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REVISÃO Redação Instrumental

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CCJ0130 – REDAÇÃO INSTRUMENTAL 
REVISÃO
Profa Leila Medeiros
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TIPOLOGIA TEXTUAL
1 Narração - A narrativa apresenta fatos em sequência e decorrentes de uma relação de causa e consequência, isto é, um fato causa uma consequência que dá origem a outro fato, e assim por diante. Isso significa afirmar que entre uma ação e outra, entre um fato e outro, há um lapso temporal, e é a indicação de transcurso do tempo a tarefa principal do autor da narrativa, depois de selecionar os fatos narrados. Os fatos são vividos por personagens, em determinado tempo e lugar e apresenta um narrador que, diante dos fatos narrados, pode assumir dois pontos de vista: o de narrador-personagem ou o de narrador-observador.
2 Descrição – Corresponde à verossimilhança (semelhança com a verdade ou realidade) muitas vezes é utilizada como recurso de persuasão. Uma descrição rica em detalhes, nomes completos, idades e cenários, cria a impressão de realidade, auxiliando no convencimento em favor de alguma causa. Busca-se provocar a sensibilidade do interlocutor a fim de se conseguir dele a adesão à determinada forma de pensar e, quem sabe, agir.
3 Exposição - A dissertação-expositiva, também chamada de texto expositivo ou exposição, é o tipo de texto em que são apresentadas as informações a respeito de um determinado tema ou assunto. Esse tipo de texto é o mais utilizado em textos acadêmicos, científicos, jornalísticos, informativos, objetivos, técnicos.
4 Argumentação – Diferentemente do dissertativo-expositivo, cujo propósito principal é expor, explicar ou interpretar
ideias, o dissertativo-argumentativo visa, sobretudo, a persuadir o leitor ou o ouvinte. No dissertativo-argumentativo, além da análise cuidadosa e detalhada de um tema, espera-se que o texto também apresente os argumentos para a defesa do ponto de vista.
5 Injunção - O texto injuntivo se caracteriza como tal pelo fato de a intenção estar voltada para instruir o interlocutor acerca de um determinado procedimento.
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Tipos de Argumentos
1 Argumento por comparação ou analogia
Estabelece o confronto entre duas realidades diferentes, seja no tempo, seja no espaço, seja quanto às características físicas. No argumento por comparação ou por analogia, o argumentador pretende levar o auditório a aderir à tese ou conclusão com base em fatores de semelhança, evidenciados pelos dados apresentados. A analogia baseia-se, assim, na semelhança entre ideias ou coisas,
procurando explicar o desconhecido pelo conhecido, o estranho pelo familiar.
Observe o exemplo:
”Enquanto países como a Inglaterra e o Canadá têm leis que protegem as crianças de exposição ao sexo e à violência da televisão, no Brasil não há nenhum controle eletivo sobre a programação. Não é de surpreender que muitos brasileiros estejam defendendo alguma forma de censura sobre a TV aberta.”
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Tipos de Argumentos
2 Argumento por causa e consequência
No argumento por causa e consequência, a tese, ou conclusão, é aceita justamente por ser uma causa ou uma consequência dos dados:
“A Zona Rural apresenta inúmeros problemas que dificultam a permanência do homem no campo. As cidades encontram-se despreparadas para absorver esses migrantes e oferecer-lhes condições de subsistência e de trabalho.”
Estabelece-se, assim, uma relação de causalidade, pois são apresentadas as causas e as consequências a respeito de determinado fato. 
Fato: Êxodo Rural 
Consequência: Problemas sociais. Cidades que recebem grande quantidade de migrantes, muitas vezes, não estão preparadas para tal fenômeno. Os empregos não são suficientes e muitos migrantes partem para o mercado de trabalho informal e passam a residir em habitações sem boas condições (favelas, cortiços, etc). 
