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Administração e Gestão

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DISCIPLINA: 
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO – 
CONCEITOS E APLICAÇÕES 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Mariana Monfort 
 
 
2 
 
 
INTRODUÇÃO 
Oi. Seja bem-vindo(a)! Esta é a Aula 1 da disciplina Administração e 
Gestão do curso de Administração de Empresas. Aqui, vamos abordar as várias 
definições acerca da administração. Confira! 
 Definição de administração: visão geral do PODC 
 Organização formal 
 Racionalidade administrativa 
 
“A Administração é uma questão de habilidades, e não depende da 
técnica ou experiência. Mas é preciso, antes de tudo, saber o que se quer”. 
Sócrates 
O que será que o grande filósofo grego quis dizer? Ele quis dizer que, 
antes de mais nada, a Administração exige de nós o saber! Mas, para saber o 
que queremos precisamos conhecer o assunto, concordam? E para conhecer 
precisamos estudar! 
Neste mundo incrível do conhecimento administrativo você irá entender a 
gênese da ciência que você escolheu como futura profissão. Então, você vai 
entender o funcionamento das organizações no seu cotidiano, seja aquela onde 
você trabalha ou aquelas com as quais você se relaciona: padaria, mercado, 
Igreja, a sua própria família, dentre outras. 
Vamos conhecer a evolução do pensamento administrativo e seus 
principais conceitos e definições, para que você compreenda o mundo 
organizacional a sua volta, podendo unir a teoria com a sua prática profissional, 
ou seja, com as técnicas e experiências já obtidas e as que você irá obter no 
decorrer do curso de Administração. 
Ficamos, aqui, então, com uma reflexão: você concorda ou discorda com 
Sócrates? Afinal, a administração é uma questão de habilidades, sim, mas 
depende ou não de técnica e/ou experiência? 
 
 
3 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Problematização 
Acesse o artigo abaixo. Depois, reflita: quais foram as ações tomadas pela 
direção do Hotel para reestruturar o negócio? Anote suas considerações! 
 
TEMA 1 - DEFINIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO: VISÃO GERAL DO PODC 
Intuitivamente ou empiricamente, as práticas relacionadas à 
administração sempre estiveram presentes na história da humanidade. Pense 
no modelo mais primitivo de sociedade, aqueles denominados pelos cientistas 
sociais como sociedades tribais. Neste tipo de agrupamento humano, 
predominam as atividades voltadas para a autoprodução, que visam à 
subsistência, ou seja, produziam, caçavam, pescavam e criavam para consumo 
próprio. 
Na sociedade tribal, destacava-se o papel do chefe militar, que 
geralmente era o guerreiro com mais habilidades. Conforme apontam Vizeu e 
Gonçalves (2010), além do comando militar, a este líder cabia exercer as funções 
de organizar sua tribo, planejar as ações de caça, pesca, criação, entre outras, 
e ainda dirigir e controlar os membros da tribo em suas atividades cotidianas. 
Assim sendo, ainda que de modo intuitivo, estes líderes eram responsáveis por 
funções básicas para a sobrevivência de suas tribos: planejamento, organização, 
direção e controle. 
Para conhecer melhor o funcionamento de uma sociedade tribal, acesse 
o site a seguir: 
http://sociologia-ifma.blogspot.com.br/2012/04/o-trabalho-na-sociedade-
tribal.html 
À medida que as sociedades tribais se tornaram maiores, sua 
necessidade por mais administração também cresceu. E com tal complexidade, 
o corpo militar destas civilizações careceram de ordem e estrutura mais 
 
 
4 
 
elaboradas. E é justamente na constituição das estratégias da Antiguidade, nos 
grandes exércitos, que os conceitos de gestão passaram a ser cada vez mais 
necessários. 
Imagine a dificuldade em organizar um exército com milhares de 
soldados, alimentando-os e deslocando-os por centenas e milhares de 
quilômetros. É possível empreender tal feito sem adequadas maneiras de 
planejamento, organização, comando, coordenação e controle? 
A ordem e a estrutura requeridas fizeram surgir a necessidade de um 
comando sólido, e o general passou então a ser peça-chave para a eficaz 
organização do corpo militar. 
Neste sentido, como sugerem Vizeu e Gonçalves (2010), o general nada 
mais era do que o administrador do exército: “o estrategista na Antiguidade 
cumpre as funções clássicas da Administração: planeja as ações e os objetivos, 
organiza o exército e o país, dirige os esforços das pessoas para os objetivos e 
controla o processo” 
Você sabe quem foi considerado o maior estrategista da história? Ele 
mesmo, Napoleão Bonaparte. Ele foi responsável por dirigir um exército 
gigantesco por toda a Europa. Formando, então, a primeira força militar 
multinacional. Conheça o grande estrategista de guerra francês, clicando a 
seguir: 
http://meuartigo.brasilescola.com/historia/napoleao-bonaparte-
estrategias-guerras.htm 
Assim, seja em sociedades tribais, nas civilizações da Antiguidade, nas 
sociedades atuais e mesmo em atividades comuns de nosso dia a dia, o 
planejamento, a organização, a direção e o controle se fazem presentes. Na 
Administração, tais conceitos foram apresentados pela primeira vez de forma 
sistemática por Henri Fayol, um teórico francês considerado o pioneiro da Teoria 
Clássica da Administração. 
 
