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PSIQUIATRIA FORENSE e SISTEMA LÍMBICO

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SISTEMA LÍMBICO
PSIQUIATRIA FORENSE
Salvador Dali
1
“ Os homens precisam saber que de nada mais além do cérebro vêm alegrias, prazeres, divertimentos e esportes: e tristezas, desapontamentos, desesperanças e lamentações. E por isso, de uma maneira especial, nós adquirimos visão e conhecimento, e nós vemos e ouvimos. E pelo mesmo órgão nos tornamos loucos e delirantes, e medos e terrores nos assaltam, alguns de noite outros de dia... Todas essas coisas nós suportamos do cérebro, quando ele não é sadio.”
Hipócrates, 460 – 355 a.C.
“A mudança de personalidade é uma luta cotidiana, na qual a gente se rebela constantemente contra nossa própria determinação de mudar, e quer continuar sendo o mesmo” – Gabriel Garcia Márquez: A aventura de Miguel Littín clandestino no Chile; Ed. Record, R.J.; 2008; 3ª edição
Diferenças entre: Psicologia Forense e Psiquiatria Forense
Psicologia Forense: estuda os limites normais, biológicos, mesológicos (meio) e legais da capacidade civil e da responsabilidade penal;
Psiquiatria Forense: analisa os limites e modificadores anormais, transtornos anormais da personalidade), as doenças mentais, oligofrenias e as personalidades psicopáticas; 
4
Sistema Nervoso
Função geral
Processar informações que chegam para ocorrerem respostas motoras apropriadas;
Mais de 99% das informações sensoriais são descartadas pelo cérebro como irrelevantes e sem importância;
Não temos, por exemplo, consciência qualquer das partes do corpo que estão em contato com o vestuário, nem da pressão da cadeira quando sentado;
A atenção normalmente é atraída pelo objeto ocasional do nosso campo de visão;
O permanente ruído que nos cerca é geralmente irrelevante;
Regiões inferiores como:
Medula, tronco encefálico, cerebelo, gânglios da base – estão relacionadas com respostas musculares automáticas instantâneas do corpo aos estímulos sensoriais;
Regiões superiores (córtex) – movimentos deliberados controlados pelos processos de pensamento do cérebro;
5
Técnica de Trepanação
	A cultura da trepanação esteve presente desde o tempo dos Mesolítico.
	Tal como as sangrias, a trepanação era um procedimento médico muito realizado, com o objetivo de eliminar os maus espíritos e demônios do paciente, mas sem nenhum significado terapêutico prático. 
	A sobrevivência ao procedimento nos séculos antes da Idade Média era de aproximadamente 70%, mas durante os séculos XIV a XVIII caiu praticamente a zero, devido ao pouco cuidado dos realizadores de tal prática, que acabavam perfurando as meninges do paciente e causando uma hemorragia incontrolável.
"A extração da pedra da loucura" (1485), do pintor italiano Hieronymus Bosch (1450-1516), retrata a concepção medieval que supunha a loucura como uma pedra no cérebro. Bosch, na sua imaginação, no momento da extração da doença, coloca no lugar da dureza da pedra a delicadeza de uma flor. A imagem que se tinha da loucura era de algo místico, desconhecido, considerado o lugar imaginário da passagem da vida à morte.
Na Idade Média, o espetáculo da doença e da morte atingia a todos. Para lubridiar a morte, evitava-se o contato, a proximidade, o toque e, ao mesmo tempo, buscava-se neutralizar com perfumes e com máscaras os odores que corrompiam o ar. Por isso, os médicos que cuidavam de doentes com a peste negra usavam máscara como uma forma de proteção. O formato de um bico de pássaro era para distanciar ainda mais o contato com o ar pestilento.
História
Séc. VI a.C. – médico alemão fez a primeira dissecção do corpo humano e decidiu que o centro da razão ficava no cérebro;
Filósofo Empédocles (mesma época) sugeriu que o ódio e o amor eram as fontes principais das mudanças no comportamento humano;
400 a.C. Hipócrates descreveu uma série de transtornos mentais similares àqueles reconhecidos hoje – defendeu os direitos legais dos cidadãos com perturbações mentais – Mente Criminosa; Brian Innes; 2009;
Galeno (130-201 d.C.) teorizou que a “alma” humana localizava-se no cérebro e se dividia em duas partes: a externa, que incluía os cinco sentidos, e a interna, que era responsável pela imaginação, pelo raciocínio, pela percepção e pelo movimento;
1.500 anos após, as teorias de Galeno foram práticamente ignoradas: os médicos optaram por manter as explicações mais primitivas para explicar as causas da doença mental, como a bruxaria ou a possessão demoníaca (período das trepanações); 
Franz Joseph Gall (1758-1828), concluiu, no final do século XVIII, em Viena, que o cérebro era constituído por 33 “órgãos”, cujos tamanho e posição poderiam ser descobertos tocando as “protuberâncias” externas do crânio; 
Havia três classes de órgãos: aqueles que controlavam as características humanas fundamentais; aqueles responsáveis pelos “sentimentos”, como a caridade ou a espontaneidade; e aqueles de natureza puramente intelectual, como a apreciação do tamanho ou o reconhecimento entre causa e efeito; 
Broca (1861);
Brodmann
Luria (1977) – neuropsicólogo russo
Área pré-frontal
Corresponde à parte não motora do lobo frontal, caracterizando-se como córtex de associação supramodal;
Essa área desenvolveu-se muito durante a evolução dos mamíferos e no homem ocupa cerca de 1/4 da superfície do córtex cerebral. Suas conexões são muito complexas;
Através dos fascículos de associação do córtex ela recebe fibras de todas as demais áreas de associação do córtex, ligando-se ainda ao sistema límbico;
Especialmente importantes são as extensas conexões recíprocas que ela mantém com o núcleo dorsomedial do tálamo. 
Observação de casos clínicos: Um dos mais famosos ocorreu em 1868, quando P.T. Gage, funcionário de uma ferrovia americana, teve seu córtex pré-frontal destruído por uma barra de ferro, durante uma explosão. Ele conseguiu sobreviver ao acidente, mas sua personalidade, antes caracterizada pela responsabilidade e seriedade, 
mudou dramaticamente;
Embora com suas funções cognitivas basicamente normais, ele perdeu totalmente o senso de suas responsabilidades sociais e passou a vaguear de um emprego para outro, dizendo "as mais grosseiras profanidades" e exibindo a barra de ferro que o vitimara;
"Sua mente estava tão radicalmente mudada que seus amigos diziam que ele não era mais o mesmo Gage", afirma Harlow (Harlow, H.M. – 1868 – “Recovery from the passage of na iron bar through the head”. Mass. Med. Publ. 2:327).
No que se refere às observações em animais, a experiência mais famosa foi feita em 1935, por Fulton e Jacobsen, em duas macacas chimpanzé que tiveram suas áreas pré-frontais removidas;
Depois da operação, as macacas passaram a não resolver mais certos problemas simples, como achar o alimento escondido pouco tempo antes. Isso levou os autores a sugerir que a área pré-frontal poderia estar relacionada com algum tipo de memória para fatos recentes. Além disto, os animais tornaram-se completamente distraídos e não desenvolveram mais as características manifestações emocionais de descontentamento, em situações de frustração.
    Com base nessas experiências, Egas Moniz e Almeida Lima, dois cirurgiões portugueses, fizeram pela primeira vez, em 1936, a lobotomia (ou leucotomia) pré-frontal, para tratamento de doentes psiquiátricos com quadros de depressão e ansiedade;
A operação consiste em uma secção bilateral da parte anterior dos lobos frontais, passando adiante dos cornos anteriores dos ventrículos laterais;
Sabe-se hoje que os resultados devem-se principalmente à secção das conexões da área pré-frontal com o núcleo dorsomedial do tálamo;
Essa cirurgia melhora os sintomas de ansiedade e depressão dos doentes, que entram em estado de ‘tamponamento psíquico’, ou seja, deixam de reagir a circunstâncias que normalmente determinam alegria ou tristeza;
Assim, por exemplo, pacientes com dores intratáveis causadas por um câncer e profundamente deprimidos, após a lobotomia, embora continuem a sentir dor, melhoram do ponto de vista emocional e passam a não dar mais importância à sua grave
situação clínica;
O trabalho de Egas Moniz e Almeida Lima sobre a leucotomia frontal teve grande repercussão, pois pela primeira vez empregou-se uma técnica cirúrgica para tratamento de doenças psíquicas (psicocirurgia). 
