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PODER EMPREGATÍCIO

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PODERES DO EMPREGADOR
são as prerrogativas conferidas ao empregador, pela ordem jurídica, para serem exercitados no contexto das relações de emprego.
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PODER DE DIREÇÃO 
 
PODER DE ORGANIZAÇÃO
PODER DE CONTROLE
PODER DISCIPLINAR
PODER DE DIREÇÃO
Fundamento Legal – artigo 2º CLT: considera-se empregador a empresa individual ou coletiva que assume os riscos das atividades econômicas e admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
O poder de direção é a forma como o empregador define como serão desenvolvidas as atividades decorrentes do contrato de trabalho.
Decorre da lei e do contrato de trabalho. O empregado está subordinado ao empregador por força do contrato de trabalho.
Não é um direito absoluto – possui limites (externos e internos).
Compreende ainda organizar, controlar e disciplinar o trabalho, de acordo com os fins do empreendimento.
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PODER DE ORGANIZAÇÃO
Decorre do princípio da livre iniciativa – art.170 CF – 
*Estabecelerá a atividade que será desenvolvida, bem como sua estrutura jurídica.
*Determinará o nº de funcionários, cargos, funções, horário de trabalho, etc.
*Elaborará ainda o regulamento de empresa.
PODER DE CONTROLE
O poder de controle do empregador, também chamado de poder fiscalizatório, abrange as prerrogativas concernentes à capacidade de fiscalização e acompanhamento contínuo da atividade desempenhada pelo empregado.
O empregador tem de fiscalizar o empregado em razão da reponsabilidade civil por ato de seus prepostos (art. 932, III, CC).
São atos típicos do exercício do poder de controle do empregador o controle de portarias, as revistas, o emprego de circuito fechado de televisão, controle de horários e frequência do trabalhador, prestação de contas, controle de qualidade do serviço prestado, monitoramento do uso de e-mail corporativo.
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REVISTA PESSOAL
Feitas em razão de segurança. 
Os empregados podem ser revistados no final do expediente, desde que de maneira impessoal e respeitosa.
Não poderá ser feita de maneira abusiva ou vexatória
REVISTA ÍNTIMA
 Lei 13.271/2016 - proíbe revistas íntimas a funcionárias e clientes, em empresas públicas e privadas. Garantia da intimidade, honra e a imagem da pessoa, além de garantir a dignidade da pessoa humana.
É importante ressaltar que a revista íntima não se confunde com a revista pessoal. 
A revista pessoal pode ocorrer devido ao legítimo interesse do empregador em defesa de seu patrimônio, e é permitida. Ela pode ser feita apenas ao fim do expediente, por meio de scanner corporal, detector de metal ou visualização de bolsas e pertences, sem contato físico, e, principalmente, sem que viole a intimidade do trabalhador. A revista íntima é proibida.(Lei 13.271/16 e Art. 373-A,VI, da CLT).
NA FISCALIZAÇÃO 
É LÍCITO:
Instalação de câmeras de segurança ou microfones no local de trabalho;
Monitorar o conteúdo acessado pelos computadores da empresa e e-mail corporativo;
Exigir exame toxicológico e uso de bebida alcoólica para motoristas. Sua recusa pode gerar demissão
É ILÍCITO
Instalação de câmeras em locais de intimidade, como o banheiro;
Violar e-mail pessoal;
Uso o polígrafo para admissão ou demissão.
Revista íntima e pessoal, com remoção de peças de vestuário.
CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR
Inobstante inexistirem no ordenamento jurídico brasileiro regras claras que disciplinem a revista pessoal de empregados, há regras e princípios gerais capazes de orientar sua aplicação no caso de situações concretas. 
Se de um lado tem-se os princípios constitucionais que legitimam a revista do empregado, em razão da defesa do patrimônio do empregador, como o direito de propriedade (art. 5º, XXII da CF) e da livre iniciativa (art. 170 da CF), de outro tem-se a intimidade do empregado (art. 5º X da CF) bem como o princípio constitucional de que ninguém será submetido a tratamento desumano ou degradante (art. 5º, III, da CF).
CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR
O dano moral caracteriza-se por uma lesão a um interesse juridicamente protegido, aos direitos da personalidade, causando dor, tristeza, vexame ou humilhação.
Assim, se o empregador valer-se da revista pessoal para a proteção de seu patrimônio, deverá tomar os cuidados necessários em sua utilização, de modo a não expor seus colaboradores a situações constrangedoras.
JURISPRUDÊNCIA
