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TRADUÇÃO: Uma Perspectiva da Teoria do Apego para a Conceitualização do Comportamento Interpessoal (Shaver e Mikulincer, 2011)

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Este documento se trata de uma tradução não-profissional do capítulo “An Attachment-Theory Framework for 
Conceptualizing Interpersonal Behavior”, de Phillip R. Shaver e Mario Mikulincer, publicado no livro “Handbook of 
Interpersonal Psychology: Theory, Research, Assessment and Therapeutic Interventions” (2011), editado por Leonard 
M. Horowitz e Stephen Strack. A tradução foi realizada por Carlos Alberto Dorneles Nonnenmacher, estudante de 
Psicologia da Universidade Feevale. A tradução visa apenas a divulgação do conhecimento científico da psicologia. 
Qualquer consideração: carlosdornelesn@gmail.com. 
 
Handbook of Interpersonal Psychology, capítulo 2, p. 17-35, 2011 
UMA PERSPECTIVA DA TEORIA DO APEGO PARA A 
CONCEITUALIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO 
INTERPESSOAL 
Phillip R. Shaver e Mario Mikulincer 
 
 
A teoria do apego, criada por Bowlby (1973, 1980, 1982) e inicialmente operacionalizada 
de forma testável por Ainsworth (por exemplo, Ainsworth, Blehar, Waters, & Wall, 
1978), se tornou uma das principais abordagens na conceitualização e estudo próximo 
dos relacionamentos interpessoais. (Veja Cassidy & Shaver, 2008, e Mikulincer & 
Shaver, 2007a, para revisões da pesquisa sobre apego em geral e teoria do apego aplicada 
ao estudo das relações adultas em particular). A teoria postula “sistemas” motivacionais 
ou comportamentais nucleares como apego, exploração, fornecimento de cuidado e 
sexualidade, os quais os humanos compartilham em alguma medida com primatas não-
humanos (Bowlby, 1982). Isso caracteriza esses sistemas como tendo parâmetros 
experiencialmente modificáveis, os quais (para além de influências genéticas modestas) 
são responsáveis por diferenças individuais estáveis no que veio a se chamar de “estilo 
de apego” (veja Mikulincer & Shaver, 2007a, para uma história desse constructo). 
 Neste capítulo, nós exploramos a relevância da teoria do apego para uma 
compreensão das diferenças individuais no comportamento interpessoal, e propomos uma 
abordagem geral orientada ao apego para a conceitualização de tal comportamento. 
Começamos com um breve resumo da teoria do apego e considerações sobre as duas 
principais dimensões do estilo de apego na adultez, o apego ansioso e o apego evitativo. 
Nós então revisamos as evidências relacionadas às associações entre essas dimensões e o 
comportamento interpessoal, propondo que as associações são mediadas tanto por 
predisposições cognitivo-motivacionais relacionadas a apego e padrões de processamento 
da informação social. Em seguida, revisamos estudos sobre as maneiras nas quais o estilo 
de apego contribui para as estruturas de metas pessoais, representações mentais do self e 
dos outros e scripts mentais relacionados a transações interpessoais, bem como vieses de 
processamento da informação durante as interações sociais. Finalmente, consideramos os 
fatores responsáveis pelas diferenças individuais no estilo de apego, incluindo influências 
genéticas e ambientais. 
 
 
CONCEITOS BÁSICOS NA TEORIA E PESQUISA DO APEGO 
 
Um dos princípios da teoria do apego (Bowlby, 1973, 1980, 1982) é que os seres humanos 
nascem com um sistema psicobiológico (o sistema comportamental de apego) que os 
motiva a buscar proximidade com outros significativos (figuras de apego) em momentos 
de necessidade. De acordo com Bowlby (1982), o objetivo deste sistema é manter 
proteção e apoio adequado, o qual é acompanhado por uma percepção subjetiva de 
segurança física e emocional. Esse objetivo se torna saliente quando as pessoas encontram 
ameaças reais ou simbólicas e percebem que uma figura de apego não está 
suficientemente próxima, interessada ou responsiva (Bowlby, 1982). Em tais casos, o 
sistema de apego da pessoa é ativado e a pessoa fica motivada a aumentar ou reestabelecer 
a proximidade com uma figura de apego, de forma que a “segurança sentida” (Sroufe & 
Waters, 1977) seja conquistada. 
 Bowlby (1988) presumiu que, apesar da idade e o desenvolvimento aumentarem 
a habilidade da pessoa em ganhar conforto de representações internas e simbólicas das 
figuras de apego, ninguém em nenhuma idade está completamente livre da necessidade 
de confiar em outros reais. Logo, o sistema de apego permanece ativo por todo o ciclo 
vital, como indicado na tendência adulta a buscar proximidade e apoio quando ameaçados 
ou em sofrimento (Hazan & Zeifman, 1999; Mikulincer & Shaver, 2009). Além disso, 
pessoas de todas as idades são capazes de se tornar emocionalmente apegadas a uma 
variedade de parceiros de relacionamentos próximos (por exemplo, irmãos, amigos, 
parceiros românticos, técnicos e líderes), utilizando tais pessoas como figuras de apego 
“mais fortes e mais sábias” (Bowlby, 1982) – ou seja, como portos seguros em tempos de 
necessidade e bases seguras a partir das quais se pode explorar e desenvolver habilidades 
– e sofrendo frente à separação prolongada ou permanente dessas pessoas (Bowlby, 1980; 
Shaver & Fraley, 2008). 
 Bowlby (1973) dedicou bastante atenção às diferenças individuais no 
funcionamento do sistema de apego, que surgem como o resultado da disponibilidade, 
responsividade e apoio fornecido pelas principais figuras de apego da pessoa, 
especialmente em momentos de necessidade. As interações com figuras de apego que 
estão disponíveis e responsivas facilita o funcionamento ótimo do sistema de apego e 
promove um sentimento duradouro e persistente de segurança de apego – um sentimento 
de que o mundo é interessante e seguro, que as figuras de apego ajudam quando são 
chamadas e que é possível explorar o ambiente de maneira curiosa e se envolver 
efetivamente com outras pessoas. Durante essas interações, uma pessoa aprende que o 
reconhecimento e a expressão do sofrimento evocam respostas de apoio dos outros, e que 
busca-los quando ameaçados é uma maneira efetiva de lidar com os problemas e ameaças. 
Essas experiências geram representações mentais positivas do self e de outros (modelos 
operacionais de apego) que aumentam tanto a autoconfiança quanto a confiança na 
disposição das figuras de apego para fornecer apoio. Bowlby (1988) viu o sentimento de 
segurança de apego como crucial para manter a estabilidade emocional, desenvolver 
atitudes positivas para com o self e outros, e formar relacionamentos próximos maduros 
e mutualmente satisfatórios. 
 Quando as figuras de apego não são confiavelmente disponíveis e apoiadoras, um 
sentimento de segurança não é obtido, modelos operacionais negativos de self e de outros 
são formados, e estratégias secundárias de regulação do afeto entram em ação. Essas 
estratégias secundárias são de dois tipos: hiperativação e desativação do sistema de apego 
(Cassidy & Kobak, 1988; Mikulincer & Shaver, 2003). A hiperativação é caracterizada 
por tentativas energéticas e insistentes de induzir um parceiro, visto como 
insuficientemente disponível ou responsivo, a prestar mais atenção e fornecer melhor 
cuidado e apoio. As estratégias de hiperativação incluem agarramento, controle e 
respostas coercivas, esforços cognitivos e comportamentais para estabelecer proximidade 
e superdependência de parceiros como uma fonte de proteção (Shaver & Mikulincer, 
2002). A desativação se refere à supressão ou inibição de inclinações e ações de busca 
por proximidade, desconsideração de ameaças que possam ativar o sistema de apego e a 
determinação de lidar sozinho com estresse inegável. Essas estratégias envolvem o 
mantimento da distância física e emocional dos outros, desconforto com a intimidade e a 
interdependência, menosprezo de estímulos relacionados à ameaça e relacionados ao 
apego, e a supressão de pensamentos de ameaça e relacionados ao apego (Shaver & 
Hazan, 1993). 
 Ao examinar as diferenças individuais nofuncionamento do sistema de apego na 
adolescência e adultez, os pesquisadores se focaram no estilo de apego da pessoa – o 
padrão crônico das expectativas, emoções e comportamentos relacionais que resultam de 
uma história particular de experiências de apego (Fraley & Shaver, 2000). Começando 
com os estudos de Ainsworth et al (1978) sobre o apego infantil, continuando pela 
conceitualização de Hazan e Shaver (1987) sobre o apego romântico e seguindo pelos 
muitos estudos conduzidos por psicólogos sociais e da personalidade (revisados por 
Mikulincer & Shaver, 2007a), os pesquisadores descobriram que as diferenças individuais 
no estilo de apego podem ser mensuradas por duas dimensões, evitação e ansiedade 
relacionada ao apego (Brennan, Clark & Shaver, 1998). A posição de uma pessoa na 
dimensão de apego evitativo indica a extensão na qual ela desconfia da boa-vontade dos 
outros e depende de estratégias de desativação para lidar com as inseguranças de apego. 
A posição de uma pessoa na dimensão de apego ansioso indica o grau em que ela se 
preocupa que o parceiro de relacionamento estará indisponível ou não será útil em tempos 
de necessidade, e utiliza estratégias de hiperativação. As pessoas que pontuam baixo em 
ambas as dimensões possuem um sentimento crônico de segurança e são consideradas 
seguras ou possuindo um estilo de apego seguro. 
 As duas dimensões podem ser mensuradas com escalas confiáveis e validadas de 
autorrelato (por exemplo, Brennan et al, 1998) e estão associadas de maneiras 
teoricamente previsíveis com a qualidade, ajustamento e saúde mental do relacionamento 
(veja Mikulincer & Shaver, 2003, 2007a; Shaver & Hazan, 1993, para revisões). Nesse 
capítulo, nós nos referimos a pessoas com estilos de apego seguro, ansioso e evitativo, ou 
pessoas que são relativamente ansiosas ou evitativas. Apesar desse atalho conveniente de 
categorização (seguro, ansioso e evitativo) poder equivocadamente levar ao pensamento 
tipológico, nós sempre iremos nos referir a regiões imprecisas em um espaço 
bidimensional, um espaço no qual os participantes das pesquisas são distribuídos em 
continuum em vez de categorias. 
 