O método foi largamente usado, caindo em desuso com o aparecimento de drogas de ação antidepressiva. Uma conseqüência indesejável da leucotomia é que muitos pacientes perdem a capacidade de decidir sobre os comportamentos mais adequados diante de cada situação, podendo, por exemplo, com a maior naturalidade, urinar, defecar ou masturbar-se em público.
Embora existam ainda muitas divergências e especulações em torno do significado funcional da área pré-frontal, a interpretação às vezes difícil de dados experimentais e clínicos, como os expostos acima, permite concluir que esta área está envolvida pelo menos nas seguintes funções:
a) escolha das opções e estratégias comportamentais mais adequadas à situação física e social do indivíduo, assim como a capacidade de alterá-las quando tais situações se modificam;
b) manutenção da atenção. Vimos que lesões na área pré-frontal causam distração, ou seja, os pacientes têm dificuldade de se concentrar e fixar voluntariamente a atenção. Cabe lembrar que outras áreas cerebrais - a formação reticular inclusive - também estão envolvidas no fenômeno da atenção. Entretanto, os aspectos mais complexos dessa função, como, por exemplo, a capacidade de seguir seqüências ordenadas de pensamentos, dependem fundamentalmente da área pré-frontal;
C) O controle do comportamento do comportamento emocional, função exercida justamente com o hipotálamo e o sistema límbico
Lobotomia (leucotomia) pré-frontal
Realizada pela primeira vez por Egas Moniz e Almeida Lima em 1936 para tratamento de pacientes psiquiátricos com quadros de depressão e ansiedade.
A cirurgia consistiu em secção bilateral da parte anterior dos lobos frontais, passando adiante dos cornos anteriores dos ventrículos laterais. Ocorre a secção das conexões da área pré-frontal com o núcleo dorsomedial do tálamo.
Melhora os sintomas de ansiedade e depressão dos doentes, que entram em estado de “tamponamento psíquico” deixando de reagir a circunstâncias que normalmente determinam alegria ou tristeza.
EX: pacientes com dores intratáveis causadas por um câncer e profundamente deprimidos, após a lobotomia, embora continuem a sentir dor, melhoram do ponto de vista emocional e passam a não dar mais importância à sua grave situação clínica. 
Este trabalho teve grande repercussão, pois pela primeira vez empregou-se uma técnica cirúrgica para tratamento de doenças psíquicas (psicocirurgia). O método foi largamente utilizado, caindo em desuso com o aparecimento de drogas de ação antidepressiva.
Uma consequência indesejável da lobotomia é que muitos pacientes perdem a capacidade de decidir sobre os comportamentos mais adequados diante de cada situação, podendo por exemplo, com a maior naturalidade, urinar, defecar ou masturbar-se em público.
Leucotomia (Lobotomia)
Inicialmente foi usada para tratar depressão severa. Egas Moniz sempre defendeu o seu uso apenas em casos graves em que houvesse riscos de violência ou suicídio. No entanto apesar de cerca de 6% dos pacientes não sobreviverem à operação, e de vários outros ficarem com alterações da personalidade muito severas, foi praticada com entusiasmo excessivo em muitos países, nomeadamente o Japão e os Estados Unidos. Neste último país foi popularizada pelo cirurgião Walter Freeman, que divulgou a técnica por todo o seu país, percorrendo-o no seu Lobotomobile, e criando inclusivamente uma variante em que espetava um picador de gelo directamente no crânio do doente, desde um ponto logo acima do canal lacrimal com a ajuda de um martelo, rodando-se depois o mesmo para destruir as vias aí localizadas. Supostamente a atractividade deste procedimento seria o seu baixo custo e o desejo social de silenciar doentes psiquiátricos incómodos. A leucotomia ganhou tal popularidade que foi inclusivamente praticada em crianças com mau comportamento. Cerca de 50.000 doentes foram tratados só nos Estados Unidos. Graças a estes abusos, bem como a irreversibilidade dos seus resultados, a leucotomia foi abandonada quando surgiram os primeiros fármacos antipsicóticos. A partir dos anos 50 a leucotomia foi banida da maior parte dos países onde era praticada. A sua aplicação em grande escala é hoje considerada como um dos episódios mais bárbaros da história da Psiquiatria, sendo comum a sua comparação com a técnica da flebotomia (ou sangria) na história da medicina interna. Hoje em dia, um pequeno número de países ainda realiza procedimentos cirúrgicos semelhantes, porém dentro de indicações muito estritas
Os efeitos secundários destas técnicas são bem mais incomuns, mas devido à irreversibilidade do tratamento e às mudanças na personalidade do doente inevitáveis, elas são utilizadas apenas em última instância caso todos os outros tratamentos possíveis tenham-se revelado ineficazes. É assim praticada em alguns casos de dor crónica intratável (tratamento paliativo), neurose obsessiva, ansiedade crónica ou depressão profunda prolongada. 
Pessoas Famosas que Foram Lobotomizadas: 
 
Josef Hassid: Violinista polonês prodígio e esquizofrênico, faleceu aos 26 anos de idade. 
Rosemary Kennedy: Irmã de John F. Kennedy 
Rose Williams: Irmã de Tennessee Williams 
Howard Dully: Um dos primeiros pacientes de Walter Freeman, autor de My Lobotomy (2007) 
Em 1937 - James Papez ; propunha uma nova teoria para explicar o mecanismo da emoção - envolveria estruturas do lobo límbico, do hipotálamo e do tálamo, todas unidas por um circuito hoje conhecido como circuito de Papez;
As estruturas compreenderiam um mecanismo harmonioso, que não só elaboraria o processo subjetivo central da emoção, mas também participaria de sua expressão;
O trabalho de Papez foi fundamentalmente teórico e especulativo, embora chamasse a atenção para certos dados clínicos, como as dramáticas alterações do comportamento emocional causadas pela raiva (hidrofobia), cujo vírus lesa preferencialmente o hipocampo.;
Muitos aspectos da teoria da emoção de Papez não são mais aceitos, mas o ponto fundamental: a importância das estruturas do lobo límbico e de suas conexões nas manifestações emocionais está, hoje, amplamente confirmado;
Verificou-se também que estas estruturas não participam da apreciação consciente dos odores, não sendo incluidas no rinencéfalo;
Este termo é hoje usado em um conceito muito mais restrito para indicar apenas estruturas relacionadas diretamente com a olfação, ou seja, o nervo, bulbo e tracto olfatórios, a estria olfatória lateral e o úncus. 
As demais formações anatômicas que tradicionalmente integravam o rinencéfalo são hoje estudadas como parte do chamado sistema límbico;
Este pode, pois, ser conceituado como um sistema relacionado fundamentalmente com a regulação dos processos emocionais e do sistema nervoso autônomo constituído pelo lobo límbico e pelas estruturas subcorticais a ele relacionadas.
