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Resumos-Teorias-da-Personalidade

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Capítulo 1. Elementos de história 
	Um exame abrangente do desenvolvimento da teoria da personalidade deve certamente começar com as conceções do homem propostas por grandes estudiosos clássicos, como Hipócrates, Platão e Aristóteles. Uma tradição de observação clínica, começando com Charcot e Janet, mas incluindo especialmente Freud, Jung e McDougall, fez mais para determinar a natureza da teoria da personalidade do que qualquer outro fator isolado. 
	Uma segunda linha de influência vem da tradição Gestáltica e de William Stern. Esses teóricos estavam muito impressionados com a unidade de comportamento e, consequentemente, convencidos de que um estudo fragmentado de pequenos elementos do comportamento jamais poderia ser esclarecedor. Esse ponto de vista está profundamente inserido na atual teoria da personalidade. Também temos o impacto mais recente da psicologia experimental em geral e da teoria da aprendizagem em particular. Finalmente, a genética e a fisiologia desempenharam um papel crucial nas tentativas de identificar e de descrever as características de personalidade. Tal influência tem sido particularmente forte em modelos recentes, como os propostos por Eysenck e os Cinco Grandes teóricos, mas também está clara no trabalho inicial de Freud e em declarações como a de Henry Murray: “Nenhum cérebro, nenhuma personalidade.” 
	2. Que entendemos por ‘personalidade’? 
	 A diversidade no uso comum da palavra personalidade pode parecer considerável, no entanto ela é superada pela variedade de significados atribuídos ao termo pelos psicólogos. É a reação dos outros indivíduos ao sujeito o que define a sua personalidade. Podemos inclusive afirmar que o indivíduo não possui nenhuma personalidade a não ser aquela proporcionada pela resposta dos outros. Allport contesta vigorosamente a implicação de que a personalidade reside apenas no “outro-que-responde”, e sugere ser preferível uma definição biofísica que baseie firmemente a personalidade em características ou qualidades do sujeito. De acordo com essa última definição, a personalidade tem um lado orgânico, assim como um lado aparente, e pode ser vinculada a qualidades específicas do indivíduo suscetíveis à descrição e à mensuração objetivas. 
	Um outro tipo importante de definição é a globalizante ou do tipo coletânea. Essa definição abrange a personalidade por enumeração. O termo personalidade é usado aqui para incluir tudo sobre o indivíduo. O teórico comumente lista os conceitos considerados de maior importância para descrever o indivíduo e sugere que a personalidade consiste nisso. Outras definições sugerem que a personalidade é a organização ou o padrão dado às várias respostas distintas do indivíduo. Alternativamente, elas sugerem que a organização resulta da personalidade que é uma força ativa dentro do indivíduo. A personalidade é aquilo que dá ordem e congruência a todos os comportamentos diferentes apresentados pelo indivíduo. 
	Murray, na procura para a sua definição de personalidade, queria englobar a história do organismo, a função organizadora da personalidade, os aspetos recorrentes e novos do comportamento do individuo, a natureza abstrata ou conceitual da personalidade e os processos fisiológicos subjacentes aos psicológicos. Daí ter surgido a definição de personalidade, como a integração da variedade de tendências motivacionais que resultam da interação de fatores biológicos e sociais.
	Noutras definições, a personalidade é igualada aos aspectos únicos ou individuais do comportamento. Nesse caso, o termo designa aquilo que é distintivo no indivíduo e o diferencia de todas as outras pessoas. Finalmente, alguns teóricos consideram que a personalidade representa a essência da condição humana. Essas definições sugerem que a personalidade se refere àquela parte do indivíduo que é mais representativa da pessoa, não apenas porque a diferencia dos outros, mas principalmente porque é aquilo que a pessoa realmente é. A sugestão de Allport de que “a personalidade é o que um homem realmente é” ilustra esse tipo de definição. A implicação aqui é que a personalidade consiste naquilo que é, na análise final, mais típico e característico da pessoa.
	3. O Que é uma teoria e porque é útil? 
	Em primeiro lugar, uma teoria é um conjunto de convenções criado pelo teórico. Compreender uma teoria como um “conjunto de convenções” enfatiza o fato de que as teorias não são “dadas” ou predeterminadas pela natureza, pelos dados, ou por qualquer outro processo determinante. Já que uma teoria é uma escolha convencional, e não algo inevitável ou prescrito por relações empíricas conhecidas, a veracidade ou a falsidade não são qualidades a serem atribuídas a uma teoria. Uma teoria só é útil ou inútil. Uma teoria, em sua forma ideal, deve conter duas partes: uma série de suposições relevantes sistematicamente relacionadas uma à outra e um conjunto de definições empíricas.
	O mais importante numa teoria é que ela leva à coleção ou à observação de relações empíricas relevantes ainda não-observadas. Geralmente, o âmago de qualquer ciência está na descoberta de relacionamentos empíricos estáveis entre eventos ou variáveis. A função de uma teoria é promover esse processo de uma maneira sistemática. A teoria pode ser vista como uma espécie de moinho de proposições, moendo declarações empíricas relacionadas que podem então ser confirmadas ou rejeitadas, à luz de dados empíricos adequadamente controlados. No entanto, uma teoria têm mais funções, como por exemplo, permitir a “incomparação” de achados empíricos conhecidos a uma estrutura logicamente consistente e razoavelmente simples; evitar que o observador fique ofuscado pela complexidade total de eventos naturais e concretos. Uma teoria é um meio de organizar e integrar tudo o que é conhecido sobre um conjunto de eventos relacionados. A produtividade da teoria é testada antes-do-fato, não depois. 
	4. Relação entre as teorias da Personalidade e outras teorias psicológicas 
	Uma Teoria da personalidade deve consistir em um conjunto de suposições referentes ao comportamento humano, juntamente com regras para relacionar essas suposições e definições para permitir a sua interação com eventos empíricos ou observáveis. 	 
	As teorias da personalidade encaixam-se claramente na primeira categoria: elas são teorias gerais do comportamento. Essa simples observação serve para separar a teoria da personalidade da maioria das outras teorias psicológicas. As teorias da perceção, audição, memória, aprendizagem motora, discriminação e as muitas outras teorias especiais dentro da psicologia são teorias de domínio único e podem ser distinguidas da teoria da personalidade em termos de alcance ou abrangência. Elas não têm a pretensão de ser uma teoria geral do comportamento e contentam-se em desenvolver conceitos apropriados para a descrição e predição de uma série limitada de eventos comportamentais.