 
DIFERENÇAS DE ESTILO DE APEGO NO COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 
 
As diferenças individuais no apego ansioso e evitativo são importantes para a 
compreensão de diferenças características em uma ampla variedade de reações e 
comportamentos interpessoais. Por exemplo, as inseguranças de apego encorajam 
construções negativas e disfuncionais de interações sociais. Em estudos investigando a 
qualidade das interações cotidianas no curso de uma ou duas semanas, por exemplo, 
pessoas mais evitativas reportaram baixos níveis de satisfação, intimidade, 
autorrevelação, comportamento de apoio e emoções positivas quando comparadas com 
pessoas menos evitativas (isto é, mais seguras), bem como maiores níveis de emoções 
negativas, como tédio e tensão (por exemplo, Kafetsios & Nezlek, 2002; Tidwell, Reis, 
& Shaver, 1996). Esses estudos também revelaram que, quando comparadas a pessoas 
menos ansiosas, aqueles que pontuaram mais em apego ansioso reportaram mais 
experiências emocionalmente negativas e sentimentos mais frequentes de rejeição 
durante interações cotidianas. Há também evidências de que o apego inseguro (tanto as 
variedades ansiosas quanto evitativas) está associado com padrões menos construtivos e 
menos sensíveis de comunicação diádica (por exemplo, Guerero, 1996) e tentativas 
menos efetivas de resolver conflitos relacionais (por exemplo, Scharfe & Bartholomew, 
1995). 
 Inseguranças de apego também estão relacionadas a reações mais negativas a 
transgressões e ofensas interpessoais. Enquanto pessoas relativamente seguras tendem a 
reagir com expressões de raiva funcionais e construtivas (protestos não-hostis), pessoas 
inseguras (ansiosas ou evitativas) exibem formas de raiva mais destrutivas, como 
animosidade, hostilidade, criticismo vingativo ou retaliação (por exemplo, Simpson, 
Rholes, & Phillips, 1996). Ademais, pessoas mais evitativas tendem a ser menos 
inclinadas a perdoar um parceiro que as magoou e mais inclinadas a se afastar ou buscar 
vingança (Mikulincer, Shaver, & Slav, 2006). Mikulincer et al. (2006) também 
descobriram que pessoas mais evitativas se sentem menos gratas do que pessoas menos 
evitativas durante interações nas quais alguém se comportou positivamente para com elas. 
 Inseguranças de apego também interferem com atitudes e comportamentos pró-
sociais durante interações com pessoas que estão em sofrimento ou necessidade. Do lado 
negativo, o apego ansioso e evitativo estão associados com menores escores em escalas 
de autorrelato mensurando a sensibilidade e responsividade às necessidades do parceiro 
(por exemplo, Kunce & Shaver, 1994) e menos comportamentos de apoio para com 
parceiros em sofrimento (por exemplo, apoiadoras (por exemplo, Simpson, Rholes, & 
Nelligan, 1992). Do lado positivo, tanto a segurança de apego aumentada por disposição 
ou experimentalmente estão associadas com empatia e compaixão aumentada para com 
uma pessoa sofrendo ou tendo dificuldades (por exemplo, Mikulincer, Shaver, Gillath, & 
Nitzberg, 2005). 
 Nesse capítulo, propomos um modelo geral das maneiras nas quais as diferenças 
individuais no funcionamento do sistema de apego (operacionalizadas em termos de 
ansiedade e evitação de apego) afetam o comportamento nas interações sociais. 
Especificamente, propomos um modelo de dupla-mediação (veja a Figura 2.1) que 
envolve (a) predisposições cognitivo-motivacionais (metas interpessoais, crenças sobre o 
self e outros e scripts mentais) que influenciam o comportamento durante os encontros 
interpessoais e (b) padrões de processamento da informação durante tais encontros. De 
acordo com esse modelo, as diferenças individuais no funcionamento do sistema de apego 
moldam as predisposições cognitivo-motivacionais (primeira mediação), que então 
enviesam a maneira como as pessoas atentam, interpretam e respondem às informações 
advindas das interações sociais (segunda mediação). Esses padrões de processamento da 
informação, relacionados ao apego, são os antecedentes próximos do comportamento 
interpessoal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.1. Um Perspectiva Geral de Apego para o Estudo do Comportamento em Trocas 
Interpessoais. 
 
