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Aula 07 Despesa publica


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CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 
TEORIA, EXERCÍCIOS E DISCURSIVA P/ TCU 
PROFESSOR: SÉRGIO MENDES 
 
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Aula 7 
DESPESA PÚBLICA 
 
 
Olá amigos! Como é bom estar aqui! 
 
Fiquei muito feliz com o resultado das redações, mesmo considerando que fui 
bem mais rigoroso que a Banca na análise do conteúdo. Estão no caminho 
certo! As redações que estão com poucos comentários, no meu ponto de vista, 
estão realmente excelentes. Por outro lado, quanto à grande maioria que está 
com várias observações, não é motivo para desânimo. Como disse, estou 
sendo detalhista, porque esse é nosso objetivo. Se estivesse ainda no Exército 
diria que é “treinamento difícil, combate fácil”. 
 
Todas as redações recebidas foram corrigidas e enviadas. Se algum aluno não 
recebeu favor avisar no e-mail sergiomendes@pontodosconcursos.com.br 
 
Após a parte objetiva tecerei comentários gerais às propostas de temas I, II e 
III. A seguir, passarei algumas orientações sobre a resolução de questões 
discursivas. Ao final, apresentarei novas propostas de temas. 
 
Antes, estudaremos nesta aula a Despesa Pública. 
 
A despesa assume fundamental importância na Administração Pública por 
também estar envolvida em situações singulares, como o estabelecimento de 
limites legais impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Ainda, possibilita a 
realização de estudos e análises acerca da qualidade do gasto público e do 
equilíbrio fiscal das contas públicas. 
 
O conhecimento dos aspectos relacionados com a Despesa no âmbito do setor 
público, principalmente em face à LRF, contribui para a transparência das 
contas públicas e para o fornecimento de informações de melhor qualidade aos 
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diversos usuários, bem como permite estudos comportamentais no tempo e no 
espaço. 
 
O orçamento é instrumento de planejamento de qualquer entidade, pública ou 
privada, e representa o fluxo de ingressos e aplicação de recursos em 
determinado período. Dessa forma, despesa orçamentária é fluxo que deriva 
da utilização de crédito consignado no orçamento da entidade, podendo ou não 
diminuir a situação líquida patrimonial. 
 
Segundo Aliomar Baleeiro, despesa pública é a aplicação de certa quantia em 
dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro de uma 
autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo. 
 
1. ESTRUTURA DA PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA DESPESA 
 
A compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e 
organização, as quais são implementadas por meio de um sistema de 
classificação estruturado com o propósito de atender às exigências de 
informação demandadas por todos os interessados nas questões de finanças 
públicas, como os poderes públicos, as organizações públicas e privadas e os 
cidadãos em geral. 
 
A estrutura da programação orçamentária da despesa é divida em: 
Programação qualitativa: o Programa de Trabalho define qualitativamente a 
programação orçamentária e deve responder, de maneira clara e objetiva, às 
perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vista 
operacional, composto dos seguintes blocos de informação: Classificação por 
Esfera, Classificação Institucional, Classificação Funcional e Estrutura 
Programática. 
 
Programação quantitativa: compreende a programação física e financeira. A 
programação física define quanto se pretende desenvolver do produto por 
meio da meta física, que corresponde a quantidade de produto a ser ofertado 
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por ação, de forma regionalizada, se for o caso, num determinado período e 
instituída para cada ano. Já a programação financeira define o que adquirir e 
com quais recursos, por meio da natureza da despesa, identificador de uso, 
fonte de recursos, identificador de operações de crédito, identificador de 
resultado primário, dotação e justificativa. 
 
Segundo Fabiano Core, com base nas classificações utilizadas em um 
determinado processo orçamentário, é possível identificar o estágio da técnica 
adotada. Assim, um orçamento que se estrutura apenas com a informação de 
elemento de despesa ou objeto de gasto (o que será gasto ou adquirido), além, 
naturalmente, do aspecto institucional, caracteriza um orçamento tradicional ou 
clássico. Por apresentar somente uma dimensão, isto é, o objeto de gasto, 
também é conhecido como um orçamento unidimensional; já o orçamento em 
que, além do objeto de gasto, encontra-se presente a explicitação do programa 
de trabalho, representado pelas ações desenvolvidas (em que serão gastos os 
recursos), corresponderia a um orçamento bidimensional, também conhecido 
como orçamento de desempenho ou funcional; e o orçamento tridimensional 
seria aquele que agregaria ao tipo anterior uma outra dimensão, que seria o 
objetivo da ação governamental (para que serão gastos os recursos), o que 
tipifica um orçamento-programa. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO POR ESFERA ORÇAMENTÁRIA 
 
A primeira classificação da programação qualitativa é a classificação por 
esfera orçamentária. A esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o 
orçamento é fiscal, da seguridade social ou de investimento das empresas 
estatais, conforme disposto no § 5º do art. 165 da CF/88: 
• Orçamento Fiscal: referente aos Poderes da União, seus fundos, 
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
• Orçamento de Investimento: orçamento das empresas em que a 
União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com 
direito a voto; e 
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• Orçamento da Seguridade Social: abrange todas as entidades e 
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como 
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
 
A classificação por esfera aponta “em qual orçamento” será alocada a despesa. 
Na base do Sistema de Orçamento o campo destinado à esfera orçamentária é 
composto de dois dígitos e será associado à ação orçamentária, com os 
seguintes códigos: 
 
CÓDIGO ESFERA ORÇAMENTÁRIA 
10 Orçamento Fiscal 
20 Orçamento da Seguridade Social 
30 Orçamento de Investimentos 
 
Caiu na prova: 
(CESPE – Planejamento e Execução Orçamentária – Min. da Saúde – 2008) 
Entre os componentes da programação qualitativa do orçamento está a 
classificação por esfera orçamentária, que pode ser dividida em orçamento 
fiscal, orçamento de investimento, orçamento da seguridade social e orçamento 
monetário. 
 
A classificação por esfera orçamentária está entre os componentes da 
programação qualitativa do orçamento. Ela é divida em orçamento fiscal (10), 
orçamento da seguridade social (20) e orçamento de investimentos (30). 
Não existe mais orçamento monetário. 
Resposta: Errada. 
 
3. CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL 
 
A classificação institucional reflete a estrutura organizacional de alocação dos 
créditosorçamentários, e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão 
orçamentário e unidade orçamentária. 
 
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Segundo o art.14 da Lei 4320/64, constitui unidade orçamentária o 
agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que 
serão consignadas dotações próprias. As dotações orçamentárias, 
especificadas por categoria de programação em seu menor nível, são 
consignadas às unidades orçamentárias, que são as estruturas administrativas 
responsáveis pelas dotações e pela realização das ações. Órgão orçamentário 
é o agrupamento de unidades orçamentárias. 
 
A classificação institucional aponta “quem faz” a despesa. Ela permite 
comparar imediatamente as dotações recebidas por cada órgão ou unidade 
orçamentária, pois identifica o agente responsável pelas dotações autorizadas 
pelo Legislativo, para dado programa. Assim, o agente encarregado do gasto 
pode ser identificado na classificação institucional. 
 
Um órgão ou uma unidade orçamentária não corresponde necessariamente a 
uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos 
especiais e com os “órgãos” “Transferências a Estados, Distrito Federal e 
Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, 
“Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de 
Contingência”. No entanto, são um conjunto de dotações que são 
administradas por órgãos do governo que também têm suas próprias dotações. 
 