	Resta a pergunta sobre se existem teorias gerais do comportamento que normalmente não seriam chamadas de teorias da personalidade. Uma possibilidade é a teoria da aprendizagem ser em alguns casos suficientemente generalizada para constituir uma teoria geral do comportamento. Nesses casos, a teoria de aprendizagem deixa de ser meramente uma teoria da aprendizagem e torna-se uma teoria da personalidade ou uma teoria geral do comportamento. É verdade que tais modelos generalizados possuem certas características distintivas que lembram sua origem, mas, em intenção e propriedades lógicas, elas não são diferentes de qualquer outra teoria da personalidade.
	A clareza e explicitação são uma questão de quão claramente e precisamente as suposições e os conceitos inseridos que constituem a teoria são apresentados. Uma distinção fundamental entre as teorias da personalidade tem relação com a extensão em que o processo de aprendizagem, ou a modificação do comportamento. Outra diferença entre teorias está na extensão em que elas adotam princípios holísticos, isto é, elas consideram legítimo abstrair e analisar de modo que, em um dado momento, ou em umestudo específico, seja examinada apenas uma pequena parte do individuo. Existe uma distinção relacionada entre as teorias que lidam extensivamente com o conteúdo do comportamento e a sua descrição e as que lidam principalmente com princípios gerais. 
II. Análise e discussão das principais teorias da Personalidade 
Capítulo 2. Freud e a teoria dinâmica da Personalidade 
		Segundo Sigmund Freud (1856-1936), as pulsões são responsáveis pelas ações. Defende um modelo conflitual de motivação, que o comportamento é provocado por impulsos inconscientes, com base biológica, que exigem gratificação. Quando essa expressão é bloqueada, negociamos compromissos comportamentais centrados nas substituições ou nas representações do objeto inicialmente desejado. À medida que amadurecemos, ficamos mais capazes de adiar a gratificação até ao momento e lugar apropriado. Tensões pulsionais surgem quando se acumula uma determinada quantidade de energia. A psique está, segundo ele, empenhada em desfazer essa tensão, tendendo a dissipá-la. A mais importante das pulsões é a sexual. Segundo Freud, imediatamente após o nascimento, os seres humanos possuem apenas as pulsões ou instintos inatos. 
	A instância em que estas pulsões estão localizadas é denominada por ele de ID. Por meio do contato com o mundo ambiente se constitui outra instância, o EGO em alemão, que faz a mediação entre os desejos do ID e as exigências do mundo circundante. Ademais postula ele como instância moral o superego, o qual constitui a assim chamada consciência ou certeza moral. O superego surge da internalização das normas e dos valores sociais e paternos. É uma instância de controle, que vigia e supervisiona o EGO e, por conseguinte, também o ID. Exerce uma influência decisiva sobre a repressão ou o recalque, no subconsciente, das pulsões e dos desejos do ID.
	A dinâmica da personalidade consiste na maneira como a energia psíquica é utilizada pelo id, ego e superego. Uma vez que a quantidade de energia é uma quantidade limitada, existe uma competição entre os três sistemas. À medida que um sistema se torna mais forte, necessariamente os outros se tornam mais fracos a menos que uma nova energia seja acrescentada ao sistema total. Posto isto, a dinâmica da personalidade consiste na interação das forças pulsionais (ego) e das forças restritivas (superego). Todos os conflitos da personalidade podem ser reduzidos à oposição entre estes dois conjuntos de forças. Toda a tensão prolongada deve-se à oposição entre uma força pulsional e uma força restritiva.
	Segundo a teoria de Freud, a personalidade é condicionada pela ação conjunta e pela expressão diferenciada das três instâncias. As satisfações das pulsões infantis também desempenham um papel no desenvolvimento da personalidade. Se, numa dessas fases, for concedido demais ao ID ou se, ao contrário, ele for reprimido, dá-se então uma fixação na respetiva fase, o que leva à determinação do comportamento. Freud afirma que a criança passa por diversos estágios de desenvolvimento, descrevendo as fases Oral (época em que o bebe é totalmente dependente da mãe, surgindo sentimentos de dependência; principal fonte de prazer é derivado da boca, por exemplo, comer), Anal (a expulsão de fezes remove o desconforto e produz um sentimento de alívio; a criança necessita de aprender a adiar o prazer que vem de aliviar tensões anais), Fálica (sentimentos sexuais e agressivos associados ao funcionamento dos órgãos genitais, prazer da masturbação e a vida de fantasia; filha aproxima-se do pai e o filho aproxima-se mais da mãe) e Genital (o adolescente começa a amar os outros por motivos altruístas; atração sexual, socialização, atividades grupais, relacionamentos, etc.).
· ID – Sistema original da personalidade, matriz da qual se originaram o EGO e o SUPEREGO. O id consiste em tudo o que é psicológico, que é herdado e que se acha presente no nascimento, incluindo os instintos. Freud titulou o id como “a verdadeira realidade psíquica” porque representa o mundo interno da experiência subjetiva e não tem nenhum conhecimento da realidade objetiva. Opera pelo principio do prazer, ou seja, na redução da tensão. Parcialmente inconsciente uma vez que os conteúdos tendem a subir à consciência, ou seja, podem tornar-se conscientes. 
· EGO – O Ego passa a existir porque as necessidades do organismo requerem transações apropriadas com o mundo objetivo da realidade. Difere-se do id por este só conhecer a realidade subjetiva da mente, ao passo que o ego distingue as coisas na mente das coisas no mundo externo. Obedece ao principio da realidade, tendo como objetivo evitar a descarga de tensão até ser descoberto um objeto apropriado para a satisfação da necessidade, suspendendo, temporariamente, o principio do prazer. O Ego é executivo da personalidade porque ele controla o acesso à ação, seleciona as características do ambiente às quais irá responder e decide que instintos serão satisfeitos e de que maneira. Todo o seu poder deriva do id, quer atingir os objetivos do id, não os frustrar.