 
 
5 
 
Para ele, a Administração era um processo dinâmico que compreenderia 
cinco funções interligadas: Planejar, Organizar, Comandar, Coordenar e 
Controlar (POCCC). Mais tarde, as funções Comandar e Coordenar foram 
consideradas partes de um mesmo processo: a Direção (PODC). Para os 
administradores alcançarem os objetivos definidos pela organização, é preciso 
executar cada uma destas funções, que são inter-relacionadas (SOBRAL; PECI, 
2013). 
Com as constantes mudanças no cenário econômico mundial e nacional, 
surgem alguns fatores negativos que interferem direta ou indiretamente no 
ambiente organizacional, tais como reduzido crescimento econômico, 
globalização, regulamentação governamental, inflação, escassez de alguns 
recursos e protecionismo internacional. Os administradores devem ficar atentos 
para esses elementos, pois são indicadores organizacionais para a utilização e 
o aperfeiçoamento da função primeira, o Planejamento, e, em decorrência, será 
exigida uma postura mais enérgica das demais funções: Organização, Direção 
e Controle. 
Nos dias atuais, planejar, organizar, dirigir e controlar permite obter a 
economia de recursos e o adequado cumprimento dos objetivos organizacionais, 
que são a eficiência e eficácia dos processos-termos que estudaremos mais para 
frente. 
PODC enquanto definição da Administração 
Considerando a importância dos quatro processos do PODC, a 
Administração pode ser definida como o conjunto das atividades integradas que 
realiza estes quatro processos. Para Chiavenato (2014), na busca de alcançar 
os objetivos globais de maneira eficiente e eficaz, a Administração realiza todo 
o processo de planejamento, organização, direção e controle das ações 
organizacionais. 
Os autores das teorias administrativas, e em especial Fayol, empregaram 
o termo ‘função’ para definir os fundamentos essenciais do trabalho 
administrativo, isto é, as atividades associadas aos processos de planejamento, 
 
 
6 
 
organização, direção e controle. Dito de outra forma, as funções administrativas 
são adotadas para relacionar “a atuação do administrador ao seu contexto de 
trabalho, ou seja, mostra o resultado do seu trabalho administrativo para a sua 
unidade organizacional” (TEIXEIRA, 1981, p. 27). 
Para melhor entendimento das funções administrativas e de suas 
especificidades, os conceitos PODC serão definidos isoladamente a seguir. 
 
Planejamento 
Para atingir objetivos organizacionais,é importante, em primeiro lugar, 
que se faça um bom planejamento. Afinal, como já dizia Lewis Carroll, autor do 
célebre romance infantil Alice no País das Maravilhas, “Qualquer caminho serve 
para quem não sabe para onde vai”. 
O planejamento corresponde a uma função administrativa que vem antes 
das outras (organização, direção e controle). Na realidade, é difícil separar e 
sequenciar as funções administrativas, mas pode-se considerar que, de maneira 
geral, o planejamento aparece na ponta inicial, descrevendo como será o 
processo (visão de futuro). Planejar faz parte de qualquer processo, e seu 
objetivo é estabelecer um caminho que será seguido durante a execução de um 
projeto (presente). 
Vamos tomar como exemplo o planejamento familiar que visa ter filhos. 
Acompanhe! 
1. O primeiro ponto é quantificar o objetivo, definindo com clareza quantos 
filhos, quando e como. 
2. Em seguida há de se considerar as etapas: gravidez, acompanhamento 
da gestação, nascimento, cuidar e educar a criança. 
3. Ainda, há que se considerar a situação econômica e emocional do casal 
para adequadamente atingir esses objetivos. 
 
 
 
7 
 
Se planejamento, então, tem a ver com a ideia de futuro, envolve a 
capacidade de estimar tendências e acontecimentos prováveis, prescrevendo 
situações futuras desejadas, e o que deve ser feito para concretizá-las, de modo 
a antecipar os efeitos e consequências para a organização, uma organização, 
pode-se dizer, precisa de um planejamento que direcione e impulsione o 
desenvolvimento, a competitividade, e garanta a prosperidade da organização 
de forma sustentável e contínua. 
“O planejamento consiste na especificação dos objetivos a serem 
atingidos, na definição das estratégias e ações que permitem alcança-
los, e no desenvolvimento de planos que integrem e coordenem as 
atividades da organização. O planejamento permite que os 
administradores e trabalhadores tenham sua ação orientada para 
determinados objetivos, permitindo-lhes concentrar sua atenção no 
que é mais importante para a organização” (SOBRAL; PECI, 2013, p. 
9). 
 
Ou seja, é a definição dos objetivos e metas, e as ações pretendidas para 
sua realização, antecipando tendências e acontecimentos prováveis, de forma 
que se estime consequências e efeitos para a organização, e que seja possível 
um controle do futuro. Segundo Fayol, a função da administração nesse 
momento é prever, traçar um programa de suas ações ao visualizar o futuro 
(CHIAVENATO, 2014). 
Quanto à abrangência do planejamento, pode ocorrer em três níveis 
diferentes, segundo Caravantes, Panno e Kloeckner (2005): 
Estratégico 
Aquele que impacta na organização como um todo de forma significativa, 
aloca maiores recursos e é feito a longo prazo. Os outros níveis objetivam 
implementar o planejamento estratégico com maior eficiência e eficácia. Se dá 
com a definição da visão, missão, políticas e objetivos da organização. 
 
