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Lista de Língua Portuguesa 
 
Aluno(a): Enem Turma: Turno: 
 
01 - (UNITAU SP/2019) 
 
“Eles olharam um instante as velhas árvores da Quinta 
Imperial, por onde vinham atravessando. Nunca as tinham 
contemplado; e, agora, parecia-lhes que jamais tinham pousado 
os olhos sobre árvores tão soberbas, tão belas, tão tranquilas e 
seguras de si, como aquelas que espalhavam sob os seus 
grandes ramos uma vasta sombra, deliciosa e macia. Pareciam 
que medravam sentindo-se em terra própria, delas, da qual 
nunca sairiam desalojadas a machado, para edificação de 
casebres; e esse sentimento lhes havia dado muita força de 
vegetar e uma ampla vontade de se expandirem. O solo sobre o 
qual cresciam era delas e agradeciam à terra estendendo muito 
os seus ramos, cerrando e tecendo a folhagem, para dar à boa 
mãe frescura e proteção contra a inclemência do sol. 
As mangueiras eram as mais gratas; os ramos longos e 
cheios de folhas quase beijavam o chão. As jaqueiras 
espreguiçavam; os bambus se inclinavam, de um lado e doutro 
da aleia, e cobriam a terra com uma ogiva verde...” 
 
Triste fim de Policarpo 
 quaresma. Lima Barreto. 
 
Quais as figuras de linguagem presentes no fragmento anterior? 
 
A) Personificação, antítese, silepse. 
B) Personificação, sinestesia, anáfora. 
C) Anáfora, sinestesia, silepse. 
D) Metonímia, hipérbole, eufemismo. 
E) Hipérbole, eufemismo, sinestesia. 
 
TEXTO: 1 - Comum à questão: 2 
 
Leia o trecho do livro Bem-vindo ao deserto do real!, de Slavoj 
Žižek. 
 
 
Numa antiga anedota que circulava na hoje falecida 
República Democrática Alemã, um operário alemão consegue 
um emprego na Sibéria; sabendo que toda correspondência 
será lida pelos censores, ele combina com os amigos: “Vamos 
combinar um código: se uma carta estiver escrita em tinta azul, 
o que ela diz é verdade; se estiver escrita em tinta vermelha, 
tudo é mentira.” Um mês depois, os amigos recebem uma carta 
escrita em tinta azul: “Tudo aqui é maravilhoso: as lojas vivem 
cheias, a comida é abundante, os apartamentos são grandes e 
bem aquecidos, os cinemas exibem filmes do Ocidente, há 
muitas garotas, sempre prontas para um programa – o único 
senão é que não se consegue encontrar tinta vermelha.” Neste 
caso, a estrutura é mais refinada do que indicam as aparências: 
apesar de não ter como usar o código combinado para indicar 
que tudo o que está dito é mentira, mesmo assim ele consegue 
passar a mensagem. Como? Pela introdução da referência ao 
código, como um de seus elementos, na própria mensagem 
codificada. 
(Bem-vindo ao deserto 
 do real!, 2003.) 
 
 
02 - (UNESP SP/2018) 
A “introdução da referência ao código, como um de seus 
elementos, na própria mensagem codificada” constitui um 
exemplo de 
 
A) eufemismo. 
B) metalinguagem. 
C) intertextualidade. 
D) hipérbole. 
E) pleonasmo. 
TEXTO: 2 - Comum às questões: 3, 4 
 
 
Sarapalha 
 
1 – Ô calorão, Primo!... E que dor de cabeça excomungada! 
2 – É um instantinho e passa... É só ter paciência.... 
3 – É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres 4 
vestidas de cor de água, sem olhos na cara, para não terem 
de 5 olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo 
Argemiro!... E eu 6 já estou cansado de procurar, no meio das 
outras... Não vem!... 7 Foi, rio abaixo, com o outro... Foram 
p’r’os infernos!... 
8 – Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem-de- 9 
ferro que levou... 
10 – Não foi no rio, eu sei... No rio ninguém não anda... Só a 11 
maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e 
12 pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo 
a 13 estória, Primo? Como é?... 
14 – O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não 
é 15 bom variar... 
16 – Mas, a estória, Primo!... Como é?... Conta outra vez... 
17 – O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... “Foi o 18 
moço-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia-de-19 
domingo e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a moça 
20 p’ra ir se fugir com ele”... 
21 – Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás 
das 22 outras... Cada qual mais bonita... Mas eu não quero, 23 
nenhuma!... Quero só ela... Luísa... 
24 – Prima Luísa... 
25 – Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Me ajuda, 
Primo! 26 Me ajuda a ver... 
27 – Não é nada, Primo Ribeiro... Deixa disso! 
28 – Não é mesmo não... 
29 – Pois então?! 
30 – Conta o resto da estória!... 
31 – ...“Então, a moça, que não sabia que o moço-bonito era o 
32 capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa, e 
foi 
33 com ele na canoa, descendo o rio...” 
Guimarães Rosa, Sagarana. 
 
03 - (FUVEST SP/2018) 
Tendo como base o trecho “só a maleita é quem sobe e desce, 
olhando seus mosquitinhos e pondo neles a benção...”, o termo 
em destaque foi empregado ironicamente por aludir ao inseto 
 
A) causador da malária. 
B) causador da febre amarela. 
C) transmissor da doença de Chagas. 
D) transmissor da malária. 
E) transmissor da febre amarela. 
 
 
04 - (FUVEST SP/2018) 
No texto de Sarapalha, constitui exemplo de personificação o 
seguinte trecho: 
 
A) “No rio ninguém não anda” (Ref. 10). 
B) “só a maleita é quem sobe e desce” (Refs. 10-11). 
C) “O senhor já sabe as palavras todas de cabeça” (Ref. 17). 
D) “e com a viola enfeitada de fitas” (Ref. 19). 
E) “ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa” (Ref. 32). 
 
 
TEXTO: 3 - Comum à questão: 5 
 
Receita de Ano Novo 
 
Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido 
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano 
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, 
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; 
novo 
até no coração das coisas menos percebidas 
(a começar pelo seu interior) 
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, 
mas com ele se come, se passeia, 
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha ou qualquer outra 
birita, 
não precisa expedir nem receber mensagens 
(planta recebe mensagens? 
passa telegramas?) 
 
Não precisa 
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumadas 
nem parvamente acreditar 
que por decreto de esperança 
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações, 
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando 
pelo direito augusto de viver. 
 
Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome, 
você, meu caro, tem de merecê-lo, 
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente. 
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre. 
ANDRADE, Carlos Drummond de. 
Receita de Ano Novo. 
São Paulo: Editora Record, 2008. 
 
05 - (Fac. Santo Agostinho BA/2018) 
Entre os recursos de expressão usados pelo escritor na 
composição do texto, podem ser citados, EXCETO 
 
A) ironia. 
B) metalinguagem. 
C) metáfora. 
D) personificação. 
 
TEXTO: 4 - Comum à questão: 6 
 
Em meio a múltiplas distrações digitais que tornam a 
atenção humana um bem escasso, conquistar o engajamento 
passou a ser um requisito indispensável para projetos bem 
sucedidos de educação continuada. Designers educacionais, 
programadores, ilustradores e roteiristas têm o desafio nada 
trivial de criar metodologias, ambientes de aprendizagem e 
técnicas narrativas que encantem o aprendiz sem lhe tomar 
muito tempo. Tecnologias digitais como realidade aumentada, 
experiências imersivas, internet das coisas e vídeos interativos 
estão ajudando a moldar o novo cenário da educação 
corporativa. 
 
Valor, 31/01/2017. 
06 - (FGV /2018) 
A prática de esportes é uma atividade exclusivamente privativa 
dos sócios do clube. 
 
Nesta frase, o advérbio “exclusivamente” ésupérfluo ou 
redundante, uma vez que a ideia que ele expressa já está 
contida no adjetivo “privativa”. Esse tipo de redundância pode 
ser apontado na seguinte expressão do texto: 
 
A) “desafio nada trivial”. 
B) “bem escasso”. 
C) “técnicas narrativas”. 
D) “projetos bem sucedidos”. 
E) “vídeos interativos”. 
 
TEXTO: 5 - Comum à questão: 7 
 
Leia o madrigal de Silva Alvarenga. 
 
Voai, suspiros tristes; 
Dizei à bela Glaura o que eu padeço, 
Dizei o que em mim vistes, 
Que choro, que me abraso, que esmoreço. 
Levai em roxas flores convertidos 
Lagrimosos gemidos que me ouvistes: 
Voai, suspiros tristes; 
Levai minha saudade; 
E, se amor ou piedade vos mereço, 
Dizei à bela Glaura o que eu padeço. 
(Silva Alvarenga, Glaura) 
 
07 - (FGV /2018) 
Nos versos “Voai, suspiros tristes;” e “Que choro, que me 
abraso, que esmoreço.”, as figuras de linguagem presentes são, 
respectivamente, 
 
A) a sinestesia, com a mistura de ações e sentimentos; e a 
assonância, com a repetição intencional da vogal “o”, 
criando um clima de desolação. 
B) a catacrese, com o sentido cristalizado da expressão 
“suspiros tristes”; e a anáfora, com a repetição da 
conjunção “que” em todas as orações que compõem o 
verso. 
C) a metonímia, com o emprego da parte – os suspiros tristes 
– pelo todo – o eu lírico –; e a sinestesia, com a 
comparação de diversas sensações. 
D) a personificação, com atribuição de qualidade humana a 
elemento não humano; e a anáfora, com a repetição da 
conjunção “que” no início das orações. 
E) a metáfora, com a comparação entre o sofrimento e os 
suspiros; e a antítese, com as contradições relativas aos 
estados d’alma do eu lírico. 
 
TEXTO: 6 - Comum à questão: 8 
 
Explosão demográfica 
 
Minueto em fó menor 
 
As minúsculas, delicadas e tão comoventes florinhas 
das bocas inocentes e encantadoras abremse a cada 
segundo do mundo subdesenvolvido, aos milhares, milhões, 
dezenas, centenas de milhões, em busca de alimento; e logo 
a seguir entre choro, grito, lamento, protesto, birra e baba, 
riso assovio sopro engasgo soluços começam a correr atrás 
de mais comida e de bolas, as bocas sempre abertas no 
eterno clamor, e pedindo exigindo comendo mastigando 
engolindo engasgando pedindo mais, tomando à força, 
procurando pegar mais para guardar nos bolsos, conservar 
nas mãos, ocultar nos sovacos ou entre as coxas, para mais 
tarde voltar a encher a boca, engolir no desespero de sua 
milenar desnutrição, para prosseguir na corrida atrás da bola, 
em demanda de gols e mais gols, numa ilusória derrota 
àqueles que por séculos não os deixaram comer até fartar. 
[...] 
(ÉLIS, Bernardo. Explosão demográfica. 
 In: ______. Melhores contos. 4. ed. São 
Paulo: Global, 2015. p. 106-107.) 
 