· SUPEREGO – Representante interno dos valores tradicionais e das ideias da sociedade conforme interpretadas para a criança pelos pais impostos por um sistema de recompensas e de punções; é a força moral da personalidade. Representa o ideal mais do que o real e procura a perfeição mais do que o prazer. A sua principal função é decidir se alguma atitude é certa ou errada, para poder agir de acordo com os padrões morais autorizados pela sociedade, desenvolvendo-se em resposta às recompensas e punições impostas pelos pais. Com a formação do superego, o autocontrolo substitui o controlo parental. As principais funções são: (1) inibir os impulsos do id, (2) persuadir o ego a substituir objetivos realistas por objetivos moralistas e (3) procurar a perfeição. O superego não se contenta apenas em adiar a gratificação instintiva, ele tenta bloqueá-la permanentemente.
O ponto de contacto entre a energia do corpo e a da personalidade é o id e os seus instintos.
Um instinto é definido como uma representação psicológica inata de uma fonte somática interna de excitação. A representação psicológica é chamada de desejo, e a excitação corporal da qual se origina é chamada de necessidade. Um instinto tem quatro aspetos característicos: uma fonte, uma meta, um objeto e um impulso.
	2. A Psicanálise do Eu 
O Eu tem a função de síntese do aparelho psíquico, faz a intermediação entre o Isso, o Super eu e as exigências do mundo externo. O Eu foi, desde sempre, uma organização para Freud, inclusive o Eu pré–metapsicológico de “Um projeto para uma psicologia científica. Este é um Eu neurológico, pertencente ao sistema de neurônios psi. Embora não tenha acesso direto ao mundo externo, sem ele não é possível dar-se o teste de realidade, ou seja, não há a passagem do processo psíquico primário para o secundário. Para que isso aconteça, faz-se necessária uma função de inibição por parte do Eu. Ele inibe a realização do desejo, impedindo a regressão até o surgimento da alucinação, propiciando assim o desenvolvimento do pensamento. Então, é desde lá que o Eu tem a função de inibir.
Para Freud o Eu não é apenas essa consciência segura, firme que nos permite discernir nossa interioridade, nossos sentimentos e pensamentos da realidade que nos cerca, o mundo exterior.  Há algo de profundo, subterrâneo e irracional na noção de Eu. Este sempre foi contra a ideia de um eu lógico, fixo e estável. O Eu não é algo unitário, firme, seguro e autônomo, diferente de tudo mais. 
O que chamamos de nossa consciência é continuado para dentro, sem qualquer delimitação nítida, por uma entidade mental inconsciente denominado “Id”, região dos impulsos, afetos e desejos. Essa nova instância descoberta pela psicanálise tornou questionável a própria noção do que entendemos por Eu. Para Freud, é como se o indivíduo existisse em duas dimensões: um lado consciente e outro inconsciente.
Toda a psicanálise se esforça como a tentativa de compreender o desenvolvimento do Eu na sua luta pela existência.  O recém-nascidoé incapaz de distinguir o seu Eu do mundo externo, não há o sentimento da realidade como a fonte das sensações. O primeiro momento em que o Eu percebe o mundo externo é através do desprazer, quando uma fonte de prazer lhe é subtraída. No recém-nascido é retirado o seio da mãe. Assim, a criança chora até que o tenha novamente. O seio é o primeiro objeto que separa o Eu do mundo externo.
	3. As teorias das relações objetais
As teorias das relações objetais se caracterizam pela sua forma de integrar questões que dizem respeito à formação da personalidade buscando seus princípios na infância, desta forma, apresentam seu enfoque crucial na compreensão de que no desenvolvimento e formação da personalidade pode-se incluir a capacidade e a necessidade da criança perder o vínculo com a mãe, ou seja, o seu objeto primário, objetivando desta forma, obter uma compreensão de si própria e articular vínculos com outros objetos, que são as outras pessoas (SCHULTZ, 2009, p. 390). 
Afirmam que o termo “teoria das relações objetais”, em seu sentido amplo, refere-se a tentativas de responder a situação onde as pessoas interagem e reagem com objetos externos e internos, e em que medida suas relações influenciam o funcionamento psíquico. Importante relatar que os objetos internos são entendidos como representações psíquicas de outras pessoas que influenciam as reações, perceções, os estados afetivos do indivíduo (aspetos internos), bem como suas reações comportamentais externas.
III. O inconsciente, as suas tradições e os âmbitos de estudo 	
Capítulo 3. Carl Gustav Jung e a Psicologia Analítica 
	É um conjunto de conhecimentos (teoria) que procura investigar e explicar a estrutura e o funcionamento da psique e uma categoria de psicoterapia (prática) formulada inicialmente pelo psiquiatra e psicólogo suíço Carl Gustav Jung. Após sua morte, a Psicologia Analítica passa a receber reformulações pelos neojunguianos. Introduz uma nova dimensão, o inconsciente. Tal dimensão vista como inatingível, logo posta um pouco de parte.
	Jung faz a distinção entre inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. O inconsciente pessoal surge a posteriori ao nascimento como resultado das experiências de vida do indivíduo (assemelha-se às noções de pré-consciente e inconsciente da Psicanálise), experiências que foram conscientes mas que agora foram reprimidas, suprimidas, esquecidas ou ignoradas e em experiências que foram a principio fracas demais para deixar uma impressão consciente na pessoa.
	Segundo Jung é fundamental a existência de complexos. Complexo é um grupo organizado de sentimentos, pensamentos, perceções e memórias que existem no inconsciente pessoal. Um complexo pode comportar-se como uma personalidade autónoma com uma vida mental e um motor próprios.
O inconsciente coletivo surge a priori ao nascimento. É herdado de forma psicológica e biológica, nasce com a criança. Reservatório de traços de memória latente herdada do nosso passado ancestral, um passado que inclui não apenas a história racial dos seres humanos como uma espécie separada, mas também os seus ancestrais pré-humanos ou animais. Herdamos a possibilidade de reviver experiências de gerações passadas. É, portanto, um material inato da psique. É formado pelos arquétipos, núcleos instintivos, passados de geração a geração (psíquica e biologicamente). São formas de universais de pensamento (ideias) que contêm um grande elemento de emoção; cria imagens ou visões que correspondem na vida normal, algum aspeto da situação consciente. Funcionam como centros de energia autónomos que tendem a produzir, em cada geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas experiências. 