 
 
 
8 
 
Tático 
Aquele que detalha os meios para implementação das metas a médio 
prazo determinado, sendo vinculado a operacionalização dessas metas, com 
recursos inferiores aos estratégicos. Como exemplo, têm-se um plano de 
aprimoramento de um produto objetivando mantê-lo competitivo no mercado e 
também a reestruturação física de lojas. 
Operacional 
São operações comuns às rotinas da organização, sempre inferiores a um 
ano. O orçamento é um bom exemplo de planejamento operacional. 
 Analise a imagem a seguir: 
 
Fonte: COSTA, 2016 
 
 
 
 
9 
 
Comentário 
Para o sucesso do planejamento empresarial, o administrador precisa 
saber aonde a empresa quer chegar, e traçar os objetivos a serem alcançados, 
pois cabe a ele escolher o caminho a ser seguido pelos colaboradores e partes 
envolvidas 
Uma forma de compreender a importância do planejamento para as 
organizações é verificar como a própria sobrevivência das empresas depende 
desta função administrativa. Podemos considerar os próprios dados da realidade 
brasileira, por exemplo. 
Importante 
Inúmeras são as razões que levam as empresas a fechar antes de dois 
anos, tais como ausência de recursos financeiros, baixa qualificação dos 
gestores e funcionários, falta de conhecimento do ramo de atuação – mas, acima 
de tudo, a falta de planejamento. 
Veja, por exemplo, o caso mais amargo em nossa memória, a Copa do 
Mundo que ocorreu no Brasil em 2014, quando estádios, aeroportos, estradas, 
hotéis, ainda estavam em fase de construção nas vésperas da Copa, quase 
inviabilizando a sua realização. 
Saiba mais sobre a falta de planejamento nas obras da Copa: 
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ESPORTES/465681-
FALTA-DE-PLANEJAMENTO-ATRASOU-OBRAS-DA-COPA,-DIZ-
PRESIDENTE-DO-TCU.html 
Outro exemplo recente é a falta de água em São Paulo. Como se explica 
que um país como o Brasil, o segundo maior detentor de água doce do mundo, 
passe por racionamento de água, em um dos maiores sistemas de captação e 
tratamento de água, que é o sistema Cantareira, da cidade de São Paulo? 
 
 
 
10 
 
A ausência de planejamento, somado à falta de uma política de novos 
investimentos para aumentar a captação e, ainda, uma diminuição das chuvas 
levaram ao racionamento de água (MENTOR, 2014). 
Saiba mais sobre a crise hídrica em São Paulo: 
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2014/04/25/crise-da-
agua-em-sao-paulo-expoe-falta-de-planejamento-533785.asp 
A falta de planejamento, como vimos, pode levar a custos altíssimos e 
graves consequências, inviabilizando, muitas vezes, o funcionamento da 
organização. O planejamento adequado permite maximizar os resultados e 
minimizar as deficiências, proporcionando uma situação de eficiência e eficácia. 
Organização 
Diferentemente do planejamento, o conceito de organização pode 
confundir acerca da sua especificidade. Primeiro, porque é muito comum 
confundir organização e planejamento. Existe muita proximidade entre ambos os 
conceitos, afinal, fazem parte de um mesmo sistema; entretanto, organização se 
difere do planejamento em certos pontos fundamentais. Para Sobral e Peci 
(2013, p. 07), organização tem a ver com estrutura: 
 
“Organização é a função da administração que faz a distribuição das 
tarefas e dos recursos entre os membros da organização, define quem 
tem autoridade sobre quem e quando e onde devem tomar decisões. 
A organização procura distribuir o trabalho, a autoridade e os recursos 
entre os membros da organização para que estes alcancem os 
objetivos estabelecidos eficientemente. O resultado do processo de 
organização é a estrutura organizacional.” 
 
É pela organização que a estrutura da empresa é definida, distribuindo-se 
as tarefas e os recursos e definindo-se a autoridade dos membros, de forma a 
alcançar os objetivos. As estruturas também permitem que os resultados e as 
metas organizacionais sejam atingidos com eficiência. 
 
 
 
11 
 
Por estrutura organizacional podemos entender “a distribuição, em várias 
linhas, de pessoas entre posições sociais que influenciam os relacionamentos 
entre os papéis dessas pessoas” (BLAU, 1974, p. 12 apud HALL, 2004, p. 47). 
Para Chiavenato (2014), a estrutura organizacional estabelece uma cadeia de 
comando, que são as posições da organização interligadas por uma linha de 
autoridade e que define a subordinação. 
É dentro desta função que se estabelece o organograma de uma 
empresa, uma representação gráfica utilizada para representar a sua estrutura 
e deixar claros seus níveis hierárquicos. 
Exemplo de organograma 
 
 Fonte: CINEL, 2016. 
 
Outro importante esclarecimento sobre o processo de organizaçãoé o 
fato de representar tanto o processo administrativo – a ação – quanto aquilo que 
se administra – o objeto (Empresa, repartição pública, Igreja, fábrica, loja, 
padaria, ou seja, o sistema social e produtivo que se pretende organizar.). Aqui, 
você sabe, estamos discutindo o processo de organização (ação), e não o objeto 
físico. 
 