08 - (PUC GO/2018) 
No texto, “Explosão demográfica”, Bernardo Élis utiliza alguns 
recursos linguísticos e estilísticos para sugerir o sentido expresso 
no título. Assinale a alternativa que apresenta corretamente esses 
recursos: 
 
A) Hipérbole para expressar o excesso de crianças nascidas e 
famintas. 
B) Quebras sintáticas para expressar o caos da fome no Brasil. 
C) Antítese para expressar as diferenças entre pobres e ricos. 
D) Excesso de pontuação para expressar o ritmo rápido da 
criminalidade. 
 
TEXTO: 7 - Comum à questão: 9 
 
 
1 O conhecimento científico é uma categoria histórica 2 e, 
como tal, é movimento em contínua evolução que 3 condiciona a 
cognoscibilidade ao desenvolvimento dos 4 instrumentos físicos 
e da inteligência histórica dos 5 cientistas individuais (Gramsci, 
1978). Nenhuma ciência 6 se apresenta como puro sistema de 
objetividade, pois 7 decorre sempre de práticas, técnicas, 
hipóteses, num 8 incessante trabalho de revisão dos 
conhecimentos. 9 Há níveis de objetividade, há acordos de 
grupos 10 ideologicamente dessemelhantes quanto aos mesmos 
11 conhecimentos teóricos, mas há também processos 12 
historicamente condicionados que permitem que cada 13 ciência 
se desenvolva (Védrine, 1977). 
14 Na época de incertezas em que vivemos, o fazer 15 
científico e o conhecimento que dele resulta apenas nos 16 
indicam caminhos possíveis. A ciência pode ser uma 17 técnica 
social que permite ver as potencialidades do real 18 e agir com 
base nesse olhar. De acordo com essa 19 perspectiva, a partir 
do feixe de possíveis que a realidade 20 nos apresenta, é válido 
pensar utopias que superem as 21 conquistas da modernidade e 
incorporem o domínio 22 coletivo e consciente das ciências, das 
técnicas, das 23 escolhas de produção, de distribuição e de 
consumo de 24 bens materiais e não materiais. 
 
BAUMGARTEN, Maíra et al. 
Sociedade e conhecimento: novas tecnologias e desafios 
para a produção de conhecimento nas Ciênci- 
as Sociais. Disponível em: <http://www.scie- 
lo.br/pdf/se/v22n2/06.pdf.>. Acesso em: 
 18 nov. 2017. Adaptado. 
 
 
09 - (UNIME BA/2018) 
No segundo parágrafo do texto, há uma figura de linguagem 
conhecida como 
 
01) eufemismo, devido ao uso de um termo menos agressivo, 
para falar de algo desagradável. 
02) hipérbole, em face do emprego de palavras que 
expressam, de forma intencional, uma ideia de exagero. 
03) paradoxo, em virtude da união de ideias contraditórias, 
resultando em uma afirmativa aparentemente absurda. 
04) pleonasmo, mediante a repetição de uma expressão, com 
o objetivo de realçá-la, tornando-a mais significativa. 
05) metáfora, por haver uma comparação implícita entre dois 
elementos, criando-se uma relação de semelhança entre 
eles. 
 
TEXTO: 8 - Comum à questão: 10 
 
 
Considere a tirinha abaixo. 
 
 
 
10 - (IFRS/2018) 
Um dos personagens demonstra desconhecer o significado da 
figura de linguagem denominada paradoxo. Contudo, pela fala 
do personagem Camilo, depreende-se que o paradoxo consiste 
 
A) na substituição lógica de uma palavra por outra 
semelhante. 
B) na repetição intencional de uma palavra ou expressão para 
reforçar o sentido. 
C) na aproximação de palavras contrárias, ou reunião de 
palavras contraditórias dentro de um mesmo contexto. 
D) na mistura de diferentes impressões sensoriais. 
E) em um exagero intencional. 
 
TEXTO: 9 - Comum à questão: 11 
 
 
“É Brasileiro, já passou de Português...” 
 
 
 
A ideia de uma língua única, que não se altera, é 
um mito, pois a heterogeneidade social e cultural implica a 
heterogeneidade linguística. 
 
(...) 
 
Embora Brasil e Portugal tenham uma língua 
comum, é nítido a qualquer falante do português que existem 
diferenças entre o português falado nos dois países – claro 
que elas também existem com relação aos demais países de 
língua portuguesa. (...) Essas diferenças são tão grandes que 
podemos afirmar que no Brasil se fala uma língua diferente 
da de Portugal, que os linguistas denominaram de português 
brasileiro. Isso é tão evidente que, se você observar um 
processador de textos, o Word, por exemplo, na ferramenta 
idiomas há as opções português e português brasileiro ou 
português (Brasil). Por quê? Como são línguas diferentes, o 
corretor automático do processador precisa saber em que 
“língua” está sendo escrito o documento, pois o português 
europeu e o brasileiro seguem regras diferentes. 
Quando ouvimos um habitante de Portugal 
falando, percebemos imediatamente um uso diverso da 
língua. A diferença mais perceptível é de ordem fonológica, 
ou seja, na maneira de produzir os sons da língua. 
Identificamos rapidamente que ele fala português, porém com 
“sotaque ou acento lusitano”. Se atentarmos com mais 
cuidado, perceberemos, entretanto, que as diferenças não 
são apenas de ordem fonológica. Há também diferenças 
sintáticas (poucas) e lexicais. Um mesmo conceito é 
designado por significantes diferentes, o que prova o caráter 
imotivadodo signo linguístico. (...) 
(Ernani Terra, Revista 
 Língua Portuguesa, 
adaptado, julho/2018) 
 
11 - (ESPM SP/2019) 
O autor defende que: 
 
A) Há diferenças linguísticas tão grandes, com regras também 
tão diferentes, que se constatam duas línguas diversas: o 
português de Portugal e o português europeu. 
B) Diferenças de ordem fonológica ocorrem quando um 
mesmo significado é designado por significantes diferentes. 
 
C) Diferenças linguísticas em outros países, como Angola, 
Moçambique, Cabo Verde, Timor Leste e São Tomé e 
Príncipe, são tão pequenas que não chegam a caracterizar 
línguas diferentes. 
D) As alterações linguísticas entre Portugal e Brasil ocorrem 
principalmente, por serem mais verificáveis, no campo da 
escrita. 
E) O signo linguístico não necessita, para sua existência, de um 
caráter motivado. 
 
 
TEXTO: 10 - Comum à questão: 12 
 
Romanceiro da Inconfidência 
Romance XXIV 
 
 
Atrás de portas fechadas, 
à luz de velas acesas, 
brilham fardas e casacas, 
junto com batinas pretas. 
5 E há finas mãos pensativas, 
entre galões, sedas, rendas, 
e há grossas mãos vigorosas, 
de unhas fortes, duras veias, 
e há mãos de púlpito e altares, 
10 de Evangelhos, cruzes, bênçãos. 
Uns são reinóis, uns, mazombos; 
e pensam de mil maneiras; 
mas citam Vergílio e Horácio, 
e refletem, e argumentam, 
15 falam de minas e impostos, 
de lavras e de fazendas, 
de ministros e rainhas 
e das colônias inglesas. 
 
Atrás de portas fechadas, 
20 à luz de velas acesas, 
uns sugerem, uns recusam, 
uns ouvem, uns aconselham. 
Se a derrama for lançada, 
há levante, com certeza. 
25 Corre-se por essas ruas? 
Corta-se alguma cabeça? 
Que bandeira se desdobra? 
Com que figura ou legenda? 
 
Atrás de portas fechadas, 
30 à luz de velas acesas, 
entre sigilo e espionagem, 
acontece a Inconfidência. 
 
Liberdade, ainda que tarde, 
ouve-se em redor da mesa. 
35 E a bandeira já está viva, 
e sobe, na noite imensa. 
E os seus tristes inventores 
já são réus — pois se atreveram 
a falar em Liberdade 
40 (que ninguém sabe o que seja). 
 
Liberdade — essa palavra, 
que o sonho humano alimenta: 
que não há ninguém que explique, 
e ninguém que não entenda! 
 
45 E a vizinhança não dorme: 
murmura, imagina, inventa. 
Não fica bandeira escrita, 
mas fica escrita a sentença. 
 
 
 
 
MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Incon- 
fidência. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 
 1953. p.103-105. Fragmento. 
12 - (FM Petrópolis RJ/2019) 
O verso que apresenta o recurso semântico da metonímia para 
descrever os participantes da conjuração é 
 
A) “Atrás de portas fechadas” (v. 19) 
B) “à luz de velas acesas” (v. 20) 
C) “e pensam de mil maneiras” (v. 12) 
D) “uns sugerem, uns recusam” (v. 21) 
E) “E há finas mãos pensativas” (v. 5) 
 
TEXTO: 11 - Comum às questões: 13, 14, 15 
 
 
Mais agrotóxico na mesa 
 
Projeto de lei que flexibiliza regras para aprovação e 
uso de pesticidas reacende discussões sobre a segurança do 
que colocamos em nosso prato. 
 
