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Lista de Língua Portuguesa Aluno(a): Enem Turma: Turno: 01 - (UNITAU SP/2019) “Eles olharam um instante as velhas árvores da Quinta Imperial, por onde vinham atravessando. Nunca as tinham contemplado; e, agora, parecia-lhes que jamais tinham pousado os olhos sobre árvores tão soberbas, tão belas, tão tranquilas e seguras de si, como aquelas que espalhavam sob os seus grandes ramos uma vasta sombra, deliciosa e macia. Pareciam que medravam sentindo-se em terra própria, delas, da qual nunca sairiam desalojadas a machado, para edificação de casebres; e esse sentimento lhes havia dado muita força de vegetar e uma ampla vontade de se expandirem. O solo sobre o qual cresciam era delas e agradeciam à terra estendendo muito os seus ramos, cerrando e tecendo a folhagem, para dar à boa mãe frescura e proteção contra a inclemência do sol. As mangueiras eram as mais gratas; os ramos longos e cheios de folhas quase beijavam o chão. As jaqueiras espreguiçavam; os bambus se inclinavam, de um lado e doutro da aleia, e cobriam a terra com uma ogiva verde...” Triste fim de Policarpo quaresma. Lima Barreto. Quais as figuras de linguagem presentes no fragmento anterior? A) Personificação, antítese, silepse. B) Personificação, sinestesia, anáfora. C) Anáfora, sinestesia, silepse. D) Metonímia, hipérbole, eufemismo. E) Hipérbole, eufemismo, sinestesia. TEXTO: 1 - Comum à questão: 2 Leia o trecho do livro Bem-vindo ao deserto do real!, de Slavoj Žižek. Numa antiga anedota que circulava na hoje falecida República Democrática Alemã, um operário alemão consegue um emprego na Sibéria; sabendo que toda correspondência será lida pelos censores, ele combina com os amigos: “Vamos combinar um código: se uma carta estiver escrita em tinta azul, o que ela diz é verdade; se estiver escrita em tinta vermelha, tudo é mentira.” Um mês depois, os amigos recebem uma carta escrita em tinta azul: “Tudo aqui é maravilhoso: as lojas vivem cheias, a comida é abundante, os apartamentos são grandes e bem aquecidos, os cinemas exibem filmes do Ocidente, há muitas garotas, sempre prontas para um programa – o único senão é que não se consegue encontrar tinta vermelha.” Neste caso, a estrutura é mais refinada do que indicam as aparências: apesar de não ter como usar o código combinado para indicar que tudo o que está dito é mentira, mesmo assim ele consegue passar a mensagem. Como? Pela introdução da referência ao código, como um de seus elementos, na própria mensagem codificada. (Bem-vindo ao deserto do real!, 2003.) 02 - (UNESP SP/2018) A “introdução da referência ao código, como um de seus elementos, na própria mensagem codificada” constitui um exemplo de A) eufemismo. B) metalinguagem. C) intertextualidade. D) hipérbole. E) pleonasmo. TEXTO: 2 - Comum às questões: 3, 4 Sarapalha 1 – Ô calorão, Primo!... E que dor de cabeça excomungada! 2 – É um instantinho e passa... É só ter paciência.... 3 – É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres 4 vestidas de cor de água, sem olhos na cara, para não terem de 5 olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo Argemiro!... E eu 6 já estou cansado de procurar, no meio das outras... Não vem!... 7 Foi, rio abaixo, com o outro... Foram p’r’os infernos!... 8 – Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem-de- 9 ferro que levou... 10 – Não foi no rio, eu sei... No rio ninguém não anda... Só a 11 maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e 12 pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo a 13 estória, Primo? Como é?... 14 – O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não é 15 bom variar... 16 – Mas, a estória, Primo!... Como é?... Conta outra vez... 17 – O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... “Foi o 18 moço-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia-de-19 domingo e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a moça 20 p’ra ir se fugir com ele”... 21 – Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás das 22 outras... Cada qual mais bonita... Mas eu não quero, 23 nenhuma!... Quero só ela... Luísa... 24 – Prima Luísa... 25 – Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Me ajuda, Primo! 26 Me ajuda a ver... 27 – Não é nada, Primo Ribeiro... Deixa disso! 28 – Não é mesmo não... 29 – Pois então?! 30 – Conta o resto da estória!... 31 – ...“Então, a moça, que não sabia que o moço-bonito era o 32 capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa, e foi 33 com ele na canoa, descendo o rio...” Guimarães Rosa, Sagarana. 03 - (FUVEST SP/2018) Tendo como base o trecho “só a maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e pondo neles a benção...”, o termo em destaque foi empregado ironicamente por aludir ao inseto A) causador da malária. B) causador da febre amarela. C) transmissor da doença de Chagas. D) transmissor da malária. E) transmissor da febre amarela. 04 - (FUVEST SP/2018) No texto de Sarapalha, constitui exemplo de personificação o seguinte trecho: A) “No rio ninguém não anda” (Ref. 10). B) “só a maleita é quem sobe e desce” (Refs. 10-11). C) “O senhor já sabe as palavras todas de cabeça” (Ref. 17). D) “e com a viola enfeitada de fitas” (Ref. 19). E) “ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa” (Ref. 32). TEXTO: 3 - Comum à questão: 5 Receita de Ano Novo Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?) Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre. ANDRADE, Carlos Drummond de. Receita de Ano Novo. São Paulo: Editora Record, 2008. 05 - (Fac. Santo Agostinho BA/2018) Entre os recursos de expressão usados pelo escritor na composição do texto, podem ser citados, EXCETO A) ironia. B) metalinguagem. C) metáfora. D) personificação. TEXTO: 4 - Comum à questão: 6 Em meio a múltiplas distrações digitais que tornam a atenção humana um bem escasso, conquistar o engajamento passou a ser um requisito indispensável para projetos bem sucedidos de educação continuada. Designers educacionais, programadores, ilustradores e roteiristas têm o desafio nada trivial de criar metodologias, ambientes de aprendizagem e técnicas narrativas que encantem o aprendiz sem lhe tomar muito tempo. Tecnologias digitais como realidade aumentada, experiências imersivas, internet das coisas e vídeos interativos estão ajudando a moldar o novo cenário da educação corporativa. Valor, 31/01/2017. 06 - (FGV /2018) A prática de esportes é uma atividade exclusivamente privativa dos sócios do clube. Nesta frase, o advérbio “exclusivamente” ésupérfluo ou redundante, uma vez que a ideia que ele expressa já está contida no adjetivo “privativa”. Esse tipo de redundância pode ser apontado na seguinte expressão do texto: A) “desafio nada trivial”. B) “bem escasso”. C) “técnicas narrativas”. D) “projetos bem sucedidos”. E) “vídeos interativos”. TEXTO: 5 - Comum à questão: 7 Leia o madrigal de Silva Alvarenga. Voai, suspiros tristes; Dizei à bela Glaura o que eu padeço, Dizei o que em mim vistes, Que choro, que me abraso, que esmoreço. Levai em roxas flores convertidos Lagrimosos gemidos que me ouvistes: Voai, suspiros tristes; Levai minha saudade; E, se amor ou piedade vos mereço, Dizei à bela Glaura o que eu padeço. (Silva Alvarenga, Glaura) 07 - (FGV /2018) Nos versos “Voai, suspiros tristes;” e “Que choro, que me abraso, que esmoreço.”, as figuras de linguagem presentes são, respectivamente, A) a sinestesia, com a mistura de ações e sentimentos; e a assonância, com a repetição intencional da vogal “o”, criando um clima de desolação. B) a catacrese, com o sentido cristalizado da expressão “suspiros tristes”; e a anáfora, com a repetição da conjunção “que” em todas as orações que compõem o verso. C) a metonímia, com o emprego da parte – os suspiros tristes – pelo todo – o eu lírico –; e a sinestesia, com a comparação de diversas sensações. D) a personificação, com atribuição de qualidade humana a elemento não humano; e a anáfora, com a repetição da conjunção “que” no início das orações. E) a metáfora, com a comparação entre o sofrimento e os suspiros; e a antítese, com as contradições relativas aos estados d’alma do eu lírico. TEXTO: 6 - Comum à questão: 8 Explosão demográfica Minueto em fó menor As minúsculas, delicadas e tão comoventes florinhas das bocas inocentes e encantadoras abremse a cada segundo do mundo subdesenvolvido, aos milhares, milhões, dezenas, centenas de milhões, em busca de alimento; e logo a seguir entre choro, grito, lamento, protesto, birra e baba, riso assovio sopro engasgo soluços começam a correr atrás de mais comida e de bolas, as bocas sempre abertas no eterno clamor, e pedindo exigindo comendo mastigando engolindo engasgando pedindo mais, tomando à força, procurando pegar mais para guardar nos bolsos, conservar nas mãos, ocultar nos sovacos ou entre as coxas, para mais tarde voltar a encher a boca, engolir no desespero de sua milenar desnutrição, para prosseguir na corrida atrás da bola, em demanda de gols e mais gols, numa ilusória derrota àqueles que por séculos não os deixaram comer até fartar. [...] (ÉLIS, Bernardo. Explosão demográfica. In: ______. Melhores contos. 