O pensamento não é guiado apenas por considerações estritamente atreladas à realidade, ele também flui motivados por instintos interiores, abstratos ou afetivos ou até instintivos;
Voltar-se para o mundo interno significa que o pensamento se manifesta sob a forma de devaneios – espécie de servidão das idéias às nossas necessidades mais íntimas, aos nossos afetos e paixões;
Enquanto há saúde mental, nossos devaneios são sempre voluntários e reversíveis; eles devem ser nossos servos e não nossos senhores.
classificação
A CID, em sua décima revisão, descreve oito tipos de transtornos específicos de personalidade: paranóide; esquizóide; anti-social; emocionalmente instável; histriônico; anancástico (se sente forçado a agir, pensar ou sentir contra a sua vontade); ansioso; e dependente;
1) Transtorno paranóide: predomina a desconfiança, sensibilidade excessiva a contrariedades e o sentimento de estar sempre sendo prejudicado pelos
outros; atitudes de auto-referência;
2) Transtorno esquizóide: predomina o desapego, ocorre desinteresse pelo contato social, retraimento afetivo, dificuldade em experimentar prazer; tendência à introspecção;
3) Transtorno anti-social: prevalece a indiferença pelos sentimentos alheios, podendo adotar comportamento cruel; desprezo por normas e obrigações; baixa tolerância a frustração e baixo limiar para descarga de atos violentos;
4) Transtorno emocionalmente instável: marcado por manifestações impulsivas e imprevisíveis. Apresenta dois subtipos: impulsivo e borderline. O impulsivo é caracterizado pela instabilidade emocional e falta de controle dos impulsos. O borderline, por sua vez, além da instabilidade emocional, revela perturbações da auto-imagem, com dificuldade em definir suas preferências pessoais, com conseqüente sentimento de vazio.
Classificação
5) Transtorno histriônico: prevalece egocentrismo, a baixa tolerância a frustrações, a teatralidade e a superficialidade. Impera a necessidade de fazer com que todos dirijam a atenção para eles próprios.
6) Transtorno anancástico: prevalece preocupação com detalhes, a rigidez e a teimosia. Existem pensamentos repetitivos e intrusivos que não alcançam, no entanto, a gravidade de um transtorno obsessivo-compulsivo.
7) Transtorno ansioso (ou esquivo): prevalece sensibilidade excessiva a críticas; sentimentos persistentes de tensão e apreensão, com tendência a retraimento social por insegurança de sua capacidade social e/ou profissional.
8) Transtorno dependente: prevalece astenia do comportamento, carência de determinação e iniciativa, bem como instabilidade de propósitos.
Sanidade mental. (art. 33 e seu parágrafo único.)
1º) ­ O paciente submetido a exame era, no tempo da ação (ou da omissão), por motivo de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento? (Resposta especificada).
2º) ­ O paciente submetido a exame não possuía , ao tempo da ação (ou da omissão), em virtude de perturbação da saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado a plena capacidade de entender o caráter criminoso do ato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento? (Resposta especificada).
3º) - Qual essa doença mental ou de que natureza era essa perturbação da saúde mental?
4º) - Que grau de desenvolvimento mental apresenta o paciente submetido a exame?
Menores de 18 anos. (art. 33)
1º) - O paciente submetido a exame é maior ou menor de 18 anos de idade? (resposta justificada).
Áreas corticais primárias
Relacionam-se diretamente com a motricidade e com a sensibilidade:
Apenas uma área motora primária situada no lobo frontal e várias áreas primárias sensitivas situadas nos demais lobos;
De modo geral, a cada tipo de sensibilidade especial corresponde uma área primária (gustativa, auditiva...), enquanto todas as formas de sensibilidade geral convergem para a área somestésica. 
Ex: de áreas primárias:
Somestésica – áreas 3,2,1;
Visão – 17;
Auditiva – 41,42;
Gustativa – 43;
Motora primária – 4;
Áreas corticais secundárias
Áreas silenciosas do córtex – durante a filogênese áreas de associação aumentaram;
Recebem aferências principalmente das áreas primárias correspondentes e repassam as informações recebidas a outras áreas do córtex, em especial às áreas supra-modais (não se relacionam isoladamente com nenhuma modalidade sensorial);
Ex: IDENTIFICAÇÃO DE UM OBJETO – ocorre em duas etapas:
1ª) de sensação – toma-se consciência das características sensoriais do objeto (forma, tamanho, dureza...)
2ª) de interpretação ou GNOSIA – as características sensoriais são “comparadas” com o conceito do objeto existente na memória (antiga ou recente) do indivíduo, o que permite a sua identificação;
Etapa de sensação área primária sensitiva de projeção;
Etapa de interpretação (GNOSIA) – envolve processos psíquicos mais complexos, que dependem da integridade das áreas de associação secundárias – áreas gnósicas;;
EXEMPLO DE ÁREAS PRIMÁRIAS:
Área somestésica secundária – áreas 5 e parte da área 7 (7a) de Brodmann;
Também denominada de área associativa parietal posterior – lóbulo parietal superior – visuomotora, percepção – área 7 de acordo com Neuroanatomia texto e atlas de Martin;
Área visual secundária – giros occiptais medial e lateral – área 18: visão – profundidade, área 20 – giro temporal inferior – forma visual, área 21 –giro temporal médio – forma visual;
Auditiva secundária – giro temporal superior - área 22;
Área motora suplementar: córtex pré-motor, campo ocular suplementar, campos oculares frontais – planejamento dos movimentos dos membros e oculares – giro pré-central e córtex adjacente rostral – área 6;
Área pré-motora – área 6;
Área de Broca – giro frontal inferior (opérculo frontal), córtex pré-motor lateral - área 44;
Área corticais terciárias (de associação)
Broca – 45: Situadas nas partes opercular e triangular do giro frontal inferior – área 44 e parte da área 45 – responsável pela programação da atividade motora relacionada com a expressão da linguagem; para isto está muito bem situada em frente à área motora que controla os músculos relacionados com a vocalização;
Lesões nesta área: déficits de linguagem = afasias
Área temporoparietal – 39,40;
Todo o lóbulo parietal inferior = giros supra-marginal = 40 e giro angular = 39;
Estendendo-se também às margens do sulco temporal superior e parte do lóbulo parietal superior;
Situa-se entre as áreas secundárias auditiva, visual e somestésica funcionando como centro que integra estas três áreas. 
Área 39 – córtex associativo parieto-têmporo-occiptal: localização: lóbulo parietal inferior (giro angular: função – percepção, visão, leitura, palavra;
Área 40 - córtex associativo parieto-têmporo-occiptal - lóbulo parietal inferior (giro supra-marginal: função – percepção, visão, leitura, palavra;
Área 8- campos oculares frontais; - localiza-se nos giros frontais superior e médio e lobo frontal medial: coordena os movimentos sacádicos oculares;
Áreas 9,10,11 e 12: córtex associativo pré-frontal; campos oculares frontais – giros frontal superior e médio e lobo frontal medial – pensamento, cognição e planejamento do movimento;
Funções da área pré-frontal
A) escolha das opções e estratégias mais adequadas à situação física e social do indivíduo, assim como a capacidade de alterá-las quando tais situações se modificam;
B) manutenção da atenção – lesões na área pré-frontal causam distração, dificuldade para se concentrar e fixar voluntariamente a atenção. Aspectos mais complexos dessa função como por exemplo, a capacidade de seguir sequencias ordenadas de pensamentos, dependem fundamentalmente da área pré-frontal;
C) controle do comportamento emocional, função exercida juntamente com o hipotálamo e o sistema límbico. 
Áreas 23, 24, 25, 26 e 27 – córtex associativo límbico – giro do cíngulo, área subcalosa, área retroesplenial e giro parahipocampal: função – emoções;
Área 28 – córtex olfatório primário, córtex associativo límbico – localização: giro parahipocampal: funções: olfato e emoções;
Áreas 29, 30, 31, 32 e 33- córtex associativo límbico: localização: giro do cíngulo e área retroesplenial: função – emoções;
Áreas 34, 35 e 36 – córtex olfatório primário; córtex associativo límbico: localização: giro parahipocampal – funções: olfato, emoções;
Área 37 - 
Corpos mamilares: localizadas na região do hipotálamo –íntima associação com tálamo, hipotálamo e tronco encefálico - controle de funções comportamentais; grau de vigília. 