(1) Tem no arroz. Tem no feijão. Tem na salada. E tem 
até na carne, no leite, no pão e nos biscoitos. Todos esses 
alimentos, ou as matérias-primas que permitem sua 
produção, dependem de agrotóxico para ganhar escala 
industrial. Pelos cálculos da Fundação Oswaldo Cruz 
(Fiocruz), circulam, em média, sete litros por ano dessas 
substâncias pelo nosso organismo. Não surpreende. Desde 
2008, o Brasil é considerado o principal consumidor desses 
agentes, utilizando cerca de 20% de todos os tipos 
comercializados no mundo. Mas há quem defenda que é 
preciso usar mais. 
(2) Em junho, um grupo de políticos aprovou na Câmara 
dos Deputados o projeto de lei que flexibiliza as regras de 
fiscalização e aplicação de pesticidas. “Com ferramentas 
atuais, os agricultores poderão responder de forma mais 
assertiva para a produção das lavouras, garantindo a 
produção de alimentos e matérias-primas sem aumentar a 
área plantada ou o consumo de recursos naturais”, justifica o 
diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal. 
(3) É claro que houve reação. O documento foi 
apelidado de “Pacote do Veneno” por vários setores da 
sociedade, que trataram de se mobilizar para impedir que ele 
avance e ganhe força de lei. Encabeçada pela Fiocruz, além 
de ativistas e celebridades, uma petição online reuniu mais 
de 1,6 milhão de assinaturas. Toda essa movimentação 
trouxe à tona uma discussão antiga: afinal, como esses 
químicos afetam nosso organismo? 
(4) Segundo a OMS, são registrados 25 milhões de 
casos de envenenamento por agrotóxicos e 20 mil mortes no 
planeta todo ano. As populações mais vulneráveis são as que 
estão diretamente em contato com esses elementos, como 
trabalhadores do campo e moradores das zonas rurais, 
empregados das corporações que fabricam os defensivos, 
bem como populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas. 
No Brasil, informa a Abrasco, ocorrem cerca de 4.300 
episódios de intoxicação anualmente. Mas esse dado é 
subnotificado, apesar de o número de doenças possivelmente 
incitadas por pesticidas ser enorme. 
(5) Mas, o que o consumidor pode fazer para minimizar 
a exposição ao agrotóxico? 
(6) Caprichar na higienização dos vegetais? Prestar 
mais atenção na hora das compras? Priorizar variedades da 
época e da região? Dar preferência aos orgânicos e à 
produção agroecológica? Ficar ligado nas discussões 
políticas sobre alimentação? 
(7) No fundo, tudo passa por uma mudança cultural que 
esbarra em questões econômicas. Vai na mesma linha de 
diminuir o uso de sacolas plásticas e de copos plásticos. Só 
assim a gente consegue caminhar para um mundo mais 
saudável e sustentável. 
 
13 - (FPS PE/2019) 
Qualquer texto – o que, na verdade, corresponde a uma ‘ação 
de linguagem’ – é movido por uma intenção, por um ‘propósito’, 
contextualmente reconhecido. Em relação ao texto, pode-se 
entender que a interação do autor foi: 
 
 
A) caracterizar as diferentes doenças possivelmente incitadas 
por pesticidas comercializados no mundo, inclusive no Brasil. 
B) propor que as normas de fiscalização do uso de agrotóxicos 
sejam determinantes, embora mais flexíveis, para a produção 
das lavouras. 
C) estimular o setor agrícola do país no sentido de garantir, aos 
diferentes produtos, o status de ‘escala industrial’. 
D) informar aos trabalhadores do campo e moradores das zonas 
rurais os riscos de contaminação incitados pelo agrotóxico. 
E) advertir os leitores de que enfrentar a exposição excessiva ao 
uso de agrotóxicos é, antes de tudo, uma questão cultural. 
 
14 - (FPS PE/2019) 
No sexto parágrafo do texto, encontramos várias perguntas. São 
perguntas que, neste texto, têm uma função: 
 
A) textualmente relevante, pois se destinam a esclarecer, aos 
prováveis leitores, detalhes do tema ainda em discussão. 
B) elucidativa, uma vez que têm como função dar respostas 
explícitas a questões até então desconhecidas. 
C) pragmaticamente coerente, pois os interlocutores previstos 
esperam esclarecimentos que tirem suas dúvidas atuais. 
D) comunicativamente inadequada, uma vez que o contexto 
ativado pelo texto pede, no momento, respostas explícitas. 
E) puramente retórica. Ou seja, as perguntas são uma 
estratégia, ou um recurso para instigar o interesse do leitor. 
 
15 - (FPS PE/2019) 
Do ponto de vista global, o texto elege como área prioritária para 
a solução do problema levantado: 
 
A) o campo das mudanças culturais, conforme o qual as 
pessoas atuam socialmente. 
B) as populações que se concentram na produção específica do 
meio rural. 
C) o cultivo de alimentos vegetais por métodos 
preferencialmente orgânicos. 
D) a discussão pública sobre a relação entre ciência e saúde. 
E) as corporações responsáveis pela contínua fabricação dos 
agrotóxicos. 
 
TEXTO: 12 - Comum às questões: 17, 16, 18 
 
“O certo é falar assim porquese escreve assim”. 
 
Diante de uma placa escrita TEATRO, é provável que 
um pernambucano, lendo em voz alta, diga TÉ-atru, que um 
carioca diga TCHI-atru, que um paulistano diga TÊ-atru. E 
agora? Quem está certo? Ora, todos estão igualmente certos. O 
que acontece é que em toda comunidade linguística do mundo 
existe um fenômeno chamado variação, isto é, nenhuma língua 
é falada do mesmo jeito em todos os lugares, assim como nem 
todas as pessoas falam a própria língua de modo idêntico o 
tempo todo. 
Infelizmente, existe uma tendência (mais um 
preconceito!) muito forte no ensino da língua de querer obrigar o 
aluno a pronunciar “do jeito que se escreve”. Como se essa 
fosse a única maneira “certa” de falar português. (Imagine se 
alguém fosse falar inglês ou francês do jeito que se escreve!) 
Muitas gramáticas e livros didáticos chegam ao cúmulo de 
aconselhar a professora a “corrigir” quem fala muleque, bêju, 
minino, bisôro, como se isso pudesse anular o fenômeno da 
variação tão natural e inevitável na vida das línguas. Essa 
supervalorização da língua escrita combinada com o desprezo 
da língua falada é um preconceito que data de antes de Cristo! 
É claro que é preciso ensinar a escrever de acordo 
com a ortografia oficial, mas não se pode fazer isso tentando 
criar uma língua falada “artificial”, e reprovando como “erradas” 
as pronúncias que são resultado da história social e cultural das 
pessoas que falam a língua em cada canto do Brasil. Seria mais 
justo e democrático explicar ao aluno que ele pode dizer 
“bulacha” ou “bolacha”, mas que só pode escrever BOLACHA, 
porque é necessária uma ortografia única para toda a língua, 
para que todos possam ler e compreender o que está escrito. 
 
Marcos Bagno. Preconceito linguístico. 
 São Paulo: Parábola, 2015. p. 79-80. 
16 - (FPS PE/2019) 
A questão abordada no texto é vista numa perspectiva 
linguística: 
 
A) mais social, pragmática e flexível. 
B) antes de tudo, sintático-semântica. 
C) eminentemente morfológica e sintática. 
D) meramente, fonética e fonológica. 
E) sobretudo, léxico-gramatical. 
 
17 - (FPS PE/2019) 
O autor conclui seu texto afirmando a flexibilidade da pronúncia 
na modalidade oral, mas também a necessidade de uma única 
grafia oficial, pois: 
 
A) em cada canto do Brasil se escrevem textos reprováveis. 
B) é artificial um padrão de escrita sem aprovação da 
gramática. 
C) são consideradas erradas e reprováveis as pronúncias 
regionais. 
D) o entendimento do que está escrito deve ser garantido a 
todos. 
E) as dificuldades ortográficas podem resultar em padrões 
artificiais de fala. 
 
18 - (FPS PE/2019) 
O texto mostra uma elaboração própria dos textos expositivos. 
Isso fica mais evidente: 
 
A) pelo cumprimento de regras sintáticas da escrita. 
B) por estar distante dos modos típicos da oralidade. 
C) por apresentar autoria e divisão paragráfica. 
D) por empregar um vocabulário de caráter erudito. 
E) graças ao teor generalizante de suas afirmações. 
 
TEXTO: 13 - Comum à questão: 19 
 
 
Sonetilho do falso 
Fernando Pessoa 
 
Onde nasci, morri. 
Onde morri, existo. 
E das peles que visto 
muitas há que não vi. 
 
5 Sem mim como sem ti 
posso durar. Desisto 
de tudo quanto é misto 
e que odiei ou senti. 
 
Nem Fausto nem Mefisto, 
10 à deusa que se ri 
deste nosso oaristo*, 
 
eis-me a dizer: assisto 
além, nenhum, aqui, 
mas não sou eu, nem isto. 
Carlos Drummond de Andrade. 
Claro Enigma. 
*conversa íntima entre casais. 
 
 
Ulisses 
 
O mito é o nada que é tudo. 
O mesmo sol que abre os céus 
É um mito brilhante e mudo ‐ 
O corpo morto de Deus, 
5 Vivo e desnudo. 
 
Este, que aqui aportou, 
Foi por não ser existindo. 
Sem existir nos bastou. 
Por não ter vindo foi vindo 
10 E nos criou. 
 
Assim a lenda se escorre 
A entrar na realidade, 
E a fecundá ‐la decorre. 
Em baixo, a vida, metade 
15 De nada, morre. 
Fernando Pessoa. Mensagem. 
 
 
19 - (FUVEST SP/2019) 
O oxímoro é uma “figura em que se combinam palavras de 
sentido oposto que parecem excluir ‐se mutuamente, mas que, no 
contexto, reforçam a expressão” (HOUAISS, 2001). No poema 
“Sonetilho do falso Fernando Pessoa”, o emprego dessa figura de 
linguagem ocorre em: 
 
A) “Onde morri, existo” (Ref. 2). 
B) “E das peles que visto / muitas há que não vi” (Refs. 3-4). 
C) “Desisto / de tudo quanto é misto / e que odiei ou senti” (Refs. 
6-8). 
D) “à deusa que se ri / deste nosso oaristo” (Refs. 10-11). 
E) “mas não sou eu, nem isto” (Ref. 14). 
 
TEXTO: 14 - Comum à questão: 20 
 
 
Leia o poema de Pedro Tierra. 
 
Fui assassinado. 
Morri cem vezes 
e cem vezes renasci 
sob os golpes do açoite. 
 
Meus olhos em sangue 
Testemunharam 
a dança dos algozes 
em torno do meu cadáver. 
Tornei-me mineral 
memória da dor. 
Para sobreviver, 
recolhi das chagas do corpo 
a lua vermelha de minha crença, 
no meu sangue amanhecendo. 
 
[...] 
Porque sou o poeta 
dos mortos assassinados, 
dos eletrocutados, dos “suicidas”, 
dos “enforcados” e “atropelados”, 
dos que “tentaram fugir”, 
dos enlouquecidos. 
 
