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0 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA NORTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS PIRAPORA Curso Técnico em Edificações Washington Daniel Guimarães Silva PROCESSO PRODUTIVO DE VIGOTA PRÉ-MOLDADA Pirapora 2016 1 Washington Daniel Guimarães Silva PROCESSO PRODUTIVO DE VIGOTA PRÉ-MOLDADA Relatório de Estágio Supervisionado, apresentado ao Curso Técnico em Edificações do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Pirapora, como requisito parcial para obtenção do diploma de Técnico em Edificações. Orientadora: Prof.ª Luna Chaves Costa Pirapora 2016 2 Washington Daniel Guimarães Silva Relatório de Estágio Supervisionado, apresentado ao Curso Técnico em Edificações do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Pirapora, como requisito parcial para obtenção do diploma de Técnico em Edificações. ______________________________________________________________ Prof. Lunna Chaves Costa (Orientadora) – IFNMG-Campus Pirapora Bacharel em Arquitetura e Urbanismo Pós-graduada em Docência do Ensino Superior Pirapora, _____ de ___________ de, 2016. 3 DEDICATÓRIA À minha avó Benvinda Rosa e ao meu filho Magno Gabriel 4 AGRADECIMENTO Agradeço a Deus por possibilitar a realização deste trabalho, meus familiares e amigos que me apoiaram, aos meus professores especialmente a Lunna, e a todos os funcionários do IFNMG campus Pirapora. 5 RESUMO O sistema de lajes pré-moldada possui extrema deferência para construção civil, podendo ser empregadas em vãos de até doze metros, com técnicas construtivas simples e logística com pouca complexidade. São bastante utilizadas nos empreendimentos de pequeno e médio porte no país, mas, por desinformação de alguns construtores, cuidados indispensáveis não são adotados no processo de produção dos artefatos pré-moldados, como na montagem, escoramento e concretagem das lajes pré-fabricadas, aumentando a possibilidade de surgir patologias nas edificações. Esse estudo apresenta uma apreciação do processo de produção das vigotas e montagem das lajes pré-fabricada, com sugestões para prevenção de anomalias e auxiliar no desempenho produtivo. Para acercar-se do tema foram abordados os principais tipos de agregados, aglomerantes e elementos utilizados no processo de produção, observando técnicas de montagem e principais cuidados que se deve adotado durante a concretagem e período de cura, indispensáveis no processo para que haja otimização desejada do produto com os critérios exigidos pelas normas vigentes. Palavras-chave: Vigota pré-moldada. Contraflecha. Escoramento de Laje pré-Fabricada. 6 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURAS FIGURA 1 Vigota de concreto armado 16 FIGURA 2 Vigota treliçada 16 FIGURA 3 Fôrmas para modelagem de vigotas 16 FIGURA 4 Fôrma parcialmente coberta por desmoldante 17 FIGURA 5 Fôrma de vigota de concreto armado com armaduras posicionadas para concretagem 18 FIGURA 6 Laje pré-fabricada sem capa de concreto 22 FIGURA 7 Distribuição de vigotas 23 FIGURA 8 Escoramento de laje pré-fabricada 24 FIGURA 9 Contraflexa 25 FIGURA 10 Laje-pré-fabricada com armadura de distribuição posicionada 26 7 TABELAS TABELA 1 Calculo de contra flecha 21 8 LISTA DE ABREVIATURAS LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica Mpa Mega Pascal CP Cimento Portland CP ARI Cimento Portland de alta resistência inicial EPS Poliestireno Expandido NBRs Norma(s) Brasileira(s) Regulamentadora(s) 9 LISTA DE SÍMBOLOS E NOTAÇÕES cm Centímetro(s) cm² Centímetro(s) quadrado(s) kgf Quilograma força m Metro(s) mm Milímetro(s) 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÂO 11 2 OBJETIVO 12 2.1 Objetivo Geral 12 2.2 Objetivo Especifico 12 3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 13 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 14 4.1 Preparação e componentes do concreto para vigotas 14 4.2 Mistura do