Hipocampo: parte primitiva do córtex cerebral, situada ao longo da borda medial do lobo temporal; interpreta para o encéfalo, a maior parte de nossas experiências sensoriais; define por sinapses consolidadas, que determinadas informações sejam armazenadas como memória;
Amígdala (corpo amigdalóide) = associada íntimamente com o hipotálamo - controle
do comportamento apropriado da pessoa, segundo cada tipo de situação social; 
Tálamo
Lesões ou estimulações do núcleo dorsomedial e dos núcleos anteriores do tálamo já foram correlacionadas com alterações da reatividade emocional no homem e em animais;
A importância destes núcleos na regulação do comportamento emocional decorre de suas conexões;
O núcleo dorsomedial liga-se ao córtex da área pré-frontal ao hipotálamo e ao sistema límbico.
Os núcleos anteriores ligam-se ao corpo mamilar e ao córtex do giro do cíngulo, fazendo parte de circuitos do sistema límbico. 
Vigotsky
A característica fundamental das funções psíquicas humanas é que estas possuem sua origem na atividade conjunta externa, sendo inicialmente compartilhadas pelas pessoas e, só depois, convertendo-se numa atividade interna;
O que nos define como seres humanos, as nossas funções psicológicas superiores, são adquiridas pela convivência com o outro;
O homem é visto como alguém que transforma e é transformado nas relações que acontecem em uma determinada cultura;
 O que ocorre não é uma somatória entre fatores inatos e adquiridos e sim uma interação dialética que se dá, desde o nascimento, entre o ser humano e o meio social e cultural em que se insere;
O desenvolvimento humano é compreendido não como a decorrência de fatores isolados que amadurecem, ou fatores ambientais que agem sobre o organismo controlando seu comportamento, mas sim como produto de trocas recíprocas, que se estabelecem durante toda a vida, entre indivíduo e meio, cada aspecto influindo sobre o outro.
Hierarquia
1. nível de consciência: letargia, estupor e coma;
2. Atenção e vigilância: distratibilidade e perseveração;
3. Memória: amnésia e incapacidade para aprender;
4. Orientação e confusão;
5. Linguagem: afasia;
6. Conhecimento: agnosia;
7. Desempenho: apraxia;
8. Reflexos e movimentos patológicos;
9. Amplitude afetiva;
10. Sugestionabilidade;
11. Pensamento abstrato: concretude;
12. Inteligência: demência, retardo mental;
13. Testagem seriada de estados psicológicos seletivos.
A risada provocada por estimulação elétrica direta do cérebro durante uma cirurgia. Se pode estimular o córtex motor suplementar  (perto de uma região nos lobos frontais que recebe informações dos centros emocionais do cérebro), começou a rir descontroladamente.A atividade anormal ou dano que faz as pessoas darem risadinhas é quase sempre localizada em partes do  sistema límbico, um conjunto de estruturas que inclui o hipotálamo, os corpos mamilares e o giro cingulado que são envolvidas com emoções. Dada a complexidade do riso e suas infinitas conotações culturais, “circuito do riso” é difícil o estudo. Certas drogas, se respiradas, podem  produzir até gargalhadas.
Lobo parietal: não é somente tato, dor e posição dos membros: integra experiências sensoriais provindas d pele, músculos e articulações, permitindo-nos perceber o tamanho e a forma de objetos manuseados (córtex sensorial somático – giro parietal pós-central)
Lóbulos parietais superior e inferior – separados pelo sulco intra-parietal;
Lóbulo parietal superior: auto-imagem completa; serve de intermediário para interações comportamentais com o meio;
Quando lesão nesta região: sinais neurológicos bizarros como negação de parte do corpo no lado oposto à lesão.
Por ex: o paciente pode deixar de barbear metade de sua face ou apenas vestir metade do corpo; escrever apenas na metade direita do papel, o médico deve se postar à direita para conversar com ele, come apenas metade da refeição do prato, 
Lóbulo parietal inferior: integração de diversas informações sensoriais relacionadas à fala e à percepção; 
Hipotálamo
Estimulações elétricas ou lesões do hipotálamo em animais não anestesiados determinam respostas emocionais complexas, como raiva e medo, ou, conforme a área, placidez;
Por exemplo: lesão do núcleo ventromedial do gato torna o animal extremamente agressivo e perigoso;
Em experiência clássica verificou-se que, quando se retiram os hemisférios cerebrais de um gato, inclusive o diencéfalo, deixando-se apenas a parte posterior do hipotálamo, o animal desenvolve um quadro de raiva que desaparece quase completamente quando se destrói todo o hipotálamo. 
Sabe-se hoje que este quadro de raiva só aparece quando são incluídas na lesão áreas corticais ou subcorticais do sistema límbico;
Este sistema, através de inúmeras conexões, exerce uma ação inibidora sobre o hipotálamo posterior que, quando liberado, funciona como agente de expressão das manifestações viscerais e somáticas que caracterizam a raiva;
O hipotálamo tem um papel preponderante como coordenador das manifestações periféricas das emoções. Sabe-se, entretanto, que a estimulação de certas áreas do hipotálamo do homem desperta uma sensação de prazer, o que sugere sua participação também no componente central, subjetivo, da emoção.
A maioria das modificações do comportamento observadas em experiências com o hipotálamo de animais já foi também observada no homem, em experiências realizadas durante o ato operatório ou como conseqüência de traumatismos, tumores, lesões vasculares ou infecções desta região. 
Estruturas que formam o Sistema Límbico
Córtex límbico
 cíngulo
 giro parahipocampal
 córtex entorrinal
Formação hipocampal
Giro denteado
Complexo subicular (parte do córtex temporal)
Hipocampo
Amígdala
Complexo basolateral
Complexo centromedial
“grande amígdala” (núcleo da estria terminal e partes do hipotálamo)
Núcleo acumbens
Hipotálamo (corpos mamilares)
Tálamo (núcleo anterior, núcleos dorso-mediais)
Pineal
Outras regiões do córtex cerebral (orbitofrontal, polo temporal, ínsula)
Septo pelúcido: acima e anterior ao fórnix, entre os gânglios basais, no plano mediano do cérebro; - associado ao fenômeno da ira;
Corpo caloso: necessário para os dois hemisférios operarem em cooperação;
Comissura anterior: desempenha importante papel adicional, unificando as respostas emocionais dos dois lados das regiões basais do cérebro; 
- Corpo Amigdalóide
Lesões ou estimulações desta área em animas resultam em alterações do comportamento alimentar (afagias e hiperfagias) ou da atividade das vísceras, bastante semelhantes às que se obtêm com procedimentos idênticos feitos no hipotálamo;
O registro da atividade elétrica dos neurônios do corpo amigdalóide, tanto no homem como nos animais, evidencia uma ativação em situações com significado emocional, como encontros agressivos ou de natureza sexual. 
A maioria das experiências relata que em animais as lesões da amígdala resultam em uma domesticação do animal com um quadro hipersexual semelhante ao observado na síndrome de Klüver e Bucy; 
No homem lesões bilaterais do corpo amigdalóide resultam em considerável diminuição da excitabilidade emocional de indivíduos portadores de distúrbios de comportamento, manifestados pela agressividade;
Por outro lado, a estimulação do corpo amigdalóide em animais desencadeia comportamentos de fuga ou de defesa, associados à agressividade. Coerentemente com este fato, no homem, focos epilépticos da região amigdaliana do lobo temporal freqüentemente associam-se a um aumento da agressividade social.
Corpo amigdalóide e medo
Pacientes conscientes submetidos a estimulação elétrica do corpo amigdalóide durante o ato cirúrgico freqüentemente relatam sentimentos não direcionados de medo; geralmente acompanhados de manifestações viscerais características da situação, como dilatação da pupila e aumento do ritmo cardíaco. Já foi visto também que macacos que normalmente têm medo de cobras, depois de sofrerem amigdalectomia, perdem este medo, aproximam-se delas e até as comem.
-Área Septal
 Lesões bilaterais da área septal em animais causam a chamada "raiva septal", caracterizada por uma hiperatividade emocional, ferocidade e raiva diante de condições que normalmente não modificam o comportamento do animal;
Há também grande aumento da sede. Estimulações desta área causam alterações
da P.A. e ritmo respiratório; 
A área septal é também um dos centros do prazer no cérebro.
