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EDUCACAO FISICA, SAUDE, INCLUSÃO

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
RELATÓRIO DE ATIVIDADE PRATICA SUPERVISIONADA
EDUCAÇÃO FÍSICA, SAUDE, INCLUSÃO
São Paulo
2015
SUMÁRIO
1. Introdução....................................................................................................04
2. Revisão da Literatura..................................................................................05	
2.1 Educação Física nas escolas brasileiras.....................................................05
2.2 Benefícios da Educação Física....................................................................06
2.3 Medindo e avaliando corpos: o significado na Educação Física escolar.....07
2.4 A promoção da saúde nas aulas de Educação Física.................................10
2.5 Benefícios da atividade física para as crianças e adolescentes..................11
2.6 A inclusão escolar........................................................................................12
2.7 Objetivos da Educação Física escolar.........................................................15
2.8 Como fica a Educação Física escolar?........................................................17
3. Conclusão.....................................................................................................19
4. Referências Bibliográficas..........................................................................20
 1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho é abordado o assunto da saúde e inclusão nas aulas de Educação Física nas escolas. O tema saúde durante muitos anos experimentou tendências com diferentes pontos de vista em relação a atuação da Educação Física escolar. Podemos dar o exemplo da tendência Pedagogicista que recorria a jogos, brincadeiras, ginastica e também a tendência esportivista, onde a Educação Física tem foco na formação de atletas; além de outras tendências. Em relação a inclusão o professor de Educação física deve desenvolver as potencialidades de seus alunos, com necessidades educativas especiais e não excluir das aulas, muitas vezes, sob o pretexto de preservá-los. Nas últimas décadas a inclusão vem crescendo muito num movimento de adaptação, acolhimento a pessoas com deficiência. 
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS
Desde o surgimento dos programas de educação física nas escolas brasileiras, objetivos direcionados à educação para a saúde e promoção da saúde ocuparam um lugar de pouco significado. Contudo, diante da realidade atual, na qual grande parte das tarefas do dia-a-dia destinadas aos seres humanos está agregando modificações significativas no estilo de vida da população, levando ao sedentarismo e com o consequente aparecimento de doenças crônico-degenerativas, as atividades físicas passam a adquirir grande relevância na medida em que se torna necessário compensar os efeitos nocivos provocados pelo modo de vida da sociedade moderna (GUEDES, 1997)
O estilo de vida sedentário não é verificado apenas em adultos, também abrange crianças e adolescentes que realizam cada vez menos atividade física em seu dia-a-dia. As crianças não estão realizando atividade física em quantidades e intensidade suficientes para promover efeitos benéficos sobre a saúde, permanecendo a maior parte de seu tempo em atividades de baixa intensidade (SILVA, 2000)
Guedes e Guedes (1997) realizaram um estudo no município de Londrina, Paraná, Brasil, com o objetivo de analisar as características dos programas de Educação Física escolar oferecidos pela rede de ensino fundamental e médio, e fizeram observações quanto ao tipo das atividades e ao nível de intensidade dos esforços físicos a que foram submetidos os alunos, na tentativa de estabelecer relações com 82 os objetivos educacionais voltados à atividade física como meio de promoção da saúde. 
Em 2001, utilizando o mesmo grupo de alunos que foram avaliados em 1997, Guedes e Guedes analisaram a duração, a intensidade e a frequência dos esforços físicos a que são submetidos os alunos, mediante monitoramento da frequência cardíaca. 
Os programas de educação física escolar apresentam uma relação limitada com os objetivos educacionais voltados à atividade física como meio de promoção da saúde. Quanto aos aspectos didáticos, encontraram um aproveitamento inadequado do tempo, pois em cerca de 50% da aula, os alunos se ocupavam com a organização das atividades, e o restante, com a prática de esportes competitivos. Em nenhum momento foi verificado o desenvolvimento de conceitos educacionais associados à prática de atividades físicas e à promoção da saúde que os preparassem para assumir atitudes e valores que lhes permitissem adotar um estilo de vida mais saudável e ativo após o período de escolarização. Em relação aos aspectos fisiológicos, os alunos estavam realizando esforços físicos de baixa a muito-baixa intensidade e de curta duração, insuficientes para o desenvolvimento e aprimoramento da aptidão física relacionada à saúde. Por fim, atribuíram tal situação ao fato dos professores de Educação Física, que atuam na escola, estarem pouco familiarizados com conceitos atualizados associados à atividade física e à saúde no contexto educacional. 