O código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os 
dois primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à unidade 
orçamentária: 
 
1º 2º 3º 4º 5º 
Órgão Orçamentário Unidade Orçamentária 
 
Exemplos: O Órgão 26000 Ministério da Educação tem diversas Unidades 
Orçamentárias, como 26105 – Instituto Benjamin Constant; 26237 - 
Universidade Federal de Juiz de Fora; 26290 – INEP. Todas essas 
correspondem a uma estrutura administrativa, com pessoal, espaço físico, etc. 
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Mas também têm outras Unidades Orçamentárias sob sua supervisão, como 
74902 - Recursos sob Supervisão do Fundo de Financiamento ao Estudante do 
Ensino Superior/FIEES - Min. da Educação (Órgão Operações Oficiais de 
Crédito) e 73107 Recursos sob Supervisão do Ministério da Educação (Órgão 
Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios). 
São Unidades Orçamentárias, mas não correspondem a uma estrutura 
administrativa, são somente fundos que gerem recursos. 
 
Caiu na prova: 
(ESAF – AFC/CGU – Auditoria e Fiscalização - 2006) A classificação 
institucional da despesa é um critério indispensável para a fixação de 
responsabilidades e os consequentes controles e avaliações. Aponte a única 
opção que não pode ser considerada vantagem do critério institucional. 
a) Permite comparar imediatamente os vários órgãos, em termos de dotações 
recebidas. 
b) Usado de forma predominante, impede que se tenha uma visão global das 
finalidades dos gastos do governo, em termos das funções precípuas que deve 
cumprir. 
c) Permite identificar o agente responsável pelas dotações autorizadas pelo 
Legislativo, para dado programa. 
d) Serve como ponto de partida para o estabelecimento de um programa de 
contabilização de custos dos vários serviços ou unidades administrativas. 
e) Quando combinado com a classificação funcional, permite focalizar num 
único ponto a responsabilidade pela execução de determinado programa. 
 
a) Correta. A classificação institucional permite comparar imediatamente as 
dotações recebidas por cada órgão ou unidade orçamentária. 
b) É a incorreta. Trata-se de uma desvantagem. Na classificação institucional 
temos o agente encarregado do gasto, ou seja, o órgão e a unidade 
orçamentária. Para que se tenha uma visão global das finalidades dos gastos 
do governo, é necessário combiná-la com outras classificações, como com a 
estrutura programática assim determinada pela Portaria nº 42/99 e com a 
classificação por natureza da despesa. 
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c) Correta. A classificação institucional aponta “quem faz” a despesa, 
permitindo identificar o agente responsável pelas dotações autorizadas pelo 
Legislativo, para dado programa. 
d) Correta. É um ponto de partida importante, pois a classificação institucional 
nos leva ao agente encarregado do gasto, fundamental para a implantação de 
um sistema de custos no nível serviço, órgão ou unidade. 
e) Correta. Combinada com outras, a classificação institucional nos permite 
chegar a diversas informações, como focalizar dentro de um programa a 
responsabilidade por sua execução. 
Resposta: Letra B 
 
4. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL 
 
A classificação funcional, por funções e subfunções, busca responder 
basicamente à indagação “em que” área de ação governamental a despesa 
será realizada. 
 
A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº 42, de 14 de abril 
de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rol 
de funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos 
públicos por área de ação governamental nas três esferas de Governo. A 
Portaria 42/99 do MPOG atualiza a discriminação da despesa por funções de 
que trata a Lei 4320/64; estabelece os conceitos de função, subfunção, 
programa, projeto, atividade, operações especiais; e dá outras providências. 
Trata-se de uma classificação de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos 
Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União, o que permite a 
consolidação nacional dos gastos do setor público. 
 
Essa Portaria dispõe que: 
Art. 4º Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão identificadas em 
termos de funções, subfunções, programas, projetos, atividades e 
operações especiais. 
 
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A classificação funcional é representada por cinco dígitos. Os dois primeiros 
referem-se à função, enquanto que os três últimos dígitos representam a 
subfunção, que podem ser traduzidos como agregadores das diversas áreas de 
atuação do setor público, nas esferas legislativa, executiva e judiciária. 
 
1º 2º 3º 4º 5º 
Função Subfunção 
 
A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas 
áreas de atuação do setor público. Está relacionada com a missão institucional 
do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda relação 
com os respectivos Ministérios. 
 
No entanto, tem-se a função “Encargos Especiais”, a qual engloba as 
despesas em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser 
gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, 
indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. 
 
Nesse caso, as ações estarão associadas aos programas do tipo "Operações 
Especiais" que constarão apenas doorçamento, não integrando o PPA. 
 
Segundo o art.1º da Lei 11653/08 (Lei do PPA 2008-2011): 
§ 2o Não integram o Plano Plurianual os programas destinados exclusivamente 
a operações especiais. 
 
A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à função 
e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da 
agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da 
natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções. As 
subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas às quais 
estão relacionadas na Portaria 42/99. 
 
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As ações devem estar sempre conectadas às subfunções que representam sua 
área específica. Existe a possibilidade de matricialidade na conexão entre 
função e subfunção, ou seja, combinar qualquer função com qualquer 
subfunção, mas não na relação entre ação e subfunção. 
 
Deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão. Assim, 
a programação de um órgão, via de regra, é classificada em uma única função, 
ao passo que a subfunção é escolhida de acordo com a especificidade de cada 
ação. 
A exceção à matricialidade encontra-se na função 28 – Encargos Especiais e 
suas subfunções típicas que só podem ser utilizadas conjugadas. 
 
Atenção: Muito cobrado em provas! As subfunções poderão ser combinadas 
com funções diferentes daquelas às quais estejam vinculadas. 
 
Exemplos: 
FUNÇÃO SUBFUNÇÃO 
12 – Educação 
361 – Ensino Fundamental 
362 – Ensino Médio 
363 – Ensino Profissional 
364 – Ensino Superior 
365 – Educação Infantil 
366 – Educação de Jovens e Adultos 
367 – Educação Especial 
01- Legislativa 031 – Ação Legislativa 032 – Controle Externo 
 
Podemos combinar a subfunção com a função vinculada, como 12.364 – 
Educação e Ensino superior; 01031 – Legislativa e Ação Legislativa. 
 
No entanto, pela regra da matricialidade, também podemos combinar as 
subfunções com funções diferentes daquelas vinculadas, como: 01.365 – 
Legislativa e Educação infantil, usada na classificação da assistência pré-
escolar aos dependentes de servidores e empregados. 
 
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5. ESTRUTURA PROGRAMÁTICA 
 
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a 
realização dos objetivos estratégicos definidos para o período do Plano 
Plurianual – PPA, que é de quatro anos. 
 
O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que 
articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um 
objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no 
plano, visando à solução de um problema ou o atendimento de determinada 
necessidade ou demanda da sociedade. 
 
A estrutura programática também tem previsão na Portaria 42/99. A finalidade 
essencial da classificação programática é demonstrar as realizações do 
Governo e a efetividade de seu trabalho em prol da população. É a mais 
moderna das classificações orçamentárias da despesa, tendo surgido visando 
permitir a representação do programa de trabalho. 
 
A organização das ações do Governo sob a forma de programas visa 
proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública e 
ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade, 
bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos. 
 
