301, 
cujo teor é o seguinte: 
 
STJ – Sumula 301 
“Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao 
exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.” 
 
V. DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer: 
1. O benefício da justiça gratuita, por ser economicamente hipossuficiente, 
conforme declaração anexa; 
 
2. A realização de exame pericial de DNA, às expensas do Poder Público, em 
relação ao qual as partes deverão ser intimadas para comparecimento, na data 
e horário designados, aplicando-se a presunção estabelecida na súmula 301 
do STJ em caso de recusa do promovido; 
 
3. A intimação do ilustre representante do Ministério Público para intervir no feito 
como fiscal da lei, nos termos do art. 82, II, do CPC; 
 
4. A citação do réu para apresentar resposta no prazo legal, caso queira, sob pena 
de sofrer os efeitos da revelia; 
 
5. A procedência do pedido de investigação de paternidade, para declarar que o 
réu é pai da autora, e, em consequência determinar averbação, à margem do 
registro de nascimento da autora, acrescendo o nome do pai e dos avós 
paternos (art. 102, § 4º da Lei 6.015/73), bem como o acréscimo do sobrenome 
paterno ao nome do autor (art. 29, § 1º, d, da Lei 6.015/73); 
 
Sejam deferidos todos os meios de provas em direito admitidos, 
especialmente as provas documentais, estudo social do caso, o depoimento pessoal 
do Requerido e oitiva de testemunhas. 
 
Dá-se a causa o valor de R$ 900,00 (novecentos reais) para efeitos fiscais. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
São Paulo, 10 de maio de 2022. 
_______________________ 
Advogado/ OAB

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