O Giro do Cíngulo
 Verificou-se que a ablação do giro do cíngulo (cingulectomia) em carnívoros selvagens domestica completamente o animal. No homem, a cingulectomia já foi empregada no tratamento de psicóticos agressivos. Verificou-se, também, que a simples secção do fascículo do cíngulo, (cingulotomia), interrompendo o circuito de Papez, pode melhorar consideravelmente quadros graves de depressão e ansiedade (para maiores informações sobre o assunto, veja Ballatine, H.T.; Cassidy, W.L.; Flanagan, N.B. and Marino Jr. R. – 1967 – Journal of Neurosurgery, 26: 488-495) dando resultados que, quanto a este aspecto, se assemelham aos obtidos nas leucotomias frontais.
        
Componentes e função
Amígdala (corpo amigdalóide) = associada íntimamente com o hipotálamo - controle do comportamento apropriado da pessoa, segundo cada tipo de situação social; 
Hipocampo: parte primitiva do córtex cerebral, situada ao longo da borda medial do lobo temporal - interpreta para o encéfalo, a importância da maior parte de nossas experiências sensoriais; define por sinapses consolidadas, que determinadas informações sejam armazenadas como memória;
Corpos mamilares: localizadas na região do hipotálamo –íntima associação com tálamo, hipotálamo e tronco encefálico - controle de funções comportamentais; grau de vigília. 
Hipocampo e Mecanismos da Memória
 Pode-se distinguir dois tipos de memória:
a) memória recente, que permite a retenção de informações durante pouco tempo (horas ou dias);
b) memória remota, ou permanente, na qual esta retenção pode permanecer por vários anos (alguns admitem também a memória imediata: a retenção de informações dura apenas alguns segundos);
A memória remota é muito estável e mantém-se inalterada mesmo após danos cerebrais graves, enquanto a memória recente é mais lábil e pode ser comprometida em várias situações patológicas;
Memória remota - admite-se que ocorra em áreas de associação do neocórtex;
A memória recente depende do sistema límbico, que está envolvido nos processos de retenção e consolidação de informações novas e possivelmente também em seu armazenamento temporário e transferência para áreas neocorticais de associação para armazenamento permanente.
 
A evidência desses fatos veio do estudo de pacientes nos quais foi feita a remoção bilateral de parte do lobo temporal, contendo o hipocampo, na tentativa de melhorar quadros graves de epilepsia. Esses pacientes tornam-se incapazes de memorizar eventos ou informações surgidos depois do ato cirúrgico, quadro conhecido como amnésia anterógrada. não conseguem entender uma história ou uma novela de televisão, pois não são capazes de memorizar os nomes dos personagens ou os eventos que precederam aquele que está lendo ou vendo.
Tipicamente, há também perda de memória para fatos ocorridos pouco antes da cirurgia (amnésia retrógrada), mas, curiosamente, depois de um certo ponto no passado todos os fatos podem ser lembrados sem problemas, ou seja, a memória antiga permanece normal;
Certas habilidades motoras podem também ser aprendidas, pois, a aprendizagem motora depende do cerebelo. Sabe-se hoje que a síndrome amnésica observada nesses casos se deve não só à remoção do hipocampo, mas também à lesão do corpo amigdalóide, que participa dos mecanismos relacionados com a memória;
Assim, a destruição do hipocampo em macacos causa um quadro moderado de amnésia, que se torna muito mais grave, quando, simultaneamente, se destrói também o corpo amigdalóide. Síndromes amnésicas semelhantes à acima descrita têm sido assinaladas, no homem, em conseqüência de processos patológicos que acometem o sistema límbico, não só em seus componentes no lobo temporal, mas também no fórnix e no corpo mamilar. É bem conhecida a síndrome de Korsakoff, que resulta da degeneração dos corpos mamilares em conseqüência de alcoolismo crônico e na qual a amnésia anterógrada é o sintoma mais importante.
         Outro quadro clínico em que ocorrem graves problemas de memória é a doença de Alzheimer, na qual há perda gradual da memória recente, seguida, nas fases mais avançadas, de uma completa deterioração de todas as funções psíquicas com amnésia total. Parece que os problemas de memória nesta doença se devem a dois fatores principais. Um deles é a degeneração dos neurônios colinérgicos do núcleo basal de Meynert. Isso leva a uma perda das fibras colinérgicas, que exercem ação moduladora sobre a atividade dos neurônios do sistema límbico e do neocórtex relacionados com a memória. Outro fator, provavelmente mais importante, é a degeneração seletiva de dois grupos de neurônios do sistema límbico. Um deles localiza-se no hipocampo, nas áreas que dão origem às principais fibras eferentes desse órgão; o outro se localiza na chamada área entorrinal, no giro para-hipocampal, que constitui a porta de entrada das vias que, do neocórtex, se dirigem a esse giro e daí ao hipocampo. Desse modo, essas lesões gradualmente levam a um total isolamento do hipocampo, com conseqüências sobre a memória que equivalem às que vimos acima para os casos de ablação do hipocampo.
         Embora a participação do sistema límbico, em especial do hipocampo e da amígdala, no processo de consolidação da memória recente e sua transformação em memória remota seja hoje geralmente aceita, não se sabe exatamente como isto se faz. A hipótese mais tradicional é a apresentada acima, ou seja, a memória recente é armazenada temporariamente no hipocampo e na amígdala, sendo depois transferida para o neocórtex para armazenamento permanente. Outra hipótese é que a memória recente já de início estaria no neocórtex, onde seria gradualmente consolidada e transformada em memória remota por ação do hipocampo e da amígdala, agindo através de suas conexões com o neocórtex. (Para mais informações sobre este assunto, assim como outros problemas relacionados com a memória, veja Squire, L.R. 1987 – Memory and Brain, Oxford Univ. Press, Oxford, 315pp).
A hemiface esquerda é controlada essencialmente pelo hemisfério direito, sendo sua maior carga emocional forte sugestão de que esse hemisfério especializa-se nas funções afetivas, em contraposição ao seu homólogo oposto, mais racional e calculista, por este motivo é o lado esquerdo do cérebro o que apresenta maior expressão para emoções (contração muscular, franzir a testa....) Ciência Hoje; vol. 16 n. 94
Cada um de nós tem uma imagem do corpo e dos membros internamente montada no nascimento. Este fato é de máxima importância para estabelecer as bases da medicina holística.
O giro parietal superior (medial) é responsável pela consciência da metade oposta do corpo. Lesionado este giro a pessoa perde a noção, não reconhecendo a presença da outra metade; 
Portanto, a pessoa irá barbear apenas uma hemiface, vestir as roupas apenas até metade do corpo, olhar e enxergar a pessoa apenas quando a mesma se localizar no lado direito ou esquerdo; 
O carcinoma do pênis às vezes é tratado com amputação, e muitos desses pacientes sentem um “pênis fantasma”- às vezes, até ereções fantasmas! “O mesmo fenômeno ocorre nos seios fantasmas”.
Devido à lesão do núcleo auditivo de um paciente ele não recebe mais informação de um ouvido. Axônios do centro de movimentação do olho no córtex invadem  o núcleo auditivo de forma que, toda vez que o cérebro da pessoa envia um comando para mover os olhos, esta ordem é enviada inadvertidamente ao núcleo neural auditivo e traduzida em som. Cada um de nós tem uma imagem do corpo e dos membros internamente montada no nascimento. Este fato é de máxima importância para estabelecer as bases da medicina holística.
Quando um paciente decide movimentar seu braço fantasma, a parte frontal de seu cérebro ainda envia uma mensagem de comando, já que esta parte específica do cérebro do paciente não “sabe” que seu braço desapareceu, embora “ a pessoa”, esteja inquestionavelmente ciente do fato. Mas
são movimentos fantasmas executados por um braço fantasma.Passando esta experiência para a clínica verificamos a importância da lógica absurda ou paralógica ou paleológica para podermos entender sintomas ditos histéricos em outros pacientes clínicos.