 
 
12 
 
Para Orlickas (2012), organizar envolve a ação de gerir todos os recursos 
da organização (humanos, financeiros e materiais), alocando-os da melhor forma 
possível, de acordo com o planejamento elaborado previamente. A falta de 
organização nos processos de uma empresa gera impactos significativos. A 
máquina pública brasileira, por exemplo, sofre com desorganização. Saiba mais 
sobre a Máfia das Próteses que revela a falta de organização com a coisa 
pública. 
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/01/mafia-das-proteses-
coloca-vidas-em-risco-com-cirurgias-desnecessarias.html 
Direção 
Já tendo feito um planejamento de metas e estabelecida a organização 
dos processos, agora é preciso que as ações estipuladas aconteçam da forma 
esperada. Para tanto, é preciso mobilizar os esforços das pessoas, e esta é a 
essência da direção. 
“Dirigir significa liderar, motivar e coordenar os trabalhadores no 
desenvolvimento de suas tarefas e atividades. Dirigir também significa 
selecionar o canal de comunicação mais adequado e resolver conflitos 
entre os subordinados. É uma função que exige mais ação que o 
planejamento ou a organização. O responsável por uma equipe ou 
grupo, o líder, tem a responsabilidade de proporcionar um ambiente 
propício à execução de um trabalho de qualidade e no qual os 
trabalhadores se sintam satisfeitos” (SOBRAL; PECI, 2013, p. 10). 
 
Dos três conceitos de PODC até agora apresentados, o mais prático, 
baseado na ação, é a Direção, que é a função relacionada com a tomada de 
decisões e responsável por fazer com que as ações realizadas fiquem alinhadas 
com o planejamento. Por esse motivo são tão importantes a comunicação e as 
outras habilidades interpessoais que melhoram as relações entre o líder e o 
subordinado. 
Direção é a função administrativa de gerir a organização na execução dos 
planos, motivando e a fim de que se converta planos em resultados (JUCIUS; 
SCHLENDER, 1972; apud TEXEIRA, p. 27). É a direção que dará o Norte de 
ação para a organização. Sua essência é a liderança. A grande habilidade de 
 
 
13 
 
bons líderes é justamente motivar as pessoas em relação aos objetivos 
esperados. Seja em uma organização formal ou mesmo em uma situação 
comum do dia a dia, os verdadeiros líderes dão o rumo para seus liderados. 
Acesse e conheça os maiores líderes que já existiram: 
http://www.sbcoaching.com.br/blog/executive-coaching/lideranca-e-
coaching/maiores-lideres-que-ja-existiram/ 
E não deixe de ler a coluna de Bernt Entschev sobre a falta de liderança: 
http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/talento-em-pauta/falta-de-
lideranca-como-agir/ 
Princípios da direção (CHIAVENATO, 2014): 
 Unidade de comando (cada subordinado tem seu superior) 
 Delegação (tarefas e responsabilidades designadas) 
 Amplitude de controle (limita a quantidade de membros 
supervisionados por cada líder) 
 Coordenação ou Relações Humanas (trata dos esforços individuais 
para alcançar um objetivo) 
 
Agora, reflita: qual é a sua sensação quando seu chefe não está presente? 
Liberdade, leveza? Acredito que liberdade passou pela sua cabeça, tendo em 
vista que quando não temos alguém para nos observar e orientar, tendemos a 
nos sentir mais livres e soltos, o que pode, muitas vezes, levar a se perder em 
nossas atividades rotineiras. Afinal, se não há cobrança, não há resultados 
imediatos, concordam? 
Controle 
Muito bem. Depois de planejar, organizar e dirigir a organização rumo ao 
alcance das metas, é preciso, agora, fazer o controle das atividades, uma 
verificação para mensurar o alcance das metas e dos objetivos estipulados. 
 
 
14 
 
“O controle é a função da administração que assegura que os objetivos 
estão sendo alcançados. Consiste na monitoração e na avaliação do 
desempenho da organização, na comparação deste com os objetivos 
planejados e na correção dos desvios que se verifiquem. A função de 
controle envolve: a definição de medidas de desempenho, a verificação 
sistemática do desempenho efetivo, a comparação entre os padrões e 
objetivos planejados e o desempenho efetivamente observado, e, 
finalmente, o estabelecimento de medidas corretivas, no caso de 
verificarem desvios significativos. É por meio da função de controle que 
a organização se mantém no rumo pretendido ou planeja mudanças” 
(SOBRAL; PECI, 2013, p. 10). 
 
Trata-se de uma checagem das ações tomadas para comparar com os 
objetivos e conferir se as metas estipuladas serão atingidas, de forma que estas 
ações possam ser corrigidas ou melhoradas. Até porque no planejamento não 
se consegue considerar todas as variáveis, por isso o controle existe, para 
corrigir ações e melhorar a execução das etapas anteriores, no sentido de voltá-
las ao alcance das metas de forma mais eficiente e eficaz. (MOCKLER, 1984). 
O responsável pelo controle, então, precisa verificar se as atividades 
planejadas e organizadas estão sendo executadas de maneira a atingir o 
sucesso delas esperada. Ou seja, no controle é preciso administrar, tomando 
medidas preventivas e corretivas no curso das atividades, para ajustar o passo 
das atividades no alcance das metas. 
Vamos para um exemplo cotidiano de controle, nas organizações: a 
verificação diária da quantidade de itens produzidos, por funcionário, em uma 
linha produtiva. Toda semana o supervisor precisa verificar os níveis de 
produção, e com estes dados decidir por manter o ritmo de trabalho, se as metas 
forem cumpridas, ou realizar ações corretivas, no caso de a produção estar 
aquém do necessário. 
Leitura obrigatória 
Leia os capítulos 1 e 2 da obra: COLTRE, S. M. Fundamentos da 
Administração: um olhar transversal. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
 
 
 
15 
 
Para ver a aplicação das funções administrativas no cotidiano das 
empresas, assista ao filme “Chocolate” e veja de que forma Vienne (a 
personagem principal) faz uso das funções administrativas em seu novo negócio. 
 
