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JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA graduação

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JURISDIJURISDIÇÇÃO E ÃO E 
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
JurisdiJurisdiççãoão
11ºº Abandonar os conceitos de processo civil: no processo Abandonar os conceitos de processo civil: no processo 
penal não hpenal não háá lide, portanto não hlide, portanto não háá que se falar em que se falar em 
jurisdijurisdiçção contenciosa ou voluntão contenciosa ou voluntáária.ria.
Assim, jurisdiAssim, jurisdiçção processual penal ão processual penal éé poderpoder--dever de dever de 
realizarealizaçção da justião da justiçça estatal, por a estatal, por óórgãos especializados rgãos especializados 
do Estado, decorrência do princdo Estado, decorrência do princíípio da pio da 
necessidade/necessidade/intranscendênciaintranscendência. Al. Aléém disso, m disso, éé, em , em 
primeiro plano: primeiro plano: direito fundamentaldireito fundamental. . 
Por quê?Por quê?
ÉÉ necessnecessáário deslocar o paradigma. Se rio deslocar o paradigma. Se éé poder do Estado, poder do Estado, 
pode ser utilizado e defendido segundo as suas pode ser utilizado e defendido segundo as suas 
necessidades. Todavia, com a leitura feita a partir da necessidades. Todavia, com a leitura feita a partir da 
ConstituiConstituiçção ão éé garantia a servigarantia a serviçço da tutela do indivo da tutela do indivííduo. duo. 
22ºº SuperaSuperaçção da dicotomia direito pão da dicotomia direito púúblico x blico x 
direito privado.direito privado.
As regras de competência, ao mesmo tempo As regras de competência, ao mesmo tempo 
em que limitam o poder, criam condiem que limitam o poder, criam condiçções ões 
de eficde eficáácia para a garantia da jurisdicia para a garantia da jurisdiçção e, ão e, 
caso procedente, a pretensão acusatcaso procedente, a pretensão acusatóória, ria, 
legitima a aplicalegitima a aplicaçção da pena. ão da pena. 
PrincPrincíípios da Jurisdipios da Jurisdiççãoão
a) Ina) Inéércia: rcia: nene procedatprocedat iudexiudex ex ex officioofficio
A jurisdiA jurisdiçção somente se movimentarão somente se movimentaráá caso caso 
provocada. Tal provocaprovocada. Tal provocaçção se darão se daráá, por , por 
meio da acusameio da acusaçção realizada pelo titular da ão realizada pelo titular da 
aaçção penal ão penal –– (sistema acusat(sistema acusatóório rio –– art. art. 
129, I, da CF e queixa129, I, da CF e queixa--crime) crime) 
Assim, estão revogados os artigos Assim, estão revogados os artigos 26 e 531, 26 e 531, 
do CPP.do CPP.
b) Imparcialidade:b) Imparcialidade:
ÉÉ diferente de neutralidade (não hdiferente de neutralidade (não háá separaseparaçção ão 
razão emorazão emoçção ão –– decldeclíínio do mnio do méétodo cartesiano!todo cartesiano!
ÉÉ decorrência do sistema acusatdecorrência do sistema acusatóório constitucional. rio constitucional. 
Distanciamento da gestão da prova. O que Distanciamento da gestão da prova. O que éé
processo? processo? MachinaMachina retrospectivaretrospectiva
Juiz expectador!Juiz expectador!
Carga/raiz Carga/raiz inquisotorialinquisotorial do CPP x sistema do CPP x sistema 
acusatacusatóório da CF.rio da CF.
Art. 156Art. 156
DecretaDecretaçção de ofão de ofíício de prisão preventiva. cio de prisão preventiva. 
c) Juiz Natural: corolc) Juiz Natural: coroláário dos incisos LIV (devido rio dos incisos LIV (devido 
processo legal), XXXVII (não haverprocesso legal), XXXVII (não haveráá jujuíízo ou zo ou 
tribunal de excetribunal de exceçção) e LIII (ninguão) e LIII (ninguéém serm seráá
processado nem sentenciado senão pela processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente), do art. 5autoridade competente), do art. 5ºº, CF., CF.
O Juiz natural O Juiz natural éé o juiz posto no sistema o juiz posto no sistema ante ante 
factumfactum, no momento da pr, no momento da práática do delito todos tica do delito todos 
sabemos qual sabemos qual éé o o ““meumeu”” o o ““seuseu”” juiz. juiz. 
Na dicNa dicçção do STF, ão do STF, in in HC 79.865, rel. Ministro Celso de Mello:HC 79.865, rel. Ministro Celso de Mello:
““O POSTULADO DO JUIZ NATURAL REPRESENTA GARANTIA O POSTULADO DO JUIZ NATURAL REPRESENTA GARANTIA 
CONSTITUCIONAL INDISPONCONSTITUCIONAL INDISPONÍÍVEL ASSEGURADA A QUALQUER RVEL ASSEGURADA A QUALQUER RÉÉU, U, 
EM SEDE DE PERSECUEM SEDE DE PERSECUÇÇÃO PENAL. ÃO PENAL. -- O princO princíípio da naturalidade do pio da naturalidade do 
jujuíízo representa uma das mais importantes matrizes polzo representa uma das mais importantes matrizes polííticotico--
ideolideolóógicas que conformam a prgicas que conformam a próópria atividade legislativa do Estado pria atividade legislativa do Estado 
e condicionam o desempenho, por parte do Poder Pe condicionam o desempenho, por parte do Poder Púúblico, das blico, das 
funfunçções de carões de carááter penalter penal--persecutpersecutóório, notadamente quando rio, notadamente quando 
exercidas em sede judicial. O postulado do juiz natural revesteexercidas em sede judicial. O postulado do juiz natural reveste--se, se, 
em sua projeem sua projeçção polão polííticotico--jurjuríídica, de dupla fundica, de dupla funçção instrumental, ão instrumental, 
pois, enquanto garantia indisponpois, enquanto garantia indisponíível, tem por titular qualquer vel, tem por titular qualquer 
pessoa exposta, em jupessoa exposta, em juíízo criminal, zo criminal, àà aaçção persecutão persecutóória do Estado, e, ria do Estado, e, 
enquanto limitaenquanto limitaçção insuperão insuperáável, representa fator de restrivel, representa fator de restriçção que ão que 
incide sobre os incide sobre os óórgãos do poder estatal incumbidos de promover, rgãos do poder estatal incumbidos de promover, 
judicialmente, a repressão criminal. judicialmente, a repressão criminal. ÉÉ irrecusirrecusáável, em nosso sistema vel, em nosso sistema 
de direito constitucional positivo de direito constitucional positivo -- considerado o princconsiderado o princíípio do juiz pio do juiz 
natural natural -- que ninguque ninguéém poderm poderáá ser privado de sua liberdade senão ser privado de sua liberdade senão 
mediante julgamento pela autoridade judicial competente. Nenhumamediante julgamento pela autoridade judicial competente. Nenhuma
pessoa, em conseqpessoa, em conseqüüência, poderência, poderáá ser subtraser subtraíída ao seu juiz natural. da ao seu juiz natural. 
A nova ConstituiA nova Constituiçção do Brasil, ao proclamar as liberdades pão do Brasil, ao proclamar as liberdades púúblicas blicas --
que representam limitaque representam limitaçções expressivas aos poderes do Estado ões expressivas aos poderes do Estado --
consagrou, agora de modo explconsagrou, agora de modo explíícito, o postulado fundamental do cito, o postulado fundamental do 
juiz natural. O art. 5juiz natural. O art. 5ºº, LIII, da Carta Pol, LIII, da Carta Políítica, prescreve que tica, prescreve que 
"ningu"ninguéém serm seráá processado nem sentenciado senão pela autoridade processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente".competente".””
d) d) IndeclinabilidadeIndeclinabilidade//inderrogabilidadeinderrogabilidade//
inafastabilidadeinafastabilidade::
Nenhuma das garantias anteriores teria Nenhuma das garantias anteriores teria 
validade caso pudesse o juiz declinar.validade caso pudesse o juiz declinar.
Convivendo com a nulidade relativa em Convivendo com a nulidade relativa em 
matmatééria de incompetência em razão do lugarria de incompetência em razão do lugar
 O desrespeito O desrespeito ààs regras de competência s regras de competência éé causa de causa de 
nulidade.nulidade.
 A regra recorrente/repetida A regra recorrente/repetida éé de que a competência em de que a competência em 
razão da matrazão da matééria e da pessoa ria e da pessoa éé absoluta (nulidade absoluta (nulidade 
absoluta) e a competência em razão do lugar absoluta) e a competência em razão do lugar éé relativa relativa 
(nulidade relativa, leia(nulidade relativa, leia--se: se: prorrogatioprorrogatioforifori e preclusão e preclusão ––
perpetuatioperpetuatio jurisdicionisjurisdicionis).).
 Tais conceitos, importados do processo civil, afrontam os Tais conceitos, importados do processo civil, afrontam os 
postulados constitucionais do Juiz natural. postulados constitucionais do Juiz natural. 
 Mas, o juiz natural não Mas, o juiz natural não éé apenas um fenômeno de apenas um fenômeno de 
distribuidistribuiçção do poder e de sujeião do poder e de sujeiçção das partes ao poder, ão das partes ao poder, 
mas um direito fundamental. mas um direito fundamental. 
Art. 567, CPPArt. 567, CPP
 A leitura constitucional do deste artigo impõe que sejam anulados todos os 
atos praticados pelo juízo incompetente, por vezes até mesmo a acusação.
 Ver STF HC 68020, Rel. Min, Celso de Mello:
 HABEAS CORPUS - CRIME CONTRA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL -
CONDENAÇÃO EMANADA DA JUSTIÇA LOCAL - INCOMPETENCIA 
ABSOLUTA - INVALIDAÇÃO DO PROCEDIMENTO PENAL - ORDEM 
CONCEDIDA. A CARTA POLITICA, AO DEFINIR A COMPETÊNCIA PENAL DA 
JUSTIÇA FEDERAL COMUM, INCLUIU NAS SUAS ATRIBUIÇÕES 
JURISDICIONAIS, DENTRE OUTRAS HIPÓTESES, OS DELITOS COMETIDOS 
CONTRA BENS, SERVIÇOS E INTERESSES DAS EMPRESAS PUBLICAS 
FEDERAIS. A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, QUE E ENTE REVESTIDO DE 
PARAESTATALIDADE, SUBSUME-SE, EM FUNÇÃO DE EXPLICITA DEFINIÇÃO 
LEGAL (DL N. 759/69), A NOÇÃO DE EMPRESA PÚBLICA DA UNIÃO. 