Diante dessa realidade, encontramos uma sociedade na qual crianças, jovens e adultos não conseguem incorporar informações, valores, atitudes e habilidades que lhes permitam adotar um estilo de vida ativo e saudável, por deficiências em sua formação educacional. 
2.2 BENEFICIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA 
A educação física é uma disciplina escolar e acadêmica que tem como objetivo disseminar os conhecimentos a respeito do corpo humano, aperfeiçoar ou reabilitar a saúde corporal, e também sobre os inúmeros esportes, mostrando suas regras, modalidades e comportamentos.
Dentro da disciplina de educação física, são ensinados conhecimentos teóricos (isso inclui a história de surgimento dos esportes, regras e fundamentos) e também os ensinamentos práticos (ensinamentos funcionais e de posicionamentos do corpo).
A prática dos exercícios traz muitos benefícios para o praticante, muitos casos de reabilitação de movimentos e também aperfeiçoamento das funcionalidades corporais se dão devido à prática regular de exercícios.
O objetivo principal da educação física é trazer ao praticante uma saúde não só física como também psicológica. Muitos dos exercícios praticados estimulam a produção de endorfina, um hormônio responsável por dar prazer ao praticante. Além dessas prevenções da musculatura e da mente, praticar exercícios reduz o nível de colesterol e auxilia na prevenção de muitas outras doenças relacionadas ao sedentarismo (ALVES, 2007)
2.3 MEDINDO E AVALIANDO CORPOS: O SIGNIFICADO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
A Educação Física como área de conhecimento das Ciências da Saúde pode ser compreendida por meio de sua história, proveniente dos constantes movimentos de transformação da sociedade no âmbito político, econômico e cultural que contribuíram com a modificação do pensamento nas primeiras décadas do século XX, apropriado, segundo Marcassa (2000), no contexto da industrialização que também repercutiu no sistema escolar. 
Nesse contexto, a escola assumiu primordialmente a função de regular, vigiar, instruir, higienizar e formar jovens que atendessem às exigências do sistema industrial. Conforme afirmação de Soares (1994, p. 17), o objetivo era de “em nome da saúde, manter a ordem, ampliando para o conjunto da população a determinação de normas para conseguir uma vida saudável, e o pleno funcionamento da sociedade”. 
No início do século XX, a Educação Física como disciplina escolar foi tratada de acordo com os princípios higiênicos e militares apropriados, pelo Brasil, dos ideais europeus do século XVIII, contava-se de métodos ginásticos, representando-se como a disciplina do corpo, da saúde e dos bons costumes (MARCASSA, 2000). 
A partir da Reforma do Ensino Primário e de várias instituições complementares da Instrução Pública, em 1882, a ginástica firmou-se como um método de formação do cidadão,sendo assim, a Educação Física tornou-se componente obrigatório dos currículos 9 escolares, equiparando-se em categoria e autoridade às demais disciplinas. Mas a Educação Física Escolar consolidou-se somente a partir da Constituição de 1937, sendo utilizada com o objetivo de doutrinação, dominação e contenção dos ímpetos da classe popular, enaltecendo o patriotismo, a hierarquia e a ordem (CASTELLANI FILHO, 1998) 
A ginástica, como principal modelo da Educação Física, passou a ser considerada como a responsável em promover, por meio dos exercícios físicos, a saúde do corpo, o pudor e os hábitos “condizentes” com a vida urbana, objetivando a formação de gerações mais fortes (GOIS JUNIOR E LOVISOLO, 2005). 
Sendo assim, o marco para a constituição histórica da disciplina como componente curricular nas escolas é proveniente das relações estabelecidas entre o surgimento da Educação Física brasileira e da influência da ginástica que resultou em exercícios sistematizados pela instituição militar e reformulados pelo conhecimento médico numa perspectiva pedagógica. 