	O arquétipo da persona é uma máscara adotada pela pessoa em resposta às demandas das convenções e das tradições sociais e às suas próprias necessidades arquetípicas internas. É o papel atribuído a alguém pela sociedade, papel esse que a sociedade espera ser cumprido. O propósito é causar uma impressão definida aos outros e muitas vezes, embora não necessariamente, oculta a natureza dessa pessoa.
	Quanto ao arquétipo anima e animus, o arquétipo feminino no homem é chamado de anima e o arquétipo masculino na mulher é chamado de animus. Sendo que o homem apreende a natureza da mulher por meio de sua anima, e a mulher apreende a natureza do homem por meio do seu animus. Por outras palavras, ao viver com a mulher, o homem feminilizou-se; ao viver com o homem, a mulher masculinizou-se.
	A sombra, outro arquétipo, consiste nos instintos animais que os humanos herdaram com a sua evolução a partir de formas inferiores de vida. Representa o lado animal da natureza humana. É responsável pelo aparecimento, na consciência, de pensamentos, sentimentos e ações desagradáveis e, socialmente, repreensíveis. A sombra é o anti-persona.
	O arquétipo self representava o anseio humano de unidade. Jung considerava-o como equivalente à psique ou à personalidade total. O self é o ponto central da personalidade do qual todos os outros sistemas estão constelados, permitindo uma síntese entre consciente e inconsciente. O Self é a meta da vida que as pessoas procuram, mas que muitas vezes não a encontram. Como todos os arquétipos, motiva o comportamento humano e provoca uma procura pela integralidade. 
	O arquétipo de Deus mostra que todas as religiões são fundamentais para o desenvolvimento psíquico do ser humano. Jung põe Deus dentro dos arquétipos para mostrar que faz parte da experiência humana, pondo Deus na mesma linha que o resto dos outros. Por fim, o arquétipo da relação. Esta engloba 3 agentes, o Eu, o Tu e o Nós. O Tu faz parte da identificação e na construção do Eu, mesmo que haja ausência dos mesmos.
	Duas grandes atitudes, a extroversão (orienta a pessoa para o mundo externo, objetivo) e a introversão (orienta a pessoa para o mundo interior, subjetivo), traços da atitude – hábito (repetir uma dada experiência e consolidá-la, podendo ser adaptativos ou não).
	Existem 4 funções psicológicas fundamentais: pensamento (ideacional e intelectual; ao pensar, os seres humanos tentam compreender a natureza do mundo e de si mesmos), sentimento (avaliar as coisas; dá ao humano as experiências subjetivas, do prazer, da dor, de medo, raiva, etc.), sensação (função percetual ou da realidade, transmitindo os fatos ou as representações concretas do mundo) e intuição (perceção por meio de processos inconscientes e de conteúdos sbliminares).
	Conceitua a libido como energia psíquica (energia vital) que inclui não apenas a sexualidade, mas, também, outros elementos: instintos de sobrevivência (sede, fome, agressividade, necessidade de proteção física, etc.), a busca de relações afetivas e sociais, do desenvolvimento pessoal, do conhecimento de si mesmo e da experiência numinosa. Jung aponta que para muitas pessoas a vivência da sexualidade e a busca espiritual são consideradas como algo antagônico (contraditório) uma vez que tais pessoas associam a sexualidade ao pecado (algo, então, contrário à espiritualidade). Nesse ponto, Jung indica que uma vida saudável (não neurótica) permite a integração entre a sexualidade e a espiritualidade. Tanto a vivência de uma sexualidade satisfatória como da experiência espiritual é necessária ao equilíbrio (homeostase) psicofisiológico.
	A psicoterapia de Jung sustenta-se no processo de interiorização, em que o processo de individuação é um processo para toda a vida. 
	Jung considera os sonhos como sendo prospetivos assim como retrospetivos em conteúdo e compensatórios para aspetos da personalidade do sonhador negligenciados pela vida.
	6. Fenomenologia e Psicologia humanística: introdução histórica 
Edmund Husserl é o fundador da Fenomenologia, método de investigação filosófica, e foi ele quem estabeleceu os principais conceitos e métodos que seriam amplamente usados pelos filósofos desta tradição.
Ao propor o seu conceito de fenomenologia, Edmund Husserl apresenta-o como um contraponto à crise das ciências modernas, a saber, o naturalismo e o psicologismo puramente empirista emergente na época, que desejavaser a base de todas as ciências humanas.
A Fenomenologia centra-se na pessoa, na experiência e na autoexpressão. Possui uma perspetiva de compreender os fenómenos observados. A fenomenologia engloba quatro componentes: 1. Fenómenos assim como acontecem evitando qualquer tipo de reducionismo; 2. Consciência; 3. Intersubjetividade (possibilidade de conhecimento e compreensão de nós mesmos; possibilidade de relacionamento) e 4. Intencionalidade do comportamento. 
A Psicologia Humanista apareceu nos EUA no final dos anos 50 e início dos anos 60, com as primeiras publicações de Abraham Maslow sobre a motivação no estudo da personalidade e a consequente formulação do conceito de autorrealização.
Reunidos por uma Associação e com uma publicação própria, o movimento humanista em psicologia “concede prioridade à validez da experiência humana, aos valores, intenções e significados da vida”.
Do ponto de vista histórico, todavia, concorda-se que Maslow foi, com toda propriedade, o principal nome de referência na fundação da Psicologia Humanista.
Assim, a Psicologia Humanista, dentro do momento dos EUA nas décadas de 60 e 70, nada mais foi do que uma das respostas aos apelos daqueles anos turbulentos. Ela tinha como fios condutores básicos uma crítica ao modelo científico que vigorava até então em psicologia (de inspiração positivista e tendo as ciências naturais como modelos de como se fazer ciência) e uma perspetiva acerca do humano como livre e responsável.
	7. A psiquiatria fenomenológica: Binswanger 
	Ludwig Binswanger (1881-1966), médico suíço com formação psiquiátrica junto a Bleuer e a Jung, no Hospital Burghölzli. Iniciou a sua carreira aderindo à proposta clínica psicanalítica, mas foi gradualmente afastando-se das proposições metapsicológicas de Freud, à medida que os seus estudos da fenomenologia de Husserl e da ontologia fundamental de Heidegger iam se aprofundando. No seu texto “Analyse Existentielle et Psychothérapie”, Binswanger retoma uma comunicação feita no Congresso Internacional de Psicoterapia em Barcelona em 1958, em que deixa clara a sua divergência em relação à psicanálise: Apesar de toda a nossa admiração pela obra de Freud e toda a estima pela importância gigantesca da psicanálise no plano da psicoterapia, a nossa formação filosófica não nos permitiu reconhecer as suas hipóteses filosóficas, particularmente no que concerne à relação entre corpo e alma, entre o instinto e o espírito.