INCOMPETENTE, ASSIM, RATIONE PERSONAE, A JUSTIÇA DO ESTADO-
MEMBRO PARA PROCESSAR E JULGAR CRIME DE ROUBO COMETIDO 
CONTRA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. DISSO RESULTA A NULIDADE 
ABSOLUTA DA PERSECUÇÃO PENAL INSTAURADA CONTRA O PACIENTE, A 
PARTIR DA DENUNCIA, INCLUSIVE, OFERECIDA PELO 
MINISTÉRIO PÚBLICO LOCAL. 
A Competência de JustiA Competência de Justiççaa
I I -- JustiJustiçças Especiais: II as Especiais: II –– JustiJustiçças Comuns:as Comuns:
a) Militares: a) Federal; a) Militares: a) Federal; 
a.1) Federal; b) Estaduala.1) Federal; b) Estadual
a.2) Estadual;a.2) Estadual;
b) Eleitoral;b) Eleitoral;
* Para encontrar a Justi* Para encontrar a Justiçça competente devem a competente devem 
ser analisadas: a natureza da infraser analisadas: a natureza da infraçção, a ão, a 
matmatééria e a pessoaria e a pessoa
Militar FederalMilitar Federal
 Compete o processo e julgamento dos Compete o processo e julgamento dos 
militares pertencentes militares pertencentes ààs fors forçças armadas.as armadas.
 Art. 124, CF: Art. 124, CF: ““Art. 124. Art. 124. àà JustiJustiçça Militar a Militar 
compete processar e julgar os crimes compete processar e julgar os crimes 
militares definidos em lei.militares definidos em lei.””
 O que O que éé um crime militar? Art. 9um crime militar? Art. 9ºº do do 
CPM CPM –– DecDec--LeiLei 1001/69 1001/69 
 Art. 9Art. 9ºº -- ConsideramConsideram--se crimes militares, em tempo de paz:se crimes militares, em tempo de paz:
I I -- os crimes de que trata este Cos crimes de que trata este Cóódigo, quando definidos de modo diverso na lei digo, quando definidos de modo diverso na lei 
penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposisalvo disposiçção ão 
especial;especial;
II II -- os crimes previstos neste Cos crimes previstos neste Cóódigo, embora tambdigo, embora tambéém o sejam com igual definim o sejam com igual definiçção ão 
na lei penal comum, quando praticados:na lei penal comum, quando praticados:
a) por militar em situaa) por militar em situaçção de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma ão de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma 
situasituaçção ou assemelhado;ão ou assemelhado;
b) por militar em situab) por militar em situaçção de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito ão de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito àà
administraadministraçção militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhão militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou ado, ou 
civil;civil;
c) por militar em servic) por militar em serviçço ou atuando em razão da funo ou atuando em razão da funçção, em comissão de natureza ão, em comissão de natureza 
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito àà administraadministraçção militar ão militar 
contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;
d) por militar durante o perd) por militar durante o perííodo de manobras, ou exercodo de manobras, ou exercíício, contra militar da reserva, cio, contra militar da reserva, 
ou reformado, ou assemelhado, ou civil;ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) Por militar em situae) Por militar em situaçção de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a ão de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a 
administraadministraçção militar, ou a ordem administrativa militar;ão militar, ou a ordem administrativa militar;
 f) por militar em situaf) por militar em situaçção de atividade ou assemelhado que, embora não estando em ão de atividade ou assemelhado que, embora não estando em 
serviserviçço, use armamento de propriedade militar ou qualquer material bo, use armamento de propriedade militar ou qualquer material béélico, sob lico, sob 
guarda, fiscalizaguarda, fiscalizaçção ou administraão ou administraçção militar, para a prão militar, para a práática de ato ilegal;tica de ato ilegal;
III III -- os crimes, praticados por militar da reserva ou reformado, ou pos crimes, praticados por militar da reserva ou reformado, ou por civil, contra as or civil, contra as 
instituiinstituiçções militares, considerandoões militares, considerando--se como tais não sse como tais não sóó os compreendidos no inciso os compreendidos no inciso 
I, como os do inciso II, nos seguintes casos:I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administraa) contra o patrimônio sob a administraçção militar, ou contra a ordem administrativa ão militar, ou contra a ordem administrativa 
militar;militar;
b) em lugar sujeito a administrab) em lugar sujeito a administraçção militar contra militar em situaão militar contra militar em situaçção de atividade ou ão de atividade ou 
assemelhado, ou contra funcionassemelhado, ou contra funcionáário de Ministrio de Ministéério militar ou da Justirio militar ou da Justiçça Militar, no a Militar, no 
exercexercíício de funcio de funçção inerente ao seu cargo;ão inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o perc) contra militar em formatura, ou durante o perííodo de prontidão, vigilância, odo de prontidão, vigilância, 
observaobservaçção, exploraão, exploraçção, exercão, exercíício, acampamento, acantonamento ou manobras;cio, acampamento, acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito d) ainda que fora do lugar sujeito àà administraadministraçção militar, contra militar em funão militar, contra militar em funçção ão 
da natureza militar, ou no desempenho de servida natureza militar, ou no desempenho de serviçço de vigilância, garantia e o de vigilância, garantia e 
preservapreservaçção da ordem pão da ordem púública, administrativa ou judiciblica, administrativa ou judiciáária, quando legalmente ria, quando legalmente 
requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinarequisitado para aquele fim, ou em obediência a determinaçção legal superior.ão legal superior.
ParParáágrafo grafo úúnico. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra nico. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra 
a vida e cometidos contra civil, serão da competência da justia vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiçça comum.a comum.
AtenAtenççaoao: O COM sofreu altera: O COM sofreu alteraçções por meio da Lei 9299/96ões por meio da Lei 9299/96Em resumo:Em resumo:
a) Seja uma condita ta) Seja uma condita tíípica do CPM (crime militar)pica do CPM (crime militar)
b) Esteja presente uma das situab) Esteja presente uma das situaçções previstas no artigo ões previstas no artigo 
99ºº, CPM;, CPM;
c) A atividade jurisprudencial tem restringido a amplitude c) A atividade jurisprudencial tem restringido a amplitude 
da JM, pois sua atuada JM, pois sua atuaçção deve ser excepcional, nos casos ão deve ser excepcional, nos casos 
de efetiva violade efetiva violaçção de dever militar ou afetaão de dever militar ou afetaçção direta de ão direta de 
bens militares. Nesse sentido, bens militares. Nesse sentido, KaramKaram, p. 15: , p. 15: ““A leitura A leitura 
literal e burocrliteral e burocráática da regra contida na altica da regra contida na alíínea nea ‘‘aa’’ do do 
inciso II, do artigo 9inciso II, do artigo 9ºº. do C. do Cóódigo Penal Militar, digo Penal Militar, 
conduzindo ao reconhecimento de natureza militar em conduzindo ao reconhecimento de natureza militar em 
qualquer conduta praticada por militar em situaqualquer conduta praticada por militar em situaçção de ão de 
atividade contra militar na mesma situaatividade contra militar na mesma situaçção ão –– leitura que leitura que 
ainda prevalece na jurisprudência do STF*, conflita com ainda prevalece na jurisprudência do STF*, conflita com 
essa excepcionalidade, acabando por desconsiderar o essa excepcionalidade, acabando por desconsiderar o 
inafastinafastáávelvel critcritéério do bem jurrio do bem juríídico tutelado e por dico tutelado e por 
confundir o crime militar com o crime do militarconfundir o crime militar com o crime do militar””
* No STF, atualmente:* No STF, atualmente:
DIREITO PROCESSUAL PENAL. JURISDIÇÃO. JUSTIÇA MILITAR. 
CRIMES DE FALSUM POR MILITAR. FALSIFICAÇÃO DE ASSINATURA 
DE OFICIAL SUPERIOR. UTILIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES E MEIOS 
DA ORGANIZAÇÃO MILITAR. HABEAS CORPUS. DENEGAÇÃO. 1. 
Três são as questões relacionadas à presente causa: a) competência 
da justiça militar para a causa; b) ausência de justa causa para a 
deflagração da ação penal; c) inépcia da denúncia. 2. Competência 
para receber a denúncia oferecida e, conseqüentemente, para 
processar e julgar a ação penal, é da justiça militar, eis que as 
imputações relativas ao paciente dizem respeito à condição de 
militar, utilizando-se de instalações e meios pertencentes à
Organização Militar, com objetivo de outros militares apresentarem 
informações falsas supostamente fornecidas pela Administração 
Militar. 3. Prejuízos causados à fé pública da Administração Militar. 
4. Ausência de justa causa para a deflagração da ação penal e 
inépcia da denúncia: matérias que demandam instrução probatória, 
inviável em sede de habeas corpus. 5. Habeas corpus denegado. 
(HC 91860 / RS - Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, j. 24/06/2008)
 HABEAS CORPUS. CRIMES DE HOMICÍDIO E LESÃO CORPORAL GRAVE 
CONTRA MILITAR EM OPERAÇÃO DE TRANSPORTE DE FARDAMENTO DO 
EXÉRCITO. COLISÃO DO VEÍCULO DO PACIENTE COM A VIATURA MILITAR. 
IMPUTAÇÃO DE DOLO EVENTUAL. AGENTE CIVIL. INOCORRÊNCIA DE CRIME 
MILITAR. INTERPRETAÇÃO ESTRITA DA FUNÇÃO DE NATUREZA MILITAR. 
EXCEPCIONALIDADE DA JUSTIÇA CASTRENSE PARA O JULGAMENTO DE 
CIVIS, EM TEMPO DE PAZ. 
 1. Ao contrário do entendimento do Superior Tribunal Militar, é excepcional a 
competência da Justiça Castrense para o julgamento de civis, em tempo de 
paz. A tipificação da conduta de agente civil como crime militar está a 
depender do "intuito de atingir, de qualquer modo, a Força, no sentido de 
impedir, frustrar, fazer malograr, desmoralizar ou ofender o militar ou o 
evento ou situação em que este esteja empenhado" (CC 7.040, da relatoria 
do ministro Carlos Velloso). 2. O cometimento do delito militar por agente civil 
em tempo de paz se dá em caráter excepcional. Tal cometimento se traduz 
em ofensa àqueles bens jurídicos tipicamente associados à função de 
natureza militar: defesa da Pátria, garantia dos poderes constitucionais, da 
Lei e da ordem (art. 142 da Constituição Federal). 3. No caso, a despeito de 
as vítimas estarem em serviço no momento da colisão dos veículos, nada há
na denúncia que revele a vontade do paciente de se voltar contra as Forças 
Armadas, tampouco a de impedir a continuidade de eventual operação militar 
ou atividade genuinamente castrense. 4. Ordem concedida para anular o 
processo-crime, inclusive a denúncia. (HC 86216 / MG, Relator(a): Min. 