Sou o poeta 
dos torturados, 
dos “desaparecidos”, 
dos atirados ao mar, 
sou os olhos atentos 
sobre o crime. 
(Pedro Tierra, Poemas do Povo da Noite) 
 
20 - (IBMEC SP Insper/2019) 
No poema, o eu lírico 
 
A) expressa seus sentimentos em relação à vida como 
submissão a um incessante sofrimento, independentemente 
da sociedade em que está inserido. 
B) emerge como força de resistência, representando a voz 
daqueles que foram submetidos, em qualquer tempo, a toda 
sorte de violência. 
C) refere-se às ações de repressão à liberdade como algo 
justificável, pois é inerente à cultura de todos os tempos, em 
circunstâncias definidas. 
D) mostra-se confiante no propósito de combater toda forma de 
opressão, incitando o leitor a partilhar o sentimento de justiça. 
E) declara que sua arte é desvinculada da denúncia de crimes e 
injustiça, sugerindo implicitamente que não pode desviar-se 
de seu propósito. 
TEXTO: 15 - Comum à questão: 21 
 
Drogas e mortes 
 
As taxas de homicídios dolosos e de mortes de 
trânsito no Brasil, é notório, situam o país entre os mais 
violentos do planeta. No ano passado, registraram-se quase 
56 mil assassinatos intencionais, ou 27 por 100 mil 
habitantes. Em 2016, pelo dado mais recente, 38 mil vidas 
foram ceifadas em ruas e estradas nacionais, cerca de 19 por 
100 mil. 
Diante dessa carnificina cotidiana, deve-se exigir 
das autoridades nada menos que a busca de estratégias 
mais efetivas para a prevenção desses óbitos. Países 
desenvolvidos, já há algumas décadas, passaram a adotar 
com sucesso políticas públicas ancoradas em evidências 
empíricas. Nem sempre é o que ocorre por aqui, no entanto. 
Tome-se o exemplo da associação entre a 
ingestão de álcool e o aumento da violência interpessoal 
(homicídios e agressões) e dos acidentes de trânsito. Embora 
a relação esteja bem estabelecida na literatura da área, 
praticamente inexistem no país dados sobre o consumo da 
substância pelas vítimas. 
Estudo recente conduzido por pesquisadores da 
Faculdade de Medicina da USP e noticiado por esta Folha 
jogou luz sobre tal questão na cidade de São Paulo. 
Os pesquisadores analisaram amostras de sangue 
de 365 vítimas de crimes violentos. Constatou-se que, em 
55% dos casos, havia traços de álcool ou outras drogas. 
Também entre as vítimas de acidentes de trânsito 
analisadas no trabalho, chama a atenção o alto percentual de 
casos (43%) que mostraram resquícios de álcool no sangue. 
Embora o país conte há uma década com severa 
legislação sobre o tema, a taxa indica que o diploma deveria 
ser mais efetivo em seu propósito. Leis como essa não 
devem ter a meta de apreender transgressores, mas de criar 
a percepção de que aqueles quea infringirem serão pegos e 
punidos. 
O estudo deveria servir de exemplo para que o 
país invista na geração contínua de dados como esses. 
Assim será possível identificar as causas dos problemas, 
avaliar a efetividade das políticas públicas adotadas e 
orientar a formulação de novas estratégias. 
 
(Editorial. Folha de S.Paulo, 20.10.2018. Adaptado) 
 
21 - (IBMEC SP Insper/2019) 
 
Em um levantamento que objetivava conhecer a 
incidência do uso de álcool e anfetaminas entre 
caminhoneiros de estrada, feito com 91 motoristas abordados 
em um posto de combustíveis na cidade de Passos, no 
Estado de Minas Gerais, em novembro de 2005, cujos dados 
foram obtidos por meio de um questionário contendo 19 
questões de múltipla escolha, os resultados indicaram que 
66% desses profissionais usavam anfetaminas durante os 
percursos de viagens, principalmente em postos de 
combustíveis (54%) à beira das rodovias. O álcool era 
utilizado por 91% deles, dos quais 43% consumiam a bebida 
nos postos de combustíveis. 
 
(Nemésio Dario Almeida, “Os acidentes 
 e mortes no trânsito causados pelo con- 
sumo de álcool: um problema de saúde 
 pública”. Revista Diretório Sanitário, 
 São Paulo v.15 n.2, p. 108-125, jul. 
/out. 2014. Em: https://www. 
revistas.usp.br) 
 
É correto afirmar que as informações do texto 
 
A) ratificam o ponto de vista apresentado no editorial da Folha, 
o que permite inferir a necessidade de campanhas 
preventivas e informativas por parte das autoridades 
governamentais. 
B) trazem outro aspecto do problema apresentado no editorial 
da Folha, o que é insuficiente para questionar se o uso de 
drogas ou bebidas tem impacto em homicídios ou mortes 
no trânsito. 
 
C) confirmam a gravidade da situação envolvendo drogas e 
álcool, tanto que, assim como o editorial da Folha, mostram 
que terá pouca produtividade e impacto social qualquer ação 
promovida pelas autoridades governamentais. 
D) apresentam dados contundentes em relação ao uso de 
drogas e álcool, e não mostram os efeitos desses usos; 
assim como o editorial da Folha, consideram como 
desnecessária a intervenção governamental. 
E) trazem dados mais contundentes do que os apresentados no 
editorial da Folha, porque a situação investigada restringe- se 
a uma cidade, o que potencializa a possibilidade de ações 
por parte das autoridades governamentais. 
 
TEXTO: 16 - Comum à questão: 22 
 
A palavra vernáculo caracteriza um modo de 
aprender as línguas: o aprendizado que se dá, por assimilação 
espontânea e inconsciente, no ambiente em que as pessoas 
são criadas. A vernáculo opõe-se tudo aquilo que é transmitido 
através da escola. Para exemplificar com fatos conhecidos, 
basta que o leitor brasileiro pense em formas verbais como eu 
farei e eu fizera, ou em construções como fá-lo-ei, dir-lhe-ia, tu o 
fizeste ou Ninguém lho negaria. A parte da população brasileira 
que as conhece chegou a elas pela escola, provavelmente 
através da leitura de textos literários bastante antigos, pois no 
Brasil de hoje é quase nula a chance de que essas formas ou 
construções sejam usadas de maneira espontânea. 
 
(Rodolfo Ilari e Renato Basso. O por- 
tuguês da gente: a língua que estuda- 
mos, a língua que falamos) 
 
22 - (IBMEC SP Insper/2019) 
Com base no texto, um enunciado que se aproxima do vernáculo 
é: 
 
A) Márcio era um pimpão, que divertia a todos com seus chistes 
e trocadilhos. 
B) Se arrumou, mas esqueceu de ir na casa do amigo, porque 
ficou assistindo o filme. 
C) Eu o amo tanto que meu coração parece que logo, logo vai 
explodir. 
D) Ainda que houvesse luar, a noite não a encantava como das 
outras vezes. 
E) Não vos digo que sejais santos, pois incorrem diuturnamente 
em pecados. 
 
TEXTO: 17 - Comum à questão: 23 
 
01 Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto 
é verdade, 02 vejamos alguns lineamentos do menino. 
03 Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de 
“menino diabo”; 04 e verdadeiramente não era outra coisa; fui 
dos malignos do meu 05 tempo, arguto, indiscreto, traquinas e 
voluntarioso. Por exemplo, um 06 dia quebrei a cabeça de uma 
escrava, porque me negara uma colher 07 de doce de coco que 
estava fazendo, e, não contente com o malefício, 08 deitei um 
punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, 09 fui 
dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por 10 
pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque 
de 11 casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos 
no chão, 12 recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu 
trepava-lhe ao 13 dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, 
dava mil voltas a um e 14 outro lado, e ele obedecia, - algumas 
vezes gemendo, - mas obedecia 15 sem dizer palavra, ou 
quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu 16 retorquia: - 
“Cala a boca, besta!” – Esconder os chapéus das visitas, 17 
deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das 
18 cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras 
muitas 19 façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio 
indócil, mas devo crer 20 que eram também expressões de um 
espírito robusto, porque meu 21 pai tinha-me em grande 
admiração; e se às vezes me repreendia, à 22 vista de gente, 
fazia-o por simples formalidade: em particular davame 23 beijos. 
 
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas 
 
23 - (Mackenzie SP/2019) 
No trecho Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se 
isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino (Refs. 
01 e 02), podemos identificar uma relação de: 
 
A) anacronismo. 
B) intertextualidade. 
C) paradoxo. 
D) personificação. 
E) negação. 
 
TEXTO: 18 - Comum à questão: 24 
 
Saúde mental - O fim da psicoterapia? 
 
1 Nota publicada recentemente na revista 
PopScience 2 revela que o relato semanal ou quinzenal feito 
pelos 3 pacientes quando se sentam no sofá de um terapeuta 
pode se 4 extinguir como prática de saúde mental. O texto 
aponta para 5 o fato de que a psicoterapia tradicional tem sido 
6 desestimulada ao longo dos anos, enquanto mais e mais 7 
psiquiatras e até mesmo clínicos gerais prescrevem 8 
medicamentos psicotrópicos, em vez de encaminharem seus 
9 clientes à terapia. O uso de psicoterapia para pessoas em 10 
tratamento mental nos Estados Unidos diminuiu em quase 11 
16% para 10,5%. O uso de terapia em conjunto com a 12 
medicação, por sua vez, caiu de 40% para 32%. Por outro 13 
lado, as taxas de uso de medicação como único processo de 
14 tratamento para questões mentais subiu de 41% para 
pouco 15 mais de 57%. Tal fato não ocorre diante da 
ineficácia da 16 psicoterapia tradicional para questões como 
depressão ou 17 ansiedade. Pelo contrário, as evidências 
encontradas em 18 outros estudos apontam resultados mais 
eficazes e 19 duradouros para psicoterapia, em relação às 
drogas 20 psicotrópicas. Muitas ações na área de saúde, 
entretanto, são 21 movidas por interesses mercadológicos. 
 
MARQUES, Suzana. Saúde mental 
 
 
24 - (UCB DF/2019) 
Em Saúde mental - O fim da psicoterapia?, infere-se o ponto de 
vista da autora acerca da substituição da psicoterapia por 
medicamentos psicotrópicos em tratamento mental por meio da 
 
A) associação de muitas ações na área de saúde aos 
interesses mercadológicos em contraponto aos resultados 
mais eficazes e duradouros da psicoterapia. 
B) descrição de dados que apontam para a diminuição da 
psicoterapia em tratamento mental. 
C) apresentação de uma sucessão de verbos no pretérito para 
contar como a psicoterapia deixou de ser um tratamento 
relevante. 
D) citação da revista PopScience, que revela a importância 
dos medicamentos em tratamentos mentais. 
E) argumentação favorável ao tratamento que associa 
medicamentosa psicoterapia. 
 