 
Experiências 
Primárias de 
Apego 
Experiências 
específicas do 
relacionamento 
Fatores Genéticos 
Estilo de 
Apego 
Metas 
Interpessoais 
Crenças sobre 
os outros 
Crenças sobre 
si (self) 
Scripts Mentais 
X 
X 
Predisposições 
Cognitivo-motivacionais 
Atenção e 
Percepção 
Avaliação e 
Interpretação 
Seleção de 
Metas 
Geração de 
Respostas 
Processamento 
online da Informação 
Comportamento 
Interpessoal 
PREDISPOSIÇÕES COGNITIVO-MOTIVACIONAIS RELACIONADAS AO APEGO 
 
As pessoas entram em interações sociais com conhecimento e atitudes adquiridas durante 
interações passadas com o mesmo parceiro ou transferem e aplicam o conhecimento e 
atitudes baseadas em relações prévias (Brumbaugh & Fraley, 2006). Essas predisposições 
pessoais são manifestadas na estrutura de metas pessoais (metas que ela frequentemente 
almeja durante as interações sociais), em termos de conhecimento declarativo sobre o self 
e os outros (crenças sobre o próprio valor, habilidade e eficácia; crenças sobre as 
motivações e ações prováveis de seu parceiro) e conhecimento procedural sobre as trocas 
interpessoais (scripts mentais representando as maneiras nas quais as trocas interpessoais 
tipicamente se desdobram). Essas predisposições podem enviesar a aquisição e uso da 
informaçãosocial durante uma interação via top-down, através de processos 
esquemáticos que favorecem a atenção e decodificação da informação reforçadora das 
expectativas e encorajam a desconsideração ou ignorância da informação que invalida as 
expectativas. Mais importante, como será explicado depois, essas predisposições são 
partes ou implicações do estilo de apego de uma pessoa, e elas tendem a ser os principais 
veículos pelos quais as diferenças individuais no funcionamento do sistema de apego são 
transferidas às novas relações e interações sociais. 
 
Metas Interpessoais 
 
De acordo com a teoria do apego, cada um dos dois principais tipos de insegurança de 
apego (ansiedade e evitação) envolve desejos e medos particulares sobre a segurança, 
proximidade, dependência e autonomia (por exemplo, Cassidy & Kobak, 1988; 
Mikulincer & Shaver, 2007a), os quais podem influenciar a busca por determinadas metas 
durante as interações sociais. Pessoas com apego ansioso tendem a selecionar metas 
interpessoais compatíveis com sua necessidade intensa por proximidade e temem 
fortemente a rejeição e separação. Em contraste, as pessoas evitativas tendem a organizar 
suas interações em torno de desejos por distância e independência e perceber a 
interdependência e a intimidade como ameaçadoras ou aversivas. Por exemplo, Collins, 
Guichard, Ford e Feeney (2004) descobriram que o apego ansioso estava associado com 
ênfase excessiva na importância do amor e apoio de um parceiro romântico, e o apego 
evitativo estava associado com a minimização de metas relacionadas à proximidade. As 
pesquisas têm demonstrado que o apego evitativo está associado com a relação 
intimidade-aversão (por exemplo, Doi & Thelen, 1993), concebendo os parceiros como 
mais distantes de seu “self nuclear” (Rowe & Carnelley, 2005), e expressando desconforto 
quando outra pessoa se move para seu espaço pessoal (por exemplo, Kaitz, Bar-Haim, 
Lehrer, & Grossman, 2004). Além disso, o apego ansioso está associado à sensibilidade 
à rejeição (por exemplo, Downey & Feldman, 1996) e o rápido reconhecimento de 
palavras de rejeição em uma tarefa de decisão léxica (por exemplo, Baldwin & Kay, 
2003). 
 
Representações Mentais do Self 
 
Bowlby (1973) argumentou que as crianças constroem representações mentais de si 
mesmas ao interagir com figuras de apego em momentos de necessidade. Enquanto 
episódios de disposição da figura de apego podem promover percepções do self como de 
valor, amável e especial, porque realmente é valioso, amado e considerado especial para 
a figura de apego cuidadora, interações frustrantes com figuras não-apoiadoras podem 
destruir essas autorrepresentações positivas. De fato, a pesquisa em apego 
consistentemente demonstra que as inseguranças de pego estão associadas com 
autorrepresentações negativas (veja Mikulincer & Shaver, 2007a, para uma revisão). Por 
exemplo, indivíduos com maior ansiedade de apego tendem a reportar menor autoestima 
(por exemplo, Mickelson, Kessler, & Shaver, 1997), ver a si mesmos como menos 
competentes e eficazes (por exemplo, Cooper, Shaver, & Collins, 1998) e possuir menos 
expectativas positivas sobre sua habilidade de lidar com estresse (por exemplo, Berant, 
Mikulincer, & Florian, 2001). Além disso, tanto o apego ansioso quanto o evitativo estão 
associados com modelos menos coerentes de self (Mikulincer, 1995). 
 Em uma série de experimentos laboratoriais, Mikulincer (1998a) demonstrou que 
ambas estratégias secundárias de apego (hiperativação ansiosa e desativação evitativa) 
distorcem as autorrepresentações, mas de maneiras diferentes. Enquanto a hiperativação 
enviesa negativamente as autorrepresentações de pessoas ansiosas, as estratégias 
desativadoras favorecem processos defensivos de autoengrandecimento e inflação do self. 
Por um lado, as estratégias ansiosas direcionam a atenção a fontes de sofrimento 
relevantes ao self (por exemplo, expectativas de rejeição interpessoal) e exacerbam 
tendências autorrepresentacionais derrotistas, o que envolve a ênfase no desamparo e na 
vulnerabilidade como uma maneira de evocar a compaixão e apoio de outros. Por outro, 
estratégias evitativas desviam a atenção de fontes de sofrimento relevantes ao self e 
encorajam a adoção de uma atitude autoconfiante/autônoma, o que requer o exagero das 
forças e competências. 
 
Representações Mentais dos Outros 
 
De acordo com a teoria do apego, pessoas com diferentes estilos de apego também 
diferem em suas percepções das outras pessoas (Bowlby, 1973). Enquanto as interações 
de fortalecimento da segurança com figuras de apego disponíveis e responsivas 
promovem uma visão positiva dos outros, interações emocionalmente dolorosas e 
frustrantes com figuras indisponíveis ou rejeitadoras contribuem para visões negativas 
dos outros (Shaver & Hazan, 1993). De fato, o apego evitativo está correlacionado com 
perspectivas negativas sobre a natureza humana (por exemplo, Collins & Read, 1990), 
falta de estima por outros (por exemplo, Luke, Maio & Carnelley, 2004), dúvidas sobre a 
confiabilidade das outras pessoas (por exemplo, Cozzarelli, Hoekstra, & Bylsma, 2000) 
e expectativas negativas sobre o comportamento dos outros (por exemplo, Baldwin, Fehr, 
Keedian, Seidel, & Thompson, 1993). Por exemplo, Baldwin et al (1993) examinou a 
acessibilidade cognitiva das expectativas relacionadas ao comportamento do parceiro, 
utilizando uma tarefa de decisão léxica, e descobriu que pessoas evitativas possuíam 
acesso mental mais pronto a representações negativas dos comportamentos dos parceiros 
(por exemplo, o parceiro ser desagradável) do que as pessoas seguras. 
 Mikulincer e Shaver (2007a) concluíram que o apego ansioso está associado a 
visões mais ambivalentes sobre os outros. Apesar das pessoas com altos escores em apego 
ansioso terem uma história de interações frustrantes com figuras de apego, elas ainda 
assim tendem a acreditar que, se intensificarem seus esforços de busca por apego, podem 
fazer com que os parceiros prestem atenção e forneçam apoio adequado (Cassidy & 
Berlin, 1994). Como resultado, elas não formam uma visão fortemente negativa dos 
outros, pois tal visão implicaria que a busca por proximidade não traz nenhuma esperança. 
Em vez disso, mesmo que fiquem tanto com raiva quanto com medo, elas tendem a 
assumir um pouco da culpa da atenção e cuidado não-confiável do parceiro (Mikulincer 
& Shaver, 2003). Essa rotação pode levar a avaliações simultâneas do valor potencial dos 
outros e sua provável indisponibilidade ou falta de apoio. 
 