CARLOS BRITTO, J. 19/02/2008)
Pode um civil ser processado e julgado na Pode um civil ser processado e julgado na JMFederalJMFederal??
 ApApóós a CF/88, que transferiu para o art. s a CF/88, que transferiu para o art. 
99ºº a solua soluçção da questão hão da questão háá esta esta 
possibilidade. Pois, dividempossibilidade. Pois, dividem--se os crimes se os crimes 
militares em:militares em:
 PrPróóprios prios –– que somente podem ser que somente podem ser 
cometidos por militares (ex. insubmissão, cometidos por militares (ex. insubmissão, 
art. 183, CPMI);art. 183, CPMI);
 ImprImpróóprios prios –– podem ser cometidos por podem ser cometidos por 
militares e civis; militares e civis; 
HCHC 91003 / BA 91003 / BA -- BAHIABAHIA
Relator(a):Relator(a): Min. CMin. CÁÁRMEN LRMEN LÚÚCIACIA
Julgamento:Julgamento: 22/05/200722/05/2007 ÓÓrgão Julgador:rgão Julgador: Primeira Turma Primeira Turma 
 EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL MILITAR. EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL MILITAR. 
PROCESSUAL PENAL MILITAR. CRIME DOLOSO PRATICADO POR PROCESSUAL PENAL MILITAR. CRIME DOLOSO PRATICADO POR 
CIVIL CONTRA A VIDA DE MILITAR DA AERONCIVIL CONTRA A VIDA DE MILITAR DA AERONÁÁUTICA EM UTICA EM 
SERVISERVIÇÇO: COMPETÊNCIA DA JUSTIO: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇÇA MILITAR PARA A MILITAR PARA 
PROCESSAMENTO E JULGAMENTO DA APROCESSAMENTO E JULGAMENTO DA AÇÇÃO PENAL: ART. 9ÃO PENAL: ART. 9ºº, INC. , INC. 
III, ALIII, ALÍÍNEA D, DO CNEA D, DO CÓÓDIGO PENAL MILITAR: DIGO PENAL MILITAR: 
CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. HABEAS CORPUS CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. HABEAS CORPUS 
DENEGADO. DENEGADO. 
 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal éé no sentido de ser no sentido de ser 
constitucional o julgamento dos crimes dolosos contra a vida de constitucional o julgamento dos crimes dolosos contra a vida de 
militar em servimilitar em serviçço pela justio pela justiçça castrense, sem a submissão destes a castrense, sem a submissão destes 
crimes ao Tribunal do Jcrimes ao Tribunal do Júúri, nos termos do o art. 9ri, nos termos do o art. 9ºº, inc. III, "d", do , inc. III, "d", do 
CCóódigo Penal Militar.digo Penal Militar.
 2. Habeas corpus denegado. 2. Habeas corpus denegado. 
JustiJustiçça Militar Estaduala Militar Estadual
 Art. 125. Os Estados organizarão sua JustiArt. 125. Os Estados organizarão sua Justiçça, observados os a, observados os 
princprincíípios estabelecidos nesta Constituipios estabelecidos nesta Constituiçção.ão.
 §§ 33ºº A lei estadual poderA lei estadual poderáá criar, mediante proposta do T criar, mediante proposta do T ribunalribunal de de 
JustiJustiçça, a Justia, a Justiçça Militar estadual, constitua Militar estadual, constituíída, em primeiro grau, da, em primeiro grau, 
pelos jupelos juíízes de direito e pelos Conselhos de Justizes de direito e pelos Conselhos de Justiçça e, em segundo a e, em segundo 
grau, pelo prgrau, pelo próóprio Tribunal de Justiprio Tribunal de Justiçça, ou por Tribunal de Justia, ou por Tribunal de Justiçça a 
Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinMilitar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil te mil 
integrantes. integrantes. (Reda(Redaçção dada pela Emenda Constitucional não dada pela Emenda Constitucional nºº 45, de 45, de 
2004)2004)
 §§ 44ºº Compete Compete àà JustiJustiçça Militar estadual processar e julgaros a Militar estadual processar e julgar os 
militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e amilitares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as s 
aaçções judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a ões judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a 
competência do jcompetência do júúri quando a vri quando a víítima for civil, cabendo ao tribunal tima for civil, cabendo ao tribunal 
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficicompetente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais ais 
e da graduae da graduaçção das praão das praçças. as. (Reda(Redaçção dada pela Emenda ão dada pela Emenda 
Constitucional nConstitucional nºº 45, de 2004)45, de 2004)
 §§ 55ºº Compete aos juCompete aos juíízes de direito do juzes de direito do juíízo militar processar e zo militar processar e 
julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civijulgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e s e 
as aas açções judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao ões judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao 
Conselho de JustiConselho de Justiçça, sob a presidência de juiz de direito, processar e a, sob a presidência de juiz de direito, processar e 
julgar os demais crimes militares. julgar os demais crimes militares. (Inclu(Incluíído pela Emenda do pela Emenda 
Constitucional nConstitucional nºº 45, de 2004)45, de 2004)
CritCritéérios:rios:
 Seja uma conduta tipificada no CPMI (crime militar);Seja uma conduta tipificada no CPMI (crime militar);
 PresenPresençça das situaa das situaçções descritas no art. 9ões descritas no art. 9ºº;;
 O agente dever ser militar do Estado;O agente dever ser militar do Estado;
 Efetiva violaEfetiva violaçção de dever militar ou afetaão de dever militar ou afetaçção direta de ão direta de 
bens militaresbens militares
 Ver SVer Súúmula 06, STJ: mula 06, STJ: ““COMPETE A JUSTICOMPETE A JUSTIÇÇA COMUM A COMUM 
ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR DELITO DECORRENTE ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR DELITO DECORRENTE 
DE ACIDENTE DE TRANSITO ENVOLVENDO VIATURA DE DE ACIDENTE DE TRANSITO ENVOLVENDO VIATURA DE 
POLICIA MILITAR, SALVO SE AUTOR E VITIMA FOREM POLICIA MILITAR, SALVO SE AUTOR E VITIMA FOREM 
POLICIAIS MILITARES EM SITUAPOLICIAIS MILITARES EM SITUAÇÇÃO DE ATIVIDADE.ÃO DE ATIVIDADE.””
 Em face do disposto no Em face do disposto no §§ 44ºº, 125, na JME não h, 125, na JME não háá a a 
possibilidade de serem processados e julgados civis.possibilidade de serem processados e julgados civis.
 OBS OBS -- Os crimes de que trata este artigo, quando Os crimes de que trata este artigo, quando 
dolosos contra a vida e cometidos contra civil, dolosos contra a vida e cometidos contra civil, 
serão da competência da justiserão da competência da justiçça comum.a comum.
JustiJustiçça Eleitoral (especial)a Eleitoral (especial)
 Art. 121, CF: Lei complementar disporArt. 121, CF: Lei complementar disporáá sobre a sobre a 
organizaorganizaçção e competência dos tribunais, dos ão e competência dos tribunais, dos 
jujuíízes de direito e das juntas eleitorais. Assim, zes de direito e das juntas eleitorais. Assim, 
quem define os casos de atuaquem define os casos de atuaçção do J. Eleitoral ão do J. Eleitoral 
éé o Co Cóódigo Eleitoral (Lei 4737/65 digo Eleitoral (Lei 4737/65 –– Dos Crimes Dos Crimes 
Eleitorais Eleitorais artsarts. 289 a 354). 289 a 354)
 Procedimento da Lei 9.099/95: hProcedimento da Lei 9.099/95: háá divergência divergência 
sobre a sua aplicabilidade aos crimes eleitorais, sobre a sua aplicabilidade aos crimes eleitorais, 
todavia, consolidatodavia, consolida--se o entendimento de que os se o entendimento de que os 
procedimentos aplicamprocedimentos aplicam--se. Ver TSE HC 332se. Ver TSE HC 332--RJ.RJ.
 Em casos de conexão, prevalece sobre as Em casos de conexão, prevalece sobre as 
comuns e cinde em relacomuns e cinde em relaçção ão ààs militaress militares
 Conexão com doloso contra a vida cisão.Conexão com doloso contra a vida cisão.
JustiJustiçça Federala Federal
Art. 109. Aos juArt. 109. Aos juíízes federais compete processar e julgar:zes federais compete processar e julgar:
 IV IV -- os crimes polos crimes polííticos e as infraticos e as infraçções penais praticadas em detrimento de ões penais praticadas em detrimento de 
bens, servibens, serviçços ou interesse da União ou de suas entidades autos ou interesse da União ou de suas entidades autáárquicas ou rquicas ou 
empresas pempresas púúblicas, exclublicas, excluíídas as contravendas as contravençções e ressalvada a competência ões e ressalvada a competência 
da Justida Justiçça Militar e da Justia Militar e da Justiçça Eleitoral;a Eleitoral;
 V V -- os crimes previstos em tratado ou convenos crimes previstos em tratado ou convençção internacional, quando, ão internacional, quando, 
iniciada a execuiniciada a execuçção no Paão no Paíís, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no s, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no 
estrangeiro, ou reciprocamente;estrangeiro, ou reciprocamente;
 VV--A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o §§ 55ºº deste deste 
artigo;artigo;(Inclu(Incluíído pela Emenda Constitucional ndo pela Emenda Constitucional nºº 45, de 2004)45, de 2004)
 VI VI -- os crimes contra a organizaos crimes contra a organizaçção do trabalho e, nos casos determinados ão do trabalho e, nos casos determinados 
por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômicopor lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico--financeira;financeira;
 VII VII -- os "habeasos "habeas--corpus", em matcorpus", em matééria criminal de sua competência ou ria criminal de sua competência ou 
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não esquando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam tejam 
diretamente sujeitos a outra jurisdidiretamente sujeitos a outra jurisdiçção;ão;
 VIII VIII -- os mandados de seguranos mandados de segurançça e os "habeasa e os "habeas--data" contra ato de data" contra ato de 
autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribuautoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais nais 
federais;federais;
 IX IX -- os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a a 
competência da Justicompetência da Justiçça Militar;a Militar;
 X X -- os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a a 
execuexecuçção de carta rogatão de carta rogatóória, apria, apóós o "s o "exequaturexequatur", e de senten", e de sentençça a 
estrangeira, apestrangeira, apóós a homologas a homologaçção, as causas referentes ão, as causas referentes àà nacionalidade, nacionalidade, 
inclusive a respectiva opinclusive a respectiva opçção, e ão, e àà naturalizanaturalizaçção;ão;
 Bens, serviBens, serviçços, ou interesse da União, suas entidades os, ou interesse da União, suas entidades 
autautáárquicas ou empresas prquicas ou empresas púúblicas: interpretablicas: interpretaçção ão 
restritiva (nãorestritiva (não--analanalóógica). gica). CrimesCrimes (contraven(contravençção fora) ão fora) 
praticados em detrimento de bens, servipraticados em detrimento de bens, serviçços ou interesse os ou interesse 
da União ou de suas entidades autda União ou de suas entidades autáárquicas ou empresas rquicas ou empresas 
ppúúblicas. Não pode haver interpretablicas. Não pode haver interpretaçção extensiva em ão extensiva em 
razão dos princrazão dos princíípios da legalidade e do Juiz Natural.pios da legalidade e do Juiz Natural.