concreto 15 4.3 Fôrmas 15 4.4 Desmoldante 15 4.5Concretagem de vigotas treliçadas 16 4.6 Concretagem de vigotas de concreto armado 16 4.7 Adensamento do concreto 17 4.8 Fixação das treliça no concreto 17 4.9 Cura das vigotas 18 4.10 Manuseio das vigotas 18 5 MONTAGEM DAS VIGOTAS PRÉ-MOLDADA 18 5.1 Apoio das vigotas 19 5.2 Escoramento 19 5.3 Contraflecha 20 CONCLUSÃO 22 REFERENCIAS 23 11 1 INTRODUÇÃO A realização deste trabalho tem por objetivo documentar as atividades desempenhadas no estágio supervisionado obrigatório, abordando de modo claro as etapas da produção de vigota pré-moldada, utilizadas para a construção de laje pré-moldada de pequeno e médio porte, estas teve sua difusão na construção civil na década de 80. Devido à agilidade e praticidade em sua execução, custos e consumo de materiais reduzidos, substituíram as tradicionais lajes maciças. São estruturas seguras, capazes de suporta as sobrecargas normais das edificações, e vencerem vãos de até 12 m. Para fabricação das vigotas, são usados equipamentos básicos e simples como a betoneira e fôrmas. As lajes pré-moldadas são compostas por vigotas que poder ser do tipo de concreto armado comum em forma de T invertido, vigotas de concreto protendido ou vigotas treliçadas, lajotas ou EPS (poliestireno expandido) como material de enchimento, armadura de distribuição e capa de concreto. Mesmo com a praticidade de execução, devem ser seguidas todas as especificaçõesdos projetos estrutural da laje e de execução como o manual de colocação e montagem do fabricante ou projetista, não admitindo improvisos. Neste trabalho não será abordo a vigota de concreto protendido. 12 2 OBJETIVO Com a elaboração deste trabalho, tornou-se possível a aquisição das técnicas e procedimentos necessários para a produção de vigotas pré-moldada, assim a experiência pratica será e aplicação com os conhecimentos adquiridos no curso técnico, como forma de aprendizado complementar. 2.1 Objetivo geral Documentar as atividades do estágio curricular obrigatório realizado na Pollux e analisar as técnicas e ferramentas usadas na execução dos trabalhos propostos. 2.2 Objetivos específicos Observar e aplicar conhecimentos técnicos na otimização dos recursos empregados na confecção das vigotas; Acompanhar o processo de fabricação das vigotas; Auxiliar com recomendações técnicas sobre a montagem das vigotas; Caracterizar os elementos envolvidos no sistema. 13 3 CARACTERIZAÇÃODA EMPRESA A empresa Pollux, com CNPJ, 21.871875/0001-39, está situada na avenida Jefferson Gitirana, número 1765, no bairro Industrial na cidade de Pirapora – MG. Teve início às suas atividades no ano de 2014, atua na fabricação de artefatos pré-moldado como, postes vigotas, blocos e canaleta. Com a supervisão de Fábio Barbosa Duarte, prima em oferecer serviços com qualidade, pontualidade e honestidade. 14 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS O estágio na Pollux, teve início no dia 22/02/2016 e foi cumprido até o dia 19/03/2016, de segunda a sexta-feira, das 7:00 h às17: 00 h, com intervalo de 2 horas de almoço completando 160 horas de estágio. O estágio se realizou no galpão de produção da empresa, mas foram realizadas visitas em empreendimentos para conferir suas dimensões. As atividades desenvolvidas na empresa foram: conferir as dimensões das edificações, acompanhar a produção dos artefatos pré-moldados e seu transporte adequado, auxiliar a montagens das escoras e dos elementos de enchimento. 