4. ed. São Paulo: Global, 2015. p. 106-107.) 08 - (PUC GO/2018) No texto, “Explosão demográfica”, Bernardo Élis utiliza alguns recursos linguísticos e estilísticos para sugerir o sentido expresso no título. Assinale a alternativa que apresenta corretamente esses recursos: A) Hipérbole para expressar o excesso de crianças nascidas e famintas. B) Quebras sintáticas para expressar o caos da fome no Brasil. C) Antítese para expressar as diferenças entre pobres e ricos. D) Excesso de pontuação para expressar o ritmo rápido da criminalidade. TEXTO: 7 - Comum à questão: 9 1 O conhecimento científico é uma categoria histórica 2 e, como tal, é movimento em contínua evolução que 3 condiciona a cognoscibilidade ao desenvolvimento dos 4 instrumentos físicos e da inteligência histórica dos 5 cientistas individuais (Gramsci, 1978). Nenhuma ciência 6 se apresenta como puro sistema de objetividade, pois 7 decorre sempre de práticas, técnicas, hipóteses, num 8 incessante trabalho de revisão dos conhecimentos. 9 Há níveis de objetividade, há acordos de grupos 10 ideologicamente dessemelhantes quanto aos mesmos 11 conhecimentos teóricos, mas há também processos 12 historicamente condicionados que permitem que cada 13 ciência se desenvolva (Védrine, 1977). 14 Na época de incertezas em que vivemos, o fazer 15 científico e o conhecimento que dele resulta apenas nos 16 indicam caminhos possíveis. A ciência pode ser uma 17 técnica social que permite ver as potencialidades do real 18 e agir com base nesse olhar. De acordo com essa 19 perspectiva, a partir do feixe de possíveis que a realidade 20 nos apresenta, é válido pensar utopias que superem as 21 conquistas da modernidade e incorporem o domínio 22 coletivo e consciente das ciências, das técnicas, das 23 escolhas de produção, de distribuição e de consumo de 24 bens materiais e não materiais. BAUMGARTEN, Maíra et al. Sociedade e conhecimento: novas tecnologias e desafios para a produção de conhecimento nas Ciênci- as Sociais. Disponível em: <http://www.scie- lo.br/pdf/se/v22n2/06.pdf.>. Acesso em: 18 nov. 2017. Adaptado. 09 - (UNIME BA/2018) No segundo parágrafo do texto, há uma figura de linguagem conhecida como 01) eufemismo, devido ao uso de um termo menos agressivo, para falar de algo desagradável. 02) hipérbole, em face do emprego de palavras que expressam, de forma intencional, uma ideia de exagero. 03) paradoxo, em virtude da união de ideias contraditórias, resultando em uma afirmativa aparentemente absurda. 04) pleonasmo, mediante a repetição de uma expressão, com o objetivo de realçá-la, tornando-a mais significativa. 05) metáfora, por haver uma comparação implícita entre dois elementos, criando-se uma relação de semelhança entre eles. TEXTO: 8 - Comum à questão: 10 Considere a tirinha abaixo. 10 - (IFRS/2018) Um dos personagens demonstra desconhecer o significado da figura de linguagem denominada paradoxo. Contudo, pela fala do personagem Camilo, depreende-se que o paradoxo consiste A) na substituição lógica de uma palavra por outra semelhante. B) na repetição intencional de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido. C) na aproximação de palavras contrárias, ou reunião de palavras contraditórias dentro de um mesmo contexto. D) na mistura de diferentes impressões sensoriais. E) em um exagero intencional. TEXTO: 9 - Comum à questão: 11 “É Brasileiro, já passou de Português...” A ideia de uma língua única, que não se altera, é um mito, pois a heterogeneidade social e cultural implica a heterogeneidade linguística. (...) Embora Brasil e Portugal tenham uma língua comum, é nítido a qualquer falante do português que existem diferenças entre o português falado nos dois países – claro que elas também existem com relação aos demais países de língua portuguesa. (...) Essas diferenças são tão grandes que podemos afirmar que no Brasil se fala uma língua diferente da de Portugal, que os linguistas denominaram de português brasileiro. Isso é tão evidente que, se você observar um processador de textos, o Word, por exemplo, na ferramenta idiomas há as opções português e português brasileiro ou português (Brasil). Por quê? Como são línguas diferentes, o corretor automático do processador precisa saber em que “língua” está sendo escrito o documento, pois o português europeu e o brasileiro seguem regras diferentes. Quando ouvimos um habitante de Portugal falando, percebemos imediatamente um uso diverso da língua. A diferença mais perceptível é de ordem fonológica, ou seja, na maneira de produzir os sons da língua. Identificamos rapidamente que ele fala português, porém com “sotaque ou acento lusitano”. Se atentarmos com mais cuidado, perceberemos, entretanto, que as diferenças não são apenas de ordem fonológica. Há também diferenças sintáticas (poucas) e lexicais. Um mesmo conceito é designado por significantes diferentes, o que prova o caráter imotivadodo signo linguístico. (...) (Ernani Terra, Revista Língua Portuguesa, adaptado, julho/2018) 11 - (ESPM SP/2019) O autor defende que: A) Há diferenças linguísticas tão grandes, com regras também tão diferentes, que se constatam duas línguas diversas: o português de Portugal e o português europeu. B) Diferenças de ordem fonológica ocorrem quando um mesmo significado é designado por significantes diferentes. C) Diferenças linguísticas em outros países, como Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor Leste e São Tomé e Príncipe, são tão pequenas que não chegam a caracterizar línguas diferentes. D) As alterações linguísticas entre Portugal e Brasil ocorrem principalmente, por serem mais verificáveis, no campo da escrita. E) O signo linguístico não necessita, para sua existência, de um caráter motivado. TEXTO: 10 - Comum à questão: 12 Romanceiro da Inconfidência Romance XXIV Atrás de portas fechadas, à luz de velas acesas, brilham fardas e casacas, junto com batinas pretas. 5 E há finas mãos pensativas, entre galões, sedas, rendas, e há grossas mãos vigorosas, de unhas fortes, duras veias, e há mãos de púlpito e altares, 10 de Evangelhos, cruzes, bênçãos. Uns são reinóis, uns, mazombos; e pensam de mil maneiras; mas citam Vergílio e Horácio, e refletem, e argumentam, 15 falam de minas e impostos, de lavras e de fazendas, de ministros e rainhas e das colônias inglesas. Atrás de portas fechadas, 20 à luz de velas acesas, uns sugerem, uns recusam, uns ouvem, uns aconselham. Se a derrama for lançada, há levante, com certeza. 25 Corre-se por essas ruas? Corta-se alguma cabeça? Que bandeira se desdobra? Com que figura ou legenda? Atrás de portas fechadas, 30 à luz de velas acesas, entre sigilo e espionagem, acontece a Inconfidência. Liberdade, ainda que tarde, ouve-se em redor da mesa. 35 E a bandeira já está viva, e sobe, na noite imensa. E os seus tristes inventores já são réus — pois se atreveram a falar em Liberdade 40 (que ninguém sabe o que seja). Liberdade — essa palavra, que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda! 45 E a vizinhança não dorme: murmura, imagina, inventa. Não fica bandeira escrita, mas fica escrita a sentença. MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Incon- fidência. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1953. p.103-105. Fragmento. 12 - (FM Petrópolis RJ/2019) O verso que apresenta o recurso semântico da metonímia para descrever os participantes da conjuração é A) “Atrás de portas fechadas” (v. 19) B) “à luz de velas acesas” (v. 20) C) “e pensam de mil maneiras” (v. 12) D) “uns sugerem, uns recusam” (v. 21) E) “E há finas mãos pensativas” (v. 5) TEXTO: 11 - Comum às questões: 13, 14, 15 Mais agrotóxico na mesa Projeto de lei que flexibiliza regras para aprovação e uso de pesticidas reacende discussões sobre a segurança do que colocamos em nosso prato. (1) Tem no arroz. Tem no feijão. Tem na salada. E tem até na carne, no leite, no pão e nos biscoitos. Todos esses alimentos, ou as matérias-primas que permitem sua produção, dependem de agrotóxico para ganhar escala industrial. Pelos cálculos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), circulam, em média, sete litros por ano dessas substâncias pelo nosso organismo. Não surpreende. Desde 2008, o Brasil é considerado o principal consumidor desses agentes, utilizando cerca de 20% de todos os tipos comercializados no mundo. Mas há quem defenda que é preciso usar mais. (2) Em junho, um grupo de políticos aprovou na Câmara dos Deputados o projeto de lei que flexibiliza as regras de fiscalização e aplicação de pesticidas. “Com ferramentas atuais, os agricultores poderão responder de forma mais assertiva para a produção das lavouras, garantindo a produção de alimentos e matérias-primas sem aumentar a área plantada ou o consumo de recursos naturais”, justifica o diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal. (3) É claro que houve reação. O documento foi apelidado de “Pacote do Veneno” por vários setores da sociedade, que trataram de se mobilizar para impedir que ele avance e ganhe força de lei. Encabeçada