TEXTO: 19 - Comum à questão: 25 
 
ELA E EU 
 
Há flores de cores concentradas 
Ondas queimam rochas com seu sal 
Vibrações do sol no pó da estrada 
Muita coisa, quase nada 
Cataclismas, carnaval 
 
Há muitos planetas habitados 
E o vazio da imensidão do céu 
Bem e mal e boca e mel 
E essa voz que Deus me deu 
Mas nada é igual a ela e eu 
Trecho de uma canção de Caetano Veloso, cantada por 
Marina Lima no álbum Marina Lima, do ano de 1991. 
 
Disponível em: https://www. 
vagalume.com.br/marina-li- 
 
 
25 - (IFBA/2019) 
Assinale a alternativa em que encontramos um exemplo de 
antítese: 
 
A) “Muita coisa, quase nada”. 
B) “Há flores de cores concentradas”. 
C) “Ondas queimam rochas com seu sal”. 
D) “Mas nada é igual a ela e eu”. 
E) “Vibrações do sol no pó da estrada”. 
 
TEXTO: 20 - Comum à questão: 26 
 
 
Três teses sobre o avanço da febre amarela 
 
1 Como a febre amarela rompeu os limites da Floresta 
Amazônica e alcançou o Sudeste, atingindo 2 os grandes 
centros urbanos? A partir do ano passado, o número de 
casos da doença alcançou 3 níveis sem precedentes nos 
últimos cinquenta anos. Desde o início de 2017, foram 
confirmados 4 779 casos, 262 deles resultando em mortes. 
Trata-se do maior surto da forma silvestre da doença 5 já 
registrado no país. Outros 435 registros ainda estão sob 
investigação. 
 
6 Como tudo começou? Os navios portugueses vindos 
da África nos séculos XVII e XVIII não 7 trouxeram ao Brasil 
somente escravos e mercadorias. Dois inimigos silenciosos 
vieram junto: o 8 vírus da febre amarela e o mosquito Aedes 
aegypti. A consequência foi uma série de surtos de 9 febre 
amarela urbana no Brasil, com milhares de mortos. Por volta 
de 1940, a febre amarela urbana 10 foi erradicada. Mas o 
vírus migrou, pelo trânsito de pessoas infectadas, para zonas 
de floresta na 11 região Amazônica. No início dos anos 2000, 
a febre amarela ressurgiu em áreas da Mata Atlântica. 12 Três 
teses tentam explicar o fenômeno. 
 
13 Segundo o professor Aloísio Falqueto, da 
Universidade Federal do Espírito Santo, “uma pessoa 14 
pegou o vírus na Amazônia e entrou na Mata Atlântica depois, 
possivelmente na altura de Montes 15 Claros, em Minas 
Gerais, onde surgiram casos de macacos e pessoas 
infectadas”. O vírus teria 16 se espalhado porque os primatas 
da mata eram vulneráveis: como o vírus desaparece da 
região 17 na década de 1940, não desenvolveram anticorpos. 
Logo os macacos passaram a ser mortos por 18 seres 
humanos que temem contrair a doença. O massacre desses 
bichos, porém, é um “tiro no 19 pé”, o que faz crescer a 
chance de contaminação de pessoas. Sem primatas para 
picar na copa das 20 árvores, os mosquitos procuram sangue 
humano. 
 
21 De acordo com o pesquisador Ricardo Lourenço, do 
Instituto Oswaldo Cruz, os mosquitos 22 transmissores da 
doença se deslocaram do Norte para o Sudeste, voando ao 
longo de rios e 23 corredores de mata. Estima-se que um 
mosquito seja capaz de voar 3 km por dia. Tanto o homem 24 
quanto o macaco, quando picados, só carregam o vírus da 
febre amarela por cerca de três dias. 25 Depois disso, o 
organismo produz anticorpos. Em cerca de dez dias, primatas 
e humanos ou 26 morrem ou se curam, tornando-se imunes à 
doença. 
 
27 Para o infectologista Eduardo Massad, professor da 
Universidade de São Paulo, o rompimento 28 da barragem da 
Samarco, em Mariana (MG), em 2015, teve papel relevante 
na disseminação 29 acelerada da doença no Sudeste. A 
destruição do habitat natural de diferentes espécies teria 30 
reduzido significativamente os predadores naturais dos 
mosquitos. A tragédia ambiental ainda 31 teria afetado o 
sistema imunológico dos macacos, tornando-os mais 
suscetíveis ao vírus. 
 
32 Por que é importante determinar a “viagem” do 
vírus? Basicamente, para orientar as campanhas 33 de 
vacinação. Em 2014, Eduardo Massad elaborou um plano de 
imunização depois que 11 34 pessoas morreram vítimas de 
febre amarela em Botucatu (SP): “Eu fiz cálculos 
matemáticos 35 para determinar qual seria a proporção da 
população nas áreas não vacinadas que deveria ser 36 
imunizada, considerando os riscos de efeitos adversos da 
vacina. Infelizmente, a Secretaria de 37 Saúde não adotou 
essa estratégia. Os casos acontecem exatamente nas 
áreas onde eu havia 38 recomendado a vacinação. A 
Secretaria está correndo atrás do prejuízo”. Desde julho de 
2017, 39 mais de 100 pessoas foram contaminadas em São 
Paulo e mais de 40 morreram. 
 
40 O Ministério da Saúde afirmou em nota que, 
desde 2016, os estados e municípios vêm sendo 41 
orientados para a necessidade de intensificar as medidas 
de prevenção. A orientação é que 42 pessoas em áreas de 
risco se vacinem. 
NATHALIA PASSARINHO 
Adaptado de bbc.com, 06/02/2018. 
 
26 - (UERJ/2019) 
Para apresentação das teses que explicam o avanço da febre 
amarela, a autora do texto recorre, principalmente, à seguinte 
estratégia: 
 
A) referências a dilemas. 
B) alusão a subentendidos. 
C) construção de silogismo. 
D) argumentos de autoridade. 
 
TEXTO: 21 - Comum à questão: 27 
 
 
A BANALIDADE DO MAL 
 
1 Muito se ouve, se fala e se sente acerca da 
violência. O ódio se encontra disseminado, como 2 se não 
fosse possível habitar o mesmo espaço do outro que pensa 
e age diferente. A violência 3 institucional do Estado 
prolifera. Contudo, as práticas sociais agressivas não se 
resumem à 4 tradicional oposição Estado versus sociedade. 
Entre cada indivíduo das comunidades, dos bairros, 5 dos 
mesmos transportes públicos, ronda o fantasma da 
violência. 
 
6 Certamente, as causas desses fenômenos são 
múltiplas, talvez tanto quanto o são suas ocorrências. 7 
Sofrem mais do dinamismo da continuidade do que das 
rupturas. Apesar das várias facetas sob 8 as quais 
poderíamos analisar a violência estrutural, há certos 
mecanismos e estratégias que se 9 repetem. Como 
funcionam? Mais ainda: quais funções e dispositivos de 
manutenção dessas 10 práticas se atualizam no mundo do 
trabalho, na sociabilidade desigual e na urbanidade 
precária? 
 
11 A continuidade, permanência e sofisticação dos 
modos da violência poderiam ser sintetizadas, na 12 
experiência brasileira, em duas formas fundamentais e 
dominantes: o racismo e o machismo. O 13 país cordial e 
democrático, em seu cotidiano, tem três mulheres 
assassinadas por dia. E a maioria 14 das vítimas é 
composta de mulheres negras. Se o normal é a violência, o 
racismo e o machismo, de 15 que modo a mulher ou o 
jovem negro podem experimentar uma autodefinição de sua 
existência, 16 condição necessária para repensar o quadro 
de violência? 
 
17 A Constituição de 1988 seria a promessa de 
novas práticas, da produção de sujeitos universais 18 – 
interrompendo a história de vitimizações contínuas de 
mulheres, índios, idosos, adolescentes, 19 quilombolas, 
trabalhadores. A nova lei, legitimada na fundamentação 
futura de uma outra vida, 20 seria a redenção para esses 
sujeitos. 
 
 
21 Porém, com a narrativa de construção do Estado de 
direito, soberano, centralizado, formado pelos 22“brasileiros”, 
subjaz franco e atuante, ainda que silencioso e rasteiro, o 
discurso do conflito, do 23 inimigo, das lutas que continuam, 
que permanecem constitutivas da existência do país. Os 
vivas à 24 democracia, à Constituição, às leis e à ordem 
convivem com o ódio ao outro via racismo agressivo, 25 
preconceito contra o nordestino, dentre outros. 
 
26 A ideia de sermos um único sujeito, o brasileiro 
alegre e complacente, convive com a prática da 27 diferença 
não tolerada, com a consideração do outro, do estranho, do 
estrangeiro, como aquele 28 que não é “nós”.A produção do 
outro e, portanto, a continuidade histórica da violência se 
devem, 29 em grande medida, à persistência e ao incremento 
do racismo e do machismo, autorizando a 30 agressão física 
ou moral. 
 
31 Qualquer saída para essa situação somente terá 
alguma possibilidade de efetivação sob políticas, 32 atos e 
afetos de respeito às mulheres, aos jovens negros e aos que 
não têm posses, pois são essas 33 as subjetividades e as 
sociabilidades que são alvos das estruturas violentas. 
EDSON TELES 
Adaptado de diploma- 
tique.org.br, 18/09/2017. 
 
27 - (UERJ/2019) 
Para desenvolver seu argumento, o autor emprega a 
metalinguagem em: 
 
A) O ódio se encontra disseminado, como se não fosse possível 
habitar o mesmo espaço do outro (Refs. 1-2) 
B) a mulher ou o jovem negro podem experimentar uma 
autodefinição de sua existência, (Ref. 15) 
C) a consideração do outro, do estranho, do estrangeiro, como 
aquele que não é “nós”. (Refs. 27-28) 
D) são essas as subjetividades e as sociabilidades que são 
alvos das estruturas violentas. (Refs. 32-33) 
 
TEXTO: 22 - Comum à questão: 28 
 
 
Violência e psiquiatria 
 
1 O tipo de violência que aqui considerarei pouco tem a 
ver com pessoas que utilizam martelos para 2 golpear a cabeça 
de outras, nem se aproximará muito do que se supõe façam os 
doentes mentais. 3 Se se quer falar de violência em psiquiatria, 
a violência que brada, que se proclama em tão alta 4 voz que 
raramente é ouvida, é a sutil, tortuosa violência perpetrada 
pelos outros, pelos “sadios”, 5 contra os rotulados de “loucos”. 
Na medida em que a psiquiatria representa os interesses ou 6 
pretensos interesses dos sadios, podemos descobrir que, de 
fato, a violência em psiquiatria é 7 sobretudo a violência da 
psiquiatria. 
 