TEMA 2 - ORGANIZAÇÃO FORMAL 
A pergunta que não quer calar: o que é uma organização? Queremos 
saber sua opinião! 
Comentário 
Uma organização poderia ser a empresa que você trabalha; o modo de 
distribuição de tarefas em sua rotina doméstica; a associação de moradores do 
bairro; uma Igreja; ou, como acabamos de ver no Ciclo PODC, uma função 
administrativa. Assim, percebe-se que a palavra organização passa a ter alguns 
significados e, enquanto futuros administradores, o entendimento destes 
significados é fundamental para o dia a dia da profissão, pois, segundo 
Chiavenato (2003), “Administração é um todo do qual a organização é uma das 
partes”. De certo modo, podemos dizer que, a organização é o objeto da 
administração. Também podemos dizer que a administração é um dos aspectos 
fundamentais que diferenciam as organizações de outras formas de sistemas 
sociais. Ou seja, enquanto no passado a sociedade era constituída de pequenos 
sistemas sociais desorganizados, nos dias atuais, conforme afirmam os autores 
Prestes Motta e Bresser Pereira (1980), quem domina o panorama social 
contemporâneo são as organizações, sendo elas cada vez maiores e com 
estruturas melhores. 
Dificilmente o seu cotidiano estará isento de organizações, pois são elas 
que coordenam o seu trabalho, o seu estudo, seus interesses e suas 
reivindicações (PRESTES MOTTA; BRESSER PEREIRA, 1980).Sem dúvida, 
estamos cercados por organizações. Do nascimento, em hospitais, à nossa 
morte, em cemitérios, estamos “absorvidos pelas organizações”, tornamo-nos, 
então, uma “sociedade de organizações” (PERROW, 1991). 
 
 
16 
 
Todavia, não seria mais fácil dizer que vivemos em um mundo de 
empresas? Aliás, não são as empresas o objeto de atuação da administração? 
Na verdade, o termo ‘empresa’ é limitado, pois caracteriza um tipo específico de 
organização, a de natureza econômica. Existem organizações com outras 
finalidades, tais como repartições públicas, Igrejas, clubes, Organizações Não 
Governamentais (ONGs), sindicatos, etc. 
Todos estes exemplos se referem a organizações, e todas elas precisam 
de administração e de seus processos de planejamento, organização, direção e 
controle. Qual é a razão da existência de uma organização? A organização existe 
para realizar, de forma eficaz e eficiente, tarefas que uma pessoa não pode 
realizar sozinha (HALL, 2004). 
 
Vamos fazer um exercício! 
1. Pense em todas as atividades de que participa durante o dia. 
1. Pensou? Ok! Agora, quais, dentre elas, se é que existe alguma, 
não são influenciadas de uma maneira ou de outra por uma organização? 
2. Este material que você está lendo foi preparado por uma 
organização (Centro Universitário UNINTER), e você, provavelmente, está lendo 
por causa de algum tipo de exigência organizacional da professora ou da 
Instituição, para que você possa se preparar para o mercado de trabalho 
(exigência do mercado de trabalho). 
3. O meio de transporte que você utilizou para chegar ao trabalho, à 
faculdade ou a sua casa foi fabricado em um ambiente organizacional. 
Veja o que alguns estudiosos da administração pensam sobre 
organização: 
Laumann e Knoke (1978) 
A sociedade vive em um “estado organizacional”. 
 
 
 
17 
 
Motta e Pereira (1980) 
1. Declaram a importância do estudo das organizações ao afirmar que são 
elas que caracterizam a sociedade moderna, pois uma das características da 
época é o grande número de organizações em relação aos demais tipos de 
sistema social; 
2. A relevância do entendimento e estudo das organizações reside não 
apenas na existência de um grande número de organizações, ou seja, da 
sociedade das organizações em que vivemos, como também no fato de que são 
estas organizações as responsáveis pela formação do homem moderno e o 
desenvolvimento econômico, político e social dos países; 
3. É sobretudo dentro das organizações que se exerce a administração, 
não sendo possível a existência da organização sem a administração e a 
recíproca é quase a mesma. Mas antes de entendermos o conceito de 
Organização, do ponto de vista da Administração, é importante diferenciarmos 
os principais conceitos de organização. 
Hall (2004) 
É necessário que sejam estudadas as organizações de forma que seja 
possível entender a sociedade e o que acontece nela. 
Conforme já foi mencionado, na ciência da Administração há duas formas 
básicas de entender o termo organização. Sobre isso, Chiavenato (2003) afirma 
que a organização pode ser vista enquanto entidade social e enquanto função 
administrativa, ou seja, parte do ciclo PODC. 
Organização enquanto entidade social 
É sinônimo do empreendimento criado para atingir objetivos pré-
estabelecidos. Ex.: empresas que constituem um empreendimento criado para 
dar lucro, nos moldes do capital, ou o hospital público, criado para atender a 
população em seus problemas de saúde. 
 