Scripts Mentais 
 
Análises teóricas recentes propõem que os modelos operacionais de self e outros – o 
coração dos estilos de apego – também incluem conhecimento procedural sobre como as 
interações sociais acontecem e como alguém pode lidar bem com o estresse e o sofrimento 
(por exemplo, Mikulincer & Shaver, 2007b; Waters, Rodrigues, & Ridgeway, 1998; H. 
S. Waters & Waters, 2006). De acordo com Mikulincer e Shaver (2007b), interações com 
figuras de apego calorosas, amáveis e apoiadoras são incorporadas em um script 
relacional de se-então, o qual Waters et al (1998) chamaram de um script de base segura. 
Se pensa que esse script inclui algo como as seguintes proposições de se-então: “Se eu 
encontro um obstáculo e/ou fico estressado, eu posso me aproximar de um outro 
significativo para me ajudar; ele ou ela provavelmente estará disponível e será 
apoiador(a); eu vou experienciar alívio e conforto como resultado da proximidade a essa 
pessoa; eu posso então retornar a outras atividades”. Uma vez ativado, esse script serve 
como um guia para a interação com outros e pode, por si, mitigar o estresse, promover 
otimismo e esperança, e ajudarindivíduos seguros a lidar bem com os problemas da vida. 
 Já existem evidências para a realidade psicológica do script de base segura. 
Mikulincer, Shaver, Sapir-Lavid e Avihou-Kanza (2009) apresentaram a participantes de 
um estudo uma imagem de uma pessoa em necessidade (uma pessoa machucada em um 
leito de hospital, com uma expressão facial triste) e pediram que escrevessem uma história 
sobre o que aconteceria em seguida. Participantes mais seguros tendiam a escrever 
histórias que incluíam elementos-chave do script de base segura (busca de apoio, 
fornecimento de apoio e alívio do sofrimento). Utilizando uma metodologia de análise de 
palavras prontas, H. S. Waters e Waters (2006) também demonstraram que participantes 
com apego seguro produziam mais inferências com relação às informações do script de 
base segura que receberam e faziam julgamentos mais rápidos e mais confiantes sobre 
isso. 
 Seguindo essa linha de pesquisa, Ein-Dor, Mikulincer e Shaver (2009) 
argumentaram que pessoas com apego inseguro também possuíam scripts mentais sobre 
o manejo do sofrimento. Eles alegaram que indivíduos com apego ansioso dependem de 
um script de sentinela – um que inclui alta sensibilidade aos estímulos referentes ao 
perigo iminente e uma tendência a avisar outros sobre o perigo, enquanto ficam próximos 
a eles na situação perigosa. Ein-Dor et al (2009) também hipotetizaram que as respostas 
das pessoas evitativas são organizadas em torno do que chamaram de um script de luta-
fuga rápida – um que inclui respostas rápidas de autoproteção ao perigo, sem consultar 
outras pessoas ou buscar receber ajuda delas. Em uma série de cinco estudos, Ein-Dor et 
al. (2009) descobriram que quanto maior o apego ansioso dos participantes, mais 
automático era o acesso mental aos componentes nucleares ao script sentinela ao 
escreverem uma história sobre eventos ameaçadores, e eles processavam a informação 
desse script mais rapidamente e mais profundamente. Participantes mais evitativos 
tinham acesso mental mais rápido aos componentes nucleares do script de luta-fuga 
rápida e melhor decodificação e processamento mais aprofundado das informações desse 
script. 
 
Resumo 
 
As crescentes evidências mostram que as diferenças individuais no funcionamento do 
sistema de apego estão envolvidas na construção das metas interpessoais, crenças sobre 
o self e outros, e scripts mentais representando trocas interpessoais. Contudo, mais 
pesquisas são necessárias para determinar como as predisposições cognitivo-
motivacionais que uma pessoa leva à interação social influenciam seu comportamento 
durante a interação, e determinar se e como essas predisposições mediam a conexão entre 
as inseguranças de apego e o comportamento interpessoal. 
 
 
DIFERENÇAS NO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO SOCIAL 
RELACIONADAS AO APEGO 
 
Nessa sessão, revisamos as evidências relacionadas à influência do estilo de apego sobre 
o processamento da informação das interações sociais enquanto ocorrem no tempo. 
Contudo, antes da revisão, nós explicamos como compreendemos o processamento de 
informação durante as transações interpessoais, seus antecedentes próximos e suas 
consequências comportamentais imediatas. 
 