	 Ao contrário da psicanálise, que havia sido criada por Freud a partir de uma preocupação terapêutica, a análise existencial de Binswanger teria sido inicialmente um novo método de pesquisa, que pretendia contrapor-se ao da psiquiatria tradicional: “A direção de pesquisa analítico existencial em psiquiatria surgiu da insatisfação quanto aos projetos de compreensão científica da psiquiatria da época” . Isto explica o caráter mais completo e elaborado da psicopatologia decorrente da análise existencial binswangeriana do que suas teorizações sobre a psicoterapia propriamente dita, tendo em vista que só secundariamente ela se teria organizado como proposta de tratamento. A Daseinsanalyse de Binswanger instituiu um corte na tradição médica e psiquiátrica da psicopatologia. A Psicopatologia como um campo diferenciado do saber na perspetiva de sua Daseinanalyse e de sua antropologia fenomenológica Binswanger defendeu a ideia – já defendida anteriormente por Jaspers, embora sobre outras bases – de se especificar a psicopatologia em um campo diferente do das ciências naturais, que entendiam o homem como um sistema de funções de ordem orgânica ligadas a processos naturais no tempo. A sua proposta da antropologia fenomenológica deveria ser a disciplina para fundar a psicopatologia e a psiquiatria tendo em vista que “vê nele [o homem] um ser pessoal que vive sua vida e cuja continuidade – não somente vivida, mas se vivendo, ela mesma – se desdobra em história”. No seu famoso texto Fonction vitale et histoire inté- rieure, publicado em Introduction a l’Analyse Existentiele, Binswanger reconhece a contribuição metodológica de Jaspers em relação à distinção entre relações de causalidade e de compreensão no campo do acontecer psíquico. 
	As relações causais referem-se aos factos concretos que estabelecem conjunções constantes com o surgimento de certos quadros mentais. As relações de compreensão visam a dar conta do encadeamento psíquico de uma forma compreensível para nós. Procurando a superação desta discussão que remete à dualidade físico x psíquico: Binswanger propõe que se examine, em seu lugar, a questão mais fundamental: aquela do Ser e das relações do fenómeno psicopatológico com a existência do que padece. Dessa forma a análise existencial abriria a possibilidade de um olhar sobre a totalidade da existência do homem. A dimensão histórica, anteriormente evocada, é decisiva no pensamento binswangeriano, na medida em que se apoia na Daseinsalytik de Heidegger para construir suas próprias bases teóricas e metodológicas de abordagem da psicopatologia. Dessa forma, o projeto de Binswanger consistia, antes de tudo, em prover a psiquiatra e a psicopatologia de um fundamento epistemológico e metodológico que pudesse dar conta da dimensão propriamente existencial do homem, o que o levou a uma singular aproximação de Freud com Heidegger, da psicanálise com a fenomenologia. Surgiria, assim, a proposta de uma análise existencial e sua conceção da clínica e da psicoterapia iria, aos poucos, portando as marcas dessa exigência ético-intelectual.
	8. As teorias clínicas da Psicologia humanística: Rogers e Rollo May 
	A teoria de Carl Rogers clarifica que a ênfase deve estar no organismo e não no self. Rogers identificou-se com a orientação humanista da psicologia contemporânea. A psicologia humanista é mais esperançosa e otimista em relação ao ser humano. 
O organismo é o foco de toda a experiência. A experiência inclui tudo o que está a acontecer dentro do organismo em qualquer momento dado e que está potencialmente disponível para a consciência. Esta totalidade constitui o campo fenomenal, que só pode ser conhecido pelo próprio individuo. 
	Segundo Rogers aquilo que uma pessoa experiencia ou pensa, na verdade, não é realidade para a pessoa: é meramente uma hipótese provisória sobre a realidade, uma hipótese que pode ou não ser verdade. A pessoa suspende o julgamento até testar a hipótese. O teste consiste em verificar informações menos certas com conhecimentos mais diretos. “A pessoa total” para Rogers “é aquela que está completamente aberta aos dados da experiência interna e aos dados da experiência do mundo externo”. 
	Para Rogers, o conceito de empatia diz respeito à capacidade relacional do ser humano e só é possível quando há uma possibilidade concreta de poder fazer uma distinção entre as nossas experiências e as experiências profundas do outro, o que implica um nível de autoconhecimento avançado. 
	Quanto a Rollo May, este era defensor da valorização do humano como detentor de potencialidades de crescimento e como uma totalidade existencial responsável por si mesma. May possuía um modo diferente de perceber o humano nas suas dimensões trágicas, além de vê-lo como, simultaneamente, padecendo de um dilema, ao mesmo tempo, entre ser sujeito e ser objeto. Dilema em que não se escolhe apenas um dos termos da questão, mas vivenciando-os enquanto polos numa situação irresolvível de perene tensão.
	May alerta-nos que se nos livrarmos da hipótese do inconsciente “ficaremos mais empobrecidos, ao perdermos grande parte e significação da experiência humana”.
No entender de May, o humano, ainda que pese a possibilidade de possuir dimensões “mais profundas”, ele pode ascender a uma “conscientização”, isto é, à perceção clara de que existe uma distância (não uma cisão) entre nós e o mundo que nos rodeia.
	Capitulo 4. Teorias Psicológicas Sociais 
	Alfred Adler (1870-1937) foi o grande impulsionador do Self Criativo. É algo que intervém entre os estímulos que agem sobre a pessoa e as respostas dadas pela pessoa a esses estímulos.A doutrina de um self criativo afirma que os humanos fazem a sua própria personalidade, construindo a partir do material bruto da hereditariedade e da experiência. O self criativo dá significado à vida, cria metas, assim como meios para as metas; é o principio ativo da vida humana.
	O tema essencial de toda a obra de Erich Fromm (1900-1980) é que a pessoa sente-se solitária e isolada porque se separou da natureza e das outras pessoas. A condição de isolamento não é encontrada em outras espécies animais, é distintiva da situação humana. 
