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Livre-arbítrio Natureza Experiências presentes Universalidade (id) F I G U R A 2.2 Aima4emfreuàianaàanaÍ'urezahumana Queatõee sobre a Natureza Humana Um aspecto importante de toda teoria da personalidade é a imagern da natureza humana forrnulada pelo teórico. Cada teórico tem uma concepção da natureza hu- mana que aborda uma série de perguntas fundamentais, as quais se concentram no âmago do que significa ser humano (Quadro 1.5). Durante séculos, poetas, 1ì- lósofos e artistas formularam e reformularam essas questões, e vemos suas tenta- tivas de responder a elas nos nossos grandes livros e quadros. Os teóricos da per- sonalidade também abordaram essas questões problemáticas e não chegaram a um consenso maior do que o dos artistas e escritore s. As várias imagens da natureza humana oferecidas pelos teóricos nos perrni- tem fazer comparações significativas de suas visões. Essas concepções nào sào diferentes das teorias pessoais. São estruturas nas quais os teóricos percebem a si próprios e a outras pessoas e dentro das quais eles constroem suas teorias. A seguir, descrevemos perguntas que definem a imagem da natureza humana. A me- dida que formos discutindo cada uma das teorias, analisaremos como cada teóri- co lida com essas perguntas. Livre- arbítrio ou àelerminiemo? Uma questão básica sobre a natureza humana diz respeito à antiga polêmica entre livre-arbítrio e determinismo. Os teóricos de ambos os lados do debate perguntam: =-_1a=_=a _'-:';r_,-=:=1 :::.= ;= = :. = = =. { -- : = = _ < , = a : : = - . -. 'r:==' ;==ai==?i = =_'=-'= = j=z 7 = ;: a'ii1; =; 1--7i =;i?=:Z= = : = ?! 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Nós somos mais influenciados pela hereditariedade (natureza) ou pelo nosso ambiente (criação)? A nossa personalidade é fixada pelos eventos no início de nossa vida ou ela pode ser afetada pelas experiências na idade adulta? A personalidade de cada ser humano é peculiar ou existem padrões amplos de personalidade nos quais se encaixa uma grande quantidade de pessoas? Nós nos motivamos simplesmente para manter um equilíbrio fisiológico ou estado de equilíbrio ou o ímpeto de crescer e nos desenvolver molda o nosso comportamento? Nós somos basicamente bons ou maus? - Equilíbrio/Crescimento - Otimismo/Pessimismo nós dirigimos conscientemente o rumo dos nossos atos? Podemos escolher espon- taneamente o rumo das nossas idéias e comportamento selecionando racionalmen- te as alternativas? Temos consciência e medida do autocontrole'Ì Somos senhores do nosso destino ou vítimas da nossa experiência passada. fatores biológicos. for- ças inconscientes ou estímulos externos - forças sobre as quais não temos con- trole consciente'Ì Os eventos externos moldaram de tal forma a nossa personalida- de que somos incapazes de mudar o nosso comportamento? Alguns teóricos da personalidade assumem posições extremas quanto a essa questão, já outros expressam opiniões mais moderadas, argumentando que alguns comportamentos são determinados por eventos passados e outros podem ser es- pontâneos e estar sob nosso controle. Naíureza ou ariação? Uma segunda questão tem a ver com a controvérsia naturezalcriação. Qual é a in- f'luência mais importante sobre o comportamento: traços e atributos herdados (a nossa herança genética) ou características do nosso meio ambiente (as influên- cias da nossa criação. educação e treinamento)? As habilidades, temperamento e predisposições que herdamos determinam a nossa personalidade ou somos mais fortemente moldados pelas condições sob as quais vivemos'Ì A personalidade não é o único tópico afetado por essa questão. Há polêmica também quanto à questão da inteligência: ela é mais afetada pela herança genética (natureza) ou pelo estí- mulo oferecido pelo lar e pela escola (criação)? Assim como na questão do livre-arbítrio/determinismo, as alternativas não se limitam a posições extremas. Para muitos teóricos, a personalidade é moldada por ambas as forças. Para alguns. a herança é a influência predominante e o meio arnbiente tem menor importância. Outros são de opinião contrária. ?aesaào ou ?re6ente? Uma terceira questão envolve a importância relativa de eventos passados, como as nossas vivências na infância comparadas com eventos que ocorrem