pela Fiocruz, além de ativistas e celebridades, uma petição online reuniu mais de 1,6 milhão de assinaturas. Toda essa movimentação trouxe à tona uma discussão antiga: afinal, como esses químicos afetam nosso organismo? (4) Segundo a OMS, são registrados 25 milhões de casos de envenenamento por agrotóxicos e 20 mil mortes no planeta todo ano. As populações mais vulneráveis são as que estão diretamente em contato com esses elementos, como trabalhadores do campo e moradores das zonas rurais, empregados das corporações que fabricam os defensivos, bem como populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas. No Brasil, informa a Abrasco, ocorrem cerca de 4.300 episódios de intoxicação anualmente. Mas esse dado é subnotificado, apesar de o número de doenças possivelmente incitadas por pesticidas ser enorme. (5) Mas, o que o consumidor pode fazer para minimizar a exposição ao agrotóxico? (6) Caprichar na higienização dos vegetais? Prestar mais atenção na hora das compras? Priorizar variedades da época e da região? Dar preferência aos orgânicos e à produção agroecológica? Ficar ligado nas discussões políticas sobre alimentação? (7) No fundo, tudo passa por uma mudança cultural que esbarra em questões econômicas. Vai na mesma linha de diminuir o uso de sacolas plásticas e de copos plásticos. Só assim a gente consegue caminhar para um mundo mais saudável e sustentável. 13 - (FPS PE/2019) Qualquer texto – o que, na verdade, corresponde a uma ‘ação de linguagem’ – é movido por uma intenção, por um ‘propósito’, contextualmente reconhecido. Em relação ao texto, pode-se entender que a interação do autor foi: A) caracterizar as diferentes doenças possivelmente incitadas por pesticidas comercializados no mundo, inclusive no Brasil. B) propor que as normas de fiscalização do uso de agrotóxicos sejam determinantes, embora mais flexíveis, para a produção das lavouras. C) estimular o setor agrícola do país no sentido de garantir, aos diferentes produtos, o status de ‘escala industrial’. D) informar aos trabalhadores do campo e moradores das zonas rurais os riscos de contaminação incitados pelo agrotóxico. E) advertir os leitores de que enfrentar a exposição excessiva ao uso de agrotóxicos é, antes de tudo, uma questão cultural. 14 - (FPS PE/2019) No sexto parágrafo do texto, encontramos várias perguntas. São perguntas que, neste texto, têm uma função: A) textualmente relevante, pois se destinam a esclarecer, aos prováveis leitores, detalhes do tema ainda em discussão. B) elucidativa, uma vez que têm como função dar respostas explícitas a questões até então desconhecidas. C) pragmaticamente coerente, pois os interlocutores previstos esperam esclarecimentos que tirem suas dúvidas atuais. D) comunicativamente inadequada, uma vez que o contexto ativado pelo texto pede, no momento, respostas explícitas. E) puramente retórica. Ou seja, as perguntas são uma estratégia, ou um recurso para instigar o interesse do leitor. 15 - (FPS PE/2019) Do ponto de vista global, o texto elege como área prioritária para a solução do problema levantado: A) o campo das mudanças culturais, conforme o qual as pessoas atuam socialmente. B) as populações que se concentram na produção específica do meio rural. C) o cultivo de alimentos vegetais por métodos preferencialmente orgânicos. D) a discussão pública sobre a relação entre ciência e saúde. E) as corporações responsáveis pela contínua fabricação dos agrotóxicos. TEXTO: 12 - Comum às questões: 17, 16, 18 “O certo é falar assim porquese escreve assim”. Diante de uma placa escrita TEATRO, é provável que um pernambucano, lendo em voz alta, diga TÉ-atru, que um carioca diga TCHI-atru, que um paulistano diga TÊ-atru. E agora? Quem está certo? Ora, todos estão igualmente certos. O que acontece é que em toda comunidade linguística do mundo existe um fenômeno chamado variação, isto é, nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares, assim como nem todas as pessoas falam a própria língua de modo idêntico o tempo todo. Infelizmente, existe uma tendência (mais um preconceito!) muito forte no ensino da língua de querer obrigar o aluno a pronunciar “do jeito que se escreve”. Como se essa fosse a única maneira “certa” de falar português. (Imagine se alguém fosse falar inglês ou francês do jeito que se escreve!) Muitas gramáticas e livros didáticos chegam ao cúmulo de aconselhar a professora a “corrigir” quem fala muleque, bêju, minino, bisôro, como se isso pudesse anular o fenômeno da variação tão natural e inevitável na vida das línguas. Essa supervalorização da língua escrita combinada com o desprezo da língua falada é um preconceito que data de antes de Cristo! É claro que é preciso ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial, mas não se pode fazer isso tentando criar uma língua falada “artificial”, e reprovando como “erradas” as pronúncias que são resultado da história social e cultural das pessoas que falam a língua em cada canto do Brasil. Seria mais justo e democrático explicar ao aluno que ele pode dizer “bulacha” ou “bolacha”, mas que só pode escrever BOLACHA, porque é necessária uma ortografia única para toda a língua, para que todos possam ler e compreender o que está escrito. Marcos Bagno. Preconceito linguístico. São Paulo: Parábola, 2015. p. 79-80. 16 - (FPS PE/2019) A questão abordada no texto é vista numa perspectiva linguística: A) mais social, pragmática e flexível. B) antes de tudo, sintático-semântica. C) eminentemente morfológica e sintática. D) meramente, fonética e fonológica. E) sobretudo, léxico-gramatical. 17 - (FPS PE/2019) O autor conclui seu texto afirmando a flexibilidade da pronúncia na modalidade oral, mas também a necessidade de uma única grafia oficial, pois: A) em cada canto do Brasil se escrevem textos reprováveis. B) é artificial um padrão de escrita sem aprovação da gramática. C) são consideradas erradas e reprováveis as pronúncias regionais. D) o entendimento do que está escrito deve ser garantido a todos. E) as dificuldades ortográficas podem resultar em padrões artificiais de fala. 18 - (FPS PE/2019) O texto mostra uma elaboração própria dos textos expositivos. Isso fica mais evidente: A) pelo cumprimento de regras sintáticas da escrita. B) por estar distante dos modos típicos da oralidade. C) por apresentar autoria e divisão paragráfica. D) por empregar um vocabulário de caráter erudito. E) graças ao teor generalizante de suas afirmações. TEXTO: 13 - Comum à questão: 19 Sonetilho do falso Fernando Pessoa Onde nasci, morri. Onde morri, existo. E das peles que visto muitas há que não vi. 5 Sem mim como sem ti posso durar. Desisto de tudo quanto é misto e que odiei ou senti. Nem Fausto nem Mefisto, 10 à deusa que se ri deste nosso oaristo*, eis-me a dizer: assisto além, nenhum, aqui, mas não sou eu, nem isto. Carlos Drummond de Andrade. Claro Enigma. *conversa íntima entre casais. Ulisses O mito é o nada que é tudo. O mesmo sol que abre os céus É um mito brilhante e mudo ‐ O corpo morto de Deus, 5 Vivo e desnudo. Este, que aqui aportou, Foi por não ser existindo. Sem existir nos bastou. Por não ter vindo foi vindo 10 E nos criou. Assim a lenda se escorre A entrar na realidade, E a fecundá ‐la decorre. Em baixo, a vida, metade 15 De nada, morre. Fernando Pessoa. Mensagem. 19 - (FUVEST SP/2019) O oxímoro é uma “figura em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir ‐se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a expressão” (HOUAISS, 2001). No poema “Sonetilho do falso Fernando Pessoa”, o emprego dessa figura de linguagem ocorre em: A) “Onde morri, existo” (Ref. 2). B) “E das peles que visto / muitas há que não vi” (Refs. 3-4). C) “Desisto / de tudo quanto é misto / e que odiei ou senti” (Refs. 6-8). D) “à deusa que se ri / deste nosso oaristo” (Refs. 10-11). E) “mas não sou eu, nem isto” (Ref. 14). TEXTO: 14 - Comum à questão: 20 Leia o poema de Pedro Tierra. Fui assassinado. Morri cem vezes e cem vezes renasci sob os golpes do açoite. Meus olhos em sangue Testemunharam a dança dos algozes em torno do meu cadáver. Tornei-me mineral memória da dor. Para sobreviver, recolhi das chagas do corpo a lua vermelha de minha crença, no meu sangue amanhecendo. [...] Porque sou o poeta dos mortos assassinados, dos eletrocutados, dos “suicidas”, dos “enforcados” e “atropelados”, dos que “tentaram fugir”, dos enlouquecidos. Sou o poeta dos torturados, dos “desaparecidos”, dos atirados ao mar, sou os olhos atentos sobre o crime. (Pedro Tierra, Poemas do Povo da Noite) 20 - (IBMEC SP Insper/2019) No poema, o eu lírico A) expressa seus sentimentos em relação à vida como submissão a um incessante sofrimento, independentemente da sociedade em que está inserido. B) emerge como força de resistência, representando a voz daqueles que foram submetidos, em qualquer tempo, a toda sorte de violência. C) refere-se às ações de repressão à liberdade como algo justificável, pois é inerente à cultura de todos os tempos, em circunstâncias definidas. D) mostra-se confiante no propósito de combater toda forma de opressão, incitando o