Os Programas são classificados em dois tipos: 
• Programas Finalísticos: dos quais resultam bens ou serviços ofertados 
diretamente à sociedade, cujos resultados sejam passíveis de 
mensuração. Exemplos: Brasil Universitário, Calha Norte, Cidadania e 
Efetivação do Direito das Mulheres. 
• Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais: são 
programas voltados aos serviços típicos de Estado, ao planejamento, à 
formulação de políticas setoriais, à coordenação, à avaliação ou ao 
controle dos programas finalísticos, resultando em bens ou serviços 
ofertados ao próprio Estado, podendo ser composto inclusive por 
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despesas de natureza tipicamente administrativas. Exemplos: 
Administração Tributária e Aduaneira, Controle Externo, 
Desenvolvimento de Competências em Gestão Pública. 
 
Cuidado: Essa é a classificação atual! Alguns livros antigos ainda trazem a 
antiga classificação em 4 tipos que não existe mais! 
 
O programa finalístico deve conter objetivo, indicador que quantifica a situação 
que o programa tenha como finalidade modificar e os produtos (bens e 
serviços) necessários para atingir o objetivo. Para cada programa finalístico é 
obrigatório haver pelo menos um indicador. Para os programas de apoio às 
políticas e áreas especiais a presença de indicadores é facultativa. 
 
A partir do programa são identificadas as ações sob a forma de atividades, 
projetos ou operações especiais, especificando os respectivos valores e metas 
e as unidades orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A cada 
projeto ou atividade só poderá estar associado um produto, que, quantificado 
por sua unidade de medida, dará origem à meta. A finalidade do gasto pode 
ser observada na estrutura programática. 
 
As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que 
contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no 
conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes 
da federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, 
subvenções, auxílios, contribuições, financiamentos, etc. 
As ações, conforme suas características, podem ser classificadas como 
atividades, projetos ou operações especiais, segundo a Portaria 42/99: 
• Atividade: é um instrumento de programação utilizado para alcançar o 
objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se 
realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um 
produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. 
Exemplos: “Fiscalização e Monitoramento das Operadoras de Planos e 
Seguros Privados de Assistência à Saúde”, “Manutenção de Sistema de 
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Transmissão de Energia Elétrica”; “Vigilância Sanitária em Serviços de 
Saúde”. 
• Projeto: é um instrumento de programação utilizado para alcançar o 
objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, 
limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a 
expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo. Exemplos: 
“Implantação da rede nacional de bancos de leite humano”, “Implantação 
de Poços Públicos”; “Construção da Interligação das Rodovias 
BR 040/262/381 no Estado de Minas Gerais”. 
• Operação Especial: despesas que não contribuem para a manutenção, 
expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não 
resulta um produto, e não gera contraprestação direta sob a forma de 
bens ou serviços. Exemplos: Amortização,juros, encargos e rolagem da 
dívida contratual e mobiliária; Pagamento de aposentadorias e pensões; 
Transferências constitucionais ou legais por repartição de receita (FPM, 
FPE, Salário-Educação, Compensação de Tributos ou Participações aos 
Estados, Distrito Federal e Municípios, Transferências ao DF); 
Pagamento de indenizações, ressarcimentos, abonos, seguros, auxílios, 
benefícios previdenciários, benefícios de assistência social; Reserva de 
contingência, inclusive as decorrentes de receitas próprias ou 
vinculadas; Cumprimento de sentenças judiciais (precatórios, sentenças 
de pequeno valor, sentenças contra empresas, débitos vincendos, etc.). 
 
Nos exemplos acima foram citados os títulos da ação. O título é forma pela 
qual a ação será identificada pela sociedade e será apresentada no PPA, LDOs 
e LOAs. Expressa, em linguagem clara, o objeto da ação. 
 
No caso de projetos de grande vulto, a individualização do projeto em título 
específico é obrigatória. Ou seja, um projeto de grande vulto não pode ser 
incluído no título de outra ação, já que deve ter um título próprio. 
 
SUBTÍTULOS (localizador do gasto): a Portaria 42/99 não estabelece 
critérios para a indicação da localização física das ações, mas a adequada 
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localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a 
implantação das políticas públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, 
os custos e os impactos da ação governamental. 
 
Segundo o MTO/2010, as atividades, projetos e operações especiais serão 
detalhados, ainda, em subtítulos, utilizados especialmente para especificar a 
localização física da ação, não podendo haver, por conseguinte, alteração da 
finalidade da ação, do produto e das metas estabelecidas. 
 
A finalidade expressa o objetivo a ser alcançado pela ação, ou seja, o porquê 
do desenvolvimento dessa ação. O produto é o bem ou serviço que resulta da 
ação, destinado ao público-alvo ou o investimento para a produção deste bem 
ou serviço. Cada ação deve ter um único produto, como "servidor treinado" e 
"estrada construída". A unidade de medida é o padrão selecionado para 
mensurar a produção do bem ou serviço. 
A localização do gasto poderá ser de abrangência nacional, no exterior, por 
Região (NO, NE, CO, SD, SL), por Estado ou Município ou, excepcionalmente, 
por um critério específico, quando necessário. A LDO da União veda que na 
especificação do subtítulo haja referência a mais de uma localidade, área 
geográfica ou beneficiário, se determinados. 
 
Exemplos de Subtítulos: 
 
Localizações Padronizadas (uso SOF): 
0001 Nacional NA 
0002 No Exterior EX 
 
Regiões Geográficas (baseada no padrão IBGE): 
0010 Na Região Norte NO 
0020 Na Região Nordeste NE 
0030 Na Região Sudeste SD 
0040 Na Região Sul SL 
0050 Na Região Centro-Oeste CO 
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Estados da Federação (baseada no padrão IBGE): 
0011 No Estado de Rondônia RO 
0012 No Estado do Acre AC 
0013 No Estado do Amazonas AM 
0014 No Estado de Roraima RR 
0015 No Estado do Pará PA 
0016 No Estado do Amapá AP 
Etc. 
 
Na União, o subtítulo representa o menor nível de categoria de programação e 
será detalhado por esfera orçamentária, grupo de natureza de despesa, 
modalidade de aplicação, identificador de resultado primário, identificador de 
uso e fonte de recursos, sendo o produto e a unidade de medida os mesmos 
da ação orçamentária. 
 
Na base do Sistema, o campo que identifica o Programa contém quatro (4) 
dígitos. 
 
1º 2º 3º 4º 
Programa 
 
Já a Ação é identificada por um código alfanumérico de 8 dígitos: 
 
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 
Ação Subtítulo 
 
Ao observar o 1º dígito do código pode-se identificar o tipo de ação: 
 
1º Dígito Tipo de Ação 
1, 3, 5 ou 7 Projeto 
2, 4, 6 ou 8 Atividade 
0 Operação Especial 
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Ação não-orçamentária (ação sem dotação nos orçamentos na 
União, mas que participa dos programas do PPA) 
 
Repare que os números ímpares são projetos (exceto 9) e os pares são 
atividades (exceto 0). 
 
Caiu na prova: 
(CESGRANRIO – Planejamento, Orçamento e Finanças - IBGE – 2010) O 
ordenador de despesas de determinado órgão público inclui, no planejamento 
orçamentário, uma ação de governo visando a alcançar os objetivos de um 
programa e que envolve um conjunto de operações limitadas no tempo, das 
quais resultará um produto final que concorrerá para a expansão ou o 
aperfeiçoamento da ação governamental. De acordo com o disposto na 
legislação vigente, essa ação é classificada como: 
(A) projeto. 
(B) função. 
(C) atividade. 
(D) subprograma. 
(E) operações especiais. 
 