8 Quem são porém as pessoas sadias? Como se 
definem a si próprias? As definições de saúde mental 9 
propostas pelos especialistas ou estabelecem a necessidade do 
conformismo a um conjunto de 10 normas sociais arbitrariamente 
pressupostas, ou são tão convenientemente gerais – como, por 
11 exemplo, “a capacidade de tolerar conflitos” – que deixam de 
fazer sentido. Fica-se com a 12 lamentável reflexão de que os 
sadios serão, talvez, todos aqueles que não seriam admitidos 
na 13 enfermaria de observação psiquiátrica. Ou seja, eles se 
definem pela ausência de certa experiência. 
 
14 Sabe-se, porém, que os nazistas asfixiaram com 
gás dezenas de milhares de doentes mentais, 15 assim como 
dezenas de milhares de outros tiveram seus cérebros 
mutilados ou danificados 16 por sucessivas séries de choques 
elétricos: suas personalidades foram deformadas, de modo 17 
sistemático, pela institucionalização psiquiátrica. Como 
podem fatos tão concretos emergir na 18 base de uma 
ausência, de uma negatividade – a compulsiva não loucura 
dos sadios? De fato, 19 toda a área de definição de 
sanidade mental e loucura é tão confusa, e os que se 
arriscam 20 dentro dela são tão aterrorizados pela ideia do 
que possam encontrar, não só nos “outros” 21 como também 
em si mesmos, que se deve considerar seriamente a 
renúncia ao projeto. 
 
DAVID COOPER 
Adaptado de Psiquiatria e antipsi- 
quiatria. São Paulo: Perspectiva, 1967. 
 
28 - (UERJ/2019) 
David Cooper dirige uma crítica à psiquiatria quando esta define 
saúde como ausência de doença e, desse modo, acaba por não 
definir adequadamente a própria doença mental. 
 
Essa forma de definição incorre em um sofisma conhecido 
como: 
 
A) círculo vicioso. 
B) falsa autoridade. 
C) argumento contra a pessoa. 
D) confusão entre causa e efeito. 
 
TEXTO: 23 - Comum às questões: 29, 30 
 
O homem velho 
 
O homem velho deixa a vida e morte para trás 
Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais 
O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus 
sinais 
O homem velho é o rei dos animais 
 
5 A solidão agora é sólida, uma pedra ao sol 
As linhas do destino nas mãos a mão apagou 
Ele já tem a alma saturada de poesia, soul e rock’n’roll 
As coisas migram e ele serve de farol 
 
A carne, a arte arde, a tarde cai 
10 No abismo das esquinas 
A brisa leve traz o olor fugaz 
Do sexo das meninas 
 
Luz fria, seus cabelos têm tristeza de néon 
Belezas, dores e alegrias passam sem um som 
15 Eu vejo o homem velho rindo numa curva do 
caminho de Hebron 
E ao seu olhar tudo que é cor muda de tom 
 
Os filhos, filmes, ditos, livros como um vendaval 
Espalham-no além da ilusão do seu ser pessoal 
Mas ele dói e brilha único, indivíduo, maravilha sem igual 
Já tem coragem de saber que é imortal 
CAETANO VELOSO 
caetanoveloso.com.br 
 
 
29 - (UERJ/2018) 
O homem velho é o rei dos animais (v. 4) 
As coisas migram e ele serve de farol (v. 8) 
 
As metáforas sublinhadas nos dois versos acima veiculam, 
respectivamente, as ideias de: 
 
A) arrogância − magnitude 
B) sabedoria − experiência 
C) sagacidade − inspiração 
D) imponência − orientação 
 
 
 
ita 
 
 
Lista de Literatura 
 
Aluno(a): Enem Turma: Turno: 
 
1) Considere estes períodos: 
 
I. Sabia que, se ------ as normas da escola, poderia sofrer 
consequências desagradáveis. 
II. Na campanha política fez ----- oposição aos candidatos de 
direita. 
III. Economistas e políticos aguardavam com interesse a 
divulgação dos resultados do último -------. 
 
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: 
 
A) infringisse – fragrante – senso. 
B) infringisse – flagrante – censo. 
C) infringisse – fragrante – censo. 
D) infligisse – flagrante – senso. 
E) infligisse – flagrante – censo. 
 
2) Assinale o item em que a palavra destacada está incorreta-
mente aplicada: 
 
A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. 
B) A justiça infligiu a pena merecida aos desordeiros. 
C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. 
D) Devemos ser fiéis ao cumprimento do dever. 
E) A cessão de terras compete ao Estado. 
 
3) Reescreva as frases a seguir, substituindo as palavras ou 
expressões destacadas por um dos parônimos expressos nos 
parênteses: 
 
A) O diretor confirmou a realização da prova diagnóstica. 
(ratificou/retificou) 
B) Ele parece afundado em meio a uma tremenda solidão. 
(emerso/imerso) 
C) As multas foram aplicadas porque ele 
sempre desobedecia às leis de trânsito. (infligia/infringia) 
D) Os alunos pareceriam assimilar o novo conteúdo. 
(absorver/absolver) 
E) De forma conjunta, todos aplaudiram 
o excelente apresentador. (eminente/iminente) 
F) 4) Destaque de cada oração o sujeito e o agente da 
passiva: 
G) Os direitos foram reivindicados pelos trabalhadores. 
H) A palestra foi ministrada por ele. 
I) A fábula foi contada pela professora. 
J) Os réus foram orientados pelos advogados. 
K) Ele será acompanhado por mim. 
L) 5) Transforme as orações abaixo em orações na voz passiva: 
M) Ela o atenderá. 
N) A polícia cercou a casa. 
O) João faz todo o trabalho da empresa. 
P) A chuva refrescou o dia. 
Q) Aquela viagem marcou nossas vidas. 
 
6) “HORÓSCOPO. É possível que você esteja inclinado a agir 
com tolerância e paciência, movido pela vontade de proporcionar 
o bem-estar. É tempo de se colocar no lugar do outro e 
compreender suas necessidades.” (O GLOBO, 2 de abril de 2016) 
 
Qual o papel sintático do termo sublinhado no trecho acima “pela 
vontade”? 
 
A) ( ) objeto indireto. 
B) ( ) adjunto adverbial. 
C) ( ) complemento nominal. 
D) ( ) predicativo. 
E) ( ) agente da passiva. 
7) Transpondo-se para a voz passiva a frase “A força da mídia 
e a violência dos crimes recentes podem influenciar as 
pessoas”, a forma verbal resultante será: 
 
A) ( ) podem ser influenciadas. 
B) ( ) poderiam ser influenciadas. 
C) ( ) pode ser influenciado. 
D) ( ) podem ter influência. 
E) ( ) podem ter sido influenciadas. 
 
8) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são 
acentuados por serem oxítonos: 
 
A) paletó, avô, pajé, café, jiló 
B) parabéns,vêm, hífen, saí, oásis 
C) você, capilé, Paraná, lápis, régua 
D) amém, amável, filó, porém, além 
E) caí, aí, ímã, ipê, abricó 
 
9) Aponte a opção em que as duas palavras são acentuadas 
devido à mesma regra: 
 
A) saí - dói 
B) relógio - própria 
C) só - sóis 
D) dá - custará 
E) até - pé 
 
10) Marque a única alternativa que apresenta equívocos de 
acentuação das palavras: 
 
A) Goiânia é a única cidade que gostaria de morar. 
B) Sábado vou à feira comprar pêixe e abóbora para fazer 
aquela receita. 
C) Gostaria de saber o porquê de tanta rúcula e cará no meu 
prato. 
D) O vigésimo colocado no concurso será nomeado a partir do 
último sábado do mês que vem. 
E) Hélio não pôde ver o número do ônibus porque estava sem 
os óculos. 
 
11) Assinale a alternativa que apresenta equívoco de acen-
tuação: 
 
A) ônibus, saída, Ilhéus. 
B) óculos, Sabará, vídeo. 
C) íntimo, sílaba, rúcula. 
D) operário, sanitário, Goiânia. 
E) Goiás, amônia, econômia. 
 
12) Exercite seus conhecimentos retratando o conceito atribuído 
à análise sintática e morfológica. 
 
13) Analise sintaticamente os termos em destaque das orações 
em pauta, de acordo com a função desempenhada pelos 
mesmos: 
 
A) Ó Deus,obrigada por proteger-me sempre! 
B) A garota pareceu tranquiladurante a apresentação. 
C) De toda aquela convivência apenas restou algo: uma 
mágoa intensa. 
D) Eu necessito de seu carinho para continuar seguindo em 
frente. 
E) As lembranças da infância atormentavam-lhe 
constantemente. 
 
14) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem: 
 
“E comecei a sentir falta das pequenas brigas por 
causa do tempero na salada – o meu jeito de querer bem.” 
 
Tais expressões exercem, respectivamente, a função sintática de: 
 
A) ( ) objeto indireto e aposto 
B) ( ) objeto indireto e predicativo do sujeito 
C) ( ) complemento nominal e adjunto adverbial de modo 
D) ( ) complemento nominal e aposto 
E) ( ) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo 
 
15) Há um poema no qual o discurso, de uma forma interessante 
e lúdica, aborda questões relacionadas à morfologia e à sintaxe. 
Analise-o e atente para o que se pede: 
 
O assassino era o escriba 
 
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito 
inexistente. 
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida, 
regular como um paradigma da 1ª conjunção. 
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, 
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito 
assindético de nos torturar com um aposto. 
Casou com uma regência. 
Foi infeliz. 
Era possessivo como um pronome. 
E ela era bitransitiva. 
Tentou ir para os EUA. 
Não deu. 
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem. 
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, 
conectivos e agentes da passiva o tempo todo. 
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça. 
 
 
Paulo Leminski 
 
Dê a função sintática dos termos que se encontram em destaque. 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
Texto I 
 
Salustiano era um bom garfo. Mas o jantar que lhe 
haviam oferecido nada teve de abundante. 
 