Processamento da Informação Social 
 
Ao analisar os vieses relacionados ao apego no processamento da informação durante 
trocas interpessoais, consideramos os passos cognitivos que levam ao comportamento de 
acordo com modelos sequenciais do processamento da informação (por exemplo, 
Andersen & Glassman, 1996; Dodge, 2003, no prelo; Vogel, Wester, Larson, & Wade, 
2006). Nesses modelos, os passos iniciais do processamento envolvem a atenção, 
percepção e interpretação da informação e os passos seguintes envolvem os julgamentos 
e decisões sobre alternativas comportamentais em uma dada situação (veja a Figura 2.1). 
 O primeiro passo é atentar e perceber os estímulos da informação. Uma vez que 
múltiplos estímulos aparecem simultaneamente e sua gama é tão grande, a atenção 
seletiva a alguns sobre outros é inevitável. Quando um parceiro em um encontro sorri 
para uma outra pessoa atraente do sexo oposto em uma festa, por exemplo, seu par poderia 
atentar ao sorriso e à dor que ele causa, ao rival em potencial e sua atratividade ou às 
reações de outros ao evento. A atenção a certos estímulos pode obviamente influenciar o 
subsequente processamento da informação e o comportamento baseado nele, como 
quando a atenção à expressão de desculpas ou culpa do parceiro mitiga a humilhação ou 
ciúme do outro e o encoraja a perdoar ou a uma resposta conciliatória. 
 Seguida de perto da percepção de estímulos sociais está a reunião de 
representações mentais da situação atual, as reações das outras pessoas e o self em relação 
a essa pessoa. Esse processo mais complexo e reflexivo geralmente inicia uma série de 
atribuições causais sobre o comportamento dos outros (por exemplo, por que meu 
parceiro de encontro está sorrindo para essa pessoa atraente do sexo oposto?), 
interpretações das motivações e intenções dos outros, expectativas sobre o que ele ou ela 
fará em seguida, avaliação da situação como uma ameaça, uma perda, um desafio ou um 
benefício (a qual Lazarus & Folkman, 1984, chamaram de avaliação primária) e a 
avaliação da própria capacidade de enfrentamento e respostas alternativas (a qual Lazarus 
& Folkman, 1984, chamaram de avaliação secundária). Tais representações mentais são 
disponíveis (online) em microssegundos e podem ser atualizadas no curso de uma 
interação social. A formação de tais representações geralmente não é um processo 
consciente, apesar de que pode se tornar, se instigadas (Dodge, 2003). 
 É claro, há numerosas variações desse processo. Por exemplo, uma reclamação de 
um parceiro romântico sobre o comportamento da pessoa pode ser interpretada como um 
reflexo da hostilidade do parceiro e da intenção de terminar o relacionamento ou uma 
tentativa construtiva de melhorar a qualidade e confiança no relacionamento. Além disso, 
a pessoa pode interpretar a resposta do parceiro como uma ameaça a si ou ao 
relacionamento, ou como uma oportunidade desafiadora. Similarmente, a pessoa pode se 
avaliar como capaz de mudar e se tornar mais atenciosa com as necessidades do parceiro 
ou sua liberdade, ou como incapaz de fazer essa mudança. Em qualquer caso, a maneira 
que uma pessoa avalia a situação, o comportamento do parceiro e as próprias reações 
emocionais a esse comportamento tendem a influenciar o relacionamento – por exemplo, 
quando a pessoa atribui intenções hostis aos comentários do parceiro, avalia os 
comentários como uma provocação deliberada e avalia a si mesmo como poderoso na 
situação e no relacionamento, ela pode muito bem agir agressivamente, talvez até mesmo 
violentamente, em direção ao parceiro que insultou (por exemplo, Dodge, 2003). 
 O terceiro passo no processo é a seleção de metas. Como na formulação de 
representação mental, as pessoas geralmente não estão cientes desse passo, mas elas 
podem refletir posteriormente sobre as metas e impulsos que se tornaram mais salientes. 
No exemplo discutido acima, a avaliação do comentário insultante do parceiro pode levar 
à seleção de metas pró-relacionamento ou reparadoras, ou metas de aprovação ou 
pacificação, metas de evitação ou defesa, ou metas agressivas e retaliativas. Tal seleção 
de metas é acompanhada por reações emocionais discretas que são engatilhadas por 
padrões específicos de avaliações cognitivas (por exemplo, Frijda, 1986; Lazarus, 1991). 
Por exemplo, enquanto sentimentos de amor ou gratidão podem predispor uma pessoa a 
se comportar de maneiras que promovam o relacionamento, o medo pode predispor uma 
pessoa a se afastar,e a raiva pode predispor uma pessoa a retaliar agressivamente. 
 A fase de decisão subsequente do processamento inclui a geração de respostas, 
avaliação da resposta e a ação. As representações mentais engatilham uma ou mais 
respostas comportamentais possíveis, tais como respostas pró-relação, afastamento ou 
agressão. De acordo com Dodge (2003), as ligações entre certas representações mentais 
e as respostas que são geradas são associações neurais que podem ser inatas, e assim 
“prontas” ao nascimento, ou condicionadas através de observação de outros e 
experiências pessoais. Contudo, a geração de uma resposta não leva inevitavelmente à 
sua ação. Fontaine e Dodge (2006) propõem uma sequência de avaliação e decisão de 
resposta (RED), durante a qual uma pessoa pode rapidamente (e frequentemente de forma 
inconsciente) decidir se age a partir da resposta gerada sem nenhuma consideração das 
consequências ou considera e avalia as consequências. As considerações incluem a 
estimativa de quão provável é que será bem-sucedido ao realizar a resposta, a atribuição 
de valor pessoal à resposta, a estimativa da probabilidade de várias consequências e a 
atribuição de valor a essas consequências. Fontaine e Dodge (2006) hipotetizaram que 
diferentes respostas possíveis são comparadas (comparação de respostas) antes que a 
resposta mais apropriada seja selecionada (seleção de resposta). 
 Todos esses passos podem ser influenciados por fatores contextuais, incluindo o 
setting interpessoal, o comportamento verbal e não-verbal da outra pessoa e suas respostas 
ao comportamento do indivíduo. Contudo, eles podem também ser influenciados por 
fatores que as pessoas já trazem consigo para a situação, como o conhecimento que 
acumularam sobre os traços e motivações da outra pessoa durante interações prévias, bem 
como predisposições cognitivo-motivacionais mais gerais. Nós supomos que o 
processamento da informação social é moldado por interações complexas entre pessoa-
situação, nas quais os fatores contextuais exacerbam ou mitigam as influências das 
predisposições cognitivo-motivacionais, através de processos bottom-up, enquanto as 
predisposições alimentam ou reduzem os efeitos dos fatores contextuais por processos 
top-down. Nós encaramos as diferenças individuais no funcionamento do sistema de 
apego como importantes antecedentes das influências top-down no processamento da 
informação social, porque, como mencionado anteriormente, elas moldam tanto as 
predisposições específicas ao parceiro quanto aquelas cognitivo-motivacionais mais 
gerais. 
 
