Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TIPOS DE ARGUMENTOS Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar ideias e a concatená- las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisiniou. (Othon Moacyr Garcia) 1. ARGUMENTO PRAGMÁTICO OU DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA Fundamenta-se na relação de dois acontecimentos sucessivos por meio de um vínculo causal (causa e efeito/consequência). Para que o argumento pragmático funcione, é preciso que o auditório concorde com o valor do efeito/da consequência. TIPOS DE ARGUMENTOS ARGUMENTAÇÃO POR CAUSA/CONSEQUÊNCIA ARGUMENTO PRAGMÁTICO ▪ Dizer os porquês que sustentam sua tese. ▪Exemplo: Paulo Coelho vendeu 41 milhões em todo o mundo. Ele é o 5º escritor que mais vende no planeta. No Brasil, o critério para assumir uma cadeira na Academia Brasileira de Letras é ter escrito um livro. Assim, nada mais justo que Paulo Coelho assuma uma cadeira. ➢Assim (conectivo de valor conclusivo) – 2 argumentos de natureza causal: Venda grande + preenchimento do requisito. ARGUMENTO PRAGMÁTICO OU DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA: EXEMPLO CONTEXTO: implantação do Novo Código Nacional de Trânsito (1998) TESE: O novo Código era algo bom ARGUMENTO: uma semana após a implantação do Novo Código, os jornais divulgaram uma estatística que comprovava um decréscimo de acidentes com vítimas da ordem de 56%. ARGUMENTO PRAGMÁTICO: ERROS DE RACIOCÍNIO OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS “Eu tive uma educação muito rígida e sou competente, bem-sucedido. Por isso, educo meus filhos da mesma forma.” SUPERSTIÇÃO “Fui assaltado numa esquina depois de um gato preto ter passado na minha frente. O gato me deu azar.” CUIDADO: FALSA RELAÇÃO DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA (SOFISMA) A televisão transmite todos os dias cenas de violência nos telejornais, nos filmes e até mesmo nos desenhos animados. Nossa sociedade é violenta. Logo, a causa da violência é a televisão. ➢Sofisma por confusão entre causa e efeito. TIPOS DE ARGUMENTOS: EXEMPLIFICAÇÃO (2) ▪ exemplo traz força à argumentação; ▪ importante escolher exemplos fortes. ▪Exemplo: Os três criminosos foram condenados a 124, 47 e 7 anos de prisão. No Brasil, no entanto, a pena máxima é de 30 anos. Sem contar que pode haver soltura antes desse prazo devido a bom comportamento, ou mesmo, após cumprir 1/6 da pena. Esses jovens que praticaram crimes tão selvagens podem voltar às ruas em cinco anos. Mas o pior é o caso do quarto criminoso, conhecido por Bolinha. Embora já seja maior de idade agora, não o era à época do crime. Ele deverá ser solto da Febem em novembro próximo. Essa proteção exagerada ao chamado menor de idade precisa ser discutida. TIPOS DE ARGUMENTO: DADOS ESTATÍSTICOS FRUTOS DE PESQUISAS (3) ▪ é preciso mencionar a fonte; ▪ é preciso cautela; ▪ Exemplo: O ensino médio no Brasil é muito deficiente, porque este ano, só no Rio de Janeiro, foram reprovados 3 mil candidatos às escolas superiores, segundo o Instituto Paulo Almeida (IPA). ▪ 3 mil candidatos é um número expressivo? E se comparado a 30 mil? TIPOS DE ARGUMENTO: CONTRA-ARGUMENTAÇÃO (4) ▪ imaginar posicionamentos contrários e rebatê-los; ▪refutar com consistência; ▪Exemplo: (...) Olhar as revistas povoadas de mulheres lindas... e sentir uma leve depressão, se sentir mais só, diante de tanta oferta impossível. Ver que, no Brasil, o feminismo se vulgarizou numa liberdade de "objetos", produziu mulheres livres como coisas, livres como produtos perfeitos para o prazer.(...)Talvez este artigo seja moralista, talvez as uvas da inveja estejam verdes, mas olhar as revistas de mulher nua é só ver paisagens; não pessoas com defeitos, medos. ARGUMENTO DE CONSENSO (5) É o argumento construído com base em conhecimento tomado como senso comum (consenso), tido como um saber partilhado. A educação é a base do desenvolvimento. A família é a base da organização social. ARGUMENTO DE CONSENSO: EXEMPLO “Se é verdade que qualquer ato de violência traumatiza o indivíduo em formação, também é válida a tese do limite que deve ser dado ao cidadão, particularmente nos primeiros anos de vida.” (Cláudio Janta, ZH, 14/02/06) ARGUMENTO DE CONSENSO: ERROS