- Quando voltará a jantar conosco? - perguntou-lhe a 
dona da casa. 
- Agora mesmo, se quiser. 
 
(Barão de Itararé, in Máximas e Mínimas do Barão de Itararé) 
 
16) A figura de linguagem presente no primeiro período do texto é: 
 
A) hipérbole 
B) eufemismo 
C) prosopopéia 
D) metonímia 
E) antítese 
 
17) Deduz-se do texto que Salustiano: 
 
A) come pouco. 
B) é uma pessoa educada. 
C) não ficou satisfeito com o jantar. 
D) é um grande amigo da dona da casa. 
E) decidiu que não mais comeria naquela casa. 
 
18) O adjetivo que não substitui sem alteração de sentido a 
palavra “abundante” é: 
 
A) copiosa 
B) frugal 
C) opípara 
D) lauta 
E) abundosa 
Texto II 
 
A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido dela 
recebeu um telegrama: 
 
 “Envie quinhentos cruzeiros. Preciso comprar uma 
capa de chuva. Aqui está chovendo sem parar”. 
E ele respondeu: 
 
 “Regresse. Aqui chove mais barato”. 
 
(Ziraldo, in As Anedotas do Pasquim) 
 
19) A resposta do homem se deu por razões: 
 
A) econômicas 
B) sentimentais 
C) lúdicas 
D) de segurança 
E) de machismo 
 
20) Com relação à tipologia textual, pode-se afirmar que: 
 
A) se trata de uma dissertação. 
B) se trata de uma descrição com alguns traços narrativos. 
C) o autor preferiu o discurso direto. 
D) o segundo período é exemplo de discurso indireto livre. 
E) não se detecta a presença de personagens. 
 
21) Com relação aos elementos conectores do texto, não se 
pode dizer que: 
 
A) dela tem como referente mulher. 
B) o referente do pronome ele é marido. 
C) a preposição de tem valor semântico de finalidade. 
D) A oração “Aqui está chovendo sem parar” poderia ligar-se à 
anterior, sem alteração de sentido, pela conjunção 
conquanto. 
E) O advérbio aqui, em seus dois empregos, não possui os 
mesmos referentes. 
 
Texto III 
 
“Uma nação já não é bárbara quando tem historiadores.” 
 
(Marquês de Maricá, in Máximas) 
 
 
22) O texto é: 
 
A) uma apologia à barbárie 
B) um tributo ao desenvolvimento das nações 
C) uma valorização dos historiadores 
D) uma reprovação da selvageria 
E) um canto de louvor à liberdade 
 
23) Só não constitui paráfrase do texto: 
 
A) Um país já não é bárbaro, desde que nele existem 
historiadores. 
B) Quando tem historiadores, uma nação já é civilizada. 
C) Uma nação deixa de ser bárbara quando há nela 
historiadores. 
D) Quando possui historiadores, uma nação não mais pode 
ser considerada bárbara. 
E) Desde que tenha historiadores, uma nação já não é mais 
bárbara. 
 
Texto IV 
 
 “A maior alegria do brasileiro é hospedar alguém, 
mesmo um desconhecido que lhe peça pouso, numa noite de 
chuva.” 
 
(Cassiano Ricardo, in O Homem Cordial) 
 
 
24) Segundo as ideias contidas no texto, o brasileiro: 
 
A) põe a hospitalidade acima da prudência. 
B) hospeda qualquer um, mas somente em noites chuvosas. 
C) dá preferência a hospedar pessoas desconhecidas. 
D) não tem outra alegria senão a de hospedar pessoas, 
conhecidas ou não. 
E) não é prudente, por aceitar hóspedes no período da noite. 
 
25) A palavra mesmo pode ser trocada no texto, sem alteração de 
sentido, por: 
 
A) certamente. 
B) até. 
C) talvez. 
D) como. 
E) não. 
 
26) A expressão “A maior alegria do brasileiro” pode ser 
entendida como: 
 
A) uma personificação. 
B) uma ironia. 
C) uma metáfora. 
D) uma hipérbole. 
E) uma catacrese. 
 
27) O trecho que poderia dar sequência lógica e coesa ao texto é: 
 
A) Não obstante isso, ele é uma pessoa gentil. 
B) Dessa forma, qualquer um que o procurar será atendido. 
C) A solidariedade, pois, ainda precisa ser conquistada. 
D) E o brasileiro ganhou fama de intolerante. 
E) Por conseguinte, se chover, ele dará hospedagem aos 
desconhecidos. 
 
 Não existe essa coisa de um ano sem Senna, dois anos 
sem Senna...Não há calendário para a saudade. 
 
(Adriane Galisteu, no Jornal do Brasil) 
 
28) Segundo o texto, a saudade: 
 
A) aumenta a cada ano. 
B) é maior no primeiro ano. 
C) é maior na data do falecimento. 
D) é constante. 
E) incomoda muito. 
 
29) A segunda oração do texto tem um claro valor: 
 
A) concessivo. 
B) temporal. 
C) causal. 
D) condicional. 
E) proporcional. 
 
30) A repetição da palavra não exprime: 
 
A) dúvida. 
B) convicção. 
C) tristeza. 
D) confiança. 
E) esperança. 
 
Literatura 
 
31) A alternativa que diz respeito às primeiras manifestações 
literárias registradas na Literatura brasileira é: 
 
A) Literatura informativa sobre o Brasil (crônica) e literatura 
didática, catequética (obra dos jesuítas). 
B) Crônicas dos primeiros colonizadores. Entre esses textos, A 
carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal. 
C) Poesia épica e prosa de ficção, entre elas Marília de Dirceu, 
de Tomás Antônio Gonzaga. 
D) Obras de estilo clássico, renascentista, entre 
elas Macunaíma, de Mário de Andrade. 
E) Poemas e prosa romântica de temáticaindianista, entre 
eles Iracema, de José de Alencar. 
32) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida 
colonial brasileira, é correto afirmar que: 
 
A) É formada principalmente de poemas narrativos e textos 
dramáticos que visavam à catequese. 
B) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira. 
C) É constituída por documentos que informam acerca da 
terra brasileira e pela literatura jesuítica. 
D) Os textos que a constituem apresentam evidente 
preocupação artística e pedagógica. 
E) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o 
homem, ao relatar as condições encontradas no Novo 
Mundo. 
 
33) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: 
 
Dos vícios já desligados 
nos pajés não crendo mais, 
nem suas danças rituais, 
nem seus mágicos cuidados. 
 
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação 
de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110) 
 
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, 
pronunciada pelos meninos índios em procissão: 
 
A) Os meninos índios representam o processo de aculturação 
em sua concretude mais visível, como produto final de todo 
um empreendimento do qual participaram com igual 
empenho a Coroa 
Portuguesa e a Companhia de Jesus. 
B) A presença dos meninos índios representa uma síntese 
perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de 
literatura informativa. 
C) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua 
própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias 
praticadas pelos pajés. 
D) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção 
como personagens atende a todos os requintes da 
dramaturgia renascentista. 
E) Os meninos índios representam a revolta dos nativos 
contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem 
libertar-se tão logo seja possível. 
 
34) Sobre a literatura de catequese, é correto afirmar, exceto: 
 
A) Os principais jesuítas que se dedicaram à Literatura de 
Catequese foram os padres José de Anchieta, Manuel da 
Nóbrega e Fernão Cardim. 
B) Para as comemorações de datas religiosas, José de 
Anchieta escrevia e levava ao público autos que 
veiculavam de forma amena e agradável a fé e os 
mandamentos religiosos. 
C) O alvo central da literatura de catequese eram os índios. 
Toda produção literária desse período é de cunho 
pedagógico e educacional. 
D) Além do trabalho de catequese realizado entre os índios, 
os jesuítas promoveram a educação no país, de forma que 
fundaram os primeiros colégios no Brasil. 
E) Antônio Vieira é a principal expressão da literatura de 
catequese no Brasil. Sua obra está relacionada com as 
inúmeras atividades que desempenhou como religioso e 
como conselheiro do rei de Portugal. 
 
35) Com relação às representação artísticas, como a literatura, 
a pintura e o cinema, é incorreto afirmar que: 
 
A) Muitas formas de arte são criadas e desenvolvidas a fim de 
promover uma (re)construção/criação dos mundos real e 
ficcional, bem como para registrar e representar nossa 
cultura e nossa história. 
B) Os primeiros registros artísticos dos seres humanos são 
desenhos e escritas rupestres nas paredes das cavernas, 
por meio dos quais é possível compreender como era o 
mundo e as formas de organização social. 
 
C) Toda produção artística está integrada em um tempo, cultura, 
história e tradições. O trabalho com as palavras representa 
nossa história a partir de construções simbólicas. 
D) A obra artística pode ser considerada como sendo um 
exemplar da expressão de sua época, de sua cultura. 
E) A música é reconhecida como sendo a principal 
representação artística, pois relaciona a Literatura à 
instrumentalidade. 
 
36) A literatura e o cinema são considerados, respectivamente: 
 
A) a primeira e a sétima artes. 
B) a sexta e a sétima artes. 
C) a terceira e a sexta artes. 
D) a quarta e a sétima artes. 
E) a quinta e a sexta artes. 
 
37) Marque a alternativa que apresenta um equívoco com relação 
à arte literária: 
 
A) A Literatura permite-nos entrar em contato com nossa história 
para compreendermos melhor o presente, o passado e o 
futuro. 
B) A arte literária está relacionada à produção e à leitura de 
textos verbais escritos. 
C) Os textos ficcionais têm o poder de provocar diferentes 
efeitos de sentido nos leitores/ouvintes: alegria, tristeza, 
diversão, emoção etc. Isso acontece porque a Literatura nos 
permite sair do mundo real e chegar ao mundo da fantasia. 
D) Enquanto arte, a Literatura é capaz de registrar a realidade e 
fazer com que os leitores/ouvintes reavaliem a própria vida e 
seus comportamentos. 
E) A literatura é uma forma de arte que provoca a reflexão por 
meio de construções simbólicas. O trabalho com as palavras 
pode ser realizado com sentido denotativo ou 
conotativo/figurado. 
 
38) É possível afirmar que a essência da arte literária encontra-se 
nas: 
 
A) letras. 
B) rimas. 
C) livros. 
D) histórias. 
E) palavras. 
 