O Projeto é um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo 
de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, 
das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o 
aperfeiçoamento da ação de Governo. 
Resposta: Letra A 
 
6. CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DA DESPESA 
 
6.1 Considerações Iniciais 
 
A Lei 4.320/64 trata da classificação da despesa por categoria econômica e 
elementos nos artigos 12 e 13. Assim como no caso da receita, o art. 8º 
estabelece que os itens da discriminação da despesa mencionados no art. 13 
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serão identificados por números de código decimal, na forma de anexos dessa 
Lei. No entanto, atualmente, devemos seguir o que está consubstanciado no 
Anexo II da Portaria Interministerial SOF/STN 163/01. 
 
O conjunto de informações que formam o código é conhecido como 
classificação por natureza de despesa e informa a categoria econômica, o 
grupo a que pertence, a modalidade de aplicação e o elemento. Temos ainda o 
desdobramento facultativo do elemento da despesa. 
 
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 
Categoria 
Econômica 
Grupo de 
natureza 
Modalidade 
de Aplicação 
Elemento 
de despesa
Desdobramento 
facultativo do 
elemento 
 
Atenção: o art. 6º da referida Portaria dispõe que na lei orçamentária, a 
discriminação da despesa, quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por 
categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de 
aplicação. 
 
A classificação da Reserva de Contingência, quanto à natureza da despesa 
orçamentária, será identificada com o código “9.9.99.99” e a Reserva do 
Regime Próprio de Previdência dos Servidores (Reserva do RPPS) pelo código 
“9.7.99.99”. 
 
6.2 Categoria Econômica – 1º Nível 
 
Assim como a receita, este nível da classificação por natureza obedece ao 
critério econômico. Permite analisar o impacto dos gastos públicos na 
economia do país. A despesa é classificada em duas categorias econômicas, 
com os seguintes códigos: 
 
3 – Despesas Orçamentárias Correntes; 
4 - Despesas Orçamentárias de Capital. 
 
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• Despesas Orçamentárias Correntes: classificam-se nessa categoria 
todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação 
ou aquisição de um bem de capital; 
• Despesas Orçamentárias de Capital: classificam-se nessa categoria 
aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou 
aquisição de um bem de capital. 
 
6.3 Grupo de Natureza da Despesa (GND) – 2º Nível 
 
6.3.1 Conceito 
 
É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características 
quanto ao objeto de gasto, conforme discriminado a seguir: 
 
QUADRO GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA 
1 - Pessoal e Encargos Sociais 
2 - Juros e Encargos da Dívida 
3 - Outras Despesas Correntes 
4 - Investimentos 
5 - Inversões financeiras 
6 - Amortização da Dívida 
7 – Reserva do RPPS 
9 - Reserva de Contingência 
 
6.3.2 GND das Despesas Correntes 
 
• Pessoal e Encargos Sociais: despesas de natureza remuneratória 
decorrente do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de 
confiança no setor público, do pagamento dos proventos de 
aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de 
responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, 
contribuição a entidades fechadas de previdência, outros benefícios 
assistenciais classificáveis neste grupo de despesa, bem como soldo, 
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gratificações, adicionais e outros direitos remuneratórios, pertinentes a 
este grupo de despesa, previstos na estrutura remuneratória dos 
militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de pessoal 
requisitado, despesas com a contratação temporária para atender a 
necessidade de excepcional interesse público e despesas com contratos 
de terceirização de mão-de-obra que se refiram à substituição de 
servidores e empregados públicos, em atendimento ao disposto no art. 
18, § 1º, da LRF. 
• Juros e Encargos da Dívida: despesas com o pagamento de juros, 
comissões e outros encargos de operações de crédito internas e 
externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária. 
• Outras Despesas Correntes: despesas com aquisição de material de 
consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-
alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria 
econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos 
de natureza de despesa. 
 
6.3.3 GND das Despesas de Capital 
 
• Investimentos: despesas orçamentárias com softwares e com o 
planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de 
imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a 
aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. 
• Inversões Financeiras: despesas orçamentárias com a aquisição de 
imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos 
representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer 
espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do 
capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas, além 
de outras despesas classificáveis neste grupo. 
• Amortização da Dívida: despesas com o pagamento e/ou 
refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da 
dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária. 
 
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6.3.4 Reservas 
 
Reserva do Regime Próprio de Previdência do Servidor: consoante o 
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público da STN/SOF, os ingressos 
previstos que ultrapassarem as despesas orçamentárias fixadas num 
determinado exercício constituem o superávit orçamentário inicial, destinado a 
garantir desembolsos futuros do Regime Próprio de Previdência Social – 
RPPS, do ente respectivo. Assim sendo, este superávit orçamentário 
representará a fração de ingressos que serão recebidos sem a expectativa de 
execução de despesa orçamentária no exercício e constituirá a reserva 
orçamentária para suportar déficit futuros, onde as receitas orçamentárias 
previstas serão menores que as despesas orçamentárias. 
Dessa forma, o orçamento do fundo próprio de previdência deve ser 
constituído, do lado da receita orçamentária, pela previsão das contribuições 
dos segurados e demais receitas, e do lado da despesa, a dotação das 
despesas a serem realizadas durante o exercício, evidenciando a reserva 
correspondente dos recursos que não serão desembolsados por se tratar de 
poupança para fazer face aos compromissos futuros. 
Por ocasião da elaboração do orçamento de um exercício, deve ser apurada a 
diferença entre receita orçamentária prevista e despesa orçamentária fixada, a 
ser realizada neste exercício, no intuito de evidenciar a Reserva 
correspondente ao superávit, utilizando a mesma metodologia da Reserva de 
Contingência. Ressalte-se que este procedimento é efetuado apenas para fins 
de elaboração e transferência do orçamento, pois a execução correspondente 
refletirá o superávit orçamentário fixado pela reserva que será utilizada para 
pagamentos previdenciários futuros. Destaque-se que a reserva do RPPS 
também poderá ser utilizada durante o exercício, caso necessário, para a 
abertura de créditos adicionais com o objetivo de atender a compromissos 
desse Regime. 
 
Reserva de Contingência: é definida na LDO com base na Receita Corrente 
Líquida. Compreende o volume de recursos destinados ao atendimento de 
passivos contingentes e outros riscos, bem como eventos fiscais imprevistos. 
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Essa reserva poderá ser utilizada para abertura de créditos adicionais, desde 
que definida na LDO. 
Os Passivos Contingentes são representados por demandas judiciais, dívidas 
em processo de reconhecimento e operações de aval e garantias dadas pelo 
Poder Público. Os outros riscos a que se refere o § 3º do art. 4º da LRF são 
classificados em duas categorias: Riscos Fiscais Orçamentários e Riscos 
Fiscais de Dívida. 
 
Riscos Fiscais Orçamentários: estão relacionados à possibilidade das 
receitas e despesas projetadas na elaboração do projeto de lei orçamentária 
anual não se confirmarem durante o exercício financeiro. 
Com relação à receita orçamentária, algumas variáveis macroeconômicas 
podem influenciar no montante de recursos arrecadados, dentre as quais pode-
se destacar: o nível de atividade da economia e as taxas de inflação, câmbio e 
juros. A redução do Produto Interno Bruto – PIB, por exemplo, provoca queda 
na arrecadação de tributos por todos os entes da federação. 
No que diz respeito à despesa orçamentária, a criação ou ampliação de 
obrigações decorrentes de modificações na legislação, por exemplo, requer 
alteração na programação original constante da Lei Orçamentária. 
 