Nessa perspectiva pedagógica, a Educação Física, atrelada aos estudos das ciências biológicas sobre o corpo e fundamentada por uma visão mecanicista e instrumental, visava um controle do funcionamento do corpo mais eficiente que resultasse no aumento de sua eficácia mecânica. Isto é, o funcionamento do corpo dependia de técnicas construídas com base no conhecimento biológico, mobilizadas pelo conhecimento médico-científico, responsabilizando, assim, a Educação Física pela construção de corpos saudáveis e dóceis que proporcionasse uma melhor adaptação dos sujeitos ao processo produtivo com vistas a atender ao modelo de econômico da época (CASTELLANI FILHO, 1998). 
Como se nota, a Educação Física com base nos princípios higienistas buscava um corpo forte e saudável, capaz de atividades ligadas à formação de um corpo masculino robusto, preparado para a defesa e proteção da família e da pátria. Essas condições não eram dirigidas às mulheres que, por sua vez, desenvolveriam “a harmonia de suas formas feminis e às exigências da maternidade futura” (CASTELLANI FILHO, 1998, p.58). 
Assim, o método utilizado na Educação Física Escolar efetivou-se para exercer a função de colaborar na construção e manutenção de corpos saudáveis e dóceis, buscando um padrão estético. Para isso, fazia-se necessário realizar exames biométricos com o objetivo de medir e avaliar a desenvolvimento corporal do cidadão, visando atender esse modelo higienista. 
Quando falamos de escola e educação devemos pensar em um processo que não se identifica com um resultado, pois, sugere uma construção de natureza dinâmica, que segundo Santos (2005), é um movimento de modificação do indivíduo que se prolonga no tempo, um conjunto de práticas que visa assegurar a continuidade da cultura de uma sociedade. Portanto, para a autora, o processo educativo “é sempre um processo intencional e renovado que se situa entre a realidade e a idealidade” (p. 15) e ressalta que, na educação não devesse fabricar adultos segundo um modelo, a educação deve ter como princípio libertar as pessoas do que a impede de ser o que ela é e do que ela quer ser. 
Sendo assim, o comportamento modelador da educação e da escola é sempre contestado. Nesse sentido, ao refletir sobre molduras e falta de liberdade na educação reporto-me à educação bancária discutida por Paulo Freire, que é caracterizada como tipo de ensino que sufoca a curiosidade dos educandos. É inegável que a escola deve exercer a educação plena voltada a prática da participação, pois o educando necessita de uma educação corajosa e cidadã. 
Nota-se, contudo, que a Educação Sanitária, fundamentada no princípio do higienismo, nega uma prática educacional participativa, ou seja, estimula uma prática modelada por profissionais “detentores do conhecimento”, uma prática muito criticada por Freire (1979 p. 96): 
“Ditamos ideias. Não trocamos ideias. Discursamos aulas. Não debatemos ou discutimos temas. Trabalhamos sobre o educando. Não trabalhamos com ele. Impomos-lhe uma ordem a que ele não adere, mas se acomoda. Não lhe propiciamos meios para o pensar autêntico, porque recebendo as fórmulas que 15 lhes damos (...)”. 
Todo professor deve buscar uma educação para a libertação humana, isto é, que as pessoas passam a ser sujeitos de seu próprio aprendizado participando como co-aprendizes, utilizando-se do diálogo para o entendimento da sua realidade, buscando identificar seus problemas e desenvolvendo uma visão crítica, para analisar o seu contexto social. 
De um modo ou de outro, mesmo que eu manifestasse a preocupação em buscar uma prática humanista, ainda concentrava minhas aulas no produto e não no processo, no procedimento e não na construção do conhecimento, na fragmentação e não na complexidade. Em contraposição ao objetivo maior da escola, que é dispor asas aos seus alunos para voarem, estimulando-os a serem cidadãos participativos e críticos e não apenas a reproduzirem informações modeladas. 