 Ex: CEF autarquia x BB empresa de economia mista.Ex: CEF autarquia x BB empresa de economia mista.
 Correios JF x Agência franqueadaComum Correios JF x Agência franqueada Comum 
 Interesse federal/da União Interesse federal/da União –– depende do caso concreto. depende do caso concreto. 
Ver Ver artsarts. 20 e 21 da CF que auxiliam a dar um norte. . 20 e 21 da CF que auxiliam a dar um norte. 
 Ex: falsificaEx: falsificaçção de moeda 21, VII, contra o sistema ão de moeda 21, VII, contra o sistema 
financeiro, 21 VIII, contra tributos federais, INSS (ver financeiro, 21 VIII, contra tributos federais, INSS (ver 
delitos dos artigos 168delitos dos artigos 168--A e 337A e 337--A, do CP).A, do CP).
 Servidor pServidor púúblico federal blico federal –– autor ou vautor ou víítima no tima no 
exercexercíício das suas funcio das suas funçções. V. ões. V. SSúúmm. 147, STJ:. 147, STJ:
““COMPETE A JUSTICOMPETE A JUSTIÇÇA FEDERAL PROCESSAR E A FEDERAL PROCESSAR E 
JULGAR OS CRIMES PRATICADOS CONTRA JULGAR OS CRIMES PRATICADOS CONTRA 
FUNCIONARIO PUBLICO FEDERAL, QUANDO FUNCIONARIO PUBLICO FEDERAL, QUANDO 
RELACIONADOS COM O EXERCICIO DA RELACIONADOS COM O EXERCICIO DA 
FUNFUNÇÇÃOÃO””..
 Não esquecer que na estrutura do JF existe o Não esquecer que na estrutura do JF existe o 
Tribunal do JTribunal do Júúri, de modo que o delito praticado ri, de modo que o delito praticado 
pelo servidor ou contra ele (pelo servidor ou contra ele (propterpropter offuciumoffucium) ) 
for doloso contra vida, tentado ou consumado, a for doloso contra vida, tentado ou consumado, a 
competência sercompetência seráá o Tribunal do Jo Tribunal do Júúri Federal ri Federal 
 -- Art. 109, V Art. 109, V –– crimes previstos em tratados ou convencrimes previstos em tratados ou convençções internacionais. ões internacionais. 
Quando iniciada a execuQuando iniciada a execuçção no territão no territóório nacional o resultado tenha ou rio nacional o resultado tenha ou 
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou o reverso (Transnacionaldevesse ter ocorrido no estrangeiro, ou o reverso (Transnacional). EX: ). EX: 
TrTrááfico de mulheres, crianfico de mulheres, criançças e drogas.as e drogas.
 OBS TrOBS Trááfico fico –– alteraalteraçção trazida pela Lei 11.343/06 (art. 70) em se tratando ão trazida pela Lei 11.343/06 (art. 70) em se tratando 
de delito de trde delito de trááfico internacional, se no municfico internacional, se no municíípio em que for praticado o pio em que for praticado o 
delito não houver vara federal serdelito não houver vara federal seráá competente a circunscricompetente a circunscriçção federal mais ão federal mais 
prpróóxima, ao passo que na lei anterior ficava na competência da Varaxima, ao passo que na lei anterior ficava na competência da Vara local. local. 
(LEMBRAR QUE SE NÃO HOUVER PROVA DA INTERNACIONALIDADE (LEMBRAR QUE SE NÃO HOUVER PROVA DA INTERNACIONALIDADE ÉÉ DE DE 
COMP. DA ESTADUAL) COMP. DA ESTADUAL) –– ver ver SSúúmm. 522, do STF:. 522, do STF:
““SALVO OCORRÊNCIA DE TRSALVO OCORRÊNCIA DE TRÁÁFICO PARA O EXTERIOR, QUANDO, ENTÃO, A FICO PARA O EXTERIOR, QUANDO, ENTÃO, A 
COMPETÊNCIA SERCOMPETÊNCIA SERÁÁ DA JUSTIDA JUSTIÇÇA FEDERAL, COMPETE A FEDERAL, COMPETE ÀÀ JUSTIJUSTIÇÇA DOS A DOS 
ESTADOS O PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES RELATIVOS A ESTADOS O PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES RELATIVOS A 
ENTORPECENTES.ENTORPECENTES.””
# A internacionalidade não pode ser presumida, deve haver prova # A internacionalidade não pode ser presumida, deve haver prova do do 
transbordo da fronteira.transbordo da fronteira.
 O caso do inciso VI e O caso do inciso VI e §§ 55ºº EC 45. Deslocamento de competência que atenta contra o EC 45. Deslocamento de competência que atenta contra o 
juiz natural e a legalidade em face da vagueza da redajuiz natural e a legalidade em face da vagueza da redaçção. Parece tratarão. Parece tratar--se de se de 
dispositivo natimorto. Ora qualquer homicdispositivo natimorto. Ora qualquer homicíídio atenta gravemente contra os direitos dio atenta gravemente contra os direitos 
humanos.humanos.
 Inciso VI Inciso VI –– crimes contra a organizacrimes contra a organizaçção do trabalho (ão do trabalho (artsarts. 197 a 207, CP) # somente . 197 a 207, CP) # somente 
quando do delito afetar as instituiquando do delito afetar as instituiçções do trabalho ou coletivamente os ões do trabalho ou coletivamente os 
trabalhadores.trabalhadores.
Crimes contra a organizaCrimes contra a organizaçção do trabalho. Reduão do trabalho. Reduçção a condião a condiçção anão anááloga loga àà de de 
escravo/frustraescravo/frustraçção de direito assegurado por lei trabalhista.ão de direito assegurado por lei trabalhista.
Competência (federal/estadual).Competência (federal/estadual).
1. A competência 1. A competência éé federal quando se trata de ofensa ao sistema "de federal quando se trata de ofensa ao sistema "de óórgãos e rgãos e 
instituiinstituiçções que preservam coletivamente os direitos do trabalho".ões que preservam coletivamente os direitos do trabalho".
2. Na hip2. Na hipóótese, portese, poréém, de ofensa enderem, de ofensa endereççada a trabalhadores individualmente ada a trabalhadores individualmente 
considerados, a competência considerados, a competência éé estadual.estadual.
3. Precedentes do STJ.3. Precedentes do STJ.
4. Caso de competência estadual.4. Caso de competência estadual.
5. Recurso ordin5. Recurso ordináário provido (ordem concedida), declarados nulos somente os atos rio provido (ordem concedida), declarados nulos somente os atos 
decisdecisóórios.rios.
(RHC 15755/MT, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado(RHC 15755/MT, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 17/02/2006, em 17/02/2006, 
DJ 22/05/2006 p. 249)DJ 22/05/2006 p. 249)
 Delitos contra a ordem tributDelitos contra a ordem tributáária ria –– natureza do tributonatureza do tributo
 Delitos contra o sistema financeiro Delitos contra o sistema financeiro –– art. 26 da Lei 7.492/86.art. 26 da Lei 7.492/86.
 Lavagem ou ocultaLavagem ou ocultaçção de bens, apenas nos casos do art. 2ão de bens, apenas nos casos do art. 2ºº, III, da Lei , III, da Lei 
9.613/989.613/98
 ATENATENÇÇÃO ÃO –– Lei 8.176/91 Lei 8.176/91 –– delitos contra a ordem econômica e delitos contra a ordem econômica e 
armazenamento de combustarmazenamento de combustííveis veis –– AdulteraAdulteraçção ão –– JE ver STF JE ver STF RExtRExt 454.735454.735--
0/SP0/SP
 Inciso VII e VIII Inciso VII e VIII –– HCsHCs em que o ato ou constrangimento ilegal decorrer em que o ato ou constrangimento ilegal decorrer 
autoridade federal ou disser respeito a crime de competência fedautoridade federal ou disser respeito a crime de competência federal, MS a eral, MS a 
mesma coisa. mesma coisa. 
 Inciso IX Inciso IX -- navios e aeronaves com capacidade de deslocamento navios e aeronaves com capacidade de deslocamento 
internacional v. internacional v. artsarts. 89 e 90 CPP;. 89 e 90 CPP;
 Inciso X Inciso X –– crime de ingresso e permanência irregular de estrangeiro crime de ingresso e permanência irregular de estrangeiro –– art. art. 
338, CP, bem como execu338, CP, bem como execuçção de carta rogatão de carta rogatóória ria 
 Inciso XI Inciso XI -- ÍÍndio ndio sumsum, 140 STJ. , 140 STJ. ““COMPETE A JUSTICOMPETE A JUSTIÇÇA A 
COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR CRIME EM COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR CRIME EM 
QUE O INDIGENA FIGURE COMO AUTOR OU VITIMA.QUE O INDIGENA FIGURE COMO AUTOR OU VITIMA.““
 JustiJustiçça comum mas ha comum mas háá grande discussão em face do que grande discussão em face do que 
dispõe o art. 231 CF, sobre protedispõe o art. 231 CF, sobre proteçção a cultura terras ão a cultura terras 
direitos e interesses.direitos e interesses.
 RERE 351487 / RR 351487 / RR -- RORAIMARORAIMA
RECURSO EXTRAORDINRECURSO EXTRAORDINÁÁRIORIO
Relator(a):Relator(a): Min. CEZAR PELUSOMin. CEZAR PELUSO
Julgamento:Julgamento: 03/08/200603/08/2006
 EMENTAS: 1. CRIME. GenocEMENTAS: 1. CRIME. Genocíídio. Definidio. Definiççãolegal. Bem jurão legal. Bem juríídico protegido. dico protegido. 