Riscos Fiscais da Dívida: estão diretamente relacionados às flutuações de 
variáveis macroeconômicas, tais como taxa básica de juros, variação cambial e 
inflação. Para a dívida indexada ao Sistema Especial de Liquidação e Custódia– SELIC, por exemplo, um aumento sobre a taxa de juros estabelecido pelo 
Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil elevaria o nível de 
endividamento do governo. 
 
Cuidado: muito cobrado em provas! Consoante a natureza da despesa, o grupo 
“amortização da dívida” deverá ser classificado na categoria econômica de 
despesas de capital. No entanto, o grupo “juros e encargos da dívida” 
deverá ser classificado na categoria econômica de despesas correntes. 
 
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Atenção: diferenças entre investimentos e inversões financeiras nas 
aplicações em imóveis relacionadas ao PIB: o Produto Interno Bruto (PIB) 
se refere ao valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos 
dentro do território econômico do país, independentemente da nacionalidade 
dos proprietários das unidades produtoras desses bens e serviços. 
 
Podemos concluir dos conceitos de investimentos e inversões financeiras que 
as despesas do grupo investimento contribuem para a formação do Produto 
Interno Bruto. A inversão financeira é a despesa de capital que, ao contrário de 
investimentos, não gera serviços e incremento ao PIB. Por exemplo, a 
aquisição de um prédio já pronto para instalação de um serviço público é 
inversão financeira, pois se mudou a estrutura de propriedade do bem, mas 
não a composição do PIB. Já investimentos são as despesas de capital que 
geram serviços e, em consequência, acréscimos ao PIB. Por exemplo, a 
construção de um novo edifício é um investimento, pois além de gerar serviços 
provoca incremento no PIB. 
 
6.4 Modalidade de Aplicação – 3º Nível 
 
A modalidade de aplicação destina-se a indicar se os recursos serão aplicados 
mediante transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização 
orçamentária para outras esferas de Governo, seus órgãos ou entidades, ou 
diretamente para entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; 
ou, então, diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou por 
outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo. Também 
indica se tais recursos são aplicados mediante transferência para entidades 
privadas sem fins lucrativos, outras instituições ou ao exterior. 
 
A modalidade de aplicação é uma informação gerencial que objetiva, 
principalmente, eliminar a dupla contagem dos recursos transferidos ou 
descentralizados. 
 
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Observa-se que o termo “transferências”, utilizado nos artigos 16 e 21 da Lei 
4.320/64, compreende as subvenções, auxílios e contribuições que atualmente 
são identificados em nível de elementos na classificação da natureza da 
despesa. Não se confundem com as transferências de recursos financeiros, 
representadas pelas modalidades de aplicação, e que são registradas na 
modalidade de aplicação constante da seguinte codificação atual: 
 
Modalidades de Aplicação 
20 transferências à união 
30 transferências a estados e ao distrito federal 
40 transferências a municípios 
50 transferências a instituições privadas sem fins lucrativos 
60 transferências a instituições privadas com fins lucrativos 
70 transferências a instituições multigovernamentais 
71 transferências a consórcios públicos 
80 transferências ao exterior 
90 aplicações diretas 
91 aplicação direta decorrente de operação entre órgãos, fundos e 
entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social 
99 a definir 
 
6.5 Elemento de Despesa – 4º Nível 
 
Tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e 
vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros 
prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, 
equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a 
administração pública utiliza para a consecução de seus fins. Os códigos dos 
elementos de despesa estão definidos no Anexo II da Portaria Interministerial 
nº 163, de 2001: 
 
01 Aposentadorias e Reformas 
03 Pensões 
04 Contratação por Tempo Determinado 
05 Outros Benefícios Previdenciários 
06 Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso 
07 Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência 
08 Outros Benefícios Assistenciais 
09 Salário-Família 
10 Outros Benefícios de Natureza Social 
11 Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil 
12 Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Militar 
13 Obrigações Patronais 
14 Diárias – Civil 
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15 Diárias – Militar 
16 Outras Despesas Variáveis – Pessoal Civil 
17 Outras Despesas Variáveis – Pessoal Militar 
18 Auxílio Financeiro a Estudantes 
19 Auxílio-Fardamento 
20 Auxílio Financeiro a Pesquisadores 
21 Juros sobre a Dívida por Contrato 
22 Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato 
23 Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária 
24 Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária 
25 Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita 
26 Obrigações decorrentes de Política Monetária 
27 Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares 
28 Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos 
30 Material de Consumo 
31 Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras 
32 Material de Distribuição Gratuita 
33 Passagens e Despesas com Locomoção 
34 Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização 
35 Serviços de Consultoria 
36 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Física 
37 Locação de Mão-de-Obra 
38 Arrendamento Mercantil 
39 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica 
41 Contribuições 
42 Auxílios 
43 Subvenções Sociais 
45 Equalização de Preços e Taxas 
46 Auxílio-Alimentação 
47 Obrigações Tributárias e Contributivas 
48 Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas 
49 Auxílio-Transporte 
51 Obras e Instalações 
52 Equipamentos e Material Permanente 
61 Aquisição de Imóveis 
62 Aquisição de Produtos para Revenda 
63 Aquisição de Títulos de Crédito 
64 Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado 
65 Constituição ou Aumento de Capital de Empresas 
66 Concessão de Empréstimos e Financiamentos 
67 Depósitos Compulsórios 
71 Principal da Dívida Contratual Resgatado 
72 Principal da Dívida Mobiliária Resgatado 
73 Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada 
74 Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada 
75 Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação da Receita 
76 Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado 
77 Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado 
81 Distribuição Constitucional ou Legal de Receitas 
91 Sentenças Judiciais 
92 Despesas de Exercícios Anteriores 
93 Indenizações e Restituições 
94 Indenizações e Restituições Trabalhistas 
95 Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo 
96 Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado 
99 A Classificar 
 
É vedada a utilização em projetos e atividades dos elementos de despesa 
41-Contribuições, 42-Auxílios e 43-Subvenções Sociais, o que pode ocorrer 
apenas em operações especiais. 
 
É tambémvedada a utilização de elementos de despesa denominados típicos 
de gastos (ex: 30, 35, 36, 39, 51, 52, etc) em operações especiais. 
 
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Isso ocorre porque os projetos e as atividades devem resultar em um produto 
ou em contraprestação de bens ou serviços, como acontece com os elementos 
típicos de gastos; já as operações especiais não podem gerar produto, por isso 
são usados os elementos correspondentes a contribuições, auxílios e 
subvenções sociais. 
 
6.6 Desdobramento Facultativo do Elemento da Despesa – 5º Nível 
 
Conforme as necessidades de escrituração contábil e controle da execução 
orçamentária, fica facultado por parte de cada ente o desdobramento dos 
elementos de despesa. 
 
Caiu na prova: 
(ESAF – APO/MPOG - 2008) Com base no Manual Técnico do Orçamento - 
2008, a despesa é classificada em duas categorias econômicas: despesas 
correntes e despesas de capital. Aponte a única opção incorreta no que diz 
respeito à Despesa. 
a) Classificam-se em despesas correntes todas as despesas que não 
contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. 
b) Investimentos são despesas com o planejamento e a execução de obras, 
inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização 
destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material 
permanente. 
c) Agrupam-se em amortização da dívida as despesas com o pagamento e/ou 
refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida 
pública interna ou externa. 
d) São incluídas em inversões financeiras as despesas com a aquisição de 
imóveis ou bens de capital já em utilização. 
e) Classificam-se em despesas de capital aquelas despesas que contribuem, 
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, incluindo-se 
as despesas com o pagamento de juros e comissões de operações de crédito 
internas. 
 