39) 
 
 Ardor em firme coração nascido; 
 pranto por belos olhos derramado; 
 incêndio em mares de água disfarçado; 
 rio de neve em fogo convertido: 
 tu, que em um peito abrasas escondido; 
 tu, que em um rosto corres desatado; 
 quando fogo, em cristais aprisionado; 
 quando crista, em chamas derretido. 
 Se és fogo, como passas brandamente, 
 se és fogo, como queimas com porfia? 
 Mas ai, que andou Amor em ti prudente! 
 Pois para temperar a tirania, 
 como quis que aqui fosse a neve ardente, 
 permitiu parecesse a chama fria. 
 
O texto pertencente a Gregório de Matos apresenta todas as 
seguintes características: 
 
A) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a 
dualidade temática da sensualidade e do refreamento, 
antíteses claras dispostas em ordem direta. 
B) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o 
autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das 
antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida. 
C) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, 
construção sintática simétrica por simetrias sucessivas, 
predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que 
tendem para o paradoxo. 
D) Técnica naturalista, assimetria total de construção, ordem 
direta inversa, imagens que prenunciam o Romantismo. 
E) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe 
preciosista evidente no uso das antíteses, dos anacolutos e 
das alegorias, construção assimétrica. 
 
40) Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos 
construtivos do Barroco, assinale a única alternativa incorreta: 
 
A) O cultismo opera através de analogias sensoriais, 
valorizando a identificação dos seres por metáforas. O 
conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação. 
B) Cultismo e conceptismo são partes construtivas do Barroco 
que não se excluem. É possível localizar no mesmo autor e 
no mesmo texto os dois elementos. 
C) O cultismo é perceptível no rebuscamento da linguagem, 
pelo abuso no emprego de figuras semânticas, sintáticas e 
sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, o que 
se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, 
silogismos, paradoxos, etc. 
D) O cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também 
conhecido como gongorismo e seu mais ardente defensor, 
entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da 
Sexagésima, propõe a primazia da palavra sobre a ideia. 
E) Os métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas 
foram os de Gôngora e Marini e o conceptismo de Quevedo 
foi o que maiores influências deixou em Gregório de Matos. 
 
41) A alternativa que apresenta as principais características do 
Barroco é: 
 
A) Racionalismo, Universalismo, perfeição formal, 
presenAlternativa “e”.ça de elementos da mitologia greco-
latina e humanismo. 
B) Pastoralismo, bucolismo,nativismo, tom confessional, 
espontaneidade dos sentimentos e exaltação da pureza, da 
ingenuidade e da beleza. 
C) Preocupação formal, preferência por temas descritivos, 
objetivismo, apego à tradição clássica e vocabulário culto. 
D) Subjetivismo e individualismo, eurocentrismo, 
patriarcalismo e nacionalismo exacerbado. 
E) Apelo religioso, misticismo, erotismo, castigo como 
decorrência do pecado, fugacidade da vida e instabilidade 
das coisas. 
 
42) A exaltação da forma, o culto à linguagem permeada por 
metáforas, conflito entre o humanismo renascentista e a 
tentativa de restauração de uma religiosidade medieval são 
características do 
 
A) Classicismo. 
B) Arcadismo. 
C) Romantismo. 
D) Barroco. 
E) Condoreirismo. 
 
43) Assinale a questão cujo trecho apresenta características 
próprias do Barroco no Brasil: 
 
A) “Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa 
alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho 
delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se 
basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só 
gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem 
para o perdão lisonjeado.” 
B) “Alma minha gentil, que te partiste/Tão cedo desta vida, 
descontente,/Repousa lá no Céu eternamente,/E viva eu cá 
na terra sempre triste./Se lá no assento etéreo, onde 
subiste,/Memória desta sida se consente,/Não te esqueças 
daquele amor ardente/Que já nos ollhos meus tão puro 
viste.” 
C) “Última flor do Lácio, inculta e bela,/És, a um tempo, 
esplendor e sepultura;/Ouro nativo, que, na ganga 
impura,/A bruta mina entre cascalhos vela.” 
D) “Parece até que sobre a fronte angélica/Um anjo lhe depôs 
coroa e nimbo.../Formosa a vejo assim entre meus 
sonhos/Mais bela no vapor do meu cachimbo.” 
E) “Lá na úmida senzala,/Sentado na estreita sala,/Junto ao 
braseiro, no chão,/Entoa o escravo o seu canto,/E ao 
cantar correm-lhe em pranto/Saudades do seu torrão.” 
 
Colégio Planeta 
 
 Lista de Filosofia e Sociologia 
 
Aluno(a): Enem Turma: Turno: 
 
PARTE I 
1. (Uem 2014) 
 
A respeito das manifestações populares, o filósofo 
Nicolau Maquiavel (1469-1527) afirma: “Eu digo que aqueles 
que condenam os tumultos entre os nobres e a plebe parecem 
reprovar aquelas coisas que foram a causa primeira da 
liberdade em Roma. Consideram mais os rumores e os gritos 
que nasciam de tais tumultos que os bons efeitos que eles 
provocavam e não veem que há em toda república dois 
humores diversos, quais sejam, aquele do povo e aquele dos 
grandes, nem também que todas as leis que são feitas em favor 
da liberdade nascem desta desunião. [...] Não se pode com 
alguma razão chamar esta república de desordenada quando 
nela existem tantos exemplos de virtù, porque os bons 
exemplos nascem da boa educação, a boa educação das boas 
leis e as boas leis daqueles tumultos que muitos condenam 
inadvertidamente” 
 
(MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. 
 In: MARÇAL, Jairo. Antologia de textos filosóficos, Seed-PR, p. 432). 
 
Com base no texto citado, assinale o que for correto. 
 
01) Aquilo que é preconizado pelo filósofo como causa da 
liberdade política apenas caberia para o contexto da Roma 
republicana e não para toda e qualquer república. 
02) Os tumultos referidos no trecho expressam a possibilidade de 
luta política de um povo, a sua liberdade de participação na 
vida política do Estado. 
04) Os tumultos, na medida em que geram benefícios para a 
cidade, não podem ser recriminados, apesar do temor que 
provocam em um primeiro momento. 
08) Os tumultos revelam a presença de dois grupos políticos ou 
de dois humores antagônicos, quais sejam, aqueles que 
desejam a paz na cidade e aqueles que desejam a desunião 
entre os cidadãos. 
16) Os tumultos não são sinais de fraqueza de uma república, 
mas um índice de força política, na medida em que revelam o 
engajamento político dos cidadãos de todas as classes 
políticas. 
 
2. (Espm 2017) 
 
Cícero e os humanistas afirmavam que "nada é mais 
eficaz para defender e manter o poder do que ser amado e nada 
é mais danoso do que ser temido”. Um importante pensador 
moderno contrapôs: "Seria desejável ser uma coisa e outra 
(amado e temido), mas, como é quase impossível obter ambas 
as coisas ao mesmo tempo, é muito mais seguro ser temido que 
amado, quando se deve escolher uma dessas condições." 
 
Eugenio Garin. Dal Rinascimento all Illuminismo. 
 
O importante pensador moderno mencionado no enunciado é: 
 
A) Thomas Hobbes; 
B) Nicolau Maquiavel; 
C) Jean Bodin; 
D) Jacques Bossuet; 
E) John Locke. 
 
3. (Ufu 2015) A respeito da fortuna, Maquiavel escreveu: 
 
[...] penso poder ser verdade que a fortuna seja árbitra 
de metade de nossas ações, mas que, ainda assim, ela nos 
deixe governar quase a outra metade. 
 
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Tradução de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 
1987. Coleção “Os Pensadores”. p. 103. 
Com base na citação, responda: 
 
A) O que é a fortuna para Maquiavel? 
B) Como deve agir o príncipe em relação à fortuna? 
 
4. (Unesp 2014) Texto 1 
 
A verdade é esta: a cidade onde os que devem 
mandar são os menos apressados pela busca do poder é a 
mais bem governada e menos sujeita a revoltas, e aquela 
onde os chefes revelam disposições contrárias está ela 
mesma numa situação contrária. Certamente, no Estado bem 
governado só mandarão os que são verdadeiramente ricos, 
não de ouro, mas dessa riqueza de que o homem tem 
necessidade para ser feliz: uma vida virtuosa e sábia. 
 
(Platão. A República, 2000. Adaptado.) 
 
Texto 2 
 
Um príncipe prudente não pode e nem deve manter 
a palavra dada quando isso lhe é nocivo e quando aquilo que 
a determinou não mais exista. Fossem os homens todos 
bons, esse preceito seria mau. Mas, uma vez que são 
pérfidos e que não a manteriam a teu respeito, também não 
te vejas obrigado a cumpri-la para com eles. Nunca, aos 
príncipes, faltaram motivos para dissimular quebra da fé 
jurada. 
 
(Maquiavel. O Príncipe, 2000. Adaptado.) 
 
Comente as diferenças entre os dois textos no que se refere à 
necessidade de virtudes pessoais para o governante de um 
Estado. 
 
5. (Uel 2014) Leia o texto a seguir. 
 
A República de Veneza e o Ducado de Milão ao 
norte, o reino de Nápoles ao sul, os Estados papais e a 
república de Florença no centro formavam ao final do século 
XV o que se pode chamar de mosaico da Itália sujeita a 
constantes invasões estrangeiras e conflitos internos. Nesse 
cenário, o florentino Maquiavel desenvolveu reflexões sobre 
como aplacar o caos e instaurar a ordem necessária para a 
unificação e a regeneração da Itália. 
 
(Adaptado de: SADEK, M. T. “Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o 
intelectual de virtú”. In: WEFORT, F. C. (Org.). Clássicos da política. v.2. São 
Paulo: Ática, 2003. p.11-24.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia 
política de Maquiavel, assinale a alternativa correta. 
 
A) A anarquia e a desordem no Estado são aplacadas com a 
existência de um Príncipe que age segundo a moralidade 
convencional e cristã. 
B) A estabilidade do Estado resulta de ações humanas 
concretas que pretendem evitar a barbárie, mesmo que a 
realidade seja móvel e a ordem possa ser desfeita. 
C) A história é compreendida como retilínea, portanto a ordem 
é resultado necessário do desenvolvimento e 
aprimoramento humano, sendo impossível que o caos se 
repita. 
D) A ordem na política é inevitável, uma vez que o âmbito dos 
assuntos humanos é resultante da materialização de uma 
vontade superior e divina. 
E) Há uma ordem natural e eterna em todas as questões

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