Soldados em cujas mãos explodiram granadas muitas vezes relatam que sua mão fantasma está numa posição fixa, segurando a granada, pronta para lançá-la. A dor na mão é cruciante- a mesma que eles sentiram no instante da explosão da granada, fixada permanentemente em seus cérebros.
“Membros fantasmas” nascem  principalmente de fatores não genéticos como remapeamento ou neuromas no coto, ou representam a persistência espectral de uma “imagem corporal” congênita, geneticamente especificada. A resposta parece ser que o fantasma surge de uma complexa interação entre os dois.
Bons atiradores dizem que se você  focalizar demais o alvo de um rifle, não acertará na mosca; você precisa “ se soltar” antes de atirar. A maioria dos esportes depende pesadamente de orientação especial do jogador que fica fora do quadrado começando a correr no momento em que ouve  o estalo da bola de beisebol entrando em contato com o bastão, enquanto o lobo parietal calcula o esperado ponto de destino da bola (por esta informação auditiva).Jogadores de basquete podem até fechar os olhos e atirar a bola na cesta, se se postarem a cada vez no mesmo lugar da quadra, um fato que é observado  nas artes marciais antigas.
Acontece que o sistema visual humano tem uma  espantosa capacidade para fazer palpites certos, baseados em imagens fragmentárias e evanescentes que dançam nos globos oculares. Uma vareta  de aço que penetra na parte posterior do  crânio, de um paciente faz um furo em seu pólo occipital direito no córtex visual primário, pode produzir um grande ponto cego.
Acontece que o sistema visual humano tem uma  espantosa capacidade para fazer palpites certos, baseados em imagens fragmentárias e evanescentes que dançam nos globos oculares. Uma vareta  de aço que penetre na parte posterior do  crânio de um paciente fará um furo em seu pólo occipital direito  (córtex visual primário), e produz um grande ponto cego.
Um dos problemas é que muitas vezes esse paciente dirige ao banheiro das mulheres.Por que quando o olho direito vê a placa WOMEN (mulheres), não vê o “W” nem o “O”à esquerda. Vê apenas MEN (homens).
Um paciente quando se barbeava, esquecia o lado esquerdo do rosto ou quando se vestia, deixava sempre o braço esquerdo fora da manga. –é a “agnosia de espelho” ou “ a síndrome do espelho”,nome dado em homenagem a Lewis Carroll.(apud Ramachandran e Blakeslee). Esta doença ajuda a explicar a  obsessão  por espelhos, ou escrita espelhada e a inversão direita-esquerda similar a  preocupação de Leonardo da Vinci com a escrita invertida,da direita para a esquerda, cuja origem seria semelhante.
Dopamina
A hipótese dopamínica da esquizofrenia surgiu a partir de observações de que as drogas que bloqueiam os receptores dopamínicos (p. ex: haloperidol), têm atividade antipsicótica e drogas que estimulam a atividade dopamínica (por ex: anfetamina) podem, em doses suficientemente altas, produzir sintomas psicóticos em pessoas não-esquizofrênicas.
Serotonina
Principal sítio dos corpos celulares encontra-se na parte superior da ponte e mesencéfalo: específicamente núcleos mediano e dorsal da rafe, locus ceruleus, área postrema e área interpeduncular. Esses neurônios projetam-se para gânglios basais, sistema límbico e córtex cerebral. Associada com a depressão, sintoma vinculado com a escassez de serotonina. O excesso de serotonina está associado a manias.
Perturbação bipolar
Tinha até há pouco tempo uma outra designação. Chamava-se Doença Maníaco-Depressiva;
Existência de duas situações distintas:
Uma de mania (euforia), e outra de tristeza (depressiva). A própria expressão ”bipolar” denuncia que, o indivíduo portador desta Doença apresenta com frequência dois “polos” com alguma evidência, sendo um polo depressivo e outro eufórico.
Tem um caráter endógeno - familiares de doentes com esta situação têm maior probabilidade de virem a ter a Doença do que a população em geral;
Familiares em primeiro grau de pessoas com Perturbação Bipolar têm taxas mais elevadas de Perturbação Bipolar (até 24%) em relação à população em geral;
Estudo de gêmeos demonstrou claramente uma influência genética na Perturbação (mesmo educados de maneiras diferentes e em meios da Doença).
Artista: Edvard Munch
         
         Descreveu assim a experiência que o levou a pintar a sua obra-prima:
«Caminhava com dois amigos pela estrada, então o sol se pôs, e, de repente, o céu tornou-se vermelho como o sangue. Parei, apoiei-me no muro, inexplicavelmente cansado. Línguas de fogo e sangue estendiam-se sobre o fiorde preto-azulado. Os meus amigos continuaram a andar, enquanto eu ficava para trás tremendo de medo e senti o grito enorme, infinito, da natureza.»
         
A alternância de longos períodos depressivos com manias é a característica de indivíduos com este transtorno. Apresentam-se durante algumas ocasiões uma elevação do humor e aumento da energia e da atividade e noutras ocasiões, o oposto.
 Descrição do quadro feita pelo próprio autor: No início parecia que tudo estava indo bem, caminhava com os amigos pela estrada, debaixo de um sol radioso, com um estado de humor elevado e expansivo. Sentia-se alegre, sociável, ativo, falador, auto-confiante. Porém com o pôr-do-sol (metaforicamente representando a mudança da alegria sentida para um estado de humor de tristeza e desespero), parou, apoiou-se no muro, sentindo-se cansado. Sentimentos de inutilidade, culpa, invadiram-no. Sentiu vontade de se isolar, ficando para trás. Perdeu a auto-estima, ficando obcecado com pensamentos negativos que não conseguiu distanciar de si.
Final dos tempos: DSM-IV: casos clínicos – ano?
O Sr. P., um homem de 25 anos, natural de Arkansas, indiciado pelo assassinato de uma menina de 8 anos, foi entrevistado por um psiquiatra forense, a fim de determinar sua sanidade à época do crime. Apresentamos a seguir um excerto do relatório de pesquisa. 
O réu diz que, no dia do crime, fumou seus cinco ou seis cachimbos de maconha habituais. Ele não usara álcool ou drogas naquele dia. Durante o dia, assistiu televisão. Seu humor estava normal. Sua namorada estivera por ali o tempo todo, até sair para a festa de aniversário do pai, por volta das 18:30 ou 19:00 horas; ela voltou às 21:30 hs.
Depois que a namorada saiu de casa, o Sr. P. foi sentar-se no alpendre. Cerca de meia hora depois, viu algumas crianças da vizinhança correndo ali por perto. Três crianças, incluindo a vítima, perguntaram se podiam ver sua tarântula de estimação . Ele disse que deviam entrar um de cada vez. O irmão mais jovem da vítima e outro menino foram embora. A menina, então, perguntou se ela podia entrar para ver a aranha. Ela observou a aranha e começou a andar em direção à porta para ir embora. Não havia qualquer outra pessoa por perto. O réu agarrou-a pelo tórax. Ele disse que se decidira a “fazer aquilo” enquanto ela saía já que achava que esta era uma chance de obter um cadáver. O réu relata que correu para o banheiro com a vítima, e ligou a água quente na banheira. “Ela só ficou ali olhando como se não soubesse o que estava acontecendo”. Depois de encher a banheira com água suficiente para submergir o rosto da menina, foi exatamente o que fez. Em nenhum momento falou sequer uma palavra. Ele sentia-se em pânico e nervoso. “Eu não acreditava que estava realmente fazendo aquilo”. 
Após segurar o rosto da menina por três ou quatro minutos embaixo d´água, puxou-a para cima. Ela tentou respirar e ele percebeu que “puxara-a para cima muito depressa”. Ele temia que o irmão da menina estivesse procurando-a, de modo que correu com a menina em seus braços até um grande vão existente sob as tábuas do piso de um armário embutido, no primeiro andar. Ele temia que, se o irmãozinho
da menina voltasse, este pudesse contar a seus pais e eles “nos pegariam”, e então ele não poderia satisfazer sua fantasia e ter sexo com um cadáver.