2.4 A PROMOCÃO DA SAUDE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
O Professor de Educação Física deve desenvolver nas aulas e na escola: 
• A realização da avaliação antropométrica, da coordenação motora e a aplicação do questionário IPAQ (Internacional Physical Activity Questionnaire), com o intuito de avaliar o nível de aptidão física relacionada à saúde e de atividade física, e a coordenação motora que as crianças se encontram, para, a partir desses resultados, planejar as aulas de Educação Física; 
• A promoção de experiências motoras, que proporcionem repercussão satisfatória em direção a um melhor estado de saúde, afastando ao máximo a possibilidade de aparecimento dos fatores de risco que contribuem para o surgimento de eventuais distúrbios orgânicos; 
• O aprimoramento dos componentes da aptidão física relacionados à saúde, através da intensidade e da duração adequadas, para capacitar os alunos a identificarem esses componentes e quais são os benefícios ao organismo humano, de modo a estimulá-los a terem uma vida fisicamente ativa mesmo depois dos anos escolares; 
• Palestras e debates sobre a promoção da saúde, atividade física, alimentação saudável, uso de álcool e fumo, sexualidade, entre outros, a fim de conscientizá-los sobre boas práticas; 
• Conscientizar os alunos a tomarem iniciativa em relação à prática de atividades físicas e hábitos saudáveis para que se tornem ativos fisicamente, não apenas na infância e na adolescência, mas também na idade adulta; 
• Projetos sobre atividade física, alimentação saudável, postura, entre outros, nos quais todos os alunos, funcionários e comunidade escolar participem. 
Os professores de educação física devem incorporar uma nova postura frente à estrutura educacional, procurando proporcionar em suas aulas, não mais uma visão exclusiva à prática de atividades esportivas e recreativas, mas também, alcançarem metas voltadas à educação para a saúde, mediante seleção, organização e desenvolvimento de experiências que possam propiciar aos alunos não apenas situações que os tornem crianças e adolescentes ativos fisicamente, mas, sobretudo, que os conduzam a optarem por um estilo de vida saudável ao longo de toda a vida (GUEDES, 1999). 
Sabemos que a Educação Física Escolar não tem unicamente o objetivo de apresentar uma formação educacional direcionada à promoção da saúde, mas que dê aos alunos o acesso a um mundo de informações e experiências que venham a permitir a independência e o empoderamento quanto à prática da atividade física ao longo da vida, tendo como consequência a qualidade e o sucesso dos programas de ensino.
2.5 BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FISICA PARA AS CRIANCAS E ADOLESCENTES
A prática de atividade física na infância e na adolescência tem vá- rios efeitos possíveis: promover o desenvolvimento motor; fazer com que as crianças e os adolescentes se integrem; favorecer descobertas e discussões sobre o mundo em que vivem; propiciar situações vivenciais que favoreçam a socialização; oferecer subsídiospara que as crianças e adolescentes possam compreender o seu corpo e seus limites, melhorar a autoestima, a autoconfiança e a expressividade. E quanto aos aspectos fisiológicos, reduzir as condições para o desenvolvimento de 83 doenças crônico-degenerativas provocadas principalmente pelo estilo de vida sedentário, tais como: a obesidade, a hipertensão arterial, as doenças do aparelho respiratório, entre outras. 
A realização de esforços físicos adequados na infância e na adolescência promove benefícios imediatos, e as experiências positivas associadas à prática de atividades físicas se caracterizam como importantes atributos no desenvolvimento de habilidades, atitudes e hábitos que podem auxiliar futuramente na adoção de um estilo de vida ativo fisicamente na idade adulta (GUEDES & GUEDES, 1997). 
Sabe-se que o fato das alterações provenientes das doenças crônico-degenerativas ainda não terem se manifestado na infância e adolescência não indica ausência de risco. Muitas dessas alterações relacionadas às doenças crônico-degenerativas apresentam período de latência não inferior a 20-25 anos (Guedes apud Gilliam & MacConnie, 1984). Logo, grande número de distúrbios orgânicos que ocorre na idade adulta, poderia ser minimizado ou evitado se hábitos de vida saudáveis fossem assumidos desde as idades mais precoces. 
Os adolescentes que praticam atividades físicas de forma regular têm maior capacidade física para suportar o stress das longas provas escolares, tais como os exames vestibulares, bem como têm seu estado de prontidão e de alerta mais apurados, o que pode facilitar melhores resultados no aprendizado escolar (ALVES, 2007). 