Tutela penal da existência do grupo racial, Tutela penal da existência do grupo racial, éétnico, nacional ou religioso, a tnico, nacional ou religioso, a 
que pertence a pessoa ou pessoas imediatamente lesionadas. Delitque pertence a pessoa ou pessoas imediatamente lesionadas. Delito de o de 
carcarááter coletivo ou ter coletivo ou transindividualtransindividual. Crime contra a diversidade humana . Crime contra a diversidade humana 
como tal. Consumacomo tal. Consumaçção mediante aão mediante açções que, lesivas ões que, lesivas àà vida, integridade vida, integridade 
ffíísica, liberdade de locomosica, liberdade de locomoçção e a outros bens jurão e a outros bens juríídicos individuais, dicos individuais, 
constituem modalidade executconstituem modalidade executóórias. Inteligência do art. 1rias. Inteligência do art. 1ºº da Lei nda Lei nºº
2.889/56, e do art. 22.889/56, e do art. 2ºº da Convenda Convençção contra o Genocão contra o Genocíídio, ratificada pelo dio, ratificada pelo 
Decreto nDecreto nºº 30.822/52. O tipo penal do delito de genoc30.822/52. O tipo penal do delito de genocíídio protege, em dio protege, em 
todas as suas modalidades, bem jurtodas as suas modalidades, bem juríídico coletivo ou dico coletivo ou transindividualtransindividual, , 
figurado na existência do grupo racial, figurado na existência do grupo racial, éétnico ou religioso, a qual tnico ou religioso, a qual éé posta posta 
em risco por aem risco por açções que podem tambões que podem tambéém ser ofensivas a bens jurm ser ofensivas a bens juríídicos dicos 
individuais, como o direito individuais, como o direito àà vida, a integridade fvida, a integridade fíísica ou mental, a sica ou mental, a 
liberdade de locomoliberdade de locomoçção etc.. 2. CONCURSO DE CRIMES. Genocão etc.. 2. CONCURSO DE CRIMES. Genocíídio. Crime dio. Crime 
unitunitáário. Delito praticado mediante execurio. Delito praticado mediante execuçção de doze ão de doze homichomicíídiosdios como como 
crime continuado. Concurso aparente de normas. Não caracterizacrime continuado. Concurso aparente de normas. Não caracterizaçção. Caso ão. Caso 
de concurso formal. Penas cumulativas. Ade concurso formal. Penas cumulativas. Açções criminosas resultantes de ões criminosas resultantes de 
desdesíígnios autônomos. Submissão tegnios autônomos. Submissão teóórica ao art. 70, caput, segunda parte, rica ao art. 70, caput, segunda parte, 
do Cdo Cóódigo Penal. Condenadigo Penal. Condenaçção dos rão dos rééus apenas pelo delito de genocus apenas pelo delito de genocíídio. dio. 
Recurso exclusivo da defesa. Impossibilidade de Recurso exclusivo da defesa. Impossibilidade de reformatioreformatio in in peiuspeius. Não . Não 
podem os rpodem os rééus, que cometeram, em concurso formal, na execuus, que cometeram, em concurso formal, na execuçção do delito ão do delito 
de genocde genocíídio, doze dio, doze homichomicíídios,dios, receber a pena destes alreceber a pena destes aléém da pena m da pena 
daquele, no âmbito de recurso exclusivo da defesa. 3. COMPETÊNCIdaquele, no âmbito de recurso exclusivo da defesa. 3. COMPETÊNCIA A 
CRIMINAL. ACRIMINAL. Açção penal. Conexão. Concurso formal entre genocão penal. Conexão. Concurso formal entre genocíídio e dio e 
homichomicíídiosdios dolosos agravados. Feito da competência da Justidolosos agravados. Feito da competência da Justiçça Federal. a Federal. 
Julgamento cometido, em tese, ao tribunal do jJulgamento cometido, em tese, ao tribunal do júúri. Inteligência do art. 5ri. Inteligência do art. 5ºº, , 
XXXVIII, da CF, e art. 78, I, cc. art. 74, XXXVIII, da CF, e art. 78, I, cc. art. 74, §§ 11ºº, do C, do Cóódigo de Processo Penal. digo de Processo Penal. 
CondenaCondenaçção exclusiva pelo delito de genocão exclusiva pelo delito de genocíídio, no judio, no juíízo federal zo federal 
monocrmonocráático. Recurso exclusivo da defesa. tico. Recurso exclusivo da defesa. ImprovimentoImprovimento. Compete ao . Compete ao 
tribunal do jtribunal do júúri da Justiri da Justiçça Federal julgar os delitos de genoca Federal julgar os delitos de genocíídio e de dio e de 
homichomicíídiodio ou ou homichomicíídiosdios dolosos que constitudolosos que constituííram modalidade de sua ram modalidade de sua 
execuexecuçção. ão. 
AIAI--AgRAgR 496653 / AP 496653 / AP -- AMAPAMAPÁÁ
AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTOAG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Relator(a):Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSAMin. JOAQUIM BARBOSA
Julgamento:Julgamento: 06/12/200506/12/2005
 EMENTA: RECURSO EXTRAORDINEMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁÁRIO RIO 
CRIMINAL. CRIMINAL. HOMICHOMICÍÍDIO.DIO. CRIME CRIME 
PRATICADO POR PRATICADO POR ÍÍNDIONDIO CONTRA CONTRA ÍÍNDIA. NDIA. 
COMPETÊNCIA DA JUSTICOMPETÊNCIA DA JUSTIÇÇA COMUM. Não A COMUM. Não 
havendo disputa sobre direitos indhavendo disputa sobre direitos indíígenas, genas, 
a competência para processar e julgar as a competência para processar e julgar as 
causas em que envolvido indcausas em que envolvido indíígena, seja gena, seja 
como sujeito ativo ou sujeito passivo do como sujeito ativo ou sujeito passivo do 
delito, delito, éé da Justida Justiçça estadual. Agravo a estadual. Agravo 
regimental a que se nega provimento. regimental a que se nega provimento. 
RERE 270379 / MS 270379 / MS -- MATO GROSSO DO SULMATO GROSSO DO SUL
RECURSO EXTRAORDINRECURSO EXTRAORDINÁÁRIORIO
Relator(a):Relator(a): Min. MAURMin. MAURÍÍCIO CORRÊACIO CORRÊA
Julgamento:Julgamento: 17/04/200117/04/2001
 EMENTA: RECURSO EXTRAORDINEMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁÁRIO. CONSTITUCIONAL. RIO. CONSTITUCIONAL. 
PROCESSUAL. PROCESSUAL. HOMICHOMICÍÍDIODIO PRATICADO CONTRA INDPRATICADO CONTRA INDÍÍGENA EM GENA EM 
RAZÃO DE DISPUTA DE TERRAS. COMPETÊNCIA: JUSTIRAZÃO DE DISPUTA DE TERRAS. COMPETÊNCIA: JUSTIÇÇA A 
FEDERAL. 1. A ConstituiFEDERAL. 1. A Constituiçção Federal, em seu artigo 231, impõe ão Federal, em seu artigo 231, impõe àà
União o dever de preservar as populaUnião o dever de preservar as populaçções indões indíígenas, preservando, genas, preservando, 
sem ordem de preferência, mas na realidade existencial do sem ordem de preferência, mas na realidade existencial do 
conjunto, sua cultura, sua terra, sua vida. 2. Sendo a vida do conjunto, sua cultura, sua terra, sua vida. 2. Sendo a vida do ííndiondio
tutelada pela União, tutelada pela União, éé competente a Justicompetente a Justiçça Federal para processar a Federal para processar 
e julgar crime praticado contra a vida do e julgar crime praticado contra a vida do ííndiondio em razão de disputa em razão de disputa 
de terras, não estando a Justide terras, não estando a Justiçça Estadual, na presente ordem a Estadual, na presente ordem 
constitucional, legitimada a conhecer da aconstitucional, legitimada a conhecer da açção penal proposta. 3. ão penal proposta. 3. 
Delito praticado na vigência da Emenda Constitucional nDelito praticado na vigência da Emenda Constitucional nºº 01/69. 01/69. 
DenDenúúncia validamente recebida em setembro de 1988. Promulgancia validamente recebida em setembro de 1988. Promulgaçção ão 
da Constituida Constituiçção Federal de 1988. Incompetência superveniente da ão Federal de 1988. Incompetência superveniente da 
JustiJustiçça Estadual. Deslocamento do processo a Estadual. Deslocamento do processo àà JustiJustiçça Federal. a Federal. 
Recurso extraordinRecurso extraordináário conhecido e provido, para anular o processo rio conhecido e provido, para anular o processo 
a partir do interrogata partir do interrogatóório, inclusive. rio, inclusive. 
 Crime ambientalCrime ambiental éé de competência da JE salvo se de competência da JE salvo se 
praticado contra bens ou interesses da União ou seja: praticado contra bens ou interesses da União ou seja: 
floresta Amazônica Brasileira, Mata Atlântica, Pantanal floresta Amazônica Brasileira, Mata Atlântica, Pantanal 
MatoMato--Grossense e Zona costeira, nos termos do Grossense e Zona costeira,nos termos do §§44ºº do do 
art. 225, da CF.art. 225, da CF.
 “§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, 
a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona 
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-
á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso 
dos recursos naturais.”
 Crimes praticados fora do territCrimes praticados fora do territóório nacional rio nacional não não 
são automaticamente de competência federal. Art. 7são automaticamente de competência federal. Art. 7ºº do do 
CP (extraterritorialidade da lei pCP (extraterritorialidade da lei páátria). Ex. casal paulista tria). Ex. casal paulista 
vai para o Uruguai e o marido mata a mulher, na volta vai para o Uruguai e o marido mata a mulher, na volta 
ao BR ao BR éé preso em face de operapreso em face de operaçção conjunta das ão conjunta das 
polpolíícias. cias. ÉÉ delito comum não previsto no art. 109, delito comum não previsto no art. 109, 
portanto J Estadual, jportanto J Estadual, júúri da comarca de SP.ri da comarca de SP.
 Mas, se o crime foi praticado no exterior em detrimento Mas, se o crime foi praticado no exterior em detrimento 
de bens ou interesse da União, federal, não por que foi de bens ou interesse da União, federal, não por que foi 
cometido no exterior, mas por incidência do art. 109. IV, cometido no exterior, mas por incidência do art. 109. IV, 
da CF. da CF. 
 Qual o foro competente (local)?
 O local da infração como regra: arts. 70 e 
71 CPP:
 Onde a infração penal ocorreu atingindo 
resultado. Teoria do resultado –
consumação. 
 Tentativa se verifica a competência pelo 
local onde se deu o último ato de 
execução. V. art. 14 CP
 Delito Delito PlurilocalPlurilocal::
 Ex. homicEx. homicíídio dio –– atropelamento ocorrido em atropelamento ocorrido em 
Agudo, vAgudo, víítima levada ao Hospital de Santa tima levada ao Hospital de Santa 
Maria, vindo a falecer lMaria, vindo a falecer láá. Pela regra seria . Pela regra seria 
competente o jucompetente o juíízo de Sta. Maria, mas em razão zo de Sta. Maria, mas em razão 
de um critde um critéério probatrio probatóório criourio criou--se um se um ““conceito conceito 
de consumade consumaççãoão”” que adota a teoria da que adota a teoria da 
atividade. Assim o lugar da infraatividade. Assim o lugar da infraçção serão seráá aquele aquele 
no qual se esgotou o potencial lesivo da no qual se esgotou o potencial lesivo da 
infrainfraçção, ainda que distinto do resultado.ão, ainda que distinto do resultado.