“A revista rotineira das bolsas e mochilas de empregados constitui procedimento legítimo do empregador, como meio de proteção de seu patrimônio. A maneira como é realizada a revista é que definirá a ocorrência ou não de dano moral (...). (TRT - 04ª Região – Rio Grande do Sul .
“A revista pessoal do empregado e de seus objetos pessoais, pelo empregador, não caracteriza, por si, ato ilícito. O dano indenizável só se verifica em casos de comprovado excesso, que exponha a intimidade do trabalhador e desrespeite os limites de sua privacidade. (TRT - 03ª Região – Minas Gerais. 
PODER DISCIPLINAR
Esse poder confere ao empregador a possibilidade de impor sanções. Essas sanções seriam as seguintes:
Advertência verbal ou escrita: não está prevista expressamente na CLT, mas pode ser aplicada em razão de ser mais benéfica. Importante salientar que não pode ser anotada essa penalidade na CTPS do empregado.
Suspensão disciplinar de, no máximo, 30 dias consecutivos:sobre essa penalidade deve-se atentar para o que fato de que a suspensão por mais de 30 dias consecutivos acarreta a rescisão indireta (injusta) do empregado, conforme artigo 474, da CLT.
Dispensa por justa causa: é a mais grave das penalidades e está prevista nas hipóteses do artigo 482 da CLT.
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PODER DISCIPLINAR
Não há gradação da punição do empregado. Ele só estará obrigado a primeiro advertir e depois suspender, se houver norma coletiva ou previsão no regulamento interno da empresa.
O objetivo da punição tem que ter caráter pedagógico, sob pena de excesso ou abuso de poder.
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REGULAMENTO DE EMPRESA
Decorre do poder de direção. É um conjunto de regras (escritas ou não), estabelecidas pelo empregador, com ou sem a participação dos trabalhadores, para tratar de questões de ordem técnica ou disciplinar no âmbito da empresa, organizando o trabalho e a produção.
O Regulamento de Empresa difere do contrato de trabalho porque o regulamento pode ser imposto pelo empregador, enquanto que no contrato de trabalho há um ajuste de vontades, ainda que tácito. No regulamento de empresa não há participação do sindicato para a elaboração das normas.
Por se tratar de regras que são estabelecidas unilateralmente, ou seja, somente a empresa, utilizando-se de seu poder diretivo, é quem dita tais regras, cabe ao empregado cumpri-las de acordo com o estabelecido.
Entretanto, tais regras não podem violar direitos já assegurados por lei, acordo ou convenção coletiva, situação em que o empregador estará contrariando o art. 9º da CLT o que, por conseguinte, caracterizariam atos nulos de pleno direito.
Regras estabelecidas no regulamento não poderão ser contrárias às daquelas normas coletivas, a não ser para estabelecer condição mais benéfica ao trabalhador.
Previsão legal: Artigo 444 CLT
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Dentre as principais regras que normalmente estão dispostas em um regulamento podemos citar:
Cláusulas que estabelecem a obrigatoriedade da utilização de uniformes ;
Cuidados no manejo de máquinas e equipamentos;
A correta utilização dos computadores e a prudência na condução dos veículos da empresa;
Requisitos gerais de admissão;
Regras sobre faltas e atrasos (condições para abono);
Tempo disponível para marcação do cartão ponto (além da previsão legal);
Transferências de local de trabalho;
Utilização dos benefícios concedidos;
Proibições quanto ao ingresso em setores restritos;
OBS: Embora seja prerrogativa do empregador se utilizar do regulamento para obrigar o empregado a cumprir com o que ali foi estabelecido, o limitador para esta imposição é a lei, o acordo ou a convenção coletiva da categoria profissional.
PoderDiretivo do Empregador – considerações finais
Tutela Gerenda - ou Gerenciamento Tutelar
É a capacidade de o empregador gerenciar seu próprio negócio, consequentemente, dirigir a prestação laboral conforme seu interesse. 
Res Gerenda - ou Gerenciamento do Negócio
O direito de propriedade se confunde com o poder diretivo do empregador que, dono do negócio, pode ao seu livre arbítrio coordenar as atividades de sua empresa ou negócio, como lhe convém. 
Jus Variandi - ( Direito de Alterar)
 De posse do direito tutelar na relação de emprego e do negócio de sua propriedade, o empregador pode promover as alterações necessárias e a melhor forma de gerenciar suas atividades, amparando-se logicamente na legalidade das cláusulas estabelecidas no contrato de trabalho e na lei.
 Jus Resistentiae - (Direito de Resistir) 
Fixa na esfera jurídica o direito que o trabalhador dispõe de se negar a prestar todo e qualquer tipo de serviço, evidentemente amparado por cláusulas contratuais e pela lei.

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