A escola é o local ideal para a transmissão dos conteúdos da Educação Física para a promoção da saúde. Os professores devem dirigir a sua prática no sentido de conscientizar os alunos a respeito da importância da criação de um estilo de vida ativo e de hábitos de vida saudáveis, pois a aptidão física relacionada à saúde representa um papel importante na promoção de uma vida longa e saudável, de um estilo de vida ativo e, também, para a prevenção de várias doenças crônico-degenerativas. 
2.6 A INCLUSÃO ESCOLAR 
A educação inclusiva se caracteriza como processo de incluir os portadores de necessidades especiais ou com distúrbios de aprendizagem na rede regular de ensino, em todos os seus graus, pois nem sempre a criança que é portadora de necessidades especiais (deficiente), apresenta distúrbio de aprendizagem, ou vice versa, então todos esses alunos são considerados portadores de necessidades educativas especiais. Fonseca (1991) descreve os tipos de deficiência e suas características gerais:
” ..., a criança com paralisia cerebral apresenta essencialmente um problema de envolvimento neuromotor. Do mesmo modo, a deficiência mental apresenta uma inferioridade intelectual generalizada como denominador comum. Por um outro lado, na criança deficiente visual ou auditiva, o problema situa-se ao nível da acuidade sensorial. No que respeita à criança emocionalmente perturbada esta apresenta um desajustamento psicológico como característica comportamental predominante.” (p.27)
Para essas crianças é necessário que se desenvolva uma prática educacional mais específica no sentido de ampliar as suas capacidades. Para cada deficiência é enfatizado um tipo de cuidado no trabalho educativo. As crianças com deficiências receptivas ou sensoriais que é o caso dos deficientes auditivos e visuais, devem ser educados com mais atenção, para que não haja alteração na sua aprendizagem, é importante distinguir nesta deficiência até que ponto ela irá interferir na aprendizagem ou não. Já a portadora de deficiência integrativa ou intelectual, que é o caso da deficiência mental, que é uma lesão cerebral e pode ser dividida em mínima, ligeira ou severa; a dificuldade de aprendizagem, são problemas que irão levar essas crianças a terem um desajuste na aprendizagem. A deficiência expressiva é aquela que se limita às áreas motoras e verbal, enquanto a área motora afeta as práxis globais e fina, na área verbal há uma falta de conduta motora quanto ao aparelho fonador, esta multideficiência resulta da paralisia e descoordenação dos centros motores cerebrais, causando assim problemas de comportamento e aprendizagem. A LDB nº 9394/96 em seu Artigo 58 diz que entende-se:
“Por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.”
Logo, a lei determina que a Educação especial deve ser oferecida na rede regular de ensino, gerando uma modificação nos estabelecimentos de ensino e no sistema educacional.
Discutir educação no século XXI supõem uma atitude crítica frente aos exageros da sociedade do conhecimento, é preciso situar a importância da educação na totalidade dos desafios e incertezas de nosso tempo, portanto, pensar em educação inclusiva é um dos nossos desafios, mas contudo, não podemos e nem devemos desprezar, as questões pertinentes a sua prática no seio da nossa sociedade escolar. “A Declaração de Salamanca”, retomou a discussão sobre educação especial na perspectiva de minimizar os abismos entre os humanos, partindo do pressuposto de “Educação para Todos“, que vem sendo defendido mundialmente pela UNESCO. Mas Glat (1998, p.45) aponta alguns problemas entre o discurso e a prática na social da educação para a integração, afirmando que:
“ Apesar da integração dos portadores de deficiência ser o discurso dominante na Educação especial no mundo todo, direcionando programas e políticas educacionais e de reabilitação, esses indivíduos, mesmo aqueles inseridos no sistema regular de ensino ou em empregos competitivos, continuam, na grande maioria dos casos socialmente isolados dos seus colegas não deficientes.
(...) o problema não é, em sua essência, de natureza legal ou ocupacional, mas sim de natureza relacional, e somente sob esse prisma pode ser melhor compreendido, e quem sabe, minimizado.
(...) a questão da integração dos deficientes envolve antes de mais nada o relacionamento entre essas pessoas e os considerados normais “.