Inseguranças de Apego e Padrões de Processamento da Informação Social 
 
Estágios primários do processamento da informação. Há evidências consideráveis 
ligando as inseguranças de apego a vieses na percepção de mensagens não-verbais de 
outros. Por exemplo, Noller e Feeney (1994) pediram a um membro de um casal recente 
que enviasse uma série de mensagens não-verbais expressando determinadas emoções 
(por exemplo, tristeza, raiva) ao outro membro e descobriram que os cônjuges mais 
ansiosos ou evitativos eram menos precisos na decodificação de mensagens não-verbais 
de seu parceiro. Similarmente, utilizando o sistema de codificação facial de Ekman e 
Friesen (1975), Magai, Distel e Liker (1995) descobriram que pessoas menos seguras 
eram menos precisas na decodificação facial de emoções. 
 Em outro estudo de decodificação facial do afeto, Fraley, Niedenthal, Marks, 
Brumbaugh e Vicary (2006) utilizaram um paradigma de filmes “mórficos”, nos quais 
eram mostrados aos participantes filmes computadorizados de faces nas quais uma 
expressão facial neutra gradualmente mudava para uma emoção em particular. Os 
participantes eram instruídos a parar a mostra de filmes quando percebiam que a 
expressão emocional estava em evidência, e então julgar qual emoção a face estava 
expressando (raiva, felicidade ou tristeza). Indivíduos mais ansiosamente apegados 
tendiam a perceber a mudança emocional de expressões faciais mais cedo e cometiam 
mais erros no julgamento de qual expressão a face estava expressando. Esses resultados 
sugerem que as dificuldades das pessoas ansiosas (em relação ao apego) na decodificação 
de emoções podem ser resultado da vigilância aumentada a sinais emocionais e uma 
tendência a realizar julgamentos prematuros. 
 Estudos examinando a defensividade de pessoas evitativas também fornecem 
evidências sobre os estágios primários do processamento de informação social. Por 
exemplo, Fraley, Garner e Shaver (2000) examinaram a hipótese de que pessoas evitativas 
direcionariam a atenção para longe de, ou codificariam de maneira superficial, 
informações estressantes relacionadas ao apego. Os participantes ouviram a uma 
entrevista sobre a perda de um parceiro próximo e depois foram requisitados a lembrar 
detalhes da entrevista, seja logo após ouvi-la ou após intervalos que iam entre meia hora 
a 21 dias. Uma análise das curvas de esquecimento revelou que (a) pessoas evitativas 
inicialmente codificavam menos informações da entrevista e que (b) as pessoas com 
estilos de apego diferentes esqueciam informações codificadas na mesma proporção. 
Assim, as defesas evitativas parecem bloquear o material interpessoal ameaçador da 
consciência antes de ser codificado. 
 Seguindo esses achados, Maier et al (2005) examinaram a hipótese de que pessoas 
evitativas seriam vigilantes à informação relacionada ao apego para bloqueá-la e impedi-
la de ser processada posteriormente. De fato, o apego evitativo foi associado com menor 
limiar de identificação (menor tempo de exposição necessário para identificar uma 
imagem) para imagens representando faces humanas com afeto e interações sociais. Essa 
associação não foi significativa para imagens de faces neutras, cenas da natureza ou 
objetos inanimados. Assim, as defesas evitativas parecem envolver uma vigilância 
perceptual a estímulos emocionais e sociais. 
 Avaliações de eventos interpessoais. Diversos estudos demonstraram que 
inseguranças de apego contribuem para avaliações mais pessimistas e catastróficas de 
eventos interpessoais ameaçadores, como divórcio (por exemplo, Brinbaum, Orr, 
Mikulincer & Florian, 1997), o nascimento de uma criança doente (por exemplo, Berant 
et al, 2001) e aborto (por exemplo, Cozzarelli, Sumer & Major, 1998). Em um estudo 
sobre sentimentos feridos em relacionamentos de casais, J. Feeney (2004) descobriu que 
pessoas menos seguras tendiam mais a avaliar um evento doloroso como tendo efeitos 
negativos a longo prazo na autoestima e no relacionamento. 
 Avaliações sobre os outros. Estudos demonstraram que pessoas que diferem no 
estilo de apego também diferem na forma como interpretam e explicam os 
comportamentos aversivos dos outros (por exemplo, Collins, Ford, Guichard & Allard, 
2006; Gallo & Smith, 2001). Por exemplo, Collins (1996) apresentou aos participantes 
de um estudo seis vinhetas hipotéticas sobre o comportamento problemático de um 
parceiro romântico (por exemplo, “Seu parceiro não lhe confortou quando você estava 
pra baixo”) e pediu que escrevessem uma explicação aberta para cada evento e 
completassem um questionário de atribuição, que avaliava a extensão na qual o 
comportamento era atribuído a causas internas, estáveis, controláveis e intencionais. As 
explicações dos indivíduos inseguros enfatizavam as más intenções e traços negativos do 
parceiro. Especificamente, pessoas mais inseguras tendiam mais a acreditar que o 
comportamento negativo do parceiro era causado pela falta de amor dele, a atribuir esses 
comportamentos a causas globais e estáveis e enxergá-los como fruto de motivações más. 
Um viés atributivo similar foi notado por Mikulincer (1998b), que descobriu quepessoas 
inseguras tendiam a atribuir hostilidade a outra pessoa, mesmo quando essa pessoa não 
tinha mostrado sinais de possuir intenções hostis. 
 Os vieses também têm sido registrados na avaliação de indivíduos inseguros sobre 
o apoio ou falta de apoio de outras pessoas. Por exemplo, Collins e Feeney (2004, Estudo 
1) manipularam experimentalmente o apoio de um parceiro e avaliaram as diferenças dos 
estilos de apego nas percepções desse apoio. Casais de namorados eram trazidos ao 
laboratório; um membro do casal era informado que iria realizar uma tarefa estressante 
(conceder um discurso enquanto é gravado); e o casal era então observado por cinco 
minutos. Em seguida, os membros do casal eram separados e o apoio era manipulado, 
através do ato do parceiro sem discurso copiar dois comentários claramente apoiadores 
ou dois comentários ambíguos e manda-los para o parceiro que daria o discurso. Aquele 
que daria o discurso então leria os comentários e avaliaria seu apoio e o comportamento 
do parceiro durante a interação anterior. Os participantes inseguros avaliaram os 
comentários ambíguos como menos apoiadores e mais chateadores e inferiram mais 
intenções negativas do que os participantes seguros. Mais importante, após receber os 
comentários ambíguos, os participantes inseguros avaliaram suas interações anteriores 
como menos apoiadoras do que seria esperado por base nas avaliações de juízes das 
interações. Esses resultados foram replicados em um segundo estudo (Collins & Feeney, 
2004, Estudo 2) no qual os parceiros sem discurso eram permitidos a escrever seus 
próprios comentários. 
 O estudo de Zhang e Hazan (2002) sobre o estudo da percepção pessoal fornece 
outro exemplo de como inseguranças no apego podem enviesar a interpretação do 
comportamento de outros. Os participantes receberam uma lista de traços positivos e 
negativos e foram requisitados a estimar o número de instâncias comportamentais que 
precisariam confirmar ou desconfirmar a posse de cada traço por um parceiro romântico 
hipotético. Participantes ansiosos necessitaram de menos evidências para confirmar a 
presença de traços positivos e negativos e desconfirmar a posse de traços negativos. Ou 
seja, indivíduos ansiosos tendiam a fazer julgamentos positivos e negativos sobre os 
outros de maneira relativamente rápida e sem muita evidência comportamental. 
Participantes mais evitativos necessitaram de mais evidências comportamentais antes de 
concluir que os outros possuíam traços positivos ou para que sua posse de traços negativos 
fosse desconfirmada. Esses resultados sugerem que a evitação nutre avaliações negativas 
inflexíveis sobre os traços dos outros. Além disso, isso implica que as visões negativas 
sobre os outros das pessoas evitativas podem ser mais estáveis e persistentes do que 
aquelas das pessoas com apego ansioso, que tendem a ser mais receptivas aos 
comportamentos positivos de outros. 
 O estilo de apego interage com o contexto para influenciar as avaliações sobre 
os outros. Os estudos sobre o apego adulto têm se tornado sobre interações pessoa x 
situação, ou interações apego x contexto, que afetam o relacionamento dos parceiros. Por 
exemplo, Rholes, Simpson, Campbell e Grich (2001) reportaram que tanto os vieses 
cognitivos relacionados ao apego quanto seus comportamentos factuais influenciam as 
percepções de mulheres inseguras sobre apoio durante a transição à parentalidade. 
Esposas mais ansiosas perceberam seus cônjuges como menos apoiadores do que seus 
maridos alegaram ser antes e depois do parto. Além disso, homens casados com mulheres 