DE RACIOCÍNIO LUGARES-COMUNS: carentes de base científica, de validade discutível. Ideia que não mais necessita de demonstração ≠ enunciação de preconceitos. O brasileiro é um preguiçoso. A Aids é um castigo de Deus. (...) E eis que continuamos gastando uma fortuna dos “contribuintes” para manter um ensino público de péssima qualidade, uma verdadeira máquina de doutrinação ideológica. O aluno vai aprender que Marx é o máximo, que o marxismo se preocupa com os mais pobres, que o capitalismo é desigualdade injusta e imperialismo. Vai aprender ainda que todas as mazelas da humanidade são resultado das ações do homem branco malvado. (...) Enquanto isso, a criminalidade aumenta e a esquerda insiste que os marginais são “vítimas da sociedade”. E já começa a campanha pesada contra a redução da maioridade penal, com notícias de “explosão carcerária”. Ora, como já comentei aqui, a saída é construir mais prisões, não soltar bandidos! A esquerda quer “trabalhos sociais” para os marginais? Tudo bem: podem trabalhar nas prisões, fabricando bolas de futebol, por exemplo. Mas presos! Diante desse quadro de ensino público caótico e marxista, e da falta de lugar nas prisões, talvez seja o caso de concluir, com alguma hipérbole, que precisamos de MENOS ESCOLAS, MAIS PRISÕES! Rodrigo Constantino (http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/menos-escolas-mais- prisoes/) – 4 de junho de 2015. ARGUMENTO POR COMPARAÇÃO/ANALOGIA (6) Utilizamos como tese de adesão inicial um fato que tenha uma relação analógica com a tese principal. ARGUMENTO POR COMPARAÇÃO/ANALOGIA: EXEMPLO Contexto: O renomado médico baiano Elsimar Coutinho, em um livro chamado Menstruação, a Sangria Inútil, defende a tese (principal) de que as mulheres devem evitar a menstruação, tomando uma medicação que iniba a ovulação. Ao ser questionado se isso não seria interromper uma coisa natural, afirmou: nem tudo aquilo que é natural é bom Argumento: Um terremoto, por exemplo, é uma coisa natural, e não é boa. Uma enchente é uma coisa natural, e não é boa. Uma infecção por bactérias é uma coisa natural, e não é boa. Tanto que tomamos antibióticos para combatê-la. Segundo ele, a menstruação, embora natural, tem aspectos indesejáveis como a tensão pré-menstrual, e o perigo de enfermidades graves como a endometriose. Combatê-la, pois, com medicamentos, como fazemos com os antibióticos em relação a uma infecção, é uma medida acertada. ARGUMENTO PELO EXEMPLO/MODELO (7) Acontece quando sugerimos a imitação das ações de outras pessoas. Podem ser pessoas célebres, membros de nossa família, pessoas que conhecemos em nosso dia a dia, cuja conduta admiramos. Variações: MODELO e ANTIMODELO ARGUMENTO PELO EXEMPLO/MODELO Tese principal: as pessoas de mais de cinquenta anos ainda podem realizar grandes coisas em suas vidas. Argumento: o exemplo de Júlio César que, depois dos cinquenta anos, venceu os gauleses, derrotou Pompeu e tornou-se governador absoluto em Roma. ARGUMENTO PELO EXEMPLO/MODELO MODELO “Você não ficar constrangido por ter estar com dificuldades em matemática, pois até mesmo Einstein tinha problemas em matemática.” ANTIMODELO “Bem, vocês ouçam as desafinações desse músico e percebam como é horrível tocar assim.” ARGUMENTO DE AUTORIDADE OU CITAÇÃO (8) O argumento se sustenta pela citação de uma fonte confiável, uma autoridade no assunto abordado. Pode ser um especialista no assunto ou dados deinstituição de pesquisa, uma frase dita por alguém, líder ou político, algum artista famoso ou algum pensador. A citação pode auxiliar e deixar consistente a tese. A frase citada deve vir entre aspas. ARGUMENTO DE AUTORIDADE OU CITAÇÃO: EXEMPLO REGRAS PARA A EFICÁCIA DO ARGUMENTO DE AUTORIDADE OU CITAÇÃO CONDIÇÕES DA ARGUMENTAÇÃO REFERÊNCIAS ▪ FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. 4. ed. São Paulo: Ática, 1999. ▪ FURTADO, Lilian; PEREIRA, Vinícius Carvalho. Técnicas de redação para concursos: teoria e questões. 3. ed. São Paulo: Método, 2012. ▪ GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 27. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010. As Técnicas Argumentativas ➢ Argumentos quase lógicos ➢ Argumentos fundamentados na estrutura do real ➢p.49-66 Argumentação p. 370
Compartilhar