Com efeito o contato que passamos a Ter com outras formas de pensar e agir, nos colocam frente a mudanças e alterações na constituição da sociedade, implicando em mudanças também na constituição psíquica do homem. A educação inclusiva levará a transformação da representação da criança e do jovem sobre a deficiência, pois educando e crescendo junto aos “diferentes”, compreenderá a heterogeneidade, já que o trabalho é sempre voltado para a homogeneidade. Para nada se leva em conta a diversidade humana, esta é o eixo ético do ser humano, é difícil falar de ética com alguém totalmente diferente de você. E esta vivência acredita-se que a escola tem que propiciar ao cidadão, senão não é escola.
A inclusão é consequência de uma escola de qualidade, isto é uma escola capaz de perceber cada aluno como um enigma a ser desvendado. O que percebe é que a criança com deficiência, na escola inclusiva hoje denuncia a falência do sistema escolar, e a má gestão escolar. O que se verifica é que os professores não sabem o que fazer, o que denuncia uma formação continuada inadequada ou inexistente do professor; outro ponto de dificuldade é a falta de relacionamento da escola com a família, a escola ainda encontra-se muitas vezes fechada à comunidade para discussão da perspectiva inclusiva. Essas entre tantas outras situações inadequadas no sistema brasileiro escolar, tem representado apenas a abertura das portas das escolas para educação inclusiva. Acreditamos que isto é muito pouco embora signifique uma nova atitude.
Dentro deste contexto observa-se que muitos portadores de deficiência vivem em forma de isolamento social, pois vivem dentro da estrutura familiar e estas costumam segregá-los, fazendo com que eles fiquem esquecidos, ao invés de incluí-los. A crítica ao sistema de ensino brasileiro, é que o princípio da integração é utilizado, mas para constituirclasses especiais em escolas regulares, ou seja, apoia-se a educação inclusiva, mas as crianças portadoras de deficiência e as ditas normais continuam excluídas das oportunidades de integração, convivência e inclusive de afeto.
2.7 OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a Educação Física Escolar contempla múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade a respeito do corpo e do movimento. Entre eles, consideram-se fundamentais as atividades culturais de movimento com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, e com possibilidades de promoção, recuperação e manutenção da saúde. 
Contudo, os objetivos gerais da Educação Física no Ensino Fundamental apontam para que no final do ensino os alunos sejam capazes de: 
• Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas, reconhecendo e respeitando as características físicas e de desempenho próprios e dos outros, sem discriminação física, sexual e social; 
• Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência; 
• Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de cultura corporal do Brasil e do mundo, percebendo-as como recurso valioso para a integração entre pessoas e entre diferentes grupos sociais; 
• Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de recuperação, manutenção e melhora da saúde coletiva; 
• Solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos, regulando e dosando o esforço em um nível compatível com as possibilidades, considerando que o aperfeiçoamento e o desenvolvimento das competências corporais decorrem de perseverança e regularidade e devem ocorrer de modo saudável e equilibrado; 
• Reconhecer condições de trabalho que comprometam os processos de crescimento e desenvolvimento, não as aceitando para si nem para os outros, reivindicando condições de vida dignas; 
• Conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia e evitando o consumismo e o preconceito; 
• Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer, reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e um direito do cidadão. 
A partir desses objetivos, a Educação Física Escolar deve sistematizar situações de ensino e aprendizagem que proporcionem aos alunos o acesso a conhecimentos práticos e conceituais. Para tanto, é necessário mudar a ênfase dada ao alto rendimento para uma concepção mais abrangente, que priorize a aptidão física relacionada à consciência corporal, à liberdade de expressão, à saúde, e que contemple todas as dimensões envolvidas em cada prática corporal. 
É fundamental que se faça uma distinção entre os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e das lutas profissionais por um lado, e os objetivos da Educação Física Escolar de outro, pois o profissionalismo não pode ser a meta almejada ou valorizada pela escola. 
A possibilidade de vivência de situações de socialização e de divertirem-se com atividades lúdicas, sem caráter utilitário, são essenciais para a saúde e contribuem para o bem-estar coletivo. 
A Educação Física escolar deve proporcionar uma análise crítica dos valores sociais, tais como os padrões de beleza e saúde, que se tornaram dominantes na sociedade, discussões sobre a ética do esporte profissional, sobre a discriminação sexual e racial, sobre a aquisição de hábitos saudáveis e a promoção da saúde, entre outros. 