posterior- Determinismo histórico. Teoria segundo a qual a personalidade é fixada nos primeiros anos de vidaesujeitaapoucas mudanças posteriormente. mente na vida. Quais são as que têm mais poder de moldar a personalidade'l Se supuserÍnos. como fazem alguns teóricos, que o que nos acontece na infância é fundamental para a formação da personalidade. conseqtientemente temos de achar que o nosso desenvolvimento posterior nada mais é do que Llma elaboração de temas básicos fixados nos primeiros anos de vida. Essa visão é conhecida co- mo determinismo histórico. A nossa personalidade (de acordo com essa linha de raciocínio) é, em sua maior parte, estabelecida por volta dos cinco anos. estando sujeita a poucas mudanças durante o t'esto da vida. A personalidade adulta é dc- terminada pela natureza dessas primeiras experiências. A posição oposta considera a personalidade algo mais independente do pas- sado. capaz de ser influenciada por eventos e experiências do presente. bem co- mo pelas nossas aspirações e metas para o futuro. Foi proposta também uma po- sição intermediária. Nós podemos pressupor que as vivências na infância rnoldem a personalidade. mas não rígida ou permanentemente. As vivências posteriores podem reforçar ou modificar os padrões de personalidade da infância. 1in gulari à a àe ou u nivere ali àa à e? A natureza humana é pecLrliar ou universal? Essa é uma outra questão que divide os teóricos da personalidade humana. Nós podernos pensar na personalidade co- mo algo tão individual qr.re as atitudes e as palavras proferidas pelas pessoas não têm equivalentes em nenhum outro indivíduo. Isso evidentemente torna a compa- ração de uma pessoa com outra sem nenhum significado. Outras posições aceitam a peculiaridade. mas a interpretam dentro de padrões gerais de comportamento aceitoscomo universais. pelo menos dentro de uma deteminada cultura. E quilíb ri o o u c re s ci m e nio? Uma quinta questão envolve o que poderíamos chamar de nossas metas de vida básicas e necessárias. Os teóricos divergem quanto ao que é a nossa motivação principal na vida. Nós funcionamos como máquinas. como algum tipo de meca- nismo auto-regulador que fica satisfeito enquanto for mantido um equilíbrio in- terno? Nós agimos somente para satisfazer necessidades físicas, obter prazer e evitar a dor? A nossa felicidade é totalmente dependente de redr.rzirn"ìos o estres- se ao mínimo? Para alguns teóricos. as pessoas são animais que buscam reduzir a tensão e obter prazer. Outros acham que somos motivados pela necessidade de crescer. realizar todo o nosso potencial e atingir níveis cada vez mais altos de realização pessoal e desenvolvimento. Otimismo ou ?eeeimiemo? Uma questão adicional reflete a visão de vida do teórico. Nós podemos chamá-la de otirnismo i'ersus pessimismo. Os seres humanos são bons oll maus. bondosos ou cruéis, piedosos ou impiedosos? Aqui estamos lidando com uma questão de moralidade. um jdgamento de valores, que supostamente não seria apropriado no mundo objetivo e imparcial da ciência. No entanto. vários teóricos abordaranr a qllestão, pelo menos implicitamente; alguns têm uma visão positiva e esperanço- sa da personalidade humana. mostrando-nos como humanitários. altruístas e so- cialmente conscientes. Outros encontram poucas dessas qualidades nos seres hu- manos, quer individual quer coletivamente. UNI A Eaíuào àa Tereona iàaàe: Avalíaçào, Teequiea e Teoria 35 As influências culturaie na natureza humana Nós observamos anteriormente que as diferenças culturais afetam o desenvolvi- rnento da personalidade. Portanto. não deve ser sulpresa descobrir que fatores culturais influenciam a nossa imagem da natureza humana e as perguntas que fa- zemos sobre ela. Veja o conceito de carma, que há séculos vem moldando a vi- são dos povos da India e de outras nações que aceitam o hinduísmo ou o budis- mo. Pode parecer uma visão fatalista e determinista da natureza humana. Acredita-se que as conseqüências dos nossos atos presentes e passados determi- nam o nosso destino. Em outras palavras. "as coisas não acontecem porque faze- mos com que aconteçam, mas sim porque estavam destinadas a acontecer" (Laungani, 1999, p. 204';. Portanto, de acordo com essa concepçâo. a nossa boa ou má sorte, saúde ou doença são predeterminadas pelos nossos