No espaço sob o assoalho, ele golpeou a cabeça da criança com um tijolo que ali encontrou. Ela pareceu perder a consciência após o primeiro golpe, e ainda golpeou a cabeça da vítima muitas vezes mais. Ele afirma que chorou e que isto “era horrível, muito mais difícil que afogá-la”. Depois, colocou o corpo sob um pedaço de plástico, fechou o buraco, ajeitou as coisas que derrubara, ligou o televisor. 
Pouco depois o irmão da vítima, que tinha cerca de 5 anos, entrou e perguntou pela sua irmã. O Sr. P. disse que ela não estava e mandou-o sair. O menino foi embora e, cerca de meia hora mais tarde, policiais vieram à casa e pediram para ver sua aranha e para dar uma olhada geral. O Sr. P. estava nervoso, mas achou que não poderiam encontrar o vão sob as tábuas. Nessa primeira busca de 15 minutos, os policiais nada descobriram. 
Na manhã seguinte, após a namorada sair para o trabalho, detetives da polícia vieram novamente, e desta vez encontraram o buraco, mas não perceberam o corpo no escuro. Ele achou que provavelmente não voltariam a revistar a casa. Mais tarde , naquela manhã, ele voltou ao buraco e despiu o corpo da vítima. Passou vaselina em seu ânus e inseriu o pênis, enquanto enfiava o dedo na vagina da menina. Ele sentia tanto medo que teve uma ereção apenas parcial, mas chegou a ejacular. Ele sentia que precisava fazer aquilo porque do contrário “tudo seria em vão”. Ele embrulhou o corpo em um plástico, colocou-o em um ponto mais distante contra uma inclinação dentro do buraco, e jogou terra em cima. Esperava ser capaz de voltar para uma atividade adicional com o corpo, mas nesse ponto estava mais preocupado em não ser descoberto.
A polícia voltou no dia seguinte, usou uma iluminação melhor para revistar o buraco e encontrou o corpo. O Sr. P. estava ali com eles. Ele sentiu terror e não conseguiu parar de transpirar.”Eu estava mais ou manos em choque. “É ela”, ao encontrarem o corpo. Neste ponto, ele sentiu que “entrara pelo cano”: não havia como dizer que não matara a criança.
Em resposta às minhas perguntas, o Sr. P. afirmou que, quando agarrou a vítima, seu objetivo era colocar em prática a sua fantasia sexual. Ele estava disposto a assumir “o menor risco possível” de ser preso. Ele relata que seu desejo de agarrá-la era suficiente para compensar um pequeno risco, mas não o bastante para superar um risco substancial de ser descoberto. Após começar eu senti que não podia parar. Eu só pensava em realizar a minha fantasia”. Ele diz que suas ações eram erradas “aos olhos da lei”. Sua única justificativa era a de que “este era o meu destino, algo que eu precisava experimentar, para saber como eram todas as formas de sexo”. 
Quando pedi esclarecimentos sobre este tema de seu “destino” , ele indicou que seu destino era “ter sexo com um cadáver, não necessariamente matar”. A decisão de matar, ao invés de roubar um cadáver, foi sua. Entretanto, em sua fantasia, ele relata que houve a “parte do assassinato” devido à sua incapacidade para obter um corpo já morto.
A história pregressa revelou enurese até os 6 anos e crueldade com animais quando criança. Na adolescência, o Sr. P. cortava as pernas de sapos e colocava rojões em suas bocas. Ele colocou um cachorrinho em cima da geladeira e observou enquanto caía.
Sua história sexual indicou que, quando estava com 4 anos, um homem da vizinhança fizera-o submeter-se a sexo oral. Entre os 12 e 14 anos, tivera relações homossexuais com dois meninos da sua idade. Embora o Sr. P. tivesse namorada regularmente desde os 16 anos, também mantinha sexo regular com prostitutas e masturbava-se com frequência, geralmente com a fantasia de ter sexo anal com uma mulher. Ele diz que se preocupava com o sexo, que era a mais forte de suas emoções.
Quando tinha 18 anos, começou a interessar-se por objetos sexuais mais incomuns, incluindo roupas íntimas femininas e dispositivos sexuais, tais como pênis de borracha, uma vagina de borracha e uma boneca inflável., com a qual manteve toda a variedade de intercurso . Ele realizou felação em um cão e treinou-o para inserir o pênis em seu ânus. Ele matou um outro cão e a seguir penetrou-o sexualmente. Interessou-se pela urina e fezes de uma mulher atraente e, por fim, teve a idéia de fazer sexo com um cadáver feminino. Antes do incidente que levou à sua detenção, a fantasia de ter sexo com um cadáver ocorrialhe sempre que se masturbava.
Sua fantasia necrofílica tornou-se mais claramente definida com o tempo. 
Ela envolvia afogar uma mulher, levá-la para o buraco sob o assoalho em sua casa, despi-la e então realizar “todos os tipos de mutilação”. A fantasia incluía “comer suas fezes, beber sua urina, sexo anal, morder sua orelha” e “arranhar suas costas com minhas unhas”. Ele também pensava em “lamber seus globos oculares, abrir seu abdomen e colocar a mão lá dentro”. Ele pensou em remover o útero e inseri-lo em seu ânus. Pensou em “mascar uma orelha, nariz ou língua enquanto estuprava o corpo”. As fantasias incluía comer várias partes corporais, tais como “seios, vulva, nariz e língua”. Ele pensou em comer o clitóris e os lábios vaginais crus, ou após cozinhá-los. Enquanto se masturbava com esta fantasia sentia prazer em fantasiar sobre mutilar o corpo e usar as suas partes. Suas fantasias eram mais como uma “explosão de idéias” do que planos metódicos. Ele sentia prazer com a idéia de que qualquer pensamento que entã tivesse poderia ser capaz de realmente executar. Todas essas fantasis eram sexualmente excitantes. A mais excitante delas envolvia o ânus do corpo morto. Ele pensou em colocar sua mão dentro do ânus e comê-lo, cru ou cozido.
Quando adolescente, o Sr. P. interessou-se por Satã. Ele gostava de ler tanto o Velho quanto o novo testamento, particularmente os livros “Apocalipse e “Os profetas”. Ele sentiu que podia relacionar passagens da Bíblia com eventos atuais e concluiu que estávamos vivendo no “final dos tempos”. Ele relata que, nessa época, às vezes sentia-se como “o Anticristo”. Ele acreditava que chegaria ao poder e comandaria no “final dos tempos”. Ele sentia que conhecia coisas desconhecidas a outros. Ao referir-se a passagens da Bíblia, julgava que podia compreender alguns eventos ocorrendo agora e no futuro. Ele diz que conseguiu convencer muitas pessoas de que estavam vivendo no “final dos tempos” e que o Armagedon estaria chegando no ano 2000.
O Sr. P. fez previsões sobre cometas, sobre a invasão de Israel ao Líbano e certos desastres naturais, antes de ocorrerem. Ele sentia que tinha o dom de prever coisas, e usava as profecias de Nostradamus para suas previsões.
Quando estava com 15 anos, o Sr. P. ficou em dúvida se era o profeta Elias ou o Anticristo. Ele fitou seus próprios olhos em um espelho e sentiu que pareciam estranhos, especialmente quando estava sob o efeito de drogas, e achou que deveria saber algo que ainda não conhecia, que estava em vias de adquirir um novo conhecimento. Ele conta que a incerteza quanto a ser um profeta ou o Anticristo persistiu até o assassinato. Ele achava que se fosse o profeta, poderia prever coisas; se fosse o Anticristo, faria coisas para aumentar seu poder, de modo a poder dominar o mundo. Ele geralmente preferia ser o profeta, mas em outros momentos sentia-se mais atraído pelo Anticristo. Quando próximo a pessoas que conhecia, desejava fazer o bem: quando estava sozinho, desejava cometer atos sexuais ruins.