4.1 Preparação e componentes do concreto para vigotas A fabricação de vigotas não envolve processos complexos e onerosos, mas se compõe em diversas etapas e exige controle de qualidade dos agregados e aglomerantes empregados em todas as fases de produção dos artefatos pré-moldados. A Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT), especifica através da Norma Brasileira Regulamentadora (NBR), 14859-1, que com 28 dias após a fabricação, o concreto das vigotas deve atingir resistência mínima de 200 kgf/cm². Na produção das vigotas foi utilizado cimento CP 32, e cimento de Alta Resistência Inicial (ARI) quando havia necessidade de diminuir a permanência das peças produzidas nas fôrmas e local de produção. Os agregados usados foram pedra zero e areia média. Figura 1: Vigota de concreto armado Figura 2: Vigota treliçada Fonte: (Desenho do autor) Fonte: (Desenho do autor) 15 4.2 Mistura do concreto A mistura do concreto era iniciada com a betoneira limpa, colocando a pedra zero e metade da água e eram misturados por um minuto. Em seguida eram adicionados o cimento, a areia e o restante da água, que permaneciam misturando por três minutos. 4.3 Fôrmas Na produção, todas as fôrmas eram compostas por chapas metálicas com espessuras de 3 mm dobradas tipo calha, com 6 m de comprimento, que permitia a obtenção de seções padronizadas. Sua função é modelar o concreto até apanhar firmeza para realizar o desmolde dos elementos pré-moldados. A figura 3 apresenta fôrmas usadas destinadas às vigotas constituída por treliça e concreto armado. Figura 3: Fôrma para modelagem de vigotas Fonte: (Desenho do autor) 4.4 Desmoldante Sobre as fôrmas limpas aplicava-se a cera ou óleo desmoldante, substância antiaderente 16 que tinha a função de facilitar a desforma sem danificar as vigotas. A concretagem das fôrmas apenas era realizada após a secagem do desmoldante. Figura 4: Fôrma parcialmente coberta por desmoldante Fonte: (Desenho do autor) 4.5 Concretagem de vigotas treliçadas O processo de concretagem das vigotas treliçadas era iniciado com a solução desmoldante seca. As fôrmas eram preenchidas com concreto transportado em baldes e regularizado com o uso de colher de pedreiro. 4.6 Concretagem de vigotas de concreto armado A vigota de concreto armado tinha sua armadura montada com espaçadores a cada 50 cm para garantir o posicionamento ideal da armadura. Após estar devidamente posicionada na fôrma iniciava-se o lançamento do concreto. 17 Figura 5: Fôrma de vigota de concreto armado com armadura posicionada para concretagem Fonte: (Desenho do autor) 4.7 Adensamento do concreto Esta etapa tinha o objetivo específico de eliminar os espaços ocupados por ar e proporcionar coesão perfeita do concreto das vigotas em forma de T por meio de vibração. A mesa vibratória era o equipamento utilizado, e era observado cuidadosamente o tempo de permanência das peças sobre o equipamento, pois a vibração excessiva causava a desagregação do concreto. 4.8 Fixação das treliças no concreto Após o lançamento e acomodação necessária do concreto, fixava-se as armaduras adicionais de reforço, quando previsto no projeto, e com leves movimentos manuais era Espaçador Armadura 18 fixada a treliça na base de concreto. 4.9 Cura das vigotas No processo de cura, as peças pré-moldadas eram molhadas três vezes ao dia, por um período de dois dias. Já as vigotas produzidas com cimento ARI permaneciam somente um dia no local de produção. 4.10 Manuseio de vigotas O transporte das vigotas era efetuado com movimetos suaves, sendo realizado o porcedimento por uma pessoa quando a ferragem positiva ficava disposta para cima. Caso o manejo fosse executado por duas pessoas, a ferragem era posicionada voltada para baixo. 5 MONTAGEM DAS VIGOTAS PRÉ-MOLDADA Esta etapa é orientada pelos requisitos do projeto de execução da laje e manual de colocação e montagem dos elementos pré-moldados, observando cuidadosamente os arranjos físicos e especificação de todos os materiais utilizados antes de iniciar-se a montagem da laje. O serviço de montagem da laje pré-fabricada não era realizado pela empresa. Após a entrega das vigotas e do material de enchimento, ficava sob sua responsabilidade a montagem e desmontagem das escoras. 