 
18 
 
Organização enquanto função administrativa 
É o ato de alocar recursos e estruturar as responsabilidades por tal 
gestão. 
Agora, cabe lembrar que já tratamos de organização enquanto processo 
administrativo no tema “Definição de administração: visão geral do PODC”. 
Assim, agora nosso foco está em entender a organização enquanto entidade 
social. 
Etzioni (1964) define organização como entidade social ou agrupamento 
humano criada objetivando metas específicas. Já para Daft (2008, p. 10) 
“organizações são entidades sociais orientadas por metas, projetadas como 
sistemas de atividade deliberadamente estruturados e coordenados e ligadas ao 
ambiente externo”. Ou seja, a organização é conceituada como uma entidade 
social que está direcionada para o cumprimento de objetivos pré-determinados. 
O objetivo de uma instituição de ensino, por exemplo, é formar seus 
alunos para o mercado e para a vida; o objetivo de um hotel é atender hóspedes, 
oferecendo bons serviços; o objetivo de uma prisão é manter pessoas 
condenados pela justiça, salvaguardando seus direitos civis e garantindo 
segurança para o resto da população, fora dela. 
Na sua opinião, grupos como família, amigos, povos, tribos, entre outras, 
seriam organizações? Para responder este questionamento é preciso diferenciar 
o uso dado à expressão “organizações sociais”. 
Quando se fala em organizações sociais, geralmente, se refere às 
maneiras nas quais a conduta humana se organiza socialmente, em que dois 
aspectos básicos estão presentes (BLAU; SCOTT, 1970): 
a) estrutura das relações sociais em um grupo ou coletividade; 
b) crenças e orientações compartilhadas que unem os membros da 
coletividade e guiam sua conduta. 
 
 
 
 
19 
 
Ex.: você e a sua turma de colegas da faculdade, numa van do Centro 
Universitário UNINTER indo fazer uma visita técnica aos estúdios da Instituição. 
Vocês são um grupo, pois há toda uma relação social que os une em uma 
estrutura social (As relações de estudo, a instituição de ensino, a amizade ou 
mesmo o coleguismo.), mas vocês são diferentes de passageiros de um ônibus 
qualquer, que não possuem nenhuma estrutura de relação social estabelecida. 
Toda sociedade tem uma estrutura social e uma cultura complexa, temas 
que serão tratados na disciplina de Sociologia. O que importa, aqui, é que vocês 
saibam que a estrutura social serve para organizar a conduta humana dentro da 
coletividade. 
Contrastando com a organização social que aparece sempre que seres 
humanos vivem juntos, existem organizações estabelecidas, deliberadamente, 
para um certo fim. Se a conquista de um objetivo requer um esforço coletivo, 
funda-se uma organização destinada a coordenar as atividades de muita gente 
e a fornecer incentivo para que outros se juntem a eles para esse mesmo fim. 
Ex.: fábricas são estabelecidas para que se produzam mercadorias que 
possam ser vendidas com lucro, e os operários organizam sindicatos para 
aumentarem seu poder de barganhar com os patrões. 
Nesses casos, as finalidades a serem atingidas, as regras a que os 
membros da organização devem obedecer e a estrutura da posição que define 
as relações entre eles (esquema organizacional), não surgiram 
espontaneamente durante o curso da interação social, mas foram designadas 
conscientemente, a priori, para antecipar e guiar a interação e as atividades 
(BLAU; SCOTT, 1970, p. 17). 
Ou seja, existem organizações criadas para atingir objetivos específicos, 
de modo que “como a característica distinta dessas organizações é que elas 
foram formalmente estabelecidas com o propósito explícito de conseguir certas 
finalidades, usa-se a expressão ‘organizações formais’ para designá-las” (BLAU; 
SCOTT, 1970, p.17) – critério esse que a distingue da organização social em 
geral. 
 
 
20 
 
Evolução do conceito de organização formal no pensamento 
administrativo 
Do ponto de vista da evolução das teorias administrativas, é importante 
saber que desde o começo do estudo cientifico da administração, os aspectos 
formais da organização estiveram presentes. Na Teoria Científica da 
Administração, ofoco estava sob as tarefas a serem desenvolvidas, sendo 
organizadas em linhas de produção, com foco na eficiência produtiva – sendo o 
homem visto como uma peça da engrenagem produtiva – dessa maneira, os 
processos de trabalho foram formalizados (NASCIMENTO, 2009). 
Como exemplo, veja esta cena memorável do clássico Tempos Modernos, 
de Charlie Chaplin: 
https://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ 
Apesar de os aspectos formais sempre terem estado presentes no estudo 
cientifico da administração, eles foram destacados por Max Weber, sociólogo 
Alemão e pioneiro da teoria burocrática. Segundo Hall (2004), para Weber, a 
natureza formal das organizações vem da divisão de trabalho e da hierarquia de 
autoridade, que define estritamente os indivíduos designados para a função. 
Além disso, para Weber, a definição de organização reside em “realizar um tipo 
específico e contínuo de atividades direcionadas a um propósito [...] As 
organizações são criadas para fazer algo” (WEBER, 1947, p.151-152 apud 
HALL, 2004, p.27). 
Sobre a natureza formal, Motta e Pereira (1980) consideram o seguinte: 
“O formalismo (...) expressa-se no fato de que a autoridade deriva de 
um sistema de normas sociais, escritas e exaustivas, que definem com 
precisão as relações de mando e subordinação, distribuindo as 
atividades a serem executadas de forma sistemática, tendo em vista 
os fins visados. Sua administração é formalmente planejada, 
organizada, e sua execução se realiza através de documentos 
escritos.” 
 