leitor a partilhar o sentimento de justiça. E) declara que sua arte é desvinculada da denúncia de crimes e injustiça, sugerindo implicitamente que não pode desviar-se de seu propósito. TEXTO: 15 - Comum à questão: 21 Drogas e mortes As taxas de homicídios dolosos e de mortes de trânsito no Brasil, é notório, situam o país entre os mais violentos do planeta. No ano passado, registraram-se quase 56 mil assassinatos intencionais, ou 27 por 100 mil habitantes. Em 2016, pelo dado mais recente, 38 mil vidas foram ceifadas em ruas e estradas nacionais, cerca de 19 por 100 mil. Diante dessa carnificina cotidiana, deve-se exigir das autoridades nada menos que a busca de estratégias mais efetivas para a prevenção desses óbitos. Países desenvolvidos, já há algumas décadas, passaram a adotar com sucesso políticas públicas ancoradas em evidências empíricas. Nem sempre é o que ocorre por aqui, no entanto. Tome-se o exemplo da associação entre a ingestão de álcool e o aumento da violência interpessoal (homicídios e agressões) e dos acidentes de trânsito. Embora a relação esteja bem estabelecida na literatura da área, praticamente inexistem no país dados sobre o consumo da substância pelas vítimas. Estudo recente conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP e noticiado por esta Folha jogou luz sobre tal questão na cidade de São Paulo. Os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 365 vítimas de crimes violentos. Constatou-se que, em 55% dos casos, havia traços de álcool ou outras drogas. Também entre as vítimas de acidentes de trânsito analisadas no trabalho, chama a atenção o alto percentual de casos (43%) que mostraram resquícios de álcool no sangue. Embora o país conte há uma década com severa legislação sobre o tema, a taxa indica que o diploma deveria ser mais efetivo em seu propósito. Leis como essa não devem ter a meta de apreender transgressores, mas de criar a percepção de que aqueles quea infringirem serão pegos e punidos. O estudo deveria servir de exemplo para que o país invista na geração contínua de dados como esses. Assim será possível identificar as causas dos problemas, avaliar a efetividade das políticas públicas adotadas e orientar a formulação de novas estratégias. (Editorial. Folha de S.Paulo, 20.10.2018. Adaptado) 21 - (IBMEC SP Insper/2019) Em um levantamento que objetivava conhecer a incidência do uso de álcool e anfetaminas entre caminhoneiros de estrada, feito com 91 motoristas abordados em um posto de combustíveis na cidade de Passos, no Estado de Minas Gerais, em novembro de 2005, cujos dados foram obtidos por meio de um questionário contendo 19 questões de múltipla escolha, os resultados indicaram que 66% desses profissionais usavam anfetaminas durante os percursos de viagens, principalmente em postos de combustíveis (54%) à beira das rodovias. O álcool era utilizado por 91% deles, dos quais 43% consumiam a bebida nos postos de combustíveis. (Nemésio Dario Almeida, “Os acidentes e mortes no trânsito causados pelo con- sumo de álcool: um problema de saúde pública”. Revista Diretório Sanitário, São Paulo v.15 n.2, p. 108-125, jul. /out. 2014. Em: https://www. revistas.usp.br) É correto afirmar que as informações do texto A) ratificam o ponto de vista apresentado no editorial da Folha, o que permite inferir a necessidade de campanhas preventivas e informativas por parte das autoridades governamentais. B) trazem outro aspecto do problema apresentado no editorial da Folha, o que é insuficiente para questionar se o uso de drogas ou bebidas tem impacto em homicídios ou mortes no trânsito. C) confirmam a gravidade da situação envolvendo drogas e álcool, tanto que, assim como o editorial da Folha, mostram que terá pouca produtividade e impacto social qualquer ação promovida pelas autoridades governamentais. D) apresentam dados contundentes em relação ao uso de drogas e álcool, e não mostram os efeitos desses usos; assim como o editorial da Folha, consideram como desnecessária a intervenção governamental. E) trazem dados mais contundentes do que os apresentados no editorial da Folha, porque a situação investigada restringe- se a uma cidade, o que potencializa a possibilidade de ações por parte das autoridades governamentais. TEXTO: 16 - Comum à questão: 22 A palavra vernáculo caracteriza um modo de aprender as línguas: o aprendizado que se dá, por assimilação espontânea e inconsciente, no ambiente em que as pessoas são criadas. A vernáculo opõe-se tudo aquilo que é transmitido através da escola. Para exemplificar com fatos conhecidos, basta que o leitor brasileiro pense em formas verbais como eu farei e eu fizera, ou em construções como fá-lo-ei, dir-lhe-ia, tu o fizeste ou Ninguém lho negaria. A parte da população brasileira que as conhece chegou a elas pela escola, provavelmente através da leitura de textos literários bastante antigos, pois no Brasil de hoje é quase nula a chance de que essas formas ou construções sejam usadas de maneira espontânea. (Rodolfo Ilari e Renato Basso. O por- tuguês da gente: a língua que estuda- mos, a língua que falamos) 22 - (IBMEC SP Insper/2019) Com base no texto, um enunciado que se aproxima do vernáculo é: A) Márcio era um pimpão, que divertia a todos com seus chistes e trocadilhos. B) Se arrumou, mas esqueceu de ir na casa do amigo, porque ficou assistindo o filme. C) Eu o amo tanto que meu coração parece que logo, logo vai explodir. D) Ainda que houvesse luar, a noite não a encantava como das outras vezes. E) Não vos digo que sejais santos, pois incorrem diuturnamente em pecados. TEXTO: 17 - Comum à questão: 23 01 Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, 02 vejamos alguns lineamentos do menino. 03 Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; 04 e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos malignos do meu 05 tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um 06 dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher 07 de doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, 08 deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, 09 fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por 10 pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de 11 casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, 12 recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao 13 dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e 14 outro lado, e ele obedecia, - algumas vezes gemendo, - mas obedecia 15 sem dizer palavra, ou quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu 16 retorquia: - “Cala a boca, besta!” – Esconder os chapéus das visitas, 17 deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das 18 cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas 19 façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer 20 que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu 21 pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à 22 vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular davame 23 beijos. Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas 23 - (Mackenzie SP/2019) No trecho Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino (Refs. 01 e 02), podemos identificar uma relação de: A) anacronismo. B) intertextualidade. C) paradoxo. D) personificação. E) negação. TEXTO: 18 - Comum à questão: 24 Saúde mental - O fim da psicoterapia? 1 Nota publicada recentemente na revista PopScience 2 revela que o relato semanal ou quinzenal feito pelos 3 pacientes quando se sentam no sofá de um terapeuta pode se 4 extinguir como prática de saúde mental. O texto aponta para 5 o fato de que a psicoterapia tradicional tem sido 6 desestimulada ao longo dos anos, enquanto mais e mais 7 psiquiatras e até mesmo clínicos gerais prescrevem 8 medicamentos psicotrópicos, em vez de encaminharem seus 9 clientes à terapia. O uso de psicoterapia para pessoas em 10 tratamento mental nos Estados Unidos diminuiu em quase 11 16% para 10,5%. O uso de terapia em conjunto com a 12 medicação, por sua vez, caiu de 40% para 32%. Por outro 13 lado, as taxas de uso de medicação como único processo de 14 tratamento para questões mentais subiu de 41% para pouco 15 mais de 57%. Tal fato não ocorre diante da ineficácia da 16 psicoterapia tradicional para questões como depressão ou 17 ansiedade. Pelo contrário, as evidências encontradas em 18 outros estudos apontam resultados mais eficazes e 19 duradouros para psicoterapia, em relação às drogas 20 psicotrópicas. Muitas ações na área de saúde, entretanto, são 21 movidas por interesses mercadológicos. MARQUES, Suzana. Saúde mental 24 - (UCB DF/2019) Em Saúde mental - O fim da psicoterapia?, infere-se o ponto de vista da autora acerca da substituição da psicoterapia por medicamentos psicotrópicos em tratamento mental por meio da A) associação de muitas ações na área de saúde aos interesses mercadológicos em contraponto aos resultados mais eficazes e duradouros da psicoterapia. B) descrição de dados que apontam para a diminuição da psicoterapia em tratamento mental. C) apresentação de uma sucessão de verbos no pretérito para