mais ansiosamente apegadas reportaram ser menos apoiadores do que os homens casados 
a mulheres menos ansiosas. Considerando tudo, os resultados sugerem que, apesar da 
possibilidade de as mulheres ansiosas estarem enviesadas na avaliação sobre o apoio de 
seus parceiros, há também um grau de precisão em suas reclamações sobre a falta de 
apoio do parceiro. Se a falta de apoio era parcialmente uma reação a avaliações enviesadas 
anteriores é ainda algo desconhecido. Interessantemente, mulheres ansiosamente 
apegadas não tendiam mais a depressão pós-parto do que mulheres menos ansiosas, 
quando percebiam que seus maridos eram apoiadores. Esse é um exemplo de como tais 
percepções podem ser importantes para a saúde mental e funcionamento familiar. 
 Estudos orientados ao apego sobre relacionamentos maritais fornecem mais 
informações sobre o papel das características reais do parceiro e sua influência nas 
avaliações de seu apoio (por exemplo, Gallo & Smith, 2001; Volling, Notaro & Larsen, 
1998). Por exemplo, casais seguros (isto é, nos quais ambos parceiros possuem apegos 
seguros) são mais confiantes sobre o apoio do cônjuge do que casais inseguros (aqueles 
nos quais ambos cônjuges são apegados inseguramente). Nenhuma diferença foi 
encontrada entre casais seguros e mistos (aqueles nos quais apenas um parceiro era 
seguro), implicando que as percepções negativas do parceiro inseguro podem às vezes ser 
mitigadas pela segurança de apego do outro parceiro. Além disso, uma vez que cônjuges 
seguros tendem a realmente ser mais sensíveis, responsivos e apoiadores do que cônjuges 
inseguros (veja Mikulincer & Shaver, 2007a, para uma revisão) esses achados sugerem 
que as percepções de apoio das pessoas inseguras sobre seus cônjuges podem ser 
positivamente afetadas pelos comportamentos verdadeiramente apoiadores destes. 
 Apesar da tendência de pessoas inseguras a oferecer explicações pessimistas sobre 
o comportamento dos outros, dois estudos demonstram que essa tendência pode ser 
moderada por forças contextuais. Pereg e Mikulincer (2004) sujeitaram participantes de 
um estudo a induções de humor negativo e humor neutro, e descobriram que as atribuições 
pessimistas de pessoas ansiosas eram fortalecidas pela indução ao humor negativo. 
Collins et al (2006) descobriram que a tendência das pessoas ansiosas a oferecer 
atribuições negativas foi atenuada para aqueles que estavam em um relacionamento 
satisfatório. Em ambos estudos, as explicações pessimistas das pessoas evitativas 
permaneceram as mesmas, independentemente de variações no humor ou satisfação com 
o relacionamento. Ou seja, enquanto os vieses cognitivos negativos de pessoas ansiosas 
pareceram ser responsivos às flutuações no humor e fatores específicos ao 
relacionamento, os vieses das pessoas evitativas eram estáveis e prováveis de produzir 
inferências pessimistas, mesmo quando um relacionamento satisfatório encorajava mais 
atribuições benignas. 
 Autoavaliações durante interações sociais. Inseguranças de apego também 
enviesam as autoavaliações das pessoas durante interações sociais. Por exemplo, 
Pietromonaco e Barrett (1997) examinaram as diferenças no estilo de apego em um diário 
de autoavaliações durante uma semana. Estudantes ansiosamente apegados fizeram mais 
autoavaliações negativas após interações cotidianas, e as avaliações de estudantes 
evitativos ficaram entre as dos estudantes ansiosos e as dos seguros. 
 Pesquisadores do apego descobriram também que a ansiedade de apego está 
associada a interpretações autoderrotistas e desesperançosas de experiências negativas em 
relacionamentos – um padrão de atribuição que inclui a tomada de responsabilidade por 
uma interação decepcionante e atribuição a uma falta temporalmente estável de 
habilidade ou valor pessoal (por exemplo, Gamble & Roberts, 2005; Sumer & Cozzarelli, 
2004). Estudos investigando as crenças sobre o controle pessoal também demonstraram 
que os indivíduos com apego ansioso frequentemente se sentem relativamente 
desesperançosos sobre o prospecto de suas relações (por exemplo, Fass & Tubman, 2002; 
Mickelson, Kessler & Shaver,1997). Eles também tendem a acreditar que outros 
poderosos possuem muito controle sobre suas vidas. 
 Diversos estudos descobriram que indivíduos menos seguros dependem mais de 
fontes externas de validação para seu senso de valor, enquanto indivíduos relativamente 
seguros utilizam de um senso de valor interno e relativamente estável. Por exemplo, 
Srivastava e Beer (2005) requisitaram que pessoas participassem de discussões semanais 
em pequenos grupos durante quatro semanas e, após cada sessão em grupo, avaliassem 
sua própria desejabilidade e o quanto gostavam de cada uma das outras pessoas no grupo. 
Participantes que eram mais gostados por outros depois de uma sessão tiveram mais 
autoavaliações positivas na sessão seguinte. Contudo, uma dependência na desejabilidade 
por outros foi encontrada principalmente entre participantes com altos escores de apego 
ansioso. Para os membros do grupo mais seguros, as autoavaliações eram relativamente 
altas, independentemente do que outros membros pensavam. 
 Em um contexto laboratorial, Carvallo e Gabriel (2006) descobriram que as 
avaliações de indivíduos evitativos também recaíam em fontes externas de validação. 
Especificamente, eles reportaram mais autoavaliações positivas após receberem 
informações de que eram aceitos por outros ou que seus prospectos de sucessos futuros 
em âmbitos interpessoais eram bons, quando comparado com quando não recebiam 
nenhuma informação. Mas, novamente, as autoavaliações dos participantes menos 
evitativos não eram significativamente afetadas pelo feedback experimental. Maier, 
Bernier, Pekrun, Zimmermann e Grossmann (2004) obtiveram um padrão parecido de 
descobertas ao investigar respostas implícitas à exposição subliminar de uma frase de 
rejeição. Os participantes do estudo eram expostos subliminarmente a “Minha mãe me 
rejeita” ou a uma mensagem neutra, e então seus tempos de reação para frases positivas 
sobre seu autovalor ou autoeficácia eram avaliados. Indivíduos evitativos e ansiosos 
tiveram tempos de reação mais longos após serem expostos à mensagem de rejeição, 
implicando que exposições relacionadas a rejeição interferiram no reestabelecimento de 
autorrepresentações positivas. 
 Geração de Resposta. Pesquisadores do apego adulto começaram a estudar as 
dificuldades de pessoas inseguras na avaliação de respostas possíveis e na decisão entre 
elas. Por exemplo, Tangney, Baumeister e Boone (2004) reportaram que pessoas mais 
ansiosas e mais evitativas obtiveram escores mais baixos em uma medida de autocontrole, 
e Learner e Kruger (1997) descobriram que adolescentes que obtiveram escores mais 
baixos em uma medida de apego seguro para com os pais reportavam menos planejamento 
e organização mais pobre de suas atividades diárias. Mikulincer e Shaver (2007a) 
reportaram achados correlacionais mostrando que universitários mais ansiosos e 
evitativos obtiveram menores escores em análise de problema, ensaio de planos, 
concentração na tarefa, persistência na tarefa e reorganização comportamental, e 
obtiveram escores mais altos em procrastinação. Além disso, a ansiedade de apego foi 
associada com deliberações relativamente infrutíferas e dificuldades na concentração, na 
priorização de metas e na tomada de decisão, talvez refletindo uma tendência à ruminação 
sobre possibilidades negativas. 
 Descobertas de nossos laboratórios também demonstraram que pessoas com 
apego inseguro possuem problemas de coordenação interpessoal quando tentam aumentar 
a proximidade e a cooperação (Mikulincer & Shaver, 2007a). Em um estudo, os 
participantes eram convidados a se envolverem em uma interação de resolução de 
problemas (uma tarefa de “sobrevivência no deserto”) com outro participante que não 
conheciam. Participantes eram explicitamente instruídos a encorajar a proximidade e a 
cooperação durante a interação, mas seus parceiros não estavam cientes dessa instrução. 
A interação foi filmada, e cinco juízes independentes depois avaliaram os 
comportamentos dos participantes e dos parceiros. Participantes com apego ansioso e com 
apego evitativo eram avaliados por juízes como demonstrando menos comportamentos 
efetivos e orientados a metas, parecendo se sentir menos relaxados e calmos durante a 
interação, reagindo de maneiras menos apropriadas às respostas dos parceiros, e sendo 
menos capazes de promover proximidade e cooperação. Ademais, os parceiros de 
participantes mais apegados ansiosos ou evitativos eram avaliados pelos juízes como 
parecendo menos calmos e relaxados durante a interação. 
 