	Segundo Karen Horney (1885-1952), as crianças experienciam naturalmente ansiedade, desamparo e vulnerabilidade – Adler, de maneira muito semelhante, descreveu a inferioridade como uma experiência infantil. Horney afirma existir 10 necessidades neuróticas: (1) necessidade neurótica de afeição e aprovação; (2) de um “parceiro” que assuma a vida da pessoa; (3) de restringir a vida a limites estreitos; (4) do poder; (5) de explorar os outros; (6) de prestígio; (7) de admiração pessoal; (8) realização pessoal; (9) de autossuficiência e de independência; (10) de perfeição e não vulnerabilidade. Enfatizou, também, uma estratégia alternativa de manejo por parte do neurótico: ele pode, defensivamente, afastar-se do self real e procurar alguma alternativa idealizada; a alineação como a consequência da tentativa da criança lidar com a ansiedade básica.
	Harry Stack Sullivan (1892-1949) insistia que a personalidade é uma entidade puramente hipotética, “uma ilusão”, que não pode ser observada ou estudada à parte de situações interpessoais. A unidade de estudo é a situação interpessoal, e não a pessoa; é o centro dinâmico de vários processos que ocorrem numa série de campos interpessoais. Um dinamismo é a menor unidade que pode ser empregada no estudo do individuo. É definido como “o padrão relativamente duradouro de transformações de energia, que recorrentemente caracteriza o organismo na sua duração como um organismo vivo” (Sullivan, 1953); pode ser manifesto em publico (falar) ou oculto e privado (pensamentos, fantasias). O auto sistema, como guardião da segurança, tende a isolar-se do resto da personalidade; exclui informações que são incongruentes com a sua presente organização e deixa, portanto, de beneficiar-se da experiência. Uma personificação é a imagem que o individuo tem de si mesmo ou de outra pessoa. É um complexo de sentimentos, atitudes e conceções que decorrem de experiencias de satisfação de necessidades e de ansiedade. Sullivan proponha também processos cognitivos. Concebia a personalidade como um sistema de energia cujo principal trabalho consiste em atividades que irão reduzir a tensão. Considerava a personalidade de uma perspetiva de estágios de desenvolvimento, antes do estágio final da maturidade: (1) infância, (2) meninice, (3) idade juvenil, (4) pré-adolescência, (5) adolescência inicial e (6) adolescência final. 
	Capítulo 5. Erik Erikson
Erik Erikson enfatizou a influências sociais na personalidade, mais do que as biológicas ao desenvolvimento humano, propondo a teoria Psicossocial. Considera a natureza que orienta o desenvolvimento ser de origem psicossocial e não libidinal. Perspetiva do nascimento até à morte através de 8 estádios ao longo da vida, defendendo que este é influenciado por fatores biológicos, individuais e sociais. Cada fase envolve a resolução de uma crise psicossocial. O modo como cada crise é resolvida é influenciada pela experiência de resolução de crises anteriores e irá influenciar a resolução dos conflitos posteriores.
Estádios de Erikson + crises psicossociais:
· 1º idade: 0-18 meses; confiança vs desconfiança 
A criança adquire ou não uma segurança e confiança em relação a si próprio e em relação ao mundo que a rodeia, através da relação que tem com a mãe. 
· 2º idade: 18-3 anos; autonomia vs dúvida/vergonha 
É caracterizado por uma contradição entre a vontade própria (os impulsos) e as normas e regras sociais que a criança tem que começar a integrar. É altura de explorar o mundo e o seu corpo e o meio deve estimular a criança a fazer as coisas de forma autônoma, não sendo alvo de extrema rigidez, que deixará a criança com sentimentos de vergonha. 
· 3º idade: 3-6 anos; iniciativa vs culpa 
É o prolongamento da fase anterior, mas de forma mais amadurecida: a criança já deve ter capacidade de distinguir entre o que pode fazer e o que não pode fazer. Este estágio marca a possibilidade de tomar iniciativas sem que se adquire o sentimento de culpa
· 4º idade: 6-12 anos; produtividade vs inferioridade
A criança percebe-se como pessoa trabalhadora, capaz de produzir, sente-se competente. 
· 5º idade: 12-18/20 anos; identidade vs difusão/confusão
É neste estágio que se adquire uma identidade psicossocial: o adolescente precisa de entender o seu papel no mundo e tem consciência da sua singularidade. Há uma recapitulação e redefinição dos elementos de identidade já adquiridos – esta é a chamada crise da adolescência. 
· 6º idade: 18/20-30/35 anos; intimidade vs isolamento
A tarefa essencial deste estágio é o estabelecimento de relações íntimas (amorosas, e de amizade) duráveis com outras pessoas. 
· 7º idade: 30/35-60/65 anos; generatividade vs estagnação
É caracterizado pela necessidade em orientar a geração seguinte, em investir na sociedade em que se está inserido. É uma fase de afirmação pessoal no mundo do trabalho e da família. 
· 8º idade: >65 anos; integridade vs desespero
É favorável uma integração e compreensão do passado vivido. É a hora do balanço, da avaliação do que se fez na vida e sobretudo do que se fez da vida. 