 Continuidade delitiva em locais diversos Continuidade delitiva em locais diversos 
art. 71 a competência serart. 71 a competência seráá dada pela prevendada pela prevençção. ão. 
 Crimes praticados fora do territCrimes praticados fora do territóório rio 
nacional nacional –– qdoqdo for caso de aplicafor caso de aplicaçção da regra ão da regra 
da extraterritorialidade da lei penal brasileira, da extraterritorialidade da lei penal brasileira, 
serseráá competente o jucompetente o juíízo do zo do úúltimo domicltimo domicíílio do lio do 
acusado. Art. 88 CPP quando o autor nunca acusado. Art. 88 CPP quando o autor nunca 
residiu no BR serresidiu no BR seráá em Brasem Brasíília.lia.
 Navios e aeronaves Navios e aeronaves –– 89 e 90 89 e 90 
 73 CPP 73 CPP úúnica hipnica hipóótese de foro de eleitese de foro de eleiçção ão ––
aaçção penal privadaão penal privada
 c) Qual c) Qual éé a Vara, o Jua Vara, o Juíízo competente?zo competente?
 PrevenPrevençção ão –– art. 83 art. 83 –– prpráática de atos no tica de atos no 
processo ou na fase prprocesso ou na fase préé--processual processual 
medidas cautelares provas e prisão.medidas cautelares provas e prisão.
 DistribuiDistribuiçção ão –– sorteio!!!sorteio!!!
 Prerrogativa de funPrerrogativa de funçção ão –– não não éé um privilum priviléégio, mas gio, mas 
uma prerrogativa.uma prerrogativa.
 São casos de julgamento originSão casos de julgamento origináário por um tribunalrio por um tribunal
 3 hip3 hipóóteses:teses:
 11ªª –– comete um delito antes de ser investido na funcomete um delito antes de ser investido na funçção. ão. 
Enquanto estiver na funEnquanto estiver na funçção serão seráá processado no foro de processado no foro de 
prerrogativa;prerrogativa;
 22ªª durante o exercdurante o exercíício em enquanto na funcio em enquanto na funçção, foro de ão, foro de 
prerrogativa;prerrogativa;
 33ºº durante ou antes de assumir a fundurante ou antes de assumir a funçção, mas não ão, mas não 
termina o processo e deixa de exercer a funtermina o processo e deixa de exercer a funçção cessa a ão cessa a 
prerrogativa prerrogativa 
 Vigora o princVigora o princíípio da atualidade do exercpio da atualidade do exercíício da cio da 
funfunçção.ão.
 ArtsArts. 86 e 87 do CPP foram superados/revogados . 86 e 87 do CPP foram superados/revogados 
pela CF que passou a regular o tema.pela CF que passou a regular o tema.
 -- STF STF –– art. 102, I, art. 102, I, ‘‘bb’’ e e ‘‘cc’’ –– prevalece sobre qualquer prevalece sobre qualquer 
outra justioutra justiçça ou grau de jurisdia ou grau de jurisdiçção;ão;
 -- STJ STJ –– art. 105, I, art. 105, I, ‘‘aa’’ -- prevalece sobre qualquer outra prevalece sobre qualquer outra 
justijustiçça ou grau de jurisdia ou grau de jurisdiçção;ão;
 -- TJsTJs –– art. 96, III CF eleitoral vai para o TER, jart. 96, III CF eleitoral vai para o TER, jáá os os 
crimes federais permanecem no TJ assim como os crimes federais permanecem no TJ assim como os 
dolosos contra a vida;dolosos contra a vida;
 -- TRFsTRFs –– art. 108, I art. 108, I ‘‘aa’’. por simetria idem acima;. por simetria idem acima;
 -- Dep. Estadual Dep. Estadual –– tem prerrogativa de ser julgado pelo tem prerrogativa de ser julgado pelo 
mais alto Tribunal do Estadomais alto Tribunal do Estado –– comum TJ, Federal comum TJ, Federal 
TRF, eleitoral TRETRF, eleitoral TRE
 -- Prefeitos Prefeitos –– idem acima v. art. 29 X CFidem acima v. art. 29 X CF
 -- Vereadores Vereadores –– não possuem prerrogativa, apenas não possuem prerrogativa, apenas 
imunidade parlamentar.imunidade parlamentar.
 Prerrogativa em razão da vitima Prerrogativa em razão da vitima ––
art. 85 CPP, exceart. 85 CPP, exceçção da verdade serão da verdade seráá
processada no foro da prerrogativa processada no foro da prerrogativa 
pois apois aíí o querelante passaro querelante passaráá a ocupar a ocupar 
o po póólo passivo da excelo passivo da exceçção.ão.
CAUSAS MODIFICADORAS DA CAUSAS MODIFICADORAS DA 
COMPETÊNCIA:COMPETÊNCIA:
 CONEXÃO: art. 76 CPPCONEXÃO: art. 76 CPP
 ÉÉ causa de união, em um causa de união, em um úúnico processo, de dois ou nico processo, de dois ou 
mais fatos, podendo haver, ou não, concurso de mais fatos, podendo haver, ou não, concurso de 
agentes. (não existe conexão quando o crime agentes. (não existe conexão quando o crime éé úúnico.nico.
 Inciso I:Inciso I:
 a) Intersubjetiva ocasional ou por simultaneidade: a) Intersubjetiva ocasional ou por simultaneidade: 
ocorre quando duas ou mais infraocorre quando duas ou mais infraçções são cometidas ao ões são cometidas ao 
mesmo tempo por vmesmo tempo por váárias pessoas. Não hrias pessoas. Não háá ajuste prajuste préévio vio 
entre os agentes, entre os agentes, éé ocasional. Ex. manifestaocasional. Ex. manifestaçção em ão em 
frente ao Estfrente ao Estáádio Oldio Olíímpico, algumpico, alguéém atira uma pedra e os m atira uma pedra e os 
demais passam a danificar e agredir (danos, furtos, demais passam a danificar e agredir (danos, furtos, 
ameaameaçças, lesões etc) Nas mesmas circunstâncias de as, lesões etc) Nas mesmas circunstâncias de 
tempo e lugar, vtempo e lugar, váárias pessoas cometem vrias pessoas cometem váários delitos. rios delitos. 
 b) Intersubjetivab) Intersubjetiva concursalconcursal: Por meio de : Por meio de 
concurso, são praticadas infraconcurso, são praticadas infraçções ainda ões ainda 
que em tempo e locais diversos. O que que em tempo e locais diversos. O que 
une o processamento une o processamento éé o pro préévio ajuste vio ajuste 
efetivado entre os agentes. Ex. roubo de efetivado entre os agentes. Ex. roubo de 
um carro, um caminhão e posterior ataque um carro, um caminhão e posterior ataque 
a um carro forte. a um carro forte. 
 c) Intersubjetiva por reciprocidade: duas c) Intersubjetiva por reciprocidade: duas 
ou mais infraou mais infraçções são cometidas por ões são cometidas por 
vváárias pessoas umas contra as outras. rias pessoas umas contra as outras. 
Brigas entre torcidas de futebol, gangues Brigas entre torcidas de futebol, gangues 
etcetc (rixa)(rixa)
 Inciso II:Inciso II:
 Objetiva ou teleolObjetiva ou teleolóógica: aqui não se trata mais gica: aqui não se trata mais 
de conexão em razão das pessoas, mas em de conexão em razão das pessoas, mas em 
razão da existência de crime anterior. Hrazão da existência de crime anterior. Háá
pluralidade de crimes que serão processados em pluralidade de crimes que serão processados em 
conjunto em razão de que um conjunto em razão de que um éé realizado a fim realizado a fim 
de auxiliar a realizade auxiliar a realizaçção do outro e assim por ão do outro e assim por 
diante. Ex. homicdiante. Ex. homicíídio e ocultadio e ocultaçção de cadão de cadááver. ver. 
 Inciso III:Inciso III:
 VVíínculo probatnculo probatóório ou instrumental: relario ou instrumental: relaçção de ão de 
natureza probatnatureza probatóória (a prova de uma influi na ria (a prova de uma influi na 
prova de outro delito) ou ainda de prova de outro delito) ou ainda de 
prejudicialidadeprejudicialidade (quando a existência de um (quando a existência de um 
crime depende da existência lcrime depende da existência lóógica de outro). gica de outro). 
Ex. receptaEx. receptaçção e relaão e relaçção ao furto, lavagem de ão ao furto, lavagem de 
dinheiro (rol no art. 1dinheiro (rol no art. 1ºº da Lei 9613). da Lei 9613). 
 CONTINÊNCIA: CONTINÊNCIA: art. 77 CPPart. 77 CPP
 Inciso I Inciso I –– pluralidade de pessoas:pluralidade de pessoas: quando quando 
duas ou mais pessoas forem acusados de duas ou mais pessoas forem acusados de 
cometer um delito, havercometer um delito, haveráá a reunião de todas no a reunião de todas no 
mesmo processo.mesmo processo.
 ObsObs:: quando quando uma das pessoas possuir uma das pessoas possuir 
prerrogativa de foro, as demais serão atraprerrogativa de foro, as demais serão atraíídas das 
para o Tribunal.para o Tribunal.
 Inciso II casos dos Inciso II casos dos artsarts. 70, 73 e 74 CP: . 70, 73 e 74 CP: 
quando ao agente mediante uma quando ao agente mediante uma úúnica anica açção ão 
comete mais de um delito comete mais de um delito ““fictiofictio jurisjuris”” ––
concurso formal, erro na execuconcurso formal, erro na execuçção e resultado ão e resultado 
diverso do pretendido;diverso do pretendido;
 Regras art. 78, CPP:Regras art. 78, CPP:
 11ºº algum dos crimes algum dos crimes éé de comp. de comp. DaDa Just. Just. 
Militar v. art. 79, I: Militar v. art. 79, I: em relaem relaçção ão àà J. Mil. A J. Mil. A 
regra regra éé a cisão. A JM sa cisão. A JM sóó julgarjulgaráá o delito Militar e o delito Militar e 
os demais irão para a Justios demais irão para a Justiçça Comuma Comum
 22ººAlgum dos crimes Algum dos crimes éé eleitoral:eleitoral: A J. El. atrai A J. El. atrai 
para si os demais 78, IV, salvo delito militar.para si os demais 78, IV, salvo delito militar.
 33ºº Algum dos agentes tem prerrogativa de Algum dos agentes tem prerrogativa de 
foro: 78, III. foro: 78, III. O Tribunal mais graduado atrai.O Tribunal mais graduado atrai.