 
21 
Saiba mais 
Para se divertir, veja no vídeo a seguir um retrato das disfunções da 
burocracia, a representação máxima da formalidade nas organizações: 
https://www.youtube.com/watch?v=4Gdw5oem_NU 
 Em seguida, para ampliar essa discussão, reflita sobre a organização em 
que você trabalha. Ela apresenta características que se assemelham à 
organização formal? Se sim, quais são essas características? Se não, quais são 
as características que as diferenciam da organização formal? 
Leitura obrigatória 
Leia os capítulos 3 e 5 da obra: COLTRE, S. M. Fundamentos da 
Administração: um olhar transversal. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
TEMA 3 - O CONCEITO DE RACIONALIDADE ADMINISTRATIVA 
Racionalidade diz respeito a uma faculdade humana – para alguns, a mais 
importante, aquela que nos difere dos outros animais. Todavia, as organizações 
formais se caracterizam pela forte orientação racional dada pela administração. 
Assim, na busca por racionalizar as organizações, ao tempo que as 
práticas capitalistas se expandiam, proliferando o número de organizações 
existentes e desenvolvendo as indústrias que solicitavam técnicas e 
procedimentos que facilitavam o trabalho em organizações maiores e cada vez 
mais complexas, as empresas se depararam com o planejamento racional de 
ações e tomadas de decisões lógicas como uma necessidade (SILVEIRA, 2008). 
Essa busca de compreender a racionalidade nas organizações, esta foi 
objeto de estudo de diversos pesquisadores e, para facilitar o aprendizado, será 
apresentado o conceito desse fundamento desde a Antiguidade até os dias 
atuais. Veja a seguir! 
 
 
22 
 
Antiguidade 
Na Antiguidade, com a filosofia grega, a racionalidade era tratada pela 
lógica, e esta era a definição de razão e expressão da perfeição, da essência do 
“ser”. Para os gregos, especialmente para o filósofo Aristóteles, a razão era a 
entidade pela qual se podia compreender o mundo (LUCE, 1994). 
 Leia “A passagem do mito à razão: o surgimento da filosofia e a ciência 
no seu prelúdio”. 
http://www.dm.com.br/cidades/centro-oeste/2014/09/a-passagem-do-
mito-a-razao-o-surgimento-da-filosofia-e-a-ciencia-no-seu-preludio.html 
Século 18 
Já no século XVII, a razão toma um novo papel, tornando-se a essência 
da filosofia moderna. Neste ponto, importante foi o papel do filósofo francês Rene 
Descartes, quem proferiu a famosa frase, “penso, logo existo”. 
Assista este resumo sobre o Racionalismo de Descartes. 
https://www.youtube.com/watch?v=QUJORwWXE5U 
Século 20 
No século XX, o matemático e filósofo alemão Leibniz baseou a lógica 
moderna ao criar uma linguagem racional simbólica e calculista parecida com a 
matemática e baseada em um alfabeto do pensamento ou cálculo para o 
raciocínio. 
Durante esse período, a Teoria das Organizações recebeu novas 
contribuições teóricas (Noções psicológicas, contextuais, culturais e relacionais) 
que auxiliaram na compreensão da racionalidade, que podem influenciar os 
indivíduos e, consequentemente, as organizações. 
 
 
 
 
23 
 
Reflita sobre a frase a seguir! 
Entendo por razão, não a faculdade de raciocinar, que pode ser bem ou mal 
utilizada, mas o encadeamento das verdades que só pode produzir verdades, e 
uma verdade não pode ser contrária a outra. 
Wilhelm Leibniz 
Século 21 
Em pleno século XXI, torna-se necessária uma revisão do seu significado, 
diante das questões passadas pelas organizações, como obtenção de 
vantagens competitivas, comprometimento dos indivíduos e busca da eficiência 
(SILVEIRA, 2008). Acompanhe esta revisão sobre o conceito! 
1. A essência do capitalismo moderno, segundo Weber, é a sua 
racionalidade, pois as trocas no mercado, a base da ordem econômica 
capitalista, é a representação de toda a ação social racional, porque as 
transações que fazemos no mercado são determinadas exclusivamente pela 
perseguição intencional de interesses (BRUBACKER, 1984). Assim, nossas 
ações, no contexto capitalista em que vivemos, seguem uma lógica “meio-fim”. 
Glossário 
Meio: modos de se atingir a esses fins 
Fim: para um gestor, no contexto prático, é o lucro a ser obtido 
2. A racionalidade é o elemento que diferencia as organizacionais 
racionais e burocráticas das demais estruturas sociais (GERTH; MILLS, 2002), 
sendo, então, entendida como a qualificação da orientação que a ação social 
assume, pois, independentemente de outros fatores, a racionalização toma seu 
lugar social e pode adquirir diferentes formas e enfoques (WEBER, 1994). 
3. Os sistemas racionais ou burocráticos se baseiam na previsibilidade da 
conduta dos indivíduos, e somente assim é possível planejar e estabelecer 
metas organizacionais. O ser humano se angustia com o fato de o destino ser 
 