	Capitulo 6. A personologia de Murray 
	As ideias de Murray foram influenciadas pela teoria psicanalítica. Este reconhecia que a personalidade, normalmente, está em um estado de fluxo. (estrutura da personalidade) Os principais componentes desta definição podem ser resumidos assim: a personalidade de un indivíduo é uma abstração formulada pelos teóricos e não simplesmente uma descrição do comportamento do indivíduo; refere-se a uma série de eventos que idealmente abrangem toda a sua vida "a história da personalidade é a personalidade"; uma definição da personalidade deve refletir os elementos duradouros e recorrentes do comportamento, bem como os elementos novos e únicos; a personalidade é o agente organizador ou governador do indivíduo; As funções são integrar os conflitos e as limitações aos quais o indivíduo está exposto; a personalidade está localizada no cérebro "nenhum cérebro, nenhuma personalidade". Murray estava fortemente orientado para uma visão que desse um peso adequado à história do organismo, à função organizadora da personalidade, aos aspetos recorrentes e novos do comportamento do indivíduo, à natureza abstrata ou conceitual da personalidade e aos processos fisiológicos subjacentes aos psicológicos. (definição de personalidade)
	Se aceitarmos a personalidade como um fenómeno em constante mudança, existem certas estabilidades ou estruturas que aparecem ao longo do tempo e são cruciais para entendermos o comportamento. Desta forma Murray, utilizou os termos ego, id e superego. Concorda com Freud na conceção do id (é o repositório de impulsos primitivos e aceitáveis). É a origem da energia, a fonte de todos os motivos inatos, o self cego e não- socializado. Também inclui impulsos que são aceitáveis para o self e para a sociedade. "parece melhor pensar no id como consistindo em todas as energias, emoções e necessidades básicas da personalidade, algumas das quais são aceitáveis e outras inaceitáveis. A maioria é aceitável quando expressa em uma forma culturalmente aprovado, em um lugar culturalmente aprovado e em um momento culturalmente aprovado. Assim a função do ego não é tanto a de suprimir as necessidades instintuais quanto a de adequá-las, moderando a sua intensidade e determinando os modos e os momentos de sua realização". O superego é considerado um implante cultural. (elementos estáveis da personalidade)
	A sua posição relativamente à teoria psicológica é primeiramente uma psicologiamotivacional. No estudo das tendências direcionais da pessoa, está a chave para a compreensão do comportamento humano. A coisa mais importante que temos que descobrir sobre uma pessoa é a direccionalidade, supra- ordenada das suas atividades, sejam elas mentais, verbais ou físicas. Relativamente à importância da análise motivacional, ele insistia que uma compreensão adequada da motivação humana deveria basear-se num sistema que empregasse um nº de variáveis suficientemente grande para refletir, pelo menos parcialmente, a imensa complexidade dos motivos humanos em estado natural. Resumindo, existe motivação consciente e inconsciente. A falta de motivação leva a uma estagnação. (dinâmica da personalidade)
	A necessidade pode ser fraca ou intensa, momentânea ou duradoura. O conceito de necessidade, recebe um status abstrato ou hipotético, estando vinculado a processos fisiológicos subjacentes no cérebro. (necessidade)
	Necessidades primárias estão ligadas a eventos orgânicos característicos e referem-se tipicamente a satisfações físicas. As necessidades secundárias caracterizam-se pela ausência de uma conexão focal com qualquer processo orgânico ou satisfação física específica. Existem também necessidades aparentes e necessidades ocultas e estas podem ser expressas de forma mais ou menos direta e imediata e aquelas que geralmente são contidas, inibidas ou reprimidas. Necessidades focais e as difusas. Necessidades pró-ativas (determinada a partir do interior) e as necessidades reativas (ativadas em resultado de/ ou em resposta a algum evento ambiental. (tipos de necessidade)
	Capítulo 7. A psicologia do indivíduo de Allport 
	A estrutura da personalidade é primariamente representada em termos de traços e, ao mesmo tempo, o comportamento é motivado ou impulsionado pelos traços. Ele considerava conceitos tão segmentais como reflexos específicos e tão amplos como traços cardinais ou o self como importantes para se entender o comportamento, e via os processos referidos por esses conceitos como operando dentro do organismo de uma maneira hierárquica, de modo que os mais gerais normalmente têm precedência sobre os mais específicos. Cada conceito tem alguma utilidade: reflexo condicionado, hábito, traço, self e personalidade. A teoria deste é muitas vezes referida como uma psicologia do traço. (estrutura e dinâmica da personalidade- perspetiva fenomenológica).
	Para este "a personalidade é a organização dinâmica, dentro do indivíduo, daqueles sistemas psicofísicos que determinam seus ajustamentos únicos ao ambiente" (personalidade)
	Carácter tinha relação com um código de comportamento em termos do qual os indivíduos ou os seus atos são avaliados. Allport sugeriu que carácter é um conceito ético e que é preferivel definir o carácter como a personalidade avaliada, e a personalidade como o carácter sem valorização. (carácter)
	Temperamento refere-se àquelas disposições ligadas a determinantes biológicos ou fisiológicos, que mudam relativamente pouco com o desenvolvimento. O temperamento é a matéria prima. (temperamento)
	O traço é definido como uma estrutura neuropsíquica capaz de tornar muitos estímulos funcionalmente equivalentes, e de iniciar e orientar formas equivalentes de comportamento adaptativo e expressivo. A disposição pessoal é definido como uma estrutura neuropsíquica generalizada capaz de tornar muitos estímulos funcionalmente equivalentes, e de iniciar e orientar formas consistentes de comportamento adaptativo e estilístico. Um traço pode ser compartilhado por vários indivíduos. (traço)
	Uma atitude também é uma predisposição, ela também pode ser única, pode iniciar ou orientar o comportamento, e é produto de fatores genéticos e de aprendizagem. A atitude está ligada a um determinado objeto ou à classe de objetos, enquanto o traço ou a disposição não. É mais semelhante de um traço; predisposição para a resposta; fatores genéticos mais fatores adquirídos. 
	Os hábitos são estruturas mais básicas e daqui pode originar-se um traço de personalidade. 
	Mais importante do que a busca do passado ou da história do indivíduo é a simples pergunta sobre o que o indivíduo pretende ou busca no futuro. A teoria afirma que aquilo que o indivíduo está a tentar fazer é a chave mais importante sobre como a pessoa vai comportar-seno presente. (intenções)
	Allport propôs que todas as funções do self ou do ego que foram descritas fossem chamadas de funções próprias da personalidade. Juntas pode-se dizer que constituem "o proprium". Este não é inato, mas desenvolve-se ao longo do tempo. Durante os primeiros 3 anos aparecem os 3 desses aspetos: um senso do self corporal, senso de auto- identidade contínua, e auto- estima ou orgulho. Entre os 4 e 6 anos aparecem 2: extensão do self e a auto- imagem. Entre os 6 e 12 a criança percebe que é capaz de lidar com os problemas por meio da razão e do pensamento. Durante a adolescência surgem as intenções, os propósitos a longo prazo e as metas distantes, ou seja, anseios próprios e constituem o proprium. A maturidade implica uma crescente confiança em padrões pessoais ou em termos de comportamento. (o proprium)
	III. Teoria dos 5 fatores
	Capitulo 8. Teoria de Traço Fatorial-Analítica 
	Partimos de um estudo estatístico para estruturar um sistema teórico, para formular hipóteses acerca do funcionamento compreensivo da personalidade. Uma teoria seria apenas uma orientação para a formação de hipóteses, não considera a análise estatística como um instrumento estatístico absoluto. 