19 5.1 Apoio das vigotas Nos empreendimentos em que está prevista uma cinta de amarração entre a alvenaria de sustentação e a laje, as vigotas eram apoiadas com o mínimo de 3 cm. Quando a execução ocorria sobre a alvenaria, o apoio mínimo utilizado era de 5 cm. Figura 6: Vigota apoiada sobre cinta de amarração Fonte: (Desenho do autor) 5.2 Escoramento O escoramento é umas das etapas mais importantes na execução das lajes pré-moldadas. Esta estrutura provisória deve ser prevista no projeto, pois nelas serão descarregadas todas as cargas do concretono período de cura da estrutura. As escoras eram instaladas no sentido transversal das vigotas, com a altura dos pontaletes sugerida em projeto para Canaleta cerâmica tipo J Apoio mínimo de 3 cm Cinta de amarração 20 formar a contraflecha ideal. Antes de iniciar a distribuição das travelas, as escoras eram apoiadas sobre calço e cunha fixos em bases firmes para impedir possíveis recalques durante o lançamento do concreto. A escoras eram retiradas após o período mínimo de 18 dias após a concretagem da laje e 28 dias para lajes em balanço. Figura 7: Escoramento de laje pré-fabricada Fonte: (Desenho do autor) 5.3 Contraflecha A contraflecha é o “Deslocamento vertical intencional aplicado nas vigotas pré-fabricadas durante a montagem, por meio do escoramento, contrário ao sentido da flecha” (NBR 14859-1,2002, p.3 ). Este deslocamento vertical é calculado e forma sutiumente um arco sobreposto às vigotas pré-moldada durante o cimbramento, designado a proprorcionar futura acomodação da laje após sua concretagem. 21 Figura 8: Contraflecha Fonte: (Desenho do autor) Tabela 1: Cálculo de contraflecha Vão livre (m) Contraflecha (cm) 2,5 a 3,95 1 4,0 a 4,95 1,5 2,0 a 5,95 2 6,0 a 7,95 2,5 8,0 a 10,0 3 10,0 a 12,0 3,5 Fonte: Doutores da construção (2002) 22 CONCLUSÃO O estágio foi de grande valor e importância para o discente, possibilitando a vivência de modo prático dos vários tópicos abordados nas disciplinas de materiais de construção, estruturas, gerenciamento de obras e serviços. Assim, aplicou-se no estágio os conhecimentos teóricos do curso Técnico em Edificações, contribuindo para a formação profissional e o convívio com os desafios do trabalho em campo. Dessa forma, o discente sentiu-se completo com o resultado da experiência do estágio, acreditando que os objetivos foram cumpridos com sucesso. 23 REFERÊNCIAS ACKER, A. V. Manual de sistemas pré-fabricados de concreto. Tradução: Marcelo Ferreira (ABCIC-2002). 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14859-1: Laje pré-fabricada, parte 1: Lajes unidirecionais: apresentação. Rio de Janeiro: Ed. da ABNT, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6118: projetos de estruturas de concreto- procedimento: apresentação. Rio de Janeiro: Ed. da ABNT, 2002. Cunha, Mateus ORTIGOSA. Recomendações para projetos de lajes formadas por vigotas com armação treliçada. 2012. Dissertação (Mestrado). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Carlos. São Carlos. DOUTORES DA CONSTRUÇÃO. Cobertura de lajes. Manual de treinamento 2010. FLÓRIO, Márcio Cardoso. Projeto e execução de lajes unidirecionais com vigotas em concreto armado. 2004. Dissertação(Mestrado). Programa de pós-graduação em construção civil, universidade federal de São Carlos. São Carlos. PUMA - ARMAÇÃO TRELIÇADA. Manual de fabricação – lajes treliçadas. São Paulo, 2003. Acesso em: 21 jan. 2010. Disponível em <http://www.doutoresdaconstrução.com.br>. SAUGADO, Julio Cesar. Técnicas e Práticas construtivas para edificação. Editora Erica 2ª edição 2011. SILVA. Bernard Rigão da. Contribuições à análise estrutural de lajes pré-fabricadas com vigotas treliçadas. 2012. Dissertação (Mestrado). Centro de tecnologia programa de pós-graduação em engenharia civil. Universidade federal de Santa Maria. Santa Maria. 24 SOUZA, Josué Alves Produção de peças estruturais de concreto pré-moldado. 2013.Relatório de estagio obrigatório (graduação em engenharia civil) Departamento de engenharia civil, Universidade do planalto catarinense. Lajes