2.8 COMO FICA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR? 
A educação física escolar, até décadas atrás apresentava um modelo em que o físico (corpo), a aptidão física e desempenho era o mais importante, desprezando muitas vezes os aspectos sociais, cognitivos e afetivos. O relevante dentro das aulas de educação física escolar era o Esporte-Rendimento, ou seja, o aluno deveria apresentar um bom desempenho e habilidades não só nas aulas, mas também nos jogos e em determinadas modalidades esportivas, levando o aluno a ser quase um atleta. Desta forma a educação física escolar apresentava um modelo excludente, por apresentar aulas com métodos de ensino por repetição, o que tornava essas mais monótonas, sem uma preocupação com a participação de todos os alunos.
Com os avanços teóricos na Educação, e também na Educação Física, novas abordagens vêm surgindo, e a LDB e os Parâmetros Curriculares Nacionais, vêm contribuindo para levar a disciplina a um lugar de destaque na “ formação de cidadãos críticos, participativos e com responsabilidades sociais”. Porém, com todos estes avanços na Educação física escolar ainda está enraizado um modelo Biológico de homem, e muitos profissionais ainda estão preocupados com o corpo e suas capacidades fisiológicas, mantendo-se assim educação física ainda muito seletiva.
A LDB em seu artigo 26 no parágrafo 3º diz que a Educação física está integrada a proposta pedagógica da escola, é componente curricular da educação básica, ajustando -se às condições da população escolar. Então como pode a Educação física partir de um modelo seletivo? Seria ela capaz de ter um comportamento excludente potencializado?
Segundo os PCNs, que é um documento que traz subsídios para os profissionais da área de educação física, onde a proposta curricular é incluir os temas transversais nas aulas, que são Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural e Orientação para Trabalho e Consumo, o professor deve estimular uma reflexão, e assim contribuir para uma visão crítica da disciplina dentro do meio social, assim sendo a educação física reflete uma mudança no seu objetivo onde um deles é formar cidadãos e não formar atletas, tendo visto que um de seus principais objetivos no ensino fundamental é que os alunos sejam capazes de participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características, físicas e de desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características, pessoais, físicas, sexuais ou sociais. Com isso as aulas de Educação física devem propiciar aos alunos através de atividades corporais uma atitude construtiva com os portadores de necessidades educativas especiais, possibilitando uma atitude de respeito, aceitação e solidariedade.
Portanto, o professor não pode dispensar a oportunidade destes alunos em participar da aula, pois mesmo o aluno sendo deficiente físico, mental, auditivo, visual, múltiplas e até mesmo apresentando condutas típicas (que são os portadores de síndromes, quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos) eles têm necessidades de fazer atividades que desenvolva a sua relação social, motora e afetiva.
3. CONCLUSÃO
Levando-se em conta do que foi observado, saúde e inclusão são vertentes muito importantes nas aulas de Educação Física na escola mais que muitas vezes não são abordadas e, quando são, muitas vezes é incorretamente. Em relação a inclusão, a escola opta, muitas vezes, por dispensar os alunos com necessidades especiais das aulas de educação física, por considerar professor despreparado para dar aula para esses alunos. Já a saúde está estruturada em componentes que contribuem para a melhor qualidade de vida mas muitas vezes é abordada de forma errada, ou seja, com o objetivo de condicionamento físico. Portanto, devemos propor aulas onde o aluno descubra a importância da atividade física e ai, fora da escola, ele procure aí, se interessar, o condicionamento físico.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUIMARAES, C.C.P.A. Educação física escolar e promoção da saúde: uma pesquisa participante.São Paulo, 2008. Disponível em: <http://mirror.usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/101.pdf> Acesso em 10 de maio de 2015
OLIVEIRA, F.F. Dialogando sobre educação, educação física e inclusão escolar. São Paulo, 2002. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd51/educa.htm> Acesso em 10 de maio de 2015
ORFEI, J.M.; TAVARES, V.P. Promoção da saúde na escola através das aulas de Educação Física. São Paulo, cap.10, p. 81-86
Disponível em: <http://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/escolares_cap10.pdf> Acesso em 10 de maio de 2015

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