	Teoria de Eysenck:
	Objetivo de formular leis gerais que regulam o desenvolvimento e o comportamento para chegar a uma explicação exaustiva da personalidade global. Assim chega dois fatores: extroversão/introversão e neuroticíssimo. Mais tarde, um 3º fator psicoticíssimo. Nestes fatores podem depender várias tipologias e traços de personalidade.	Os traços de personalidade são tendências internas; reconhecemos os fatores através das reações ou respostas. Reações e respostas semelhantes, os tipos estão ao nível intermédio entre os fatores e os traços; são o agregado de vários traços.Dado em aula
	Teorias factoriais/Big Five: 
	Encontrar aqueles fatores estruturantes e universais: (1) extroversão/introversão, (2) hostilidade/amabilidade, (3) pessoa extremamente conscienciosa/responsável, (4) instabilidade/estabilidade emocional, (5) o mais problemático, inteligência de ler as situações/cultura/abertura para a experiência/criatividade. 
Em 1995, alguns defensores do FFM propõem um modelo geral de teorias da personalidade (definição dum quadro de referência para a construção de qualquer teoria da personalidade). Assim, uma teoria dos Big Five teria, obrigatoriamente, de ser estruturada, a partir dos elementos definidos, nesse referencial teórico.
No que a este diz respeito, o esforço dos autores orienta-se, no sentido de identificar «as categorias de variáveis, que uma teoria da personalidade completa deve abarcar». Tais variáveis estruturantes representariam os «constituintes básicos e universais» de grande parte das teorias da personalidade conhecidas, podendo reduzir-se às seguintes: tendências básicas, adaptações características, autoconceito, biografia objectiva e influências externas. Estas tendências básicas são o equivalente ao que Rogers entende por ‘organismo’ e muitos autores referem como o núcleo da personalidade. As manifestações concretas das tendências básicas são as adaptações características – as competências, hábitos e atitudes, que resultam da interação do indivíduo com o seu ambiente e que explicam como as dimensões universais da personalidade podem existir numa grande diversidade de culturas.
Autoconceito: Trata-se de conhecimentos, perspetivas e avaliações relativas ao próprio eu, cuja influência na dinâmica da personalidade foi fortemente sublinhada por vários autores, entre os quais Rogers se destaca.
Biografia objetiva: é composta pela totalidade de sentimentos, pensamentos e ações de um indivíduo, desde o início, até ao fim da sua vida: os seus comportamentos manifestos, e bemassim os seus sonhos, os seus sentimentos de medo ou de alegria mais íntimos.
Influências externas: incluem as influências desenvolvimentistas e as circunstâncias atuais, tanto ao nível geral como específico.
A partir do quadro de referência composto pelos cinco elementos ou categorias, acabados de apresentar, podem construir-se diferentes teorias. No artigo de 1995 e nos subsequentes (e.g., 1996), os autores em consideração, dando corpo ao referido modelo adiantam «a teoria dos cinco fatores da personalidade»
Assim, no grande agrupamento das tendências básicas, encontraríamos, por exemplo, as características genéticas e físicas e os traços da personalidade; nas adaptações características, variáveis como as competências adquiridas (linguagem, competências técnicas e sociais), as atitudes e as crenças; no autoconceito, os pontos de vista implícitos e explícitos sobre o eu, a identidade e a autoestima; na biografia objetiva, o curso de vida (os percursos de carreira profissional, os acidentes históricos) e o comportamento manifesto; nas influências externas, variáveis desenvolvimentistas (relações pais/filhos, educação, socialização, mediante os colegas) e macro (cultura e subcultura) e micro ambientais (reforços e punições). Subjacentes às categorias, haveria um certo número de postulados específicos:
Tendências Básicas: os autores enunciam postulado de que todos os adultos podem ser caracterizados pela sua posição diferencial num conjunto de traços de personalidade, que influenciam os seus pensamentos, sentimentos e comportamentos. Apresentando um índice considerável de heritabilidade, os traços desenvolver-se-iam, a partir da infância, para atingirem a maturidade, na idade adulta: depois dos trinta anos, sensivelmente, manter-se-iam estáveis.
Adaptações Características: um postulado é o de que, ao longo do tempo, os indivíduos reagem em relação ao seu ambiente, desenvolvendo sentimentos e comportamentos, condizentes com os seus traços de personalidade (os extrovertidos, por exemplo, entram para clubes sociais e aprendem a dançar). Todavia, em qualquer momento, podem surgir incompatibilidades/desadaptações entre as tendências do indivíduo e o seu próprio ambiente, conduzindo, em casos extremos, a desordens da personalidade.
Auto-Conceito: postula-se que as pessoas mantêm uma visão cognitivo-afetiva delas mesmas (um esquema do eu) e que a informação é por ele selecionada, tendo em conta a sua consistência com os traços de personalidade e o sentido íntimo de coerência do indivíduo.
Biografia Objetiva: parte-se do princípio de que ela é multideterminada, no sentido de que um dado comportamento é função de todas as adaptações características evocadas pela situação. Por outro lado, ele está também dependente dos planos e metas pessoais, que organizam a ação, a longo termo e de forma condizente com os traços de personalidade.
Influências Externas: concebem-se elas em interação com os dinamismos próprios dos outros níveis da personalidade. Porém, cada indivíduo tem também parte ativa na construção do seu próprio ambiente, de maneira condizente com os seus traços de personalidade, ao passo que, coletivamente, as pessoas criam sociedades e culturas, que permitam a expressão desses mesmos traços de personalidade.
Finalmente, estas diferentes categorias, como já foi referido, inter-relacionam-se, através dos Processos Dinâmicos. Quanto a estes, postula-se que o indivíduo continuamente cria e recria ‘adaptações’, que expressa, através de pensamentos, sentimentos, e comportamentos, regulados, em parte, por mecanismos cognitivos, afetivos e volitivos universais. Porém, esta dinâmica é diferencial, no sentido de que alguns processos dinâmicos são afetados, diferentemente, pelas tendências básicas do indivíduo, incluindo os traços de personalidade. Eis, descrita a traços largos, a teoria da personalidade proposta por McCrae e Costa. Ela não se centra nos aspetos universais da personalidade, ao nível das tendências básicas. Pelo contrário, são as diferenças individuais na adaptação relacionadas com a personalidade o objeto do seu enfoque.
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