atos. Essa visão pode levar a um tipo passivo e resignado de personalidade, aceitando o que quer que surja no caminho e sem motivação para tomar uma atitude para mudar. Compare isso com uma vi- são mais típica da cultura norte-americana. que enfatiza a livre escolha e ação e o papel do esforço e da iniciativa pessoais no sucesso ou no fracasso; ou pense no impacto da ênfase no individualismo nos Estados Unidos e no coletivismo nos países asiáticos. como a China e o Japão. Numa sociedade individualista, o foco reside na liberdade, escolha e atitudes pessoais; já numa sociedade coletivista, es- tá nas normas e valores grupais, nas expectativas de papel do grupo e em outras restrições culturais quanto ao comportamento. Essas opiniões opostas foram apresentadas para dar enfoques dif'erentes às nossas questões sobre a natureza hu- rnana (Chiu, Hong e Dweck. 1997). O que temos de lembrar sobre essas questões, portanto, é que existem várias maneiras de entender o desenvolvimento e crescimento da personalidade. Talvez uma ou mais das teorias que descrevemos neste livro seja adequada para você ou possivelmente elas se contraponham às suas opiniões e imagem da natureza hu- mana. Poucos podem abordar esse tópico sem preconceitos, porque ele é, afinal. o estudo de nós mesmos. TKFS Car Jun1 Determinismo Criação Experiências presentes Universalidade (depois da meia-idade) F I G U R A 3 .2 KepreaenbaçãodeJunaàanat.urezahuntana Queçtões aobre a Natureza Humana A visão de Horney sobrc a natureza humana é considcravclrnente mais otimista do que a de Freucl (ver Figura 5.1). Um dos motivos para o scu otimtsnto cra a sLra crença dc quc as lbrças biológìcas não nos lcvam ao cor.rflito, ansiedade, neu- rose ou à universalidade na personalidade. Para Horncy. cada pessoa é diferente. O cornportamento neurriticcr, cpranclo ocorre. resulta clas lorças sociais na infân- cia. O relacionanÌcnto pais-lìlho satiÍaz ou frustra a ncccssidade de segut'ança da criança. Se cssa necessidade for frustrada, o rcsultado será um comportamento neurótico. 5 Experiências presentes Universalidade FIGURA A ima7em àa natureza humânâ àe Horney Queatõea sobre a Natureza Humana Flonrnr aprcscntorÌ url rluarh'o otinristl cla nattrleza hurnrna. Ao contr'ár'icl cÌc FrcLrcl. não consiclclnva as pcssoas conclcnadas ao conf'lito e à ansieclacle por lbrças lriolri- gicas irlLrtáveis. Segundo Fronrnr. sorlos r.lrolclaclos pclas nosslÌs ciìracterísticas so- ciais. 1'rolíticas c cconôniicns. No cntanto. essiìs lbr'ças nho rletclr-nìnunr conrplctl- f)eterminismo Criação Experiências presentes Universalidade FIGURA A t ìsào àe Fromrn àa nàt ,tt €.,a hsm2n4 Determinismo Criação Experiências presentes Universzrlidade (id) Crescimento Pessimismo DD FIGURA 7,1 A imaqem àa naíureza humana àe Murray Determinismo Criação Experiências presentes Universalidade FIGURA b . 1 A viaãa tla natureza humana àe Enkaon As tt'orils clc Eriksorr lìcnÌìilcrìì olirnisrno l)orquc crLla lr\c r-lo crr'scirrrclrlrr psicossocial. cnìbora ccntlada clÌì torno de crises. olèrece a possibilidacle cle um resuìtaclo positivo. Nós sornos capazes cle resolvcr cacla sitr,ração de rnaneila ajus- tada e fortalecedora. Mesnro c1r.re falhernos numa fase e clesenvolvarìlos LlrÌìa res- posta rììal adaptada oll uÌra fr-aclueza básica, ainda hei cspcl'ânça cle mudança nu- ma Íase posteriol'. Detern-rinismo Criação Experiências passadas Universalidade Equilíbrio Pessimismo FIGURA 9,2 A ima4em àa natureza humana àe Allport Criação Experiências presentes Universalidade Crescimento Pessimismo F lG U R A 1O.2 lma4emàeCal,Lell aobreanâ|.urezâhumana Determinismo Criação Experiências presentes Universalidade F I G U R A 11 .2 lma4emàanaÍ,urezahumanaeequnàoMaslo,u I)cÍertttittisrrrl Fìxperiôrrt'irrs prcseDlos Universal itlirrlc Pessimisrrro 16FIGURA Viaão àe Kotter aobre e nâT.urezâ humana Experiências presentes Universalidade FIGURA 15.1 A víaào àa natureza humana àe Danàura Livre-arbítrio Natureza Experiências presentes Universalidade Crescimento Pessimismo F I G U R A 1 4. 2 Viaãoàe7kinneràanaturezahumana l)eterminismo Criação FIGURA 13.1 Víaão àa naturezâ humana ee1unào K.elly Natureza Experiências passadas Universalidade 12FIGURA lmaqem àa naf,ureza humana oequnào K.oqere.
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