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Tipos de Argumentos
3 Argumento de autoridade
No argumento de autoridade, o interlocutor é levado a aceitar a validade da tese ou conclusão defendida a respeito de certos dados, pela credibilidade atribuída à palavra da norma (lei) ou de alguém publicamente considerado autoridade (pesquisadores, doutrinadores, etc.) na área do assunto em discussão.
Exemplo:
Enfim, diante da Constituição da República Federativa do Brasil/88, não há que falar em diminuição da maioridade penal. Se o texto constitucional contempla a dignidade da pessoa humana, a diminuição da idade para responsabilização penal, divorcia-se do mandamento que determina o respeito à condição peculiar do adolescente, de pessoa em desenvolvimento. Ademais, a questão
dos direitos fundamentais do adolescente é uma prioridade para um Estado que tem de se preocupar com as futuras gerações.
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Redação Instrumental 
Silogismo Retórico
Silogismo, do grego, significa “ligação” ou “conexão de ideias”, em que por meio de duas proposições, denominadas premissas, se extrai uma terceira, a conclusão. 
O silogismo lógico-formal é um argumento dedutivo (parte de argumentos gerais para argumentos particulares). 
O Silogismo jurídico é muito utilizado, principalmente, pelos profissionais do direito (advogado, juiz, promotor de justiça, procurador, etc) nos seus pareceres. Para a lógica, esses pareceres podem ser ditos como silogismos, que se faz através de deduções, que por sua vez, é o raciocínio a partir de premissas mais gerais que a conclusão. 
A estrutura padrão do raciocínio dedutivo jurídico teria a seguinte forma: a) na premissa maior, o enunciado de dever-ser contido na norma jurídica (a lei); b) na menor, o enunciado de realidade sobre o fato pertinente a norma jurídica ( o caso concreto); c) na conclusão, a aplicação da norma jurídica ao fato (decisão). Por exemplo: 
1) A pessoa que matar alguém deve ser punido. (Norma)
2) Ora, José é a pessoa que matou. (Fato)
3) Logo, José deve ser punido. (Decisão)
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Tese 
A tese é o posicionamento diante do caso concreto, atendendo aos interesses da parte. Geralmente, a tese está ligada à pretensão que será feita ao juiz. A tese é o que precisa ser provado na argumentação jurídica, objetivando persuadir o julgador ou tribunal de júri acerca da verossimilhança e por ser a mais útil e razoável.
Contudo, uma tese pode ser admitida ou afastada porque é ou não oportuna, socialmente justa ou equilibrada, por isso é fundamental que o advogado tente obter com a sua tese a adesão do juiz, dos jurados, da opinião pública e da audiência e, para tal adesão, a tese deve estar bem fundamentada ou justificada.
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Redação Instrumental 
Segue a estrutura a ser feita a cada parágrafo argumentativo:
1º Parágrafo
Introdução
Apresenta-se a tese e trabalha-se com os fatos que a sustentam em raciocínios argumentativos.
2º parágrafos e demais
desenvolvimento
As provas e os argumentos que darão sustentação à tese.
Último parágrafo
conclusão
O resultado e o pedido que se faz diante da tese.
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Aspectos Linguísticos: Narrativa Jurídica
- O advogado utiliza-se de vários procedimentos linguísticos na elaboração da narrativa jurídica para exercer a persuasão, como: terceira pessoa do singular, que é mais um recurso verbal que provoca efeito de distanciamento do advogado em relação aos fatos narrados, fazendo com que pareçam narrar-se a si mesmos, causando um efeito de objetividade, destacando os aspectos relevantes do fato, o transcurso do tempo e a preferência pela ordem cronológica ou linear em busca de maior clareza textual.
- O transcurso do tempo (ou lapso temporal) entre uma ação e outra, praticada pelos sujeitos envolvidos na situação fática, é o eixo principal da coerência narrativa, pois a progressão da narrativa é sempre temporal. 
- A ordem da narrativa dos fatos (linear); marcos temporais, advérbios ou locuções adverbiais de tempo referências a datas, horas – são todos elementos que orientam de modo mais explícito o leitor quanto ao eixo da coerência narrativa.
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