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Vamos resolver a questão pelo MTO/2010. O examinador pede a alternativa 
incorreta: 
a) Correta. Classificam-se como despesas correntes todas as despesas que 
não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de 
capital. 
b) Correta. Classificam-se como investimentos as despesas com o 
planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis 
considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de 
instalações, equipamentos e material permanente. 
c) Correta. Classificam-se como amortização da dívida as despesas com o 
pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou 
cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária. 
d) Correta. Classificam-se como inversões financeiras as despesas com a 
aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos 
representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já 
constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a 
constituição ou aumento do capital de empresas. 
e) É a incorreta. Classificam-se como despesas de capital aquelas despesas 
que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de 
capital. Porém, novamente: o grupo “juros e encargos da dívida” deverá ser 
classificado na categoria econômica de despesas correntes. Tal grupo 
corresponde às despesas com o pagamento de juros, comissões e outros 
encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como 
da dívida pública mobiliária. 
Resposta: Letra E 
 
6.7 Regra de Ouro 
 
Compreendida a Classificação por Natureza da Despesa, podemos tratar de 
um assunto muito cobrado em provas. 
 
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A legislação atual atribui uma série de restrições para aplicação de 
determinadas origens da receita de capital em despesas correntes. A CF/88 
estabelece: 
Art. 167. São vedados: 
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das 
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos 
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder 
Legislativo por maioria absoluta. 
 
Essa norma, conhecida como “regra de ouro”, objetiva dificultar a contratação 
de empréstimos para financiar gastos correntes, evitando que o ente público 
tome emprestado de terceiros para pagar despesas de pessoal, juros ou 
custeio. 
De acordo com esta regra, cada unidade governamental deve manter o seu 
endividamento vinculado à realização de investimentos e não à manutenção da 
máquina administrativa e demais serviços. 
 
Importante: Segundo o § 2o do art. 12 da LRF: 
§ 2o O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá 
ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei 
orçamentária. 
Repare que tal parágrafo da LRF descarta as exceções constitucionais. Por 
isso, foi proposta uma Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo 
Tribunal Federal, o qual suspendeu liminarmente a eficácia deste dispositivo. 
Porém, a regra de ouro e suas exceções continuam em pleno vigor devido 
ao dispositivo constitucional. 
 
Cuidado: A receita de uma operação de crédito pode ser aplicada em despesas 
correntes? A resposta é sim, desde que seja observado o dispositivo 
constitucional da regra de ouro. 
 
A LRF também traz os critérios para a apuração das operações de crédito e 
das despesas de capital para efeito da regra de ouro. Segundo o §3o do art. 32, 
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considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos recursos de 
operações de crédito nele ingressados e o das despesas de capital 
executadas, observado o seguinte: 
I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma 
de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com o intuito de promover 
incentivo fiscal, tendo por base tributo de competência do ente da Federação, 
se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste; 
II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido 
por instituição financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da 
operação será deduzido das despesas de capital. 
 
A Resolução do Senado Federal n° 43, de 2001, dispõe sobre as operações de 
crédito interno e externo dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
inclusive concessão de garantias, seus limites e condições de autorização, e dá 
outras providências. O art. 6° trata do cumprimento do limite da regra de ouro, 
o qual deverá ser comprovado mediante apuração das operações de crédito e 
das despesas de capital conforme os critérios definidos na LRF e citados 
acima. Acrescenta também que se verificarão, separadamente, o exercício 
anterior e o exercício corrente, tomando-se por base: 
I - no exercício anterior, as receitas de operações de crédito nele realizadas e 
as despesas de capital nele executadas;e 
II - no exercício corrente, as receitas de operação de crédito e as despesas de 
capital constantes da lei orçamentária. 
 
Ainda, ressalta que entende-se por operação de crédito realizada em um 
exercício o montante de liberação contratualmente previsto para o mesmo 
exercício. Nas operações de crédito com liberação prevista para mais de um 
exercício financeiro, o limite computado a cada ano levará em consideração 
apenas a parcela a ser nele liberada. 
 
Um tipo destacado de operação de crédito é a que ocorre por antecipação de 
receita orçamentária (ARO). Falamos da operação de crédito por ARO quando 
estudamos o princípio da exclusividade, pois ele determina que a lei 
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orçamentária não poderá conter matéria estranha à previsão das receitas e à 
fixação das despesas. Exceção se dá para as autorizações de créditos 
suplementares e operações de crédito, inclusive por ARO. 
 
Vamos aprofundar no estudo da ARO. Já conhecemos o art. 7º da 4320/64: 
Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para: 
 II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de 
crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa. 
 
Esse inciso II do art. 7º da Lei 4320/64 foi parcialmente prejudicado e deve ter 
sua leitura combinada com a LRF, por ser esta mais restritiva. 
Segundo o art. 38 da LRF, a operação de crédito por antecipação de receita 
destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro. 
Apenas poderá ser realizada a partir do décimo dia do início do exercício e 
deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de 
dezembro de cada ano. 
 
Também não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a 
taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa 
básica financeira, ou à que vier a esta substituir. É ainda proibida enquanto 
existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada e no 
último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal. 
 
Importante: Segundo a LRF, as operações de crédito por antecipação de 
receita não serão computadas para efeito da regra de ouro, desde que 
liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro. 
 
A LRF também traz restrições para a aplicação de receitas provenientes de 
conversão em espécie de bens e direitos, tendo em vista o disposto em seu 
art. 44, o qual veda o uso de recursos de alienação de bens e direitos em 
despesas correntes, exceto se aplicada aos regimes de previdência, mediante 
autorização legal, conforme transcrito a seguir: 
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“Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de 
bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de 
despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, 
geral e próprio dos servidores públicos”. 
 
Como se observa, a Legislação procura restringir a aplicação de receitas de 
capital no financiamento de despesas correntes. No entanto, o gestor público 
ainda encontra espaço para custear seus gastos correntes utilizando receitas 
de operações de crédito, desde que o total não ultrapasse as despesas de 
capital ou sejam autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais, 
com finalidade específica e aprovados pelo Poder Legislativo por maioria 
absoluta, assim como a possibilidade de aplicar receitas das demais categorias 
econômicas nos regimes de previdência. 
 
A LRF ainda contempla restrições para a conservação do patrimônio público. 
Inúmeras vezes observamos rodovias caríssimas tornadas intransitáveis pela 
falta de manutenção, edifícios semi-destruídos pela ausência de recursos para 
sua preservação, equipamentos médicos ou científicos inutilizados por inexistir 
peças de reposição. É justamente isso que se pretende evitar. O dispositivo da 
LRF estabelece que a lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão 
novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e 
contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos 
termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias. 
 
7. CLASSIFICAÇÃO POR IDENTIFICADOR DE USO - IDUSO 
 
Esse código vem completar a informação concernente à aplicação dos 
recursos e destina-se a indicar se os recursos compõem contrapartida nacional 
de empréstimos, doações ou destinam-se a outras aplicações, constando da lei 
orçamentária e de seus créditos adicionais. 
CÓ 
Identificador de Uso - IDUSO 
0 Recursos não destinados à contrapartida 
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1 Contrapartida – Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento - BIRD 
2 Contrapartida – Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID 
3 Contrapartida de empréstimos com enfoque setorial amplo 
4 Contrapartida de outros empréstimos 
5 Contrapartida de doações 
 
8. CLASSIFICAÇÃO POR FONTES 
 
É uma classificação tanto da receita como da despesa. Vimos que a 
classificação por natureza da receita busca a melhor identificação da origem do 
recurso segundo seu fato gerador. No entanto, existe a necessidade de 
classificar a receita conforme a destinação legal dos recursos arrecadados. 
As fontes de recursos constituem-se de determinados agrupamentos de 
naturezas de receitas, atendendo a uma determinada regra de destinação 
legal, e servem para indicar como são financiadas as despesas orçamentárias. 
É a individualização dos recursos de modo a evidenciar sua aplicação segundo 
a determinação legal, sendo, ao mesmo tempo, uma classificação da receita e 
da despesa. 
 