contar como a psicoterapia deixou de ser um tratamento relevante. D) citação da revista PopScience, que revela a importância dos medicamentos em tratamentos mentais. E) argumentação favorável ao tratamento que associa medicamentosa psicoterapia. TEXTO: 19 - Comum à questão: 25 ELA E EU Há flores de cores concentradas Ondas queimam rochas com seu sal Vibrações do sol no pó da estrada Muita coisa, quase nada Cataclismas, carnaval Há muitos planetas habitados E o vazio da imensidão do céu Bem e mal e boca e mel E essa voz que Deus me deu Mas nada é igual a ela e eu Trecho de uma canção de Caetano Veloso, cantada por Marina Lima no álbum Marina Lima, do ano de 1991. Disponível em: https://www. vagalume.com.br/marina-li- 25 - (IFBA/2019) Assinale a alternativa em que encontramos um exemplo de antítese: A) “Muita coisa, quase nada”. B) “Há flores de cores concentradas”. C) “Ondas queimam rochas com seu sal”. D) “Mas nada é igual a ela e eu”. E) “Vibrações do sol no pó da estrada”. TEXTO: 20 - Comum à questão: 26 Três teses sobre o avanço da febre amarela 1 Como a febre amarela rompeu os limites da Floresta Amazônica e alcançou o Sudeste, atingindo 2 os grandes centros urbanos? A partir do ano passado, o número de casos da doença alcançou 3 níveis sem precedentes nos últimos cinquenta anos. Desde o início de 2017, foram confirmados 4 779 casos, 262 deles resultando em mortes. Trata-se do maior surto da forma silvestre da doença 5 já registrado no país. Outros 435 registros ainda estão sob investigação. 6 Como tudo começou? Os navios portugueses vindos da África nos séculos XVII e XVIII não 7 trouxeram ao Brasil somente escravos e mercadorias. Dois inimigos silenciosos vieram junto: o 8 vírus da febre amarela e o mosquito Aedes aegypti. A consequência foi uma série de surtos de 9 febre amarela urbana no Brasil, com milhares de mortos. Por volta de 1940, a febre amarela urbana 10 foi erradicada. Mas o vírus migrou, pelo trânsito de pessoas infectadas, para zonas de floresta na 11 região Amazônica. No início dos anos 2000, a febre amarela ressurgiu em áreas da Mata Atlântica. 12 Três teses tentam explicar o fenômeno. 13 Segundo o professor Aloísio Falqueto, da Universidade Federal do Espírito Santo, “uma pessoa 14 pegou o vírus na Amazônia e entrou na Mata Atlântica depois, possivelmente na altura de Montes 15 Claros, em Minas Gerais, onde surgiram casos de macacos e pessoas infectadas”. O vírus teria 16 se espalhado porque os primatas da mata eram vulneráveis: como o vírus desaparece da região 17 na década de 1940, não desenvolveram anticorpos. Logo os macacos passaram a ser mortos por 18 seres humanos que temem contrair a doença. O massacre desses bichos, porém, é um “tiro no 19 pé”, o que faz crescer a chance de contaminação de pessoas. Sem primatas para picar na copa das 20 árvores, os mosquitos procuram sangue humano. 21 De acordo com o pesquisador Ricardo Lourenço, do Instituto Oswaldo Cruz, os mosquitos 22 transmissores da doença se deslocaram do Norte para o Sudeste, voando ao longo de rios e 23 corredores de mata. Estima-se que um mosquito seja capaz de voar 3 km por dia. Tanto o homem 24 quanto o macaco, quando picados, só carregam o vírus da febre amarela por cerca de três dias. 25 Depois disso, o organismo produz anticorpos. Em cerca de dez dias, primatas e humanos ou 26 morrem ou se curam, tornando-se imunes à doença. 27 Para o infectologista Eduardo Massad, professor da Universidade de São Paulo, o rompimento 28 da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 2015, teve papel relevante na disseminação 29 acelerada da doença no Sudeste. A destruição do habitat natural de diferentes espécies teria 30 reduzido significativamente os predadores naturais dos mosquitos. A tragédia ambiental ainda 31 teria afetado o sistema imunológico dos macacos, tornando-os mais suscetíveis ao vírus. 32 Por que é importante determinar a “viagem” do vírus? Basicamente, para orientar as campanhas 33 de vacinação. Em 2014, Eduardo Massad elaborou um plano de imunização depois que 11 34 pessoas morreram vítimas de febre amarela em Botucatu (SP): “Eu fiz cálculos matemáticos 35 para determinar qual seria a proporção da população nas áreas não vacinadas que deveria ser 36 imunizada, considerando os riscos de efeitos adversos da vacina. Infelizmente, a Secretaria de 37 Saúde não adotou essa estratégia. Os casos acontecem exatamente nas áreas onde eu havia 38 recomendado a vacinação. A Secretaria está correndo atrás do prejuízo”. Desde julho de 2017, 39 mais de 100 pessoas foram contaminadas em São Paulo e mais de 40 morreram. 40 O Ministério da Saúde afirmou em nota que, desde 2016, os estados e municípios vêm sendo 41 orientados para a necessidade de intensificar as medidas de prevenção. A orientação é que 42 pessoas em áreas de risco se vacinem. NATHALIA PASSARINHO Adaptado de bbc.com, 06/02/2018. 26 - (UERJ/2019) Para apresentação das teses que explicam o avanço da febre amarela, a autora do texto recorre, principalmente, à seguinte estratégia: A) referências a dilemas. B) alusão a subentendidos. C) construção de silogismo. D) argumentos de autoridade. TEXTO: 21 - Comum à questão: 27 A BANALIDADE DO MAL 1 Muito se ouve, se fala e se sente acerca da violência. O ódio se encontra disseminado, como 2 se não fosse possível habitar o mesmo espaço do outro que pensa e age diferente. A violência 3 institucional do Estado prolifera. Contudo, as práticas sociais agressivas não se resumem à 4 tradicional oposição Estado versus sociedade. Entre cada indivíduo das comunidades, dos bairros, 5 dos mesmos transportes públicos, ronda o fantasma da violência. 6 Certamente, as causas desses fenômenos são múltiplas, talvez tanto quanto o são suas ocorrências. 7 Sofrem mais do dinamismo da continuidade do que das rupturas. Apesar das várias facetas sob 8 as quais poderíamos analisar a violência estrutural, há certos mecanismos e estratégias que se 9 repetem. Como funcionam? Mais ainda: quais funções e dispositivos de manutenção dessas 10 práticas se atualizam no mundo do trabalho, na sociabilidade desigual e na urbanidade precária? 11 A continuidade, permanência e sofisticação dos modos da violência poderiam ser sintetizadas, na 12 experiência brasileira, em duas formas fundamentais e dominantes: o racismo e o machismo. O 13 país cordial e democrático, em seu cotidiano, tem três mulheres assassinadas por dia. E a maioria 14 das vítimas é composta de mulheres negras. Se o normal é a violência, o racismo e o machismo, de 15 que modo a mulher ou o jovem negro podem experimentar uma autodefinição de sua existência, 16 condição necessária para repensar o quadro de violência? 17 A Constituição de 1988 seria a promessa de novas práticas, da produção de sujeitos universais 18 – interrompendo a história de vitimizações contínuas de mulheres, índios, idosos, adolescentes, 19 quilombolas, trabalhadores. A nova lei, legitimada na fundamentação futura de uma outra vida, 20 seria a redenção para esses sujeitos. 21 Porém, com a narrativa de construção do Estado de direito, soberano, centralizado, formado pelos 22“brasileiros”, subjaz franco e atuante, ainda que silencioso e rasteiro, o discurso do conflito, do 23 inimigo, das lutas que continuam, que permanecem constitutivas da existência do país. Os vivas à 24 democracia, à Constituição, às leis e à ordem convivem com o ódio ao outro via racismo agressivo, 25 preconceito contra o nordestino, dentre outros. 26 A ideia de sermos um único sujeito, o brasileiro alegre e complacente, convive com a prática da 27 diferença não tolerada, com a consideração do outro, do estranho, do estrangeiro, como aquele 28 que não é “nós”.A produção do outro e, portanto, a continuidade histórica da violência se devem, 29 em grande medida, à persistência e ao incremento do racismo e do machismo, autorizando a 30 agressão física ou moral. 31 Qualquer saída para essa situação somente terá alguma possibilidade de efetivação sob políticas, 32 atos e afetos de respeito às mulheres, aos jovens negros e aos que não têm posses, pois são essas 33 as subjetividades e as sociabilidades que são alvos das estruturas violentas. EDSON TELES Adaptado de diploma- tique.org.br, 18/09/2017. 27 - (UERJ/2019) Para desenvolver seu argumento, o autor emprega a metalinguagem em: A) O ódio se encontra disseminado, como se não fosse possível habitar o mesmo espaço do outro (Refs. 1-2) B) a mulher ou o jovem negro podem experimentar uma autodefinição de sua existência, (Ref. 15) C) a consideração do outro, do estranho, do estrangeiro, como aquele que não é “nós”. (Refs. 27-28) D) são essas as subjetividades e as sociabilidades que são alvos das estruturas violentas. (Refs. 32-33) TEXTO: 22 - Comum à questão: 28 Violência e psiquiatria 1 O tipo de violência que aqui considerarei pouco tem a ver com pessoas que utilizam martelos para 2 golpear a cabeça de outras, nem se aproximará muito do que se supõe façam os doentes mentais. 