 44ºº Algum dos delitos Algum dos delitos éé de competência da de competência da 
J.J. Federal: Federal: Prevalece sobre a comum, 78, III. Prevalece sobre a comum, 78, III. 
Assim a comum Assim a comum éé residual.residual.
 55ºº Tribunal do JTribunal do Júúri: ri: inciso I inciso I –– vis vis atractivaatractiva do do 
jjúúri (lembrar Jri (lembrar Júúri federal, eleitoral etc.)ri federal, eleitoral etc.) conflito conflito 
entre juentre juíízes e Jzes e Júúri prevalece o Jri prevalece o Júúri.ri.
 Caso estivermos diante de vCaso estivermos diante de váários jurios juíízes de mesmo zes de mesmo 
nníível de jurisdivel de jurisdiçção igualmente competentes, ão igualmente competentes, 
analisaanalisa--se o inciso II do artigo 78:se o inciso II do artigo 78:
 prepondera o lugar da infraprepondera o lugar da infraçção mais grave;ão mais grave;
 prevalece o lugar onde foi praticado o maior nprevalece o lugar onde foi praticado o maior núúmero de mero de 
infrainfraçções;ões;
 prevalecerprevaleceráá a competência por prevena competência por prevençção.ão.
 Artigo 82, CPPArtigo 82, CPP –– poder de avocar os demais processos poder de avocar os demais processos 
para julgamento conjunto, pelo juiz com competência para julgamento conjunto, pelo juiz com competência 
prevalente. Pode ser feito atprevalente. Pode ser feito atéé a sentena sentençça.a.
 Cisão: Art. 79, CPPCisão: Art. 79, CPP
 ObrigatObrigatóória ria –– inc. I inc. I –– Militar e inc. II Militar e inc. II 
SeparaSeparaçção do comum e do ECA. ão do comum e do ECA. §§ 1 se em 1 se em 
relarelaçção a um dos rão a um dos rééus sobrevier doenus sobrevier doençça mental a mental 
(152, CPP), (152, CPP), §§ 22ºº rrééu não citado, 366 CPP, e u não citado, 366 CPP, e 
cisão no Jcisão no Júúri, em face das recusas 461, CPP.ri, em face das recusas 461, CPP.
 Facultativa Facultativa –– art. 80, delitos praticados em art. 80, delitos praticados em 
circunstância de tempo e lugar diversos ou pelo circunstância de tempo e lugar diversos ou pelo 
nnúúmero excessivo de acusados.mero excessivo de acusados.
Incidente de Deslocamento de Incidente de Deslocamento de 
Competência Competência -- IDCIDC
 Por meio da EC/45 houve a inserPor meio da EC/45 houve a inserçção do inciso Vão do inciso V--A, no A, no 
artigo 109, da CF, com o seguinte texto:artigo 109, da CF, com o seguinte texto:
 Art. 109. Aos juArt. 109. Aos juíízes federais compete processar e julgar:zes federais compete processar e julgar:
 VV--A as causas relativas a direitos humanos a que se A as causas relativas a direitos humanos a que se 
refere o refere o §§ 55ºº deste artigo;deste artigo;
 §§ 55ºº Nas hipNas hipóóteses de grave violateses de grave violaçção de direitos ão de direitos 
humanos, o Procuradorhumanos, o Procurador--Geral da RepGeral da Repúública, com a blica, com a 
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigafinalidade de assegurar o cumprimento de obrigaçções ões 
decorrentes de tratados internacionais de direitos decorrentes de tratados internacionais de direitos 
humanos dos quais o Brasil seja parte, poderhumanos dos quais o Brasil seja parte, poderáá suscitar, suscitar, 
perante o Superior Tribunal de Justiperante o Superior Tribunal de Justiçça, em qualquer fase a, em qualquer fase 
do inqudo inquéérito ou processo, incidente de deslocamento de rito ou processo, incidente de deslocamento de 
competência para a Justicompetência para a Justiçça Federal. a Federal. 
O IDC tambO IDC tambéém m éé conhecido com conhecido com federalizafederalizaçção de crimes ão de crimes (o (o 
que se federaliza que se federaliza éé o processo e julgamento e não crime).o processo e julgamento e não crime).
 ÉÉ necessnecessáário ver o rol de condutas violadoras rio ver o rol de condutas violadoras 
dos Direitos Humanos previstas nos tratados dos Direitos Humanos previstas nos tratados 
internacionais, tais como: tortura, genocinternacionais, tais como: tortura, genocíídio, dio, 
exploraexploraçção de trabalho escravo, prostituiãode trabalho escravo, prostituiçção ão 
infantil, agressão ao meio ambiente, crimes infantil, agressão ao meio ambiente, crimes 
polpolííticos praticados contra a seguranticos praticados contra a segurançça do a do 
Estado, agressão, de qualquer natureza (civil ou Estado, agressão, de qualquer natureza (civil ou 
criminal) a tribos indcriminal) a tribos indíígenas, agressão aos genas, agressão aos 
direitos sociais, culturais e econômicos, bom direitos sociais, culturais e econômicos, bom 
como aos direitos coletivos ou da coletividade e como aos direitos coletivos ou da coletividade e 
ao patrimônio comum da humanidade, entre ao patrimônio comum da humanidade, entre 
outros. outros. 
Conceito de direitos humanosConceito de direitos humanos
 ““... Heran... Herançças da comunidade internacional. as da comunidade internacional. 
TrataTrata--se da prse da próópria histpria históória do homem, de suas ria do homem, de suas 
lutas entre slutas entre sééculos e milênios, na busca de culos e milênios, na busca de 
justos reconhecimentos quanto as suas justos reconhecimentos quanto as suas 
necessidades vitais ou da humanidade com um necessidades vitais ou da humanidade com um 
todo. todo. ÉÉ o o asseguramentoasseguramento das garantias das garantias 
fundamentais, dentre elas o respeito fundamentais, dentre elas o respeito àà
dignidade, razão pela qual pode, tambdignidade, razão pela qual pode, tambéém, ser m, ser 
conceituados como Direitos Naturais ou ainda conceituados como Direitos Naturais ou ainda 
aqueles indisponaqueles indisponííveis, inalienveis, inalienááveis, veis, 
inderroginderrogááveisveis, irrenunci, irrenunciááveis, imprescritveis, imprescritííveis e veis e 
essenciais essenciais àà convivência social.convivência social.”” (Maia Neto, (Maia Neto, 
apudapud Paulo Rangel, p. 390) Paulo Rangel, p. 390) 
Visto o conceito de direitos humanos, estarVisto o conceito de direitos humanos, estar--sese--áá diante da diante da 
grave violagrave violaçção quando houver:ão quando houver:
 A) prA) práática de grave iltica de grave ilíícito contra os cito contra os 
direitos humanos definidos em tratados direitos humanos definidos em tratados 
internacionais;internacionais;
 B) possibilidade de responsabilizaB) possibilidade de responsabilizaçção ão 
internacional do Brasil perante corte internacional do Brasil perante corte 
internacional de internacional de jsutijsutiççaa;;
 C) inC) inéércia, morosidade, conluio, conivência rcia, morosidade, conluio, conivência 
ou incompetência dos ou incompetência dos óórgãos de rgãos de 
persecupersecuçção criminal ão criminal 
Finalidade do IDCFinalidade do IDC
 assegurar o cumprimento de obrigaassegurar o cumprimento de obrigaçções ões 
decorrentes de tratados internacionais de decorrentes de tratados internacionais de 
direitos humanos dos quais o Brasil seja direitos humanos dos quais o Brasil seja 
parteparte
 Em realidade o Em realidade o asseguramentoasseguramento de direitos de direitos 
deve se dar com poldeve se dar com polííticas pticas púúblicas. blicas. 
Sempre lembrar que o processo penal não Sempre lembrar que o processo penal não 
restabelece direitos.restabelece direitos.
 Legitimidade para requerer a medidaLegitimidade para requerer a medida: : éé o o 
Procurador Geral da RepProcurador Geral da Repúública.blica.
 Competência para decidirCompetência para decidir: ser: seráá do Superior do Superior 
Tribunal de JustiTribunal de Justiçça, nos mesmos termos da sua a, nos mesmos termos da sua 
competência para decidir os Conflitos de competência para decidir os Conflitos de 
Competência.Competência.
 Natureza JurNatureza Juríídicadica: questão incidente de car: questão incidente de carááter ter 
excepcional, ou seja, excepcional, ou seja, éé uma questão controversa uma questão controversa 
que deve ser resolvida antes do tque deve ser resolvida antes do téérmino da rmino da 
investigainvestigaçção ou do processo. Não se confunde ão ou do processo. Não se confunde 
com questão prejudicial, nem questão com questão prejudicial, nem questão 
preliminar.preliminar.
 Contra a decisão que defere o IDC cabe agravo Contra a decisão que defere o IDC cabe agravo 
regimental nos termos do art. 258 do RISTJ. regimental nos termos do art. 258 do RISTJ. 
Contra a decisão do agravo pode ser interposto Contra a decisão do agravo pode ser interposto 
RExtRExt ao STF.ao STF.
 InconstitucionalidadeInconstitucionalidade: h: háá forte corrente forte corrente 
jurisprudencial no sentido de que tal instituto jurisprudencial no sentido de que tal instituto éé
manifestamente inconstitucional por afrontar:manifestamente inconstitucional por afrontar:
 11ºº juiz natural;juiz natural;
 22ºº isonomia;isonomia;
 33ºº o pacto federativo;o pacto federativo;
 44ºº duraduraçção razoão razoáável do processo;vel do processo;
 55ºº princprincíípio acusatpio acusatóório rio -- impessoalidade. impessoalidade. 
 CONSTITUCIONAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HOMICCONSTITUCIONAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HOMICÍÍDIO DOLOSO DIO DOLOSO 
QUALIFICADO. (VQUALIFICADO. (VÍÍTIMA IRMÃ DOROTHY STANG). CRIME PRATICADO COM TIMA IRMÃ DOROTHY STANG). CRIME PRATICADO COM 
GRAVE VIOLAGRAVE VIOLAÇÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS. ÃO AOS DIREITOS HUMANOS. INCIDENTEINCIDENTE DE DE 
DESLOCAMENTODESLOCAMENTO DE DE COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA –– IDC. INIDC. INÉÉPCIA DA PEPCIA DA PEÇÇA A 
INAUGURAL. NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICINAUGURAL. NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁÁCIA CONTIDA. CIA CONTIDA. 