Interroguei o Sr. P. atentamente, com o intuito de esclarecer a extensão e o grau de certeza que ele sentia com relação à suas ideias de ser um Anticristo. Ele repetiu que, desde que começara a ter a ideia, aos 15 anos, alternava-se entre crer ser o Anticristo ou o profeta Elias. Ele tinha certeza de que seria “algo grande, em termos religiosos”. Quando se engajava em atividade sexual perversa, agia como o Anticristo. Quando falava com pessoas sobre religião, agia como
um profeta. Após ser detido pela descoberta do corpo, ele imediatamente desistiu da ideia de que seria “algo grande, em termos religiosos”, porque achava que um registro criminal impediria seu sucesso como pessoa religiosa. Quando questionei a probabilidade de se tornar um grande profeta, em vista de seu desempenho e na escola, ele respondeu que Hitler e Einstein haviam sido maus alunos. Quando perguntei se ele preparar-se para o exercício de um grande poder fazendo cursos em ciências políticas, respondeu que não. 
DISCUSSÃO DO CASO
Em toda a história do Sr. P. estão presentes três temas: impulsos sexuais incontroláveis extremamente intensos, fantasias violentas e um relacionamento tênue com a realidade. Os impulsos sexuais tem sido parafílicos, primeiro, envolvendo objetos não humanos e partes corporais (roupas íntimas femininas, brinquedos sexuais, cães, urina, fezes) e, mais tarde, focalizando-se no intercurso anal com um cadáver. Quando criança, torturara animais; na adolescência, seus impulsos violentos mesclaram-se a impulsos a impulsos sexuais intensos.
Desde a adolescência, o Sr. P. tem duas fantasias grandiosas opostas, a saber, de ser o Anticristo (mau, violento e sexual) ou o profeta Elias (um poderoso líder religioso). Sua grandiosidade, aparentemente, jamais teve intensidade delirante; ao invés disso, nutria a possibilidade de poder ser qualquer uma dessas figuras.
Não há dúvidas quanto ao diagnóstico do comportamento sexual desviante do Sr. P.
Como acontece com muitas pessoas com transtornos parafílicos, sua escolha quanto aos estímulos sexuais desviantes mudou ao longo do tempo. Ele apresenta uma história de Fetichismo (objetos não-humanos) e seu diagnóstico atual é o raro transtorno de Necrofilia (atração erótica por cadáveres), classificada como Parafilia Sem outra Especificação (DSM-IV, p. 504).
O diagnóstico relativo aos problemas duradouros relativos à percepção, relacionamento e pensamento sobre o ambiente e sobre si mesmo é mais difícil. Suas estranhas crenças sobre si mesmo e seu pensamento mágico (de que pode predizer o futuro) sugerem Transtorno da Personalidade Esquizotípica, mas o material do caso não descreve outros aspectos do transtorno. Ele torturava animais quando criança, mas não tem qualquer outra característica de Transtorno da Personalidade Anti-social ou Transtorno da Personalidade Sádica. Uma vez que sua personalidade é tão óbviamente patológica, usamos o diagnóstico residual e não muito descritivo de Transtorno da Personalidade Sem outra Especificação (DSM-IV, p. 634). 
SEGUIMENTO 
Os advogados de defesa planejavam argumentar em favor de uma defesa por insanidade, apresentando o testemunho psiquiátrico pericial de que o Sr. P. apresentava um Transtorno da Personalidade Esquizotípica e, em vista disso, não foi capaz de evitar o homicídio. O perito da promotoria, que preparou este caso, concordou com o diagnóstico de Transtorno da Personalidade Esquizotípica, mas não acreditou que isso qualificaria o réu para uma defesa por insanidade. A certa altura de seu julgamento, o Sr. P. aceitou um acordo, afim de evitar a possibilidade de uma sentença de morte. Atualmente ( ano?), cumpre pena de prisão perpétua. 
Eu, Pierre Riviére....(1835 – Aunay - frança); Michel Foucault
Obstinado e taciturno, as companhia dos pais era-lhe aborrecida;
Jamais mostrou afeição pelo pai e a mãe; Alienação mental; Extravagância na imaginação;
Sentimento de repulsa e frenesi pela mãe;
Prazer em esmagar passarinhos entre duas pedras (adolescência);
Perseguia crianças com instrumentos que as ameaçava de morte (na infância dele);
Aversão a mulheres;
Em dados momentos, falava sozinho, animava-se, exaltava-se;
Às vezes escapulia de casa e procurava um local retirado nas pedreiras, onde passava a noite;
De volta dizia ter visto o diabo e com ele compactuado;
Grande religiosidade, diz ter cometido o crime por ordem do céu, que deus pai lhe apareceu em meio a seus anjos;
Solitário, feroz e cruel;
Selvagem que escapa às leis da simpatia e da sociabilidade, pois a sociedade era-lhe tão odiosa quanto sua família;
Queria viver no mato com ervas e raízes para se alimentar;
Cabeça sempre inclinada para baixo e o olhar oblíquo, parece temer encontrar um outro olhar, como se tivesse medo de trair o segredo de seus pensamentos;
Leu várias vezes a bíblia, em especial Deuterômio e o livro dos números;
Passava por um idiota em sua aldeia; desde criançamostrava bastante disposição para ler e aprender;
Entre dez e doze anos não parecia mais o mesmo, parecia ter-se tornado idiota, mostrava-se extremamente obstinado, não respondia quando era chamado, ia e voltava sozinho da igreja, parecia sempre envergonhado, não falava com quase ninguém, tinha constantemente a cabeça baixa e olhava para o chão, punha-se às vezes a praguejar, sem motivo, contra seu cavalo. 
Traça o perfil de psicopatas em grau menor de agressividade, mas que estão na pele de pessoas comuns.
São pessoas frias, calculistas, insensíveis, inescrupulosos, transgressores de regras sociais e absolutamente livres de constrangimentos ou julgamentos morais internos. São capazes de passar por cima de qualquer pessoa apenas para satisfazer seus próprios interesses;
São incapazes de estabelecer vínculos afetivos, ou de se colocar no lugar do outro, são desprovidos de culpa ou remorso e, muitas vezes, revelam-se agressivos 
Não são considerados loucos, nem mesmo apresentam qualquer tipo de desorientação, não sofrem de delírios ou ou alucinações (como os esquizofrênicos) e tampouco apresentam intenso sofrimento mental(como a depressão ou o pânico, por ex.);
São verdadeiros “predadores sociais”, vivem entre nós, parecem físicamente conosco, mas são desprovidos da consciência;
Algumas pessoas nunca experimentaram ou jamais experimentarão a inquietude mental, ou o menor sentimento de culpa ou remorso por desapontar, magoar, enganar ou até mesmo tirar a vida de alguém;
Mentes Perigosas: o psicopata mora ao lado – Ana Beatriz Barbosa Silva (como reconhecer e se proteger de pessoas frias e perversas, sem sentimento de culpa, que estão perto de nós)
Bibliografia
Guyton, A.C. & Hall, J. E.; Fisiologia Humana e Mecanismos das doenças; Guanabara Koogan, R.J.; 1989
Innes, B. – Perfil de uma mente criminosa: a psicologia solucionando os crimes da vida real; São Paulo; Editora Escala; 2009
Kaplan, H. I.; Compêndio de Psiquiatria: Ciências do comportamento e psiquiatria clínica, 7ª edição, 1997, Artmed, POA, R.S.
Machado, A.; Neuroanatomia Funcional, 2ª edição, 1993, Atheneu editora, S.P.;
TABORDA, José G.V.; Abdalla-Filho, E.; Chalub, Miguel – Psiquiatria Forense; 2ª edição; POA; ARTMED, 2012.
Toledo, J.; Dicionário de suicidas ilustres; R.J.; Record; 1999

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