3 Se se quer falar de violência em psiquiatria, a violência que brada, que se proclama em tão alta 4 voz que raramente é ouvida, é a sutil, tortuosa violência perpetrada pelos outros, pelos “sadios”, 5 contra os rotulados de “loucos”. Na medida em que a psiquiatria representa os interesses ou 6 pretensos interesses dos sadios, podemos descobrir que, de fato, a violência em psiquiatria é 7 sobretudo a violência da psiquiatria. 8 Quem são porém as pessoas sadias? Como se definem a si próprias? As definições de saúde mental 9 propostas pelos especialistas ou estabelecem a necessidade do conformismo a um conjunto de 10 normas sociais arbitrariamente pressupostas, ou são tão convenientemente gerais – como, por 11 exemplo, “a capacidade de tolerar conflitos” – que deixam de fazer sentido. Fica-se com a 12 lamentável reflexão de que os sadios serão, talvez, todos aqueles que não seriam admitidos na 13 enfermaria de observação psiquiátrica. Ou seja, eles se definem pela ausência de certa experiência. 14 Sabe-se, porém, que os nazistas asfixiaram com gás dezenas de milhares de doentes mentais, 15 assim como dezenas de milhares de outros tiveram seus cérebros mutilados ou danificados 16 por sucessivas séries de choques elétricos: suas personalidades foram deformadas, de modo 17 sistemático, pela institucionalização psiquiátrica. Como podem fatos tão concretos emergir na 18 base de uma ausência, de uma negatividade – a compulsiva não loucura dos sadios? De fato, 19 toda a área de definição de sanidade mental e loucura é tão confusa, e os que se arriscam 20 dentro dela são tão aterrorizados pela ideia do que possam encontrar, não só nos “outros” 21 como também em si mesmos, que se deve considerar seriamente a renúncia ao projeto. DAVID COOPER Adaptado de Psiquiatria e antipsi- quiatria. São Paulo: Perspectiva, 1967. 28 - (UERJ/2019) David Cooper dirige uma crítica à psiquiatria quando esta define saúde como ausência de doença e, desse modo, acaba por não definir adequadamente a própria doença mental. Essa forma de definição incorre em um sofisma conhecido como: A) círculo vicioso. B) falsa autoridade. C) argumento contra a pessoa. D) confusão entre causa e efeito. TEXTO: 23 - Comum às questões: 29, 30 O homem velho O homem velho deixa a vida e morte para trás Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus sinais O homem velho é o rei dos animais 5 A solidão agora é sólida, uma pedra ao sol As linhas do destino nas mãos a mão apagou Ele já tem a alma saturada de poesia, soul e rock’n’roll As coisas migram e ele serve de farol A carne, a arte arde, a tarde cai 10 No abismo das esquinas A brisa leve traz o olor fugaz Do sexo das meninas Luz fria, seus cabelos têm tristeza de néon Belezas, dores e alegrias passam sem um som 15 Eu vejo o homem velho rindo numa curva do caminho de Hebron E ao seu olhar tudo que é cor muda de tom Os filhos, filmes, ditos, livros como um vendaval Espalham-no além da ilusão do seu ser pessoal Mas ele dói e brilha único, indivíduo, maravilha sem igual Já tem coragem de saber que é imortal CAETANO VELOSO caetanoveloso.com.br 29 - (UERJ/2018) O homem velho é o rei dos animais (v. 4) As coisas migram e ele serve de farol (v. 8) As metáforas sublinhadas nos dois versos acima veiculam, respectivamente, as ideias de: A) arrogância − magnitude B) sabedoria − experiência C) sagacidade − inspiração D) imponência − orientação ita Lista de Literatura Aluno(a): Enem Turma: Turno: 1) Considere estes períodos: I. Sabia que, se ------ as normas da escola, poderia sofrer consequências desagradáveis. II. Na campanha política fez ----- oposição aos candidatos de direita. III. Economistas e políticos aguardavam com interesse a divulgação dos resultados do último -------. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: A) infringisse – fragrante – senso. B) infringisse – flagrante – censo. C) infringisse – fragrante – censo. D) infligisse – flagrante – senso. E) infligisse – flagrante – censo. 2) Assinale o item em que a palavra destacada está incorreta- mente aplicada: A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. B) A justiça infligiu a pena merecida aos desordeiros. C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. D) Devemos ser fiéis ao cumprimento do dever. E) A cessão de terras compete ao Estado. 3) Reescreva as frases a seguir, substituindo as palavras ou expressões destacadas por um dos parônimos expressos nos parênteses: A) O diretor confirmou a realização da prova diagnóstica. (ratificou/retificou) B) Ele parece afundado em meio a uma tremenda solidão. (emerso/imerso) C) As multas foram aplicadas porque ele sempre desobedecia às leis de trânsito. (infligia/infringia) D) Os alunos pareceriam assimilar o novo conteúdo. (absorver/absolver) E) De forma conjunta, todos aplaudiram o excelente apresentador. (eminente/iminente) F) 4) Destaque de cada oração o sujeito e o agente da passiva: G) Os direitos foram reivindicados pelos trabalhadores. H) A palestra foi ministrada por ele. I) A fábula foi contada pela professora. J) Os réus foram orientados pelos advogados. K) Ele será acompanhado por mim. L) 5) Transforme as orações abaixo em orações na voz passiva: M) Ela o atenderá. N) A polícia cercou a casa. O) João faz todo o trabalho da empresa. P) A chuva refrescou o dia. Q) Aquela viagem marcou nossas vidas. 6) “HORÓSCOPO. É possível que você esteja inclinado a agir com tolerância e paciência, movido pela vontade de proporcionar o bem-estar. É tempo de se colocar no lugar do outro e compreender suas necessidades.” (O GLOBO, 2 de abril de 2016) Qual o papel sintático do termo sublinhado no trecho acima “pela vontade”? A) ( ) objeto indireto. B) ( ) adjunto adverbial. C) ( ) complemento nominal. D) ( ) predicativo. E) ( ) agente da passiva. 7) Transpondo-se para a voz passiva a frase “A força da mídia e a violência dos crimes recentes podem influenciar as pessoas”, a forma verbal resultante será: A) ( ) podem ser influenciadas. B) ( ) poderiam ser influenciadas. C) ( ) pode ser influenciado. D) ( ) podem ter influência. E) ( ) podem ter sido influenciadas. 8) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por serem oxítonos: A) paletó, avô, pajé, café, jiló B) parabéns,vêm, hífen, saí, oásis C) você, capilé, Paraná, lápis, régua D) amém, amável, filó, porém, além E) caí, aí, ímã, ipê, abricó 9) Aponte a opção em que as duas palavras são acentuadas devido à mesma regra: A) saí - dói B) relógio - própria C) só - sóis D) dá - custará E) até - pé 10) Marque a única alternativa que apresenta equívocos de acentuação das palavras: A) Goiânia é a única cidade que gostaria de morar. B) Sábado vou à feira comprar pêixe e abóbora para fazer aquela receita. C) Gostaria de saber o porquê de tanta rúcula e cará no meu prato. D) O vigésimo colocado no concurso será nomeado a partir do último sábado do mês que vem. E) Hélio não pôde ver o número do ônibus porque estava sem os óculos. 11) Assinale a alternativa que apresenta equívoco de acen- tuação: A) ônibus, saída, Ilhéus. B) óculos, Sabará, vídeo. C) íntimo, sílaba, rúcula. D) operário, sanitário, Goiânia. E) Goiás, amônia, econômia. 12) Exercite seus conhecimentos retratando o conceito atribuído à análise sintática e morfológica. 13) Analise sintaticamente os termos em destaque das orações em pauta, de acordo com a função desempenhada pelos mesmos: A) Ó Deus,obrigada por proteger-me sempre! B) A garota pareceu tranquiladurante a apresentação. C) De toda aquela convivência apenas restou algo: uma mágoa intensa. D) Eu necessito de seu carinho para continuar seguindo em frente. E) As lembranças da infância atormentavam-lhe constantemente. 14) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem: “E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada – o meu jeito de querer bem.” Tais expressões exercem, respectivamente, a função sintática de: A) ( ) objeto indireto e aposto B) ( ) objeto indireto e predicativo do sujeito C) ( ) complemento nominal e adjunto adverbial de modo D) ( ) complemento nominal e aposto E) ( ) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo 15) Há um poema no qual o discurso, de uma forma interessante e lúdica, aborda questões relacionadas à morfologia e à sintaxe. Analise-o e atente para o que se pede: O assassino era o escriba Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente. Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida, regular como um paradigma da 1ª conjunção. Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto. Casou com uma regência. Foi infeliz. Era possessivo como um pronome. E ela era bitransitiva. Tentou ir para os EUA. Não deu. Acharam um artigo indefinido na sua bagagem. A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, conectivos e agentes da passiva o tempo todo. Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça. Paulo Leminski Dê a função sintática dos termos que se encontram em destaque. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Texto I Salustiano era um bom garfo. Mas o jantar que lhe haviam oferecido nada teve de abundante. - Quando voltará a jantar conosco? - perguntou-lhe a dona da casa. - Agora mesmo, se quiser. (Barão de Itararé, in Máximas e Mínimas do Barão de Itararé) 16) A figura de linguagem presente no primeiro período do texto é: A) hipérbole B) eufemismo C) prosopopéia D) metonímia E) antítese 17) Deduz-se do texto que Salustiano: A) come pouco. B) é uma pessoa educada. C) não ficou satisfeito com o jantar. D) é um grande amigo da dona da casa. E) decidiu que não mais comeria naquela casa. 18) O adjetivo que não substitui sem alteração de sentido a palavra “abundante” é: A) copiosa B) frugal C) opípara D) lauta E) abundosa Texto II A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido dela recebeu um telegrama: “Envie quinhentos cruzeiros. Preciso comprar uma capa de chuva. Aqui está chovendo sem parar”. E ele respondeu: “Regresse. Aqui chove mais barato”. (Ziraldo, in As Anedotas do Pasquim) 19) A resposta do homem se deu por razões: A) econômicas B) sentimentais C) lúdicas D) de segurança E) de machismo 20) Com relação à tipologia textual, pode-se afirmar que: A) se trata de uma dissertação. B) se trata de uma descrição com alguns traços narrativos. C) o autor preferiu o discurso direto. D) o segundo período é exemplo de discurso indireto livre. E) não se detecta a presença de personagens. 21) Com relação aos elementos conectores do texto, não se pode dizer que: A) dela tem como referente mulher. B) o referente do pronome ele é marido. C) a preposição de tem valor semântico de finalidade. D) A oração “Aqui está chovendo sem parar” poderia ligar-se à anterior, sem alteração de sentido, pela conjunção conquanto. E) O advérbio aqui, em seus dois empregos, não possui os mesmos referentes. Texto III “Uma nação já não é bárbara quando tem historiadores.” (Marquês de Maricá, in Máximas) 22) O texto é: A) uma apologia à barbárie B) um tributo ao desenvolvimento das nações C) uma valorização dos historiadores D) uma reprovação da selvageria E) um canto de louvor à liberdade 23) Só não constitui paráfrase do texto: A) Um país já não é bárbaro, desde que nele existem historiadores. B) Quando tem historiadores, uma nação já é civilizada. C) Uma nação deixa de ser bárbara quando há nela historiadores. D) Quando possui historiadores, uma nação não mais pode ser considerada bárbara. E) Desde que tenha historiadores, uma nação já não é mais bárbara. Texto IV “A maior alegria do brasileiro é hospedar alguém, mesmo um desconhecido que lhe peça pouso, numa noite de chuva.” (Cassiano Ricardo, in O Homem Cordial) 24) Segundo as ideias contidas no texto, o brasileiro: A) põe a hospitalidade acima da prudência. B) hospeda qualquer um, mas somente em noites chuvosas. C) dá preferência a hospedar pessoas desconhecidas. D) não tem outra alegria senão a de hospedar pessoas, conhecidas ou não. E) não é prudente, por aceitar hóspedes no período da noite. 25) A palavra mesmo pode ser trocada no texto, sem alteração de sentido, por: A) certamente. B) até. C) talvez. D) como. E) não. 26) A expressão “A maior alegria do brasileiro” pode ser entendida como: A) uma personificação. B) uma ironia. C) uma metáfora. D) uma hipérbole. E) uma catacrese. 27) O trecho que poderia dar sequência lógica e coesa ao texto é: A) Não obstante isso, ele é uma pessoa gentil. B) Dessa forma, qualquer um que o procurar será atendido. C) A solidariedade, pois, ainda precisa ser conquistada. D) E o brasileiro ganhou fama de intolerante. E) Por conseguinte, se chover, ele dará hospedagem aos desconhecidos. Não existe essa coisa de um ano sem Senna, dois anos sem Senna...Não há calendário para a saudade. (Adriane Galisteu, no Jornal do Brasil) 28) Segundo o texto, a saudade: A) aumenta a cada ano. B) é maior no primeiro ano. C) é maior na data do falecimento. D) é constante. E) incomoda muito. 29) A segunda oração do texto tem um claro valor: A) concessivo. B) temporal. C) causal. D) condicional. E) proporcional. 30) A repetição da palavra não exprime: A) dúvida. B) convicção. C) tristeza. D) confiança. E) esperança. Literatura 31) A alternativa que diz respeito às primeiras manifestações literárias registradas na Literatura brasileira é: A) Literatura informativa sobre o Brasil (crônica) e literatura didática, catequética (obra dos jesuítas). B) Crônicas dos primeiros colonizadores. Entre esses textos, A carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal. C) Poesia épica e prosa de ficção, entre elas Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga. D) Obras de estilo clássico, renascentista, entre elas Macunaíma, de Mário de Andrade. E) Poemas e prosa romântica de temáticaindianista, entre eles Iracema, de José de Alencar. 32) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que: A) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese. B) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira. C) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica. D) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação artística e pedagógica. E) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo. 33) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: Dos vícios já desligados nos pajés não crendo mais, nem suas danças rituais, nem seus mágicos cuidados. (ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110) Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão: A) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus. B) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa. C) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés. D) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista. E) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível. 34) Sobre a literatura de catequese, é correto afirmar, exceto: A) Os principais jesuítas que se dedicaram à Literatura de Catequese foram os padres José de Anchieta, Manuel da Nóbrega e Fernão Cardim. B) Para as comemorações de datas religiosas, José de Anchieta escrevia e levava ao público autos que veiculavam de forma amena e agradável a fé e os mandamentos religiosos. C) O alvo central da literatura de catequese eram os índios. Toda produção literária desse período é de cunho pedagógico e educacional. D) Além do trabalho de catequese realizado entre os índios, os jesuítas promoveram a educação no país, de forma que fundaram os primeiros colégios no Brasil. E) Antônio Vieira é a principal expressão da literatura de catequese no Brasil. Sua obra está relacionada com as inúmeras atividades que desempenhou como religioso e como conselheiro do rei de Portugal. 35) Com relação às representação artísticas, como a literatura, a pintura e o cinema, é incorreto afirmar que: A) Muitas formas de arte são criadas e desenvolvidas a fim de promover uma (re)construção/criação dos mundos real e ficcional, bem como para registrar e representar nossa cultura e nossa história. B) Os primeiros registros artísticos dos seres humanos são desenhos e escritas rupestres nas paredes das cavernas, por meio dos quais é possível compreender como era o mundo e as formas de organização social. C) Toda produção artística está integrada em um tempo, cultura, história e tradições. O trabalho com as palavras representa nossa história a partir de construções simbólicas. D) A obra artística pode ser considerada como sendo um exemplar da expressão de sua época, de sua cultura. E) A música é reconhecida como sendo a principal representação artística, pois relaciona a Literatura à instrumentalidade. 36) A literatura e o cinema são considerados, respectivamente: A) a primeira e a sétima artes. B) a sexta e a sétima artes. C) a terceira e a sexta artes. D) a quarta e a sétima artes. E) a quinta e a sexta artes. 37) Marque a alternativa que apresenta um equívoco com relação à arte literária: A) A Literatura permite-nos entrar em contato com nossa história para compreendermos melhor o presente, o passado e o futuro. B) A arte literária está relacionada à produção e à leitura de textos verbais escritos. C) Os textos ficcionais têm o poder de provocar diferentes efeitos de sentido nos leitores/ouvintes: alegria, tristeza, diversão, emoção etc. Isso acontece porque a Literatura nos permite sair do mundo real e chegar ao mundo da fantasia. D) Enquanto arte, a Literatura é capaz de registrar a realidade e fazer com que os leitores/ouvintes reavaliem a própria vida e seus comportamentos. E) A literatura é uma forma de arte que provoca a reflexão por meio de construções simbólicas. O trabalho com as palavras pode ser realizado com sentido denotativo ou conotativo/figurado. 38) É possível afirmar que a essência da arte literária encontra-se nas: A) letras. B) rimas. C) livros. D) histórias. E) palavras. 