PRELIMINARES REJEITADAS. VIOLAPRELIMINARES REJEITADAS. VIOLAÇÇÃO AO PRINCÃO AO PRINCÍÍPIO DO JUIZ NATURAL PIO DO JUIZ NATURAL 
E E ÀÀ AUTONOMIA DA UNIDADE DA FEDERAAUTONOMIA DA UNIDADE DA FEDERAÇÇÃO. APLICAÃO. APLICAÇÇÃO DO PRINCÃO DO PRINCÍÍPIO PIO 
DA PROPORCIONALIDADE. RISCO DE DESCUMPRIMENTO DE TRATADO DA PROPORCIONALIDADE. RISCO DE DESCUMPRIMENTO DE TRATADO 
INTERNACIONAL FIRMADO PELO BRASIL SOBRE A MATINTERNACIONAL FIRMADO PELO BRASIL SOBRE A MATÉÉRIA NÃO RIA NÃO 
CONFIGURADO NA HIPCONFIGURADO NA HIPÓÓTESE. INDEFERIMENTO DO PEDIDO. TESE. INDEFERIMENTO DO PEDIDO. 
 1. Todo homic1. Todo homicíídio doloso, independentemente da condidio doloso, independentemente da condiçção pessoal da ão pessoal da 
vvíítima e/ou da repercussão do fato no centima e/ou da repercussão do fato no cenáário nacional ou internacional, rio nacional ou internacional, 
representa grave violarepresenta grave violaçção ao maior e mais importante de todos os direitos ão ao maior e mais importante de todos os direitos 
do ser humano, que do ser humano, que éé o direito o direito àà vida, previsto no art. 4vida, previsto no art. 4ºº, n, nºº 1, da 1, da 
ConvenConvençção Americana sobre Direitos Humanos, da qual o Brasil ão Americana sobre Direitos Humanos, da qual o Brasil éé signatsignatáário rio 
por forpor forçça do Decreto na do Decreto nºº 678, de 6/11/1992, razão por que não h678, de 6/11/1992, razão por que não háá falar em falar em 
ininéépcia da pepcia da peçça inaugural. a inaugural. 
 2. Dada a amplitude e a magnitude da expressão 2. Dada a amplitude e a magnitude da expressão ““direitos humanosdireitos humanos””, , éé
verossverossíímil que o constituinte derivado tenha optado por não definir o rmil que o constituinte derivado tenha optado por não definir o rol ol 
dos crimes que passariam para a dos crimes que passariam para a competênciacompetência da Justida Justiçça Federal, sob a Federal, sob 
pena de restringir os casos de incidência do dispositivo (CF, arpena de restringir os casos de incidência do dispositivo (CF, art. 109, t. 109, §§ 55ºº), ), 
afastandoafastando--o de sua finalidade preco de sua finalidade precíípua, que pua, que éé assegurar o cumprimento de assegurar o cumprimento de 
obrigaobrigaçções decorrentes de tratados internacionais firmados pelo Brasil ões decorrentes de tratados internacionais firmados pelo Brasil 
sobre a matsobre a matééria,examinandoria, examinando--se cada situase cada situaçção de fato, suas circunstâncias ão de fato, suas circunstâncias 
e peculiaridades detidamente, motivo pelo qual não he peculiaridades detidamente, motivo pelo qual não háá falar em norma de falar em norma de 
eficeficáácia limitada. Ademais, não cia limitada. Ademais, não éé prpróóprio de texto constitucional tais prio de texto constitucional tais 
definidefiniçções. ões. 
 3. Aparente incompatibilidade do IDC, criado pela Emenda Constit3. Aparente incompatibilidade do IDC, criado pela Emenda Constitucional nucional nºº
45/2004, com qualquer outro princ45/2004, com qualquer outro princíípio constitucional ou com a sistempio constitucional ou com a sistemáática tica 
processual em vigor deve ser resolvida aplicandoprocessual em vigor deve ser resolvida aplicando--se os princse os princíípios da pios da 
proporcionalidade e da razoabilidade. proporcionalidade e da razoabilidade. 
 4. Na esp4. Na espéécie, as autoridades estaduais encontramcie, as autoridades estaduais encontram--se empenhadas na se empenhadas na 
apuraapuraçção dos fatos que resultaram na morte da missionão dos fatos que resultaram na morte da missionáária norteria norte--
americana Dorothy americana Dorothy StangStang, com o objetivo de punir os respons, com o objetivo de punir os responsááveis, veis, 
refletindo a intenrefletindo a intençção de o Estado do Parão de o Estado do Paráá dar resposta eficiente dar resposta eficiente àà violaviolaçção ão 
do maior e mais importante dos direitos humanos, o que afasta a do maior e mais importante dos direitos humanos, o que afasta a 
necessidade de necessidade de deslocamentodeslocamento da da competênciacompetência originorigináária para a Justiria para a Justiçça a 
Federal, de forma subsidiFederal, de forma subsidiáária, sob pena, inclusive, de dificultar o ria, sob pena, inclusive, de dificultar o 
andamento do processo criminal e atrasar o seu desfecho, utilizaandamento do processo criminal e atrasar o seu desfecho, utilizandondo--se o se o 
instrumento criado pela aludida norma em desfavor de seu fim, quinstrumento criado pela aludida norma em desfavor de seu fim, que e éé
combater a impunidade dos crimes praticados com grave violacombater a impunidade dos crimes praticados com grave violaçção de ão de 
direitos humanos. direitos humanos. 
 5. O 5. O deslocamentodeslocamento de de competênciacompetência –– em que a existência de crime em que a existência de crime 
praticado com grave violapraticado com grave violaçção aos direitos humanos ão aos direitos humanos éé pressuposto de pressuposto de 
admissibilidade do pedido admissibilidade do pedido –– deve atender ao princdeve atender ao princíípio da proporcionalidade pio da proporcionalidade 
(adequa(adequaçção, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito), ão, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito), 
compreendido na demonstracompreendido na demonstraçção concreta de risco de descumprimento de ão concreta de risco de descumprimento de 
obrigaobrigaçções decorrentes de tratados internacionais firmados pelo Brasil,ões decorrentes de tratados internacionais firmados pelo Brasil,
resultante da inresultante da inéércia, negligência, falta de vontade polrcia, negligência, falta de vontade políítica ou de conditica ou de condiçções ões 
reais do Estadoreais do Estado--membro, por suas instituimembro, por suas instituiçções, em proceder ões, em proceder àà devida devida 
persecupersecuçção penal. No caso, não hão penal. No caso, não háá a a cumulatividadecumulatividade de tais requisitos, a de tais requisitos, a 
justificar que se acolha o justificar que se acolha o incidenteincidente. . 
 6. Pedido indeferido, sem preju6. Pedido indeferido, sem prejuíízo do disposto no art. 1zo do disposto no art. 1ºº, inc. III, da Lei n, inc. III, da Lei nºº
10.446, de 8/5/2002.10.446, de 8/5/2002.
 DESAFORAMENTO: DESAFORAMENTO: éé hiphipóótese de deslocamento de competência nos tese de deslocamento de competência nos 
atermos do artigo 427, CPP:atermos do artigo 427, CPP:
 Art. 427.Art. 427. Se o interesse da ordem pSe o interesse da ordem púública o reclamar ou houver blica o reclamar ou houver 
ddúúvida sobre a imparcialidade do jvida sobre a imparcialidade do júúri ou a seguranri ou a segurançça pessoal do a pessoal do 
acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministacusado, o Tribunal, a requerimento do Ministéério Prio Púúblico, do blico, do 
assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representaassistente, do querelante ou do acusado ou mediante representaçção ão 
do juiz competente, poderdo juiz competente, poderáá determinar o desaforamento do determinar o desaforamento do 
julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam 
aqueles motivos, preferindoaqueles motivos, preferindo--se as mais prse as mais próóximas. ximas. 
 §§ 11oo O pedido de desaforamento serO pedido de desaforamento seráá distribudistribuíído do 
imediatamente e terimediatamente e teráá preferência de julgamento na Câmara ou preferência de julgamento na Câmara ou 
Turma competente. Turma competente. 
 §§ 22oo Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderSendo relevantes os motivos alegados, o relator poderáá
determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo 
jjúúri.ri.
 §§ 33oo SerSeráá ouvido o juiz presidente, quando a medida não ouvido o juiz presidente, quando a medida não 
tiver sido por ele solicitada. tiver sido por ele solicitada. §§ 44oo Na pendência de recurso Na pendência de recurso 
contra a decisão de proncontra a decisão de pronúúncia ou quando efetivado o julgamento, ncia ou quando efetivado o julgamento, 
não se admitirnão se admitiráá o pedido de desaforamento, salvo, nesta o pedido de desaforamento, salvo, nesta úúltima ltima 
hiphipóótese, quanto a fato ocorrido durante ou aptese, quanto a fato ocorrido durante ou apóós a realizas a realizaçção de ão de 
julgamento anulado. julgamento anulado. 

 Art. 428.Art. 428. O desaforamento tambO desaforamento tambéém poderm poderáá ser ser 
determinado, em razão do comprovado excesso determinado, em razão do comprovado excesso 
de servide serviçço, ouvidos o juiz presidente e a parte o, ouvidos o juiz presidente e a parte 
contrcontráária, se o julgamento não puder ser ria, se o julgamento não puder ser 
realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado 
do trânsito em julgado da decisão de do trânsito em julgado da decisão de 
pronpronúúncia. ncia. 
 §§ 11oo Para a contagem do prazo referido Para a contagem do prazo referido 
neste artigo, não se computarneste artigo, não se computaráá o tempo de o tempo de 
adiamentos, diligências ou incidentes de adiamentos, diligências ou incidentes de 
interesse da defesa. interesse da defesa. 
 §§ 22oo Não havendo excesso de serviNão havendo excesso de serviçço ou o ou 
existência de processos aguardando julgamento existência de processos aguardando julgamento 
em quantidade que ultrapasse a possibilidade de em quantidade que ultrapasse a possibilidade de 
apreciaapreciaçção pelo Tribunal do Jão pelo Tribunal do Júúri, nas reuniões ri, nas reuniões 
periperióódicas previstas para o exercdicas previstas para o exercíício, o acusado cio, o acusado 
poderpoderáá requerer ao Tribunal que determine a requerer ao Tribunal que determine a 
imediata realizaimediata realizaçção do julgamento. ão do julgamento. (Inclu(Incluíído do 
pela Lei npela Lei nºº 11.689, de 2008)11.689, de 2008)
Conflito de competênciaConflito de competência
 Positivo: dois juPositivo: dois juíízos se declaram competentes. zos se declaram competentes. 
 PENAL. PENAL. CONFLITO POSITIVOCONFLITO POSITIVO DE DE COMPETÊNCIA. CRIMESCOMPETÊNCIA. CRIMES DE DE 
HOMICHOMICÍÍDIO TENTADO. EXTORSÃO,

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