A classificação por fontes de recursos consiste de um código de três dígitos: 
 
1º DÍGITO: GRUPO DE FONTES DE RECURSOS 
1 - Recursos do Tesouro – Exercício Corrente 
2 - Recursos de Outras Fontes - Exercício Corrente 
3 - Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores 
6 - Recursos de Outras Fontes - Exercícios Anteriores 
9 - Recursos Condicionados 
 
Definições: 
• Recursos do Tesouro: são aqueles geridos de forma centralizada pelo 
Poder Executivo, que detém a responsabilidade e controle sobre as 
disponibilidades financeiras. Essa gestão centralizada se dá, 
normalmente, por meio do Órgão Central de Programação Financeira, a 
STN, que administra o fluxo de caixa, fazendo liberações aos órgãos e 
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entidades, de acordo com a programação financeira e com base nas 
disponibilidades e nos objetivos estratégicos do governo. 
• Recursos de Outras Fontes: são aqueles arrecadados e controlados 
de forma descentralizada e cuja disponibilidade está sob 
responsabilidade desses órgãos e entidades, mesmo nos casos em que 
dependam de autorização do Órgão Central de Programação Financeira 
para dispor desses valores. De forma geral esses recursos têm origemno esforço próprio das entidades, seja pelo fornecimento de bens, 
prestação de serviços ou exploração econômica do patrimônio próprio. 
• Exercício Corrente e Exercícios Anteriores: corresponde à 
segregação entre recursos arrecadados no exercício corrente daqueles 
de exercícios anteriores, informação importante já que os recursos 
vinculados deverão ser aplicados no objeto para o qual foram 
reservados, ainda que em exercício subsequente ao ingresso (art. 8º da 
LRF). Ressalta-se que os códigos 3 e 6 deverão ser utilizados para 
registro do superávit financeiro do exercício anterior que servirá de base 
para abertura de créditos adicionais, respeitando as especificações das 
destinações de recursos. 
• Recursos Condicionados: são aqueles incluídos na previsão da receita 
orçamentária, mas que dependem da aprovação de alterações na 
legislação para integralização dos recursos. Quando confirmadas tais 
proposições, os recursos são remanejados para as destinações 
adequadas e definitivas. 
 
Os dígitos seguintes são bastante variados. O estudante deve saber que a 
fonte de recursos é composta por 3 dígitos e quais são os grupos do 1° dígito. 
Exemplos de fontes: 
• Fonte 100: Recursos do Tesouro - Exercício Corrente (1); Recursos 
Ordinários (00); 
• Fonte 152: Recursos do Tesouro - Exercício Corrente (1); Resultado do 
Banco Central (52); 
• Fonte 150: Recursos do Tesouro – Exercício Corrente (1); Recursos 
Próprios Não-Financeiros (50); 
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• Fonte 250: Recursos de Outras Fontes – Exercício Corrente (2); 
Recursos Próprios Não-Financeiros (50); 
• Fonte 300: Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores (3); e Recursos 
Ordinários (00). 
 
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público traz algumas 
observações importantes: 
• Como mecanismo integrador entre a receita e despesa, o código de 
destinação/fonte de recursos exerce um duplo papel na execução 
orçamentária. Para a receita orçamentária, esse código tem a finalidade 
de indicar a destinação de recursos para a realização de determinadas 
despesas orçamentárias. Para a despesa orçamentária, identifica a 
origem dos recursos que estão sendo utilizados. Assim, o mesmo código 
utilizado para controle das destinações da receita orçamentária também 
é utilizado na despesa, para controle das fontes financiadoras da 
despesa orçamentária. 
• A destinação de recursos é o processo pelo qual os recursos públicos 
são correlacionados a uma aplicação, desde a previsão da receita até a 
efetiva utilização dos recursos. A destinação pode ser classificada em 
destinação vinculada e destinação ordinária. A destinação vinculada é o 
processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em 
atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela norma. Já a 
destinação ordinária é o processo de alocação livre entre a origem e a 
aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades. 
• O argumento utilizado na criação de vinculações para as receitas é o de 
garantir a despesa correspondente, seja para funções essenciais, seja 
para entes, órgãos, entidades e fundos. Deve ser pautada em 
mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos. Outro 
tipo de vinculação é aquela derivada de convênios e contratos de 
empréstimos e financiamentos, cujos recursos são obtidos com 
finalidade específica. 
• Na execução orçamentária, a codificação da destinação da receita indica 
a vinculação, evidenciando, a partir do ingresso, as destinações dos 
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valores. Quando da realização da despesa, deve estar demonstrada 
qual a fonte de financiamento (fonte de recursos) da mesma, 
estabelecendo-se a interligação entre a receita e a despesa. 
• Assim, no momento do recolhimento/recebimento dos valores, é feita 
classificação por natureza de receita e destinação de recursos, sendo 
possível determinar a disponibilidade para alocação discricionária pelo 
gestor público, e aquela reservada para finalidades específicas, 
conforme vinculações estabelecidas. 
• Portanto, o controle das disponibilidades financeiras por fonte de 
recursos deve ser feito desde a elaboração do orçamento até a sua 
execução, incluindo o ingresso, o comprometimento e a saída dos 
recursos orçamentários. 
 
Caiu na prova 
(CESPE – Analista Administrativo – ANAC – 2009) No que se refere ao 
mecanismo de utilização da fonte de recursos, à elaboração e execução do 
orçamento e a suas características, julgue o seguinte item. 
Ao se fixar a despesa orçamentária, deve-se incluir na sua classificação a fonte 
de recursos que irá financiá-la, juntamente com a natureza da despesa 
orçamentária, a função, a subfunção e o programa, bem como outras 
classificações necessárias para estabelecer uma interligação entre 
determinado gasto e o recurso que irá financiá-lo. Por conseguinte, o controle 
das disponibilidades financeiras por fonte de recursos deve ser feito desde a 
elaboração do orçamento até a sua execução, incluindo-se o ingresso, o 
comprometimento e a saída dos recursos orçamentários. 
 
Na execução orçamentária, a codificação da destinação da receita indica a 
vinculação, evidenciando, a partir do ingresso, as destinações dos valores. 
Quando da realização da despesa, deve estar demonstrada qual a fonte de 
financiamento (fonte de recursos) da mesma, estabelecendo-se a interligação 
entre a receita e a despesa. 
Assim, no momento do recolhimento/recebimento dos valores, é feita 
classificação por natureza de receita e destinação de recursos, sendo possível 
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determinar a disponibilidade para alocação discricionária pelo gestor público, e 
aquela reservada para finalidades específicas, conforme vinculações 
estabelecidas. 
Portanto, o controle das disponibilidades financeiras por fonte de recursos deve 
ser feito desde a elaboração do orçamento até a sua execução, incluindo o 
ingresso, o comprometimento e a saída dos recursos orçamentários. 
Resposta: Certa. 
 