39) Ardor em firme coração nascido; pranto por belos olhos derramado; incêndio em mares de água disfarçado; rio de neve em fogo convertido: tu, que em um peito abrasas escondido; tu, que em um rosto corres desatado; quando fogo, em cristais aprisionado; quando crista, em chamas derretido. Se és fogo, como passas brandamente, se és fogo, como queimas com porfia? Mas ai, que andou Amor em ti prudente! Pois para temperar a tirania, como quis que aqui fosse a neve ardente, permitiu parecesse a chama fria. O texto pertencente a Gregório de Matos apresenta todas as seguintes características: A) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta. B) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida. C) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática simétrica por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo. D) Técnica naturalista, assimetria total de construção, ordem direta inversa, imagens que prenunciam o Romantismo. E) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das antíteses, dos anacolutos e das alegorias, construção assimétrica. 40) Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos construtivos do Barroco, assinale a única alternativa incorreta: A) O cultismo opera através de analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres por metáforas. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação. B) Cultismo e conceptismo são partes construtivas do Barroco que não se excluem. É possível localizar no mesmo autor e no mesmo texto os dois elementos. C) O cultismo é perceptível no rebuscamento da linguagem, pelo abuso no emprego de figuras semânticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, o que se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos, paradoxos, etc. D) O cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também conhecido como gongorismo e seu mais ardente defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da Sexagésima, propõe a primazia da palavra sobre a ideia. E) Os métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini e o conceptismo de Quevedo foi o que maiores influências deixou em Gregório de Matos. 41) A alternativa que apresenta as principais características do Barroco é: A) Racionalismo, Universalismo, perfeição formal, presenAlternativa “e”.ça de elementos da mitologia greco- latina e humanismo. B) Pastoralismo, bucolismo,nativismo, tom confessional, espontaneidade dos sentimentos e exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza. C) Preocupação formal, preferência por temas descritivos, objetivismo, apego à tradição clássica e vocabulário culto. D) Subjetivismo e individualismo, eurocentrismo, patriarcalismo e nacionalismo exacerbado. E) Apelo religioso, misticismo, erotismo, castigo como decorrência do pecado, fugacidade da vida e instabilidade das coisas. 42) A exaltação da forma, o culto à linguagem permeada por metáforas, conflito entre o humanismo renascentista e a tentativa de restauração de uma religiosidade medieval são características do A) Classicismo. B) Arcadismo. C) Romantismo. D) Barroco. E) Condoreirismo. 43) Assinale a questão cujo trecho apresenta características próprias do Barroco no Brasil: A) “Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado.” B) “Alma minha gentil, que te partiste/Tão cedo desta vida, descontente,/Repousa lá no Céu eternamente,/E viva eu cá na terra sempre triste./Se lá no assento etéreo, onde subiste,/Memória desta sida se consente,/Não te esqueças daquele amor ardente/Que já nos ollhos meus tão puro viste.” C) “Última flor do Lácio, inculta e bela,/És, a um tempo, esplendor e sepultura;/Ouro nativo, que, na ganga impura,/A bruta mina entre cascalhos vela.” D) “Parece até que sobre a fronte angélica/Um anjo lhe depôs coroa e nimbo.../Formosa a vejo assim entre meus sonhos/Mais bela no vapor do meu cachimbo.” E) “Lá na úmida senzala,/Sentado na estreita sala,/Junto ao braseiro, no chão,/Entoa o escravo o seu canto,/E ao cantar correm-lhe em pranto/Saudades do seu torrão.” Colégio Planeta Lista de Filosofia e Sociologia Aluno(a): Enem Turma: Turno: PARTE I 1. (Uem 2014) A respeito das manifestações populares, o filósofo Nicolau Maquiavel (1469-1527) afirma: “Eu digo que aqueles que condenam os tumultos entre os nobres e a plebe parecem reprovar aquelas coisas que foram a causa primeira da liberdade em Roma. Consideram mais os rumores e os gritos que nasciam de tais tumultos que os bons efeitos que eles provocavam e não veem que há em toda república dois humores diversos, quais sejam, aquele do povo e aquele dos grandes, nem também que todas as leis que são feitas em favor da liberdade nascem desta desunião. [...] Não se pode com alguma razão chamar esta república de desordenada quando nela existem tantos exemplos de virtù, porque os bons exemplos nascem da boa educação, a boa educação das boas leis e as boas leis daqueles tumultos que muitos condenam inadvertidamente” (MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. In: MARÇAL, Jairo. Antologia de textos filosóficos, Seed-PR, p. 432). Com base no texto citado, assinale o que for correto. 01) Aquilo que é preconizado pelo filósofo como causa da liberdade política apenas caberia para o contexto da Roma republicana e não para toda e qualquer república. 02) Os tumultos referidos no trecho expressam a possibilidade de luta política de um povo, a sua liberdade de participação na vida política do Estado. 04) Os tumultos, na medida em que geram benefícios para a cidade, não podem ser recriminados, apesar do temor que provocam em um primeiro momento. 08) Os tumultos revelam a presença de dois grupos políticos ou de dois humores antagônicos, quais sejam, aqueles que desejam a paz na cidade e aqueles que desejam a desunião entre os cidadãos. 16) Os tumultos não são sinais de fraqueza de uma república, mas um índice de força política, na medida em que revelam o engajamento político dos cidadãos de todas as classes políticas. 2. (Espm 2017) Cícero e os humanistas afirmavam que "nada é mais eficaz para defender e manter o poder do que ser amado e nada é mais danoso do que ser temido”. Um importante pensador moderno contrapôs: "Seria desejável ser uma coisa e outra (amado e temido), mas, como é quase impossível obter ambas as coisas ao mesmo tempo, é muito mais seguro ser temido que amado, quando se deve escolher uma dessas condições." Eugenio Garin. Dal Rinascimento all Illuminismo. O importante pensador moderno mencionado no enunciado é: A) Thomas Hobbes; B) Nicolau Maquiavel; C) Jean Bodin; D) Jacques Bossuet; E) John Locke. 3. (Ufu 2015) A respeito da fortuna, Maquiavel escreveu: [...] penso poder ser verdade que a fortuna seja árbitra de metade de nossas ações, mas que, ainda assim, ela nos deixe governar quase a outra metade. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Tradução de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção “Os Pensadores”. p. 103. Com base na citação, responda: A) O que é a fortuna para Maquiavel? B) Como deve agir o príncipe em relação à fortuna? 4. (Unesp 2014) Texto 1 A verdade é esta: a cidade onde os que devem mandar são os menos apressados pela busca do poder é a mais bem governada e menos sujeita a revoltas, e aquela onde os chefes revelam disposições contrárias está ela mesma numa situação contrária. Certamente, no Estado bem governado só mandarão os que são verdadeiramente ricos, não de ouro, mas dessa riqueza de que o homem tem necessidade para ser feliz: uma vida virtuosa e sábia. (Platão. A República, 2000. Adaptado.) Texto 2 Um príncipe prudente não pode e nem deve manter a palavra dada quando isso lhe é nocivo e quando aquilo que a determinou não mais exista. Fossem os homens todos bons, esse preceito seria mau. Mas, uma vez que são pérfidos e que não a manteriam a teu respeito, também não te vejas obrigado a cumpri-la para com eles. Nunca, aos príncipes, faltaram motivos para dissimular quebra da fé jurada. (Maquiavel. O Príncipe, 2000. Adaptado.) Comente as diferenças entre os dois textos no que se refere à necessidade de virtudes pessoais para o governante de um Estado. 5. (Uel 2014) Leia o texto a seguir. A República de Veneza e o Ducado de Milão ao norte, o reino de Nápoles ao sul, os Estados papais e a república de Florença no centro formavam ao final do século XV o que se pode chamar de mosaico da Itália sujeita a constantes invasões estrangeiras e conflitos internos. Nesse cenário, o florentino Maquiavel desenvolveu reflexões sobre como aplacar o caos e instaurar a ordem necessária para a unificação e a regeneração da Itália. (Adaptado de: SADEK, M. T. “Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtú”. In: WEFORT, F. C. (Org.). Clássicos da política. v.2. São Paulo: Ática, 2003. p.11-24.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia política de Maquiavel, assinale a alternativa correta. A) A anarquia e a desordem no Estado são aplacadas com a existência de um Príncipe que age segundo a moralidade convencional e cristã. B) A estabilidade do Estado resulta de ações humanas concretas que pretendem evitar a barbárie, mesmo que a realidade seja móvel e a ordem possa ser desfeita. C) A história é compreendida como retilínea, portanto a ordem é resultado necessário do desenvolvimento e aprimoramento humano, sendo impossível que o caos se repita. D) A ordem na política é inevitável, uma vez que o âmbito dos assuntos humanos é resultante da materialização de uma vontade superior e divina. E) Há uma ordem natural e eterna em todas as questões
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