 
24 
 
responsável pelo resultado de suas ações e, por isso, procura racionalizar seus 
métodos. (SILVEIRA, 2008). Porém, a limitação do ser humano em agir 
racionalmente se choca com a pretensão de tornar o comportamento nas 
organizações plenamente racional. Por conta disto, Simon (1965) sugere que as 
organizações não erradiquem a irracionalidade do indivíduo, mas aprendam a 
lidar com essa limitação (esta ideia é tratada pelo conceito de racionalidade 
limitada, e será tratada mais para frente, na aula 4). 
4. Finalizando a revisão do conceito, tem-se que, para Caravantes, Panno 
e Kloeckner (2005, p. 44), “a racionalidade é o estabelecimento de uma estrutura 
e de cargos com descrições específicas – quem faz o quê – e tem por objetivo 
criar uma certa ordenação que permita que a organização faça aquilo que ela se 
propõe a fazer, a cumprir seus objetivos, em última análise”. Desse modo, a 
racionalidade seria o pensar de modo lógico e coerente, com vistas a se atingir 
os fins visados pela organização e, para tal, seria necessário o estabelecimento 
de uma estrutura formal (organização formal) para que a ordem e a eficiência 
sejam mantidas. 
Leitura obrigatória 
Leia as páginas 153-170 do livro: SANTOS, L. F. B. A Evolução do 
Pensamento Administrativo. Curitiba: Intersaberes, 2013. 
Saiba Mais 
Leia o artigo “O Mito da Racionalidade Administrativa e o Engenheiro 
Administrador”.http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2005/artigos/PR-11-
08026838866-1117654878548.pdf 
 
 
 
 
 
25 
 
NA PRÁTICA 
 Muito bem! Vamos ver na prática como esses conceitos que estudamos 
podem ser aplicados? Acesse o artigo indicado! Depois, reflita sobre as questões 
abaixo. Anote suas respostas! 
http://computerworld.com.br/tecnologia/2014/08/14/racional-engenharia-
leva-solucoes-em-nuvem-aos-canteiros-de-obras/ 
 Quais motivos levaram a empresa a investir em sistemas de cloud 
computing? 
 As funções administrativas estão presentes no caso estudado? Se sim, 
cite e explique-as. 
 De que modo a organização formal e a racionalidade estão presentes 
neste caso? 
 
SÍNTESE 
O que achou dos conceitos apreendidos nesta rota? Aposto que ficou 
surpreso em saber como tais teorias são aplicadas ao seu dia a dia, tanto na 
vida pessoal quanto profissional, certo? 
Como visto, intuitivamente ou empiricamente, as práticas relacionadas à 
administração sempre estiveram presentes na história da humanidade e, na 
prática administrativa, é importante saber que planejamento significa previsão 
das ações futuras. A organização é a estruturação da rotina organizacional, a 
direção é sinônimo de mobilização de pessoas (Liderando, motivando ou 
coordenando-as.), e o controle é o contínuo acompanhamento do processo com 
vistas a mantê-lo sempre no rumo organizacional. 
Vimos também que chamamos de organização: empresa, repartição 
pública, Igreja, fábrica, loja, padaria, ou seja, o todo elemento do sistema social 
e produtivo que se pretende organizar. Podemos dizer, então, que existem 
organizações criadas para atingir objetivos específicos, e para tanto, foram 
 
 
26 
 
formalmente organizadas relacionando órgãos e cargos, definidos por meio de 
diretrizes, normas e regulamentos. 
Por fim, vimos que racionalidade na organização significa estabelecer 
uma estrutura e cargos com descrições especificas, que se baseiam na 
previsibilidade da conduta dos indivíduos. Somente assim é possível planejar e 
estabelecer metas organizacionais para atingir objetivos específicos, no caso a 
eficiência e a eficácia organizacional. 
 
REFERÊNCIAS 
BLAU, P.; SCOTT, W. R. Organizações Formais: Uma abordagem 
comparativa. São Paulo: Atlas, 1970. 
BRUBACKER, R. The Limits of Rationality: An Essay on the Social and 
Moral Thought of Max Weber. Routledge Library Editions: 1984. 
CARAVANTES, G. R., PANNO, C. C., KLOECKNER, M. C. 
Administração: teorias e processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma 
visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2003. 
CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração: abordagens 
prescritivas e normativas. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2014. 
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<http://fernandacinel.blogspot.com.br/2009/11/exemplo-de-organograma.html>. 
Acesso em 10 jun. 2015. 
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e Operacional. Disponível em 
<https://robsonscosta.wordpress.com/2014/09/29/planejamento-estrategico-
tatico-e-operacional/>. Acesso em 04 nov. 2016. 
 
 
27 
 
DAFT, R. L. Organizações: Teorias e Projetos. São Paulo: Cengage 
Learning, 2008. 
ETZIONI, A. Modern Organizations. Englewood Cliffs, NJ, Prentice Hall, 
1964. 
GERTH, H. H.; MILLS, C. W. Ensaios de sociologia. 5. ed. Rio de 
Janeiro: LTC, 2002. 
HALL, R. H. Organizações: Estruturas, Processos e Resultados. 8. ed. 
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. 
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in National Policy Domains. Madison, Wisc.: The University of Wisconsin Press, 
1987. 
LUCE, J. V. Curso de filosofia grega: do séc. VI a.C. ao séc. III d.C. Rio 
de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. 
MENTOR, A. Brasil 247. Em São Paulo, falta de governo e 
planejamento leva à falta de água. Mar. 2014. Disponível em: 
<http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/133612/Em-S%C3%A3o-Paulo-falta-
de-governo-e-planejamento-leva-%C3%A0-falta-de-%C3%A1gua.htm>. Acesso 
em 09 jun. 2015. 
MOCKLER, R. The management control process. New York: Prentice 
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PRESTES MOTTA, F. C.; BRESSER PEREIRA, L. C. Introdução à 
Organização Burocrática. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1980. 
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SEBRAE. Estudos e Pesquisas. Sobrevivência das Empresas no Brasil. 
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