9. CLASSIFICAÇÃO POR IDENTIFICADOR DE DOAÇÃO E DE 
OPERAÇÃO DE CRÉDITO - IDOC 
 
O IDOC identifica as doações de entidades internacionais ou operações de 
crédito contratuais alocadas nas ações orçamentárias, com ou sem 
contrapartida de recursos da União. Os gastos referentes à contrapartida de 
empréstimos serão programados com o Identificador de Uso – IDUSO – igual a 
1, 2, 3 ou 4 e o IDOC com o número da respectiva operação de crédito, 
enquanto que para as contrapartidas de doações serão utilizados o IDUSO 5 e 
respectivo IDOC. 
 
O número do IDOC também pode ser usado nas ações de pagamento de 
amortização, juros e encargos para identificar a operação de crédito a que se 
referem os pagamentos. 
 
Quando os recursos não se destinarem a contrapartida nem se referirem a 
doações 
internacionais ou operações de crédito, o IDOC será 9999. Neste sentido, 
para as doações de pessoas, de entidades privadas nacionais e as destinas ao 
combate à fome, deverá ser utilizado o IDOC 9999. 
 
10. CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA POR IDENTIFICADOR DE 
RESULTADO PRIMÁRIOC A M I L A C A N D E I R A M A G A L H A E S , C P F : 6 1 3 9 4 1 6 5 3 1 5
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O identificador de resultado primário, de caráter indicativo, tem como finalidade 
auxiliar a apuração do resultado primário previsto na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias, devendo constar no Projeto de Lei Orçamentária Anual – PLOA 
e na respectiva Lei em todos os grupos de natureza da despesa, identificando, 
de acordo com a metodologia de cálculo das necessidades de financiamento, 
cujo demonstrativo constará em anexo à Lei Orçamentária. 
 
Conforme estabelecido no § 5º do art. 7º da LDO-2010, nenhuma ação poderá 
conter, simultaneamente, dotações destinadas a despesas financeiras e 
primárias, ressalvada a reserva de contingência. 
CÓDIGO DESCRIÇÃO 
Identificador de Resultado Primário 
0 Financeira 
1 Primária obrigatória, ou seja, aquelas que constituem obrigações constitucionais 
ou legais da União e constem da Seção I do Anexo V da LDO - 2010. 
2 Primária discricionária, assim consideradas aquelas não incluídas no anexo 
específico citado no item anterior. 
3 Primária discricionária relativa ao PAC 
4 Despesas constantes do orçamento de investimento das empresas estatais que não 
impactam o resultado primário. 
 
11. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES 
 
Segundo a doutrina, a despesa pública pode ainda ser classificada nos 
seguintes aspectos: quanto a sua forma de ingresso ou natureza, competência 
institucional, entidades executoras do orçamento, afetação patrimonial e 
regularidade: 
 
Forma de ingresso ou natureza: 
• Orçamentária: são as despesas fixadas nas leis orçamentárias ou nas 
de créditos adicionais, instituídas em bases legais. Obedecem aos 
estágios da despesa: previsão, empenho, liquidação e pagamento. 
Exemplos: construção de prédios públicos, manutenção de rodovias, 
pagamento de servidores, etc. 
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• Extraorçamentária: são as despesas não consignadas no orçamento 
ou nas leis de créditos adicionais. Correspondem à devolução de 
recursos transitórios que foram obtidos como receitas 
extraorçamentárias, ou seja, pertencem a terceiros e não aos órgãos 
públicos, como as restituições de cauções, pagamentos de restos a 
pagar, resgate de operações por antecipação de receita orçamentária, 
etc. 
 
Vários autores utilizam o termo “natureza” nesta classificação. Atente para não 
confundir com a classificação por natureza da despesa. Entendo que o termo 
“forma de ingresso” é o mais apropriado neste caso. 
 
Competência institucional: classifica as despesas de acordo com o ente 
político competente a sua instituição ou realização, quais sejam: Governo 
Federal, Estadual, do Distrito Federal e Municipal. 
 
Entidades executoras do orçamento: 
• Despesa Orçamentária Pública: aquela executada por entidade 
pública e que depende de autorização legislativa para sua realização, 
por meio da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais, 
pertencendo ao exercício financeiro da emissão do respectivo empenho. 
• Despesa Orçamentária Privada: aquela executada por entidade 
privada e que depende de autorização orçamentária aprovada por ato de 
conselho superior ou outros procedimentos internos para sua 
consecução. 
 
Afetação patrimonial: 
• Despesa Orçamentária Efetiva: aquela que, no momento da sua 
realização, reduz a situação líquida patrimonial da entidade. Exemplos: 
despesas correntes, exceto aquisição de materiais para estoque e a 
despesa com adiantamento, que representam fatos permutativos e, 
assim, são 
não-efetivas. 
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• Despesa Orçamentária Não-Efetiva: aquela que, no momento da sua 
realização, não reduz a situação líquida patrimonial da entidade e 
constitui fato contábil permutativo. Exemplo: despesas de capital, exceto 
as transferências de capital que causam decréscimo patrimonial e, 
assim, são efetivas. 
 
Regularidade: 
• Ordinárias: compostas por despesas perenes e que possuem 
característica de continuidade, pois se repetem em todos os exercícios, 
como as despesas com pessoal, encargos, serviços de terceiros, etc. 
• Extraordinárias: não integram sempre o orçamento, pois são despesas 
de caráter não-continuado, eventual, inconstante, imprevisível, como as 
despesas decorrentes de calamidade pública, guerras, comoção 
interna, etc. 
 
12. ESTRUTURA COMPLETA DA PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
 
Esta é a estrutura completa da programação orçamentária: 
 
 
 Fonte: MTO/2010 
 
Exemplo: 
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 Fonte: MTO/2010 
 
 
Caiu na prova: 
(ESAF – AFC/CGU - 2008) A classificação funcional e a estrutura programática 
visam ao fornecimento de informações das realizações do governo e é 
considerada a mais moderna das classificações orçamentárias da despesa. A 
junção das duas, quando da execução da despesa no SIAFI , forma o 
Programa de Trabalho com a seguinte estrutura: 
Programa de Trabalho: AA.BBB.CCCC.DDDD.EEEE 
Com relação ao assunto, indique a opção correta. 
a) Na estrutura do Programa de Trabalho, a codificação CCCC representa o 
Programa e a codificação EEEE a ação governamental. 
b) A ação, reconhecida na estrutura pelo código DDDD, determina a escolha da 
subfunção, reconhecida pela codificação BBB, estabelecendo uma relação 
única. 
c) A subfunção, código BBB, poderá ser combinada com qualquer função, 
código AA, em razão da competência do órgão responsável pelo programa. 
d) Quando o primeiro dígito da codificação DDDD for um número ímpar 
significa que a ação é uma atividade. 
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e) As operações especiais são ações que não contribuem para a manutenção 
das ações de governo, das quais não resultam um produto, e não geram 
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços e são identificadas pelo 
primeiro dígito da codificação EEEE. 
 
A parte da estrutura programática extraída pela questão é a seguinte: 
A A B B B C C C C D D D D E E E E 
Função Subfunção Programa Ação Subtítulo 
 
a) Errada. Na estrutura do Programa de Trabalho, a codificação CCCC 
representa o Programa e a codificação EEEE é o Subtítulo. 
b) Correta. A ação, reconhecida na estrutura pelo código DDDD, determina a 
escolha da subfunção, reconhecida pela codificação BBB, estabelecendo uma 
relação única. As ações devem estar sempre conectadas às subfunções que 
representam sua área específica. 
c) Errada. A subfunção, código BBB, poderá ser combinada com qualquer 
função, código AA, mesmo que diferentes daquelas às quais estão