 
ANTECEDENTES DAS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS NO ESTILO DE APEGO 
 
Devido aos problemas persistentes associados aos estilos de apego inseguro, é importante 
aprender mais sobre os determinantes desses estilos. De acordo com Bowlby (1973) e 
Ainsworth et al (1978), as orientações de apego são moldadas pelas interações com 
figuras de apego por todo o ciclo vital, começando bem cedo na infância. Na visão deles, 
o cuidado parental é o antecedente mais importante do padrão de apego de uma criança, 
sendo que pais mais sensíveis e responsivos encorajam um padrão mais seguro de apego 
infantil. Nos primeiros estudos sobre apego infantil, Ainsworth et al (1978) conduziram 
observações caseiras das interações mãe-criança e descobriram preditores das reações 
emocionais e comportamentos subsequentes da criança em um laboratório de Situação 
Estranha. Os comportamentos maternos relevantes incluíam, por exemplo, ser responsivo 
ao choro da criança, ser sensível aos sinais e necessidades da criança e ser 
psicologicamente acessível quando a criança estiver em sofrimento, cooperando com seus 
esforços e aceitando suas necessidades e comportamentos. Juntos, esses comportamentos 
viriam a ser chamados de cuidado parental “sensível e responsivo” (por exemplo, De 
Wolff & van IJzendoorn, 1997). 
 Desde os estudos pioneiros relatados por Ainsworth et al (1978), dúzias de outros 
estudos têm sido conduzidos sobre a ligação entre a sensibilidade materna e a segurança 
de apego da criança, e seus achados têm sido sumarizados em três estudos meta-analíticos 
que descobriram correlações médias claramente significativas, mas apenas de tamanho 
moderado (Atkinson et al, 2000; De Wolff & van IJzendoorn, 1997; Goldsmith & 
Alansky, 1987). Estudos de intervenções experimentais voltados à melhoria da 
sensibilidade parental durante a infância têm fornecido mais evidências para uma ligação 
entre o cuidado parental e o apego infantil. Por exemplo, em uma revisão meta-analítica 
de 23 estudos com intervenções experimentais (incluindo 1225 díades mãe-criança), 
Bakermans-Kranenburg, van IJzendoorn e Juffer (2003) reportaram um efeito médio 
moderado, mas estatisticamente significativo (.20), ligando intervenções voltadas à 
melhoria da sensibilidade materna (quando comparadas a grupos-controle) com uma 
probabilidade mais alta de apego infantil seguro. Recentemente, H. Steele e Steele (2008) 
compilaram exemplos de numerosos estudos de intervenções que demonstraram bons 
resultados com díades mãe-criança/mãe adotiva-criança adotiva em risco e baixo status 
socioeconômico. 
 Estudos longitudinais examinando a associação entre cuidado parental durante a 
infância, o apego infantil da prole e os padrões de apego da prole durante a adolescência 
ou adultez são escassos, mas os achados obtidos até agora fornecem evidências a favor 
da influência formativa das experiências primárias no apego adulto posterior. Por 
exemplo, Beckwith, Cohen e Hamilton (1999) descobriram que a sensibilidade materna 
durante as interações mãe-criança quando a criança tinha 1, 8 e 24 meses de idade está 
associada com mais apego seguro à mãe quando aquela completava 18 anos. Utilizandoos dados do Bielfeld Project, na Alemanha, Grossmann et al (2005) descobriram que o 
apego seguro aos 22 anos estava associado positivamente com (a) a sensibilidade paterna 
durante os 3 primeiros anos da vida do participante e (b) as experiências de apoio com a 
mãe ou pai durante o resto da infância. 
 Os padrões de apego dos próprios pais podem também afetar o apego infantil. 
Altas taxas de concordância (entre 60% e 85%) têm sido encontradas entre a segurança 
de apego da mãe e o grau de segurança ou insegurança da criança na sua presença (por 
exemplo, Benoit & Parker, 1994; Fonagy, H. Steele & Steele, 1991). De acordo com 
Main, Kaplan e Cassidy (1985), a qualidade das interações pai-criança media essa 
transmissão intergeracional de apego. Contudo, a meta-análise de van IJzendoorn (1995) 
de 10 estudos revelou o que ele chamou de “lacuna de transmissão” (transmission gap). 
Apesar de haver um efeito de tamanho considerável ligando o apego seguro da mãe e as 
respostas sensíveis às necessidades da criança, muito da associação entre o status do 
apego do pai e da criança parece ocorrer através de processos que vão além da qualidade 
das interações pai-criança, ao menos no quanto essa associação já foi mensurada. 
 A “lacuna de transmissão” abriu a porta para explicações genéticas possíveis sobre 
a transmissão intergeracional de padrões de apego, o que desafiava a ênfase quase 
exclusiva de Bowlby (1982) sobre a importância de experiências sociais primárias. 
Estudos de genética comportamental que investigaram a concordância de padrões de 
apego em gêmeos monozigóticos e dizigóticos têm indicado que fatores genéticos podem 
explicar entre 14% e 40% da variância no padrão de apego em várias fases do ciclo vital 
(por exemplo, Brussoni, Jang, Livesley & Macbeth, 2000; Crawford et al, 2007; 
O’Connor & Croft, 2001). Estudos explorando possíveis marcadores genéticos 
moleculares associados com padrões de apego adulto têm produzido evidências 
preliminares para tais associações (por exemplo, Donnellan, Burt, Levendosky & Klump, 
2008; Gillath, Shaver, Baek & Chun, 2008). Contudo, estudos envolvendo crianças até 
agora falharam em encontrar uma contribuição genética forte e direta nos padrões de 
apego, apesar de terem encontrado evidência para interações entre influências genéticas 
e cuidado parental (Bakermans-Kranenburg & van IJzendoorn, 2004). Recentemente, 
Belsky e Pluess (2009) reportaram outro tipo de interação genes-cuidado parental, na qual 
crianças com temperamentos difíceis quando pequenas eram mais suscetíveis aos efeitos 
prejudiciais do cuidado materno empobrecido (isto é, exibiam mais problemas 
comportamentais no jardim de infância) em comparação a crianças com temperamentos 
fáceis. 
 Em resumo, um modelo compreensivo do desenvolvimento do estilo de apego 
deve levar em conta os efeitos ambientais, genéticos e da interação gene-ambiente. Além 
disso, quando se considera os efeitos ambientais, se deve distinguir entre fatores de 
experiências primárias (por exemplo, cuidado parental) que são prováveis de influenciar 
estilos de apego em diversas relações e condições de relacionamentos, e fatores 
ambientais mais locais, como as características de um parceiro, que são prováveis de 
influenciar os comportamentos de apego dentro de uma determinada relação. Atualmente, 
ademais, está se tornando mais importante considerar como influências ambientais 
produzem efeitos a partir da regulação da expressão genética (Meaney & Szyf, 2005). 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O modelo aqui proposto se baseia em outros publicados previamente por Fraley e Shaver 
(2000) e Mikulincer e Shaver (2003, 2007a), mas é único ao defender que tanto 
predisposições cognitivo-motivacionais relacionadas ao apego e padrões situacionais de 
processamento da informação mediam os efeitos genéticos, do histórico de interações de 
apego e da combinação desses fatores no comportamento interpessoal. O modelo (Figura 
2.1) estabelece que genes específicos (mesmo que ainda não identificados em sua 
maioria) e experiências primárias com figuras de apego insensíveis, não-apoiadoras, não-
confiáveis, rejeitadoras ou abusivas trazem riscos ao desenvolvimento a longo prazo de 
estilos de apego inseguro e padrões desadaptativos de predisposições cognitivo-
motivacionais que as pessoas trazem com elas para novas interações sociais e 
relacionamentos próximos. Esses fatores remotos operam como influências importantes 
e em interação entre si. No decorrer do desenvolvimento, as experiências em tipos 
particulares de relacionamentos também levam ao desenvolvimento de estilos de apego 
específicos ao relacionamento, que influenciam padrões de predisposições cognitivo-
motivacionais específicos dentro daquelas relações. Em particular, nas trocas 
interpessoais, essas predisposições cognitivo-motivacionais moldam a maneira como as 
pessoas processam a informação e geram e escolhem entre comportamentos possíveis. 
Todos estágios desse processo começaram a receber a atenção de pesquisadores, mas a 
história completa é ainda um trabalho em andamento. 
 
 
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